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Fibroma cemento-ossificante

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Universidade Federa de Alfenas 
 
 Lara Gischewski Toledo de Avelar 
 Fibroma cemento-ossificante 
Cemento 
É um tecido conjuntivo mineralizado que recobre a dentina radicular, tendo como principais funções a inserção de fibras do ligamento periodontal e das fibras de sharpey e a proteção da raiz.
É formado no processo de rizogênese, no qual, após a reabsorção da bainha epitelial radicular, que sapara a o folículo dentário da dentina, essa ultima começa a ser reabsorvida por macrófagos e osteoclastos. Esse acontecimento serve de estímulo para a diferenciação das células mesenquimais do folículo em cementoblastos, que começam a produzir cemento em cima da dentina. 
Seu crescimento vai da dentina para fora, tendo os cementoblastos nas extremidades e os cementócitos (células mais velhas) presos dentro do cemento. Essas células apresentam prolongamentos é auxilia na difusão de nutrientes.
O cemento é composto por 60% de mineral, colágeno do tipo I, água e proteínas como osteopontina e sialoproteínas. 
Há dois tipos de cemento:
Cemento acelular: encontrado no terço cervical dos dentes, com uma matriz bastante fibrosa é constituída por feixes de colágeno produzidos pelos fibroblastos do ligamento periodontal. Tem um aspecto vítreo, homogêneo e transparente. É local de fixação faz fibras de sharpey 
Cemento celular: não há grande presença das fibras de sharpey , por isso há numerosas camadas superficiais de fibras extrínsecas. As do tipo intrínseca só se formam em caso de reparação.
Fibroma cemento-ossificante 
O fibroma cemento-ossificante é uma condição na qual o tecido ósseo é substituído gradualmente por tecido conjuntivo fibroso, o qual é mal formado e estruturalmente inadequado. De início, mostram- se assintomáticas, mas podem crescer e desenvolver uma tumefação indolor, as quais se formam por células mesênquimais multipotentes de origem no ligamento periodontal, as quais são capazes de formar cemento. Por serem indolores e de crescimento lento são comumente descobertas acidentalmente em exames de rotina.
Entretanto, devido a outras lesões microscopicamente indênticas em diversas regiões da boca, a origem dessa condição ainda não é definida. Porém há diversas teorias para suas causas, entre elas : estímulos por exodontias prévias, periodontite, perturbação na maturação óssea na origem congênita, atividade desordenada de células mesenquimais , parada na maturação do tecido mesenquimal no estágio de osso imaturo, distúrbios endócrinos, trauma crônico leve e oclusão traumática. 
Há duas formas de fibroma cemento-ossificante, a central e a periférica.
Fibroma cemento-ossificante central
Aparecem com mais frequência em mulheres negras entre a terceira e quarta décadas de vida. Afetam principalmente a região dos pré-molares e molares na maxila e mandíbula, locais onde há tecido cementogênico.
A primeira etapa de desenvolvimento, conhecida por estágio Osteolítico, corresponde á formação de uma área circunscrita de fibrose periapical e destruição localizada de osso. Com a perda óssea, é depositado no local em substituição tecido conjuntivo, o que provoca uma lesão radiolúcida. 
Na segunda fase, denominada cementoblástica, os cementoblastos aumentam sua atividade , depositando na área radiolúcidas espículas de cemento, ou cementículos, causando a calcificação do local. 
O terceiro estágio, chamado de estagio de maturação, uma quantidade excessiva de material calcificado é depositado na área focal, tornando o local radiograficamente opaco mas muito bem definidas e escleróticas, por uma tênue linha, ou halo radiolúcido.
O fibroma cemento-ossificante central (FCOC) é clinicamente próximo da displasia fibrosa (DF) , tanto que é considerada por muitos especialistas da área como a mesma doença. Contudo, a Organização mundial da saúde (OMS) as consideram como disfunções diferentes devido alguns diagnósticos diferenciais. 
As bordas são bem mais definidas que na DF. O FCOC apresenta uma consistência ora firme, ora arenosa, além da presença de cementículos (pequenos focos de tecido calcificado), o qual não está presente na DF.
Na DF, há a presença de trabéculas de osso imaturo em menor quantidade, se comparada ao cemento-ossificante, e surge em qualquer osso, enquanto no FCOC apresenta tecido ósseo lamelar e surge preferencialmente em maxila e mandíbula. Além de seu processo de ossificação se dá no sentido periférico-central e possuir estruturas maiores, densas, parcialmente calcificadas, de tamanhos variados, com bordas regulares e sem anel de osteoblastos.
Outro fato diferencial da FCOC é a inexistência de dor, osteíte esclerosante e osteíte idiopática. 
O tratamento para FCOC é a remoção cirúrgica da lesão através de anucleação. Em casos de lesões extensas, podem ser necessárias procedimentos de reconstrução com placas e parafusos de titânios. 
Fibroma cemento-ossificante periférico
É uma lesão comum da cavidade da boca, com localização exclusivamente gengival na borda alveolar. É morfologicamente e histologicamente igual ao fibroma cemento-ossificante central, mas a lesão é na mucosa gengival e visto em área edêntula.
É mais comum em crianças e adultos jovens. Acomete preferencialmente a região anterior na maxila ou mandíbula, comprometendo a gengiva inserida e a papila interdental.
É uma lesão exofítica, com superfície lisa, a qual forma nódulos macios ou sólidos de coloração rósea, podendo chegar á uma dureza óssea. Histologicamente, a lesão é composta por delicadas fíbras colágenas entrelaçadas com numerosos fibroblastos em ativa proliferação. Na sua porção conjuntiva, apresenta tecido calcificado semelhante a tecidos ósseos, cemento ou calcificação distrófica, que pode ir desde trabéculas ósseas irregulares á inúmeros focos de cementículos.
Radiograficamente, não se observa envolvimento aparente de osso adjacente, mas em casos raros, pode ocorrer uma erosão superficial do osso.
O tratamento compõe basicamente da remoção cirúrgica da lesão, rapagem e alisamento radicular subgengival do dente envolvido. 
Referências bibliográficas 
FERREIRA , Nayara. Histologia oral: periodonto. In: FERREIRA , Nayara. Histologia oral : periodonto. [S. l.], 2016. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/22510630/resumo-cemento. Acesso em: 18 set. 2020.
Tolentino ES, Tolentino LS, Rocha JF, Iwaki LCV, Iwaki Filho L. Symptomatic cemento-ossifying fibroma: case report. Rev Odontol UNESP. 2010; 39(1): 63-67.
MACHADO , Alceone. Cemento. 1983. 25 f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em odontologia) - Universidade estadual de campinas, [S. l.], 1983.
Ribeiro AO, Silveira CES, Maciel RM, Pontes MA, Souza LMA. Fibroma Cemento-Ossificante Periférico. Relato de um Caso Clínico. Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac 2010; 51: 61-6
CASTRO, Alvimar. Fibroma cemento ossificante central: relato de caso. 2005. 3 f. Tese (Doutorado em odontologia) - Universidade estadual paulista, [S. l.], 2007.
FERRAZ, T. M., NOGUEIRA T. de O. Histochemistry of the mineralized tissues on fibro-osseous lesions: fibrous dysplasia and peripheral cementoossifying fibroma. Rev. Odontol. UNESP (São Paulo), v.27, n. 1, p.87-98, 1998.