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MÉTODO DE CADEIAS MUSCULARES E ARTICULARES -GDS Prof.ª MARIA LÚCIA BENEVENUTO DE ANDRADE MÉTODO DE CADEIAS MUSCULARES E ARTICULARES –GDS (CINESIOLOGIA COORDENAÇAO) MÉTODO DE CADEIAS MUSCULARES E ARTICULARES –GDS (CINESIOLOGIA COORDENAÇAO) • O GDS é um método de leitura corporal e tratamento do sistema musculoesquelético, que visa estabelecer um diálogo para melhor compreender o contexto do sintoma e, finalmente, delimitar um terreno para a prevenção e tratamento. Uma das idéias recorrentes no Método GDS, é a de que “o corpo é linguagem” (STRUYF 1995, p.13). • Este método foi criado pela fisioterapeuta Belga e osteopata Struyf, que dá nome ao mesmo. Nas décadas de 1960 e 1970, a fisioterapeuta desenvolveu este método de fisioterapia global, de abordagem biomecânica e psico-comportamental, voltado à prevenção no tratamento e na conservação do “gesto justo”, dando chance a uma atuação individualizada e, também, em grupo (CAMPIGNION, 2010). Para (Struyf, 1995) “o corpo possui seis letras do alfabeto que fazem parte da natureza humana, e de nossas raízes • • Essas letras significam abreviatura de cada cadeia muscular de acordo com sua localização no corpo. Elas geram expressões humanas diferenciadas em ressonância com tudo o que nos rodeia e permite a comunicação entre todos os seres humanos do nosso planeta. (VALENTIN, 2009 ). É um método que dá oportunidade de cada um aprender a se descobrir, sentir seu corpo, existir com consciência e dessa maneira encontrar seus limites para agir, revendo seu caminho, seus movimentos, e se eles estão de acordo com a idade cronológica que cada um possui. Importando saber se existem restrições nos movimentos, que cada um tem em consonância com seu percurso natural de vida. • Piret & Bèziers (1992, p.13) esse gesto justo é denominado de “movimento fundamental e coordenado”, detalhado em seu livro A COORDENAÇÀO MOTORA Aspecto Mecânico da Organização Psicomotora do Homem. • A coordenação motora nos permite compreender o movimento como um todo organizado, capaz de situar a pessoa paralelamente ao psiquismo, e junto com ele e perante ele. Então, movimento e psiquismo poderão ser estudados um em função do outro, reforçando-se a idéia de que corpo e mente não se separam. • Princípio da organização do movimento – movimentos essenciais: preensão e andar (enrolamento e endireitamento). Reúne todos os fatores constituintes do movimento (tensão, orientação, complexidade, equilíbrio, unidade – uma síntese essencialmente humana • Todos os homens fazem os mesmos gestos, mas cada um a sua maneira (normas da espécie e características pessoais). • Estamos acostumados a caracterizar o "homem" essencialmente pelos aspectos mentais. • Quais são os aspectos fundamentais da estrutura do movimento? Mecânicas, neurológicas, metabólicas, psicológicas... • Podemos separar o “homem” em diferentes porções: psicológico e motor? • A fisioterapia reúne técnicas para habilitar ou reabilitar um movimento, porém o estudo de estruturas isoladas não nos permite ter noção real da complexidade do movimento humano. • Quais são os aspectos comuns e as características. Pessoais de um movimento? • Todo gesto é carregado de psiquismos: A influência do fator psicológico no movimento é semelhante ao da motricidade no movimento. • O método de cadeias musculares e articulares GDS permite uma leitura corporal na qual há um diálogo entre as estruturas ósteo articulares e musculares, levando ao individuo a uma profunda consciência corporal, dessa forma é ´possível realizar a prevenção do movimento como a intervenção em face de lesões oriundas da incoordenação do gesto que compõem o movimento. • A uma constante análise dos aspectos psicocomportamentais do gesto. Não obstante a isso os gestos muita das vezes estão carreados de marcas corporais fortes, que impregnam todo o complexo do movimento. • Através dessa avaliação é possível compreender os sintomas e encontrar a raiz do problema (causa) e tratar de forma global esse magnifico complexo do movimento envolvido e protegido pela fascinante fáscia. • Componentes das Bases Filosóficas e Fisiológicas do método: • Sistemas ascendentes e descendentes das cadeias musculares • Avaliação morfofuncional e morfotipológicas • Métodos de Cadeias Muscular • Transmissão De forças entre os trilhos musculares: • Exemplo da criança protegendo o rosto; • Músculos com ações múltiplas (pluriarticulares) – desencadeiam movimentos nas 3 dimensões do espaço. Ex Porção longa do bíceps (flex.cotovelo - rot. Externa rádio – flex.ombro; • Músc. Pluriarticulares- são organizadores do movimento, asseguram o trabalho suscessivo dos músc. Monoarticulares, organizando-os entre si. São Chamados também de músculos condutores. • Transmissão De forças entre os trilhos musculares: • Músculos organizadores do movimento – necessita dos monoarticulares para a realização dos diferentes movimentos. • No ombro: • Supra-espinhal ->abdutor • Subescapular->rotador externo • Porção anterior deltóide->flexora • No cotovelo: • Braquiorradial-> flexor • Pronador redondo-> pronador Avaliação Morfofuncional e morfotípica: • Graças a estrutura do esqueleto e a ação de um único músculo, a rotação interna do ombro está associada a rotação externa da mão; Ex: colocá-los p/ praticar. • Antagonismo gera tensão-> da ao Membro superior estrutura e forma. • Estado de tensão é composto: • Tônus muscular; • Organização muscular (antagonismos); • Organização da musculatura como um todo (coordenação motora). • Coordenação Motora: • -É a organização mecânica do corpo que permite equilíbrio entre o grupos musculares antagonistas. Tal organização baseia-se no tensionamento por tensão e enrolamento de elementos esféricos por meio de músculos condutores que da cabeça à mão e da cabeça ao pé une todo o corpo em uma tensão que determina a sua forma e movimento. • Unidade de Coordenação: • -Unidade de coordenação ou articulação-> estrutura básica para o movimento; • -Composta por 2 elementos esféricos capazes de rotação que se colocam sob tensão ao opor o sentido de suas rotações por meio de músculos condutores, graças a um dispositivo intermediário de flexão-extensão. • -Músc. Ou sist. Muscular condutor que ao se contrair gera o rotação oposta dos dois elementos esféricos. • Coordenação Motora: • -Unidades transicionais: flexão indissociável da torção (tensionamento por torsão) – As 3 dimensões no espaço são indissociáveis... • Ex: escápula, braço, unidades ilíacas e pernas. • -Unidades de enrolamento: Enrolamento cabeça/bacia Ex: Posição fetal. Estado de tensão entre flexores longitudinais e extensores (se enrola em torno de si mesma- movimento no plano sagital) apenas 2 planos estão envolvidos. Movimento de Rotação não está diretamente associado. • Ex:troncos, mãos e pés Enrolamento Análise das anátomo-biomecânica da coluna – Unidade de coordenação – 2 esferas - Abóbada côncava para baixo (cabeça – abóbada esfenoidiana) - Abóbada côncava para cima (quadril – sacro/períneo e ligamentos ciáticos) • 2 Eixos : • Eixo posterior: • Coluna Vertebral: - Pilar anterior (empilhamento dos corpos vertebrais) • Caráter predominante -> sustentação; • - Pilar posterior (Empilhamento dos arcos vertebrais (processos articulares, espinhosos, transversos) -> articulação entre as vértebras/ movimento da coluna; • Eixo Anterior: • Constituído pela suscessão de ossos e de longas massas musculares; • Músc. Supra-hióideos/osso hióide/músc.infra-hióideo/osso esterno/músc. Reto abdominal • Eixo Anterior: cont • Situa-se a frente do eixo raquidiano – encurtamento por contração muscular; • A contração do eixo anterior gera uma curvatura do eixo posterior, porém os músculos do eixo posterior (predominantemente tendinosos) • comportam-se como uma mola de retorno, uma vez terminada a contração muscular do eixo anterior – Função dinâmica • Articulaçãoentre esferas e eixos: • - O quadril se articula com o eixo vertebral através da articulação sacro-ilíaca; e o sacro com o qual se articula, faz parte da sua estrutura. É portanto o movimento do quadril quem orienta o sacro e, consequentemente, todo o eixo vertebral. • Obs: Os discos intervertebrais do sacro até a segunda vértebra cervical fazem do eixo ósseo dos corpos uma haste flexível e compressível. Não há mais mov. Reais nos eixos dos corpos das art. Sacro ilíacas até a cabeça. Todo o movimento do tronco é dependente dessas duas articulações. • Todo o mov.do