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SISTEMA TEGUMENTAR Prof.ª Ft. Juliana Ap. Rosa Pfister SISTEMA TEGUMENTAR Sistema tegumentar é o sistema de proteção do esqueleto dos seres vivos e engloba a pele, pelos, unhas e glândulas. É o maior órgão do corpo que tem a função principal de proteger as estruturas vitais. Suas principais funções são: Proteger o corpo de ações do meio ambiente, evitar perda de líquido e evitar a entrada de substâncias ruins no organismo; Regular a temperatura do corpo; Garantir a sensibilidade através dos nervos da pele. SISTEMA TEGUMENTAR PELE A pele cobre toda a superfície corporal externa, com exceção dos orifícios genitais e alimentares, olhos e superfícies mucosas genitais. A pele consiste em duas partes principais: a porção mais superficial e mais delgada que é composta de tecido epitelial, é denominada de epiderme; a parte mais profunda e mais espessa, composta de tecido conjuntivo, é a derme. Abaixo da derme, porém sem fazer parte da pele, está a hipoderme (tela subcutânea), constituída de tecido conjuntivo combinado com adiposo. Ela serve como um depósito para armazenar gordura e contém os grandes vasos sanguíneos que irrigam a pele. PELE FUNÇÕES DA PELE Proteção e revestimento: a pele fornece proteção ao corpo de várias maneiras. A queratina da pele protege os tecidos subjacentes contra micróbios, substâncias químicas e calor; os lipídeos inibem a evaporação de água da superfície da pele, protegendo o corpo contra a desidratação e também retardam a entrada de água pela superfície da pele durante os banhos e a natação; o sebo das glândulas sebáceas protege a pele e os pelos de ressecamento e contém substâncias químicas bactericidas; o pigmento melanina ajuda a proteger contra os efeitos prejudiciais dos raios ultravioleta. Regulação da temperatura corporal: a pele libera o suor em sua superfície e ajusta o fluxo sanguíneo na derme, regulando a temperatura corporal. FUNÇÕES DA PELE Sensações cutâneas: são as sensações que se manifestam na pele, incluindo as táteis (discos de Merkel, receptores de Vater-Pacini e receptores de Meissner) – toque, pressão, vibração e cócegas; as térmicas (receptores de Krauser e receptores de Ruffini) – frio e calor; a dor (terminações nervosas) que indica um dano tecidual iminente ou real. Excreção e absorção: a pele tem um pequeno papel na excreção/ eliminação de substâncias do corpo (através do suor), e na absorção / passagem de materiais do ambiente externo para as células corporais (vitaminas e medicamentos de uso tópico/adesivos). Síntese de Vitamina D: à exposição da pele à radiação ultravioleta ativa a vitamina D, que é importante para absorção de cálcio e fósforo principalmente pelos ossos. SENSAÇÕES CUTÂNEAS EPIDERME A epiderme é a camada mais superficial da pele, ou seja, a que está diretamente em contato com o exterior. É formada de tecido epitelial. Contém 4 tipos principais de células: - Queratinócitos: produzem a proteína queratina, que ajuda a proteger a pele e os tecidos subjacentes do calor, micróbios e substâncias químicas. - Melanócitos: produzem o pigmento de cor vermelho-amarelado ou marrom-preto melanina que contribui para a coloração da pele e absorve os raios ultravioletas (UV) prejudiciais, protegendo, assim, o DNA do núcleo. - Células de Langerhans: participam das respostas imunes contra os micróbios que invadem a pele. Essa células são facilmente danificadas pelos raios UV. - Células de Merkel ou células epiteliais táteis: localizadas na camada mais profunda da epiderme, essas células detectam as sensações de tato juntamente com um neurônio sensitivo (disco tátil de Merkel). CÉLULAS DA EPIDERME EPIDERME Na maioria das regiões do corpo, a epiderme possui 4 estratos ou camadas: estrato basal, estrato espinhoso, estrato granular e estrato córneo delgado (pele fina). Nas regiões expostas a maior fricção, como nas pontas dos dedos, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, a epiderme tem 5 estratos ou camadas: estrato basal, estrato espinhoso, estrato granular, estrato lúcido e um estrato córneo espesso (pele