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Produtos e Serviços Bancários, CPA 10 e CPA 20

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21/09/2020 UNINTER - PRODUTOS E SERVIÇOS BANCÁRIOS, CPA 10 E CPA 20
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/15
 
 
 
 
 
PRODUTOS E SERVIÇOS
BANCÁRIOS, CPA 10 E CPA 20
AULA 2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Kessyane da Silva Novaes Horbucz
21/09/2020 UNINTER - PRODUTOS E SERVIÇOS BANCÁRIOS, CPA 10 E CPA 20
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CONVERSA INICIAL
Nesta aula, buscamos compreender o contexto que levou à criação dos Acordo Basiléia I, II, e III,
além de classificar os riscos vigentes no sistema financeiro, também com a finalidade de precificar
impactos no mercado financeiro.
Os aspectos estudados, a partir desse momento, consubstanciam-se na classificação de risco e
na necessidade de diferenciar risco de retorno. Dessa maneira, aprofundaremos estudos das variáveis
que impactam diretamente no retorno dos investimentos, que são denominadas maturidade e
volatilidade.
Ademais, analisaremos as garantias bancárias disseminadas em nossa economia, objetivando
diferenciá-las e enquadrá-las de acordo com as operações bancárias pertinentes a cada tipo de
contrato.
CONTEXTUALIZANDO
O profissional da área financeira tem como premissa mitigar os riscos. É com essa finalidade que
disponibilizaremos um aporte teórico sobre os riscos financeiros e seus impactos na economia,
indicando as vantagens em diversificar os investimentos e em analisar com cautela a relação risco
versus retorno.
Outro aspecto importante, e que torna o profissional mais preparado para lidar com as
operações de crédito, é diferenciar as garantias reais das garantias pessoais, cujo conhecimento tem
por objetivo prático mitigar os riscos legais por parte desse profissional, que só assim terá condições
de enquadrar as garantias de acordo com o contrato mais pertinente.
TEMA 1 – RISCOS FINANCEIROS
O risco consiste na probabilidade de ocorrência de determinados resultados, que podem ser
positivos (oportunidades) ou negativos (ameaças). Logo, o risco está associado à capacidade de
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mensurar as incertezas por meio de ferramentas estatísticas que retornem um valor esperado (Ross et
al., 2015).    
Dessa maneira, há no mercado financeiro uma preocupação constante com a gestão de riscos,
no sentido de buscar desenvolver medidas que os mitiguem, sejam eles sistemáticos (de mercado) ou
não (específicos).
 
1.1 DIVERSIFICAÇÃO
Ao trabalhar com a mitigação dos riscos não sistemáticos, é comum utilizar a metodologia de
diversificação, que tem por finalidade estratégica a distribuição dos investimentos em modalidade ou
segmentos distintos.
Créditos: Ideyweb/Shutterstock.
Ao diversificar o portfólio ou a carteira, o investidor fica mais protegido, pelo simples fato de não
depender de uma única fonte. Entretanto, é importante que haja uma diversificação equilibrada, de
acordo com o perfil do investidor, pois não adianta diversificar os investimentos em inúmeros
segmentos, expandindo a carteira a ponto de não conseguir mais acompanhar cada investimento.
O interessante da diversificação é que seja realizada com cautela. Warren Buffet, um dos maiores
investidores do mundo, recomenda que, ao montar uma carteira de investimentos em ações, sejam
incluídas no máximo dez empresas, de vários segmentos econômicos, tais como bancos, empresas de
tecnologia, empresas da área de saúde e de alimentos etc.
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Há pessoas que diversificam instintivamente com o pensamento de “não colocar todos os ovos
em uma cesta apenas”; essa estratégia pode ser facilmente reconhecida em pessoas que têm ativos,
por exemplo: imóveis para alugar, aplicações na caderneta de poupança, sociedade em várias
empresas, a até mesmo aquisições de títulos de renda fixa.
A diversificação propicia a pulverização dos riscos, pois se em algum momento não for tão
rentável alugar imóveis, talvez a remuneração advinda da sociedade de alguma empresa pondere a
baixa rentabilidade dos aluguéis.
1.2 TIPOS DE RISCOS
Assaf Neto (2012, p.144) expõe que o “risco no mercado financeiro pode ser entendido como a
probabilidade de perda em razão de uma exposição ao mercado”, e que a gestão de risco deve ser
realizada com o objetivo de minimizá-lo, quando não houver possibilidade de extingui-lo.
Os riscos podem ser divididos de acordo com a sua origem: financeira ou não financeira.
Quando falamos de risco de ordem financeira, abordamos as incertezas relacionadas às decisões que
envolvem ativos financeiros. Já o risco de ordem não financeira relaciona-se com situações que não
envolvem ativos financeiros diretamente. Para um melhor detalhamento, vamos tipificar os riscos de
acordo com a sua origem.
 Quadro 1 – Riscos
ORIGEM FINANCEIRA ORIGEM NÃO FINANCEIRA
 