tronco depende das articulações com a cabeça e o quadril. • Movimento Simétrico: • Quando há enrolamento do tronco o movimento é simétrico. No Plano frontal, as costelas se aproximam igualmente à esquerda e a direita; • Ao envolvermos os membros inferiores, eles também se movem simetricamente. Ex: Pular corda. • Os Flexores são equilibrados pelos extensores; • Torção: • - A torção do tronco tensiona o tronco entre cabeça e quadril, de maneira semelhante ao exemplo do braço; • As tensões se cruzam a direita e a esquerda, permitindo que o equilíbrio da organização do tronco seja mantido; • O Tronco possui um volume maleável, deformável, podendo assumir uma grande variedade de formas nos percursos associados do enrolamento e da torção. • Torção • Mov. Assimétrico lateralizado • Quando a cabeça se orienta para um lado e o quadril para o lado oposto; • Esse movimento gera uma torção da elipse em torno de si mesma; • Movimento sempre acompanhado de um enrolamento. • Movimento nas 3 dimensões; • - Movimento de torção é lateralizado ; o eixo em que se organiza tem um movimento: ele se enrola. • Na torção, a camada de flex. Não trabalha de forma sincrônica com a camada muscular. Extensora do mesmo lado, e sim com a contralateral. • -Um lado segura a flexão, enquanto o outro segura a extensão. • Movimento Recíproco: • Quando há torção do tronco, como falado anteriormente, um lado se fecha (aproxima as costelas) enquanto o outro lado se abre (afastando as costelas); • Se estendermos o movimento para os membros, observaremos que enquanto um se estende, o outro se flexiona; • O equilíbrio ocorre entre o lado ispsilateral e o contralateral, Ex: A flexão anterior do membro direito e obtida a partir da extensão posterior do membro esquerdo; Andar • Centros Articulares da Elipse do Tronco: • Os centros articulares desencadeadores dos movimentos da elipse do tronco se encontram no conjunto occiptal-áxis e L5-S1. • O enrolamento pode ser gerado a partir de ambas as articulações; • Aproximação Cranio/sacral-> motor é a musculatura do eixo anterior; • Endireitamento-> motor músculos posteriores (paravertebrais); • Sistema Reto: • A sucessão de músculos em torno da elipse do tronco forma uma cadeia muscular denominada sistema reto, responsável pelo enrolamento/endireitamento do tronco • * Abóbada Esfenoidiana: • A partir de áxis não existe mais disco intervertebral, o corpo vertebral dirigi-se em direção ao forame magno; • Atlas, não tem corpo vertebral->círculo ósseo que se articula com a apófise odontóide e com o occipital, e pela sua localização entre occipital e áxis, age como um braço de alavanca aumentando os mov. entre esses 2 ossos. • Abóbada do Quadril: • É formada por: *2 ossos (2 ilíacos e o sacro), • *2 articulações (2 art. Sacroilíacas- unindo sacro e ilíacos de ambos os lados), • * ligamentos (sínfise púbica une anteriormente os 2 ilíacos por meio de um ligamento interósseo, lig. Sacroespinal, lig. Sacrotuberal, ) • *músculos (elevador do anus – porção interna ou elevadora/ porção externa ou esfincteriana). • Movimento de Enrolamento: • Centro Articular desenvolvedores do movimento da elipse do tronco são: occipital-áxis e L5-S1; • O motor do enrolamento (quando a cabeça se aproxima do quadril) é a ação muscular do eixo anterior; • Quando cabeça e quadril se afastam para retornar a posição ereta, o motor é a ação dos músculos posteriores paravertebrais; • O movimento de enrolamento pode começar tanto pela cabeça quanto pelo pelo quadril; • Movimento Abóbada Esfenoidiana: • Centro Articular encontra-se no conjunto occiptal/áxis; • Ação muscular responsável pelo enrolamento a partir da cabeça tem como centro o osso hióideo (o queixo para frente e para baixo em diração ao esterno); • O osso occiptal desliza para trás e traciona C1 e C2, o que traciona C3 para cima e as outras vértebras até T6; • Músculos que se inserem na curva occiptal e na coluna cervical inf. (semi-espinhal da cabeça, longuíssimo da cabeça, esplênio da cabeça e do pescoço) se inserem até T6 e costelas correspondentes; • Tórax alarga-se no plano frontal e estreita-se no sagital; • No endireitamento o mov. Começa no tórax; • Os músculos paravertebrais começam a puxar as vértebras para baixo