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HIPERTENSÃO - farmácos IA

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DROGAS ANTI-HIPERTENSIVAS 
 
• SN SIMPÁTICO = VASOCONSTRIÇÃO, AUMENTO DO DÉBITO CARDÍACO E DA 
FREQUENCIA CARDÍACA; 
• SN PARASSIMPÁTICO = VASODILATAÇÃO, DIMINUIÇÃO DO DÉBITO CARDÍACO E 
FREQUENCIA CARDÍACA; 
A estimulação desse sistema simpático e parassimpático ele se dá através de mediadores 
químicos e da estimulação dos barorreceptores, que são unidades que estão presentes 
principalmente nos grandes vasos da aorta, das carótidas e dentro do endotélio que reveste o 
coração. 
O mecanismo simpático de controle da pressão arterial é um mecanismo rápido, ele geralmente 
ele é estimulado pelo mecanismo de luta ou fuga ou através do exercício (em que tem uma 
demanda da estimulação simpática). 
Fisiologicamente, o mecanismo renal de controle da pressão arterial vai depender da excreção 
de sódio e água em balanço com a ingestão de sal e água do indivíduo. 
Situações de hipovolemia, hemorragias, o paciente vai ter uma diminuição da perfusão renal, 
desencadeando a liberação de renina pelas células justaglomerulares. A renina vai fazer a 
conversão da angiotensina I em angiotensina II (potente vasoconstritor). Dessa forma, condições 
que levem a lesão glomerular, diminuição da massa funcional dos néfrons, irão fazer com que 
ocorra uma estimulação do sistema renina angiotensina aldosterona. 
• PA é o resultado do produto DC com a RVP. 
• HIPERTENSÃO ARTERIAL ESSENCIAL = ocorre mais em indivíduos mais jovens. É a 
hipertensão primária, ocorre pelo desbalanço entre RVP e o DC. 
 - DC aumentado / RVP normal; 
 
 
 - Mecanismo patogênico: hipersensibilidade cardíaca aos níveis basais dos 
hormônios reguladores, das catecolaminas. 
 - No idoso: pelo envelhecimento, a própria questão do endotélio vascular; DC 
normal / RVP aumentado. 
OBS: pacientes que possuem hipertensão com DC aumentado / RVP aumentada, geralmente 
está associada a uma resposta atípica dos neuroreceptores das células as catecolaminas, ou seja, 
é uma patologia genética. 
• HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA: 
 - Não se utiliza hipertensivos; 
 - Resolver o mecanismo desencadeador da hipertensão; 
 
 Ex: Feocromocitoma é um tumor receptor de catecolaminas. 
OBS: Então ao dar anti-hipertensivo para esse paciente, o organismo vai fazer um efeito rebote 
aumentado. Pois, o paciente com feocromocitoma tem liberação excessiva de catecolaminas 
(noradrenalina, epinefrina...). Logo, após o uso do anti-hipertensivo, o sistema nervoso 
simpático vai tentar controlar o feito do fármaco (redução da pressão arterial) excretando 
noradrenalina (aumento da pressão arterial). Então esse paciente vai ter efeito 
VASOCONSTRITOR bem maior do que se não estivesse utilizando o fármaco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS: pacientes negros tem esse sistema da renina um pouco menos responsivo a terapêutica 
medicamentosa. 
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 
Então o intuito do tratamento medicamentoso é interferir no DC e na RVP. 
1. BLOQUEADORES (ANTAGONISTAS) DOS CANAIS DE CÁLCIO; 
2. VASODILATADORES; 
3. INIBIDORES DIRETO DA RENINA; 
4. ANTAGONISTAS DO RECEPTOR DE ANGIOTENSINA II; 
5. IECA – INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA; 
6. DIURÉTICOS; 
7. AGENTES SIMPATOLÍTICOS; 
 
 
1. BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO 
 
• Redução da RVP pela diminuição da concentração de cálcio nas células musculares lisas 
vasculares. 
• Melhoram a oferta de oxigênio porque aumentam o fluxo coronariano em consequência 
a vasodilatação dos vasos coronarianos. 
• Efeito CRONOTRÓPICO e INOTRÓPICO negativos. 
OBS: o cálcio ele é responsável pelo mecanismo de contratilidade do músculo liso, logo, se há 
um bloqueio desses canais, consequentemente vai haver uma redução do potencial de ação e 
da contratilidade do musculo liso. Ou seja, vai haver um RELAXAMENTO. 
 
1. DIIDROPIRIDINAS - ANLODIPINA / NIFEDIPINA 
 - Vasodilatadores mais potentes; 
 - Via oral; 
 - Atuam mais na vasodilatação arterial periférica; 
 - NIFEPIDINA = contraindicada no infarto por causar TAQUICARDIA 
REFLEXA. 
 
2. FENILALQUILAMINAS - VERAPAMIL 
 - Via oral e endovenosa; 
 
3. BENZOTIAZEPINAS - DILTIAZEM 
 - Via oral e endovenosa; 
 
OBS: o VERAPAMIL e o DILTIAZEM além de produzirem efeito vasodilatador periférico, eles 
também influenciam nos canais de cálcio no miócito cardíaco e no atrioventricular. Logo, são 
utilizados em pacientes com arritmias ou taquiarritmias. Além de poderem ser utilizados na 
emergência por conta da via endovenosa, quando o paciente apresenta uma arritmia aguda. 
OBS: São medicamentos que possuem muitos efeitos adversos, pois como atuam no bloqueio 
sistêmico dos canais de cálcio, vai haver uma vasodilatação periférica bem eficaz. 
Consequentemente, o sistema nervoso simpático responde a queda de pressão com aumento 
da frequência cardíaca (taquicardia reflexa). Então, por eles serem vasodilatadores potentes, 
eles vão ter uma descarga simpática bem importante. 
OBS: Não é indicado o uso de BCC em pacientes com coronariopatia ou infarto recente. 
Justamente pelo efeito de descarga simpática, pois o sistema nervoso simpático irá fazer 
vasoconstrição em resposta ao vasodilatador. E a vasoconstrição em um vaso obstruído vai 
gerar um novo infarto. 
OBS: o VERAPAMIL e o DILTIAZEM geralmente são utilizados em ambiente hospitalar, 
urgências, pois servem como antiarrítmicos. São medicamentos cronotrópicos e inotrópicos 
 
