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PROPOSTA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO VOLUNTARIADO CORPORATIVO DA ONG TETO EM UMA EMPRESA DO RAMO DA SAÚDE

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ISABELLA GHIRARDELLO 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROPOSTA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO “VOLUNTARIADO CORPORATIVO” 
DA ONG TETO EM UMA EMPRESA DO RAMO DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LORENA-SP 
2020 
 
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
Escola de Engenharia de Lorena 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISABELLA GHIRARDELLO 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROPOSTA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO “VOLUNTARIADO CORPORATIVO” 
DA ONG TETO EM UMA EMPRESA DO RAMO DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentado à Escola de 
Engenharia de Lorena - Universidade de 
São Paulo como requisito legal para a 
conclusão de graduação no curso de 
Engenharia de Produção, sob a orientação 
do Prof. Dr. Marco Antonio Carvalho 
Pereira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LORENA-SP 
2020 
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
Escola de Engenharia de Lorena 
 
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizado
da Escola de Engenharia de Lorena, 
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Ghirardello, Isabella
 Proposta para Implementação do programa
“Voluntariado Corporativo” da ONG TETO em uma empresa
do ramo da saúde / Isabella Ghirardello; orientador
Marco Antonio Carvalho Pereira. - Lorena, 2020.
 51 p.
 Monografia apresentada como requisito parcial
para a conclusão de Graduação do Curso de Engenharia
de Produção - Escola de Engenharia de Lorena da
Universidade de São Paulo. 2020
 1. Teto. 2. Responsabilidade social. 3. Ong. 4.
Voluntariado corporativo. 5. Pdca. I. Título. II.
Pereira, Marco Antonio Carvalho , orient.
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço, primeiramente à Deus, por ter colocado em meu coração o sonho 
de me tornar engenheira e por ter me capacitado para tornar este sonho em realidade. 
Aos meu pais: Nilson, pelo suporte financeiro em todos anos da minha 
faculdade, pela ajuda na correção deste TCC e por ter sido minha inspiração para 
cursar universidade pública. À Marizabel, por ter me criado com tanto amor e ter me 
socorrido em Lorena quando mais precisei. 
À minha irmã, Giovanna, por ser meu maior exemplo de superação. 
Ao meu professor favorito, Marquinhos, por nunca deixar de acreditar em mim. 
Professor, é admirável seu amor pela profissão e seu esforço ao curso de Engenharia 
de Produção da USP de Lorena. 
À Sofia, por ter me ajudado a treinar para a apresentação da banca. 
Ao meu lar, REPousada: 
À Liliane, por ter cuidado de mim desde meu primeiro dia em Lorena. 
À Sarah, por, mesmo sendo sempre tão diferente de mim, ter sido minha 
primeira companheira em Lorena. 
À Lívia, por incitar em mim a vontade de ser melhor, para assim ser um 
exemplo. 
À Catharina, por me ajudar com as entrevistas em inglês e sempre me dar 
conselhos profissionais. 
À Helena, por me fazer questionar e descontruir. 
À Alessandra, por, mesmo sendo bixete, ser extremamente madura. 
Ao meu grupo de amigos, Rightteggs: 
Ao Rodrigo Gama, por ter sido meu primeiro amigo na faculdade e sempre 
querer estudar comigo, mesmo quando eu não me sentia inteligente. 
Ao Vinicius Dupin, por se preocupar comigo, mesmo a 10.000 km de distância. 
Ao Vidinha, por ter tornado os anos da faculdade mais divertidos. 
Ao Henrique, por mesmo nunca confirmando, sempre estar presente. 
À Gabriela, por ter sido alguém com quem eu me identifiquei, fazendo-me 
sentir menos sozinha. 
À Fernanda, por ser companheira e sempre topar tudo. 
Ao Raul, por ser meu par. 
Ao Guto, por ser sincero ao elogiar e criticar. 
RESUMO 
 
GHIRARDELLO, I. Proposta para Implementação do programa “Voluntariado 
Corporativo” da ONG TETO em uma empresa do ramo da saúde. 2020. 51 p. 
Monografia (Trabalho de Graduação) – Escola de Engenharia de Lorena - 
Universidade de São Paulo, Lorena, 2020. 
 
A desigualdade social é um dos maiores problemas do Brasil e o governo não tem 
capacidade e estrutura para, sozinho, fazer com que ela diminua de forma acentuada. 
Por conta disso, a partir da década de 1990 ocorre a multiplicação de organizações 
privadas, sem fins lucrativos e que trabalham em prol do interesse público 
(sociologicamente conheci das como terceiro setor). Como exemplo, pode-se citar a 
ONG TETO, criada em 1997 no Chile, estabelecida formalmente no Brasil em 2007 e 
que tem o propósito de contribuir com a mitigação da situação de pobreza em que 
vivem milhões de pessoas. Por outro lado, as empresas privadas começaram a 
também se sentir responsáveis por retribuir algo à sociedade. Nesse sentido, ao 
incorporarem o conceito de responsabilidade social, geram também uma imagem 
positiva, ganho de confiança de seus consumidores e do mercado, além de retorno 
financeiro. Neste contexto, é imprescindível que as empresas estejam sempre em 
busca de ideias inovadoras e parcerias com ONGs para causar um impacto positivo 
na comunidade em que estão inseridas. Este trabalho teve como objetivo a elaboração 
de uma proposta para a implementação do programa “Voluntariado Corporativo” da 
TETO em uma grande empresa do ramo da saúde. A proposta foi embasada em cinco 
ferramentas de gestão de projetos: Estrutura Analítica de Projetos (EAP), Técnica de 
Avaliação e Revisão de Programas (PERT), Método do Caminho Crítico (CPM) e o 
ciclo PDCA. Analisou-se os problemas sociais da realidade brasileira, relacionou-se o 
déficit habitacional com a causa da empresa, pesquisou-se sobre as ONGs que atuam 
a favor de moradias dignas e capacitou-se para aperfeiçoamento das técnicas de 
influência sem autoridade. Ademais, foi feita uma pesquisa de campo: participação 
em duas construções da TETO no interior do estado de São Paulo (Bauru e Ribeirão 
Preto). Foram realizadas entrevistas com a área de Responsabilidade Social da 
empresa para se entender as etapas necessárias para implementação do projeto e 
com a gerente comercial da TETO para se conhecer o programa de “Voluntariado 
Corporativo”. Com os resultados do Estudo de Caso foi elaborada a proposta para 
participação do programa “Voluntariado Corporativo” da ONG, contendo cenário, 
estratégia e impacto. Após finalizada, foi apresentada à companhia e aprovada. Como 
resultado, pôde-se constatar um aumento no grau de adesão da empresa com a 
erradicação da pobreza e a formação de cidades e comunidades sustentáveis, dois 
dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda do Milênio da ONU, 
com os quais já havia se comprometido. 
 
 
Palavras-chave: TETO. Responsabilidade Social. ONG. Voluntariado corporativo. 
PDCA. 
 
 
ABSTRACT 
 
GHIRARDELLO, I. Proposal for the implementation of the NGO TETO's 
“Corporate Volunteer” program in a healthcare company. 2020. 51 p. Monograph 
Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de São Paulo, Lorena, 2020. 
 
Social inequality is one of Brazil’s biggest problems and the government doesn’t have 
the capacity and structure to sharply reduce it on its own. For that reason, starting from 
the 90’s, there was a rise in the nonprofit private organizations (also known as third 
sector), which aims the public interest. As an example of this increase, one can 
mention the NGO TETO, which was founded in Chile in 1997, formally established in 
Brazil in 2007 and aims to contribute to the alleviation of the poverty in which millions 
of people live. On the other hand, private companies also began to feel responsible for 
contributing to society. Furthermore, by incorporating the concept of social 
responsibility, there is a improve in the company’s public image, consumer and market 
confidence, as well as financial return. Therefore, it is essential that companies keep 
looking for innovative ideas and partnerships with NGOs to benefit the community in 
which they operate. This work aimed to develop a proposal for the implementation of 
the “Corporate Volunteer” program of the NGO TETO in a large healthcare company. 
The proposal was based on five project management tools: Work Breakdown Structure 
(WBS),PERT (Program Evaluation and Review Technique), CPM (Critical Path 
Method) and the PDCA cycle. Brazil’s social issues were analyzed, the housing deficit 
was linked to the company’s cause, a research on the NGOs that work on building 
decent houses was carried out and the author was trained to improve her influence 
without authority skills. Furthermore, a field research was also carried out, which 
comprised of participation in two TETO’s constructions that happened in two different 
cities in São Paulo State (Bauru e Ribeirão Preto). Moreover, interviews with the 
company’s social responsibility team to better understand the required steps to 
implement the project and with the TETO’s commercial manager to learn about 
“Corporate Volunteering” program were conducted. At last, the proposal to join the 
NGO’s “Corporate Volunteering” program, which included a scenario, a strategy and 
an impact, was written based on the Field Study findings, presented to the company 
and approved. As a result of that, it was possible to verify an increase in the company's 
degree of adherence to poverty eradication and development of sustainable cities and 
communities, that are two of the 17 Sustainable Development Goals of the UN 
Millennium Agenda, with which the company had already committed itself. 
 
