Buscar

Poderes Administrativos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 91 
 
AULA 2 
(08/07/13) 
 
Prezado(a) aluno(a), 
 
 
Nessa segunda aula será abordado o seguinte tema: 
 
 
• Poderes administrativos 
 
 
Qualquer dúvida utilize-se do fórum disponibilizado pelo Ponto dos 
Concursos. 
 
Grande abraço e ótima aula! 
 
 
 
Armando Mercadante 
armando@pontodosconcursos.com.br 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 92 
 
PONTO 3 
PODERES ADMINISTRATIVOS 
 
Poderes administrativos são os instrumentos que a ordem jurídica 
disponibiliza para a Administração Pública alcançar suas 
finalidades. 
 
De acordo com a doutrina os poderes são: 
 
• regulamentar (normativo); 
• hierárquico; 
• disciplinar; 
• vinculado; 
• discricionário; 
• de polícia 
 
Alguns autores listam os poderes vinculado e o discricionário, 
outros não os consideram como poderes autônomos, mas sim como 
características dos demais poderes (por ex: o poder de polícia, em 
regra, é discricionário). 
 
Mas considero importante estudar como poderes autônomos, pois se 
cair na prova você estará preparado(a). 
 
 
3.1. PODER VINCULADO 
 
No exercício do poder vinculado o agente público não tem 
liberdade para agir, pois a lei não lhe confere escolhas. Não há 
análise de conveniência e de oportunidade quando da prática do ato. 
 
Um Auditor da Receita Federal do Brasil, por exemplo, ao aplicar uma 
multa por descumprimento de obrigação acessória, não faz uma 
análise subjetiva para agir (será que é conveniente e/ou oportuno 
para o Poder Público multar o infrator?). A lei determina que ele 
aplique a punição e não há outro caminho a seguir, sob pena de 
cometer infração disciplinar. 
 
Observe que no exercício do poder vinculado a lei já determina 
previamente como deve agir o agente público, não cabendo a este 
realizar escolhas. 
 
Exemplos: licença para construir; aposentadorias (quaisquer delas: 
compulsória, voluntária ou por invalidez); exoneração de servidor 
reprovado no estágio probatório. Em todas essas situações, presentes 
os requisitos para conceder a licença, a aposentadoria ou exonerar o 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 93 
 
servidor, outras não poderão ser as condutas da autoridade 
administrativa. 
 
 
3.2. PODER DISCRICIONÁRIO 
 
Em que pese também existir subordinação do agente público à lei, 
esta lhe confere certa margem de liberdade. Calcado num juízo de 
mérito (oportunidade e conveniência), o agente público 
poderá fazer escolhas, dentre as opções indicadas pela 
legislação, elegendo aquela que na sua visão melhor atende ao 
interesse público. 
 
Exemplos: autorização para fechamento de rua; nomeação para 
cargo em comissão (também a exoneração); gradação da pena de 
suspensão (de 1 a 90 dias, de acordo com a Lei 8.112/90). 
 
Por fim, é interessante ressaltar que os atos praticados no 
exercício do poder discricionário, apesar de estarem sujeitos à 
análise subjetiva do administrador público (oportunidade + 
conveniência), podem ser apreciados quanto à legalidade pelo 
Poder Judiciário. 
 
Muita atenção nesse ponto, pois é tema muito cobrado pelas bancas. 
A discricionariedade não impede que o Judiciário aprecie o ato 
praticado, pois a análise não incidirá sobre a oportunidade e 
conveniência (critérios exclusivos de quem praticou o ato), mas sim 
sobre a sua legalidade. 
 
 
3.3. PODER REGULAMENTAR 
 
O poder regulamentar também é denominado de poder 
normativo. 
 
O nome desse poder serve de auxílio para identificação de sua 
função: regulamentar as leis. Daí eu pergunto: para que 
regulamentar as leis? Resposta: para viabilizar a sua execução! 
 
Portanto, por meio do poder regulamentar a Administração Pública 
edita normas complementares às leis viabilizando a sua 
execução. 
 
Como exemplos de normas complementares (atos normativos 
secundários): decretos, regulamentos, portarias e resoluções. 
Atentar para a necessidade de analisar o contexto para confirmar se 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 94 
 
tais normas foram utilizadas como instrumentos do poder 
regulamentar. Lembre-se da questão acima indicada. 
 
É muito importante que você saiba que o papel do poder 
regulamentar é complementar, significando que o ato normativo 
editado só poderá abordar matérias previstas na lei 
regulamentada. 
 
Guarde o que vou lhe dizer agora: somente por lei é possível 
inovar (criar direitos e obrigações), significando que por meio 
do poder regulamentar não há inovação! Decretos, 
regulamentos, portarias e etc. não são instrumentos hábeis para 
criação de direitos ou obrigações. Essa regra é simples consequência 
da aplicação do princípio da legalidade em nosso ordenamento 
jurídico. Concorda? 
 
Veja o que diz o art. 84 (“Comete privativamente ao Presidente da 
República:”), em seu inciso IV: “sancionar, promulgar e fazer publicar 
as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua 
fiel execução”. 
 
Pergunto-lhe: o exercício do poder normativo limita-se à 
expedição de decretos e regulamentos? Você já viu comigo que 
não, outros atos são manifestações do poder regulamentar, tais como 
resoluções, portarias, instruções e etc. 
 
Outra pergunta: todos esses atos citados são de competência 
privativa do chefe do Poder Executivo? Não, apenas os decretos e 
regulamentos (leia de novo o art. 84, IV e confirme essa resposta). 
 
Portanto, o exercício do poder normativo não é privativo do 
Chefe do Poder Executivo, podendo ser exercido por outras 
autoridades administrativas. 
 
Linhas acima destaquei a natureza complementar do poder 
regulamentar, dando ênfase à necessidade de observância da matéria 
tratada pela lei regulamentada. Ou seja, a Administração Pública não 
pode por meio do poder normativo regular matéria diferente da 
prevista na lei regulamentada. 
 
Quanto a esse tema, você não precisar ter dúvidas na sua prova, pois 
STF e STJ possuem posição pacífica que o papel do poder 
regulamentar não é inovador, ou seja, por meio do poder 
regulamentar não é possível criar direitos ou obrigações. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 95 
 
O STJ homenageia o princípio da legalidade mantendo a sua posição 
quanto à impossibilidade de a Administração Pública regulamentar, 
por meio de atos normativos secundários, situações não pré-definidas 
em lei, tais atos são veículos para explicitação do modo de execução 
das leis regulamentadas, conforme disposto no art. 84, IV, CF. 
 
A posição sustentada pelo STF é idêntica, o que se pode confirmar do 
julgamento da ADI 3232-TO (DJe 02/10/08), de relatoria do Min. 
Cezar Peluso, por meio da qual o Pleno declarou a 
inconstitucionalidade do art. 5º, da Lei 1.124/00, do Estado do 
Tocantins, que autorizava o Chefe do Poder Executivo criar cargos 
públicos por meio de decreto, fixando-lhes competências, 
denominações e atribuições. 
 
Inclusive, a Constituição Federal, em seu art. 49, V, confere 
competência exclusiva ao Congresso Nacional para sustar atos 
normativos expedidos pelo Poder Executivo que extrapolem os 
limites do poder regulamentar ou dos limites de delegação 
legislativa. 
 
Atenção, pois as bancas, como pegadinha, substituem a palavra 
“sustar” por “anular” ou “revogar”. Outra pegadinha consiste em 
trocar “Congresso Nacional” por “Câmara dosDeputados”, “Senado 
Federal” ou “Tribunal de Contas da União”. Fique ligado(a) nisso!!! 
 
Até esse momento estudamos os decretos executivos, utilizados pela 
Administração Pública para esclarecer o conteúdo das leis viabilizando 
a sua execução. 
 
Diferentemente do executivo, o decreto autônomo é inovador, 
pois seu papel não é explicitar o conteúdo das leis, mas sim servir 
como instrumento para criação do Direito (criação de direitos e 
obrigações). 
 
Alguns países adotam esses dois decretos, o que não ocorre no 
Brasil desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, 
apesar de existir forte corrente doutrinária sustentando que a 
emenda constitucional nº 32, ao alterar a redação do art. 84, VI, da 
CF, restabeleceu no Brasil os decretos autônomos, uma vez que 
possibilitou ao Chefe do Poder Executivo, por meio de decreto, dispor 
sobre: 
 
• organização e funcionamento da administração federal, quando 
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção 
de órgãos públicos; 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 96 
 
• extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
 
 
Leia novamente as duas situações acima e me responda: em alguma 
delas há criação de direito ou deveres?! Veja a primeira regra: é 
possível organizar a administração federal desde que não haja 
aumento de despesa ou criação/extinção de órgãos públicos. 
 
