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AULA 4- Obrigação de fazer e não fazer

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DIREITO CIVIL – Obrigação de dar Síntese 04
André Mendes
	
SINTESE DA MATÉRIA
Obrigação de fazer e de não fazer – Artigos 247 a 251 do Código Civil – “LER OS ARTIGOS”
- Se possível, além de ler os artigos do Código Civil, acima indicados, ler também o assunto em uma doutrina de sua preferência, que trate do tema direito das obrigações – obrigação de fazer e de não fazer.
Referências Bibliográficas: Caio Mário da Silva Pereira / Carlos Roberto Gonçalves / Silvio de Salvo Venosa / Maria Helena Diniz / Flávio Tartuce – Direito das Obrigações 
Obs. – Pode-se ler também qualquer outro autor de sua preferência ou que você tiver disponível sobre o tema direito das obrigações – obrigação de fazer e de não fazer.
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Obrigação de fazer
São aquelas cuja prestação se consubstancia em um facere, ou seja, um fazer a ser realizado pelo devedor – obligatio faciendi.
É interessante observar, quando se trata da classificação das obrigações quanto ao objeto, com relação à natureza de sua prestação, que o objeto de toda obrigação é um fato – o que aparta o direito obrigacional do real (este tem por objeto uma coisa).
- Questão: Se toda obrigação tem por objeto um fato, qual a diferença entre a obrigação de fazer e a obrigação de dar?
É de se ver que, nas obrigações de fazer, a prestação se consubstancia em um fato comissivo qualquer diverso de entrega ou restituição, e o objeto desse fato é a própria atividade.
Obrigação de não fazer
Nas obrigações de não fazer a prestação consiste em um fato omissivo, e tem por objeto uma abstenção, uma inação, que importa em uma privação à esfera jurídica do devedor.
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Obrigação de fazer
Fungibilidade da prestação
 Nada mais é do que a possibilidade da prestação ser executada por pessoa diversa do devedor
Às vezes a atividade em que se consubstancia o objeto da prestação poderá ser executada apenas pelo sujeito passivo da obrigação, mas, às vezes, outras pessoas também poderão executá-la.
 Nos contratos intuitu personae, ou seja, em razão da pessoa, a prestação é devida pessoalmente pelo devedor. Afinal se alguém contrata Sepúlveda para elaborar um parecer jurídico, em razão de sue nome como jurista, espera que ele próprio o elabore. Nesse caso diz-se que a prestação (obrigação de fazer) é infungível.
 Pode ocorrer de o contrato não ser intuitu persone e o credor ter interesse especificamente na atividade, pouco lhe importando a pessoa que venha a executá-la. Se você contrata uma empresa prestadora de serviço de limpeza para limpar uma determinada área, o seu interesse, como credor, é ver a área limpa, independentemente de qual funcionário foi enviado para a execução do serviço. Nesse caso, diz-se que a obrigação, ou sua prestação, é fungível, porquanto passível de execução por pessoa diversa do devedor.
Importância da questão da fungibilidade
- Questão: Se a obrigação for infungível e o devedor se recusar a cumpri-la, o que acontece?
Vide art. 247 do CC e art. 536, caput e §1º do CPC.
No caso de obrigação fungível, vide art. 249 CC
Se houver urgência na execução da obrigação de fazer fungível, não dependerá de autorização judicial para contratar terceiro – art. 249 §1º.
Impossibilidade superveniente da prestação
Sem culpa – art. 248, 1ª parte
Com culpa – art. 248, 2ª parte
Obrigação de não fazer
São aquelas cuja prestação se consubstancia em um fato omissivo do devedor, ou seja, uma abstenção. Por essa razão, as obrigações de não fazer são consideradas obrigações negativas.
 São sempre contínuas, porquanto a abstenção se prolonga no tempo. Isso, no entanto, não impede que as obrigações de não fazer sejam sujeitas a termo, ou mesmo a condição resolutiva, vez que a continuidade não se confunde com perpetuidade.
 A inação a que se obriga o devedor não pode implicar violação à sua dignidade.
Impossibilidade superveniente da prestação
Art. 250, CC.
 As obrigações de não fazer não comportam mora (atraso).
- Questão: Por que, as obrigações de não fazer não comportam mora?
Vide art. 390, CC
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Execução judicial das obrigações de fazer
Título executivo extrajudicial - Art. 815 a 821 do CPC / título executivo judicial – art. 536 e 537
Execução judicial das obrigações de não fazer
Título executivo extrajudicial – art. 822 e 823 do CPC
Anexo
 ACESSÓRIOS DA COISA (arts. 1.214 a 1.222) – são os frutos e benfeitorias.
Os frutos podem ser:
naturais 
industriais
civis
As benfeitorias podem ser:
necessárias – aquelas indispensáveis à manutenção da coisa;
úteis – aquelas que aumentam a qualidade econômica da coisa por gerar maior utilidade;
voluptuárias – aquelas que aumentam substancialmente o valor econômico da coisa para lhe garantir maior deleite
Três regras a serem observadas:
o acessório segue o principal
res perit domino
princípio da boa-fé.
Efeitos da posse de boa fé
Em relação aos frutos – art. 1.214 – O possuidor de boa-fé tem direito aos frutos percebidos e colhidos, direitos aos frutos pendentes, e direito à indenização pela produção e custeio.
Em relação às benfeitorias – art. 1.219 – Tem direito à indenização plena pelas benfeitorias necessárias, úteis e voluptuárias, direito de retenção pelas benfeitorias necessárias e úteis, e direito a levantar as benfeitorias voluptuárias se não houver indenização por elas.
Em relação à deterioração – art. 1.217 – Em tese, o possuidor de boa-fé não responde pela deterioração natural. Sua responsabilidade é subjetiva.
Efeitos da posse de má-fé
Em relação aos frutos – art. 1.216 – Tem obrigação de devolução dos frutos percebidos e colhidos, perderá os frutos pendentes e tem o direito de ser indenizado pela produção e custeio.
Em relação às benfeitorias – art. 1.220 – Perderá as benfeitorias úteis e voluptuárias, terá direito à indenização pelas benfeitorias necessárias e não poderá reter a coisa, nem levantar, se não houver indenização por elas.
Em relação à deterioração – art. 1.218 – tem responsabilidade objetiva. Será responsável por qualquer perecimento, só podendo se eximir se demonstrar que a deterioração ocorreria em qualquer hipótese. Há inversão do ônus da prova.

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