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Modelo - Apelação

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EXCELENTISSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 3ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO X.
PROCESSO Nº (número do processo).
José da Silva, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº ________, estabelecida na rua ________, nº ________, bairro ________, CEP ________, cidade ________, representada por __________________________, nacionalidade ________, estado civil ________, profissão ________, na função de administrador e acionista controlador da sociedade autora, por seu advogado e procurador que esta subscreve, não conformado com a r. sentença de fls. Nº. ________, proferida nos autos da AÇÃO DE CONHECIMENTO movida em face de __________________________, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº _________, estabelecida na rua ________, nº ________, bairro ________, CEP ________, cidade ________, representada por Nome ________, nacionalidade ________, estado civil ________, profissão ________, na função de administrador(a) e acionista controlador(a) da sociedade ré,  interpor recurso de APELAÇÃO Com base nos artigos 1.009 e 1.014 do CPC, e comprovada à tempestividade do presente nos termos dos artigos 218 e 223 do CPC, e requerendo seja o interessado intimado para, em querendo, apresentar contrarrazões ao presente recurso e, após, seja remetido o presente ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, não sendo a autora beneficiária da assistência judiciária gratuita verifica-se, neste ato, o correto recolhimento das custas de porte e remessa conforme previsão no artigo 1.007 do CPC.
Nestes termos,
P. Deferimento
Ribeirão Preto/SP, dia/mês/ano
Advogado ___________________________
OAB/SP nº __________________________
EXCELENTISSIMO. SRS. DESEMBARGADORES DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Origem: 1ª Vara Cível de Ribeirão Preto/SP
Processo nº ________________________
Apelante: __________________________
Apelado: __________________________
RAZÕES DA APELAÇÃO
DOS FATOS
A apelante propôs Ação de Conhecimento sob o rito ordinário em face da apelada, tendo por objeto a discussão do uso indevido que a apelada fez com a marca da apelante.
Os pedidos da apelante, na ação de primeira instância, recaíram sobre a abstenção da apelante em usar a expressão “Persépolis”, sobre qualquer modo ou meio gráfico, uma vez que isso se assemelha a marca da apelante “Perseu”, também a proibição da comercialização de produtos que tenham a utilização da marca, o que caracteriza uma concorrência desleal para com a apelante, bem como, a busca e apreensão de produtos nos quais foi utilizada indevidamente a marca “Perseu” de propriedade da Apelante, e ainda, a condenação da apelada ao pagamento de danos materiais e morais, decorrentes da comercialização indevida de produtos objeto de contrafação.
DA DECISÃO JUDICIAL
A ação de conhecimento foi julgada parcialmente procedente pelo juízo de primeira instância, que reconheceu a semelhança das marcas “Perseu” e “Persépolis”, o que causa uma confusão ao consumidor, sendo inviável a coexistência das duas no mesmo segmento de mercado.
Foi determinado na sentença que a apelada se abstenha do uso da marca “Perseu” ou expressão “Persépolis”, conforme requerido na inicial, sendo fixada multa diária de R$5.000,00 (cinco mil reais) em caso de descumprimento da decisão, e a busca e apreensão dos produtos da apelada que contenham, indevidamente, a marca “Perseu” ou a expressão “Persépolis”.
O pedido de danos morais e materiais foram julgados improcedentes, sob o fundamento de que descabe o dano material em caso de não comercialização dos produtos de marca falsificada, já que a apelante não demonstrou na instrução probatória que deixou de vender seus produtos em razão da contrafação, e descabe os danos morais por serem os direitos da personalidade inerentes e essenciais à pessoa humana, não podendo, pois, ser atribuídos tais direitos as pessoas jurídicas.
DO MÉRITO
A r. decisão do juízo ‘a quo’ que julgou improcedente os danos morais e materiais, sobre o fundamento de não ser a pessoa jurídica dotada dos direitos inerentes a personalidade, bem como, de não ter a apelante comprovado que deixou de vender ou diminuiu suas vendas em razão da contrafação, é totalmente descabida, devendo a sentença ser reformada in totum.