no sentido oposto ao inicial; • Movimento Abóbada Quadril: • Centro Articular encontra-se no conjunto L5-S1; • Ação muscular responsável pelo enrolamento a partir do quadril tem como centro de tração o umbigo; • O púbis é levado para frente e para cima, em direção ao esterno e S1 é tracionada para baixo, dando assim mobilidade para a superfície art. De L5; • O tensionamento da musculatura irá tracionar L5 para abaixo, e assim por diante até T12, desta forma as costelas serão tracionadas para trás e para baixo, tornando-as obliquas de maneira semelhante ao enrolamento partindo da cabeça; • O enrolamento pode influenciar o movimento até acima de T6, uma vez que os músc. Que partem das espinhas sacrais e lombares (ex: ílleocostal e longuíssimo do tórax, atingem T3/T2. • Ações musculares: • *A ação dos flexores anteriores é precisa e localizada: • -Pode começar e difundir-se ou não; • -A ação em qualquer ponto do eixo anterior equivale a um efeito correspondente no eixo posterior (ex: o esterno pode ser sem que a região sup ou inf participem->enrolamento interescapular/ o umbigo pode ir para dentro reorganizado apenas a região lombar); • -Enrolamento partindo de cima: inicia-se a partir dos músc. Supra e infra hióideos, pré-vertebrais e ECOM, levando a um endireitamento da lordose cervical; • -Enrolamento partindo de baixo: ação muscular dos músculos do períneo e dos abdominais inferiores e desencadeia um endireitamento da lordose lombar inf, e o centro de convergência da ação muscular é o umbigo. • A ação dos extensores é mais global e menos sutil: • -Não é possível tentar endireitar alguma região da coluna sem que a região superior e inferior participem do movimento; SISTEMA CRUZADO • De ambos os lados do sistema reto, encontra-se o sistema cruzado, este apresenta-se disposta como um X, cujo o vértice se cruza com o próprio sistema reto; • O sist. Cruzado é a cadeia muscular responsável pela torção do tronco, que é desencadeada pela oposição de rotação de seus elementos esféricos; • Da cabeça ao quadril, a camada profunda parece assegurar a flexão, enquanto a camada superficial assegura a extensão; • Responsável pela torção da elipse do tronco -> formados por músc. Oblíquos abdominais profundos ipsilaterais, que se prolongam para o lado contralateral por meio de músc. Superficiais; • A função desse sistema muscular condutor, é transformar a unidade do tronco em transmissora do movimento entre pé e mão contralateral, em especial durante a deambulação. • Do ponto de vista do sistema cruzado, o tronco é uma unidade transicional, que se cruza na intimidade do sistema reto (linha alba); • Torção do tronco está sempre associada a certo grau de enrolamento; • O sistema cruzado introduz a 3ª dimensão ao movimento. O tronco é torcido no espaço , os membros deslocam-se de forma assimétrica, e o corpo mergulha no espaço e segue a dimensão de profundidade; • A torção cruza o antagonismo direito e esquerda. Essa inversão ocorre na elipse do tronco. Assim, na deambulação, uma perna se flexiona enquanto a outra se estendepara o apoio. • Movimento básico realizado pelo sistema cruzado: Fechamento de um lado e abertura do lado oposto da elipse do tronco- > lateroflexão da coluna cervical (articulações intervertebrais) -> aproximação das costelas (se tornam mais verticais) -> anteversão do ilíaco (não ocorre por ser contido por outras forças) -> Esse conjunto de movimentos que aproxima cabeça e quadril é associado a flexão. • Abertura das articulações intervertebrais devido a lateroflexão contralateral -> afastamento das costelas que a tornam mais horizontais -> retroversão do ilíaco (contida por outras forças). • O sistema cruzado , correlacionado com a marcha, exemplifica a excelência da biomecânica do esqueleto humano; • O desencadear do movimento não depende apenas da contração de um músculo condutor -> Contrações musculares sutilmente coordenadas com precisão entre si; • Centros (medulares) responsáveis pela geração de movimentos rítmicos; • Esses centros podem funcionar de forma autônoma, porém geram padrões estereotipados, não sendo capaz de se adaptar as diferentes condições impostas pelo ambiente; OBRIGADA!
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