Risco de
mercado
Eventos que provocam oscilações de
preços em variados ativos
Risco
operacional
 
Possibilidade de ocorrência de perdas por conta de
processos internos ineficientes
Risco de
crédito
Possibilidade de um emissor não cumprir
com os seus compromissos
Risco
estratégico
 
Eventos que impactem os objetivos estratégicos e a
concretização das estratégias de uma organização
Risco de
liquidez
 
Possibilidade de perda de capital no
momento da negociação de algum ativo
 
Risco legal
 
Possibilidade de ocorrências advindas de contratos
ineficientes, penalidades judiciais ou indenizações.
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O risco financeiro afeta diretamente os investimentos e as perdas, isso por conta de eventos
negativos que se potencializam quando esses eventos acontecem simultaneamente. Um exemplo
recente em nossa economia foi o caso da Petrobrás. Após investigações advindas da operação Lava
Jato, a empresa teve o seu risco de mercado e de liquidez elevado, pois suas ações caíram
drasticamente de preço, o que impactou no valuation da empresa e, por consequência, na redução
de sua liquidez.
De acordo com Assaf Neto (2012), o risco é um fator natural da intermediação financeira,
devendo estar associado ao retorno, pois todo retorno advém do risco assumido.
1.3 RISCO X RETORNO
Ainda tratando de mercado financeiro, existe uma máxima, segundo a qual “quanto maior o
risco, maior será a probabilidade de retorno”. Mas, afinal, o que é retorno?
Para Gitman (2001), o retorno se dá pelo de total de lucros ou perdas de um ativo após um
determinado período de investimento. No entanto, os investidores estão dispostos a correr maiores
riscos quando há oportunidades de obterem maiores retornos. Porém, existem outras variáveis que
interferem no processo de escolhas em relação aos investimentos, que são projetadas na maturidade
e na volatilidade de um investimento.
Figura 1 – Risco x retorno
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  Exemplificando: se um investidor obterá o mesmo retorno em investimentos com prazos
distintos, provavelmente ele escolherá aplicar os seus recursos no investimento com o menor prazo
de vencimento. Afinal, os investimentos com prazos mais elevados são proporcionalmente mais
arriscados.
Já no caso da volatilidade, o investidor tende a optar pelo investimento menos volátil, quando o
critério de retorno é nulo. A volatilidade transmite uma visão de instabilidade de retorno para o
investidor; ou seja, os investimentos cujos valores de ativos flutuam com frequência oferecem
maiores riscos.
TEMA 2 – ACORDO DE BASILEIA
Por volta de 1930, foi criado um Banco de Compensações Internacionais – BIS, que tinha como
objetivo disseminar a colaboração e a troca de informações entre bancos centrais e demais órgãos
ligados ao Sistema Financeiro (BCB, 2020).
Ligado ao BIS, e com o intuito de assegurar A estabilidadedo Sistema Financeiro e reduzir os
riscos em determinadas operações financeiras, foi criado, em 1974, um comitê chamado Basiléia –
nome da cidade, na Suíça, onde foi realizado o primeiro encontro com a participação de Bancos
Centrais de vários países, oportunidade em que foram discutidas várias medidas, no intuito de gerar
mais confiabilidade no sistema.
  Segundo Carvalho (2007), essa reunião de bancos se deu por conta de inúmeros casos de
fraudes e outros problemas financeiros no âmbito internacional. Logo, o receio de um colapso no
setor bancário, pela provável impossibilidade de liquidação das instituições financeiras, por parte do
sistema bancário global, “acendeu a luz amarela” para um possível risco sistêmico. Com isso,
objetivou-se nessa convenção a discussão e a elaboração de ações para contribuir com a estabilidade
do sistema bancário.
Segundo Assaf Neto (2012, p. 157), apesar de o acordo firmado ser apenas um tratado de
intenções, ele foi amplamente aceito pelos mercados financeiros globais, tornando-se referência para