Keywords: Corporate volunteer. TETO. Social responsability. NGO. PDCA. 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Entidades participantes do CENSO 
 
11 
Figura 2 - Áreas de gerenciamento de projetos segundo o PMBOK 
 
16 
Figura 3 - Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030 
 
21 
Figura 4 - TOP 3: ODSs trabalhados pelo CBVE 
 
22 
Figura 5 - Classificação da pesquisa 
 
27 
Figura 6 - Primeiro contato da pesquisadora com a ONG TETO 
 
30 
Figura 7 - Segundo contato da pesquisadora com a ONG TETO 
 
31 
Figura 8 - Casas construídas pela ONG Teto em comunidade de São 
Paulo 
 
32 
Figura 9 - Modelo lógico: voluntariado corporativo da ONG TETO 
 
40 
Figura 10 - Esgoto a céu aberto em uma via do Jardim Maravilha 
 
41 
Figura 11 - Níveis de indicadores para PDCA 
 
43 
Figura 12 - Cronograma de atividades do projeto 44 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 - Lista de atividades para o projeto de pavimentação de uma rua 
de um bairro urbano 
19 
 19 
Quadro 2 - Gráfico de Gantt para o projeto de pavimentação de uma rua 
 
Quadro 3 - Situações Relevantes para diferentes estratégias de pesquisa 
 
28 
Quadro 4 - Relação entre o ciclo PDCA e as etapas do projeto 
 
43 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 - Principais benefícios do programa de voluntariado para a 
instituição 
 
12 
Gráfico 2 - ODSs que estão sendo trabalhadas pelo CBVE 
 
22 
Gráfico 3 - Custos e despesas da ONG TETO em 2018 38 
 
 
LISTA DE EQUAÇÕES 
 
(1) – Primeira Data de Término ................................................................................ 17 
(2) – Primeira Data de Início ..................................................................................... 17 
(3) – Última Data de Início ........................................................................................ 17 
(4) - Última Data de Término .................................................................................... 17 
(5) - Folga ................................................................................................................. 18 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10 
1.1 Contextualização .......................................................................................................... 10 
1.2 Objetivo ........................................................................................................................ 14 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................... 15 
2.1 PMBOK ........................................................................................................................ 15 
2.2 Estrutura Analítica de Projetos (EAP) .......................................................................... 16 
2.3 Programme Evaluation and Review Technique (PERT) e Critical Path Method 
(CPM)………………………………………………………………………………………………16 
2.4 Gráfico de Gantt ........................................................................................................... 18 
2.5 Direitos fundamentais .................................................................................................. 19 
2.5.1 Constituições brasileiras ........................................................................................ 19 
 2.5.2 Organização das Nações Unidas ........................................................................... 20 
3 METODOLOGIA ................................................................................................................. 23 
3.1 A Empresa ................................................................................................................... 23 
3.2 A ONG TETO ............................................................................................................... 24 
3.3 Motivação para o projeto .............................................................................................. 25 
3.4 Proposta de projeto ...................................................................................................... 26 
3.5 Método de Pesquisa .................................................................................................... 26 
4 PESQUISA DE CAMPO: CONHECENDO A ONG TETO ................................................. 30 
5 PROPOSTA DE PROGRAMA DE VOLUNTARIADO CORPORATIVO ........................... 39 
5.1 Cenário ......................................................................................................................... 39 
5.2 Estratégia ..................................................................................................................... 42 
5.3 Impacto ........................................................................................................................ 45 
5.4 Resultado ..................................................................................................................... 45 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 47 
6.1 Dos objetivos do trabalho ............................................................................................. 47 
6.2 Limitações do presente trabalho .................................................................................. 47 
6.3 Sugestões para trabalhos futuros ................................................................................ 47 
6.4 Reflexões da autora ..................................................................................................... 48 
Referências .......................................................................................................................... 49 
 
 
 
10 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
1.1 Contextualização 
 
Segundo Landim (1993), do Instituto de Estudos da Religião (Iser), ao longo 
da história, a sociedade civil brasileira passou por cinco fases. Do século XVI ao 
século XIX, houve um monopólio caracterizado pelo domínio da Igreja Católica sobre 
as instituições sociais. Já durante o Estado Novo, houve uma maior preocupação do 
governo em prestar serviços sociais. A década de 1950 foi marcada pela multiplicação 
do movimento dos trabalhadores, que se congregavam em associações 
representativas para a defesa de seus interesses. 
Durante o período da ditadura militar (1964–1985) há um fortalecimento do 
poder do Estado, no qual passa a querer controlar até a mesmo a área social. Afim de 
diminuir as desigualdades regionais e a pobreza, são criados órgãos assistencialistas 
centralizados e hierarquizados:Banco Nacional da Habitação (BNH), Instituto 
Nacional de Previdência Social (INPS), Companhia Brasileira de Alimentos (COBAL), 
Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), Central de Medicamentos (CEME) 
etc (OLIVEIRA, 2005). 
Na década de 1990, ocorreu uma proliferação do terceiro setor, que inclui 
ONGs, organizações comunitárias, braços sociais de empresas como institutos e 
fundações etc. De acordo com Goldberg (2001, p.12): 
Cerca de 45% dos membros do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas 
(Gife), entidade associativa que reúne organizações de origem privada com 
atuação sistemática na área social no Brasil, constituíram-se na década de 
90. 
 
Segundo o IBGE (2016), havia 237 mil Fundações Privadas e Associações 
sem Fins Lucrativos (FASFIL) ativas no Brasil em 2016. 48,3 % se concentravam na 
Região Sudeste e 29,5 % foram criadas no período de 2001 a 2010. No período de 
2011 a 2016 surgiram 45,7 mil (19,4%) novas FASFIL, o que representa, em média, 
um aumento de 3,2% a cada ano. 
É notório que o governo brasileiro não é capaz de suprir todas as expectativas 
relacionadas à sociedade civil e, como parte desta mesma sociedade, as empresas 
começaram a ser visadas como uma opção para preencher esta defasagem e não 
apenas como uma fonte geradora de riqueza e empregos (GOLDBERG, 2001). 
11 
 
Em 1999, a pesquisa intitulada “Estratégias de empresas no Brasil: atuação 
social e voluntariado”, realizada pelo Programa Voluntários em parceria com o 
Ceats/USP, Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), Gife e Centro de Educação 
Comunitária para o Trabalho do Senac-SP, trouxe um retrato animador. Segundo o 
estudo, que englobou 273 empresas de todos os portes e regiões do país, 56% delas 
realizam algum tipo de ação social para a comunidade - de doações pequenas e 
pontuais a projetos grandes e estruturados. 
Atualmente, no Brasil, existe o Conselho Brasileiro de Voluntariado 
Empresarial (CBVE) que, de forma independente e apartidária, incentiva o 
crescimento do voluntariado empresarial, englobando empresas e instituições, que 
tem como objetivo comum, contribuir para a sociedade onde está inserida. Ele é 
composto por 3 órgãos: Assembleia Geral, Comitê Gestor e Secretaria Executiva. 
Desde 2015 o CBVE é responsável por realizar CENSO’s a fim de estudar e 
conhecer o cenário do voluntariado empresarial no Brasil através das entidades 
associadas a este Conselho. 
Na Figura 1 são apresentadas as entidades participantes do CENSO de 2018, 
nas quais representam 100% das entidades associadas. 
 
Figura 1 – Entidades participantes do CENSO 
 
Fonte: CENSO CBVE (2018, p. 9). 
 
12 
 
Segundo o CENSO, o voluntariado empresarial traz diversos benefícios para 
os colaboradores participantes, entre os principais estão: desenvolvimento de 
competências e habilidades dos funcionários, fortalecimento do engajamento cívico e 
melhoria no clima organizacional, conforme evidenciado no Gráfico 1: 
 
Gráfico 1 – Principais benefícios do programa de voluntariado para a instituição 
 
Fonte: CENSO CBVE (2018, p. 33). 
 
Em âmbito mundial, desde 1970, existe a Associação Internacional de 
Esforços Voluntários (IAVE)1, rede global composta por ONGs, empresas e 
voluntários de 70 países que, por meio de conferências, serviços jurídicos e 
desenvolvimento do conhecimento, visa promoção do voluntariado. 
Em 2006, a IAVE criou o Conselho Global de Voluntariado Empresarial 
(GCVC), uma iniciativa para compartilhamento de ideias, projetos e propostas de 
voluntariado corporativo entre empresas do mundo todo. A sua atuação global permite 
criar panoramas sobre como é atuação do voluntariado empresarial em cada 
continente2. 
Na África, incluindo as nações árabes, o voluntariado corporativo está 
emergindo gradativamente. Na Ásia-Pacífico, por ser uma região com histórico de 
 
