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Caso concreto aula 01: LEITURAS INDICADAS NO PLANO DE AULA E PELO SEU PROFESSOR. Filho acusado de concretar a mãe em armário é condenado por júri. Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/rio-grande-do-sul/filho-acusado-deconcretar- a-mae-em-armario-e-condenado-por-juri/. Postado em: 21 nov 2018, 15h36 Homem foi condenado a 27 anos de prisão; motivo do crime seria seguro de vida, segundo promotoria. O filho acusado de matar e concretar a mãe em um armário, em Porto Alegre, em maio de 2015, foi condenado a 27 anos de reclusão. A condenação ocorreu na última segunda-feira, 19, durante um júri que durou quase 12 horas. A sentença proferida pela juíza Karen Luise Boanova. O Ministério Público acusou Ricardo Jardim de matar a mãe, Vilma Jardim, de 74 anos, e concretá-la em um armário feito sob medida para a ocultação do cadáver. Segundo a promotoria, o motivo do crime seria um seguro de vida deixado pelo pai em nome da mãe. Durante o júri, o filho negou o crime. Segundo ele, os dois discutiram e ela pegou uma faca na cozinha e perfurou a própria garganta e a cabeça. Antes de morrer, teria feito carinho na mão do filho para acalmá-lo, segundo o depoimento dele. A discussão teria ocorrido porque ele acusou a mãe de alterar a dosagem de remédios e causar a morte do pai. Conforme o Tribunal de Justiça, o laudo mostrou 13 golpes e o réu confessou três. Diante do caso concreto apresentado, responda de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas: a) Com base nos estudos sobre os crimes contra a vida, tipifique a conduta do agente. Resp.: Se amolda ao crime previsto no art. 121, §2º, I e VI e § 4º, CP, c/c art. 211, tudo na forma do art. 69 do CP. O motivo torpe, se configura na ganancia de herdar o seguro de vida, o feminicídio em face da violência doméstica, com agravante pela idade da vítima se superior a 60 anos, bem como, a ocultação do cadáver, em concurso material de crimes b) Quais os elementos caracterizadores do feminicídio? Aplicam-se ao caso concreto? Resp.: Conforme o que descreve a doutrina, convém pontuar que não basta se tratar de homicídio de mulher para caracterizar o feminicídio, constitui condição determinante, que o homicídio seja praticado em razão gênero feminino, com menosprezo e discriminação a condição de mulher. Tal conduta se amolda, em razão da entrada em vigência da Lei 13.104, que inseriu o inciso VI, no §2º, II do art. 121 do CP, em 09/03/2015. c) São aplicáveis os institutos repressores da lei de crimes hediondos (lei n.8072/199 Resp.: Sim, tal fato se configura no que prevê a citada legislação, no que concerne o crime de homicídio duplamente qualificado conforme a previsão contida no art. 1º da Lei 8072/90. QUESTÃO OBJETIVA. Com relação ao delito de homicídio, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: I. É possível que o homicídio seja qualificado-privilegiado, desde que as qualificadoras sejam de natureza subjetiva. II. A descrição típica do homicídio funcional se caracteriza como norma penal do mandato em branco. III. O crime de homicídio admite interpretação analógica no que diz respeito à qualificadora que indica meios e modos de execução desse crime. IV. O perdão judicial pode ser aplicado em caso de homicídio culposo ou privilegiado. Estão corretas as assertivas: a) I, II e III. b) II, III e IV c) I, II e III. d) Somente as assertivas II e III. e) Somente as assertivas II e IV. Caso concreto aula 02: Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. Ana Luiza, de 19 anos, grávida de 6 semanas de seu namorado Felipe, 20 anos e com a finalidade de praticar um aborto conversou com várias amigas até ser convidada para ingressar em um grupo secreto de WhatsApp que gerencia a prática de abortos clandestinos. Soube por meio do grupo a forma com a qual poderia adquirir o medicamento cytotec e solicitou ao namorado que o comprasse, pois não dispunha do valor cobrado. Felipe realizou o depósito bancário de R$1.000,00 e o medicamento foi entregue, via correio, na residência de Ana Luiza que resolveu ingeri-lo durante a madrugada no mesmo dia. Das fortes contrações sofridas e consequente hemorragia após a expulsão incompleta do feto e placenta, Ana Luiza necessitou ser socorrida de emergência para fins de realização de uma curetagem. Na clínica na qual foi atendida não havia médico de plantão, razão pela qual Ana Luiza foi socorrida por uma enfermeira que necessitou realizar as manobras abortivas das quais culminaram a ablação do útero. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os crimes contra a vida, responda de forma objetiva e fundamentada às questões: a) Qual a correta tipificação das condutas de Ana Luiza e Felipe? Resposta: Ana Luiza responderá pelo crime previsto no art. 124 do CP, e FELIPE, responderá criminalmente como partícipe. O referido delito admite a participação desde que secundariamente, consistente em induzimento, instigação ou auxílio. Se FELIPE atuasse diretamente para causar o resultado, não seria partícipe, mas assim, incluso no delito que versa o art. 126 do CP. b) Com relação à ablação do útero em decorrência do procedimento abortivo, Felipe poderia ser responsabilizado pelo resultado mais gravoso? Resposta: Não se amolda, já que FELIPE não atua diretamente para causar a interrupção da gestação, para surgir em desfavor de FELIPE, a autoria prevista no art. 126 do CP, progredindo o delito para lesão corporal de natureza grave. Na condição de partícipe, apenas responderá pelo art. 124 do CP. c) A conduta da enfermeira tem relevância jurídico-penal? Resposta: Não, em face do risco, a enfermeira procedeu corretamente, usando os meios necessário para salvar a vida de Luisa. QUESTÃO OBJETIVA. Com relação aos delitos contra a vida, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: I. Suponha que uma agente forneça a um amigo um poderoso veneno de rato para que ele o utilize como meio para seu suicídio. Caso ele venha a ingerir o veneno, mas sobreviva com lesões corporais graves é correto afirmar que a conduta e quem forneceu o veneno se configura como tentativa de homicídio. II. A sentença concessiva do perdão judicial é meramente declaratória de extinção de punibilidade e não gera reincidência. III. Agente que, depois de iniciado parto caseiro, mas antes de completá-lo, sob influência do estado puerperal, mata o próprio filho pratica o crime de infanticídio. IV. Se a mãe não quis ou assumiu o risco da morte do filho, não se configura crime de infanticídio, em qualquer das formas, eis que inexiste para o crime de infanticídio forma culposa. V. O aborto com consentimento? da gestante constitui exceção à teoria monística adotada pelo Código Penal. Estão corretas as assertivas: a) I, II e III. b) II, III , IV e V c) I, II e III. d) Somente as assertivas II e IIII. e) Somente as assertivas II e IV. Caso concreto aula 03: Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. No dia 20 de fevereiro do corrente ano, por volta das 09:30h, Jonas agrediu fisicamente sua ex-mulher Alaíde na presença de seu filho Bruno, de 12 anos. Conforme relatado em sede judicial por Alaíde e confirmado por seu filho, Jonas foi à casa de sua ex-mulher para acertar questões financeiras (relativas ao pagamento da pensão do filho), oportunidade em que, após a vítima ter falado algo que desagradou-o, o mesmo torceu o braço da vítima e atirou-a contra o muro, razão pela qual a mesma caiu ao chão, além de proferir-lhe xingamentos. Dos fatos, Alaíde restou arranhada na mão, no joelho e nas costas, conforme laudo do exame de corpo de delito.Ainda em sede judicial, Alaíde referiu que o ex-marido possui personalidade agressiva e que este seria o motivo do término do relacionamento. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os crimes contra a pessoa, responda de forma objetiva e fundamentada às questões formuladas. a) Qual a correta tipificação da conduta de Jonas? Resposta: Lesão corporal leve. b) Pode Jonas alegar a exclusão da tipicidade material da conduta pela incidência do princípio da insignificância? Resposta: Não se amolda, já que se configura caso típico de agressão familiar, cabendo a aplicação da lei Maria da Penha, descartando a aplicação do princípio da insignificância. c) É cabível a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos? Resposta: Neste caso não, já que o as sanções previstas na Lei Maria da Penha não podem ser substituídas por pena alternativa. d) No caso apresentado, foi necessária a representação de Alaíde para que o Ministério Público deflagrasse a ação penal? Resposta: Conforme a Lei 9099/95, tem a necessidade de representação do autor, todavia, a Lei Maria da Penha, não tem a possibilidade de substituição de pena. QUESTÃO OBJETIVA. Com relação aos delitos contra a pessoa, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: Estão corretas as assertivas: I. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves, ainda que decorram de violência doméstica contra a mulher. II. A incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias é espécie de lesão corporal de natureza grave, sendo que as referidas ocupações não condizem apenas com a atividade laboral exercida pela vítima na ocasião, abrangendo qualquer outra atividade costumeira, moral ou imoral, desde que lícita. III. Ao crime de lesão corporal culposa previsto no Código de Trânsito não se aplica o instituto do perdão judicial por ausência de expressa previsão legal. IV. Se a lesão for praticada contra integrante do sistema prisional em decorrência condição, a pena é aumentada de um a dois terços. a) I, II e III. b) II, III e IV c) I, II e III. d) Somente as assertivas II e IIII. e) Somente as assertivas II e IV. Caso concreto aula 04: Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. Janete e Ademar tiveram um relacionamento amoroso por aproximadamente dois meses, tendo Janete terminado o relacionamento, fato não aceito por Ademar que começou a importuná-la por whatsapp, o que a obrigou a bloqueá-lo no referido aplicativo. Inconformado, Ademar criou um perfil falso da ex-namorada no face book no qual postou fotos de Janete de biquini em uma praia com todos os contatos dela, como telefone, redes sociais e endereço, dando a entender o oferecimento de serviços de natureza sexual. Sendo certo que as postagens foram feitas no dia 05 de maio de 2017 e que Janete visualizou o falso perfil uma semana após as postagens, conforme relato de amigos que descobriram a conduta de Ademar, após sete meses do conhecimento ocorrido, Janete procura um advogado a fim de propor a ação penal em face de Ademar. Ante o exposto, responda de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas sobre os crimes contra a honra. 1. Qual a correta tipificação da conduta de Ademar? A conduta de Ademar, se amolda em Injúria e difamação, concurso de crimes, crime contra a autoestima e a dignidade. 2. Qual a tese defensiva a ser apresentada por Ademar? Resposta: Concurso formal impróprio, ocorrei a decadência, já que inspirou o prazo de 6 meses, não havendo a devida representação dentro deste período. QUESTÃO OBJETIVA. Com relação aos delitos contra a honra, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: Estão corretas as assertivas: I. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia, difamação ou injúria, fica isento de pena. II. Policial Militar que forja situação de flagrância, a fim de increpar indivíduo que sabe inocente e, com isso, dá causa à instauração de inquérito policial, comete crime de calúnia. III. Não constituem injúria ou difamação punível a ofensa não excessiva praticada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu advogado e a opinião da crítica literária sem intenção de injuriar ou difamar. IV. O juiz pode deixar de aplicar a pena na injúria no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. a) I, II e III. b) II, III e IV c) I, II e III. d) Somente as assertivas II e IIII. e) Somente as assertivas III e IV. Caso concreto aula 05: Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. No dia 05 de abril de 2017, Agostinho, segurança particular contratado para um show musical surpreendeu Toby usando, sem autorização, um banheiro químico da área VIP do show. Em verdade, Toby sequer possuía ingressos para o evento. Agostinho irritado com a conduta, com emprego de arma de fogo e após discussão sobre o uso indevido do banheiro químico, ameaçou Toby de morte. Dos fatos, Agostinho restou acusado pelo delito de ameaça, previsto no art.147, do Código Penal. Na fase inquisitiva negou o uso da arma de fogo, confessou que, se fosse agredido, mataria seu contendente, bem como alegou que, face à provocação e ofensas de Toby, se encontrava extremamente nervoso e exaltado, razão pela qual não houve seriedade na ameaça proferida. Cabe salientar que, após a ameaça e em decorrência do estado alterado de Agostinho, Toby buscou abrigo no interior de um ônibus que se encontrava no estacionamento do evento musical e lá permaneceu até o final do evento. Diante do caso narrado, responda: a tese defensiva de exaltação de ânimo ou irritação de Agostinho deve prosperar? Responda de forma objetiva e fundamentada. Resposta: A ameaça no calor da exaltação, não pode ser considerado como ameaça, mas sim, uma ausência de serenidade nas palavras proferida, bem com não se encontra presente o dolo da ameaça, não havendo gravidade no caso concreto. Porém, a promessa de lesão futura, aí sim, pode ser enquadrada como ameaça. QUESTÃO OBJETIVA. Com relação aos delitos contra a liberdade individual, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: Estão corretas as assertivas: I. O crime de tráfico de pessoas consiste em agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; submetê-la a qualquer tipo de servidão; adoção ilegal ou exploração sexual. II. O crime de tráfico de pessoas poderá ser caracterizado ainda que haja consentimento da vítima. III. Médico, ao realizar transfusão de sangue em menor, sem o consentimento dos pais, ainda que para salvá-lo de risco iminente de morte, pratica o crime de constrangimento ilegal, previsto no artigo 146, do Código Penal. IV. O delito de invasão de dispositivo informático se configura como delito material, de modo que se consuma somente com a produção de resultado lesivo à vítima, como por exemplo, prejuízo econômico. a) I, II e III. b) II, III e IV c) I, II e III. d) Somente as assertivas I e II. e) Somente as assertivas III e IV. Caso concreto aula 06: Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. Kethlen e Michael, de forma livre e consciente, com inequívoco ânimo de apossamento definitivo de coisa alheiamóvel, subtraíram para ambos, dez unidades de creme de hidratação, marca NIVEA, no valor total de R$ R$ 174,94 (cento e setenta e quatro reais e noventa e quatro centavos) do interior de uma loja da rede Lojas Americanas, no Shopping Park Europeu, na cidade de Blumenau. Ao tentar sair da loja foram abordados por Charles, funcionário do estabelecimento que assistira a toda a conduta através do sistema interno de filmagens, argumentando no sentido do conhecimento do que haviam feito e necessidade de devolução dos itens subtraídos. Em seguida policiais militares foram acionados acerca dos fatos e ambos foram presos em flagrante delito. Diante da situação hipotética responda às questões formuladas. 