Quer dizer, organizo sem criar direitos ou obrigações! Da mesma 
forma, cargos e função, se vagos, podem ser extintos, ou seja, a 
extinção não afetará o direito de ninguém! 
 
Em ambas as hipóteses não há inovação, característica principal do 
decreto autônomo. 
 
Na realidade, a melhor posição doutrinária é a que defende a 
inexistência de decretos e regulamentos autônomos no Brasil, 
mesmo após a EC 32/01, pois referidos atos normativos, para se 
caracterizarem como tal, devem ser instrumentos de criação de 
direitos e de obrigações. 
 
Definitivamente, com o respeito dos que pensam de forma diferente, 
a figura do decreto autônomo não encontra guarida no nosso 
ordenamento jurídico pátrio, por resistência imposta pelo princípio 
constitucional da reserva legal (art. 5º, II, da CF). 
 
Destaco que a posição que prevalece nos concursos públicos é 
pela inexistência de decretos autônomos criadores de direitos 
e de obrigações. 
 
O que se pode admitir é a utilização da expressão “decreto 
autônomo” não como referência aos decretos autônomos existentes 
anteriormente à CF/88, mas sim para diferenciar os decretos 
previstos no art. 84 VI dos executivos, pois esses existem para 
possibilitar a execução de uma lei preexistente, enquanto aqueles não 
regulamentam nenhuma lei, tendo existência independente 
(autônoma). 
 
Basta você pensar: um decreto que extingue um cargo vago está 
regulamentando qual lei? Nenhuma, daí atribuir o adjetivo 
“autônomo” para enfatizar essa sua característica. 
 
Enquanto os decretos executivos buscam sua validade na lei 
regulamentada, os decretos autônomos do art. 84, VI, buscam sua 
validade diretamente da CF. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 97 
 
 
3.4. PODER HIERÁRQUICO 
 
Sempre que estiver estudando ou fazendo provas lembre-se do que 
vou dizer agora: aparecendo a expressão “hierarquia” pense em 
Administração Pública. 
 
A organização administrativa tem como pressupostos a distribuição 
de competências (distribuição de atribuições entre os diversos 
órgãos, cargos e funções que compõem a Administração Pública) e a 
hierarquia (relação de coordenação e subordinação existente entre 
os órgãos/agentes administrativos). 
 
Já estudamos que a expressão “administração pública” em sentido 
amplo abrange os três Poderes do Estado quando no exercício de 
função administrativa. 
 
Por isso existe hierarquia tanto no Poder Executivo, como nos 
Poderes Legislativo e Judiciário. 
 
Mas faço questão de destacar que não existe hierarquia entre 
os Poderes! Da mesma forma, não há hierarquia nos Poderes 
Legislativo e Judiciário quando exercem suas funções típicas 
(funções próprias, respectivamente, legislar e julgar conflitos com 
definitividade). A hierarquia é inerente à Administração Pública, 
podendo se fazer presente nos citados Poderes quando seus 
agentes estejam no exercício de função administrativa. 
 
De acordo com Hely Lopes Meirelles1, poder hierárquico é o “de que 
dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus 
órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a 
relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de 
pessoal”. 
 
Apesar de o autor referir-se a “Executivo”, peço para que você leia o 
conceito substituindo essa expressão por “Administração Pública”, 
pois já vimos que todos os três Poderes exercem os poderes 
administrativos. 
 
Para facilitar seu estudo, abaixo listarei condutas de agentes público 
que são exemplos de manifestação do poder hierárquicos: 
 
• edição de atos normativos com efeitos apenas internos 
disciplinando a atuação dos órgãos subordinados (atenção, 
 
1
 Direito Administrativo Brasileiro, pag. 121. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 98 
 
pois esses atos não se confundem com os regulamentos, uma vez 
que não obrigam estranhos à Administração Pública, mas apenas 
produzem efeitos internos); 
 
• dar ordens aos subordinados (só pode dar ordem quem está 
numa posição hierarquicamente superior); 
 
• poder de fiscalização das atividades desempenhadas pelos órgãos 
e agentes subordinados; 
 
• exercício da autotutela (poder de revisão), de ofício ou mediante 
provocação, por meio do controle dos atos praticados pelos órgãos 
inferiores, anulando-os quando ilegais ou revogando-os quando 
inconvenientes e/ou inoportunos. 
 
• aplicação de sanções nos casos de infrações funcionais 
(disciplinares); 
 
• avocação e delegação de competências; 
 
• exoneração de servidores (muito cuidado aqui, pois exoneração 
não é punição, mas sim ato decorrente de hierarquia). 
 
 
Por fim, não posso deixar de chamar sua atenção para que você não 
confunda subordinação administrativa com vinculação 
administrativa. 
 
A vinculação administrativa, que será estuda oportunamente, é 
resultante da supervisão ministerial desempenhada pela 
Administração Direta sobre os atos praticados pelas pessoas 
administrativas integrantes da Administração Indireta. Tome-
se como exemplo a supervisão desempenhada pelo Ministério da 
Educação (órgão da União) sobre as Universidades de ensino 
constituídas sob a forma de autarquias ou fundações (ambas 
entidades da Administração Indireta). 
 
Já a subordinação administrativa está ligada ao poder 
hierárquico, mais especificamente à desconcentração 
administrativa. 
 
Raciocine da seguinte forma: enquanto a subordinação 
administrativa vincula-se à desconcentração (distribuição de 
competências para os órgãos integrantes de uma pessoa jurídica) a 
vinculação administrativa associa-se à descentralização 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 99 
 
administrativa (distribuição de competências entre pessoas 
diversas). 
 
Até aqui tudo certo? Mantenha-se firme que está quase terminando... 
 
Seja nos estudos dos atos administrativos, dos poderes 
administrativos ou da Lei 9.784/99. Lá estão a avocação e a 
delegação sendo objeto de perguntas das bancas. 
 
Pararesolver a grande maioria das questões será suficiente a leitura 
dos artigos 12 a 15 da Lei 9.784/99. 
 
 
- Delegação: 
 
Portanto, vamos estudar esses artigos, começando pelo art. 12, que 
é uma fonte de questões de provas: 
 
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não 
houver impedimento legal, delegar parte da sua competência 
a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam 
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, 
em razão de circunstâncias de índole técnica, social, 
econômica, jurídica ou territorial. 
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à 
delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos 
presidentes. 
 
Para começar, a expressão “se não houver impedimento legal” 
demonstra que a regra em nosso ordenamento jurídico é a 
possibilidade de delegação, independentemente de autorização 
legal expressa. 
 
Portanto, o agente público poderá delegar sua competência, 
salvo nas hipóteses em que a lei proíba. 
 
Mas a lei é clara ao preceituar que a delegação não pode ser total, 
mas somente parcial. 
 
Além disso, a delegação é ato discricionário, pois a norma faz 
referência à conveniência da delegação. 
 
Agora o importantíssimo art. 13... 
 
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
I - a edição de atos de caráter normativo; 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 100 
 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou 
autoridade. 
 
Considerando-se que a regra é delegar, a lei traz as hipóteses em 
que será proibida a delegação. Muito cuidado com duas pegadinhas 
de concurso público: 1ª) envolvendo o inciso II: a banca pode 
substituir a expressão “recursos administrativos” por “impugnação 
administrativa”. Se ela fizer isso aí muda de figura, pois as decisões 
de impugnação administrativa podem ser objeto de delegação; 2ª) 
envolvendo o inciso III: a banca pode substituir a palavra 
“exclusiva” por “privativa”. A competência privativa pode ser objeto 
de delegação. 
 
Exemplos de delegação estão no art. 84, parágrafo único, da CF, que 
prevê a possibilidade de o Presidente da República delegar a 
competência para prover cargos públicos a Ministro de Estado, 
Advogado Geral da União ou Procurador Geral da República. 
 
Inclusive, quanto a esse dispositivo constitucional, o STF decidiu que 
a competência para prover cargos públicos (ex: nomeação) abrange 
também a para desprover (ex: demissão), matéria inclusive objeto de 
questão de prova: 
 
Quanto ao próximo artigo, em função de sua clareza, vou apenas 
transcrevê-lo, sendo desnecessário fazer comentários: 
 
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser 
publicados no meio oficial. 
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes 
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e 
os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter 
ressalva de exercício da atribuição delegada. 
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela 
autoridade delegante. 
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem 
mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-
ão editadas pelo delegado. 
 
 
- Avocação: 
 
É regulada pelo art. 15 da Lei 9.784/99: 
 
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por 
motivos relevantes devidamente justificados, a 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 101 
 
avocação temporária de competência atribuída a órgão 
hierarquicamente inferior. 
 
Quanto a esse tema, as bancas exploram demais o fato de a 
avocação ser excepcional, ou seja, enquanto a delegação é regra 
a avocação é exceção. 
 
