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RB156 Torres pag53-58

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Rev Bras Reprod Anim, Belo Horizonte, v.33, n.1, p.53-58, jan./mar. 2009. Disponível em www.cbra.org.br 
 
_________________________________________ 
Recebido: 03 de junho 2008 
Aceito: 13 de outubro de 2009 
Considerações técnicas e econômicas sobre reprodução assistida em gado de corte 
Technique and economic considerations about assisted reproduction in beef cattle 
 
José Ribamar de S. Torres-Júnior1, Waldjanio de Oliveira Melo2, Acaína Kiss da Silva Elias2, Laurena Silva 
Rodrigues2, Luciano Penteado3, Pietro Sampaio Baruselli4
 
1DMV/CCAA/UFMA Campus IV, Chapadinha, MA, Brasil 
2Acadêmicos do Curso de Zootecnia UDP/UFRA, Carajás, Brasil 
3Méd. Vet. Firmasa-IATF, Campo Grande, MS, Brasil. 
4Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/USP, São Paulo, SP, Brasil 
Correspondência: ttorresjunior@yahoo.com.br 
 
Resumo 
 
A reprodução assistida em bovinos de corte tem sido implementada visando aumentar a eficiência 
reprodutiva nos rebanhos. Para isso, faz-se necessário conhecer as condições acerca do sistema de produção para 
elaborar estratégias de ação efetivas. Entre elas, encontram-se a seleção de machos e fêmeas com base no 
potencial de fertilidade, a adoção de estação de monta e a implementação de biotecnologias de custo-benefício 
favorável. Os dados retrospectivos aqui apresentados apontam vantagens técnicas e econômicas obtidas com o 
uso adequado de inseminação artificial em tempo fixo, com retorno de 19,61% em relação ao capital investido, 
redução do intervalo de partos e ganho genético. 
 
Palavras-chave: bovinos, IA, IATF, reprodução assistida, estação de monta 
 
Abstract 
 
The assisted reproduction in beef cattle has been introduced to improve the reproductive efficiency. In 
this way, is necessary to evaluate the production system of farm and to elaborate effective handling action 
strategies. These actions are the selection of sires and cows for fertility potential, adoption of breeding season 
and use of positive cost-benefit biotechnologies. The retrospective data show economic advantages of the fixed 
time artificial insemination, allowing additional profit of 19.61% in relation to investment (U$), reduction of the 
partum intervals and genetic gain. 
 
Keywords: cattle, AI, FTAI, assisted reproduction, breeding season 
 
Introdução 
 
A bovinocultura brasileira passa por uma fase de reconhecimento da importância do uso de tecnologias 
no setor produtivo, principalmente no segmento de corte, com grande participação das raças zebuínas (Bos 
taurus indicus), como a raça Nelore, e também das raças taurinas (Bos taurus taurus) de origem europeia e seus 
cruzamentos. A perspectiva de retorno financeiro por meio da eficiência nos sistemas de produção pode ser 
intensificada com o uso de eficientes técnicas de manejo e biotecnologias aplicadas à reprodução animal. A adoção da 
estação de monta com uso de animais selecionados e a inseminação artificial são importantes ferramentas que 
auxiliam no melhoramento genético e no aumento da produtividade no setor (Vishwanath, 2003). 
A pecuária de corte exige dos produtores máxima eficiência para garantia de retorno econômico. Um aspecto 
relevante a ser mensurado é o estabelecimento de índices reprodutivos que permitirão identificar claramente os pontos 
fortes e fracos do sistema e apontar as áreas que podem ser melhoradas (Faria e Corsi, 1997). Usando os índices 
reprodutivos e produtivos como indicadores de desempenho do rebanho, é possível antecipar, calcular, organizar e 
melhorar os eventos ligados à reprodução do rebanho (Ferreira, 1991; Faria e Corsi, 1997). 
Assim, elevados índices de produção, associados à alta eficiência reprodutiva, devem ser metas que 
norteiam os técnicos e criadores a alcançarem maior produtividade e satisfatório custo-benefício na atividade. 
Neste contexto, a otimização da mão de obra e a manutenção da eficiência reprodutiva são os principais fatores 
que contribuem para a melhoria do desempenho produtivo e da lucratividade dos rebanhos comerciais 
(Vasconcelos e Meneghetti, 2006). 
As biotecnologias aplicadas à reprodução animal, como inseminação artificial, associadas a um manejo 
adequado do rebanho, têm sido implementadas por técnicos e produtores, visando aumentar a qualidade e a 
quantidade de bezerros genética e fenotipicamente superiores. 
Este artigo tem como objetivo fazer uma abordagem acerca das decisões e etapas a serem incorporadas na 
definição de indicadores de desempenho reprodutivo em bovinos de corte, como escolha de animais para 
reprodução, época de acasalamento e, ainda, suscitar uma breve discussão sobre as vantagens, limitações e 
custos da adoção de tecnologias. 
 Torres-Júnior et al. Considerações técnicas e econômicas sobre reprodução assistida em gado de corte. 
 