grossa). CAMADAS OU ESTRATOS DA EPIDERME Estrato basal: é a camada mais profunda da epiderme, composta de uma única camada de queratinócitos. Algumas células são células-tronco que sofrem divisões celulares para produzir continuamente novos queratinócitos. Os melanócitos e as células de Merkel estão espalhados entre os queratinócitos na camada basal. CAMADAS OU ESTRATOS DA EPIDERME Estrato espinhoso: localizado acima do estrato basal, onde 8 a 10 camadas de queratinócitos produzidos pelas células-tronco do estrato basal se encaixam umas nas outras. As células de Langerhans e projeções dos melanócitos estão presentes no estrato espinhoso. CAMADAS OU ESTRATOS DA EPIDERME Estrato granular (ou granuloso): consiste em 3 a 5 camadas de queratinócitos achatados, os quais as organelas começam a degenerar. As células no estrato granular contêm grânulos de proteína querato- hialina, que converte filamentos de queratina em queratina propriamente dita, e grânulos lamelares que liberam uma secreção rica em lipídios que atua como um selante impermeável, retardando a perda de líquidos corporais e a entrada de materiais estranhos. CAMADAS OU ESTRATOS DA EPIDERME Estrato lúcido: é encontrado somente na pele espessa de áreas como as pontas dos dedos, palmas e solas. Consiste em 4 a 6 camadas de queratinócitos mortos achatados e claros, que contêm uma substância chamada eleidina, responsável por lubrificar e hidratar as estruturas. Essa substância é transformada em queratina à medida em que as células da camada lúcida vão tornando-se parte da camada externa (estrato córneo). Nesse ponto, a queratina está disposta paralelamente à superfície de forma regular, o que fornece um nível adicional de resistência a essa região de pele espessa. CAMADAS OU ESTRATOS DA EPIDERME Estrato córneo: consiste em média de 25 a 30 camadas de queratinócitos mortos e achatados. As células são finas e planas, formadas de queratina envolta por membrana plasmática, chamados corneócitos ou escamas. São o produto final do processo de diferenciação dos queratinócitos, não possuindo mais núcleos nem outras organelas internas. Nesse estrato externo da epiderme, as células são continuamente descartadas e substituídas por células provenientes dos estratos mais profundos. Suas múltiplas camadas de células mortas ajudam o estrato córneo a proteger as camadas mais profundas contra lesão e invasão microbiana. DERME Localizada abaixo da epiderme, a derme é composta de um tecido conjuntivo denso resistente, que contém fibras elásticas e colágenas. Possui maior resistência à tração e uma capacidade de se distender e encolher facilmente. Na derme, encontramos células finas denominadas de fibroblastos que fabricam colágeno e elastina para a sustentação do tecido. A derme é essencial para a sobrevivência da epiderme. É dividida em uma região papilar superficial fina e uma região reticular mais profunda espessa. DERME DERME Região papilar: está em contato com a epiderme através de papilas dérmicas. Consiste em fibras elásticas e colágenas finas. As papilas dérmicas são saliências que acompanham as reentrâncias correspondentes da epiderme, aumentando a zona de contato entre elas, o que traz maior resistência à pele. Algumas papilas dérmicas contêm receptores sensoriais especializados que reagem a estímulos externos, como mudanças de temperatura e pressão. DERME Região reticular: fixada à tela subcutânea (hipoderme), consiste em feixes de fibras colágenas espessas, fibroblastos, células migratórias (de defesa) e algumas fibras elásticas espessas, além de alguns adipócitos na parte mais profunda da camada.Vasos sanguíneos, nervos, folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríferas ocupam os espaços entre as fibras colágenas. HIPODERME (OU TELA SUBCUTÂNEA) Localizada abaixo da derme, é uma camada de tecido conjuntivo que não é parte da pele. É composta por fibras de colágeno acompanhadas por tecido adiposo. Assim, a tela subcutânea armazena gordura e contém vasos sanguíneos calibrosos que irrigam e drenam os capilares da pele. Nela também contém terminações nervosas que são sensíveis