todos os bancos de atuação mundial. Atualmente, temos três acordos de Basiléia vigentes, todos
discutidos e assinados após a incidência de grandes crises econômicas mundiais.
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2.1 ACORDO I
De acordo com informações expostas pelo Banco Central do Brasil em 1988, divulgou-se o
primeiro Acordo de Capital da Basiléia (International Convergence of Capital Measurement and
Capital Standards), com o consentimento de mais de 100 países. O Basiléia I criou uma metodologia
de avaliação de riscos que exige das instituições financeiras uma análise de perfil dos tomadores de
crédito.
Também foram definidas outras obrigações às instituições financeiras, que tratam da sua
liquidez, para que mantenham a solidez do crédito. Ou seja, as instituições precisam manter um
índice mínimo de capital depositado em caixa, determinando-se o mínimo de 8% sobre o valor total
do capital emprestado, além de exigir que as instituições financeiras reservem uma quantia de capital
próprio para a mitigação de possíveis riscos de crédito.
Com esse acordo, buscou-se garantir a solvência das instituições financeiras, para que, na
prática, os “riscos de calotes” fossem menores.
2.2 ACORDO II
No intuito de reforçar e realizar alguns ajustes em relação ao tratado firmado no primeiro
acordo, a convenção, que originou o Basiléia II, ocorreu em 2004, tendo ainda como objetivo o
fortalecimento do Sistema Financeiro Mundial, incentivando boas práticas no mercado bancário.
Segundo Carvalho (2007), o texto elaborado no Novo Acordo teve uma postura mais “amigável ao
mercado”, por conta de ter flexibilizado o critério de limites de capital, permitindo assim que os
Bancos Centrais de cada país determinassem esses limites com base no fator de risco.
Assim, o acordo foi baseado em três premissas:
Pilar I – fortalecimento da estrutura de capitais das instituições. Nesse pilar, o risco operacional
também foi levado em conta, ou seja, as instituições financeiras deveriam reservar um capital
para compensar possíveis fraudes, ocorrências de desastres naturais e falhas humanas.
Pilar II – estímulo à adoção das melhores práticas de gestão de riscos. O intuito foi reforçar as
ações de governança sugeridas no primeiro acordo, elevando a supervisão em relação ao
capital dos bancos.
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Pilar III – redução da assimetria de informação e favorecimento da disciplina de mercado. O
objetivo dessa premissa concentrou-se em estimular a troca de informações relacionadas à
gestão de risco.
Figura 2 – Pilares
O setor bancário, após a implementação do Basiléia II, precisou realizar mais investimentos em
inovação e tecnologia, para criar mecanismos e ferramentas de aperfeiçoamento da gestão de risco.
2.3 ACORDO III
Em decorrência da crise mundial de 2008, foi necessário promover novas discussões e ajustes
nos acordos anteriores, o que deu origem ao Basiléia III. Focado na redução da diferenciação
excessiva entre os fatores de ponderação pelos riscos utilizados, o acordo definiu novos padrões de
gerenciamento de liquidez. Afinal, com a economia mundial impactada justamente pela falta de
liquidez de grandes bancos, o acordo foi alterado no ponto relacionado às reservas. No Basiléia I
estava definido um percentual de 8%. Esse índice mínimo (ou colchão de conservação de capital) foi
elevado para 10,5% no Basiléia III. Com isso, há maior cobertura de riscos. Ainda, neste último acordo
foram definidas práticas para a realização de teste de estresse e de avaliação de ativos, além da
criação do “colchão contracíclico de capital”, um outro tipo de reserva que os bancos foram
obrigados realizar em momentos de estabilidade financeira, para que, na emergência de momentos
de instabilidade, os Bancos Centrais pudessem reduzir ou remover esse “colchão”, com a finalidade