 
negativos porque quando eles bloqueiam os canais de cálcio no nó atrioventricular eles 
diminuem o potencial de ação diminuindo a contratilidade e a frequência cardíaca. 
INDICAÇÕES: 
• HAS + DOENÇA CORONARIANA; 
• Angina PRIZMETAL; 
OBS: como os BCC tem potente efeito vasodilatador, quando se tem hipertensão e insuficiência 
cardíaca, estes fármacos aumentam a vascularização cardíaca na insuficiência cardíaca. 
OBS: a VASODILATAÇÃO do medicamento é dose-dependente. O sistema simpático vai fazer 
uma vasoconstricção por questões fisiológicas, mas não necessariamente a ponto de trazer 
complicações, as complicações vão acontecer nos pacientes que já tenham comprometimento 
vascular, como doença aterosclerótica. 
OBS: o Diltiazem e o Verapamil são menos potentes do que as Diidropiridinas, por eles serem 
menos potentes como vasodilatadores, o mecanismo de compensação do sistema simpático 
não vai ser tão intenso a ponto de fazer uma taquicardia reflexa por vasoconstrição e piorar o 
quadro. 
OBS: estes medicamentos podem ser utilizados na prevenção de crises de enxaqueca, 
principalmente se desencadeada por vaso espasmo. Pois, o efeito dele como vasodilatador não 
atua só na musculatura lisa dos vasos, mas também no relaxamento da musculatura lisa visceral. 
OBS: Verapamil ou Diltiazem associado com betabloqueador vai impedir o efeito rebote da 
vasoconstrição, pois o betabloqueador vai bloquear o receptor de noradrenalina. 
OBS: o Diltiazem e Verapamil bloqueiam os canais de cálcio tanto o sistema venoso periférico 
quanto das células cardíacas, dos miócitos cardíacos e do nó atrioventricular. Então um paciente 
com arritmia que geralmente tem contraindicação de usar os outros antiarrítmicos ou outros 
anti-hipertensivos no controle da pressão, se utiliza estes fármacos no intuito de controlar a 
frequência cardíaca, não de reverter arritmia. Eles atuam inibindo o potencial de ação através 
do nó atrioventricular com bloqueio dos canais de cálcio. Logo, se o cálcio está bloqueado, não 
vai haver potencial de ação, não vai ter influxo de cálcio intracelular, consequentemente a 
frequência cardíaca vai diminuir. 
 
CONTRAINDICAÇÕES: 
• INFARTO (Nifepidina); 
• Comprometimento importante de VE; 
• Alterações na condução do nóAV; 
• Em portadores de disfunção ventricular esquerda, deve ser evitada a associação com 
betabloqueador, por sua ação comum e sinergética na redução da contratilidade 
miocárdica; 
• Monoterapia de NIFEPIDINA; 
 
 
 
EXCREÇÃO: exclusivamente RENAL. 
• meia vida DIIDROPIRIDÍNICOS > meia vida VERAPAMIL e DILTIAZEM 
 - MAIOR biodisponibilidade; 
 - ANLODIPINA > NIFEPIDINA. 
OBS: quanto menor a meia vida do fármaco mais vezes o paciente terá que tomá-lo. Nesse caso, 
a Anlodipina é preferível em relação a Nifedipina, porque a dose terapêutica dele vai ficar por 
mais tempo, então será preciso utilizar menos vezes e terá um efeito hipotensor mais 
prolongado. 
OBS: os DIIDROPIRIDÍNICOS são vasodilatadores mais potentes, provocam o aumento reflexo da 
frequência cardíaca, especialmente o NIFEDIPINA (curta duração); 
OBS: ÚNICA classe que não se mostrou benéfica sobre a questão da refratariedade, ou seja, de 
prevenir um novo IAM. 
 
EFEITOS ADVERSOS: por conta da vasodilatação excessiva. 
• Edema periférico (o edema resolve de 3 a 4 semanas após a suspensão do Anlodipina); 
 
• Refluxo esofágico (o esfíncter esofagiano inferior ele é formado pela musculatura lisa 
então quando bloqueia os canais de cálcio dessa musculatura o esfíncter esofagiano 
inferior vai ficar mais dilatado, então tem uma tendência a ter refluxo); 
 
• Retenção urinária (fechamento da musculatura lisa da bexiga); 
 
• Constipação; 
 
• Tontura; 
 
• Hipotensão; 
 
• Cefaleia; 
 
• Elevação das transaminases; 
 
• Taquicardia reflexa; 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. VASODILATADORES 
 
• Vasodilatadores ARTERIAIS – HIDRALAZINA e MINOXIDIL; 
• Vasodilatadores ARTERIAIS E VENOSOS – NITROPRUSSEATO DE SÓDIO; 
• não são fármacos de primeira escolha de tratamento anti-hipertensivos; 
• Utilização apenas em associação; 
 
OBS: a única condição de uso em monoterapia é a terapia de urgência na ECLÂMPSIA. 
• Promovem relaxamento por ação direta da musculatura; 
 
 
 
VASODILATADORES ARTERIAIS - HIDRALAZINA 
• Utilizada em associação com diurético ou betabloqueador. Porque o efeito 
vasodilatador direto da Hidralazina vai desencadear o efeito contrarregulador simpático 
de estimulação renal (para reabsorver sódio e água e tentar aumentar o volume). 
• Dose usual: 25 a 100 mg / 2x dia; 
OBS: Geralmente essa associação já é comercializada preparada (hidralazina + furosemida ou 
hidralazina + tiazida). 
 
OBS: o efeito da HIDRALAZINA é fazer a vasodilatação por ação direta no vaso; quando faz 
vasodilatação, faz vasodilatação sistêmica. A ação na arteríola aferente faz com que ocorra uma 
diminuição da pressão de perfusão no glomérulo. Como efeito contrário, a diminuição da 
perfusão faz com que mecanismos da regulação das células justaglomerulares libere mais 
renina, o que estimula a conversão a angiotensina até a liberação de aldosterona. Ou seja, o 
organismo entende que precisa reabsorver água e sódio para aumentar o volume circulante, 
porque ele compreende esse efeito hipotensor como sendo prejudicial. 
OBS: o principal efeito adverso de TODO anti-hipertensivo é a HIPOTENSÃO. Por isso é 
necessário começar com a dose mínima e ir progredindo à medida que o paciente não for 
respondendo ao tratamento. 
 
ASSOCIAÇÕES: 
• HIDRALAZINA + ISORDIL (nitrato) 
 - Paciente com insuficiência cardíaca; 
 - ISORDIL = potente vasodilatador coronariano; 
 - Objetivo: HIDRALAZINA atuar na hipotensão e o ISORDIL na vasodilatação 
coronariana, aumentando a perfusão das coronárias. 
 