1 Site da IAVE: https://www.iave.org/about-iave/ 
 
2 Consultar: https://www.iave.org/corporations/gcvc/ 
 
https://www.iave.org/about-iave/
https://www.iave.org/corporations/gcvc/
13 
 
desastres naturais, já há proativamente respostas voluntárias. Os jovens trazem 
consigo a vontade de agir e há uma crescente preocupação com o impacto por suas 
ações. Na Europa cada país tem sua singularidade na forma de atuar e apesar de 
muitos europeus considerarem o voluntariado algo muito particular e pessoal, as 
empresas passam a enxergá-lo como elemento central da política de 
responsabilidade social. Na América do Norte, berço desta prática, o voluntariado 
empresarial deixou de ser uma preocupação somente das grandes empresas e 
começa a atingir as pequenas e médias, ocasionando o surgimento de uma indústria 
com tecnologias, avaliação, consultoria e gestão de programas especializados neste 
ramo. Na América do Sul, os programas de voluntariado não visam mais apenas 
aquele assistencialismo distante, mas sim o exercício do direito da participação cidadã 
(IAVE, 2011). 
Contudo, segundo o Relatório Final do Projeto de Pesquisa sobre 
Voluntariado Empresarial Global (2011), ainda restam barreiras significativas que 
impedem o avanço do voluntariado empresarial: 
• Armadilhas de Ser um Recurso Estratégico: sempre há um certo receio 
das empresas colocarem seus próprios interesses acima dos interesses 
comuns. É necessário que haja equilíbrio entre os benefícios trazidos às 
empresas e às comunidades; 
• Impacto: é muito difícil calcular o impacto que uma ação pode gerar e é 
essencial que a empresa o dimensione de forma precisa, 
disponibilizando os mesmos recursos que usaria para o 
desenvolvimento de um novo produto; 
• Equilíbrio do Programa: por ser uma atividade recente, cheia de novos 
programas tudo se torna interessante, mas é preciso saber distinguir 
aquilo que realmente faça sentido para a companhia e manter o foco. 
• Definição: se a atividade está sendo realizada durante o horário de 
trabalho e o funcionário está recebendo por isso, será que ela é mesmo 
voluntária? As empresas não podem cair na armadilha de definições 
absolutas impostas por outros; 
• Gestão Rigorosa: infelizmente, é raro uma companhia tratar um projeto 
voluntário com a mesma seriedade que levaria um projeto que teria 
retorno financeiro; 
14 
 
• Mudança Interna: quando a empresa passa por alguma alteração ou 
qualquer tipo recessão a primeira área a ser afetada é a de 
responsabilidade social; 
• Globalização do conhecimento: Ainda não há muito investimento em 
estudos e pesquisas sobre o tema o que dificulta o compartilhamento do 
conhecimento. 
 
1.2 Objetivo 
 
O objetivo geral deste trabalho foi elaborar uma proposta de implementação 
do programa “Voluntariado Corporativo” da ONG TETO, como mais uma das ações 
de responsabilidade social de uma grande empresa de saúde. 
O propósito foi a aprovação do projeto pela empresa, para isso foi 
desenvolvido um plano bem estruturado e embasado em pesquisa científica 
adequada. 
Para tanto, os seguintes objetivos específicos foram estabelecidos: 
• Aprofundar o conhecimento sobre responsabilidade social empresarial; 
• Entender como funciona o programa “Voluntariado corporativo” da ONG 
TETO; 
• Estudar as ações de impacto social dentro da empresa; 
• Aplicar ferramentas de gestão de projetos para elaborar uma proposta de 
implementação do projeto; 
• Mapear os requisitos necessários para a implementação de um novo 
projeto social dentro da empresa; 
• Buscar melhores técnicas e métodos para o planejamento e condução do 
projeto; 
• Estruturar as etapas necessárias para se alcançar o objetivo geral. 
 
Por motivos de confidencialidade entre a empresa e a autora, não será revelado 
o nome da companhia. 
 
15 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1 PMBOK 
 
Apesar da disciplina Administração, conhecida por este nome a partir do 
século XX, ter se expandido devido à Revolução Industrial, na verdade, ela foi criada 
para suprir as necessidades de gerenciamento de projetos (MAXIMIANO,2010). 
Os primeiros exemplos mais notáveis de projetos estão na área da construção 
civil, que conta com cinco mil anos de tradição. Os egípcios foram responsáveis pela 
construção de grandes pirâmides e os romanos ergueram grandes residências, 
arenas, templos, cidades, estradas, portos, pontes, piscinas aquecidas, sistemas de 
fornecimento de água e de saneamento básico. O conhecimento técnico desses 
projetos, tal como o uso de cimento e concreto, foi passado adiante e é usado até 
hoje, entretanto, muito dos conhecimentos gerenciais foi perdido (MAXIMIANO, 2010). 
Em 1969, o Project Management Institute (PMI) conduziu uma iniciativa de 
compilar, organizar e converter as práticas de administração de projetos em um corpo 
organizado de conhecimentos, por meio da produção do Guia dos conhecimentos 
sobre a administração de projetos (Guide to the Project Management Body of 
Knowledge - PMBOK) (MAXIMIANO, 2010). 
O objetivo primordial do PMBOK é: 
Identificar o subconjunto do conjunto de conhecimentos em gerenciamento 
de projetos que é amplamente reconhecido como boa prática. “Identificar” 
significa fornecer uma visão geral, e não uma descrição completa. 
“Amplamente reconhecido” significa que o conhecimento e as práticas 
descritas são aplicáveis à maioria dos projetos na maior parte do tempo e que 
existe consenso geral em relação ao seu valor e sua utilidade. “Boa prática” 
significa que existe acordo geral de que a aplicação correta dessas 
habilidades, ferramentas e técnicas pode aumentar as chances de sucesso 
em uma ampla série de projetos diferentes (VALLE et al., 2007, p. 38). 
 
O PMBOK engloba as práticas do gerenciamento de projetos em dez áreas 
do conhecimento, como mostra a Figura 2: 
 
16 
 
Figura 2 - Áreas de gerenciamento de projetos segundo o PMBOK 
 
Fonte: Spudeit, Ferenhof (2017, p. 312) 
 
2.2 Estrutura Analítica de Projetos (EAP) 
 
A EAP é uma representação gráfica da estruturação sistêmica do projeto, na 
qual, ao construir uma inter-relação hierárquica entre as macro e micro etapas, se 
possibilita uma visão geral do projeto. As duas ferramentas mais comuns usadas para 
a EAP são a “Work Breakdown Structure – WBS” e “Project Breakdown Structure – 
PBS” e suas vantagens são: maior nível de detalhamento, comunicação simplificada 
entre as partes interessadas pela facilitação do fluxo de informações, aumento da 
precisão na estimação do tempo, atribuição de tarefas e responsabilidades e 
identificação de interfaces e eventos, programação e controle do projeto e recursos 
(MENEZES, 2009). 
 
2.3 Programme Evaluation and Review Technique (PERT) e Critical Path 
Method (CPM) 
 
Segundo Pricklandnick (2003), as ferramentas baseadas em análises 
matemáticas mais utilizadas na criação de cronogramas são o PERT (Program 
Evaluation and Review Technique) e o CPM (Critical Path Method). 
O CPM foi inventado em 1957 por consultores da Ramington Rand Univac 
que estavam trabalhando para a Du Pont Corporation (CUCKIERMAN, 1998). Por sua 
vez, o PERT foi desenvolvido em 1958 pelo Departamento de Defesa dos Estados 
17 
 
Unidos, em um Programa chamado Polaris. É um dos primeiros procedimentos 
formais que possibilitou o cálculo da probabilidade de um projeto ser concluído dentro 
de um prazo estipulado (PRADO, 1999). 
Ambas ferramentas tomam como base a Teoria dos Grafos, que estuda 
objetos combinatórios. Ela foi criada devido ao problema das pontes da cidade de 
Konigsberg, em 1736, pelo grande matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783) 
(SILVA, 2017). 
Segundo Menezes (2009), para se calcular as datas de um projeto é preciso 
estabelecer uma rede de atividades, que será a base da rede PERT-CPM. Essa rede 
é formada por símbolos, que representam cada atividade, informando a PDI (Primeira 
Data de Início), a PDT (Primeira Data de Término), a UDI (Última data de Início) e 
UDT (Última Data de Término). As atividades que dão início ao projeto têm como PDI 
a data 0. A equação (1) apresenta a fórmula de cálculo para a duração de cada 
atividade: 
 
PDTI = PDII + duraçãoi (1) 
 
Quando uma atividade tiver mais de um precedente, a sua PDI será igual à 
maior PDT das atividades imediatamente precedentes, conforme mostra a equação 
(2): 
 
PDII = máx. {PDTi – 1} (2) 
 
Após ter calculado as primeiras datas, se retorna calculando as últimas datas 
do final para o começo, conforme mostra a equação (3): 
 
UDIi = UDTI - duraçãoi (3) 
 
As atividades com vários precedentes terão sua UDTi menor ou igual a UDI das 
atividades imediatamente precedentes, conforme mostra a equação (4): 
 
UDTI = min. {UDIi +1} (4) 
 
18 
 
Nenhum caminho pode ter a UDT maior à UDT do projeto, que será igual à 
PDT. 
A folga é o tempo máximo que uma atividade pode atrasar sem afetar o prazo 
do projeto e pode ser calculada pela fórmula da equação (5): 
 
F = UDI – PDI = UDT – PDT (5) 
 
Ainda, de acordo com Menezes (2009), se a folga de uma atividade for zero 
significa que aquela é uma atividade crítica e que faz parte do(s) caminho(s) crítico(s) 
do projeto. O caminho crítico é composto pelas atividades que merecem maior 
atenção, pois, se alguma delas atrasar, isso afetará diretamente a UDT do projeto. 
Caso isso ocorra, é possível intervir ajustando os prazos das atividades do projeto, 
por meio de duas técnicas: 
• Crashing (ou compressão): é uma avaliação dos custos da redução das 
atividades do caminho crítico do projeto; 
• Fast tracking (ou sobreposição): é admissão de algumas atividades serem 
executadas simultaneamente. 
 
