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Crimes Contra a Dignidade Sexual Fametro Curso de Direito Professor: Dario 6° Período Título VI – Dignidade sexual: Capítulo I: Crimes contra a liberdade sexual (213 a 216-A); Capítulo II: Crimes sexuais contra vulneráveis (217 a 218-B); Capítulo III: Revogado; e Capítulo IV: Disposições gerais (225 a 226); Capítulo V: Lenocínio e tráfico de pessoa para fim de prostituição ou outra forma de exploração sexual (227 a 230); Capítulo VI: Ultraje público ao pudor (233 a 234); e Capítulo VII: Disposições gerais (234-A a 234-B) Introdução aos crimes contra a dignidade sexual: O título VII do Código Penal está dividido em sete capítulos. O cap. III (rapto) foi revogado. Vamos ver nessa primeiro momento, a primeira parte do título; O que é sexualidade? O que é sexo? Gênero? O que é libido? - O que é Pudor? Que é sexualidade Sexualidade é um termo amplamente abrangente que engloba inúmeros fatores e dificilmente se encaixa em uma definição única e absoluta. Teoricamente, a sexualidade assim como a conhecemos, inicia-se juntamente à puberdade ou adolescência, o que deve ocorrer por volta dos 12 anos de idade (Art. 2º - Estatuto da Criança e do Adolescente). Entretanto, em prática, sabemos que não se configura exatamente desta forma. O termo “sexualidade” nos remete a um universo onde tudo é relativo, pessoal e muitas vezes paradoxal. Pode-se dizer que é traço mais íntimo do ser humano e como tal, se manifesta diferentemente em cada indivíduo de acordo com a realidade e as experiências vivenciadas pelo mesmo. https://www.infoescola.com/direito/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente/ Cont... A noção de sexualidade como busca de prazer, descoberta das sensações proporcionadas pelo contato ou toque, atração por outras pessoas (de sexo oposto e/ou mesmo sexo) com intuito de obter prazer pela satisfação dos desejos do corpo, entre outras características, é diretamente ligada e dependente de fatores genéticos e principalmente culturais. O contexto influi diretamente na sexualidade de cada um. Muitas vezes se confunde o conceito de sexualidade com o do sexo propriamente dito. É importante salientar que um não necessariamente precisa vir acompanhado do outro. Cabe a cada um decidir qual o momento propício para que esta sexualidade se manifeste de forma física e seja compartilhada com outro indivíduo através do sexo, que é apenas uma das suas formas de se chegar à satisfação desejada. Sexualidade é uma característica geral experimentada por todo o ser humano e não necessita de relação exacerbada com o sexo, uma vez que se define pela busca de prazeres, sendo estes não apenas os explicitamente sexuais. Pode-se entender como constituinte de sexualidade, a necessidade de admiração e gosto pelo próprio corpo por exemplo, o que não necessariamente signifique uma relação narcísica de amor incondicional ao ego. Existem diferentes abordagens do tema que variam de acordo com concepções e crenças convenientes a cada um. Em alguns lugares pode-se encontrar visões preconceituosas sobre o assunto. Em outros, é discutido de forma livre e com grande aceitação de diferentes olhares ao redor do termo. Algumas vertentes da psicologia, como a psicanálise Freudiana, consideram a existência de sexualidade na criança já quando nasce Propõe a passagem por fases (oral ,anal, fálica) que contribuem ou definem a constituição da sexualidade adulta que virá a desenvolver-se posteriormente. Seja qual for a sua visão íntima sobre o assunto, é interessante que se possa manter uma relação de compreensão e aceitação de sua própria sexualidade. O esclarecimento de dúvidas e a capacidade de se sentir vontade com seus desejos e sensações, colabora imensamente ao amadurecimento desta, o que gera sensação de conforto e evita conflitos internos provenientes de dúvidas e medos, gerando uma experiência positiva e saudável. Fonte : Info Escola Que é sexo? Sexo é o conjunto de características estruturais e funcionais segundo os quais um ser vivo é classificado como macho ou fêmea, com alguns indivíduos sendo classificados como intersexuais. Wikipédia Sexo é o exercício sexual praticado a partir de 2 seres, em busca de prazer ou reprodução. dicionário informal Sexo está relacionado às distinções anatômicas e biológicas entre homens e mulheres. O sexo é referente a alguns elementos do corpo como genitálias, aparelhos reprodutivos, seios, etc. Assim, temos