Outra questão importante reside no final do artigo, na expressão 
“órgão hierarquicamente inferior”. Significa que é órgão 
hierarquicamente superior que avoca a competência de órgão 
hierarquicamente inferior. Eu digo em sala de aula que o superior 
hierárquico, na avocação, traz para si a competência. 
 
Exemplo de avocação está no art. 103-B, §4º, da CF, que prevê a 
possibilidade de avocação pelo Conselho Nacional de Justiça de 
processos disciplinares em curso, instaurados contra membros ou 
órgãos do Poder Judiciário. 
 
Da mesma forma que ocorre na delegação, a competência exclusiva 
não pode ser objeto de avocação. 
 
 
3.5. PODER DISCIPLINAR 
 
Caiu questão sobre poder disciplinar você de cara deve pensar em 
duas coisas: apuração de infrações e aplicação de penalidades. 
 
Portanto, por meio do poder disciplinar a Administração Pública apura 
infrações administrativas. Detectada a infração, ela aplicará a 
respectiva penalidade. Aqui eu lhe pergunto: quem pode sofrer essa 
punição? 
 
Guarde a seguinte informação: servidores públicos e demais 
pessoas que estejam sob a disciplina administrativa. 
 
Essas “demais pessoas que estejam sob a disciplina administrativa”, 
em regra, estão vinculadas à Administração Publica por meio de 
contratos. 
 
Outro ponto importante para a prova é você saber que a punição 
penal é diferente da punição administrativa, o que não impede 
de ambas serem aplicadas concomitantemente, desde que o ilícito 
praticado configure tanto infração disciplinar como infração penal. 
 
Uma constatação interessante: toda infração criminal funcional 
corresponde a uma infração disciplinar, não sendo o contrário 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 102 
 
verdadeiro, pois nem toda infração disciplinar equivale a uma 
infração criminal. Raciocine sobre essa frase... 
 
Toda vez que o servidor comete um crime ou uma contravenção 
estará cometendo uma infração disciplinar; mas nem toda infração 
disciplinar constitui crime ou contravenção. 
 
De qualquer forma, para aplicação da pena são imprescindíveis 
prévio processo administrativo e motivação do ato punitivo. 
 
Para fechar os comentários sobre poder disciplinar, vamos analisar 
uma questão que gera muita discussão: poder disciplinar é 
vinculado ou discricionário? 
 
A doutrina tradicional, encontrando respeitáveis vozes 
contrárias, aponta o poder disciplinar como de exercício 
discricionário quanto à escolha ou à graduação da penalidade, 
uma vez que os estatutos funcionais não estabelecem regras rígidas 
como ocorre no Direito Penal. 
 
Contudo, há que se ressaltar a existência de diversas leis que 
descrevem objetivamente as infrações administrativas e as 
suas respectivas penalidades. 
 
Como exemplo, adote-se a Lei 8.112/90, em que apenas há espaço 
para discricionariedade na graduação do prazo de suspensão e na 
análise da conversão desta punição para multa diária (art. 130, §2º: 
“Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de 
suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% 
(cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando 
o servidor obrigado a permanecer em serviço”). 
 
A Terceira Seção do STJ caminha de forma diferente da 
doutrina tradicional invertendo a concepção para um poder 
disciplinar vinculado, desgarrado de juízos de conveniência e 
oportunidade. 
 
Portanto, a posição que prevalece na doutrina é que, em regra, 
o poder disciplinar é discricionário, porém, no STJ, a posição 
majoritária é pela sua natureza vinculada! 
 
 
 3.6. PODER DE POLÍCIA
 
Finalmente chegamos no último poder administrativo que será 
abordado nessa aula: poder de polícia. 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 103Trata-se de atividade desempenhada pelo Estado cujo objetivo é 
limitar direitos individuais, restringindo-os ou condicionando-
os, em benefício do interesse público. 
 
Exemplificando: 1) restrições: proibição de estacionar o veículo 
em determinados locais; limites de velocidade; semáforos; 2) 
condicionamentos: obrigatoriedade de requerer ao Município 
licença para construir; porte de arma; permissão para dirigir. 
 
É Importante destacar que essa prerrogativa do Poder Público de 
limitar direitos individuais deve ser prevista em lei por conta do 
princípio da legalidade. 
 
Inclusive nesse momento dou uma dica para você: quando a questão 
de prova abordar princípios aplicáveis a poder de polícia, 
geralmente as respostas envolvem o princípio da legalidade, 
impondo a obrigatoriedade de as limitações de polícia terem origem 
na lei, e o princípio da proporcionalidade, exigindo que as 
medidas de polícia sejam proporcionais aos fins visados. 
 
A doutrina sustenta que a razão do poder de polícia é o interesse 
social e seu fundamento é a supremacia do interesse público 
sobre o interesse privado. 
 
No direito brasileiro, o conceito de poder de polícia foi positivado no 
art. 78 do Código Tributário Nacional: 
 
“Considera-se poder de polícia atividade da administração 
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse 
ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de 
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, 
à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e 
do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à 
tranquilidade ou ao respeito à propriedade e aos direitos 
individuais ou coletivos”. 
 
O mesmo Código Tributário Nacional, em seu art. 77, prevê que o 
exercício do poder de polícia constitui fato gerador do tributo taxa. 
 
Quanto à competência para exercício do poder de polícia, lembre-se 
na prova que pertencerá, em princípio, à pessoa federativa à qual 
a Constituição Federal conferiu o poder de regular o assunto. 
Essa distribuição de competência baseia-se no que a doutrina chama 
de princípio da predominância do interesse. 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 104 
 
 
Com base nesse critério, de acordo com Hely Lopes Meirelles2, “os 
assuntos de interesse nacional ficam sujeitos a 
regulamentação e policiamento da União; os de interesse 
regional sujeitam-se às normas e à polícia estadual, e os de 
interesse local sujeitam-se aos regulamentos edilícios e ao 
policiamento administrativo municipal”. 
 
A seguir, destacarei alguns temas que são questões presentes com 
frequência em concursos públicos: 
 
 
- Polícia administrativa x polícia judiciária: 
 
Para simplificar seu estudo elaborei o seguinte quadro: 
 
Polícia administrativa Polícia judiciária 
Ilícitos administrativos Ilícitos penais 
Atua sobre bens, direitos e 
atividades 
Atua sobre pessoais 
Preventiva e repressiva Preventiva e repressiva 
Regida pelo Direito 
Administrativo 
Regida pelo Direito Processual 
Penal 
 
 
- Formas de atuação do poder de polícia: 
 
Abrangendo as atividades dos Poderes Legislativo e Judiciário, o 
Estado vale-se dos seguintes meios para exercer seu poder de 
polícia: 
 
a) atos normativos: o Estado impõe limitações administrativas aos 
direitos individuais por meio das leis e regula a aplicação destas por 
meio dos decretos, regulamentos, portarias, instruções, resoluções e 
etc. Significa que tantos os atos normativos primários (leis) como os 
secundários (decretos, portarias...) constituem formas de atuação do 
poder de polícia. 
 
b) atos administrativos e fatos administrativos (operações 
materiais): ambos têm como propósito aplicar os comandos das leis 
aos casos concretos, seja por meio de medidas preventivas, como 
fiscalizações, autorizações e licenças, ou de medidas repressivas, 
como apreensão de mercadorias e interdições de estabelecimentos 
comerciais. 
 
2
 Direito Administrativo Brasileiro, pag. 130. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 105 
 
 
 
- Sanções de polícia: 
 
O exercício do poder de polícia seria ineficaz se não fosse aparelhado 
de sanções para os casos de desobediência. 
 
O ordenamento jurídico pátrio exige que referidas sanções sejam 
aplicadas em consonância com os princípios da legalidade e da 
proporcionalidade, exigindo-se que a sanção seja previamente 
prevista em lei e que seja proporcional à infração cometida ou ao 
dano causado à coletividade. 
 
São exemplos de sanções de polícia: interdição de atividade, 
fechamento de estabelecimento, demolição de construção, embargo 
administrativo de obra, destruição de objetos, inutilização de gêneros 
alimentícios, proibição de fabricação ou comércio de certos produtos 
e vedação de localização de indústrias ou de comércio em 
determinadas zonas. 
 
As ações punitivas decorrentes do exercício do poder de polícia 
prescrevem em 5 (cinco) anos, conforme dispõe o art. 1º da Lei 
9.873/99. 
 
 
- Atributos do poder de polícia: 
 
Falando agora sobre atributos do poder de polícia, eis os indicados 
pela doutrina: discricionariedade, coercibilidade e 
autoexecutoriedade. 
 
 
Ao estudo de cada um deles... 
 
a) Discricionariedade: 
 
Significa que no exercício do poder de polícia, o agente público, 
dentro dos limites impostos pela lei, têm liberdade para agir 
pautado em critérios de conveniência e oportunidade. 
 