2.4 Gráfico de Gantt 
 
Nos Estados Unidos, em 1917, Henry L. Gantt, influenciado por Taylor, 
desenvolveu um gráfico para gerenciar a construção de navios na Primeira Guerra 
Mundial. Esta foi a primeira ferramenta moderna de administração de projetos que, 
apesar de simples, consegue, por meio de barras e marcos, expor de maneira visual 
as tarefas menores que compõem um projeto (MAXIMIANO, 2010). 
Segundo Peinado e Graeml (2007), “Trata-se de um gráfico de forma matricial 
das atividades do projeto e uma linha de tempo onde, para cada tarefa é atribuída 
uma barra de comprimento proporcional ao tempo de duração da tarefa”. 
O quadro 1 mostra, a título de exemplo, lista de atividades para um projeto de 
pavimentação de rua em bairro urbano, com as durações (em dias) e as atividades 
precedentes: 
 
19 
 
Quadro 1 - Lista de atividades para o projeto de pavimentação de uma rua de um bairro urbano 
 
 
Código da atividade Descrição da atividade Duração (dias) Predecessoras 
A Escavação do solo 2 - 
B Colocação da tubulação de esgoto 3 A 
C Colocação da tubulação de água 2 B 
D Cobrir escavação do solo 1 C 
E Terraplanagem e compactação do solo 3 D 
F Colocação de guias ou sarjetas 5 - 
G Camada de pedras grandes 1 E, F 
H Compactação 2 G 
I Camada pedras pequenas 1 H 
J Compactação 2 I 
K Asfaltamento 3 J 
Fonte: Adaptado de Peinado; Graeml (2007, p. 496). 
 
O quadro 2 ilustra, como exemplo, o Gráfico de Gantt sendo aplicado para o 
projeto de pavimentação de uma rua em bairro urbano, com as durações (em dias) e 
as atividades precedentes. 
 
Quadro 2 - Gráfico de Gantt para o projeto de pavimentação de uma rua 
Atividade Dias de trabalho 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1
0 
1
1 
1
2 
1
3 
1
4 
1
5 
1
6 
1
7 
1
8 
1
9 
2
0 
A Escavação do solo 
B Colocação da tubulação de esgoto 
C Colocação da tubulação de água 
D Cobrir escavação do solo 
E Terraplanagem e compactação do solo 
F Colocação de guias ou sarjetas 
G Camada de pedras grandes 
H Compactação 
I Camada pedras pequenas 
J Compactação 
K Asfaltamento 
Fonte: Adaptado de Peinado; Graeml (2007, p. 496). 
 
2.5 Direitosfundamentais 
 
2.5.1 Constituições brasileiras 
 
20 
 
A primeira Constituição Brasileira promulgada em 1824, após independência 
nacional, ainda na época do Brasil Império, legitima os conceitos de liberdades 
individuais e direitos políticos, bem como a primeira Constituição da República, 
decretada em 1891 (ALEXY, 2008), embora o voto ainda não fosse universalizado. 
A criação da justiça trabalhista, o voto secreto e o direito das mulheres são 
legalizados no governo provisório de Getúlio Vargas, após a Revolução 
Constitucionalista de 1932, pela Constituição de 1934 (SILVA, 2018). Ainda na Era 
Vargas, o Estado Novo é instituído pela Constituição de 1937, marcada pelo 
fortalecimento do Poder Executivo (STF, 2018). 
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, é feito um processo de 
redemocratização por meio da Constituição de 1946, mas que teve seu fim com o 
Golpe Militar de 1964, a Constituição de 1967 e Emenda Constitucional nº 1, de 1969, 
que retrocederam os progressos já realizados relacionados à liberdade da imprensa, 
os direitos civis e políticos das pessoas (SILVA, 2018). 
Entretanto, após o fim da ditadura militar em 1985, é promulgada, pela 
Assembleia Nacional Constituinte, a Constituição de 1988, vigente até hoje e 
conhecida como a Constituição Cidadã, por se basear nos direitos fundamentais (STF, 
2018). 
 
2.5.2 Organização das Nações Unidas 
 
Com a evolução dos direitos fundamentais e o fim da Segunda Guerra 
Mundial, identifica-se a necessidade da criação de uma organização internacional que 
tivesse como objetivo assegurar a paz mundial e os direitos humanos. Em 1945, após 
a elaboração da Carta das Nações Unidas pelos representantes de 50 países 
presentes à Conferência sobre Organização Internacional, é criada oficialmente as 
Nações Unidas (ONU, 2019). 
De 25 a 27 de setembro de 2015, durante os dias da comemoração do 
septuagésimo aniversário da Organização das Nações Unidas, 193 Estados-Membros 
se reuniram para definir os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (mostrados 
na Figura 3) e 169 metas (ONU, 2018). Que se constituiu em uma agenda global com 
metas para serem cumpridas até 2030. Elas englobam as seguintes áreas, 
consideradas cruciais: pessoas, planetas, prosperidade, paz e parceria. 
 
21 
 
Figura 3 - Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030 
 
 
Fonte: ONU (2018). 
 
Segundo CENSO do Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial todos 
os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são trabalhados pelas 
associadas e distribuídos com heterogenia de acordo com o Gráfico 2: 
 
22 
 
Gráfico 2 - ODSs que estão sendo trabalhadas pelo CBVE 
 
Fonte: CENSO CBVE (2018, p. 9). 
 
O ODS que é mais trabalhado pelo CBVE por anos consecutivos é o 4 - 
Educação de Qualidade e em seguida temos o ODS 3 - Saúde de Qualidade que 
apareceu no pódio em 2016 e 2018, conforme Figura 4: 
Figura 4 – TOP 3: ODSs trabalhados pelo CBVE 
 
Fonte: CENSO CBVE (2018, p. 9). 
 
23 
 
3 METODOLOGIA 
 
3.1 A Empresa 
 
O projeto foi realizado em uma multinacional americana do ramo da saúde, 
mundialmente reconhecida pela qualidade de seus produtos. Ela foi fundada em 1886 
e iniciou suas operações no Brasil em 1933. 
A empresa é composta por três franquias, cada uma delas voltada para 
segmentos diferentes: 
• Consumidor final, organizada em 7 unidades de negócios: higiene oral, 
saúde da mulher, cuidados com a pele, medicamentos, cuidados com o 
bebê e a criança, lentes de contato e cuidados tópicos; 
• Área farmacêutica, dedicada a trazer soluções para as seguintes 
especialidades médicas: oncologia, imunologia, neurociência, doenças 
infecciosas e vacinas, doenças cardiovasculares e metabólicas; 
• Médica hospitalar, com uma ampla gama de produtos nas áreas de: 
ortopedia, neurovascular, cirurgias, diabetes, prevenção de infecção, 
diagnósticos, doenças cardiovasculares, medicina esportiva e estética. 
A empresa é engajada na mudança da trajetória da saúde global e na busca 
por um futuro mais equitativo, sendo que nela existe um departamento inteiro voltado 
somente pelas ações de responsabilidade social. A área de Responsabilidade Social 
(ou, em inglês, conforme adotado mundialmente pela empresa, Global Community 
Impact) é cross sector, ou seja, pertencente às três companhias, encarregada de 
impulsionar programas de doações à comunidade, impacto social e outras iniciativas 
filantrópicas em todo o mundo. 
À seguir, estão descritas algumas das ações sociais que este departamento 
realiza atualmente no Brasil: 
 
Maratona de Aceleração Social 
Essa iniciativa consiste no oferecimento de soluções criativas, inovadoras 
e de baixo custo por meio do conhecimento de seus colaboradores para contribuir 
com a aceleração do desenvolvimento de organizações sociais a fim de que 
aumentem o impacto de suas atuações. 
24 
 
Equipes multidisciplinares são montadas e durante um dia e meio os 
profissionais da companhia ajudam de forma pro-bono uma instituição a ter uma 
gestão mais estratégica e sustentável. 
No primeiro dia é feita uma imersão, em que os colaboradores visitam a ONG 
e realizam entrevistas para conhecer melhor a sua causa. No segundo dia, as equipes 
se reúnem e trabalham o dia inteiro utilizando metodologias baseadas no design 
thinking para encontrar soluções para os desafios propostos pela organização. 
 
Make a Wish 
É uma parceria com a fundação “Make a Wish”, no qual os colaboradores da 
empresa têm a oportunidade de se tornar realizadores de sonhos de crianças que 
lutam contra doenças graves. 
 