algumas pessoas do sexo feminino (com vagina/vulva), algumas pessoas do sexo masculino (com pênis) e pessoas intersexuais (casos raros em que existem genitais ambíguos ou ausentes). Infoescola https://pt.wikipedia.org/wiki/Sexo Gênero Gênero é o termo utilizado para designar a construção social do sexo biológico. Este conceito faz uma distinção entre a dimensão biológica e associada à natureza (sexo) da dimensão social e associada à cultura (gênero). Apesar das sociedades ocidentais definirem as pessoas como homens ou mulheres desde seu nascimento, com base em suas características físicas do corpo (genitálias), as ciências sociais argumentam que gênero se refere à organização social da relação entre os sexos e expressa que homens e mulheres são produtos do contexto social e histórico e não resultado da anatomia de seus corpos. Identidade de gênero é a experiência subjetiva de uma pessoa a respeito de si mesma e das suas relações com outros gêneros. Não depende do sexo biológico da pessoa, mas de como ela se percebe. Essa identidade pode ser binária (homem ou mulher), mas também pode ir além dessas representações e rechaçar ambas as possibilidades de reconhecimento, sendo assim pessoas não-binárias (todos os outros gêneros). Fonte: GROSSI, M. P. Identidade de Gênero e Sexualidade. Coleção Antropologia em Primeira Mão. PPGAS/UFSC, 1998. Infoescola Que é Libido? Libido é o substantivo feminino com origem no latim libido e que é usado para descrever o desejo ou impulso sexual de um homem ou mulher. No âmbito da psicologia, a libido é fundamental para entender o comportamento humano, porque o condiciona e é vista como a energia que direciona os instintos vitais. Como não está ligada exclusivamente aos órgãos genitais, a libido pode ser direcionada em relação a uma pessoa, objeto, ao próprio corpo ou a uma atividade intelectual. No âmbito da psicanálise, de acordo com Freud, a libido consiste em uma energia psíquica que resulta maioritariamente do instinto sexual e que determina o comportamento da vida do homem. Segundo Carl Jung, é uma energia ou força vital psíquica. Fonte: www.significados.com.br/libido/ O que é Pudor: Pudor significa ter discrição, recato com algo que se diga ou faça, e costuma se referir a timidez ou vergonha de exibir o corpo. O pudor é o sentimento que impede que a pessoa faça algo considerado moralmente indecente, como ficar nu em público, por exemplo. Como dito, o pudor está muito relacionado ao corpo e com o comportamento derivado de uma educação religiosa ou moral bastante severa. Como resultado deste fator cultural, um exemplo de pudor é quando as mulheres não se vestem de uma maneira vulgar, mas sim de modo recatado e discreto, conforme está estabelecido moralmente pela sociedade. Na língua portuguesa a palavra "pudor" surgiu a partir do latim pudoris ("vergonha"). A pessoa que tem este sentimento recusa-se a chamar atenção para si, em especial no que diz respeito ao corpo. Fonte: significados.com.br Estupro: Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza graveou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. § 2o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos Estupro Bem jurídico: Liberdade e dignidade sexual da pessoa humana; A sexualidade não tem um dono externo à própria pessoa; A pessoa deve decidir com quem, quando, onde e como relaciona-se sexualmente; e Há uma gradação de envolvimento da sexualidade/afetividade: sensualidade, sexualidade, erotismo e pornografia. Estupro Ações do tipo: 1) Constranger alguém; 2) Ter conjunção carnal; 3) Praticar ato libidinoso (ação); e 4) Permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso (omissão). Estupro Objeto material: O corpo humano violado com a restrição da própria liberdade de escolha. Principalmente as partes pudendas (do pudor = vergonha sexual). Sujeito ativo e passivo: Sujeito ativo e passivo: Comum; Qualquer ser humano pode estuprar e ser estuprado; Não há nenhuma limitação a estuprar e ser estuprado; e Marido pode estuprar esposa, ou há “dever conjugal” de fazer sexo com o cônjuge? Estupro Consumação e tentativa: Consuma-se com a realização da conjunção carnal (não precisa ejacular) ou com a feitura do ato libidinoso (crime material); Pode acontecer a contravenção penal do art. 61: “Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor: Pena – multa.”; e Tentativa possível. Elemento subjetivo: Dolo (direto e eventual); Não há forma culposa; e Não