de liberar capital às instituições financeiras, que utilizariam os recursos nos períodos de crises.
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Observa-se que o tratado de Basiléia sofre constantes mudanças; à medida que o sistema
financeiro evolui ou passa por crises, o tratado precisa ser reformulado, com a implementação de
uma nova versão.
TEMA 3 – GARANTIAS BANCÁRIAS
Para ingressarmos nos conceitos e nas tipificações das garantias, necessitamos recorrer à outra
linha de estudo, partindo para o direito das coisas, real pessoal.
Sabemos que os ativos são classificados como bens, que se materializam em coisas, as quais, por
serem úteis e raras, são objetos de apropriação pelo homem. O direito das coisas disciplina as
relações jurídicas associadas aos bens incluídos no âmbito dos direitos reais. Logo, a concepção de
direito real se dá pelo “poder jurídico, direto e imediato do titular sobre a coisa, com exclusividade e
contra todos” (Gonçalves, 2018, p. 26).
Ainda segundo Gonçalves (2018), o direito pessoal está associado ao direito das obrigações,
figurando nessa relação os sujeitos ativos e passivos. O sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo o
cumprimento de determinada prestação.
Pois bem, a partir do entendimento das relações jurídicas pessoais e reais, conseguiremos
diferenciar as garantias aplicáveis às relações jurídicas originadas. A garantia é uma ação utilizada na
relação entre sujeitos, assegurando o cumprimento do que fora acordado entre as partes envolvidas.
Ou seja, algo ou alguém garante certa operação realizada entre a parte credora e a parte devedora.
Para isso, é necessário assegurar essa relação por meio de um bem do devedor (garantia real),
ou vinculando uma terceira pessoa para assumir a responsabilidade, caso o devedor não cumpra a
obrigação (garantia pessoal).
3.1 GARANTIAS REAIS
As garantias exercem e asseguram o cumprimento das obrigações no aspecto jurídico. Quando
essas garantias são determinadas por meio do patrimônio do devedor, como bens móveis e imóveis,
são chamadas de garantia real. Ou seja, o titular tem direito ao recebimento do pagamento de uma
dívida; caso isso não se concretize, aciona-se o bem dado como garantia (Lei 10.406, de 2002).
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No Brasil, temos como garantias reais mais utilizadas: o penhor, a anticrese, a alienação fiduciária
e a hipoteca. Essas garantias serão abordadas em detalhes nos próximos tópicos.
3.2 GARANTIAS PESSOAIS
Assim como as garantias reais, as garantias pessoais também têm por objetivo assegurar o
cumprimento das obrigações por parte do devedor. No entanto, a diferença está no fato de que as
garantias reais envolvem um bem, enquanto a garantia pessoal atrela-se a um terceiro sujeito, capaz
de garantir a operação,substituindo assim o bem.
Conforme Gonçalves (2018), as garantias pessoais, também chamadas de “fidejussórias”, são
baseadas na virtude da confiança e na reputação do garantidor. O garantidor terá que cumprir as
obrigações, caso o devedor não honre com os compromissos firmados. Essas garantias são dadas por
aval ou fiança, como veremos nos próximos tópicos.
TEMA 4 – TIPOS DE GARANTIAS REAIS
Já vimos que a garantia real é aquela baseada em um ou mais bens. Porém, para que essa
garantia tenha validade, é necessário estabelecer, por meio de contrato, todos os detalhes da
operação, formalizando-o por meio de assinaturas e registros, de acordo com o enquadramento
jurídico e a classificação das garantias.
4.1 PENHOR
Segundo Beviláqua (1942, p. 338), “penhor é o direito real que submete coisa móvel ou
mobilizável ao pagamento de uma dívida.” Dessa maneira, é o bem oferecido para assegurar a
operação entre credor e devedor.
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Créditos: Maxx-Studio/Shutterstock.
O penhor de joias é uma prática bancária muito usada e popularizada no Brasil. A instituição