1. Qual a correta tipificação da conduta de Kethlen e Michael? Resposta: A conduta, se amolda no art. 155, do CP, furto qualificado pelo concurso de 2 ou mais pessoas. In verbis CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940 Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: IV - Mediante concurso de duas ou mais pessoas 2. Kethlen e Michael apresentaram sucessivamente duas teses defensivas, a saber: (i) reconhecimento da incidência do princípio da insignificância para fins de exclusão da tipicidade material da conduta e (ii) que o crime fora impossível, uma vez que a conduta dos agentes foi monitorada pelas câmeras de segurança, o que tornou impossível a consumação do delito. Responda, de forma objetiva e fundamentada, se os argumentos defensivos devem prosperar. Resposta: A jurisprudência, não aceita o princípio da insignificância no furto qualificado. Afastamento, presença seguranças e câmeras vigilância, que não ilidem absolutamente a consumação do delito e o consequente prejuízo da vítima, não se configura em prerrogativa de crime impossível. QUESTÃO OBJETIVA. Com relação ao delito de furto, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: I. O agente que tenta adentrar em estabelecimento ainda que com o intuito de subtrair coisa alheia móvel, mas, por circunstâncias alheias à sua vontade, não efetiva a empreitada criminosa, comete o crime de dano. II. Para se caracterize o furto de uso é necessário que o bem seja infungível, a ausência de especial fim de agir de assenhoreamento definitivo para si ou para outrem e que haja restituição imediata e integral ao sujeito passivo. III. Em relação à consumação do delito de furto, adota-se a teoria da amotio, segundo a qual o crime se consuma quando o agente desloca ou remove a res furtiva da esfera de vigilância da vítima, sendo prescindível a posse mansa e pacífica da mesma. IV. Conforme entendimento sedimentado do Superior Tribunal de Justiça, aplicam-se às qualificadoras objetivas e subjetivas do furto a causa de aumento de pena do repouso noturno e a forma privilegiada. V. A ligação direta realizada para efeito de subtração de veículo é considerada a qualificadora do inciso III, § 4º, art. 155, CP, consistente em chave falsa. https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91614/CP-Decreto-Lei-no-2848-de-07-de-Dezembro-de-1940#art-155 Estão corretas as assertivas: a) I, II e III. b) II, III e IV c) I, II e III. d) Somente as assertivas II e III. e) Somente as assertivas II e V. Caso concreto aula 07: Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. Ana Eliza foi surpreendida por João quando chegava à porta da sua garagem, por volta das 20h de uma quinta-feira. João em posse de uma arma de fogo anunciou um assalto e determinou que a ofendida passasse para o banco do passageiro, subtraindo-lhe seu carro fiat/palio, uma aliança em ouro, um relógio da marca Michael Kors, uma bolsa preta da mesma marca que o relógio, um telefone celular, tipo Iphone, modelo 8, óculos de sol, marca Ray Ban e documentos pessoais. Depois da abordagem João tomou a direção do automóvel, dirigindo-se a um bairro próximo da casa de Ana Eliza e, mediante grave ameaça exercida com o uso de arma de fogo, visando obter para si indevida vantagem econômica, no interior da agência do Banco Itaú, constrangeu a vítima, a sacar de sua conta corrente e repassar-lhe a quantia de R$ 2.000,00 ( dois mil reais). Circulou com o veículo e a vítima por cerca de uma hora, parou o automóvel próximo a um posto de gasolina e libertou Ana Eliza. Dos fatos, João restou denunciado pelos crimes de roubo e extorsão. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre crimes contra o patrimônio, responda às questões formuladas. 1. Qual a correta tipificação da conduta de João? Responda, de forma objetiva e fundamentada? Resposta: A conduta de João, se amolda ao roubo majorado pelo emprego de arma de fogo e restrição de liberdade da vítima em concurso material de crimes com o delito de extorsão qualificado pela restrição de liberdade da vítima (artigo 157, §§2º , inciso V e 2º - A, inciso I, c/c artigo 158, § 3º e artigo 69, todos do Código Penal). In verbis CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018). V - Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) I – Se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91614/CP-Decreto-Lei-no-2848-de-07-de-Dezembro-de-1940#art-157 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91614/CP-Decreto-Lei-no-2848-de-07-de-Dezembro-de-1940#art-158_par-3 § 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009) Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, prática dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 2. Suponha que João apresente, sucessivamente, as seguintes teses defensivas, a saber: (i) a absolvição do crime de roubo reconhecendo-se um único crime nas condutas praticadas pelo réu, em razão do instituto da progressão criminosa; (ii) o afastamento da circunstância relativa ao emprego de arma de fogo, uma vez que nenhum armamento foi apreendido com o réu. Responda, de forma objetiva e fundamentada se os argumentos defensivos devem prosperar? Resposta: Os argumentos defensivos não devem prosperar, tendo em vista que ocorreu roubo e extorsão. João, roubou o veículo e os objetos pessoas da vítima, conduziu a vítima, sob grave ameaça de arma de fogo e cometeu o crime de extorsão, forçando a vítima sacar R$ 2.000,00 da sua conta do Banco ITÙ, mesmo a arma não sendo encontrada, existem outras agravantes referentes a conduta criminosado agente. QUESTÃO OBJETIVA. Com relação ao delito de furto, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: I. É crime de extorsão mediante sequestro a conduta denominada de sequestro-relâmpago (ocorre quando os agentes abordam a vítima, restringem sua liberdade e com ela se deslocam e a caixas eletrônicos, com intuito de fazer saques em dinheiro). II. Agente que comete crime de roubo contra seu tio, não idoso e com o qual coabita, só pode ser denunciado pelo delito de roubo se houver representação do seu tio para a propositura da ação penal. III. O denominado sequestro relâmpago se configura como uma qualificadora do delito de extorsão e, segundo entendimento jurisprudencial dominante, não é considerado delito hediondo ainda que seja qualificado pelo resultado morte. IV. Agente que aponta um revólver para a cabeça da vítima, fazendo com que esta lhe entregue sua carteira com dinheiro, comete crime de extorsão, visto ter sido o comportamento da vítima útil a subtração. Por outro lado, caso o agente aponte um revólver para a cabeça da vítima e a obrigue a sacar dinheiro de um caixa eletrônico, o crime será de roubo majorado pelo emprego de arma de fogo. V. O crime de extorsão difere-se do crime de extorsão mediante sequestro, pois este último é uma forma qualificada de extorsão, sendo que todas as suas formas são consideradas como crimes hediondos, diferentemente do crime de extorsão, onde apenas o resultado morte é que gerará a tipificação de crime hediondo. Estão corretas as assertivas: a) I, II e III. b) II, III e IV c) I, II e III. d) Somente as assertivas II e IIII. e) Somente as assertivas III e V. Caso concreto aula 0:8 Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. Mariana teve seu número de whatsapp clonado por Aguinaldo. O agente, se fazendo passar por Mariana, enviou diversas mensagens aos seus contatos pedindo dinheiro emprestado. Cabe salientar que ela somente descobriu que seu número fora clonado quando seus conhecidos passaram a lhe enviar mensagens, solicitando o número da conta bancária para depósito, uma vez que o aplicativo continuou funcionando normalmente em seu celular sem alerta/sinalização de qualquer fraude. Sendo certo que Aguinaldo não logrou êxito na obtenção de qualquer vantagem econômica, tipifique sua conduta com base nos estudos realizados sobre os crimes contra o patrimônio e liberdade individual. Responda de forma objetiva e fundamentada. O caso concreto em tela, se amolda ao disposto no art. 154-A do CP (Lei Carolina Dickeman), Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita c/c art. 171 e art. 14 (tentativa) do CP, concurso material. Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento. Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - Tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. QUESTÃO OBJETIVA. Com relação aos delitos contra o patrimônio, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: I. No estelionato, a torpeza bilateral não afasta a tipicidade do crime, já que o ordenamento brasileiro não aceita a compensação de delitos. II. Suponha que um agente subtraia R$1.000,00 de seu pai, não idoso, mediante o emprego de grave ameaça com um facão de cozinha. Neste caso, somente poderá ser oferecida a denúncia se houver a representação do pai. III. No furto mediante fraude o agente usa de um meio fraudulento para reduzir a vigilância da vítima sobre o bem e facilitar a subtração, enquanto no estelionato o agente usa de um meio fraudulento para enganar a vítima e fazer com que a mesma entregue seu patrimônio. No primeiro caso a redução da vigilância sobre o bem visa à sua subtração, enquanto no estelionato não há redução de vigilância sobre o bem, mas o vício/erro sobre a conduta do sujeito passivo, que entrega o bem voluntariamente ao agente. IV. Cláudio locou de Paulo uma residência mobiliada. No fim do contrato, devidamente notificado, Cláudio deixou o imóvel levando consigo os móveis que o guarneciam. Nesta situação hipotética é correto afirmar que Cláudio praticou o delito de furto qualificado pelo abuso de confiança. V. O agente que, simulando ser manobrista de estacionamento, recebe o veículo do cliente para estacioná-lo e, ao invés disso, vende o carro para terceira pessoa, comete o delito de estelionato. Estão corretas as assertivas: a) I, II e III. b) II, III e IV c) I, II e III. d) Somente as assertivas II e IIII. e) Somente as assertivas I, III e V. Caso concreto aula 09 Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. No período compreendido entre os dias 10 e 24 de janeiro de 2017, por três vezes, em horários diversos, Marcus constrangeu, mediante grave ameaça, Adelaide, de 14 anos de idade na época do fato, a ter conjunção carnal. Nas três ocasiões, Marcus, na condição de tio da vítima, aproveitando-se do fato de a vítima encontrar-se sozinha em casa na parte da manhã, dirigia-se até a sua residência e a constrangia a manter com ele conjunção carnal, sob ameaça de morte se caso contasse o fato para alguém. No mesmo período, Marcus constrangeu, mediante grave ameaça, Adma, de 16 anos de idade na época do fato e irmã de Adelaide a permitir que com ela se pratique ato libidinoso. Na ocasião, Marcus, também valendo-se da condição de tio da vítima, dirigiu-se até o quarto onde ela dormia e passou a mão sobre seu corpo, além de beijos e introdução dos dedos na sua vagina, ameaçando-a de que se contasse o fato para alguém algum mal aconteceria com a sua mãe e sua irmã. Carla, mãe das jovens e irmã de Marcus, desconfiou que havia algo errado com as filhas e conseguiu que elas contassem todo o ocorrido. Tão logo soube dos fatos, Carla foi à delegacia de polícia. Dos fatos, Marcus restou denunciado por crimes contra a dignidade sexual. Ante a situação hipotética apresentada, responda às questões formuladas: a) Qual a correta tipificação das condutas de Marcus? Responda de forma objetiva e fundamentada. A questão apresenta uma situação hipotética na qual o agente, valendo-se da condição de tio pra ticou estupros qualificados pela idade das vítimas (art.213, §1º, CP) de modo a adequar- se às condutas as modalidades de continuidade delitiva específica prevista no art. 71, parágrafo único, CP. Ainda, aplica-se à conduta a causa de aumento prevista no art. 226, inc. II, haja vista ser o tio das vítimas. Por fim, aplica-se o disposto no art.1º, inciso V, da lei n. 8.072/90. b) Qual a espécie de concurso de crimes aplicável ao caso concreto? Responda de forma objetiva e fundamentada. Evidente a ocorrência do crime continuado específico, previsto no art. 71, parágrafo único, CP (três vezes contra a vítima da primeira imputação e uma vez contra a vítima da terceira imputação). c) Caso Carla, após ter conhecimento dos fatos, se omitisse a fim de proteger seu irmão poderia à sua conduta ser imputada responsabilidade penal? Neste caso impõe-se conceber a omissão imprópria prevista no art.13§2º, a, do Código Penal. d) Incidem sobre as condutas os institutos repressores da lei de crimes hediondos? Observe que apesar de estar tipificado no CódigoPenal, o julgador, ao se deparar com algum caso do tipo, deverá observar alguns elementos do crime hediondo, como a progressão de regime, que é diferenciada, a prisão temporária do réu e demais fatores que revelam sensível gravidade, a possibilidade de poder recorrer ou não em liberdade, dependendo do Juiz. QUESTÃO OBJETIVA. Com relação aos delitos contra a dignidade sexual, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: I. Em regra, os crimes contra a liberdade sexual são julgados mediante ação penal pública condicionada à representação da vítima. II. o estupro coletivo, causa de aumento de pena, é aplicável nos casos em que o estupro for praticado por, no mínimo, 3 agentes. III. o delito de importunação sexual apresenta-se como figura típica subsidiária e se configura como infração penal de menor potencial ofensivo. IV. O delito de assédio sexual se caracteriza como delito formal, logo se consuma no momento em que é realizado o constrangimento à vítima, independentemente da obtenção da vantagem ou favorecimento sexual. V. Pode-se caracterizar o crime de estupro mesmo que o sujeito ativo não exerça o toque físico no corpo da vítima para a consumação do ato. Estão corretas as assertivas: a) I, II e III. b) II, III e IV c) I, II e III. d) Somente as assertivas II e IV. e) Somente as assertivas IV e V. Caso concreto aula 10 Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. Jonas, 32 anos, conheceu Anabella, 13 anos, em uma festa junina na cidade de Mata de São João e, valendo-se da inexperiência de Anabella propôs que namorassem. Convencida, cedeu às promessas de Jonas e manteve relações sexuais com ele vindo a engravidar. Após a prática da conjunção carnal, Jonas deixou de falar com Anabella que, desesperada ao saber da gravidez, contou aos pais o ocorrido. Os fatos foram levados a conhecimento das autoridades públicas e João denunciado. Ante a situação hipotética apresentada, responda às questões formuladas: a) Qual a correta tipificação da conduta de Jonas? Responda de forma objetiva e fundamentada. Resposta: A conduta do agente se amolda ao art. 217-A do CP, Estupro de vulnerável, ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos. b) A gravidez de Anabella possui relevância jurídico-penal? Responda de forma objetiva e fundamentada. Resposta: A lei nº 13.718 de 2018, acrescentou o inciso III ao art. 234-A do CP, no qual prevê que deverá ser aumentada de metade a 2/3, se do crime resultar gravidez. Parte da doutrina sustenta que tal causa de aumento possui fundamento em relação aos delitos de estupro e estupro de vulnerável, a contrário sensu, a previsão de exclusão de responsabilidade penal a gestante que pratica o aborto nos casos previstos no art. 128, II do CP (Grego, Rogério, pág.963 e 964, 2019). c) Em fase inquisitorial Jonas confessou ter ciência da idade de Anabella, bem como o fato de que somente se aproximou da jovem para ter relações sexuais, todavia afirmou que a jovem consentiu com tudo o que fizeram, o que fora confirmado por Anabella, logo sua conduta não configuraria crime. A tese defensiva de Jonas deve prosperar? Como já comentamos acima, a questão apresenta uma situação hipotética na qual a conduta do a gente se configura como estupro de vulnerável valendo serem observadas as seguintes controvérsias: (I) irrelevância do consentimento do ofendido, bem como a experiência sexual do menor de catorze anos para fins de caracterização do delito. Durante muito tempo se discutiu acerca da caracterização da vulnerabilidade como absoluta ou relativa com o fim de flexibilizar o disposto no art.217-A, CP e excluir a tipicidade material da conduta caso o menor de catorze anos tivesse , no caso concreto, capacidade para consentir com a prática do ato sexual (neste sentido Guilherme de Souza Nucci sustentava que a vulnerabilidade era relativa para o adolescente - conceito extraído da lei n. 8069/1990, ou seja, para a criança com idade igual ou superior a12 anos). Com o advento da Súmula n. 593 do Superior Tribunal de Justiça, firmou-se o entendimento no sentido de que a vulnerabilidade seria absoluta. Atualmente estabelece expressamente o § 5º, do a rt.217-A, do Código Penal que o consentimento do ofendido, bem como a anterior prática de relações sexuais não afasta a tipicidade do delito de estupro de vulnerável, ou seja, a vulnerabilidade passou a ser absoluta por expressa previsão legal com o advento d a lei n. 13.7 18, de 2018. QUESTÃO OBJETIVA. Com relação aos crimes contra a dignidade sexual, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: I. Nos crimes contra a liberdade sexual e nos crimes sexuais contra vulnerável a ação penal procede-se mediante ação penal pública incondicionada. II. A conduta de divulgar, por qualquer meio de comunicação ou sistema de informática, como por exemplo, facebook, fotografia ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável, configura crime com pena prevista de reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, desde que o fato não constitua crime mais grave. III. Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável se caracteriza como delito hediondo. IV. A vulnerabilidade prevista no art.217-A, CP, possui caráter relativo de modo a ser afastada a tipicidade da conduta no caso de consentimento da vítima para a prática dos atos sexuais. V. A conduta de induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem se configura como uma qualificadora do delito de estupro de vulnerável. Estão corretas as assertivas: a) I, II e III. b) II, III e IV c) I, II e III. d) Somente as assertivas II e IV. e) Somente as assertivas IV e V. Caso concreto aula 11 Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. Durante o período de um ano, Bruno e Roberta, com vontades livres e conscientes, mantiveram, por conta própria, com intuito de lucro, estabelecimento em que ocorria exploração sexual. Durante este período mantiveram em seu estabelecimento, também conhecido como casa de shows e bar, aproximadamente, dez mulheres, que lá exerciam a prostituição, percebendo de cada uma o valor de R$ 45,00 (quarenta e cinco reais) por programa realizado. A casa na qual as mulheres atendiam possuía doze quartos, tendo cada mulher um quarto específico para seu uso para fins de realização de programas. Em fase inquisitorial Bruno, Roberta e as dez mulheres que realizavam programas foram ouvidos. O casal Roberta e Bruno declarou que cada mulher estabelecia seu preço no programa e que a casa ficava com R$ 45,00 (quarenta e cinco reais) de cada programa. Acrescentou que, na eventualidade de uma garota não fazer programa no dia, permanecia a dívida de R$ 45,00 (quarenta e cinco reais). Desta forma, suscitou como defesa que somente alugava os quartos, sem participação nos programas feitos pelas garotas. De outro lado, as mulheres afirmaram que trabalhavam como garota de programa, que não pagavam para morar no quarto da casa, mas tinham como condição fazer programas e gerar lucro para a casa. Ainda, informaram que o cliente pagava o programa à garota, bem como o fato de que recebiam da casa um cronômetro para controlar o tempo dos programas e preservativos e que, ao final de cada programa, entregavam o dinheiro a Bruno, que administrava o local. Dos fatos, Bruno e Roberta restaram denunciados. Com base nos estudos realizados, responda às questões formuladas: a) Quala correta tipificação da conduta de Roberta e Bruno? Responda de forma objetiva e fundamentada. Resposta: A conduta de Roberta e Bruno se amolda ao insculpido no art. 229 do CP- manter casa de prostituição para fins de exploração de atividade sexual, razão pela qual a tese defendida não prosperará. b) A tese defensiva deve prosperar para fins de exclusão de tipicidade da conduta? Responda de forma objetiva e fundamentada. Resposta: Pelo fato de Roberta e Bruno receberem um percentual de cada garota de programa, referente pagamento realizado pelos clientes, bem como gerenciar as atividades da casa, por si, configura o disposto no artigo 229 do CP, fazendo ruir a tese de defesa. QUESTÃO OBJETIVA. Com relação às condutas de lenocínio e ultraje público ao pudor, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: I. A conduta de “prostituição” é atípica. Típica é a conduta de quem (terceiro) a explora. Para a caracterização da figura típica descrita no art.228, do Código Penal exige-se a habitualidade da conduta. II. A figura típica descrita no art.229, do Código Penal, consuma-se com a efetiva manutenção do estabelecimento para fins de exploração sexual, independentemente da ocorrência efetiva de ato libidinoso, bem como do agente auferir lucro. III. No confronto entre os delitos previstos no art.228 e 229, do Código Penal, quando praticados no mesmo contexto fático, o delito de casa de prostituição absorverá aquele por configurar crime-meio. IV. No confronto entre os delitos previstos no art.229 e 230, do Código Penal, quando praticados no mesmo contexto fático, o delito de casa de prostituição absorverá o delito de rufianismo por configurar crime-meio. V. A figura típica de ato obsceno pode ser praticada em local público, mas não em local particular exposto ao público. Estão corretas as assertivas: a) I, II e III. b) II, III e IV c) I, II e III. d) Somente as assertivas II e IV. e) Somente as assertivas IV e V. Comentário: Não obstante severas críticas por parte da doutrina e da jurisprudência quanto à desnecessidade de se incriminar uma conduta tolerada, senão aceita, por grande parte da população, o legislador ordinário manteve o art. 229, cuja redação passou a ser a seguinte: “Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente”. Observa-se que a grande inovação introduzida pela Lei 12.015/09 foi substituir casa de prostituição ou lugar destinado a encontro para fins libidinosos por estabelecimento em que ocorra a exploração sexual. Esta última expressão passou a abranger não só os prostíbulos, mas qualquer estabelecimento que venha a servir de abrigo para a prática habitual de comportamentos que denotem exploração sexual. A pena prevista no tipo penal permaneceu de 2 (dois) a 5 (cinco) anos de reclusão e multa. Por mais nobre que seja a intenção do legislador de tutelar a dignidade sexual das pessoas, o tipo penal previsto no art. 229 do Código Penal na prática não tem se mostrado eficaz. Segundo o Prof. Rogério Greco: “a existência de tipos penais como o do art. 229 somente