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Organização de uma propriedade para iniciar o manejo reprodutivo assistido 
 
A primeira etapa é avaliar a situação atual do negócio. O autoquestionamento por meio de perguntas 
simples pode direcionar o produtor em relação a que decisões tomar no seu empreendimento. As principais 
perguntas a serem respondidas são: Como está o meu negócio? Ele está gerando lucros? Quais os pontos fracos e 
fortes? Quais são as áreas de oportunidades que tenho? Quais são as ameaças para o meu negócio? Como está a 
motivação e a capacitação dos meus funcionários? 
Com as respostas a essas perguntas, automaticamente virá a necessidade de organização da propriedade 
como estruturação física e benfeitorias, escrituração zootécnica, identificação numérica individual dos animais, 
calendário de atividades e registro das principais ocorrências e práticas de manejo utilizadas (datas e pesos ao 
nascimento e desmame, ocorrência de mortes e abortamentos, diagnóstico de gestação, suplementação, 
vacinações, vermifugações, etc.) 
Assim, poderá ser feita uma análise do desempenho individual e coletivo dos animais, bem como dos 
fatores que afetam a produção e os custos, definindo planos de ação, metas e objetivos para corrigir os problemas 
(pontos fracos/ameaças) e aproveitar as oportunidades e os pontos fortes. 
 
Definição de estratégias de manejo reprodutivo 
 
Seleção de touros e matrizes para a reprodução 
 
Touros 
È importante incorporar touros de fertilidade comprovada no programa reprodutivo. O exame 
andrológico realizado pelo médico veterinário direcionará a seleção de touros pelo potencial de produção de 
sêmen, características raciais, comportamento e masculinidade. A seleção de touros deve também contemplar o 
seu mérito genético por meio do estudo da genealogia, ou seja, a avaliação do potencial de fertilidade e produção 
herdado dos seus pais, avós, etc. É importante atribuir alto grau de responsabilidade e critério na escolha dos 
reprodutores, pois o impacto da fertilidade do touro no desempenho reprodutivo do rebanho é diversas vezes 
maior do que o da vaca, visto que a proporção touro: vaca pode variar de 1:25 até 1:50 em regime de monta 
natural nas condições usuais de acasalamento a campo (Manual ..., 1998; Kastelic e Thundathil, 2008). 
 