É importante advertir que nem todo ato de polícia é 
discricionário, pois em determinadas situações a lei prevê qual 
solução deve ser adotada pelo agente público, não lhe sendo 
atribuída qualquer opção. Nesses casos, o ato de polícia será 
vinculado. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 106 
 
Como exemplos, os alvarás de licença e de autorização. Enquanto a 
licença é ato de polícia vinculado (licença para construir), a 
autorização é ato de polícia discricionário (autorização para 
porte de arma). 
 
 
 
 
 
b) Coercibilidade: 
 
É a características do ato de polícia de poder ser imposto pelo 
agente público independente da concordância do particular 
destinatário do ato. 
 
Equivale à imperatividade dos atos administrativos, sendo certo 
afirmar que todo ato de polícia é coercitivo (imperativo), ou 
seja, obrigatório para seu destinatário. 
 
 
c) Autoexecutoriedade: 
 
A Administração Pública executa os seus atos de polícia 
independentemente de prévia manifestação do Poder 
Judiciário. Significa que a Administração Pública pode executar seus 
atos de polícia sem que seja necessário ingressar com uma ação 
junto ao Poder Judiciário para obter a decisão do magistrado. 
 
 
Por meio desse atributo, a Administração Pública compele 
materialmente o administrado (executoriedade), valendo-se de 
meios diretos de coerção (exs.: apreensão de mercadorias, 
interdição de estabelecimentos e dispersão de manifestação de 
grevistas). 
 
Mas também há poder de polícia quando a Administração Pública 
compele formalmente o administrado (exigibilidade), 
utilizando-se de meios indiretos de coerção (exs: multas – o Poder 
Público impõe ao particular determinada obrigação sob pena de, em 
caso de descumprimento, pagamento de multa) 
 
No caso de ilegalidade da atuação do Poder Público, o particular 
lesado poderá buscar reparação por meio de ação competente no 
Poder Judiciário: 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVOAGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 107 
 
Nem todo ato de polícia possui o atributo da 
autoexecutoriedade, como ocorre na cobrança de valores (por ex.: 
multas), em que a Administração Pública deve ajuizar a ação 
competente para efetuar a cobrança coercitiva do devedor. 
 
 
 
 
 
- Delegação do poder de polícia: 
 
Quando o ente federativo (administração direta) exerce o seu poder 
de polícia, editando leis e atos administrativos, diz-se que há 
exercício de poder de polícia originário. 
 
Quando pessoas administrativas integrantes da administração 
indireta exercem poder de polícia que lhes foi delegado pela 
administração direta resta caracterizado exercício de poder de 
polícia delegado. 
 
É posição majoritária na doutrina e na jurisprudência que o poder de 
polícia não pode ser delegado a particulares. 
 
Tem-se admitido nos casos de exercício do poder de polícia 
fiscalizatório a atribuição a pessoas privadas, por meio de contratos, 
da exclusiva tarefa de operacionalizar equipamentos para constatação 
de fatos, como ocorre com os radares nas rodovias e nos 
equipamentos de triagens colocados em aeroportos para identificação 
de objetos ilícitos. Nessas situações não há delegação de poder de 
polícia, mas apenas atribuição ao particular da tarefa de constatar os 
fatos através de maquinas e equipamentos. 
 
E se a pessoa jurídica de direito privado for integrante da 
administração indireta, será possível a delegação do poder de polícia? 
 
Questão muito controvertida, que vem dividindo a doutrina. 
 
Atualmente, por conta de recente decisão da Segunda Turma do STJ 
proferida no julgamento do REsp 817.534, ganha maiores relevos a 
posição que rejeita a delegação do poder de polícia sancionador para 
os particulares integrantes da administração indireta. 
 
No julgamento do referido recurso, a Segunda Turma decidiu pela 
possibilidade de a BHTrans, sociedade de economia mista do 
município de Belo Horizonte, exercer atos relativos à fiscalização no 
trânsito da capital mineira, sem, contudo, poder aplicar multas. 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 108 
 
 
De acom com a referida decisão, o poder de polícia é o dever estatal 
de limitar o exercício da propriedade e da liberdade em favor do 
interesse público. Suas atividades dividem-se em quatro grupos: 
legislação, consentimento, fiscalização e sanção. 
 
Segundo o relator do julgamento – Min. Mauro Campbell Marques -, 
as atividades de consentimento e fiscalização podem ser 
delegadas, pois compatíveis com a personalidade das sociedades de 
economia mista. Entretanto, para o ministro, deve permanecer a 
vedação à imposição de sanções por parte da BHTrans. 
 
 
- Súmulas: 
 
Para fechar, seguem algumas súmulas relacionadas ao tema: 
 
 
- Súmula do STF n° 645 
 
• É competente o município para fixar o horário de 
funcionamento de estabelecimento comercial. 
 
 
- Súmula do STF nº 646 
 
• Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que 
impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo 
ramo em determinada área. 
 
 
- Súmula do STJ nº 19 
 
• A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é 
da competência da União. 
 
 
- Súmula do STJ nº 127 
 
• É ilegal condicionar a renovação da licença de veículo ao 
pagamento de multa, da qual o infrator não foi notificado. 
 
 
3.7. USO E ABUSO DO PODER 
 
- Uso do poder: 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 109 
 
 
Está presente quando o agente público, no exercício de suas funções, 
utiliza-se das prerrogativas (poderes administrativos) que lhe foram 
conferidas observando os limites traçados pelo ordenamento jurídico. 
 
Daí ser importante destacar que os poderes administrativos são 
conferidos aos agentes públicos para utilização obrigatória, não tendo 
os mesmos liberdade para renunciá-los ou simplesmente não exercê-
los. 
 
Ao mesmo tempo que tais prerrogativas constituem-se em poderes, o 
seu exercício é obrigatório (desde que benéfico à coletividade), 
traduzindo-se no que a doutrina denomina de poder-dever. 
 
Hely Lopes Meirelles3 leciona que “se para o particular o poder de agir 
é uma faculdade, para o administrador público é uma obrigação de 
atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em benefício 
da comunidade”. 
 
 
- Abuso do poder: 
 
Quanto a esse tema, basta pensar da seguinte forma: o agente 
público – que é qualquer pessoa física que exerça função pública, tal 
como um auditor tributário do DF ou um jurado do Tribunal do Júri - 
para exercer suas funções utilizará de alguns poderes conferidos pela 
lei. É importante ter em mente que o exercício da função pública está 
relacionado ao atendimento do interesse da coletividade. 
 
Portanto, um policial federal exerce função pública, da mesma forma 
que um jurado do Tribunal do Júri, com o propósito de satisfazer os 
interesses da coletividade. 
 
No exercício das funções públicas pode ocorrer, infelizmente, dos 
agentes públicos utilizarem de seus poderes desrespeitando as leis, a 
própria Constituição Federal ou os princípios administrativos. 
 
Quando isso ocorrer, estaremos diante do “abuso de poder”. 
Portanto, você deve marcar na prova que um ato praticado com 
abuso de poder é ilegal, passível de ser anulado. 
 
Só que o abuso de poder divide-se em duas espécies: excesso de 
poder e desvio de finalidade (também chamado de desvio de 
poder). 
 
3
 Direito Administrativo Brasileiro, pag. 105. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 110 
 
 
Como o abuso de poder é ilegal, por motivos óbvios, suas espécies 
“excesso de poder” e “desvio de finalidade” também serão ilegais, 
passíveis de anulação, conforme já dito linhas acima. 
 
Resta saber qual a diferença entre estas duas espécies. Vamos lá... 
 
Vou dar um exemplo bem absurdo para facilitar a sua compreensão: 
imagine uma operação da Polícia Federal no combate à sonegação 
fiscal. Em determinada diligência, um policial federal, ao constatar 
que os empregados da empresa sonegadora não possuem carteira de 
trabalho, lavra um auto de infração multando a empresa por essa 
prática. Pergunto para você: policial federal tem competência para 
multar empresa por manter empregados sem assinatura de carteira 
de trabalho? Daqui ouvi sua resposta. Obviamente que não! Portanto, 
ao praticar um ato sem competência o agente agiu além dos seus 
poderes, ou seja, agiu com excesso de poder. 
 
Age com excesso de poder o agente público que extrapola 
seus poderes na prática de determinado ato. Quer dizer, age 
sem ter competência para aquele determinado ato. 
 
