Buscar

ADI interventiva

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

www.dizerodireito.com.br 
Representação interventiva nos casos de violação a princípios constitucionais sensíveis ou recusa, por parte de 
Estado-membro, à execução de lei federal (Lei 12.562, de 23 de dezembro de 2011) 
Ementa da lei 
Dispõe sobre o processo e julgamento da representação interventiva prevista no inciso III do 
art. 36 da Constituição Federal. 
O que diz o art. 
36, III, CF? 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da 
República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. 
Que representação 
é essa mencionada 
pela CF e pela lei? 
Trata-se da representação de inconstitucionalidade interventiva, também chamada de 
ação direta de inconstitucionalidade interventiva uma vez que se constitui em uma forma de 
controle de constitucionalidade. 
Noções sobre 
intervenção 
Conceito: a intervenção é ato político que consiste na incursão da entidade interventora nos 
negócios da entidade que a suporta. 
A CF consagra o Princípio da Não-Intervenção, ou seja, a intervenção, em regra, não é 
permitida, salvo nos casos expressamente previstos no texto constitucional. Isso porque tal 
ato se traduz em medida excepcional de defesa do Estado Federal e de proteção às unidades 
federadas que o integram. 
 
Tipos de intervenção: 
• intervenção da União nos Estados e no Distrito Federal (intervenção federal) – art. 34, CF; 
• intervenção dos Estados nos municípios (intervenção estadual) 
Hipóteses de 
intervenção 
reguladas pela lei 
A Lei 12.562/2011 regulamenta a intervenção federal nos casos de: 
a) violação aos princípios constitucionais sensíveis, previstos no art. 34, VII, da CF; 
b) recusa, por parte de Estado-membro à execução de lei federal. 
 
Obs: essa lei não abrange expressamente, portanto, os casos de intervenção estadual, 
podendo, no entanto, ser aplicada por analogia. 
 
Obs2: os princípios constitucionais sensíveis são os seguintes: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a 
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e 
serviços públicos de saúde. 
Quem propõe essa 
representação? 
Procurador-Geral da República 
Quem julga? Supremo Tribunal Federal 
Requisitos da 
petição inicial no 
caso da 
representação 
interventiva de 
que trata essa lei: 
A petição inicial deverá conter: 
I - a indicação do princípio constitucional que se considera violado ou, se for o caso de recusa 
à aplicação de lei federal, das disposições questionadas; 
II - a indicação do ato normativo, do ato administrativo, do ato concreto ou da omissão 
questionados; 
III - a prova da violação do princípio constitucional ou da recusa de execução de lei federal; 
IV - o pedido, com suas especificações. 
 
A petição inicial será apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter, se for o caso, cópia do ato 
questionado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação. 
Indeferimento da 
petição inicial 
A petição inicial será indeferida liminarmente pelo relator, quando não for o caso de 
representação interventiva, faltar algum dos requisitos estabelecidos na Lei ou for inepta. 
Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo, no prazo de 5 (cinco) dias. 
Medida liminar 
O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá 
deferir pedido de medida liminar na representação interventiva. Trata-se de importante 
inovação da lei uma vez que sempre se afirmou ser incabível liminar em ADI interventiva. 
 
Antes de conceder a medida liminar, o relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades 
responsáveis pelo ato questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-
Geral da República, no prazo comum de 5 (cinco) dias. 
 
www.dizerodireito.com.br 
A liminar poderá consistir na determinação: 
• de que seja suspenso o andamento de processo ou; 
• sejam suspensos os efeitos de decisões judiciais ou administrativas ou; 
• de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da representação 
interventiva. 
Se não houver 
pedido de liminar 
ou não for o caso 
de concedê-la 
O relator solicitará as informações às autoridades responsáveis pela prática do ato 
questionado, que as prestarão em até 10 (dez) dias. 
 
Decorrido o prazo para prestação das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o 
Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada 
qual, no prazo de 10 (dez) dias (prazo maior que o previsto no caso da concessão da liminar). 
Tentativa de 
“conciliação” 
antes de julgar a 
intervenção 
De forma salutar, a Lei prevê a possibilidade de uma espécie de “conciliação” ou “resolução 
alternativa do conflito” antes de ser decretada a intervenção federal. 
Assim, recebida a inicial, o relator deverá tentar dirimir o conflito que dá causa ao pedido, 
utilizando-se dos meios que julgar necessários, na forma do regimento interno. 
Instrução do 
pedido de 
intervenção 
Se entender necessário, o relator poderá: 
a) Requisitar informações adicionais; 
b) Designar perito ou comissão de peritos para que elabore laudo sobre a questão; 
c) Marcar audiência pública onde serão tomadas declarações de pessoas com experiência e 
autoridade na matéria (com base nesse poder poderia ser admitida a participação de 
amicus curiae no processo); 
d) Autorizar a manifestação e a juntada de documentos por parte de interessados no processo. 
Relatório 
Após a manifestação dos responsáveis pelo ato questionado, do AGU e do PGR (no prazo de 
10 dias), e realizadas as diligências que entender necessárias, o relator lançará o relatório, 
com cópia para todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento. 
Quórum mínimo 
p/ iniciar a sessão 
A decisão sobre a representação interventiva somente será tomada se presentes na sessão 
pelo menos 8 Ministros. 
Quórum mínimo 
para que seja 
decidida a 
questão 
Realizado o julgamento, proclamar-se-á a procedência ou improcedência do pedido formulado 
na representação interventiva se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos 
6 Ministros (maioria absoluta do STF). 
 
Estando ausentes Ministros em número que possa influir na decisão sobre a representação 
interventiva, o julgamento será suspenso, a fim de se aguardar o comparecimento dos 
Ministros ausentes, até que se atinja o número necessário para a prolação da decisão. 
Se a ação for 
julgada 
procedente 
O Presidente do STF, publicado o acórdão, levá-lo-á ao conhecimento do Presidente da 
República para que este, no prazo improrrogável de até 15 dias, tome as seguintes providências: 
a) Expeça decreto de intervenção especificando a amplitude, o prazo e as condições de 
execução da intervenção; 
b) Nomeie, nesse mesmo decreto, o interventor (se couber). Após a nomeação do 
interventor, seu nome será submetido à apreciação do Congresso Nacional, no prazo de 
24 horas. Vale ressaltar que nem sempre haverá a nomeação de interventor; 
 
Obs1: nas hipóteses de que trata esta lei, a decretação da intervenção é vinculada, cabendo 
ao Presidente a mera formalização da decisão tomada pelo STF. 
 
Obs2: o decreto deve limitar-se a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida for 
suficiente para o restabelecimento da normalidade. 
 
Obs3: a CF prevê, como regra, a existência de um controle político, realizado pelo Congresso 
Nacional, sobre o ato interventivo. No entanto, nas hipóteses tratadas por esta lei (previstas 
no art. 34, VI e VII), o controle político é dispensado. De fato, tratando-se de requisição 
judicial, não haveria sentido em o Legislativo obstá-la, sob pena de vulnerar o princípioda 
separação dos poderes. 
Publicação da 
decisão 
Dentro do prazo de 10 dias, contado a partir do trânsito em julgado da decisão, a parte 
dispositiva será publicada em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União. 
Recurso cabível 
A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido da representação interventiva é 
irrecorrível. 
Ação rescisória Não cabe ação rescisória contra a decisão que julga a representação interventiva.

Outros materiais