 
OBS: CAUTELA ao usar a HIDRALAZINA em paciente idoso com coronariopatia justamente por 
conta do efeito simpático rebote, então sempre vai sempre em associação. 
CONTRA INDICAÇÃO: sempre relacionada o efeito dele como vasodilatador, estimulando 
resposta reflexa do sistema simpático, se o paciente já tem um componente intravascular e 
obstrui fluxo e eu uso anti-hipertensivo com vasodilatação potente, a vasoconstrição reflexa vai 
prejudicar ainda mais a perfusão daquele vaso obstruído. 
EFEITOS ADVERSOS: 
• SISTEMA IMUNOLÓGICO: desenvolvimento de LÚPUS LIKE, ou seja, a hidrazina levou a 
liberação de auto anticorpos. Com a suspensão da droga os efeitos desaparecem. 
 
 
VASODILATADORES ARTERIAIS – MINOXIDIL 
AÇÃO: ativação dos canais de K+ no músculo liso. Consequentemente, aumentando o reflexo da 
contratilidade e débito cardíaco. Tem ação intrínseca renal e por isso estimula a liberação de 
renina. 
• Início da ação rápido e efeito prolongado; 
• Utilizado em últimos casos, apenas em pacientes refratários ao uso de outros anti-
hipertensivos; 
• TERAPIA CAPILAR: é baseado no efeito adverso dele. Este fármaco faz depósito no 
folículo capilar, causando queda e depois hipertricose. 
EFEITOS ADVERSOS: associado com o mecanismo de ação intrínseca RENAL. O Minoxidil vai 
atuar nas células justaglomerulares estimulando a liberando de renina. Inicia o mecanismo 
renina-angiotensina-aldosterona, retenção de sal e água. 
 
A maioria da Resistência aos anti-hipertensivos justamente está associada aos 
mecanismos contrarreguladores da pressão. Então, vai chegar um momento nesse paciente que 
não vai responder mais aos anti-hipertensivos. 
 
 
VASODILATARORES ARTERIAIS E VENOSOS – NITROPRUSSIATO DE SÓDIO 
• Vasodilatador de ação direta; 
• Não seletivo – causa vasodilatação ARTERIAL E VENOSA; 
• Estimula a liberação de ÓXIDO NÍTRICO; 
• EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS – uso endovenoso; 
 - Dissecção de aorta; 
 - Edema Pulmonar Agudo; 
• AÇÃO RÁPIDA; 
 
 
• Utilizado em ANESTESIAS – causar uma hipotensão controlada; 
 
PARTICULARIDADES: o metabólito ativo do NITROPRUSSIATO DE SÓDIO é fotossensível. Então, 
na utilização intra-hospitalar ele tem que ser protegido, o frasco dele é um frasco escuro. A 
preparação dele, para colocar na bomba de infusão tem que ser num ambiente com a luz 
apagada, senão INATIVA o fármaco. 
OBS: na dissecção de aorta tem que fazer uma associação com betabloqueador. PORQUE A 
DISSECÇÃO DE AORTA É A SEPARAÇÃO DA TÚNICA VASCULAR NAS PAREDES DO VASO. Logo, 
quando se faz a associação com nitroprussiato o intuito é reduzir a pressão, levando também a 
redução da contração e a força de contração cardíaca para poder diminuir a lesão na parede, ou 
seja você vai diminuir o débito cardíaco, você vai diminuir a frequência, fazendo uma 
hipotensão. A utilização do betabloqueador é para diminuir esse efeito do sistema nervoso 
simpático de VASOCONSTRIÇÃO e continuar mantendo só o nível hipotensor, e a diminuição a 
progressão da dissecação. 
EFEITOS ADVERSOS: 
• Produção de metabólitos depois da sua ação terapêutica: 
 - CIANETO e TIOCIANATO; 
 - 2 a 3% dos pacientes; 
 - EFEITO TÓXICO DE IMPREGNAÇÃO: leva a acidose láctica e faz psicose 
tóxica. 
 - Aguardar depuração renal ou realizar hemodiálise; 
 
CONTRAINDICAÇÕES: 
Paciente com DPOC, pois ele já vai estar num estado de broncoconstrição crônica. Ao fazer uma 
vasodilatação direta por efeito direto com óxido nítrico irá diminuir a perfusão alveolar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. INIBIDORES DIRETO DA RENINA – ALISQUIRENO 
 
• Eficácia equiparada aos outros anti-hipertensivos no esquema de monoterapia; 
• CAUTELA na associação com IECA e BRA 
OBS: O ALISQUIRENO faz retenção de potássio pelo mecanismo de excreção de sódio e água, 
interferindo na função renal. E os IECA e BRA são medicamentos que vão atuar na regulação 
renal da pressão. Ou seja, a associação destes fármacos irá potencializar a ação. 
CONTRINDICAÇÕES: 
• Doença renal crônica; 
• Diabetes; 
• Gravidez; 
OBS: em pacientes idosos que já tem disfunção renal ou diabética, a associação desses fármacos 
é contraindicada pois a tendência é causar uma hipotensão severa ou apresentaraté uma piora 
na função renal. 
OBS: o paciente diabético vai ter alteração na função renal, ele já vai ter um comprometimento 
vascular periférico. Então, quando se associa com IECA ou BRA faz um efeito hipotensor maior, 
o que agrava ainda mais a circulação periférica. 
 
EFEITOS ADVERSOS: 
• BOA TOLERÂNCIA; 
• TGI leves; 
• Hipotensão; 
• Elevação do ácido úrico e do potássio; 
• Rash cutâneo; 
• Diarreia; 
• Aumento da CPK; 
• Tosse; 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. BLOQUEADORES DO RECEPTOR DE ANGIOTENSINA II 
 
• Função da angiotensina 2: VASOCONSTRIÇÃO; 
• Uso clínico: monoterapia / associação; 
• Redução da morbimortalidade em pacientes com alto risco cardiovascular ou com 
comorbidades; 
• INSUFICIÊNCIA CARDÍACA – remodelamento; 
• Efeito benéfico na ICC; 
• PREVENÇÃO de AVE; 
• NEFROPROTEÇÃO em pacientes diabéticos tipo 2, já com nefropatia estabelecida e 
incipiente; 
• Equivalência com os IECA na redução de eventos coronarianos; 
 
AÇÃO: antagonizam o efeito da angiotensina II por meio do bloqueio específico dos seus 
receptores AT1. 
 - VASODILATAÇÃO; 
 - aumento da EXCREÇÃO renal de água e sódio; 
 - redução do volume plasmático; 
 - diminuição da hipertrofia celular; 
 
FÁRMACOS: 
• LOSARTANA; 
• Valsartana; 
• Olmesartana; 
• Candersatana; 
• Irbesartana; 
 