3.2 A ONG TETO 
 
TETO ou “Um Teto para meu País” (razão social) é uma ONG, fundada em 
1997 no Chile, com o sonho de superar a pobreza em que milhões de pessoas vivem 
por meio de (TETO, 2019): 
• Projetos de construção de sedes comunitárias; 
• Programa de formação de liderança comunitárias; 
• Projetos de infraestrutura comunitária; 
• Formação e mobilização de voluntariado; 
• Diagnóstico e avaliação; 
• Programa de construção de moradias emergenciais e 
• Fundo para fomento a projetos comunitários (FUNTETO). 
Após 10 anos, em 2007, o TETO se estabeleceu formalmente no Brasil, com 
sua primeira sede em São Paulo. Atualmente está presente nos estados de São 
Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná e Minas Gerais. Além do Brasil e Chile, a ONG 
trabalha ativamente em mais 17 países da América Latina e tem dois escritórios nos 
Estados Unidos que buscam financiamento e parcerias (TETO, 2019). 
Dentro dos programas existentes na ONG TETO, encontra-se o “Voluntariado 
Corporativo” que é uma parceria entre a ONG e uma empresa, na qual a mesma, por 
25 
 
meio de uma doação, financia a construção de uma ou mais casas e disponibiliza seus 
funcionários para trabalharem neste projeto (TETO, 2019). 
Para a empresa, são identificados os seguintes benefícios em contrapartida 
da parceria: 
• Customização da camiseta do TETO com o logo da empresa; 
• Acesso e direito de uso das imagens fotografadas no dia da construção; 
• Direito de uso de marca do TETO em ações de comunicação. 
Para os colaboradores voluntários e, consequentemente, para a empresa, são 
identificados os seguintes benefícios em participar do projeto: 
• Melhora do ambiente de trabalho e suas relações interpessoais; 
• Fortalecimento da integração e a comunicação do grupo de trabalho; 
• Promoção da responsabilidade e a conscientização social. 
 
3.3 Motivação para o projeto 
 
A empresa estudada neste trabalho foi uma das primeiras do setor privado a 
se comprometer com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030. Sempre 
pensando em melhorar o curso da saúde humana, por meio do apoio e defesa das 
pessoas que estão na linha de frente e no centro dos serviços de cuidados com a 
vitalidade humana. 
Portanto, a área de Global Community Impact (GCI) foca em 3 dos 17 
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030: saúde e bem-estar,igualdade de 
gênero e parcerias e meio de implementação. 
Como Global Community Impact é uma área global, ela segue um cronograma 
programado por países que vivem uma realidade totalmente diferente daquela 
experimentada no Brasil. Analisando o contexto brasileiro, além destes 3 objetivos, foi 
observada a oportunidade de se implementarem projetos que abrangessem mais 
alguma dessas metas, como por exemplo: erradicação da pobreza e cidades e 
comunidades sustentáveis. 
Outro ponto que foi observado é que, como a área de Global Community 
Impact fica baseada na cidade de São Paulo, as suas ações se concentram, 
majoritariamente, nela e na cidade de São José dos Campos, onde está localizado o 
maior polo industrial da empresa no Brasil. Outros sites com menor número de 
26 
 
funcionários, como por exemplo, centros de distribuição acabam não participando de 
tais ações, por conta da logística. 
 
3.4 Proposta de projeto 
 
A solução proposta para ajudar a empresa a alcançar os Objetivos do 
Desenvolvimento Sustentável é a implementação do programa “Voluntariado 
Corporativo” da ONG TETO, pois sua missão, visão, valores e propósito estão 
totalmente alinhados com as metas da ONU para 2030. 
A intenção é que este projeto não seja liderado por nenhum dos “maiores” 
sites da empresa (São Paulo e São José dos Campos), mas, sim, por um Centro de 
Distribuição, neste caso, localizado na cidade de Guarulhos. Dessa forma, será 
possível englobar os funcionários que, por falta de oportunidade, tem menor índice de 
participação nos programas de responsabilidade social. 
Portanto, propõe-se aqui estruturar um projeto a ser implementado, por meio 
da utilização de ferramentas de gestão de projetos, como por exemplo, PERT/CPM, 
Gráfico de Gantt e outras. 
 
3.5 Método de Pesquisa 
 
Dentre os métodos de pesquisa, existem os qualitativos e os quantitativos. Os 
qualitativos tiveram aumento significante a partir da década de 1970 e, como exemplo 
deste método, pode-se citar: pesquisas participantes, etnográficas, estudo de casos, 
narrativas, histórias de vida, pesquisa-ação, entre outros (LIMA; SILVA, 2016). 
Para a condução deste trabalho, a forma de abordagem utilizada será a 
qualitativa, com o objetivo exploratório, aplicando o estudo de caso como 
procedimento técnico em campo, conforme mostrado na Figura 5: 
 
27 
 
Figura 5 - Classificação da pesquisa 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
O estudo de caso foi escolhido como metodologia, pois se trata de uma 
pesquisa de natureza empírica e contemporânea. O objetivo é aprofundar o 
conhecimento acerca do tema, visando estimular a compreensão para tentar 
esclarecer os motivos de ter se escolhido este projeto e a referida ONG, bem como, 
prever os resultados que poderão ser alcançados com sua implementação (MIGUEL, 
2007). 
Além disso, foi analisado no Quadro 3, onde se retrata as três condições que 
Yin (2001) define como sendo essenciais para se determinar a estratégia de pesquisa. 
Foi delineado que as questões do estudo salientam somente indagações do tipo 
"como" e “por que”, sem exigência de controle sobre eventos comportamentais e 
apenas focalizando acontecimentos contemporâneos. 
 
28 
 
Quadro 3 - Situações Relevantes para diferentes estratégias de pesquisa. 
 
Estratégia Forma de questão de 
pesquisa 
Exige controle sobre 
eventos 
comportamentais 
Focaliza 
acontecimentos 
contemporâneos 
Experimento como, por que sim sim 
Levantamento quem, o que, onde, 
quantos, quanto 
não sim 
Análise de arquivos quem, o que, onde, 
quantos, quanto 
não sim/não 
Pesquisa histórica como, por que não não 
Estudo de caso como, por que não sim 
 
Fonte: Adaptado de COSMOS Corporation apud Yin (2001, p. 24). 
 
Antes de começar a pesquisa teórica foi preciso entender quais assuntos que, 
se estudados, poderiam acrescentar algum tipo de conhecimento para a elaboração 
da proposta. Sendo assim, o conceitual teórico foi estruturado da seguinte forma: 
• Análise dos problemas sociais da realidade brasileira; 
• Estudo para relacionar o déficit habitacional brasileiro com a causa da 
empresa; 
• Pesquisa das ONGs que atuam a favor de moradias dignas; 
• Capacitação para aperfeiçoamento das técnicas necessárias para 
aprovação da proposta na empresa. 
Primeiramente, foi preciso descobrir qual era a causa raiz de diversos 
problemas sociais em nosso país e, por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de 
Domicílios (Pnad), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), evidenciou-se que o déficit habitacional brasileiro vem crescendo ano após 
anos e que, caso fosse tratado, poderia amenizar a desigualdade social. 
Depois, foi preciso entender qual era a relação de uma moradia digna com as 
questões de higiene básica e como isso poderia refletir na saúde da população de um 
país, pois como a empresa é do ramo da saúde seus projetos sociais visam atuar 
nesta área. 
Após descoberto o problema a trabalhar, foi necessário entender quais eram 
as ONGs que atuam no cenário brasileiro e quais delas trabalhavam para mitigar o 
problema relatado acima. Foi neste momento que se encontrou a ONG TETO e que 
se aprofundou o conhecimento sobre a organização e suas ações. 
Além de todo o embasamento teórico para a elaboração da proposta, 
constatou- se que também era necessário estudar sobre como fazer esta proposta ser 
aceita na empresa, para isso, a autora participou do treinamento “Influência sem 
29 
 
autoridade” oferecido pela empresa. Neste treinamento foi abordado, por exemplo, a 
diferença entre influenciar e manipular e os seis passos do modelo de influência: 
1. Assuma que todos são aliados potenciais; 
2. Esclareça objetivos e prioridades; 
3. Faça o diagnóstico do mundo da outra pessoa; 
4. Identifique as moedas relevantes – as suas e as dos outros; 
5. Dedique-se aos relacionamentos; 
6. Influencie pelos atos de dar e receber. 
 
 
30 
 
4 PESQUISA DE CAMPO: CONHECENDO A ONG TETO 
 
O primeiro contato da pesquisadora com a ONG TETO foi em uma de suas 
ações voltadas a construção de moradias emergenciais que ocorreu nos dias 03 e 04 
de agosto de 2019, no bairro de Piquete, na cidade de Bauru. Por meio dessa imersão 
foi possível identificar um alinhamento entre os propósitos da ONG e os valores da 
empresa, além de assegurar que a instituição trabalha com seriedade e 
profissionalismo, mesmo contando com uma equipe formada por jovens universitários. 
Na Figura 6, pode-se ver a autora trabalhando durante a construção. 
 
Figura 6 – Primeiro contato da pesquisadora com a ONG TETO 
 
Fonte: Acervo TETO. 
 
Após esta imersão, foi realizada a primeira reunião com a área de Global 
Community Impact (GCI), quando foi possível conhecer seus programas. Nesta 
reunião ficou claro que o projeto deveria ser liderado por outra área, pois o 
cronograma da área de GCI já estava comprometido com a programação global. 
Em seguida, foi agendada uma reunião com os supervisores e o gerente de 
um dos centros de distribuição da empresa, os quais se interessaram pelo projeto e 
assumiram a liderança como área/site responsável por ele. 
Em setembro de 2019, foi convocada uma reunião com a diretora comercial 
do TETO que, por meio de uma entrevista aberta, tirou-se todas as dúvidas 
pertinentes ao programa de voluntariado corporativo da organização. 
31 
 
Nos dias 02 e 03 de novembro de 2019 a pesquisadora participou de outra 
construção do TETO em Ribeirão Preto, agora com olhar mais crítico, observador e 
detalhista, como deve ser aquele voltado à pesquisa de campo. Na Figura 7, pode-se 
ver a autora trabalhando durante sua segunda construção. 
 