Já no desvio de finalidade (desvio de poder), o agente público 
tem competência para a prática do ato, mas ao executá-lo não 
atende à finalidade prevista na lei. Outro exemplo, este não tão 
absurdo, pelo contrário, muito comum. Determinado município, por 
força de lei, recebe verba do Governo Federal que deve ser aplicada 
em ações voltadas para a educação. Porém, o Prefeito, por considerar 
que a educação do município “vai muito bem obrigado” aplica o 
dinheiro em postos de saúde e em hospitais. Perceba que a intenção 
do prefeito foi muito boa. Mas pergunto: a lei determinava que o 
dinheiro fosse aplicado em qual área? Educação, não é? Como ele 
aplicou na saúde não atendeu à finalidade da lei, agindo, portanto, 
com desvio de finalidade.O mesmo ocorre quando uma remove um servidor como forma de 
punição. Ora, em regra a lei tem como finalidade da remoção suprir a 
carência de servidores em determinado órgão público e não utilizá-la 
como meio de punição. Se nesse exemplo a autoridade administrativa 
tiver competência para remover o servidor, não poderemos falar em 
excesso de poder. Agora, pelo fato de o ato não ter atendido à 
finalidade prevista na lei – suprir carência de servidores -, poderemos 
enquadrar a situação como desvio de finalidade. 
 
Então, para seu estudo, use o seguinte jogo de palavras: 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 111 
 
EXCESSO DE PODER – EXTRAPOLAR COMPETÊNCIA 
 
DESVIO DE PODER – NÃO OBSERVAR A FINALIDADE DA LEI 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 112 
 
 
QUESTÕES DO CESPE COMENTADAS 
 
1. (PROCURADOR DO ESTADO DO CEARÁ/2004/CESPE) Os 
poderes administrativos são instrumentais, sendo utilizados pela 
administração pública para cumprir suas finalidades. 
 
COMENTÁRIOS 
 
De início, temos uma questão do CESPE que retrata com fidelidade a 
exata noção da doutrina relativamente aos poderes administrativos: 
são os instrumentos que a ordem jurídica disponibiliza para a 
Administração Pública alcançar suas finalidades. 
 
De acordo com a doutrina os poderes são: 
 
• regulamentar (normativo); 
• hierárquico; 
• disciplinar; 
• de polícia; 
• vinculado e 
• discricionário. 
 
• Gabarito: correta 
 
 
2. (CESPE/PC-RN/Delegado de Polícia/2009) O poder vinculado 
significa que a lei deixou propositadamente certa faixa de opção para 
o exercício da vontade psicológica do agente, limitado entretanto a 
escolha dos meios e da oportunidade para a concretização do ato 
administrativo. 
 
COMENTÁRIOS 
 
A questão versa sobre poder vinculado .... 
 
No exercício do poder vinculado o agente público não tem 
liberdade para agir, pois a lei não lhe confere escolhas. Não há 
análise de conveniência e de oportunidade quando da prática do ato. 
 
• Gabarito: errada 
 
 
3. (CESPE/2011/TJ-PB/JUIZ) Forma de conferir liberdade ao 
administrador público, o poder discricionário permite que a 
autoridade, mediante os critérios de conveniência e oportunidade, 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 113 
 
opte pela ação que melhor propicie a consecução do interesse 
público, atuação que se sobrepõe aos limites da lei. 
 
COMENTÁRIOS 
 
A questão versa sobre o poder discricionário... 
 
Calcado num juízo de mérito (oportunidade e conveniência), o 
agente público poderá fazer escolhas, dentre as opções 
indicadas pela legislação, elegendo aquela que na sua visão 
melhor atende ao interesse público. 
 
Contudo, em que pese a existência de margem de liberdade, o limite 
continua sendo a lei, que não poderá ser desrespeitada. 
 
Dessa forma, a questão posta para análise contem erro no seu final, 
quando permite a sobreposição da lei. 
 
• Gabarito: errada 
 
 
4. (TRE-MT/TÉCNICO JUDICIÁRIO/CESPE/2010) Poder 
regulamentar é a prerrogativa conferida à administração pública de 
editar atos de caráter geral que visam complementar ou alterar a lei, 
em face de eventuais lacunas e incongruências. 
 
COMENTÁRIOS 
 
A questão versa sobre poder regulamentar.... 
 
Por meio do poder regulamentar a Administração Pública edita 
normas complementares às leis viabilizando a sua execução. 
 
O papel do poder regulamentar é complementar, significando que o 
ato normativo editado só poderá abordar matérias previstas 
na lei regulamentada. 
 
Além disso, por meio do poder regulamentar não há inovação! 
Decretos, regulamentos, portarias e etc. não são instrumentos hábeis 
para criação de direitos ou obrigações. 
 
Dessa forma, analisando diretamente a questão apresentada, há erro 
na sua parte final quando a banca afirma que a lei pode ser alterada 
pelos atos gerais originados do poder regulamentar. 
 
• Gabarito: errada 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 114 
 
 
 
5. (CESPE/2011/TJ-PB/JUIZ) O poder regulamentar permite que 
o ato normativo derivado inove e aumente os direitos e obrigações 
previstos no ato de natureza primária que o autoriza, desde que 
tenha por objetivo o cumprimento das determinações legais. 
 
COMENTÁRIOS 
 
Linhas acima destaquei a natureza complementar do poder 
regulamentar, dando ênfase à necessidade de observância da matéria 
tratada pela lei regulamentada. Ou seja, a Administração Pública não 
pode por meio do poder normativo regular matéria diferente da 
prevista na lei regulamentada. 
 
Quanto a esse tema, você não precisar ter dúvidas na sua prova, pois 
STF e STJ possuem posição pacífica que o papel do poder 
regulamentar não é inovador, ou seja, por meio do poder 
regulamentar não é possível criar direitos ou obrigações. 
 
• Gabarito: errada 
 
 
6. (OAB/CESPE/2006.3) O poder regulamentar é exercido apenas 
por meio de decreto. 
 
COMENTÁRIOS 
 
A questão é solucionada respondendo-se à seguinte pergunta: o 
exercício do poder normativo limita-se à expedição de 
decretos e regulamentos? 
 
A resposta é direta: outros atos são manifestações do poder 
regulamentar, tais como resoluções, portarias, regulamentos, 
instruções e etc... 
 
• Gabarito: errada 
 
 
7. (TJ/PI/JUIZ/2007/CESPE) O poder normativo, no âmbito da 
administração pública, é privativo do chefe do Poder Executivo. 
 
COMENTÁRIOS 
 
Pegando uma carona na questão anterior, pergunto-lhe: todos os 
atos citados – decretos, regulamentos, resoluções, regulamentos, 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 115 
 
instruções etc - são de competência privativa do chefe do Poder 
Executivo? 
 
Não, apenas os decretos e os regulamentos, conforme art. 84, IV, da 
Constituição Federal: 
 
 “Art. 84. Comete privativamente ao Presidente da República:... IV: 
sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir 
decretos e regulamentos para sua fiel execução”. 
 
Portanto, o exercício do poder normativo não é privativo do 
Chefe do Poder Executivo, podendo ser exercido por outras 
autoridades administrativas. 
 
• Gabarito: errada 
 
 
8. (PROCURADOR DO ESTADO DO CEARÁ/2004/CESPE) Caso o 
Poder Executivo exorbite na utilização de seu poder regulamentar, o 
Poder Legislativo poderá anular o ato normativo editado. 
 
COMENTÁRIOS 
 
A questão apresentada está errada por conta de apenas uma palavra: 
“anular”. 
 
A Constituição Federal, em seu art. 49, V, confere competência 
exclusiva ao Congresso Nacional para sustar atos normativos 
expedidos pelo Poder Executivo que extrapolem os limites do 
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. 
 
As bancas, como pegadinha, substituem a palavra “sustar” por 
“anular” (como fez nessa questão) ou “revogar”. 
 
Outra pegadinha consiste em trocar “Congresso Nacional” por 
“Câmara dos Deputados”, “Senado Federal” ou “Tribunal de Contas 
da União”. 
 
• Gabarito: errada 
 
 
9. (MPE/RN/CESPE/2009) O decreto autônomo é, em regra, 
admitido no ordenamento jurídico brasileiro, desde que não viole 
direitos fundamentais. 
 
COMENTÁRIOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 116A questão versa sobre decretos autônomos... 
 
Até esse momento, nas questões anteriores, estudamos os decretos 
executivos, utilizados pela Administração Pública para esclarecer o 
conteúdo das leis viabilizando a sua execução. 
 
Diferentemente do executivo, o decreto autônomo é inovador, 
pois seu papel não é explicitar o conteúdo das leis, mas sim servir 
como instrumento para criação do Direito (criação de direitos e 
obrigações). 
 
Alguns países adotam esses dois decretos, o que não ocorre no 
Brasil desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, 
apesar de existir forte corrente doutrinária sustentando que a 
emenda constitucional nº 32, ao alterar a redação do art. 84, VI, da 
CF, restabeleceu no Brasil os decretos autônomos. 
 
Na realidade, a melhor posição doutrinária é a que defende a 
inexistência de decretos e regulamentos autônomos no Brasil, 
mesmo após a EC 32/01, pois referidos atos normativos, para se 
caracterizarem como tal, devem ser instrumentos de criação de 
direitos e de obrigações. 
 