Matrizes 
A seleção e o manejo de novilhas e vacas para reprodução contemplam uma série de decisões que 
devem estar atreladas a características particulares de cada animal, como, por exemplo, idade e peso corporal, 
época de parição, escore de condição corporal (a fêmea não deve estar nem muito magra nem muito gorda) e 
condição uterina/ovariana (avaliada pelo médico veterinário por meio do exame ginecológico). Esses fatores 
serão determinantes da fertilidade geral do rebanho e das chances de as fêmeas emprenharem, pois influenciam 
diretamente a puberdade em novilhas e o anestro pós-parto nas vacas (período em que a vaca permanece sem 
apresentar cio). Além disso, a seleção mais acurada de fêmeas passa pela precocidade sexual (idade ao primeiro 
cio), habilidade materna (desmamar bezerros pesados) e capacidade de produzir um bezerro por ano. 
Outrasdecisões em relação à seleção de fêmeas provêm da necessidade de reposição e descarte de 
matrizes até que se estabilize o rebanho com o número máximo de bezerros produzidos por ano. Mesmo após a 
estabilização do rebanho, em condições normais, preconiza-se o descarte de todas as fêmeas vazias ao final do 
período de monta e/ou a substituição de cerca de 20% do total de matrizes pluríparas por novilhas, podendo ser 
escolhidas para descarte aquelas que emprenharam próximo ao final da estação de monta, isso nos casos em que 
a taxa de prenhez final ultrapasse os 80%. 
Ainda, antes do início da estação de monta, é imprescindível realizar o diagnóstico ginecológico para a 
verificação de possíveis anormalidades útero-ovarianas ou até mesmo gestações não programadas provenientes 
da mistura acidental de lotes. Qualquer descuido nesta etapa poderá incorrer em risco ao êxito do programa 
reprodutivo, principalmente se este incluir a inseminação artificial. O diagnóstico de gestação deve ser realizado 
o mais precocemente possível após o término da estação de monta (26 dias por ultrassonografia; 45 dias por 
palpação retal), pois, desta forma, identificam-se com antecedência as fêmeas que deverão ser descartadas ao 
desmame e ganha-se mais tempo para programar a reposição de fêmeas. 
A época mais indicada para as atividades reprodutivas vai depender do período mais apropriado para 
nascimentos e desmame. A demanda e as variações do mercado também devem direcionar o produtor em relação 
à época dos acasalamentos ou estação à de monta. 
 
Estação de monta 
 
Nas condições tropicais do Brasil, o regime de chuvas é quem define os períodos mais marcantes para o 
setor agropecuário: período seco e período chuvoso. Dentro desta variação anual, a disponibilidade de forragem 
em quantidade e qualidade suficientes para alimentar os animais direciona a época mais adequada às atividades 
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de monta, nascimentos e desmame. O déficit nutricional pode prejudicar substancialmente o desenvolvimento 
dos bezerros e a fertilidade das fêmeas, prolongando o intervalo de partos devido ao aumento do período de 
serviço (intervalo parto-concepção). 
Devido à grande extensão territorial, no Brasil há variações na época do ano em que se estabelece a 
estação de monta. Na verdade, essas variações ocorrem na tentativa de contemplar uma mesma finalidade de 
disponibilizar forragem no período de maior necessidade tanto da vaca quanto do bezerro. Geralmente a estação 
de monta é iniciada no período das primeiras chuvas, quando ocorre a rebrota dos pastos (primavera) e 
normalmente há um aumento no percentual de fêmeas apresentando cio (Valle et al., 2000). 
Nas condições do Brasil Central, este período se dá entre outubro e dezembro, e os nascimentos se 
concentram de julho a setembro (período seco). Desta forma, nas propriedades que preconizam o desmame aos 
oito meses de idade, os bezerros são separados das mães nos meses de março, abril e maio, época de grande 
oferta de pastagens. Esta prática favorece o desempenho do bezerro no início da recria, bem como o da vaca, que 
estará sem bezerro ao pé e poderá suportar melhor as restrições do período seco e melhorar a condição corporal 
ao parto (Valle et al., 2000). 
A adoção da estação de monta, além de otimizar a utilização da forragem, ainda contribui organizando o 
tempo disponível para outras atividades dentro da fazenda, como, por exemplo, controle zootécnico e calendário 
sanitário. Apresenta também a vantagem de padronizar os lotes de bezerros e aumentar o seu peso ao desmame. 
Assim, faz-se a maximização dos recursos e do cronograma de trabalho, embutindo ganhos operacionais e 
econômicos significativos. 
A duração da estação de monta também é importante para se verificar a precocidade e a fertilidade das 
fêmeas. Tal período não deve ultrapassar 90 dias para vacas e 60 dias para novilhas, pois, nestes casos, as fêmeas 
terão chance suficiente de apresentar entre 2 e 4 cios férteis e emprenharem (duração média de 21 dias entre 
cios) (Valle et al., 2000). 
 