Figura 7 – Segundo contato da pesquisadora com a ONG TETO 
 
Fonte: Acervo TETO 
 
Nas pesquisas de campo, realizadas nas construções realizadas em Bauru e 
Ribeirão Preto, foi possível entender como funciona a logística e a infraestrutura da 
ONG. Foi constatadoque o interesse da população em participar das construções é 
altíssimo e as vagas oferecidas extremamente limitadas, pois se esgotaram após 5 
minutos da abertura das inscrições, efetuadas de forma online. Outro dado importante 
é que os eventos, devido algumas questões de segurança destinam-se apenas para 
maiores de 18 anos. 
Depois de confirmada a inscrição é enviado um e-mail ao voluntário 
informando os próximos passos, com perguntas e respostas da seguinte forma: 
• O que é a Construção? 
• Como iremos até a comunidade que trabalharemos? 
• Onde iremos dormir? 
• Estou certo da minha participação: COMO GARANTIR MINHA VAGA? 
 
32 
 
Há uma taxa mínima de inscrição, cobrada dos voluntários que possuem 
condição de auxiliar financeiramente. Esta taxa ajuda suportar gastos relacionados à 
alimentação, camisetas e seguro de vida. Em caso de desistência, não são realizadas 
devoluções do valor arrecadado. Para aqueles que não podem custear, é necessário 
preencher um formulário justificando e solicitando a isenção da taxa de inscrição. 
As construções são realizadas durante um final de semana, com início na 
sexta no final da tarde e término no domingo à noite. Os voluntários ficam instalados 
em uma escola pública ou igreja da comunidade e a presença é obrigatória durante 
os dois dias (sábado e domingo), sem possibilidade de voltar para casa para dormir 
e/ou tomar banho. O almoço de sábado e domingo é preparado pelas famílias com 
alimentos arrecadados e oferecidos pelo TETO. Os cafés da manhã e o jantar de 
sábado é servido na escola/igreja, neste jantar as famílias são convidadas a se 
juntarem aos voluntários, para que haja um momento de troca de ideias e comunhão. 
As casas são feitas de painéis pré-fabricados de madeira de reflorestamento 
certificada e têm 18 ou 15 metros quadrados. Em 2013, as casas custavam para ONG, 
em torno de, R$ 3.500,00 e, para contribuir com a logística, dos moradores era 
cobrada uma taxa única e fixa de R$ 200,00 (KAWATA, 2015). Na Figura 8 é possível 
ver casas construídas pela ONG Teto em uma comunidade de São Paulo. 
 
Figura 8 – Casas construídas pela ONG Teto em comunidade de São Paulo.
 
Fonte: Rede Globo (2020) 
33 
 
Por meio de uma entrevista aberta com o gerente da área de Global 
Comunnity Impact e suas duas estagiárias foi possível sanar as duas grandes dúvidas 
que a autora tinha para se iniciar o projeto: 
1. “Se o projeto precisaria passar pela aprovação da área de Segurança e 
Saúde Ambiental?” 
2. “Quais são as etapas necessárias para a implementação do projeto, bem 
como suas respectivas aprovações?” 
Para a primeira pergunta a resposta foi de que os projetos sociais da 
companhia não precisavam ser comunicados e nem aprovados pela área de 
Segurança e Saúde Ambiental, apenas pelo diretor geral da empresa e pelas áreas 
de Global Community Impact e Health Care Compliance (área responsável pela 
conformidade e observância relacionada aos cuidados de saúde e afins). O que foi de 
grande alívio, tendo em vista as restrições e empecilhos que esta área poderia 
apresentar ao projeto. 
Segue abaixo o passo a passo necessário para a implementação do projeto 
e suas respectivas aprovações, conforme questionado na segunda pergunta: 
1. Certificar que a instituição beneficiada é uma instituição de caridade 
(ONG/OSCIP); 
2. Realizar o processo para verificação de integridade da organização; 
3. Conseguir a verba para doações; 
4. Receber proposta de doação (solicitação de doação); 
5. Realizar a aprovação da doação com Global Community Impact, Health 
Care Compliance, pelo diretor financeiro e vice presidente; 
6. Contrato de doações (para o contrato, a organização precisa ser 
cadastrada); 
7. Acordo interno de doação; 
8. Pagamento via plataforma da empresa; 
9. Recibo de doações; 
10. Carta de Agradecimento; 
11. Comprovação de utilização da doação (Bona Fide) – relatório, fotos, 
vídeos, materiais de comunicação, entre outros; 
12. Finalização do processo – envio de todos os materiais para Global 
Community Impact e Health Care Compliance. 
34 
 
 Antes da entrevista aberta com a gerente comercial da TETO, um material 
explicativo foi compartilhado sobre o programa de voluntariado corporativo. À partir 
deste material, foram elaboradas perguntas. Segue abaixo as perguntas feitas e suas 
respectivas respostas: 
1. “Qual o objetivo do programa de voluntariado corporativo da TETO?” 
Resposta: “Nosso programa de voluntariado tem como objetivo envolver as 
empresas em atividades massivas do TETO junto com as comunidades e é 
uma oportunidade de colocar a mão na massa e participar de ações sociais. O 
programa fortalece relações entre os colaboradores, a empresa e a 
comunidade com a qual trabalhamos.” 
2. “Quais são os benefícios para empresa?” 
Resposta: “Essa é uma oportunidade de fortalecer os valores da empresa e 
promover uma consolidação de equipe social ao oferecer uma oportunidade de 
trabalho conjunto entre colaboradores de diferentes níveis hierárquicos e áreas 
da empresa lado a lado com o mesmo objetivo. O processo de consolidação 
de equipe social consiste no desenvolvimento de integração, trabalho 
cooperativo, empatia, trabalho em equipe e liderança nas equipes com as quais 
trabalhamos.” 
3. “Por que acreditar no potencial desta parceria?” 
Resposta: “Acreditamos no potencial dessa parceria, pois compreendemos que 
o alinhamento entre os objetivos da sua empresa, de seus colaboradores e o 
nosso modelo de trabalho convergem para a construção de uma sociedade 
mais justa, igualitária, integrada e sem pobreza, possibilitando que diversas 
famílias que vivem em situação de vulnerabilidade nas favelas mais precárias 
e invisíveis tenham direito à moradia mais digna.” 
4. “Valor da doação da empresa por casa?” 
Resposta: “R$ 17.000,00 por casa.” 
5. “Número de colaboradores por casa?” 
35 
 
Resposta: “A empresa pode envolver até 10 voluntários por dia de atividade, 
10 no sábado e domingo (os mesmos 10 nos dois dias) ou se preferir 10 
voluntários/as no sábado e outros 10 no domingo (10 pessoas diferentes a cada 
dia). Não aconselhamos a segunda opção pois o voluntário/a não passa por 
todo o processo de construção da casa e não conseguimos garantir a 
experiência completa. Além da construção, nessa atividade também incluímos 
a pintura da casa em que também são liberadas 10 vagas.” 
6. “Quais são itens viabilizados pela TETO?” 
Resposta: “Todos os materiais da casa, camiseta uniforme do TETO, 
ferramentas de uso coletivo (cavadeira, alavanca, mangueira de nível, serrote, 
etc), almoço e água durante o evento.” 
7. “Forma de pagamento: é possível o pagamento através do cartão corporativo? 
Podemos dividir essa taxa em vários cartões ou precisaríamos pagar o valor 
total em um só? É possível o pagamento através de boleto?” 
Resposta: “A doação é realizada através de transferência bancária para a conta 
do TETO em uma parcela. Vocês podem transferir para uma única conta e 
desta transferir para o TETO. É possível gerar um boleto sim, mas não é nossa 
prática mais comum. Geralmente as empresas transferem o valor diretamente 
para a conta do TETO.” 
8. “O voluntariado corporativo funciona da seguinte forma: Vocês reúnem todas a 
empresas interessadas e escolhem uma comunidade para realizar a ação. 
Vamos supor que a nossa empresa queira um final de semana, uma construção 
só dela, por quantas casas precisaríamos pagar? Existe um número mínimo?” 
Resposta: “Haveria a possibilidade de uma construção só de vocês como você 
comentou, mas não seria o ideal tendo em vista que o valor pago pelas casas 
do voluntariado corporativo ajuda a custear as casas construídas pelos jovens 
universitários.” 
 
36 
 
“Calendário das construções previstas para o ano de 2020?” 
Resposta: 
 “SÃO PAULO 
• 01 e 02 de fevereiro 
• 04 e 05 de abril 
• 11 e 12 de julho 
• 26 e 27 de setembro 
• 28 e 29 de novembro 
RIBEIRÃOPRETO 
• 23 e 24 de maio 
• 28 e 29 de novembro” 
9. “Que tipo de documentação é enviada para a empresa comprovando a forma 
de utilização da doação?” 
Resposta: “Como padrão, mandamos o relatório financeiro após auditoria para 
os doadores.” 
10. “Da verba investida, existe algum valor que será utilizado para a administração 
da ONG?” 
Resposta: “O TETO tem um fluxo de caixa nacional e valores recebidos são 
destinados a projetos realizados naquele momento. Acredito que seja 
importante ressaltar que o valor da participação não é o pagamento por um 
serviço oferecido, mas sim uma doação para uma organização social sem fins 
lucrativos, que será revertido em projetos realizados nas comunidades nas 
quais atuamos, e em custos administrativos essenciais para que a organização 
possa funcionar e garantir tais projetos.” 
 