à pressão. HIPODERME (OU TELA SUBCUTÂNEA) A tela subcutânea desempenha múltiplas funções: - Une as camadas superiores da pele às estruturas mais profundas, enquanto simultaneamente permite à pele mostrar- se livremente sobre essas estruturas mais profundas; - Forma em determinadas regiões (palmas e solas) coxins adiposos resistentes, compostos por fibras de colágeno e tecido adiposo que absorvem choque e protegem o osso e o músculo subjacentes; - É o principal local de armazenagem de energia no corpo; - Atua como isolante, ajudando a retardar a perda de calor do corpo. ESTRUTURAS ACESSÓRIAS DA PELE Incluem pelos, glândulas cutâneas e unhas. Entre suas importantes funções estão a proteção do corpo (pelos e unhas) e a regulação da temperatura do corpo (glândulas sudoríferas). PELO A presença de pelos é uma característica dos mamíferos. Nos homens adultos, os pelos se concentram no couro cabeludo, nas sobrancelhas, nas axilas e em torno dos órgãos genitais externos. Entre suas funções figuram a de proteger, regular a temperatura corporal, bem como facilitar a evaporação do suor; eles exercem também a função de órgãos sensoriais. PELO Cada pelo é composto de colunas de células epidérmicas queratinizadas mortas, unidas por proteínas extracelulares. A haste é a parte superficial do pelo, cuja maior parte se projeta a partir da superfície da pele. A raiz é a parte do pelo profunda à haste que penetra na derme e, algumas vezes, na tela subcutânea. Envolvendo a raiz do pelo está o folículo piloso, onde é produzido. PELO O pelo cresce no folículo piloso a partir de células que vão, progressivamente, enchendo-se de queratina (principal componente do pelo) até morrerem, passando a constituir a haste do filamento que se desloca para o exterior e acaba por sobressair da pele. Este crescimento ocorre de forma cíclica, o que proporciona a alternação de períodos de crescimento com outros de repouso ao longo da vida. PELO A fase de crescimento (anagênica ou anágena) caracteriza-se por uma proliferação de células na matriz do folículo piloso, durando aproximadamente cerca de 3 anos. Nessa época, há um crescimento contínuo do pelo. À medida que novas células são acrescentadas à base da raiz do pelo, as células já existentes são empurradas para cima, tornam-se queratinizadas e morrem. PELO Após a fase de crescimento, começa a fase de regressão (catagênica ou catágena), quando a atividade folicular para (os folículos pilosos atrofiam) e o pelo para de crescer. Essa fase dura de 2 a 3 semanas. Após a fase de regressão, o folículo piloso entra em uma fase de repouso (telogênica ou telógena), que tem a duração de cerca de 3 ou 4 meses. Nesta fase, a inatividade do folículo piloso é total. PELO Após o período de repouso, começa um novo ciclo. A raiz do pelo velho cai ou é arrancada do folículo piloso, e um novo pelo começa a crescer no seu lugar. PELO Glândulas sebáceas e um feixe de células musculares lisas também estão associados aos pelos. A glândula sebácea desagua diretamente no folículo piloso e arrasta para o seu interior substâncias para lubrificar a superfície do pelo. PELO Um músculo liso, chamado de músculo eretor do pelo, estende-se da derme superficial da pele até o folículo piloso. A contração desse músculo desencadeada, entre outros fatores, sob estresse emocional, frio, medo ou raiva, origina um fenômeno denominado “horripilação”, caracterizado por um arrepiar dos pelos. GLÂNDULAS CUTÂNEAS As glândulas são células epiteliais simples ou agrupadas que secretam um substância. Diversos tipos de glândulas são associadas à pele: as glândulas sebáceas, glândulas sudoríferas, glândulas ceruminosas e glândulas mamárias. GLÂNDULAS SEBÁCEAS São glândulas que estão conectadas aos folículos pilosos. A parte secretora de uma glândula sebácea situa-se na derme. São encontradas na pele em todas as regiões do corpo, exceto nas palmas e solas. Elas produzem uma secreção oleosa chamada sebo, que é uma mistura de gorduras, colesterol, proteínas e sais inorgânicos. O sebo recobre a superfície dos pelos e ajuda a evitar que ressequem e se tornem quebradiços. Também