Uso de inseminação artificial em tempo fixo na estação de monta 
 
A inseminação artificial (IA) consagrou-se mundialmente e provou ser viável técnica e economicamente 
para acelerar o ganho genético e o retorno econômico da pecuária (Informações..., 2008). Dentre suas vantagens, 
destacam-se a padronização do rebanho, o controle de doenças sexualmente transmissíveis, a organização do 
trabalho na fazenda, a diminuição do custo de reposição de touros, etc. Outra vantagem são os programas de 
cruzamento industrial com touros de raças altamente precoces e com alto ganho de peso, mas pouco adaptadas às 
condições tropicais e, ainda, o uso de sêmen de touros mesmo após a sua morte. Mas o principal benefício desta 
técnica é o melhoramento genético por meio do uso de touros provados para obtenção de crias com maior 
potencial de produção e reprodução (Informações..., 2008). 
Para melhorar a eficiência reprodutiva, é importante ressaltar que o manejo da propriedade é fator 
imprescindível, considerando que as características reprodutivas são essencialmente influenciadas pelo meio 
ambiente e pela nutrição. 
Com a evolução e o estabelecimento da técnica de IA, os problemas, como detecção de cios, baixo 
número de animais inseminados e principalmente a necessidade de mão de obra em tempo integral, conduziram à 
busca por alternativas de contorná-los, sem comprometer os índices reprodutivos (Baruselli et al., 2004). Assim, 
surgiram as técnicas de sincronização de cios e da ovulação que permitem a realização da inseminação artificial 
em tempo fixo (IATF) e possibilitam inseminar um grande número de animais (até 400 inseminações/dia) no 
momento mais apropriado aos técnicos e produtores, sem a necessidade de observar os cios (Ayres et al., 2006; 
Torres-Júnior et al., 2007). 
Entretanto, somente os técnicos capacitados, como os veterinários, detêm o conhecimento da biologia 
reprodutiva nas diferentes raças de bovinos e, portanto, podem preconizar com consciência e segurança os 
programas que maximizem a eficiência com o mínimo de risco aos índices reprodutivos. 
A seguir, serão feitas considerações práticas sobre os resultados de uma pesquisa recente realizada por 
Penteado et al. (2005) em uma fazenda comercial localizada no estado do Mato Grosso do Sul. Os autores 
avaliaram o efeito de diferentes tipos de manejo sobre o desempenho reprodutivo de matrizes Nelore durante 
uma estação de monta (EM) de 90 dias em condições de campo. Um total de 597 vacas lactantes entre 55 e 70 
dias pós-parto foram divididas em 4 grupos: 
1. (Grupo Touro) - somente touro do início até o final da EM (n=149); 
2. (Grupo IA convencional) - IA com detecção de cio por 45 dias seguido de touro até o final da EM (n=150); 
3. (Grupo IATF+Touro) - IATF no início da EM seguido de touro até o final da EM (n=150); 
4. (Grupo IATF+IA) - IATF no início da EM, seguido de IA com detecção de cio por 45 dias e seguido de 
touro até o final da EM (n=148). 
 
Em todos os tratamentos, foi utilizada a proporção de um touro para 30 vacas. 
Na Fig. 1, está ilustrado o delineamento do método utilizado na pesquisa. 
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Figura 1. Esquema dos diferentes tipos de manejo adotados na estação de monta. Camapuã, MS, 2005. 
*US = Diagnóstico de gestação por ultrassonografia aos 30, 70 e 120 dias após o início da EM 
 
A taxa média de prenhez à IATF foi de 52,5%, e as taxas de prenhez nos lotes sem IATF vs. com IATF 
foram, respectivamente, de 33,8% vs. 69,4% aos 45 dias e de 84,1 vs. 92,3% aos 90 dias de EM. 
O percentual acumuladode vacas prenhes em cada tratamento durante todo o período da EM está 
apresentado na Fig. 2. 
 