37 
 
“Além da doação a empresa precisa fornecer algo?” 
Resposta: “A empresa precisa fornecer o transporte dos colaboradores até o 
local.” 
11. “Podemos escolher a comunidade que será atendida, bem como as famílias 
que serão assistidas?” 
Resposta: “Não. A escolha da comunidade a ser beneficiada, bem como das 
famílias é de responsabilidade do TETO, de acordo com seus critérios.” 
12. “Os colabores da empresa participantes do voluntariado corporativo precisam 
obrigatoriamente pernoitar na escola/igreja da comunidade?” 
Resposta: “Não. Os funcionários participantes têm a opção de voltar para 
dormir em suas casas, desde que se comprometam a voltar no horário 
estabelecido para que não haja atraso na programação.” 
Além das perguntas, foram solicitados ao TETO os seguintes documentos: 
• Cartão CNPJ; 
• Ata de Assembleia atualizada (do ano em que o DD está sendo feito ou a 
mais recente); 
• Estatuto da ONG; 
• Certificado emitido pelo governo, ou instituição competente, ou artigos de 
incorporação, que comprove a existência da associação de fundação ou 
organização sem fins lucrativos. 
Com a documentação recolhida da ONG foi iniciado o processo de verificação 
de integridade da Organização de Caridade necessário para comprovar a idoneidade 
da organização. 
A Ata de Assembleia atualizada foi analisada e verificou-se quem são as 
pessoas chave e os participantes do conselho diretor da ONG. Cada um desses 
nomes foi pesquisado no Google para constatar que não haveria resultados relevantes 
relacionados à corrupção, licitação, condenação, fraude, improbidade administrativa 
ou a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior. Seguiu-se a mesma lógica para 
pesquisar o nome empresarial e o nome fantasia da ONG. 
38 
 
Além do Google, utilizou-se também a plataforma World Check, um banco de 
dados de pessoas com funções públicas de destaque, que ajuda a identificar pessoas 
e/ou organizações que podem apresentar risco reputacional e/ou regulatório à 
companhia. 
Estudou-se também os Relatórios Anuais de Atividades, as demonstrações 
contábeis, as notas explicativas e as demonstrações de resultados da TETO para 
entender qual seria o destino dado à contribuição da empresa. Verificou-se que, 
aproximadamente, 65% da doação é usada pelo TETO para custear as moradias 
emergenciais e 35% da doação usada para custos administrativos e financiamento de 
outras atividades em comunidade. 
É difícil estipular uma porcentagem concreta, pois O TETO funciona em fluxo 
de caixa, todas as entradas são direcionadas para custear projetos e custos 
administrativos em todas as sedes, por ordem de pagamento. No Gráfico 3, extraído 
do relatório Anual de Atividades 2018 do TETO, pode-se ver a distribuição dos custos 
e despesas da instituição: 
 
Gráfico 3 – Custos e despesas da ONG TETO em 2018 
 
Fonte: TETO - Relatório Anual de Atividades 2018, pg. 46. 
 
39 
 
5 PROPOSTA DE PROGRAMA DE VOLUNTARIADO CORPORATIVO 
 
O presente capítulo tem o intuito de apresentar a proposta de implementação 
do programa de voluntariado corporativo do TETO na empresa do ramo da saúde. A 
proposta foi dividida em quatro partes: cenário do projeto, estratégia, impacto e 
resultado. 
No cenário é contemplado o objetivo do projeto, o problema a ser trabalhado, 
as etapas da estratégia, a contribuição da instituição na atuação do problema, a 
contribuição financeira da empresa apoiadora do projeto, os resultados esperados 
dessas atividades, a quantidade de colaboradores selecionados, o orçamento 
necessário e o impacto. 
Na estratégia de implementação é explicado como funcionará a logística 
necessária para a execução da ação, a metodologia utilizada e sua relação com as 
etapas do projeto. Através da figura 5 do cronograma, é esclarecido em que mês/ano 
ocorrerá cada uma das atividades propostas no Quadro 4. 
No impacto é mostrado como as ações do projeto refletirão na vida dos 
voluntários e da comunidade. No resultado resgate-se do Capítulo 4 o passo a passo 
necessário para a implementação do projeto, evidenciando as etapas que já foram 
completadas até o presente momento. 
 
5.1 Cenário 
 
O problema a ser trabalhado se refere à moradia inadequada, ou seja, que 
não oferece condições mínimas de salubridade. Por meio do mapeamento e validação 
de comunidades, contato com lideranças, diagnóstico socioeconômico local, definição 
de famílias, acompanhamento de famílias, construção e pintura de moradias 
pretende- se garantir condição digna de habitação à seis famílias que vivem em 
aglomeração subnormal na região metropolitana de São Paulo. 
Com a construção da moradia de emergência, há significativa melhoria na 
condição de habitabilidade e segurança das famílias, pois as casas pré-fabricadas 
construídas dispõem de estrutura muito mais segura e estável que os barracos onde 
as famílias moravam anteriormente. 
 
40 
 
A Contribuição financeira da empresa apoiadora do projeto será a doação de 
R$ 51.000,00 para a TETO. No contrato entre a ONG e a empresa cada casa equivale 
ao valor de R$ 17.000,00, no entanto, como cada casa doada pela companhia acaba 
financiando a construção de mais outra construída por jovens , podemos assumir que 
o resultado final será a construção de seis casas. Três casas serão construídas pelos 
colaboradores da empresa e três casas construídas por voluntários universitários. 
Serão selecionados 20 colaboradores por casa. 10 vagas dedicadas à 
construção e 10 vagas dedicadas à pintura e reparo. Como serão erguidas três casas 
pelos funcionários da empresa, no total serão ofertadas 60 vagas. 
Os critérios para seleção dos colaboradores serão: 
• Disponibilidade para atuar em período integral no Final de Semana 
(sábado e domingo) da construção e/ou pintura; 
• Ser funcionário da empresa; 
• Justificar o interesse pelo projeto. 
Serão selecionados, preferencialmente, funcionários alocados nos Centros de 
Distribuição. 
O orçamento total necessário para o projeto será de R$ 70.000,00: 
R$ 19.000,00 – Custos extras do projeto (transporte, kits de segurança e etc); 
R$ 51.000,00 – 3 Casas TETO no valor de R$ 17.000,00 (1 casa para cada 
franquia da companhia). 
Na Figura 9 foi montado um modelo lógico para sintetizar de forma visual a 
cadeia de causa e efeito do projeto e seus resultados: 
 
Figura 9 – Modelo lógico: voluntariado corporativo da ONG TETO 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
41 
 
As comunidades de atuação da TETO e suas respectivas famílias são 
escolhidas através de uma ação chamada ECO (Escutando Comunidades), na qual 
os voluntários, por meio de conversas com as famílias e a aplicação de um formulário, 
diagnosticam planos de ação para suprir as necessidades daquele bairro (KAWATA, 
2015). 
A comunidade escolhida pela ONG para realizar sua próxima construção é o 
Jardim Maravilha, uma favela que tem cerca de seis mil habitantes, localizada na Zona 
Leste de São Paulo, no bairro Cidade Tiradentes, um distrito emancipado em 2001 
que compreende uma área de 15 quilômetros quadrados. O distrito Cidade Tiradentes 
contempla o maior conjuntohabitacional da América Latina, construído pelo Estado, 
por meio da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab-SP), criada 
pela Lei n.6.738, de 16 de novembro de 1965 para amenizar os danos causados pela 
urbanização do século XX (SOUZA, 2019). Na Figura 10 pode-se ver a situação de 
uma das vias do Jardim Maravilha. 
 
Figura 10 – Esgoto a céu aberto em uma via do Jardim Maravilha 
 
Fonte: SOUZA (2009, p. 270). 
42 
 
 
 
5.2 Estratégia 
 
Após aprovação do projeto e pagamento da doação, se iniciará de fato a sua 
implementação. Será necessário agendar uma reunião com a ONG TETO para 
definição da data da construção, dentro das opções disponibilizadas pela ONG. 
Quando definidas as informações da ação, deve ser feito um comunicado aos 
colaboradores das áreas que contribuíram com a doação, convocando os 
interessados para participar da seleção. Esta se dará por meio de um formulário. 
Selecionados os participantes, será realizado um treinamento para explicar 
como funcionará a ação, sua agenda e os cuidados que devem ser tomados para a 
prevenção de acidentes. Durante este treinamento serão disponibilizados kits aos 
voluntários contendo: 
• 1 capacete; 
• 1 par de luvas; 
• 1 óculos de proteção. 
A ação será executada em dois finais de semana. Durante o primeiro final de 
semana, serão construídas as casas e, no segundo, serão feitos os reparos finais e a 
pintura nas moradias. Cada final de semana contará com uma equipe de 10 
voluntários por casa, que poderá ser composta pelas mesmas pessoas, ou não, 
dependendo do número de inscritos. 
Ulteriormente, será solicitado aos voluntários o preenchimento de uma 
avaliação para que seja possível analisar pontos de melhoria, os impactos causados 
e como isso refletiu, ou refletirá, na vida pessoal e profissional do colaborador. Por 
fim, todas essas considerações serão documentadas e a programação do calendário 
da ação para o ano futuro planejado. 
Para execução do projeto será utilizada a metodologia PDCA, que a princípio 
foi criada para solucionar problemas de qualidade, mas que hoje em dia é amplamente 
aplicada como ferramenta de gestão de projetos. 
 
