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Norma penal Conceito - A Norma Penal, enquanto norma de conduta (toda norma que determina algo) contém preceito jurídico obrigatório de mandato ou proibição. Dessa forma, a norma vem a ser uma forma de ordenação imposta pelo órgão competente, onde é composta por dois elementos: previsão fática, hipótese legal ou antecedente e consequência jurídica. Há ainda duas espécies de normas, incriminadora e não incriminadora, vejamos o conceito de Rogério Greco: ● “Às normas penais incriminadoras é reservada a função de definir as infrações penais, proibindo ou impondo condutas, sob a ameaça de pena”. É a norma penal por excelência, visto que quando se fala em norma penal pensa-se, imediatamente, naquela que proíbe ou impõe condutas sob a ameaça de sanção. São elas, por isso, consideradas normas penais em sentido estrito, proibitivas ou mandamentais. ● As normas penais não incriminadoras, ao contrário, possuem as seguintes finalidades: a) tornar lícitas determinadas condutas; b) afastar a culpabilidade do agente, erigindo causas de isenção de pena; c) esclarecer determinados conceitos; d) fornecer princípios gerais para a aplicação da lei penal.” Lei penal em branco. Norma penal em branco é aquela em que a descrição da conduta punível precisa de complementação de outro dispositivo legal (lei, portaria, etc) para que se possa entender seu âmbito de aplicação, ou seja, é aquela norma incompleta. Sem tal complemento, torna-se impossível a aplicação da norma. As normas penais em branco podem ser heterogêneas (próprias) ou homogêneas (impróprias). Para que se possa diferenciá-las, é preciso que se saiba a fonte legislativa do dispositivo. As heterogêneas dizem respeito às normas penais em que seu complemento se encontra em outro dispositivo legal, oriundo de fonte legislativa diversa da que a criou, ex: para que se aplique a Lei de Drogas, é necessário que se analise a Portaria da Anvisa (emitida por instância legislativa inferior) , a qual irá descrever quais são as substâncias proibidas. As homogêneas são aquelas em que seu complemento se encontra na mesma lei, ou em outra lei emanada da mesma fonte legislativa que editou a norma que precisa de complemento, ex: art. 338 CP (reingresso de estrangeiro expulso), que é complementado pelo art. 5º, § 1º, do CP (define a extensão do território nacional para efeitos penais). Lei Penal no tempo Antes de mais nada, importante frisar que a lei só terá validade após a sua publicação oficial, mesmo existindo após sua promulgação. O Código Penal adota a teoria da atividade (ou da ação), dessa forma, seu art. 4° estabelece que, “considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o resultado”. De acordo com essa teoria, o momento do crime será aquele em que o indivíduo pratica a conduta ilícita. Sabendo-se disso, vamos analisar o conflito temporal das normas. O conflito temporal das normas é regido pelo princípio constitucional da irretroatividade (art. 5°, XL, CF), com a aplicação da lei vigente no momento da prática do fato punível. A lei nova que trouxer benefícios ao réu que praticou o delito anteriormente a sua publicação irá retroagir em benefício desde (novatio legis in mellius). Já a lei nova que trouxer de alguma forma malefícios ao réu que praticou o ato antes de sua publicação, não retroagirá (novatio legis in pejus). Encontramos fundamento legal no parágrafo único do art. 2° CP: “a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado”. Portanto, ainda que a lei seja publicada após a condenação do agente, este irá ser beneficiado se, obviamente, a lei lhe trouxer benefícios, do contrário, entretanto, não será prejudicado por eventual malefício que a lei trouxer. Quando o legislado resolve não mais continuar a considerar determinada conduta como crime, retirando-a do ordenamento jurídico-penal, pois passou a entender que o Direito Penal não mais se fazia necessário à proteção de determinado bem, ocorre o fenômeno jurídico conhecido por abolitio criminis. O abolitio criminis é uma das formas de extinção de punibilidade, com ela, extingue-se também todos os efeitos da sentença penal condenatória (retirada do nome do agente do rol dos culpados, não podendo sua condenação ser considerada para fins de reincidência ou mesmo antecedentes penais). Lei Penal no espaço De acordo com o art. 6° do CP: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou a omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. Sendo assim, nota-se que o ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria da ubiquidade (ou mista): lugar do crime é o da conduta, do resultado ou o lugar do bem jurídico tutelado. Agora que sabemos como identificar o lugar do crime, resta frisar que, de acordo com o princípio da territorialidade aplica-se a lei penal brasileira aos fatos puníveis praticados no território nacional (art. 5°, CP). Território nacional compreende a superfície terrestre (solo e subsolo), o espaço aéreo correspondente, as águas territoriais. Os parágrafos 1° e 2° do art. 5° destaca as extensões do território brasileiro, e as possibilidades de aplicação da norma jurídica. Diferente do princípio da territorialidade, cuja regra geral é a aplicação da lei brasileira àqueles que praticarem infrações penais no território nacional, o princípio da extraterritorialidade preocupa-se com a aplicação da lei brasileira aos delitos cometidos além de nossas fronteiras. A extraterritorialidade pode ser incondicionada ou condicionada. A incondicionada diz respeito à, como o próprio nome já diz, possibilidade de aplicação da lei penal brasileira a condutas praticadas no estrangeiro sem que seja necessário o concurso de qualquer outra condição, estão elencadas no art. 7°, I, CP. A condicionada encontra-se no 7°, II, CP, e é necessário que haja o concurso com as condições que estão previstas no art. 7°, § 2º, CP, para que o agente seja punido conforme a o ordenamento jurídico brasileiro.
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