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FACULDADE SANTO ANTÔNIO DE ALAGOINHAS - FSAA CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO TAINÁ SILVA DE JESUS RESPOSTAS DO EXERCÍCIO DA DISCIPLINA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONCEITOS E EXEMPLOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Alagoinhas - BA 2020 2 TAINÁ SILVA DE JESUS RESPOSTAS DO EXERCÍCIO DA DISCIPLINA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONCEITOS E EXEMPLOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Trabalho apresentado ao colegiado da Faculdade Santo Antônio como requisito parcial da disciplina Administração Pública (EaD). Professor (a): Christmann Miranda. Alagoinhas - BA 2020 3 SUMÁRIO 1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA..........................................................................4 2 MODALIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.........................................5 2.1 ADMINISTRAÇÃO DIRETA........................................................................5 2.2 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA...........................................................................6 3 ATOS ADMINISTRATIVOS....................................................................................6 3.1 REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS........................................8 3.2 ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS...............................................8 3.3 CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS...................................9 3.4 EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS..........................................10 4 NATUREZA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.............................................10 5 FINS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.......................................................11 6 PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE...................................................................12 7 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE...............................................................13 8 PRINCÍPIO DA MORALIDADE.......................................................................14 9 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE.......................................................................15 10 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA.........................................................................15 REFERÊNCIAS.................................................................................................17 4 1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O termo Administrar é proveniente do latim “ad-ministare”, e está diretamente relacionado com os ministros romanos e com as atividades exercidas pelos mesmos em sua época. É um conceito que pode parecer complexo, mas que é de fácil compreensão quando temos um ponto de vista mais direto ao mesmo. Nos dias atuais o termo tem um conceito parecido. Administração pública, como o próprio termo indica é a forma com que uma entidade ou um gestor público organiza os bens de um Estado, ou seja, um poder político recebe a competência de levar a cabo as atividades e os negócios de uma repartição ou de uma empresa pública, prevendo a que estes organismos possam funcionar de acordo com o que se espera deles. Ainda como conceito, a administração pública, pode-se entender como gestar o que se refere a bem público entregue a partidos políticos governantes que tem como dever administrar de forma correta e bem disciplinada estes bens entregues para serem bem administrados. Os administradores públicos ou servidores públicos são os atores responsáveis pelo desenvolvimento dos bens e interesses da coletividade, e estes recebem a incumbência do poder e dever de agir, como também do dever da eficiência e da probidade, além da prestação de contas aos cidadãos, prezando sempre pela eficiência dos serviços. (RODRIGUES E SANTANA, 2012). Administração pública envolve uma série de tarefas estabelecidas dentro do marco das leis que são de competência daqueles que fazem parte da máquina pública de um Estado, e que estão obrigados à prestação de contas e relatórios que se façam públicos para avaliação do parlamento e da população em geral. Administração pública é um termo que em princípio pode ser difícil de definir-se pela complexidade que pode apresentar para um conceito preciso e correto, porém é um termo que está presente