 
Ta
xa
 d
e 
pr
en
he
z 
ac
um
ul
ad
a 
(%
) 
Dias de estação de monta 
 
Figura 2. Taxa de prenhez acumulada de vacas Nelore submetidas a diferentes tipos de manejo em estação de 
monta. Camapuã, MS, 2005. 
 
Analisando os resultados apresentados na Fig. 2, observa-se que os animais que receberam 
sincronização e foram inseminados em tempo fixo (IATF) tiveram antecipação de aproximadamente 22 dias na 
concepção e parto subsequente, aumento de 8,2% na taxa de prenhez final, além do aumento no número de 
prenhezes obtidas por IA. 
 
Avaliação técnica e financeira do emprego de tecnologias no manejo reprodutivo de bovinos de corte 
 
Os prejuízos mais visíveis e fáceis de serem identificados na pecuária de corte ocorrem quando as 
fêmeas não conseguem emprenhar, ou quando há perdas no período próximo ou imediato ao parto. Entretanto, 
outros fatores de igual importância devem ser considerados, tais como antecipação dos partos na eficiência 
reprodutiva da estação de monta subsequente, valorização e ganho genético das novilhas de reposição, aumento 
do peso ao desmame dos bezerros, diminuição da idade ao abate de novilhos, além do ganho no valor comercial 
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dos bezerros por comporem lotes altamente homogêneos e produzidos por inseminação artificial. 
Com base nos resultados da pesquisa de Penteado et al. (2005) e considerando que o protocolo de IATF 
custa em torno de R$ 45,00/vaca (R$ 20,00 dos hormônios + R$ 15,00 do sêmen + R$ 10,00 dos serviços 
zootecnista/veterinário), será apresentado, a seguir, um cálculo básico do custo-benefício associado ao uso de 
biotécnicas de reprodução assistida em rebanhos comerciais de corte (Tab. 1). 
 
Tabela 1. Cálculo da estimativa do custo-benefício do uso de sincronização para inseminação artificial em tempo 
fixo (IATF) em 1.000 vacas de corte em regime de campo. 
Valor por item incluído (R$) Subtotal (R$) 
Investimento 
- R$ 45,00/vaca x 1.000 vacas 45.000,00 
- Remuneração do capital investido 
0,7% de juros/ mês x 18 meses (concepção ao desmame) 
R$ 45,00 x 12,6% 
5.670,00 
Investimento total 50.670,00 
Retorno 
- Aumento de 8,2% na taxa de prenhez ao final da estação de monta 
R$ 387,00a/bezerro(a) x 82 bezerros(as) 
31.734,00 
- Ganho Genético = +10kg/bezerro(a) no peso ao desmameb
R$ 2,20a/kg x 10kg = R$ 22,00 x 525c bezerros(as) 
11.550,00 
- Antecipação de 22 dias na concepção 
22dias x 0,5kg/ganho de peso do(a) bezerro(a)/dia = 11kg 
R$ 2,20/kg de bezerro(a) x 11kg = R$ 24,20 x 525 bezerros(as) 
12.705,00 
- Antecipação da concepção/parto/desmame (consumo de pasto pela matriz) 
22 dias x R$ 0,40d/dia (aluguel de pasto) = R$ 8,80 x 525 matrizes 
4.620,00 
Retorno total 60.609,00 
Retorno total – Investimento total 9.939,00 
Retorno/vaca – Investimento/vaca (1.000 matrizes) 9,93 
Ganho da IATF em relação à monta natural 19,61% 
aCotação oficial BM&F (Paragominas – PA em 04/03/2008). 
bFonte ABCZ: efeito do uso de touros provados com DEP positiva para desmame. 
cTaxa de 52,5% de prenhez à IATF em 1.000 matrizes. 
dAluguel de pasto equivalente a 20% do valor da @ de boi (R$ 61,00; cotação oficial BM&F, Marabá – PA em 
04/03/2008) = R$ 12,20/mês = R$ 0,40/dia. 
 