Definitivamente, com o respeito dos que pensam de forma diferente, 
a figura do decreto autônomo não encontra guarida no nosso 
ordenamento jurídico pátrio, por resistência imposta pelo princípio 
constitucional da reserva legal (art. 5º, II, da CF). 
 
Destaco que a posição que prevalece nos concursos públicos é 
pela inexistência de decretos autônomos criadores de direitos 
e de obrigações. 
 
O que se pode admitir é a utilização da expressão “decreto 
autônomo” não como referência aos decretos autônomos existentes 
anteriormente à CF/88, mas sim para diferenciar os decretos 
previstos no art. 84 VI dos executivos, pois esses existem para 
possibilitar a execução de uma lei preexistente, enquanto aqueles não 
regulamentam nenhuma lei, tendo existência independente 
(autônoma). 
 
• Gabarito: errada 
 
 
10. (CESPE/2011/TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO) O 
poder disciplinar consiste em distribuir e escalonar as funções, 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 117 
 
ordenar e rever as atuações e estabelecer as relações de 
subordinação entre os órgãos públicos, inclusive seus agentes. 
 
COMENTÁRIOS 
 
A questão versa sobre o poder hierárquico ... 
 
Veja a definição apresentada pelo saudoso Hely Lopes Meirelles: 
poder hierárquico é o “de que dispõe o Executivo para distribuir e 
escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de 
seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os 
servidores do seu quadro de pessoal”. 
 
Apesar de o autor referir-se a “Executivo”, peço para que você leia o 
conceito substituindo essa expressão por “Administração Pública”, 
pois já vimos que todos os três Poderes exercem os poderes 
administrativos. 
 
Portanto, equivocada a assertiva por associar o conceito de poder 
hierárquico ao poder disciplinar. 
 
• Gabarito: errada 
 
 
11. (CESPE/2010/TRE-MT/Analista Judiciário) Do poder 
hierárquico decorre a possibilidade de os agentes públicos delegarem 
suas competências, devendo haver sempre responsabilização do 
delegante pelos atos do delegado, por agirem em seu nome. 
 
COMENTÁRIOS 
 
A questão versa sobre delegação de competências ... 
 
A resposta para a questão está no art. 14 da Lei 9.784/99: 
 
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser 
publicados no meio oficial. 
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes 
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e 
os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter 
ressalva de exercício da atribuição delegada. 
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela 
autoridade delegante. 
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem 
mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-
ão editadas pelo delegado. 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 118 
 
 
Justamente nesse dispositivo, especificamente em seu §3º, está a 
resposta da assertiva analisada: o responsável pelo ato não é o 
delegante, mas sim o delegado, que é quem pratica o ato. 
 
• Gabarito: errada 
 
 
12. (CESPE/2010/ANEEL/TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Como 
decorrência da relação hierárquica presente no âmbito da 
administração pública, um órgão de hierarquia superior pode avocar 
atribuições de um órgão subordinado, desde que estas não sejam de 
competência exclusiva. 
 
COMENTÁRIOS 
 
A questão versa sobre avocação ... 
 
É regulada pelo art. 15 da Lei 9.784/99: 
 
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por 
motivos relevantes devidamente justificados, a 
avocação temporária de competência atribuída a órgão 
hierarquicamente inferior. 
 
Da mesma forma que ocorre na delegação, a competência exclusiva 
não pode ser objeto de avocação. 
 
• Gabarito: correta 
 
 
13. (CESPE/2010/INSS/ENGENHEIRO CIVIL) O poder disciplinar 
é exercido pela administração pública para apurar infrações e aplicar 
penalidades não somente aos servidores públicos, mas também às 
demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa. 
 
COMENTÁRIOS 
 
A questão versa sobre o poder disciplinar... 
 
Por meio do poder disciplinar a Administração Pública apura infrações 
administrativas. Detectada a infração, ela aplicará a respectiva 
penalidade. Aqui eu lhe pergunto: quem pode sofrer essa punição? 
 
Guarde a seguinte informação: servidores públicos e demais 
pessoas que estejam sob a disciplina administrativa. 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 119 
 
 
Essas “demais pessoas que estejam sob a disciplina administrativa”, 
em regra, estão vinculadas à Administração Publica por meio de 
contratos. 
 
Portanto, a assertiva apresentada está correta. 
 
• Gabarito: correta 
 
 
14. (CESPE/2011/TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO) O ato de 
aplicação de penalidade disciplinar deverá ser sempre motivado. 
 
COMENTÁRIOS 
 
Quanto a essa questão, a resposta é direta e não comporta maiores 
digressões: para aplicação da pena disciplinar são 
imprescindíveis prévio processo administrativo e motivação do 
ato punitivo. 
 
• Gabarito: correta 
 
 
15. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Oficial de 
Justiça Avaliador) A atribuição conferida a autoridades 
administrativas com o objetivo de apurar e punir faltas funcionais, ou 
seja, condutas contrárias à realização normal das atividades do órgão 
e irregularidades de diversos tipos traduz-se, especificamente, no 
chamado poder hierárquico. 
 
COMENTÁRIOS 
 
Considerando-se que a assertiva trata da atribuição de apurar e punir 
faltas funcionais, estamos diante, especificamente, do poder 
disciplinar. 
 
• Gabarito: errada 
 
 
16. (CESPE/2011/PC-ES/DELEGADO DE POLÍCIA) A atividade 
do Estado que condiciona a liberdade e a propriedade do indivíduo 
aos interesses coletivos tem por fundamento o denominado poder 
hierárquico. 
 
COMENTÁRIOS 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 120 
 
De cara você perceber que a assertiva está errada, pois faz referência 
ao poder hierárquico, quando na realidade a definição apresentada é 
de poder de polícia, conforme será demonstrado a seguir... 
 
O exercício do poder de política é atividade desempenhada pelo 
Estado cujo objetivo é limitar direitos individuais, restringindo-
os ou condicionando-os, em benefício do interesse público. 
 
É Importante destacar que essa prerrogativa do Poder Público de 
limitar direitos individuais deve ser prevista em leipor conta do 
princípio da legalidade. 
 
• Gabarito: errada 
 
 
17) (CESPE - 2013 - TJ-DF - Técnico Judiciário - Área 
Administrativa) Considere que determinado agente público detentor 
de competência para aplicar a penalidade de suspensão resolva 
impor, sem ter atribuição para tanto, a penalidade de demissão, por 
entender que o fato praticado se encaixaria em uma das hipóteses de 
demissão. Nesse caso, a conduta do agente caracterizará abuso de 
poder, na modalidade denominada excesso de poder. 
 
COMENTÁRIOS 
 
Correta a assertiva, uma vez que o agente público agiu além da sua 
competência, ou seja, sem dispor de poder para tanto. 
 
• Gabarito: correta 
 
 
18. (CESPE/2010/TRE-MT/Técnico Judiciário/Administrativa) 
O poder de polícia administrativa manifesta-se por meio de atos 
concretos e específicos, mas não de atos normativos, pois estes não 
constituem meios aptos para seu adequado exercício. 
 
COMENTÁRIOS 
 
A questão versa sobre as formas de atuação do poder de 
polícia... 
 
Abrangendo as atividades dos Poderes Legislativo e Judiciário, além 
do Poder Executivo, o Estado vale-se dos seguintes meios para 
exercer seu poder de polícia: 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 121 
 
a) atos normativos: o Estado impõe limitações administrativas aos 
direitos individuais por meio das leis e regula a aplicação destas por 
meio dos decretos, regulamentos, portarias, instruções, resoluções e 
etc.. Significa que tantos os atos normativos primários (leis) como os 
secundários (decretos, portarias...) constituem formas de atuação do 
poder de polícia. 
 
b) atos administrativos e fatos administrativos (operações 
materiais): ambos têm como propósito aplicar os comandos das leis 
aos casos concretos, seja por meio de medidas preventivas, como 
fiscalizações, autorizações e licenças, ou de medidas repressivas, 
como apreensão de mercadorias e interdições de estabelecimentos 
comerciais. 
 
• Gabarito: errada 
 
 
19. (CESPE/2010/TRE-BA/Analista Judiciário) Quando um fiscal 
apreende remédios com prazo de validade vencido, expostos em 
prateleiras de uma farmácia, tem-se exemplo do poder disciplinar da 
administração pública. 
 
COMENTÁRIOS 
 
A assertiva traz exemplo de poder de polícia... 
 
O exercício do poder de polícia seria ineficaz se não fosse aparelhado 
de sanções para os casos de desobediência. 
 
O ordenamento jurídico pátrio exige que referidas sanções sejam 
aplicadas em consonância com os princípios da legalidade e da 
proporcionalidade, exigindo-se que a sanção seja previamente 
prevista em lei e que seja proporcional à infração cometida ou ao 
dano causado à coletividade. 
 
É importante destacar que o poder disciplinar incide sobre pessoas 
privadas que estejam sob a disciplina da Administração Pública, o que 
não corresponde ao caso apresentado. 
 