na vida de todos aqueles cidadãos que observam um pouco mais além da simples definição do mesmo. Se nos damos conta do sentido do termo, podemos fazer uma divisão das duas palavras do termo: Administração: refere-se a administrar, levar, organizar; e Pública: coisa pública como termo geral; Organizar algo público, definitivamente. https://queconceito.com.br/competencia https://queconceito.com.br/prestacao-de-contas 5 2 MODALIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 2.1 ADMINISTRAÇÃO DIRETA Resumidamente, a Administração Direta é o próprio ente da Federação. Fazem parte da estrutura federativa brasileira a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, todas pessoas jurídicas de direito público. Estes, por conseguinte, são os entes que compõem as diversas Administrações Diretas que coexistem em nosso país. A Administração Pública Direta é formada por órgãos públicos, ou seja, partes de uma pessoa jurídica. São exemplos de órgãos do ente União Federal: os Ministérios, as Forças Armadas, a Receita Federal, e, inclusive, os próprios Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Deve-se atentar, portanto, em que a Administração Direta é o ente no todo, com toda a sua máquina estatal. No tocante aos órgãos públicos define Signorelli, Instituto de Gestão Educacional: Os órgãos são elementos integrantes, partes da estrutura de uma determinada pessoa jurídica. Apenas esta possui personalidade jurídica, não passando os órgãos de centros de competência sem personalidade jurídica, cuja atividade, por meio dos agentes nele lotados, a imputada a pessoa jurídica da qual são eles parte constitutiva. (SIGNORELLI, 2008, p. 10). Os órgãos públicos pertencentes à Administração Direta, quanto à posição estatal, podem ser classificados como Independentes, Autônomos, Superiores, Subalternos. Referente as estruturas podem ser divididas em simples ou unitários, compostos. A criação dos órgãos públicos se dá por um processo chamado de desconcentração. Desconcentrar nada mais é do que dividir internamente. Exemplificando: se a Administração nota que um órgão está encarregado de muitas tarefas e ficando desorganizado por isso, ela pode, por meio de lei (art. 48, XI da CF), criar um novo órgão, desconcentrando uma ou mais tarefas do antigo e resolvendo esse problema. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 6 2.2 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA A estrutura da Administração Indireta abriga tanto pessoas jurídicas de direito público (como as autarquias), quanto pessoas jurídicas de direito privado (como as empresas públicas e as sociedades de economia mista). As fundações, em princípio, são pessoas de direito privado, mas, quando criadas por lei, seguem o regime das autarquias e assumem, assim, personalidade de direito público (entidades autárquicas, no sentido amplo da expressão). A criação das entidades da Administração Indireta se dá mediante um processo de descentralização (art. 37, XIX e XX, da CF), que, por meio de lei, cria uma nova pessoa jurídica. Na descentralização a Administração Direta transfere parcela de sua competência para outra pessoa (geralmente jurídica), sem abrir mão de seu poder normativo e fiscalizatório. Pode a Administração transferir a própria titularidade do serviço, por lei, a pessoa jurídica, caso em que será o mesmo prestado pelas entidades integrantes da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista); ou pode repassar apenas a execução do serviço, mediante contrato ou ato unilateral, caso em que será o serviço prestado pelas concessionáriase permissionárias de serviços públicos. (SIGNORELLI, 2008, p. 19). Uma observação a ser feita é que nem todo ato de descentralização gera uma nova pessoa jurídica: a delegação de serviço público, por exemplo, constitui ato de descentralização que ocorre mediante parceria com uma pessoa jurídica já existente, para execução de um serviço público. 