43 
 
Figura 11 – Níveis de indicadores para PDCA 
 
Fonte: CALOBA; KLAES (2016, p. 5). 
 
O Quadro 4 correlaciona todas etapas do ciclo PDCA com as atividades do 
trabalho proposto, incluindo 12 passos acrescidos de algumas outras atividades que 
poderão ser necessárias para a execução do projeto, de maneira sintetizada. 
 
Quadro 4 - Relação entre o ciclo PDCA e as etapas do projeto 
Fases do PDCA Etapas do Projeto 
Planejar 
Observação de uma oportunidade na organização 
Seleção de uma ONG alinhada com o propósito do projeto 
Imersão em um programa realizado pela ONG selecionada 
Seleção da área e site responsável pelo projeto 
Certificação que a instituição beneficiada é uma instituição de caridade (ONG / 
OSCIP) 
Realização o processo para verificação de integridade da organização 
Captação das partes interessadas para doação da verba 
Recebimento de uma proposta de doação (solicitação de doação) 
Aprovação da doação por Global Community Impact, Health Care Compliance, 
diretor financeiro e vice presidente. 
Cadastro da ONG na plataforma de fornecedores 
Contrato e acordo de doações 
Pagamento e recebido das doações 
continua 
 
44 
 
continuação 
Fases do PDCA Etapas do Projeto 
Executar 
Escolha da data da construção TETO 
Divulgação das inscrições para participação do projeto 
Seleção dos colaboradores participantes 
Treinamento dos colaboradores selecionados 
Construção TETO 
Pintura e reparos 
Verificar 
Formulário de avaliação 
Divulgação do projeto para toda a empresa 
Reunião com o TETO 
Agir 
Análise do resultado do formulário de avaliação 
Documentação de melhorias futuras 
Programar calendário do próximo ano 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
O cronograma na Figura 12 (baseada no Quadro 4) vem sendo executado 
desde agosto de 2019 e irá até março de 2021: 
 
Figura 12 - Cronograma de atividades do projeto 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
Atividades 08/1909/1910/1911/1912/1901/2002/2003/2004/2005/2006/2007/2008/2009/2010/2011/2012/2001/2102/2103/21
Seleção de uma ONG alinhada com o propósito do projeto
Imersão em um programa realizado pela ONG selecionada
Seleção da área e site responsável pelo projeto
Certificação que a instituição beneficiada é uma instituição 
de caridade (ONG / OSCIP)
Realização do processo de Due Diligence da 
organização
Captação dos stakeholders para doação da verba
Recebimento de uma proposta de doação (solicitação de 
doação) 
Aprovação da doação por Global Community Impact
Aprovação da doação por Health Care Compliance
Aprovação da doação pelo vice presidente 
Aprovação da doação pelo diretor financeiro
Cadastro da ONG na plataforma de fornecedores
Contrato e acordo de doações 
Pagamento e recebido das doações
Escolha da data da construção TETO
Divulgação das inscrições para participação do projeto
Seleção dos colaboradores participantes
Treinamento dos colaboradores selecionados
Construção TETO
Pintura e reparos
Formulário de avaliação 
Divulgação do projeto para toda a empresa
Reunião com o TETO e Carta de Agradecimento
Análise do resultado do formulário de avaliação e Bona 
Fide
Documentação de melhorias futuras (finalização do 
Programar calendário do próximo ano
45 
 
5.3 Impacto 
 
A doação beneficiará seis famílias, que receberão uma casa mais digna, 
segura e salubre. Três casas serão construídas pelos colaboradores da empresa e 
financiarão também outras três casas construídas por voluntários universitários, 
possibilitando o desenvolvimento de uma visão mais integrada de sociedade de, pelo 
menos, 30 jovens universitários. 
O Impacto social esperado é o aumento na satisfação da qualidade das 
moradias, aumento na percepção de segurança e, consequentemente, aumento na 
qualidade de vida das famílias assistidas. 
Para os realizadores do projeto o TETO permite um verdadeiro encontro com 
a realidade em que milhares de brasileiros convivem diariamente, causando um 
choque cultural que ajudará a quebrar paradigmas e preconceitos. Possibilitando 
assim o desenvolvimento da empatia através da reflexão causada pelo programa. 
 
5.4 Resultado 
 
Em agosto de 2020, as seguintes etapas do projeto já tinham sido concluídas 
com sucesso: 
1. Certificar que a instituição beneficiada é uma instituição de caridade 
(ONG/OSCIP); 
2. Realizar o processo para verificação de integridade da organização; 
3. Conseguir a verba para doações; 
4. Receber uma proposta de doação (solicitação de doação); 
5. Realizar a aprovação da doação com Global Community Impact, Health 
Care Compliance, pelo diretor financeiro e vice presidente; 
6. Contrato de doações (para o contrato, a organização precisa ser 
cadastrada); 
7. Acordo interno de doação; 
Comprovando assim a aprovação da proposta pela empresa. As demais 
etapas serão concluídas nos próximos meses, conforme cronograma apresentado na 
figura 14: 
8. Pagamento via plataforma da empresa; 
9. Recibo de doações; 
46 
 
10. Carta de Agradecimento; 
11. Comprovação de utilização da doação (Bona Fide) – relatório, fotos, 
vídeos, materiais de comunicação, entre outros. 
12. Finalização do processo – envio de todos os materiais para Global 
Community Impact e Health Care Compliance. 
 
 
47 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
6.1 Dos objetivos do trabalho 
 
Os objetivos do presente trabalho foram alcançados. Ao fazer a 
contextualização da pesquisa, aprofundou-se o conhecimento sobre responsabilidade 
social empresarial. Por meio da entrevista com a gerente comercial da TETO, 
realizada na coleta de dados para o estudo de caso, entendeu-se como funciona o 
programa “Voluntariado corporativo” da ONG. Na reunião com a área de 
responsabilidade social foi possível descobrir quais eram as ações de impacto social 
dentro da empresa e quaisos requisitos necessários para a aprovação de um novo 
projeto de voluntariado. Através da revisão bibliográfica, estudou-se as ferramentas 
de gestão de projetos e buscou-se as melhores técnicas e métodos para o 
planejamento e condução do projeto, possibilitando a elaboração de uma proposta 
para sua implementação, contendo etapas e atividades bem estruturadas. 
 
6.2 Limitações do presente trabalho 
 
A princípio, no presente estudo pretendia-se não só a elaboração de uma 
proposta para implementação do programa de voluntariado corporativo da ONG 
TETO, mas sim efetivamente a implementação do projeto. Infelizmente, devido à 
pandemia do COVID-19, as datas das construções apresentadas na seção 3.6.3 
(coleta de dados) foram canceladas sem previsão de retorno, impossibilitando assim 
qualquer ação de campo com a ONG TETO. A empresa, por sua vez, prioriza a 
segurança e a saúde de seus funcionários, postergando qualquer tipo de ação que 
colocasse isso em risco. 
As entrevistas e reuniões relatadas neste trabalho foram realizadas antes do 
desdobramento do atual panorama mundial, entre agosto e novembro de 2019. 
 
6.3 Sugestões para trabalhos futuros 
 
Seria interessante se trabalhos futuros pudessem implementar o projeto 
proposto por este estudo, para validar o seu escopo, por meio de uma prova de 
conceito. Possibilitando assim, a análise dos resultados trazidos para a empresa, 
ONG e comunidade 
48 
 
Uma frente de trabalho mais ampla seria buscar entender como a pandemia 
do COVID-19 afetou o terceiro setor que, em sua maior parte, depende de ações 
presenciais. 
Também será necessário entender a relação das empresas privadas com 
estas organizações durante este cenário, bem como, as ações inovadoras trazidas 
pela área de responsabilidade social desta companhia. 
 
6.4 Reflexões da autora 
 
Obviamente que o presente trabalho não pretende acabar com o déficit 
habitacional brasileiro, muito menos com a desigualdade social do país, mas foi a 
maneira encontrada por esta autora de contribuir com a sociedade e, de certa forma, 
retribuir para a comunidade o investimento feito em sua graduação. Apesar de estar 
prevista a construção de apenas 6 casas com a doação que será realizada, o intuito 
é de também proporcionar aos voluntários uma experiência única e transformadora. 
Vale ressaltar, que a cultura da empresa contribuiu com o sucesso e a aprovação da 
proposta, na qual foi inteiramente elaborada e conduzida por uma, até então, 
estagiária. Em nenhum momento o cargo da pesquisadora foi um empecilho para o 
projeto, o que não significa que não houve barreiras. Todos estes empecilhos, fizeram 
com que o processo, desde a sua ideia até a aprovação, durasse, aproximadamente, 
um ano. 
 
49 
 
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VALLE,

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