financeira Caixa Econômica Federal oferece o penhor de joias como uma linha de crédito barata e
desburocratizada. O devedor deixa a joia sob posse da instituição, recebe um valor equivalente ao
valor do bem como empréstimo e, ao finalizar o pagamento do saldo devedor, retoma a posse do
bem, no caso em questão a joia.
4.2 ANTICRESE
De acordo com Gonçalves (2018, p. 646), a antricrese é direito real sobre coisa alheia, em que o
credor recebe a posse de coisa frugífera, ficando autorizado a perceber os frutos e imputá-los ao
pagamento da dívida. Direito real sob coisa alheia é o direito concedido ao credor para que ele possa
receber a posse de uma determinada da coisa.
No caso da anticrese, o devedor transfere ao credor a propriedade de um bem imóvel, para que
o credor desfrute da renda obtida por esse imóvel e compense do valor da dívida. Ou seja, o devedor
formaliza a propriedade de um imóvel o que pertencia, com a finalidade de honrar seus débitos por
meio dos aluguéis, por exemplo; com isso, o credor recebe os valores do aluguel até que a dívida seja
liquidada.
4.3 HIPOTECA
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Conforme Gonçalves (2018, p. 597), a hipoteca “é o direito real de garantia que tem por objeto bens
imóveis, navio ou avião pertencentes ao devedor ou a terceiro que embora não entregues ao credor,
asseguram-lhe o recebimento.”
Créditos: Vectormine/Shutterstock.
No Brasil, um dos principais créditos disponibilizados para o financiamento de imóveis se dá pela
hipoteca, já que o próprio imóvel financiado é dado como garantia na operação. Caso o devedor não
honre com as prestações do financiamento, o credor poderá levar o bem a leilão.
4.4 ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
De acordo com Gonçalves (2018), a alienação fiduciária se dá pela transferência, ao credor, da
posse indireta da coisa móvel alienada. Por outro lado, o alienante permanece com a posse direta do
bem, sendo o responsável por todos os encargos previstos na legislação civil e penal.
É comum, no Brasil, que esse tipo de garantia seja utilizada em operações de financiamento de
veículos e máquinas, sendo que o devedor usufrui do bem durante a vigência do contrato. No
entanto, a propriedade ou posse indireta permanece com o credor, geralmente instituições
financeiras. Ao final do contrato, a propriedade retorna ao devedor.
TEMA 5 – TIPOS DE GARANTIAS PESSOAIS
Ao contrário das garantias reais, que são prestadas por bens, as garantias pessoais são prestadas
por pessoas. Neste caso, há a responsabilização de uma pessoa indicada pelo devedor, que cumprirá
a obrigação de pagamento da dívida caso o devedor não a cumpra.
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5.1 AVAL
O avalista se responsabiliza de satisfazer o crédito liberado. Na hipótese de o devedor não
cumprir com sua obrigação, tanto o avalista como o devedor serão acionados pelo credor.
Ou seja, o avalista se compromete a pagar um título de crédito nas mesmas condições do
devedor. Dessa maneira, o aval é visto como uma garantia plena e solidária (Rizzardo, 2000).
5.2 FIANÇA
De acordo com Rizzardo (2000), o fiador assegura o cumprimento das obrigações do devedor
apenas quando esgotadas todas as possibilidades de recebimento do credor em relação ao devedor;
ou seja, há aplicação nessa operação do benefício de ordem. A garantia por meio de fiança é muito
requisitada por imobiliárias nos processos de aluguéis de imóveis.
A diferença entre o aval para a fiança está no instituto do benefício da ordem; na operação
garantida pelo aval, tanto o devedor como o avalista são acionados em conjunto, não existindo o
benefício de ordem; já no caso da fiança, invoca-se, primeiramente, o devedor para cumprir a
obrigação; em persistindo o inadimplemento, aciona-se o fiador. Ou seja, a responsabilidade é
subsidiária.
TROCANDO IDEIAS