• Gabarito: errada 
 
 
20. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Oficial de 
Justiça Avaliador) A atribuição conferida a autoridades 
administrativas com o objetivo de apurar e punir faltas funcionais, ou 
seja, condutas contrárias à realização normal das atividades do órgão 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 122 
 
e irregularidades de diversos tipos traduz-se, especificamente, no 
chamado poder hierárquico. 
 
COMENTÁRIOS 
 
Considerando-se que a assertiva trata da atribuição de apurar e punir 
faltas funcionais, estamos diante, especificamente, do poder 
disciplinar. 
 
• Gabarito: errada 
 
 
21. (CESPE/2010/TRT-21ªREGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO) 
Segundo a doutrina, o poder de polícia tanto pode ser discricionário 
quanto vinculado 
 
COMENTÁRIOS 
 
A questão versa sobre os atributos do poder de polícia, em 
especial sobre o atributo da discricionariedade... 
 
Significa que no exercício do poder de polícia, o agente público, 
dentro dos limites impostos pela lei, têm liberdade para agir 
pautado em critérios de conveniência e oportunidade. 
 
É importante advertir que nem todo ato de polícia é 
discricionário, pois em determinadas situações a lei prevê qual 
solução deve ser adotada pelo agente público, não lhe sendo 
atribuída qualquer opção. Nesses casos, o ato de polícia será 
vinculado. 
 
Como exemplos, os alvarás de licença e de autorização. Enquanto a 
licença é ato de polícia vinculado (licença para construir), a 
autorização é ato de polícia discricionário (autorização para 
porte de arma). 
 
• Gabarito: correta 
 
 
22. (CESPE/2011/PC-ES/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Todas as 
medidas de polícia administrativa são autoexecutórias, o que permite 
à administração pública promover, por si mesma, as suas decisões, 
sem necessidade de recorrer previamente ao Poder Judiciário. 
 
COMENTÁRIOS 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 123 
 
Mais um atributo do poder de polícia. Dessa vez, o da 
autoexecutoriedade... 
 
A Administração Pública executa os seus atos de polícia 
independentemente de prévia manifestação do Poder 
Judiciário. 
 
Significa que a Administração Pública pode executar seus atos de 
polícia sem que seja necessário ingressar com uma ação junto ao 
Poder Judiciário para obter a decisão do magistrado. 
 
Contudo, e respondendo a questão posta para análise, nem todo ato 
de polícia possui o atributo da autoexecutoriedade, como ocorre 
na cobrança de valores (por ex.: multas), em que a Administração 
Pública deve ajuizar a ação competente para efetuar a cobrança 
coercitiva do devedor. 
 
• Gabarito: errada 
 
 
23. (CESPE/2011/IFB/PROFESSOR) É possível a delegação do 
poder de polícia a particulares, desde que a restrição ao exercício de 
um direito seja em favor do interesse público. 
 
COMENTÁRIOS 
 
A questão versa sobre delegação do poder de polícia ... 
 
Quando o ente federativo (administração direta) exerce o seu poder 
de polícia, editando leis e atos administrativos, diz-se que há 
exercício de poder de polícia originário. 
 
Quando pessoas administrativas integrantes da administração 
indireta exercem poder de polícia que lhes foi delegado pela 
administração direta resta caracterizado exercício de poder de 
polícia delegado. 
 
É posição majoritária na doutrina e na jurisprudência que o poder de 
polícia não pode ser delegado a particulares, o que justifica o 
gabarito da assertiva comentada ser “errada”. 
 
• Gabarito: errada 
 
 
24. (CESPE/2011/TRE-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO) Ainda que 
não lhe seja permitido delegar o poder de polícia a particulares, em 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 124 
 
determinadas situações, faculta-se ao Estado a possibilidade de, 
mediante contrato celebrado, atribuir a pessoas da iniciativa privada 
o exercício do poder de polícia fiscalizatório para constatação de 
infrações administrativas estipuladas pelo próprio Estado. 
 
COMENTÁRIOS 
 
Tem-se admitido nos casos de exercício do poder de polícia 
fiscalizatório a atribuição a pessoas privadas, por meio de contratos, 
da exclusiva tarefa de operacionalizar equipamentos para constatação 
de fatos, como ocorre com os radares nas rodovias e nos 
equipamentos de triagens colocados em aeroportos para identificação 
de objetos ilícitos. 
 
Nessas situações não há delegação de poder de polícia, mas apenas 
atribuição ao particular da tarefa de constatar os fatos através de 
maquinas e equipamentos. 
 
• Gabarito: correta 
 
 
25. (CESPE/2011/TJ-PB/JUIZ)Segundo o STF, é inconstitucional, por 
ofensa ao princípio da livre concorrência, lei municipal que impeça a 
instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada 
área. 
 
COMENTÁRIOS 
 
Nos termos da súmula do STF nº 646: 
 
� Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que 
impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo 
ramo em determinada área. 
 
• Gabarito: correta 
 
 
26. (CESPE/2010/TRE-MT/Analista Judiciário) Há excesso de 
poder quando o agente público decreta a remoção de um servidor 
não como necessidade do serviço, mas como punição. 
 
COMENTÁRIOS 
 
A questão versa sobre abuso de poder, mas especificamente 
excesso de poder... 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 125 
 
Age com excesso de poder o agente público que extrapola 
seus poderes na prática de determinado ato. Quer dizer, age 
sem ter competência para aquele determinado ato. 
 
Portanto, na questão apresentada, não há excesso de poder, pois não 
ocorreu extrapolação de competência, mas sim desvio de finalidade. 
 
• Gabarito: errada 
 
 
27. (CESPE/2009/DETRAN/DF/TODOS OS CARGOS) Considere 
a seguinte situação hipotética. João é servidor público responsável 
por gerenciar obra pública levada a efeito pela entidade em que 
exerce suas funções. Ocorre que João, nos limites de sua 
competência administrativa, determinou a pavimentação de uma rua, 
sem que houvesse previsão no contrato administrativo, em local que 
beneficia um imóvel de propriedade de sua mãe. Nessa situação, João 
praticou conduta abusiva com desvio de finalidade. 
 
COMENTÁRIOS 
 
A questão versa sobre abuso de poder, especificamente desvio de 
finalidade ... 
 
Na questão anterior estudamos o excesso de poder, agora é a vez do 
desvio de poder ou de finalidade... 
 
No desvio de finalidade (desvio de poder), o agente público 
tem competência para a prática do ato, mas ao executá-lo não 
atende à finalidade prevista na lei. 
 
• Gabarito: correta 
 
28. (TJ/AL/Auxiliar Judiciário/2012) Admite-se a extinção pelo 
presidente da República, independentemente de autorização 
legislativa, mediante decreto autônomo, de funções e cargos 
públicos que estejam vagos. 
 
COMENTÁRIOS 
 
Assertiva de acordo com o art. 84, VI, “b”, da CF: “dispor, mediante 
decreto, sobre (...) b) extinção de funções ou cargos públicos, 
quando vagos”. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 126 
 
Observe que a banca utilizou-se da expressão “decreto autônomo” 
sem prejudicar a questão, pois não tratou da sua impossibilidade de 
inovar na nossa ordem jurídica. 
 
Conforme dito durante essa aula, alguns doutrinadores valem-se da 
expressão “regulamento autônomo” ou “decreto autônomo” para se 
referirem ao ato normativo previsto no art. 84, VI, da CF. 
 
• Gabarito: correta 
 
29. (TJ/AL/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) 
Tratando-se do exercício do poder de polícia, prescreve em cinco 
anos, contados da data da prática do ato, a pretensão punitiva da 
administração pública para apurar infração permanente. 
 
COMENTÁRIOS 
 
Em regra, o prazo de prescrição é contado da prática do ato, 
conforme art. 1º da Lei 9.876/99, porém, no caso de infração 
permanente ou continuada, o prazo terá início do dia em que 
tiver cessado. 
 
• Gabarito: errada 
 
 
30. (CESPE/2012/TJ/AL/Auxiliar Judiciário) A administração, 
no exercício do poder disciplinar, apura infrações e aplica 
penalidades aos servidores e particulares sujeitos à disciplina 
administrativa, por meio do procedimento legal, assegurados o 
contraditório e a ampla defesa. 
 
COMENTÁRIOS 
 
Em duas passagens do livro de Maria Sylvia Di Pietro (Direito 
Administrativo, 22ª ed., págs. 94/95) o acerto desse enunciado é 
confirmado: 
 
“Poder disciplinar é o que cabe à Administração Pública para apurar 
infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais 
pessoas sujeitas à disciplina administrativa; é o caso dos 
estudantes de uma escola particular”. 
 
“Nenhuma penalidade pode ser aplicada sem prévia apuração por 
meio de procedimento legal, em que sejam assegurados o 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 127 
 
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes (art. 5º, LV, da Constituição”. 
 