traz descrédito e desmoralização para a Justiça Penal (Polícia, Ministério Público, Magistratura, etc.), pois que, embora sendo do conhecimento da população em geral que essas atividades são contrárias à lei, ainda assim o seu exercício é levado a efeito com propagandas em jornais, revistas, outdoors, até mesmo em televisão, e nada se faz para tentar coibi-lo”. Nesse mesmo sentido, esclarece Guilherme de Souza Nucci: “os que forem contrários aos locais de prostituição devem buscar sanar o que consideram um problema através de campanhas de esclarecimento ou educação moral, mas jamais se valendo do direito penal, que há muito tempo se mostra ineficaz para combater esse comportamento”. Ainda, para corroborar esse entendimento, faz-se necessário a transcrição de alguns julgados de nossos tribunais: “Não há falar em crime previsto no art. 229 do CP, quando a própria sociedade tolera a existência de casa de prostituição. O desuso da norma do art. 229 do CP, por ser habitualmente inaplicada, faz letra morta o dispositivo. Precedente desta Corte”. (TJDF, APR 1880598, 2ª T., Crim., Rel. Ribeiro de Sousa, j. 24/9/1998, DJ 26/5/1999, p. 92). “Não se caracteriza o delito de casa de prostituição quando a boate destinada a encontros amorosos funciona na chamada zona do meretrício com pleno conhecimento e tolerância das autoridades administrativas bem como da sociedade local”. (TJPR, 4ª Câm. Crim., Ac 0352174-4 Arapongas, Rel. Des. Antônio Martelozzo, um., j. 19/10/2006). “Forte corrente jurisprudencial vem entendendo que o tipo penal descrito no art. 229 do CP está sofrendo um verdadeiro processo de despenalização, em decorrência da institucionalização da prostituição no tecido social”. (TJRS, ACR 70015569288, 8ª Câm. Crim., Rel. Sylvio Baptista Neto, pub. 2/5/2008). “Casa de prostituição é conduta que vem sendo descriminalizada pela jurisprudência, em face da liberação dos costumes, e por isso, quando não há notícia que envolva menores, como no caso concreto, considera- se atípica”. (TJRS, ACR 70022554778, 5ª Câm. Crim., Rel. Genacéia da Silva Alberton, pub. 25/4/2008). Diante disso, caberá aos tribunais superiores resolver essa dicotomia, fazendo uma análise do novo art. 229 do Código Penal à luz dos princípios que norteiam o ordenamento jurídico-penal. A título de exemplo, cumpre mencionar o Princípio da fragmentariedade do direito penal que atribui um caráter fragmentário ao direito penal. Ou seja, o direito penal só deve entrar em cena como ultima ratio, intervindo somente quando imprescindível à segurança da coletividade e do cidadão. Nem todas as lesões a bens jurídicos protegidos devem ser tuteladas e punidas pelo direito penal, pois este constitui apenas uma parte do ordenamento jurídico. O mais deve ser resolvido pelos outros ramos do direito, através de indenizações civis ou punições administrativas. Destaca-se também o Princípio da adequação social da conduta, o qual defende a impossibilidade de se considerar como delituosa uma conduta aceita ou tolerada pela sociedade, mesmo que se enquadre em uma descrição típica. Exemplos seriam as lesões corporais causadas em partidas de futebol e o próprio fato de manter estabelecimento onde pessoas maiores de idade se reúnem para encontros com fins libidinosos. Ora, o que não se pode permitir é a mantença de estabelecimento onde ocorra exploração sexual de menores ou outros delitos imprescindíveis de repressão penal. Podemos concluir que, apesar da norma penal incriminadora prevista no art. 229 do Código Penal estar em plena vigência é necessário interpretá-la de forma cuidadosa para que possa ter validade e aplicabilidade ao caso concreto. Do contrário será apenas letra morta de lei. Caso concreto aula 12 Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. Artur e Deise são procurados por Cláudia, jovem de 18 anos, que havia engravidado do namorado e abandonada por este quando soube da gravidez, solicitando que o casal ficasse com sua filha recém-nascida, pois afirmou que não tinha condições financeiras e que não pretendia ficar com a criança. Cláudia entregou o bebê ao casal e forneceu os documentos necessários para viabilizar o registro de nascimento, notadamente a declaração de nascido vivo, passando a constar do registro civil que Artur e Deise seriam os pais biológicos da menor. Frise-se que o casal somente aceitou ficar com a criança, pois teve receio que Cláudia a abandonasse, uma vez que a jovem vivia em condições precárias. Dois anos após o nascimento, Cláudia procura o casal arrependida do que fez e pede a “devolução”do bebê, o que foi negado por Artur e Deise. Inconformada, Cláudia procura a polícia e narra os fatos com o fim de proceder à anulação de assentamento de registro de nascimento e ter sua filha de volta. Ante o exposto, responda às questões formuladas: a) Qual a correta tipificação da conduta de Artur e Deise? Responda de forma objetiva e fundamentada. Resposta: A conduta se amolda no art. 242 do CP, crime contra a família, registrar como seu o filho de outrem. b) Qual a tese defensiva a ser apresentada pelo casal? Responda de forma objetiva e fundamentada. Resposta: A defesa pode alegar em sua tese que o casal visando proteger e guardar a criança, com tal conduta, fazer emergir uma motivação nobre, com o escopo de evitar que a criança fosse assolada por mal maior, o juiz com base no ECA pode conceder o perdão judicial, visando o melhor interesse da criança, pois o casal acolheu a criança em um laço sócio- afetivo, podendo prevalecer sobre a paternidade biológica. c) Caso Artur e Deise tivessem praticado a falsidade de registro de nascimento do bebê única e exclusivamente com a finalidade de eximir-se da morosidade de um processo regular de adoção, a resposta seria a mesma? Resposta: O casal não poderia responder por crime autônomo de falsidade de registro, já que a própria conduta típica consiste em registra um filho que não é seu, razão pela qual o casal não poderia responder duas vezes pelo mesmo delito, que configuraria o Bis in idem, vedado no ordenamento jurídico, razão pela qual a tese permaneceria a mesma. QUESTÃO OBJETIVA. Com relação aos crimes contra a família, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: I. O crime de abandono material, previsto no artigo 244 do Código Penal, se configura crime omissivo próprio. II. O crime de registrar como seu o filho de outrem, previsto no artigo 242 do Código Penal, contempla também a hipótese de falsidade ideológica de modo a ensejar concurso de crimes. III. Comete crime de abandono material quem, sendo solvente e sem motivo justo, com o único propósito de deixar de pagar pensão alimentícia fixada em acordo judicialmente homologado, abandona o emprego, gerando situação de necessidade - não suprida por outrem - para o alimentando. IV. O crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento ao matrimônio se configura como caso de ação penal privada personalíssima. V. Aquele que falsifica documentos com o exclusivo objetivo de contrair novas núpcias, já sendo casado, comete crimes de bigamia e contra a fé pública, em concurso. Estão corretas as assertivas: a) I, II e III. b) II, III e IV c) I, III e IV. d) Somente as assertivas II e IV. e) Somente as assertivas IV e V. Caso concreto aula 13 Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. Em três “consultas” realizadas durante o mês de março de 2018, na sede da associação de moradores de uma comunidade situada no interior do Pará, Frederico praticou atos libidinosos com Elaine, jovem de 22 anos, mediante fraude consistente em ludibriar a vítima fazendo-a acreditar que poderia ser curada dos problemas de saúde que estava sofrendo. Frederico