Após ler a reportagem a seguir, interaja com os seus colegas, discutindo qual tipo de risco a
reportagem pontua, e quais medidas poderiam ser implementadas pelas empresas brasileiras para
reduzir o impacto desse risco.
CORONAVÍRUS faz empresas exportadoras perderem R$48b em valor de mercado. Exame, 22
fev. 2020. Disponível em: < https://exame.abril.com.br/mercados/coronavirus-faz-empresas-exportad
oras-perderem-r48-bi-em-valor-de-mercado/>. Acesso em: 13 abr. 2020.
NA PRÁTICA
Como atividade de encerramento desta aula, sugiro que você assista ao vídeo exposto no link a
seguir e responda o questionamento: Quais são as maiores vantagens em relação ao aval e à fiança
https://exame.abril.com.br/mercados/coronavirus-faz-empresas-exportadoras-perderem-r48-bi-em-valor-de-mercado/
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na posição do garantidor, caso o devedor não honre com as suas obrigações?
DIFERENÇA entre avalista e fiador. Crédito e Cobrança, 3 dez. 2014. Disponível em: < https://yo
utu.be/j6SzXZNpX78>. Acesso em: 13 abr. 2020.
Resposta: Em relação ao aval, a principal vantagem é que o garantidor responde apenas pelo
valor de face do título de crédito. Já no caso do fiador, a vantagem está na responsabilidade, que é
subsidiária, beneficiando o garantidor, pela ordem estipulada de cobrança – ou seja, primeiro cobra-
se o devedor, e com isso há possibilidade de ele ter algum patrimônio que possa ser protestado e
utilizado como pagamento.
FINALIZANDO
Estudamos a interferência dos riscos financeiros na dinâmica do mercado financeiro, cujo
impacto pode espraiar por toda economia, atingindo dimensão global. Por isso, foi criado um comitê
para regular e elaborar normas com vistas a reduzir o risco de mercado, e até mesmo o risco legal.
Dos encontros realizados, a partir desse comitê, elaboraram-se três acordos: Basiléia I, II e III.
No entanto, além dos órgãos e entidades que buscam proteger os investidores dos variados
riscos que podem deteriorar os seus ativos, o próprio investidor deverá utilizar de estratégias
fundamentais para proteção e/ou mitigação de perdas. Uma dessas estratégias é a diversificação da
carteira de investimentos, que pulveriza os investimentos por segmentos ou ativos diversos; assim, o
investidor reduz a probabilidade de perdas sistemáticas.
Outra estratégia é analisar os prazos dos investimentos e a sua volatilidade. Na hipótese de o
investimento ser de longo prazo, é necessário focar nas remunerações mais elevadas; se a
volatilidade for constante, é interessante priorizar os investimentos que mais remuneram.
No caso dos credores, além de analisar todos esses aspectos relacionados aos riscos, cabe exigir
garantias para que suas operações sejam protegidas ao máximo, resguardandoos ativos e evitando
perdas. Tais garantias podem ser reais ou pessoais, sendo determinadas de acordo com as operações
realizadas, e podendo ser muito vantajosas para a posição de credor.
REFERÊNCIAS
https://youtu.be/j6SzXZNpX78
21/09/2020 UNINTER - PRODUTOS E SERVIÇOS BANCÁRIOS, CPA 10 E CPA 20
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/15
ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
BCB – Banco Central do Brasil. Basiléia II. Disponível em: 
<https://www.bcb.gov.br/nor/basileia/BasileiaIInaweb.pdf>. Acesso em: 13 abr. 2020.
CARVALHO, F. J. C. de. Regulação prudencial na encruzilhada: depois de Basiléia II, o dilúvio. In:
_____. Sistema financeiro: uma análise do setor bancário brasileiro. Rio de Janeiro: Editora
Campus/Elsevier, 2007. p. 155-167.
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira: essencial. Porto Alegre: Bookman, 2001.
GONÇALVES, C. R. Direito civil brasileiro: direito das coisas. São Paulo: Saraiva, 2018.
RIZZARDO, A. Contratos de crédito bancário. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
ROSS, S. A. et al. Administração financeira. Porto Alegre: AMGH, 2015.

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