OBS: a LOSARTANA aumenta a expressão de proto-oncogenes (estimula o crescimento celular), 
aumenta a produção de fator de crescimento (também é outro estimulante de crescimento 
celular) e aumenta a síntese da matriz extracelular. Ou seja, REMODELA A HIPERTROFIA. 
OBS: paciente com clearance de creatinina < 30 OU a creatinina sérica > 3 (proteinúria > 1g). É 
preciso SUSPENDER BRA e IECA. 
POR QUÊ? Pois quando o paciente já tem a função renal prejudicada, ou seja, ele não tem mais 
um cleareance, a barreira glomerular já está toda perdida com a doença. Logo, ele tem uma 
NEFROESCLEROSE. E o uso dos BRA só vai trazer prejuízos porque o aumento da vasodilatação 
do glomérulo não funciona mais. E a função vai ficar cada vez mais prejudicada, já que vai estar 
 
 
aumentando volume em um local que não tá mais fazendo filtração de nada, piorando a LESÃO 
RENAL. 
OBS: NEFROPROTEÇÃO em pacientes diabéticos que tem nefropatia: estes pacientes já vão ter 
uma diminuição de perfusão tecidual. Com o uso da LOSARTANA fazendo vasodilatação 
promove a manutenção da perfusão fazendo com que a função fisiológica do rim funcione. 
EX: paciente que tem proteinúria = 300 microgramas/ml (proteinúria assintomática). Nesse caso 
o bloqueio da angiotensina 2 faz com que a perfusão seja mantida e a taxa de filtração 
glomerular se mantenha; então, ele ajuda a manter a função renal. 
alguns casos que a gente costuma pegar os pacientes fazendo uso de IECA, de BRA, quando você 
vai ver ele já está mantendo níveis de pressão elevado, quando você faz a avaliação da função 
renal ele já está com a função renal prejudicada, por conta do uso do anti-hipertensivo sem fazer 
o acompanhamento da função renal, porque esses pacientes que são sabidamente diabéticos 
(que tenham certo grau de comprometimento renal), tem que estar fazendo screenings seriado 
de eletrólitos, função. 
Aí assim, a princípio, a aula de hoje foi um pouco mais resumida, porque a classe dos anti-
hipertensivos que serão vistas na próxima aula, são as classes que são utilizadas também em 
associação no tratamento da insuficiência car 
 
, esses são os mais utilizados na prática clínica, captopril, enalapril, ramipril, não vou cobrar dose 
de vocês 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. IECA – INIBIDORES DA ENZIMA COVERSORA DE ANGIOTENSINA 
 
1. Ao bloquear a enzima que converte a angiotensina 1 em angiotensina 2, consequentemente: 
• Os níveis plasmáticos de angiotensina 2 vão cair, e todos os mecanismo fisiológicos referentes a 
ela vão deixar de acontecer; 
• Redução da reabsorção renal de sódio e água; 
• Redução da secreção de aldosterona; 
• Redução da estimulação simpática (VASOCONSTRIÇÃO); 
• Diminuição dos mecanismos de hipertrofia e remodelamento cardíaco; 
• CAPTOPRIL; 
 
2. Inibe mecanismos de degradação da bradicinina (substância produzida pela degradação das 
cininas pela cinase, tendo efeito vasodilatador), substância P e encefalinas – efeito hipotensor 
mediado pela vasodilatação dessas substâncias. 
 
3. EFEITO CARDIOPROTETOR: Aumento do regulador natural das células tronco. 
 
 
4. EFEITO NEFROPROTETOR: Diminuição da resistência (IMPEDE A VASOCONSTRIÇÃO) das 
arteríolas eferentes, diminuindo a pressão capilar dentro do glomérulo, reduzindo a proteinúria 
e estabilizando a função renal. 
 
OBS: Arteríola Aferente – Glomérulo – Arteríola Eferente. 
OBS: A angiotensina 2 na arteríola eferente faz uma vasoconstrição, aumenta a pressão capilar 
dentro do glomérulo, aumentando a taxa de filtração glomerular. 
OBS: As prostaglandinas fazem vasodilatação na arteríola aferente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INIBIDORES DA ECA
 
 
 
CONTRAINDICAÇÕES: 
• O uso de anti-inflamatório associado com o IECA fará uma redução no efeito hipotensor. Pois os 
efeitos hipotensores do IECA são derivados da inibição dos mecanismos de degradação da 
bradicinina. E a bradicinina tem seu efeito potencializado quando ativa as prostaglandinas 
(AUMENTO DA ATIVIDADE VASODILATADORA). Logo, ao usar um AINE, que tem como função 
inibir a COX, NÃO irá ocorrer uma vasodilatação na arteríola AFERENTE, diminuindo o efeito 
hipotensor do IECA. 
 
• Pacientes pós-infarto ou com coronariopatias utilizam o AAS. Uma controversão. No entanto, 
talvez o benefício anti-plaquetário do AAS predomine sobre o efeito de inibição das COX. 
 
• A associação de reposição de potássio (xarope de KCl) com o IECA é perigosa, pois ao bloquear 
os efeitos da Angiotensina 2 não vai haver a liberação de aldosterona e nem a reabsorção de 
sódio e de água, e o potássio também precisa desse mecanismo de troca com o sódio para ser 
eliminando. Ou seja, não vai haver eliminação do potássio, pode haver HIPERPOTASSEMIA. São 
contraindicados também os diuréticos poupadores de potássio pelo mesmo motivo. 
 
• O IECA ele vai estimular a bradicinina a fazer vasodilatação? Não, o IECA bloqueia uma enzima 
que metaboliza as cininas, a bradicinina é uma cinina, tem a endotelina e a substância P. Ele vai 
bloquear a enzima que degrada a bradicinina, consequentemente ela irá se acumular e fazer o 
efeito vasodilatador. 
 
• São contra-indicados na gravidez por conta do efeito sobre o feto. 
 
 
EFEITOS ADVERSOS: 
• Hipotenção grave; (principalmente naqueles pacientes que já tem um certo comprometimento 
da doença de base, por exemplo, em grau avançado de ICC ou naqueles pacientes que estão 
hipovolêmicos devido ao uso de diurético, pois no paciente que usa diurético há uma contração 
do volume e aí com o uso do IECA associado, a tendência é esse paciente fazer uma hipotensão 
grave); 
 
• Pacientes com estenose bilateral de artéria renal ou que tenham rim único; (e nesse rim a artéria 
também está estenosada). A tendência é você precipitar uma IRA aguda nesse paciente. Como 
ele tem uma estenose da artéria renal, ele tem uma hipertensão renovascular, ele já vai ter uma 
taxa de filtração diminuída. Ao utilizar o IECA, há o bloqueio da conversão da angiotensina 1 em 
2; A angiotensina 2 é um potente vasoconstritor da arteríola eferente e o que ainda está 
mantendo uma taxa de filtração glomerular alta nesse rim com a artéria estenosada é esse efeito 
simpático de vasoconstrição da arteríola eferente. Bloqueando isso a arteríola eferente irá 
dilatar (contudo ele tem estenose da artéria renal, aí será severa essa diminuição da pressão 
intraglomerular, aí o paciente faz IRA). Então, pacientes jovens, hipertensos que não se sabe a 
causa ou que não se investigou o suficiente, deve-se pensar em HAS secundária, em especial 
 
 
em pacientesjovens abaixo de 30 anos, sem comorbidades, sem fator de ricos para HAS, pois as 
vezes mesmo em terapia anti-hipertensiva não estão normalizando os níveis de pressão, pode 
ser um HAS secundária e uma das causas é estenose da artéria renal. 
 