tinha conhecimento que a vítima havia sido submetida à uma cirurgia no joelho e prometeu curá-la por meio de trabalho espiritual de “limpeza” de energias. Dessa forma, utilizando o suposto tratamento como pretexto para possibilitar os abusos sexuais e satisfação de sua lascívia, realizou as “consultas” semanais com a vítima, cobrando-lhe a quantia de R$ 20,00 (vinte reais) por “consulta”. A conduta de Frederico consistia em pedir que Elaine tirasse a roupa e se deitasse em uma maca. Logo após, Frederico passava as mãos pelo corpo da ofendida, tocando em seus seios e em sua virilha sob o argumento de que precisava tocar nestas partes do corpo porque “a região íntima” seria o ponto de maior “contaminação de energia”, mostrando-lhe um livro de acupuntura para comprovar a suposta veracidade do “tratamento”. Ante a situação hipotética apresentada, responda: qual a correta tipificação da conduta de Frederico? Responda de forma objetiva e fundamentada. Resposta: A conduta do agente se amolda ao curandeirismo e a violação sexual mediante fraude, conforme se encontra insculpido respectivamente, nos artigos 284 e 215 do CP, em concurso material de crimes. In verbis CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 Art. 284 - Exercer o curandeirismo: I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; III - fazendo diagnósticos: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa. CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Importunação sexual (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) Atentado ao pudor mediante fraude (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) QUESTÃO OBJETIVA. Com relação aos crimes contra a saúde e incolumidade pública, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: I. Nos crimes de perigo comum, a forma majorada somente incide quando praticados mediante dolo. II. O crime de exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica restará configurado ainda que o exercício das profissões seja a título gratuito. III. O crime de incêndio é de perigo concreto. Da conduta deve resultar a efetiva exposição da coletividade a uma concreta situação de perigo. IV. O crime de charlatanismo caracteriza-se pela conduta do agente em inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível. V. A ação conhecida como “surf ferroviário”, segundo a jurisprudência, configura o crime de perigo de desastre ferroviário. Estão corretas as assertivas: a) I, II e III. b) II, III e IV c) I, III e IV. d) Somente as assertivas II e IV. e) Somente as assertivas IV e V. https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91614/CP-Decreto-Lei-no-2848-de-07-de-Dezembro-de-1940#art-284 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91614/CP-Decreto-Lei-no-2848-de-07-de-Dezembro-de-1940#art-215 Caso concreto aula 14 Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. Em 26 de dezembro de 2016, por volta de 1h, na Avenida 28 de setembro, em via pública, bairro Vila Isabel, Rio de Janeiro, Júlio (19 anos), César (22 anos) e Marcelo (16 anos), em comunhão de esforços e de vontades entre si, abordaram Leandro na via pública e efetuaram diversos disparos de arma de fogo contra esta, alvejando-o fatalmente. O delito teve por motivação desavenças envolvendo o tráfico de entorpecentes e seus consectários comerciais. Os agentes surpreenderam a vítima que saía da casa da mãe onde acabara de participar da ceia de natal e que, nas circunstâncias fáticas não esperava ser agredida. Frise- se que restou comprovado no curso da ação penal que Júlio, César e Marcelo associaram-se, em período incerto durante o anode 2016, com animus de permanência para a prática de crimes. Ante a situação hipotética apresentada, responda às questões formuladas. a) Qual a correta tipificação da conduta dos agentes? Resposta: A conduta dos agentes se amolda no crime de homicídio qualificado por motivo torpe e pelo meio empregado, excesso de violência, conforme o art. 121 do CP, bem como, associação criminosa, conforme insculpido no art. 288 do CP e Inclusão do aumento de pena pela participação de crianças/adolescentes. b) O fato de Marcelo ter 16 anos possui alguma relevância jurídica em relação à associação para a prática de crimes? Resposta: O fato de Marcelo ter 16 anos de idade, sendo inimputável, não obsta a caracterização da associação criminosa, porém constitui causa de aumento de pena, uma vez que a conduta do agente, mesmo inimputável, se amolda ao insculpido na nova redação da lei 12.850/2013, que passo a versar: A Nova redação – lei 12850/2013: antes para ter quadrilha eram necessárias 4 pessoas, mas a nova redação exige apenas 3. Sendo que A ideia da associação criminosa é de que os sujeitos que pretendem praticar crimes, podem praticá-los de qualquer forma, quando se organiza com pessoas e estavelmente mantém este grupo para facilitar a prática de crimes futuros, facilitando a prática de crimes. Sendo que para ter associação não é necessário se praticar crime algum, de maneira que se forem cometidos outros crimes, os agentes (membros da associação criminosa) responderão pela associação criminosa em concurso com o crime cometido. Como insculpido na lei, Associar (reunir, aliar): http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035673/lei-12850-13 01- mínimo 3 pessoas (concurso necessário; imputáveis ou não (discernimento), identificadas ou não) – Deve ser praticado por no mínimo 3 pessoas. Isso significa que pode existir associação criminosa entre um maior de 18 anos, um menor de 17 e um menor de 16. Assim, é possível se falar em denúncia de apenas uma pessoa por este crime quando os outros são inimputáveis ou não foram identificados. 02- forma estável/permanente (diferença para simples concurso de agentes) – a estabilidade se prova com o contato telefônico constante, contato/amizade dos autores há muito tempo, encontros recorrentes etc. 03- fim de praticar número indeterminado de crimes. c) Considerando que somente Júlio e Marcelo estavam armados, haverá alguma alteração na tipificação da conduta? A tipificação não se altera, já que todos tinham ciência que Marcelo e Júlio estavam armados e a finalidade do uso da arma, sendo solidários na conduta delitiva. QUESTÃO OBJETIVA. Com relação aos delitos contra a paz pública, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: Estão corretas as assertivas: I. O delito de associação criminosa, caracterizado como delito formal, admite a tentativa nos casos em que, ainda que comprovada a associação com animus de permanência, os agentes sejam presos antes da prática de qualquer infração penal. II. Na configuração do crime de associação criminosa, basta tão somente que um dos agentes seja imputável. III. O grupo de milícia privada é composta por organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão e aplica-se a todas as infrações penais, ainda que previstas na legislação penal especial. IV. Em que pese o fato de o tipo penal não exigir um número mínimo de participantes, tampouco os requisitos da estabilidade e da permanência, a doutrina e a jurisprudência têm sustentado que a quantidade mínima de 3 (três) pessoas, além da estabilidade e da permanência, são requisitos ínsitos ao tipo do artigo 288-A do Código Penal, tal como sucede em relação ao artigo 288 do mesmo diploma legal. V. No caso da associação criminosa, prevista no art.288, CP, praticar um crime de roubo, por exemplo, com emprego de arma de fogo por quaisquer um de seus agentes não poderá ser aplicada de forma cumulativa a majorante pelo emprego de arma de fogo prevista nos art.288 e 257, CP por configurar bis in idem. a) I, II e III. b) II, III e IV c) I, II e III. d) Somente as