3 ATOS ADMINISTRATIVOS Ato emanado de órgão competente, no exercício legal de suas funções e em razão destas, ato administrativo é todo aquele que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. Já os fatos administrativos não se preordenam à produção de efeitos jurídicos. Quando revestido de todos os seus requisitos formais e materiais, o ato administrativo se diz eficaz; todavia, pode https://jus.com.br/tudo/sociedades 7 apresentar vícios ou defeitos, cuja gravidade enseja a seguinte classificação para os atos mal formados: inexistência; nulidade; anulabilidade e irregularidade. Segundo Meirelles (2011): Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. Cretella (2005) apresenta uma definição partindo do conceito de ato jurídico. Segundo ele, ato administrativo é: [...] a manifestação de vontade do Estado, por seus representantes, no exercício regular de suas funções, ou por qualquer pessoa que detenha, nas mãos, fração de poder reconhecido pelo Estado, que tem por finalidade imediata criar, reconhecer, modificar, resguardar ou extinguir situações jurídicas subjetivas, em matéria administrativa. Para Bandeira (2007) é a: [...] declaração do Estado (ou de quem lhe faça as vezes - como, por exemplo, um concessionário de serviço público) no exercício de prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei, a título de lhe dar cumprimento, e sujeitos a controle de legitimidade por órgão jurisdicional. Tal conceito abrange os atos gerais e abstratos, como os regulamentos e instruções, e atos convencionais, como os contratos administrativos. Assim o conceito geral de ato administrativo, seria aquele que é manifestado ou declarado pela administração pública, incumbido das prerrogativas do direito público, ou por meio dos particulares, também investido das prerrogativas do direito público, no qual possui como finalidade imediata a produção de efeitos jurídicos determinados, estando em conformidade com o interesse público e sob o regime predominantemente do direito público também. 8 3.1 REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS São necessários à formação do ato. Sem a convergência desses elementos, não se aperfeiçoa o ato, qual não terá condições de eficácia para produzir efeitos válidos. 1. Competência: é a primeira condição de sua validade; nenhum ato - discricionário ou vinculado - pode ser realizado validamente sem que o agente disponha de poder legal para praticá-lo; sendo um requisito de ordem pública, é intransferível e improrrogável pela vontade dos interessados, podendo ser delegada e avocada. 2. Finalidade: é o bem jurídico objetivado pelo ato administrativo. O Administrador não pode fugir da finalidade que a lei imprimiu ao ato, sob pena de nulidade do ato pelo desvio de finalidade específica. Havendo qualquer desvio, o ato é nulo por desvio de finalidade, mesmo que haja relevância social. 3. Forma: revestimento exteriorizador do ato administrativo, a vontade da administração exige procedimentos especiais e forma legal; todo ato administrativo, é, em princípio, formal. 4. Motivo: é a situação de direito que autoriza ou exige a prática do ato administrativo. 5. Objetivo: a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação do Poder Público. Pode ser vinculado ou discricionário. 3.2 ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS Atos Normativos: Aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando a correta aplicação da lei. Atos Ordinários: Visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. Emanam do poder hierárquico da Administração. Atos Negociais: Aqueles que contêm uma declaração de vontade do Poder Público coincidente com a vontade do particular. 9 Atos Enunciativos: Aqueles que se limitam a certificar ou atestar um fato, ou emitir opinião sobre determinado assunto. 3.3 CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS Os atos administrativos possuem uma classificação muito ampla, assim podemos evidenciar alguns que são mais comumente abordados no direito administrativo. Temos os atos vinculados e os atos discricionários. O primeiro é aquele no qual a administração pratica sem nenhuma margem de liberdade em sua decisão, ou seja, obedece ao que estar previsto na lei, não cabendo ao agente apreciar a oportunidade e conveniência administrativa da edição desse ato. Os atos discricionários são os que a administração pratica com uma certa liberdade na sua escolha, pois apesar de o ato estar previsto na lei, a mesma deixa uma margem quanto ao seu conteúdo, podendo a sua realização ser feita pela oportunidade e conveniência administrativa. Os atos gerais ou individuais outra modalidade de atos administrativos. Os primeiros são aqueles que não possuem destinatários determinados, ou seja, são atos abstratos. Os atos individuais são aqueles que possuem destinatários certos, produzindo os seus efeitos concretos diretamente sobre estes. Os atos internos são aqueles nos quais tem a finalidade de produzir os seus efeitos apenas no âmbito interno da administração, atingindo as pessoas e os órgãos diretamente ligados. Já os atos administrativos externos são aqueles que atingem a administração de uma forma