• Hipercalemia; 
 
• Tosse: é mediada por ação direta da bradicinina no endotélio capilar pulmonar. Então, o 
acúmulo dessa substância no endotélio capilar pulmonar desencadeia a tosse, por ação direta 
do sistema nervoso. 
 
• Angioedema: está associado a esse mecanismo de vasodilatação da bradicinina; 
 
• Alterações no paladar e reações de hipersensibilidade são raros; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. DIURÉTICOS 
 
1. Diuréticos osmóticos: não tem muitas indicações no tratamento da HAS, é usado para outras 
indicações; 
2. Inibidores da anidrase carbônica – ACETAZOLAMIDA 
3. Diuréticos tiazídicos - HIDROCLOROTIAZIDA 
4. Diuréticos de alça - FUROSEMIDA 
5. Diuréticos poupadores de potássio – ESPIRONOLACTONA (esteróide sintético), AMILORIDA E 
TRIANTERENO 
 
A principal função dos diuréticos é ajustar o volume e a composição dos fluidos corporais em 
diferentes doenças. Os efeitos de ação serão os efeitos diuréticos e natriuréticos, com 
diminuição do volume extracelular. 
 
INIBIDORES DA ANIDRASE CARBÔNICA – ACETAZOLAMIDA 
Os inibidores da anidrase carbônica vão agir no túbulo contorcido proximal bloqueando a 
reabsorção do NaHCO3 (bicabornato de sódio) pela inibição da anidrase carbônica. Ou seja, fará 
a excreção do bicarbonato, com objetivo de alcalinizar a urina. 
O efeito diurético dele consiste em eliminar o bicarbonato e a água junto, ele não interfere nesse 
mecanismo de sódio. A eficácia dos Inibidores da anidrase carbônica – ACETAZOLAMIDA como 
diurético é baixa, então durará 2-3 dias o efeito diurético, após isso os próprios mecanismos 
fisiológicos de compensação de volemia farão a reabsorção de sódio em outros locais. 
Geralmente é um fármaco utilizado em associações. 
OBS: Cuidado com a excreção renal em pacientes renais crônicos; 
O ACETAZOLAMIDA alcaliniza urina por conta da excreção de bicarbonato de sódio (base). 
Porém como consequência, pode se fazer uma acidose metabólica, pois o bicarbonato está 
alcalinizando a urina e o potássio não está sendo excretado. 
Também pode precipitar a formação de cálculos, por conta da presença de cálcio no ultrafiltrado 
(já que com a alcalinização da urina, o cálcio não é diluído). ATENÇÃO a pacientes que são renais 
crônicos e que tem hipercalcemia. 
OBS: O ACETAZOLAMIDA é utilizado para combater a alcalose induzida pelo uso de outros 
diuréticos em pacientes portadores de IC grave. Pois, pacientes que utilizam outros diuréticos 
que levam a alcalose metabólica, furosemida e tiazidicos que não são poupadores de potássio, 
elas espoliam potássio, se eu tenho espoliação de potássio, terei alcalose metabólica. Então, 
nessas condições em que o paciente precisa utilizar doses de furosemida e tiazidicos e ele está 
com uma alcalose metabólica importante, você pode associar a acetazolamida para que ela faça 
a eliminação de bicarbonato de sódio e melhore a alcalose metabólica produzida por outros 
diuréticos. 
 
 
A única contraindicação é o paciente que tem cirrose ou insuficiência hepática, como ela 
alcaliniza a urina, o mecanismo de eliminação da amônia está relacionado com o pH urinário, 
então se a urina for muito alcalina, a amônia não é excretada, então ela ficará em altos títulos 
plasmáticos e o paciente cirrótico já tem uma produção elevada de amônia, podendo precipitar 
encefalopatia hepática. 
 
 
DIURÉTICOS TIAZÍDICOS - HIDROCLOROTIAZIDA 
O mecanismo de ação dos diuréticos tiazídicos é inibir o transporte de sódio apenas no túbulo 
contornado distal. 
NÃO ocorre aumento na excreção de potássio e cálcio. Este diurético vai ajudar a absorver cálcio. 
As indicações clínicas dele geralmente é na hipertensão e na insuficiência cardíaca e em alguns 
outros estágios de doenças que produzem edema; as contraindicações são as mesmas dos 
diuréticos de alça. 
EFEITOS ADVERSOS: este fármaco vai agir impedindo a reabsorção de sódio e cloro. Como 
consequência vai haver uma maior reabsorção de cálcio. Podendo ocorrer hipercalcemia. 
ASSOCIAÇÕES: CAUTELA quando for utilizar ele com medicamentos anticoagulantes (porque os 
diuréticos tiazídicos reduzem os efeitos dos anticoagulantes ao limitar seu metabolismo de 
reabsorção e excreção); com os hipoglicemiantes orais (mecanismo de resistência à insulina e 
resistência tecidual a glicose); ele pode potencializar o efeito dos digitálicos por conta da 
eliminação de potássio (que é mais baixa do que o diurético de alça, mas pode precipitar). Ele 
também interfere na eliminação renal do lítio (por ele interferir na eliminação renal do lítio ele 
pode precipitar intoxicação pelo lítio nos pacientes psiquiátricos que fazem o uso do carbonato 
de lítio, inibindo sua excreção). 
OBS: a associação de dois diuréticos para o tratamento de um paciente geralmente é o último 
recurso que se faz, então tem uma recomendação de utilização dos diuréticos tiazidicos 
associado aos diuréticos de alça, que são aqueles pacientes que são já em classe 4 de 
insuficiência cardíaca já praticamente que não respondia mais nada, que tem aumento de 
volume. 
E a eficácia dele pode ser reduzida pelos AINES. 
OBS: Nos tiazídicos, eles permitem a maior passagem e excreção de ácido úrico para dentro do 
lúmen, e aí eles são utilizados em alguns estados de hiperuricemia, mas se o paciente tiver 
predisposição para cálculos, ele vai formar cálculo de ácido úrico. 
 