assertivas II e IIII. e) Somente as assertivas II e IV. Caso concreto aula 15 Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. Por estar em dificuldades financeiras, José passou a realizar falsificações em cédulas de dinheiro verdadeiras, alterando-as para que parecessem ser de um valor mais alto. Dessa forma, enganou o feirante Pedro, tendo-lhe entregado notas falsificadas. Ao perceber o prejuízo, Pedro tentou repassar a nota a João, que, por trabalhar na casa da moeda, descobriu a falsificação. João comunicou o fato à polícia, que, após diligências, identificou José como o autor da falsificação. Ante o exposto, com base no caso hipotético apresentado, responda às questões formuladas: (Questão de Concurso Público Modificada) a) Qual a correta tipificação da conduta de José? Caso José não tivesse repassado as cédulas a Pedro, a tipificação seria alterada? Responda de forma objetiva e fundamentada. Resposta: A conduta do agente se amolda ao crime contra a fé pública e moeda falsa (art. 298, I, CP). Caso José não tivesse repassado as cédulas a Pedro, a tipificação não se alteraria, já que os atos preparatórios são punidos, conforme o art. 291 do CP. In verbis. Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa. CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Emissão de título ao portador sem permissão legal b) A conduta de Pedro pode ser considerada atípica, uma vez que não foi responsável pela falsificação? Responda de forma objetiva e fundamentada. Resposta: Tal hipótese não prospera, já que Pedro recebeu a nota falsa e repassou para João, sabendo que a nota era falsa. A conduta de Pedro se amolda ao crime de moeda falsa privilegiado. De acordo com o disposto no art. 289, §2º do CP, quem tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui a circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção. c) Caso a falsificação fosse grosseira, a tipificação da conduta de José se alteraria? Responda de forma objetiva e fundamentada. https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91614/CP-Decreto-Lei-no-2848-de-07-de-Dezembro-de-1940#art-291 Resposta: Caso a falsificação fosse grosseira, a tipificação da conduta de José se alteraria, já que conforme a súmula 73 do STJ diz que o papel moeda grosseiramente falsificado não configura crime de moeda falsa, mas sim de estelionato em tese, sendo de competência da justiça Estadual. d) Poderia ser suscitada a tese defensiva de exclusão de tipicidade material da conduta pelo princípio da insignificância, caso a falsificação não excedesse ao valor de R$50,00 (cinquenta reais)? Responda de forma objetiva e fundamentada. QUESTÃO OBJETIVA. Com relação aos crimes de moeda falsa, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: I. A utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, crime de estelionato. II. Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, para a configuração do delito previsto no art.291, do Código Penal, basta que o agente detenha a posse de petrechos com o propósito de contrafação da moeda, sendo prescindível que o maquinário seja deuso exclusivo para tal fim. III. Uma única nota falsa é capaz de atingir e denegrir a fé pública, face à natureza do bem jurídico tutelado. IV. Para a caracterização do crime em tela, é imprescindível a imitativo veritatis (imitação da verdade), ou seja, exige-se que a cédula falsa tenha a eficácia de enganar o homem médio, induzindo a engano número indeterminado de pessoas. V. Segundo o entendimento consolidado do STJ, é aplicável o princípio da insignificância ao crime de moeda falsa, desde que o valor ou a quantidade de cédulas apreendidas seja inferior ao salário mínimo. Estão corretas as assertivas: a) I, II, III e IV. b) II, III e IV c) I, III e IV. d) Somente as assertivas II e IV. e) Somente as assertivas IV e V. Caso concreto aula 16 Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. No dia 10 de setembro de 2018, por volta das 14h, João foi parado em uma blitz conduzindo, em proveito próprio, de forma consciente e voluntária, após adquirir e receber em circunstâncias não esclarecidas, o veículo Hyundai/HB20, ano 2013, ostentando placas falsas, que sabia ser produto de crime. Quando solicitada a documentação, João fez uso de documentos públicos falsificados, quais sejam, um CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo), constando a placa falsa ostentada pelo veículo e uma CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Após a realização de uma inspeção veicular, constatou- se que a numeração do chassi não condizia com a placa ostentada pelo referido veículo, o que foi ratificado pela consulta ao sistema do Detran, bem como a falsidade da CNH, vencida desde o ano de 2012. Em razão dessas circunstâncias, João foi preso em flagrante delito e conduzido à Delegacia de Polícia. Saliente-se que João declarou ter pleno conhecimento da origem criminosa do bem que adquiriu, recebeu e conduziu, pois o adquirira de um conhecido chamado José que vendera o automóvel por R$ 12.000, 00 (doze mil reais) sem qualquer documentação comprobatória da origem lícita do veículo. Ainda, afirmou que CNH e o CRLV lhe foram entregues por José, estando a entrega da CNH no pacote da compra do carro. Ante a situação hipotética apresentada, responda às questões formuladas: a) Qual a correta tipificação da conduta de João? Responda de forma objetiva e fundamentada. Resposta: A conduta se amolda ao crime de receptação de veículo ( art.180 do CP), falsidade ideológica (art. 299 do CP, falsificação de documento público (art. 297 do CP) e dirigir inabilitado, já que o CTB equipara o uso de CNH falsa, a dirigir sem habilitação ( art. 167 do CTB). b) Em sede judicial, João afirmou que mandou fazer a sua habilitação (CNH) e que os dados inseridos no documento são realmente dele, tendo pedido para alterar apenas o ano de validade do documento, o qual vencia em 2012 e pediu para inserir o ano de 2022, de modo que a sua conduta deveria ser considerada atípica. A tese defensiva deve prosperar? Resposta: A tese não prosperará, já que seria um delito previsto no art. 297 do CP, falsificar, no todo ou em parte, documento pública ou alterar documento público verdadeiro. QUESTÃO OBJETIVA. Com relação aos delitos contra a fé pública, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: I. Nos crimes de falsidade material, o documento utilizado pelo agente é materialmente falso. Todavia, nos delitos de falsidade ideológica, o documento é genuíno, verdadeiro e o seu conteúdo, falso, existindo também uma finalidade especial de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. II. Aquele que falsifica documento para, em seguida, usá-lo em procedimento subsequente comete os crimes de falsificação de documento e de uso de documento falso, haja vista a presença de dolos distintos e autônomos em relação a cada conduta praticada. III. A falsificação de cartão de crédito ou débito, nos termos do Código Penal é considerada crime apenas se dela decorrer efetivo prejuízo. IV. O delito de falsificação de documento público se consuma no momento em que o documento é criado (falsidade total) ou modificado (falsidade parcial) e seja apto a enganar terceiros, sendo, irrelevante seu uso, haja vista tratar-se de crime formal. V. Segundo o entendimento consolidado nos tribunais superiores, será tida como atípica a conduta do acusado que, ao ser preso em flagrante, informar nome diverso, uma vez que agirá em legítimo exercício de autodefesa. Estão corretas as assertivas: a) I, II e III. b) II, III e IV c) I, II e III. d) Somente as assertivas II e IIII. e) Somente as assertivas I e IV.
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