geral. O ato administrativo simples é aquele que vai decorrer apenas de uma única manifestação de vontade de apenas um órgão ou colegiado, assim ele se completa a partir de sua manifestação, não dependendo de outros. O ato administrativo complexo é aquele que vai necessitar para a sua formação da manifestação de dois ou mais órgãos administrativos, só sendo considerado perfeito quando ocorrer essas manifestações. O ato administrativo composto é aquele que apesar de ser manifestado por apenas um órgão, ele necessita de um outro ato para que o aprove e assim possa estar apto a produzir os seus efeitos. Por fim, temos os atos administrativos constitutivos, extintivos, modificativos e declaratórios. Os atos constitutivos são aqueles que criam uma situação nova 10 para os seus destinatários, podendo ser o reconhecimento de um direito ou a imposição de uma obrigação. Os atos extintivos são aqueles que põe fim a uma determinada situação jurídica individual. Os atos modificativos são aqueles que alteram uma situação já existente, sem provocar a sua extinção, não suprimindo os direitos e obrigações já existentes. Os atos declaratórios é aquele no qual afirma a existência de um fato ou então de uma situação jurídica. 3.4 EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS Revogação: é a extinção de um ato administrativo legal e perfeito, por razões de conveniência e oportunidade, pela Administração, no exercício do poder discricionário. Cassação: modalidade de anulação do ato administrativo que, embora legítimo na sua origem e formação, torna-se ilegal na sua execução. Ocorre principalmente nos atos negociais. Anulação: é a supressão do ato administrativo, com efeito retroativo, por razões de ilegalidade e ilegitimidade. Caducidade: extinção de ato administrativo em consequência de norma jurídica superveniente, a qual impede a permanência da situação anteriormenteconsentida. 4 NATUREZA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A atividade administrativa traduz-se no gerenciamento dos bens e interesses públicos. Logo, concluísse que a natureza da Administração sob esse aspecto é de “múnus” público para quem exerce, e é dever de guarda, conservação e aprimoramento dos bens, serviços e interesses públicos. Assim percebesse que o administrador não é o proprietário dos bens, serviços e interesses públicos, mas o mero gerenciador deles, não podendo, portanto, abrir mão desse patrimônio sem que exista lei autorizativa. Marcuse (1964) referiu-se a natureza de tal racionalidade, desta forma: Diz-se que é substancialmente racional todo ato intrinsecamente inteligente que se baseia num conhecimento lúcido e autônomo de relações entre os fatos. É um ato que atesta a transcendência do ser humano, sua qualidade de criatura dotada de razão. 11 Ademais, importante ressaltar que a finalidade da atuação administrativa será sempre de satisfação e tutela do interesse público. Qualquer atuação que buscar finalidade diversa caracterizará desvio de finalidade. 5 FINS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Meirelles assinala que, numa visão global, a Administração é, pois, [...] todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. A Administração não pratica atos de governo; praticam, tão-somente, atos de execução, com maior ou menor autonomia funcional, segundo a competência do órgão e seus agentes. (MEIRELLES, 2010, p. 65-66). Hely Lopes Meirelles ainda refere: [...] na administração pública essas ordens e instruções estão concretizadas nas leis, regulamentos e atos especiais, dentro da moral da instituição. Daí o dever indeclinável de o administrador público agir segundo os preceitos do Direito e da Moral administrativa, porque tais preceitos é que expressam a vontade do titular dos interesses administrativos – o povo – e condicionam os atos a serem praticados no desempenho do múnus público que lhe é confiado. (MEIRELLES, 2010, p. 87). Dessa forma ressaltasse que os fins da Administração Pública resumem-se num único objetivo: o bem comum da coletividade administrada. Toda atividade do administrador público deve ser orientada para esse objetivo. Se dele o administrador se afasta ou desvia, trai o mandato de que está investido, porque a comunidade não institui a Administração senão como meio de atingir o bem- estar social. Ilícito e imoral será todo o ato administrativo que não for praticado no interesse da coletividade. 