 
 
 
 
 
DIURÉTICOS DE ALÇA - FUROSEMIDA 
Os diuréticos de alça bloqueiam o transportador Na/K/2Cl (impede sua reabsorção) no ramo 
espesso ascendente da alça de Henle, consequentemente ocorre: 
• Aumento da excreção de cloreto de sódio, magnésio e cálcio. 
• Estimulam a produção de prostaglandinas. 
OBS: Além da inibição da COX (síntese de prostaglandinas), os AINES são considerados ácidos 
fracos, e o diurético de alça também é considerado um ácido fraco, então eles competem pelo 
mesmo sítio de excreção. Para que o diurético de alça faça o efeito de bloqueio com o 
cotransportador, ele precisa ser excretado para dentro do lúmen. Logo, a associação com o AINE 
que compete pelo mesmo cotransportador, que faz a excreção dentro do lúmen, irá diminuir o 
efeito do diurético de alça. 
As principais indicações são nas emergências hipertensivas ou nas agudizações do paciente que 
tem ICC, porque é um fármaco que ajuda mobilizar volume com grande eficácia, então antes 
dele produzir o efeito diurético, ele já estimulou a reabsorção de líquido nos tecidos. 
• Hipercalemia aguda: pacientes que tem potássio elevado, diurético de alça espolia potássio. 
Então paciente com hipercalemia aguda, com risco de fazer parada cardíaca, você pode induzir 
a excreção do potássio usando a furosemida endovenosa. 
 
• Outras condições edematosas: como são muito eficazes em diminuir o volume intravascular, 
pacientes que tenham insuficiência Hepática, fazendo ascite de grande volume, edema de MMII, 
pode usar diurético; pacientes que fazem edema associado a insuficiência renal por síndrome 
Nefrótica; 
 
• Hipercalcemia; 
 
• IRA; 
EFEITOS ADVERSOS: Por fazer uma grande redução do volume intracelular e vascular, eles 
podem levar o paciente a um estado de desidratação e hipotensão por hipovolemia. Então, os 
efeitos estarão associados a depleção de volume. 
• Hiponatremia grave: pela excreção aumentada de sódio plasmático; 
• Hipomagnesemia, hipopotassemia e hipocalcemia (Mg, K e Cl são excretados junto com o Na) 
são condições que podem precipitar arritmias, ototoxicidade e hiperuricemia; 
OBS: a Ototoxicidade está relacionada com o efeito dos do FUROSEMIDA nas membranas, pois 
ele se deposita diretamente na membrana timpânica. E quando associado com algum 
medicamento quetem efeito ototóxico, como o aminoglicosídeo, potencializa ainda mais este 
efeito e geralmente é irreversível; Já se for só o diurético e o paciente pode referir zumbido, 
diminuição da audição, hipoacusia, o efeito pode ser reversível. 
OBS: O IECA bloqueia a conversão de angiotensina1 em angiotensina 2, a angiotensina 2 
estimula a produção de aldosterona lá no rim e na suprarrenal, a aldosterona tem o próprio 
receptor, nesse local ela troca só o sódio, ela não mexe no potássio. Então, em diferentes 
 
 
localizações do nefron você vai ter troca de um por outro, eliminação de todos ou troca 
nenhuma, ou seja, cada ramo tem o seu receptor que troca um íon pelo outro a depender da 
enzima que estimula. Nesse caso do diurético de alça ele perde potássio porque o mecanismo 
de reabsorção, ou seja, esse cotransportador reabsorve cloro e sódio. 
OBS: o efeito adverso da hiperuricemia ocorre porque a excreção de ácido úrico está relacionada 
com a reabsorção de alguns íons. Se não está reabsorvendo, o ácido úrico não vai ser excretado, 
ocorrendo uma concentração no plasma. 
CONTRAINDICAÇÕES: 
• Insuficiência renal limítrofe: este paciente já perdeu a massa funcional de néfrons, logo ele está 
evoluindo para uma insuficiência renal terminal. Então, o efeito do diurético de alça não ocorre. 
• ICC: é usado com cautela e principalmente nos estados de agudização, como no edema agudo 
pulmonar; 
• Cirrose hepática: pela própria fisiopatogenia da doença cirrótica, o paciente tem um aumento 
da secreção de aldosterona, tem todo um mecanismo de regulação esteroide e a ação de óxido 
nítrico no sistema porta fazendo vasodilatação. Então este paciente está todo dilatado do fígado 
para baixo e todo seco do fígado para cima. Além disso, há a diminuição da osmolaridade do 
plasma por conta da diminuição da albumina plasmática. Logo, todos esses mecanismos fazem 
com que o SRAA esteja hiperativado. Porém, o organismo deste paciente não responde mais 
com os efeitos compensatórios que seria a vasoconstrição. Portanto, ao usar um diurético de 
alça (este paciente que já tem hipovolemia devido a uma má distribuição de líquido e o espaço 
intravascular seco), se aumenta mais a depleção de volume intravascular. E para compensar esse 
excesso de vasodilatação, o sistema simpático vai fazer uma hiperestimulação dos receptores 
beta-adrenergicos do coração e vai fazer uma síndrome hepato-cardio (insuficiência cardíaca 
desencadeada pela insuficiência Hepática) e uma síndrome hepato-renal, porque o coração não 
vai mais conseguir bombear o sangue e evolui com insuficiência renal por depleção de volume. 
 
OBS: a contraindicação é relativa na cirrose hepática, pois pode se precisar um diurético e se o 
paciente tiver hipertensão e sintomatologia por aumento de volume deve ser usado um 
diurético de alça. 
 
 
 
DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO 
1. ESPIRONOLACTONA 
A espironolactona é classificada como antagonista da aldosterona. 
Seu mecanismo de ação da é fazer um antagonismo direto do receptor mineralocorticoide dos 
rins, consequentemente há uma interrupção daqueles efeitos que são desencadeadas pela 
aldosterona. Ou seja, redução de absorção de sal e água, diminuição da excreção do potássio, 
justamente porque no receptor da aldosterona no túbulo coletor, ela faz a reabsorção de sódio 
 
 
jogando para fora potássio, que é diferente dos diuréticos de alça que não reabsorve nada. 
Então, como a aldosterona atua no túbulo coletor e nos túbulos coletores reabsorvendo sódio 
e excretando potássio, a espironolactona vai lá e bloqueia esse receptor, então 
consequentemente não vai ter a reabsorção do sódio e vai haver retenção do potássio que iria 
ser eliminado. 
2. AMIROLIDA E TRIANTENO 
 
A amilorida e o triantereno fazem um bloqueio do influxo de sódio pelo canal iônico na 
memabrana luminal do túbulo coletor, como a excreção de potássio está vinculada a entrada de 
sódio nesse segmento, o potássio não é excretado. 
INDICAÇÕES: HAS E ICC 
Quais são as indicações dessa classe de fármacos na insuficiência cardíaca? 
É indicada sua associação com outro diurético. Porque as outras classes de diuréticos têm efeito 
de aumento da excreção do potássio. Logo, quando é preciso aumentar as doses desses 
diuréticos se associa a um diurético poupador de potássio para prevenir uma HIPOCALEMIA. 
A espironolactona é tratamento padrão para insuficiência cardíaca. Ela diminui a 
morbimortalidade e a incidência de arritmias. 
 
