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DIREITO PENAL III - CCJ0241 Título Caso Concreto 3 Descrição CASO CONCRETO Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. No dia 20 de fevereiro do corrente ano, por volta das 09:30h, Jonas agrediu fisicamente sua ex-mulher Alaíde na presença de seu filho Bruno, de 12 anos. Conforme relatado em sede judicial por Alaíde e confirmado por seu filho, Jonas foi à casa de sua ex-mulher para acertar questões financeiras (relativas ao pagamento da pensão do filho), oportunidade em que, após a vítima ter falado algo que desagradou-o, o mesmo torceu o braço da vítima e atirou-a contra o muro, razão pela qual a mesma caiu ao chão, além de proferir-lhe xingamentos. Dos fatos, Alaíde restou arranhada na mão, no joelho e nas costas, conforme laudo do exame de corpo de delito. Ainda em sede judicial, Alaíde referiu que o ex-marido possui personalidade agressiva e que este seria o motivo do término do relacionamento. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os crimes contra a pessoa, responda de forma objetiva e fundamentada às questões formuladas. a) Qual a correta tipificação da conduta de Jonas? R: Por exclusão, afinal o legislador não define quando uma lesão corporal é leve, mas sim quando pode ser considerada de natureza grave ou gravíssima. Claramente Jonas é enquadrado no art. 129, caput do CP – “Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem”, isso porque houve uma ofensa à integridade corporal da vítima, um dano anatômico decorrente da agressão. No caso narrado houve consequências típicas de uma lesão corporal leve, os quais são: cortes, luxações, torções, escoriações, fraturas, etc. b) Pode Jonas alegar a exclusão da tipicidade material da conduta pela incidência do princípio da insignificância? Incontestavelmente, não. Apesar de a doutrina e a jurisprudência ter acatado em alguns casos a aplicação do Princípio da Insignificância, no que tange a lesão corporal leve, a atipicidade da conduta deve ser considerada irrisória, deste modo, não justificando a movimentação da máquina judiciária, com os custos inerentes a ela. Um exemplo clássico da doutrina é: uma leve alfinetada em alguém. Além de ser um fato de agressão familiar, enquadrado na Lei Maria Da Penha. c) É cabível a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos? Não, não existem quaisquer institutos que justifiquem isso, muito embora a lei Maria Da Penha não ter dispositivo que alegue a substituição. d) No caso apresentado, foi necessária a representação de Alaíde para que o Ministério Público deflagrasse a ação penal? Não é necessária a representação da vítima, uma vez que existe a Sum. 542 do STJ que veda isso. QUESTÃO OBJETIVA. Com relação aos delitos contra a pessoa, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: Estão corretas as assertivas: I. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves, ainda que decorram de violência doméstica contra a mulher. II. A incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias é espécie de lesão corporal de natureza grave, sendo que as referidas ocupações não condizem apenas com a atividade laboral exercida pela vítima na ocasião, abrangendo qualquer outra atividade costumeira, moral ou imoral, desde que lícita. III. Ao crime de lesão corporal culposa previsto no Código de Trânsito não se aplica o instituto do perdão judicial por ausência de expressa previsão legal. IV. Se a lesão for praticada contra integrante do sistema prisional em decorrência condição, a pena é aumentada de um a dois terços. a) I, II e III. Sustentação do item II: A atividade habitual a que se refere a lei é de qualquer ocupação rotineira, como por exemplo, andar na rua, andar de bicicleta, praticar esportes, etc. Portanto, não trata-se de uma qualificadora que que se refere especificamente à incapacitação para o trabalho. Sustentação do item III: Não se aplica pelo fato de que, se a lesão culposa for cometida na direção de veículo automotor, estará configurado crime mais grave, descrito no art. 303 do CTB, portanto, não há que se falar em perdão judicial. b) II, III e IV c) I, II e III. d) Somente as assertivas II e IIII. e) Somente as assertivas II e IV.
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