12 6 PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE O princípio da legalidade é inerente ao Estado de Direito, sendo um de seus pressupostos. Não há possibilidade de separar um e outro, visto que a completa submissão do Estado à lei é imprescindível para sua caracterização. O ilustre Bandeira de Mello (2013, p. 102) indica a relação deste princípio ao Estado de Direito, quando afirma que o princípio da legalidade “é específico do Estado de Direito, é justamente aquele que o qualifica e que lhe dá a identidade própria”. Já Hely Lopes Meirelles leciona que: [...] a legalidade, como princípio de administração, significa que o administrador público está, em toda sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. (MEIRELLES, 2010, p. 101). O administrador público deve observar o princípio da legalidade, sob pena de ser responsabilizado por improbidade administrativa. Na doutrina de Meirelles (2016, p. 93), os autores prelecionam que o administrador público está “sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal”. Alguns autores lecionam que o entendimento do princípio da legalidade tem evoluído para o conceito de juridicidade. Defendem esta corrente os autores João Trindade Cavalcante Filho e Gustavo Scatolino, que apontam a alteração no sentido de que a Administração “deve observar não só a lei, aos princípios expressos e implícitos na Constituição, e, ainda, outras fontes normativas”, mas há “todo um bloco de legalidade a ser observado” (TRINDADE; e, SCATOLINO, 2016). E este bloco de legalidade pressupõe o atendimento de todas as regras do ordenamento jurídico vigente. Concluísse que o princípio em comento é um dos pressupostos do Estado de Direito, visto que, para a garantia da ordem constitucional, o princípio da legalidade deve ser rigidamente seguido. Quanto a suas características, podemos inferir que elas reforçam outros princípios, como o da supremacia do 13 interesse público e da impessoalidade, que também são norteadores da atividade administrativa. 7 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE O princípio da impessoalidade busca garantir que a atuação da Administração Pública ocorra de forma isonômica a todos os administrados, devendo o administrador ao praticá-los visar o interesse de todos, uma vez que os bens geridos por ele são públicos e não particulares. Celso Antônio Bandeira de Mello conceitua de forma precisa o princípio da impessoalidade: “Nele se traduz a ideia de que a administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismo nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação administrativa e muito menos interesses sectários, de facções ou grupos de qualquer espécie. O princípio em causa é senão o próprio princípio da igualdade ou isonomia (MELLO, 2014, p. 114). ” O princípio da impessoalidade deve ser visto sob dois principais pontos, o primeiro diz respeito à finalidade do ato que ao ser exercido deve visar sempre à satisfação da coletividade, e, o segundo trata da vedação da promoção pessoal do administrador à custa das realizações da Administração Pública (ALEXANDRINO; PAULO, 2012). É neste sentido, inclusive, que se apresenta o art. 37, §1º, da CRFB que prevê que: [...] a publicidade dos atos, programas, […] do órgão público deverá ter caráter educativo […] não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. (BRASIL, 2014a). Isto é, as obras realizadas pelo poder e com verbas públicas não poderão servir de propaganda particular para o administrador. Ademais, no que diz respeito ao quesito finalidade do princípio impessoalidade, o Conselho Nacional de Justiça editou uma resolução proibindo o nepotismo, e 14 posteriormente o assunto foi inclusive sumulado pelo Supremo Tribunal Federal que assim previu: “Súmula Vinculante n.13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal (BRASIL, 2014b).” Sendo assim, o princípio da impessoalidade se faz presente em todos os assuntos que tratam da Administração Pública, devendo pautar toda e qualquer atuação do administrador, sob pena de ser considerado nulo o ato praticado sem que a impessoalidade seja observada. 8 PRINCÍPIO DA MORALIDADE Trata-se do princípio que impõe aos agentes públicos o dever de observância da moralidade administrativa. Nota-se que, quando a Constituição de 1988 definiua moralidade como padrão de comportamento, não houve juridicização de todas as regras morais vigentes na sociedade, assim, cumprindo a lei, automaticamente a moralidade seria atendida. Neste sentido leciona Fernanda Marinela: “O princípio da moralidade exige que a administração e seus agentes atuem em conformidade com princípios éticos aceitáveis socialmente. Esse princípio se relaciona com a ideia de honestidade, exigindo a estrita observância de padrões éticos, de boa-fé, de lealdade de regras que assegurem a boa administração e a disciplina interna da administração pública (MARINELA, 2014, p. 39).” Importante destacar ainda que a moralidade administrativa é diferente da moral comum. O princípio jurídico da moralidade exige respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade na prática diária de boa administração. 