CONTRAINDICAÇÕES: 
• Insuficiência renal crônica (o paciente renal crônico ele já tem o estado de hipercalemia, por 
conta da perda das unidades funcionais que são os néfrons); 
• Hipercalemia; 
• O uso concomitante com a IECA / betabloqueadores - CONTRA-INDICAÇÃO RELATIVA. Podem 
induzir hipercalemia. Estes pacientes precisam ser monitorizados, acompanhados com dosagem 
de eletrólitos semanalmente, ou no mesmo mês ou a cada três meses; 
• Insuficiência hepática (a excreção dos diuréticos poupadores de potássio é realizada pelo rim e 
pelo fígado. Logo, o paciente com insuficiência hepática tem o metabolismo enzimático 
associado ao citocromo p450 comprometido, consequentemente ele não vai conseguir fazer a 
metabolização da droga, vai ficar mais tempo circulante e pode produzir toxicidade). 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. AGENTES SIMPATOLÍTICOS 
 
Um dos mecanismos causadores da hipertensão arterial é a estimulação desordenada do 
sistema nervoso autônomo simpático que libera noradrenalina e faz um aumento da resistência 
vascular periférica. Consequentemente aumentando a contratilidade do coração, a frequência 
cardíaca e a pressão arterial. 
• Antagonistas beta-adrenérgicos; 
• Antagonistas alfa-beta adrenérgicos mistos (bloqueiam tanto os receptores beta como as 
receptores alfa); 
• Antagonistas alfa-adrenérgicos; 
• Agentes de ação central (bloqueiam os receptores Alfa no SNC); 
 
• alfa-1: atuam na VASOCONSTRIÇÃO da musculatura lisa vascular e geniturinária e na 
GLICOGENÓLISE no fígado. 
• alfa-2: nas células beta pancreáticas e tem como função a diminuição da secreção de insulina; 
nos terminais neuronais fazem a diminuição da liberação de noradrenalina (epinefrina); na 
musculatura lisa vascular, por estimulação da noradrenalina faz VASOCONSTRIÇÃO; 
• beta-1: no coração, a estimulação deles pela noradrenalina, tem como função aumentar a 
contratilidade (AUMENTA A PRESSÃO ARTERIAL) e a frequência cardíaca; no aparelho 
justaglomerular, vai fazer liberação de renina. 
RECEPTORE ADRENERGICOS E EFEITOS 
MEDIADORES
 
 
• beta-2: na musculatura lisa vascular e na brônquica, a noradrenalina tem ação de 
VASODILATAÇÃO; no fígado atua na glicogenólise e na gliconeogênese; e no músculo 
esquelético atua na glicogenólise. 
OBS: A noradrenalina estimula os receptores beta-2 a fazerem o relaxamento (VASODILATAÇÃO) 
dos brônquios. Este é um mecanismo adverso nos pacientes que usam betabloqueadores não 
seletivos/mistos e tem asma. Pois se o paciente asmático utiliza um betabloqueador o pulmão 
vai fazer broncoespasmo, desencadeando uma crise asmática. 
• beta-3: estão localizados no tecido adiposo e a noradrenalina atua na lipólise. 
 
 
 ANTAGONISTAS B-ADRENÉRGICOS – BETABLOQUEADORES 
Ocupação e bloqueio dos receptores B-adrenérgicos (ou seja, a noradrenalina não irá agir); 
Utilizados extensamente no tratamento da hipertensão, angina e das síndromes coronarianas 
agudas. 
Também utilizados no tratamento de arritmias. 
OBS: São utilizados principalmente porque são fármacos que inibem a ação da noradrenalina no 
músculo cardíaco e no sistema de condução. Eles diminuem a pré-carga e a pós-carga e ajudam 
também a diminuir a resistência vascular periférica. 
EFEITOS CARDIOVASCULARES: promovem o inotropismo e cronotropismo negativo. Ou seja, 
irão agir no nó atrioventricular tornando a condução mais lenta. 
✓ INOTROPISMO: força de contração; 
✓ CRONOTROPISMO: frequência cardíaca;EFEITO VASCULAR: na musculatura vascular lisa existem receptores alfa-1 (vasoconstrição), alfa-
2 (vasoconstrição) e beta-2 (vasodilatação). Então, quando você utiliza geralmente no 
tratamento inicial com betabloqueador, você pode ter um efeito de aumento da resistência 
vascular (inicialmente, mas que depois é compensado pela estimulação dos receptores Alfa). 
 
São classificados conforme o mecanismo de bloqueio: 
1. PRIMEIRA GERAÇÃO – SEM CARDIO SELETIVIDADE 
 - Bloqueiam beta-1 e beta-2; 
 - Propanolol, nadolol, timolol e sotalol; 
OBS: aumentam a RVP, por conta do efeito em beta-2; 
 
2. SEGUNDA GERAÇÃO – CARDIO SELETIVOS 
 - Bloqueia somente beta-1; 
 
 
 - Atenolol, metoprolol e bisoprolol; 
OBS: geralmente os betabloqueadores de segunda geração são a escolha no tratamento da 
insuficiência cardíaca. 
3. TERCEIRA GERAÇÃO – COM ATIVIDADE VASODILATADORA 
 - Bloqueia beta-1 ou bloqueio misto (beta-1 e beta-2); 
 - Labetalol: misto + alfa. 
OBS: O Labetalol tem efeito inicial de vasoconstrição por ele agir em beta 2, porém o efeito Alfa 
predomina, então ele faz a vasodilatação posteriormente. 
 - Carvedilol: misto + alfa. 
OBS: O Caverdilol é mais seletivo para o efeito alfa do que o Labetalol, tendo maior eficácia 
vasodilatadora. Utilizada em disfunção moderada a grave do VE em infarto em fase aguda. 
 - Nebivilol: beta-1 + NO (estimula a secreção de óxido nítrico); 
 