• Gabarito: correta 
 
 
 QUESTÕES COMENTADAS NESSA AULA 
 
01) (PROCURADOR DO ESTADO DO CEARÁ/2004/CESPE) Os 
poderes administrativos são instrumentais, sendo utilizados pela 
administração pública para cumprir suas finalidades. 
 
02) (CESPE/2009/PC-RN/Delegado de Polícia) O poder 
vinculado significa que a lei deixou propositadamente certa faixa de 
opção para o exercício da vontade psicológica do agente, limitado 
entretanto a escolha dos meios e da oportunidade para a 
concretização do ato administrativo. 
 
03) (CESPE/2011/TJ-PB/JUIZ) Forma de conferir liberdade ao 
administrador público, o poder discricionário permite que a 
autoridade, mediante os critérios de conveniência e oportunidade, 
opte pela ação que melhor propicie a consecução do interesse 
público, atuação que se sobrepõe aos limites da lei. 
 
04) (TRE-MT/TÉCNICO JUDICIÁRIO/CESPE/2010) Poder 
regulamentar é a prerrogativa conferida à administração pública de 
editar atos de caráter geral que visam complementar ou alterar a lei, 
em face de eventuais lacunas e incongruências. 
 
05) (CESPE/2011/TJ-PB/JUIZ) O poder regulamentar permite 
que o ato normativo derivado inove e aumente os direitos e 
obrigações previstos no ato de natureza primária que o autoriza, 
desde que tenha por objetivo o cumprimento das determinações 
legais. 
 
06) (OAB/CESPE/2006.3) O poder regulamentar é exercido 
apenas por meio de decreto. 
 
07) (TJ/PI/JUIZ/2007/CESPE) O poder normativo, no âmbito da 
administração pública, é privativo do chefe do Poder Executivo. 
 
08) (PROCURADOR DO ESTADO DO CEARÁ/2004/CESPE) Caso 
o Poder Executivo exorbite na utilização de seu poder regulamentar, 
o Poder Legislativo poderá anular o ato normativo editado. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 128 
 
09) (MPE/RN/CESPE/2009) O decreto autônomo é, em regra, 
admitido no ordenamento jurídico brasileiro, desde que não viole 
direitos fundamentais. 
 
10) (CESPE/2011/TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO) O 
poder disciplinar consiste em distribuir e escalonar as funções, 
ordenar e rever as atuações e estabelecer as relações de 
subordinação entre os órgãos públicos, inclusive seus agentes. 
 
11) (CESPE/2010/TRE-MT/Analista Judiciário/Administrativa) 
Do poder hierárquico decorre a possibilidade de os agentes públicos 
delegarem suas competências, devendo haver sempre 
responsabilização do delegante pelos atos do delegado, por agirem 
em seu nome. 
 
12) (CESPE/2010/ANEEL/TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Como 
decorrência da relação hierárquica presente no âmbito da 
administração pública, um órgão de hierarquia superior pode avocar 
atribuições de um órgão subordinado, desde que estas não sejam de 
competência exclusiva. 
 
13) (CESPE/2010/INSS/ENGENHEIRO CIVIL) O poder 
disciplinar é exercido pela administração pública para apurar 
infrações e aplicar penalidades não somente aos servidores públicos, 
mas também às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa. 
 
14) (CESPE/2011/TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO) O ato de 
aplicação de penalidade disciplinar deverá ser sempre motivado. 
 
15) (CESPE- 2013 - IBAMA - Analista Ambiental - 
Conhecimentos Básicos - Todos os Temas) A aplicação de multa 
e a interdição da fábrica pelo IBAMA decorrem do poder hierárquico 
de que o órgão dispõe como ente da administração pública indireta. 
 
16) (CESPE/2011/PC-ES/DELEGADO DE POLÍCIA) A atividade 
do Estado que condiciona a liberdade e a propriedade do indivíduo 
aos interesses coletivos tem por fundamento o denominado poder 
hierárquico. 
 
17) (CESPE - 2013 - TJ-DF - Técnico Judiciário - Área 
Administrativa) Considere que determinado agente público detentor 
de competência para aplicar a penalidade de suspensão resolva 
impor, sem ter atribuição para tanto, a penalidade de demissão, por 
entender que o fato praticado se encaixaria em uma das hipóteses de 
demissão. Nesse caso, a conduta do agente caracterizará abuso de 
poder, na modalidade denominada excesso de poder. 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 129 
 
 
18) (CESPE/2010/TRE-MT/Técnico Judiciário/Administrativa) 
O poder de polícia administrativa manifesta-se por meio de atos 
concretos e específicos, mas não de atos normativos, pois estes não 
constituem meios aptos para seu adequado exercício. 
 
19) (CESPE/2010/TRE-BA/Analista Judiciário) Quando um fiscal 
apreende remédios com prazo de validade vencido, expostos em 
prateleiras de uma farmácia, tem-se exemplo do poder disciplinar da 
administração pública. 
 
20) (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Oficial de 
Justiça Avaliador) A atribuição conferida a autoridades 
administrativas com o objetivo de apurar e punir faltas funcionais, ou 
seja, condutas contrárias à realização normal das atividades do órgão 
e irregularidades de diversos tipos traduz-se, especificamente, no 
chamado poder hierárquico. 
 
21) (CESPE/2010/TRT-21ªREGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO) 
Segundo a doutrina, o poder de polícia tanto pode ser discricionário 
quanto vinculado 
 
22) (CESPE/2011/PC-ES/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Todas as 
medidas de polícia administrativa são autoexecutórias, o que permite 
à administração pública promover, por si mesma, as suas decisões, 
sem necessidade de recorrer previamente ao Poder Judiciário. 
 
23) (CESPE/2011/IFB/PROFESSOR) É possível a delegação do 
poder de polícia a particulares, desde que a restrição ao exercício de 
um direito seja em favor do interesse público. 
 
24) (CESPE/2011/TRE-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO) Ainda que 
não lhe seja permitido delegar o poder de polícia a particulares, em 
determinadas situações, faculta-se ao Estado a possibilidade de, 
mediante contrato celebrado, atribuir a pessoas da iniciativa privada 
o exercício do poder de polícia fiscalizatório para constatação de 
infrações administrativas estipuladas pelo próprio Estado. 
 
25) (CESPE/2011/TJ-PB/JUIZ) Segundo o STF, é inconstitucional, 
por ofensa ao princípio da livre concorrência, lei municipal que 
impeça a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo 
em determinada área. 
 
26) (CESPE/2010/TRE-MT/Analista Judiciário/Administrativa) 
Há excesso de poder quando o agente público decreta a remoção de 
um servidor não como necessidade do serviço, mas como punição. 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 130 
 
 
27) (CESPE/2009/DETRAN/DF/TODOS OS CARGOS) Considere 
a seguinte situação hipotética. João é servidor público responsável 
por gerenciar obra pública levada a efeito pela entidade em que 
exerce suas funções. Ocorre que João, nos limites de sua 
competência administrativa, determinou a pavimentação de uma rua, 
sem que houvesse previsão no contrato administrativo, em local que 
beneficia um imóvel de propriedade de sua mãe. Nessa situação, João 
praticou conduta abusiva com desvio de finalidade. 
 
28. (TJ/AL/Auxiliar Judiciário/2012) Admite-se a extinção pelo 
presidente da República, independentemente de autorização 
legislativa, mediante decreto autônomo, de funções e cargos públicos 
que estejam vagos. 
 
29. (TJ/AL/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) 
Tratando-se do exercício do poder de polícia, prescreve em cinco 
anos, contados da data da prática do ato, a pretensão punitiva da 
administração pública para apurar infração permanente. 
 
30. (CESPE/2012/TJ/AL/Auxiliar Judiciário) A administração, 
no exercício do poder disciplinar, apura infrações e aplica penalidades 
aos servidores e particulares sujeitos à disciplina administrativa, por 
meio do procedimento legal, assegurados o contraditório e a ampla 
defesa. 
 
Gabarito: 01) errada, 02) errada, 03) errada, 04) errada, 05) errada, 06) 
errada, 07) errada, 08) errada, 09) errada, 10) errada, 11) correta, 12) 
correta, 13) correta, 14) correta, 15) errada, 16) errada, 17) correta, 18) 
errada, 19) correta, 20) errada, 21) correta, 22) errada, 23) errada, 24) 
correta, 25) correta, 26) errada, 27) correta, 28) correta, 29) errada, 30) 
correta. 
 
Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto 
 30 30 
Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto 
 30 30 
Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto 
 30 30 
 
Com esses exercícios encerro essa minha segunda aula. 
 
Qualquer dúvida é só fazer contato. 
 
Grande abraço 
 
Armando Mercadante 
armando@pontodosconcursos.com.br 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 131

Outros materiais