15 9 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE O princípio da publicidade vem do dever de divulgação oficial dos atos administrativos. Encarta-se, pois, no livre acesso dos indivíduos a informações de seu interesse e de transparência na atuação administrativa. Como os agentes públicos atuam na defesa dos interesses da coletividade, a proibição de condutas sigilosas e atos secretos é um corolário da natureza funcional de suas atividades. Hely Lopes Meirelles afirma que: “Publicidade é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos externos. Daí porque as leis, atos e contratos administrativos que produzem consequências jurídicas fora dos órgãos que os emitem exigem publicidade para adquirirem validade universal, isto é, perante as partes e terceiros. A publicidade não é elemento formativo do ato; é requisito de eficácia e moralidade. […]. Em princípio, todo ato administrativo deve ser publicado, porque pública é a administração que o realiza, só se admitindo sigilo nos casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior da administração a ser preservado em processo previamente declarado sigiloso (MEIRELLES, 2012, p. 96). ” Nota-se, desta forma, que é aceitável a limitação da publicidade dos atos administrativos, quando apenas as pessoas autorizadas, tais como os procuradores e os servidores terão acesso a estes visando à proteção de um bem jurídico mais do que o direito a publicidade. Portanto, a publicidade dos atos administrativos constitui medida voltada a exteriorizar a vontade da Administração Pública divulgando seu conteúdo para conhecimento público; tornar exigível o conteúdo do ato; desencadear a produção de efeitos do ato administrativo; e permitir o controle de legalidade do comportamento. 10 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA O princípio da eficiência foi acrescentado pela Emenda Constitucional n.19/98, visando: alcançar maior qualidade na atuação administrativa, rapidez no atendimento ao público, economia, entre outros. Neste sentido, preleciona Alexandre Mazza: “[…] Assim, o conteúdo jurídico do princípio da eficiência 16 consiste em obrigar a administração a buscar os melhores resultados por meio da aplicação da lei” (2012, p. 104). O renomado Hely Lopes Meirelles, definiu o princípio da eficiência, como: [...] o que se impõe a todo o agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento profissional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros”, e acrescenta que “o dever da eficiência corresponde ao dever da boa administração [...]. (MEIRELLES, 2002). Para a professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, [...] o princípio apresenta-se sob dois aspectos, podendo tanto ser considerado em relação à forma de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atuações e atribuições, para lograr os melhores resultados, como também em relação ao modo racional de se organizar, estruturar, disciplinar a administração pública, e também com o intuito de alcance de resultados na prestação do serviço público [...]. (DI PIETRO, 2002). Nota-se, portanto, que o princípio em comento impõe ao administrador o atendimento do interesse público, usando de sua competência para de forma eficaz garantir a melhor utilização dos recursos públicos. 17 REFERÊNCIAS EDITORIAL QUECONCEITO. SAO PAULO. Conceito de Administração pública. Disponível em: https://queconceito.com.br/administracao-publica. Acesso: 25/08/2020. MINTO. Rafael. Master Juris. Administração pública direta e indireta – Entenda as diferenças. Disponível em: https://masterjuris.com.br/administracao-publica-direta-e-indireta-entenda-as- diferencas/. Acesso: 25/08/2020. BRUZZI. Henrique. Administração pública direta e indireta. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/52138/administracao-publica-direta-e-indireta. Acesso: 25/08/2020. NASCIMENTO. Luana Santos. Atos administrativos. Disponível em: https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/9978/Atos-administrativos. Acesso: 26/08/2020. TUDO SOBRE CONCURSOS. Atos administrativos. 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