impede a evaporação excessiva de água da pele, mantendo-a macia e flexível, e inibindo o crescimento de determinadas bactérias. GLÂNDULAS SUDORÍFERAS (OU SUDORÍPARAS) Localizadas na derme, liberam suas secreções na superfície da pele, através dos poros, ou nos folículos pilosos. São responsáveis pela produção do suor, sendo classificadas em dois tipos: écrinas e apócrinas. GLÂNDULAS SUDORÍFERAS ÉCRINAS São as mais comuns, estando distribuídas por toda a pele da maior parte do corpo, exceto nas margens dos lábios, matrizes das unhas, regiões genitais e membrana timpânica. São mais numerosas na pele da fronte, palmas e solas. O suor produzido por essas glândulas consiste em água, íons, ureia, ácido úrico, amônia, aminoácidos, glicose e ácido láctico, e é eliminado pelos poros. A principal função da glândula sudorífera écrina é ajudar a regular a temperatura corporal por meio da evaporação do suor, onde bastante energia calórica deixa a superfície do corpo. GLÂNDULAS SUDORÍFERAS APÓCRINAS São encontradas na pele da axila, da virilha (em volta da área genital), das mamas e das regiões com barba na face dos homens adultos. A secreção dessas glândulas é um pouco mais viscosa e contém os mesmos componentes do suor écrino, além de lipídios e proteínas. No início, essa substância é inodora, mas conforme ela se espalha nos pelos as bactérias decompõem as proteínas, criando um odor forte, que é chamado de odor corporal. Essas glândulas são estimuladas durante estresse emocional (situações de medo ou constrangimento) e excitação sexual. GLÂNDULAS CERUMINOSAS São glândulas sudoríferas modificadas, localizadas na orelha externa, que produzem uma secreção lubrificante amarelada, chamada cerume. O cerume no meato acústico externo (ouvido) forma uma barreira viscosa, impedindo a entrada de corpos estranhos no ouvido, tais como insetos. O cerume também impermeabiliza o meato acústico externo e impede que bactérias e fungos entrem nas células. UNHAS São lâminas de células epidérmicas queratinizadas duras e firmemente compactadas, que formam uma cobertura sólida clara sobre as superfícies dorsais das partes distais dos dedos. Cada unha consiste em corpo, margem livre e raiz. O corpo da unha é a sua parte visível, que parece rosada em virtude do sangue que flui pelos capilares adjacentes. A margem livre é a parte do corpo da unha que se estende além da extremidade distal do dedo. A raiz da unha é a parte do corpo da unha que está inserida na prega da pele. UNHAS As unhas tem várias funções: - Protegem as extremidades distais dos dedos; - Fornecem suporte e contrapressão à superfície palmar dos dedos das mãos para intensificar a percepção tátil e a manipulação; - Permitem que seguremos e manipulemos objetos pequenos; - São usadas para coçar e arrumar o corpo de várias maneiras. IRRIGAÇÃO SANGUÍNEA DO SISTEMA TEGUMENTAR Embora a epiderme seja avascular, a derme é bem irrigada. As artérias queirrigam a derme são, em geral, derivadas de ramos das artérias que irrigam os músculos esqueléticos em uma região específica, mas algumas são artérias que irrigam a pele diretamente. Nutrientes e oxigênio difundem-se para a epiderme avascular a partir de vasos sanguíneos. Os estratos epidérmicos acima do estrato basal recebem menos nutrientes, e as células vão se tornando menos ativas e morrem. IRRIGAÇÃO SANGUÍNEA DO SISTEMA TEGUMENTAR MANTO HIDROLIPÍDICO Na superfície da pele, o suor produzido pelas glândulas sudoríparas e a gordura produzida pelas glândulas sebáceas, misturam-se com água e fator natural de hidratação da pele (NMF) para formar o manto hidrolipídico, que é um hidratante natural produzido pelo organismo. Sua função é prevenir o ressecamento da pele e protegê-la de agressões. É uma película protetora que deve ser preservada. BIBLIOGRAFIA DA AULA TORTORA, G.J.; NIELSEN, M.T. Princípios de Anatomia Humana. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 1092 p. GARDNER, E. et al. Anatomia – Estudo regional do Corpo Humano. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. 815 p.
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