A Constituição Federal prevê no inciso X do artigo 5º, que é assegurado como garantia fundamental ao indivíduo, indenização por danos materiais e morais, em decorrência de violação à sua honra e imagem, o que é, sem a menor sombra de dúvidas, o caso do apelante.
A contrafação praticada pelo apelado, utilizando a marca e expressão semelhante a do apelante, causa confusão entre os consumidores que não sabem fixar a diferença entre um e outro, além de que, apesar de ser a apelante pessoa jurídica de direito privado, conforme previsto no artigo 52 do Código Civil, aplica-se a ela, no que couber, a proteção dos direitos a personalidade, nos remetendo ao inciso V da Constituição Federal que assegura o direito a indenização por dano moral, material ou à imagem, bem como, já consagrado pela súmula 227 do STJ, a pessoa jurídica pode sim sofrer dano moral.
DO CABIMENTO DE DANOS MORAIS
O dano moral, por se tratar de algo imaterial, tem uma forma distinta em sua comprovação. No caso da pessoa jurídica, conforme descrito pelo doutrinador Silvio de Salvo Venosa, o dano atinge o nome e tradição de mercado, tendo uma repercussão econômica, mesmo que de forma indireta.
Na presente demanda, é possível observar a existência do dano a partir da utilização da marca do apelante pelo apelado, de forma indevida e sem prévia autorização, simulando serem aqueles produtos vendidos por ela os de fabricação original da apelante.
O consumidor que compra produtos nessas condições de semelhanças, porém com qualidade diferenciada, atribui à proprietária da marca, ora apelante, as péssimas experiências que teve com o referido produto, fazendo com que este consumidor deixe de adquirir novos produtos, bem como, em muitos casos deixe de indicar ou faça má propaganda da marca.
Resta claro que, a concorrência desleal praticada pela apelada causou a apelante um dano in re ipsa, ao utilizar a marca daquela, bem como, expressão que a esta se assemelhava. Neste sentido, decidiu a turma recursal do TJ-SP Apelação APL 01159520920098260100, reconhecendo o dano moral e fixando indenização sobre as vendas da parte vencida, limitando-se tal indenização até que descontinuado o uso indevido da marca.
DO CABIMENTO DE DANOS MATERIAIS
Apesar de não comprovada explicitamente, o patrimônio da apelante foi diretamente lesado pela conduta praticada pela apelada, o que caracteriza por si só o dano material, conforme previsão do inciso V, artigo 5º da Constituição Federal.
O dano material se subdivide em duas naturezas, quais sejam: o dano emergente e o lucro cessante. No presente caso, apesar da ausência de demonstração efetiva do dano, é possível assegurar a existência de dano emergente, uma vez que, este corresponde ao prejuízo imediato e mensurável do indivíduo, ou seja, a perda efetivamente sofrida por ele.
A mera utilização da apelada pela cor e design, semelhantes ao da apelante, conforme reconhecido na decisão do juízo ‘a quo’, leva o consumidor a concluir que ambos os produtos eram provenientes do mesmo fabricante, fazendo com que assim, deixe de procurar as instalações da apelante para aquisição dos produtos, sendo suficiente para gerar prejuízos a proprietária da marca.
Defendendo tal tese, a turma do TJ-MG na decisão 3009056 MG 2.0000.00.300905-6/000(1), reconheceu que em casos de contrafação, que foi exatamente o ocorrido na presente demanda, não há o que se falar em exigência de comprovação de prejuízos, já que eles estão inseridos na própria infração. 
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer seja o presente recurso conhecido e a ele atribuído total provimento para reformar a sentença do juízo ‘a quo’, julgando procedentes os pedidos de condenação de danos morais e danos materiais.
Por fim, requer a inversão do ônus da sucumbência,
por não ter sido a apelante quem deu causa a presente ação.
Termo em que,
P. Deferimento.
Ribeirão Preto, dia / mês / ano

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