OBS: Na cardiopatia isquêmica (naquele paciente que já tem um comprometimento coronariano 
ou que já tenha tido algum infarto), os betabloqueadores reduzem a frequência da angina 
fazendo vasodilatação, então melhora a perfusão coronariana, melhora a tolerância ao exercício 
(porque quando você diminui o cronotropismo e inotropismo cardiaco, você está diminuindo a 
demanda de oxigênio no tecido, então você melhora a resistência ao exercício do trabalho 
cardíaco). 
OBS: No pós-infarto, o CARVEDILOL é mais indicado em uso prolongado pois aumenta a 
sobrevida e previne novos eventos isquêmicos. 
OBS: Nas arritmias cardíacas CRÔNICAS está indicado o uso de betabloqueadores. Pois servem 
para controlar a resposta ventricular dessa arritmia. Pois a fibrilação atrial é a contração 
desordenada do átrio, o ventrículo tenta responder, o impulso não passa completamente para 
o ventrículo e então ele vai contraindo em discordância com átrio e dependendo da fibrilação, 
esse ventrículo vai fazer uma alta resposta. Logo, geralmente, pacientes que tem fibrilação atrial 
com frequências cardíacas acima de 170 bpm. Dessa forma, o carvedilol é indicado para 
controlar a frequência (por conta do feito cronotrópico negativo, ele age nos receptores beta-1 
do nó atrioventricular). Então, pacientes que têm FA crônica, às vezes você não reverte a 
arritmia, você só controla a frequência. 
OBS: Na insuficiência cardíaca de grau II ou III do NYHA, o metaprolol, bisoprolol, carvedilol, se 
mostraram eficazes. No grau IV, que são aqueles pacientes que já possuem dispneia em repouso 
e alteração difusa do ventrículo, está CONTRAINDICADO. 
 
EFEITOS ADVERSOS: 
• Bradicardia; 
• Hipotensão; 
 
 
• Aumentar IVE (um ventrículo esquerdo insuficiente já possui uma força de contração e ejeção 
diminuída, se der betabloqueador vai diminuir mais; NÃO utilizar em IVE com fração de ejeção 
< 30); 
• Choque cardiogênico (paciente que já possui um bloqueio de ramo, o fármaco irá piorar o 
bloqueio, precipitando um bloqueio atrioventricular total e morte súbita); 
• Agravamento da asma; 
 
CONTRAINDICAÇÕES: 
• Paciente com ICC crônica que tem infarto. Pois o Betabloqueador vai diminuir a força de 
contratilidade, piora a força de ejeção e a perfusão desse paciente. 
• Angina PRIZMETAL (vasoespástica) – utilizar bloqueadores dos canais de cálcio. 
• Pacientes usuários de cocaína; 
• Bradicardia com quadro clínico de IAM; 
• Pacientes com DPOC ou asma; 
• Bloqueio de ramo; 
 
 
ANTAGONISTAS ALFA-1 ADRENÉRGICOS 
Bloqueio alfa-1 adrenérgico nos receptores pós-sinápticos em nível periférico, leva a uma 
redução do tônus simpático fazendo VASODILATAÇÃO. 
Relaxamento da musculatura arterial e venosa, assim como no músculo liso da próstata. 
Representantes: PRAZOSINA e DOXAZOSINA. 
OBS: nunca são utilizados em monoterapia, são sempre associados a uma classe de outros anti-
hipertensivos, ou betabloqueador ou com diurético. 
EFEITOS ADVERSOS: palpitações, hipotensão postural, fraqueza, fenômenos relacionados a 
primeira dose. 
OBS: as palpitações ocorrem porque o bloqueador alfa-1 adrenérgico diminui a resistência 
vascular periférica quando faz vasodilatação e estimula a descarga simpática a fazer 
VASOCONSTRIÇÃO. Logo, as palpitações ocorrem por mecanismos do reflexo simpático. 
OBS: a hipotensão postural ocorre porque o fármaco faz vasodilatação dos vasos de pequena 
capacitância. Porém, quando essa vasculatura periférica se dilata toda e o paciente se levanta, 
ele vai fazer uma hipotensão postural por conta da hipovolemia, mas depois das primeiras doses 
esses efeitos passam. 
 
 
INIBIDORES ADRENÉRGICOS DE AÇÃO CENTRAL 
Representantes: METILDOPA e CLONIDINA. 
 
 
METILDOPA (análogo da levodopa): quando ela é clivada e metabolizada vai produzir dois 
metabólitos o alfa-metil-dopamina que não vai ter tanto efeito a nível pressórico, mas interage 
com os receptores da dopamina e pode fazer os efeitos colaterais associados à metildopa. E a 
alfa-metil-norepinefrina, que é um neurotransmissor falso, ou seja, fica armazenada em 
vesículas nos nervos adrenérgicos, e quando vem a estimulação do sistema nervoso, eles 
liberam elas da vesícula, ao invés de liberar a noradrenalina. 
• Potente agonista dos receptores alfa-2: inibe a liberação da norepinefrina impedindo a 
transmissão nervosa; 
• Diminui o efluxo (saída) simpático para a periferia; 
• Redução do tônus simpático; 
• Redução da resistência vascular periférica; 
 
EFEITOS ADVERSOS: sedação franca, cansaço mental, diminuição da concentração, pesadelos, 
depressão, vertigem, a galactorréia (lactação; mediada por mecanismos inibitórios 
dopaminérgicos), febre e hepatite medicamentosa. Teste de Coombs positivo. 
OBS: cerca de 15 a 17% dos pacientes que fazem uso de metildopa podem produzir auto 
anticorpos contra o sistema Rh. Nesse caso, se este paciente necessitar de transfusão de sangue 
poderá ocorrer uma reação cruzada. Ocorre entre 6 – 12 meses. É dose dependente. E sua 
reversibilidade ocorre dentro de semanas ou meses após a interrupção do medicamento. 
OBS: A metildopa e a hidralazida, são as duas classes de anti-hipertensivos que podem ser 
utilizadas na gravidez, pois não tem efeitos sobre o feto. 
 
CLONIDINA 
• Ação hipertensora inicial, em decorrência da estimulação direta dos receptores alfa-
adrenérgicos nas arteríolas periféricas; 
• Atravessa a barreira hematoencefálica (lipossulubilidade) – mesmo mecanismo da metildopa – 
reduz o efluxo simpático; 
• Reduz resistência vascular renal – fluxo sanguíneo renal; 
• Efetiva redução da frequência cardíaca e do débito cardíaco; 
• Redução do tônus simpático → Aumento do tônus parassimpático → redução da PA e FC; 
 EFEITOS ADVERSOS: sedação, xerostomia, uso concomitante com antidepressivo tricíclico 
podem bloquear o seu efeito (porque eles competem pelo mesmo receptor da noradrenalina 
podendo precipitar quadros depressivos), efeito rebote na suspenção abrupta após uso 
prolongado. 
OBS: geralmente é utilizada em associações e a escolha para pacientes com insuficiência renal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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