Ao se considerar que, em média, 50% das fêmeas se tornam gestantes à IATF, poder-se-ia pensar em 
reduzir pela metade o número de touros de repasse. Entretanto, deve ser levado em conta também que há alta 
taxa de indução de cios naturalmente sincronizados nas fêmeas que continuaram vazias após o protocolo de 
IATF. Esta ressincronização natural de cios ocorre em torno de 19 a 23 dias após a IATF e, por isso, a 
introdução de touros em uma menor proporção utilizando uma relação touro/vaca superior a 1:30 poderá reduzir 
a fertilização das fêmeas pela monta natural, principalmente no repasse deste primeiro cio de retorno (Sales et 
al., 2008; informação verbal). 
Ainda, em relação ao manejo de touros pós IATF, Penteado et al. (2005; Fig. 2) mostraram que, aos 45 
dias de estação de monta, já havia 75% de fêmeas prenhes no tratamento IATF+Touro. Portanto, é possível que, 
nestas condições, o remanejamento de touros possa ser realizado na metade final da estação de monta. Para isso, 
é imprescindível o diagnóstico precoce de gestação (26 a 30 dias), o que pode trazer inúmeros benefícios, 
principalmente por possibilitar a tomada de decisões ainda durante o andamento da estação de monta, como, por 
exemplo, avaliar a qualidade dos inseminadores e do sêmen utilizado nas inseminações, separar lotes de fêmeas 
gestantes, ressincronizar cios e verificar rapidamente o desempenho dos touros de repasse. 
Conforme mostra a Tab. 1, de fato, o manejo com uso adequado de IATF ao início da estação de monta, 
além de incrementar a eficiência reprodutiva, foi de custo-benefício favorável, com retorno de 19,61% em 
relação ao capital investido. Adicionalmente, os maiores benefícios da IATF são a otimização de mão de obra e a 
soma das outras vantagens já apontadas neste manuscrito, como a redução do intervalo entre partos e a 
antecipação destes. 
Entretanto, recomenda-se cautela na adoção de tecnologias sem o adequado suporte técnico, pois os 
cálculos aqui apresentados foram embasados em uma situação real, porém orientada e específica para 
determinada propriedade e região. 
 
Considerações finais 
 
A escolha do tipo de manejo a ser adotado em cada propriedade depende de diversos fatores, tais como 
 Torres-Júnior et al. Considerações técnicas e econômicas sobre reprodução assistida em gado de corte. 
 
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estruturação, disponibilidade e custos com mão de obra, alimentos, medicamentos, vacinas, hormônios, material 
para IA e sêmen, valor comercial dos animais de reposição e descarte, além das previsões e tendências do 
mercado em relação à cria, recria e engorda de gado. 
Estas e muitas outras decisões devem ser tomadas conscientemente, para que as atitudes sejam 
corretamente planejadas. Diante dessas condições, deve ser ressaltada a importância do manejo adequado 
orientado por um técnico qualificado, para acompanhamento de todo o processo e geração de lucro para o 
produtor. 
 
Agradecimentos 
 
À USP Brasil Eletromedicina, pela parceria que possibilitou o desenvolvimento dos experimentos 
realizados pelos autores. 
 
Referências 
 
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	A bovinocultura brasileira passa por uma fase de reconhecimento da importância do uso de tecnologias no setor produtivo, principalmente no segmento de corte, com grande participação das raças zebuínas (Bos taurus indicus), como a raça Nelore, e também das raças taurinas (Bos taurus taurus) de origem europeia e seus cruzamentos. A perspectiva de retorno financeiro por meio da eficiência nos sistemas de produção pode ser intensificada com o uso de eficientes técnicas de manejo e biotecnologias aplicadas à reprodução animal. A adoção da estação de monta com uso de animais selecionados e a inseminação artificial são importantes ferramentas que auxiliam no melhoramento genético e no aumento da produtividade no setor (Vishwanath, 2003). 
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