importa a motivação dos atos (satisfação da libido, vingança, humilhar a vítima) Estupro Modalidades qualificadas: § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. § 2o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos; e * Crimes preterdolosos (caso haja dolo nos resultados terá concursos de crimes: concurso material ou formal). Estupro Modalidades qualificadas: Lesão corporal: Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano; Lesão corporal de natureza grave: § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco anos; e Lesão corporal de natureza gravíssima: § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Espécies de estupro Não existem tipos de estupro, dispõe o código penal: Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena:..... Estupro O problema da interpretação é o que é estupro? Anteriormente o estupro era configurado somente pela conjunção carnal (penetração penis/vagina), portanto, era impossível que um homem fosse estuprado, pois não possui orgão genital feminino, restava tipificar como violento atentado ao pudor. Atualmente,(Lei nº 12.015, de 2009) incluído o termo qualquer outro ato libidinoso, o sujeito passivo comporta os dois sexos, e pode ser configurado como estupro ato diverso da conjunção carnal, ex. se o agente se esfrega o penis, mediante ameaça a vitima pode ser considerado estupro. Existem os agravantes do resultado do estupro e contra quem é cometida a conduta, mas o tipo penal é somente um. Estupro Causas de aumento de pena: Art. 226. A pena é aumentada: I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; e II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela. III - revogado Conti... IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: Estupro coletivo a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; Estupro corretivo b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.(NR) Estupro Capítulo VII – Disposições gerais: Aumento de pena Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: III - de metade, se do crime resultar gravidez; e IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. Crime único A realização da conjunção carnal e cópula anal constituem crime único(Damásio de Jesus). Essa alteração da lei 12.015/09 cria um efeito retroativo, atingindo hípóteses do juiz ter reconhecido o concurso material entre estupro e atentado violento ao pudor, podendo haver reconhecimento de crime único em fase de execução da pena (art 66, I da LEP). Atenção: conduta de menor intensidade tipo encosto lascivo na vítima, sem constrangimento e em local público, há apenas a contravenção de importunação ofensiva ao pudor. A jurisprudência não exige que a vítima esteja sem roupas para caracterizar o crime de estupro, pois o toque nos seios, nas nádegas, nas coxas, mesmo com as vestes de forma reiterada, caracteriza o crime de estupro de vulnerável(antes era atentado violento ao pudor). Violação sexual mediante fraude: Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. Verbos nucleares do tipo: A) Ter conjunção carnal; ou B) Praticar outro ato libidinoso com alguém. Não pode ter violência ou grave ameaça: Pois, precisa ser mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima (distinção do estupro). É o chamado estelionato sexual. Ex: simulação do casamento e substituição do cônjuge na alcova (na cama, no leito conjugal) Violação Sexual Mediante Fraude Outros exemplos: Líder espiritual; Irmão gêmeo; Profissional de saúde; Profissional da moda; Falso massagista; Baile de máscaras; Mas, quando há uma sedução para a cópula alguns seres humanos não mentem (enganam) aos outros? (fraude de identidade pessoal somente; fraude social não há delito); e E a promessa de presentes? Boa vida? Riqueza? Mas, no caso da prostituição? A prostituta enganada pode indicar ter havido o presente delito? Bem jurídico: Liberdade e dignidade sexual da pessoa humana; e A pessoa deve decidir com quem, quando, onde e como relaciona-se sexualmente. Violação Sexual Mediante Fraude Objeto material: O corpo humano violado com o engano da própria liberdade de escolha das atividades sexuais. Sujeito ativo e passivo: Qualquer ser humano (crimes comuns); e Não há nenhuma limitação. Consumação e tentativa: Consuma-se com a realização da conjunção carnal (não precisa ejacular) ou com a feitura do ato libidinoso; Pode acontecer a contravenção penal do art. 61: “Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor: Pena – multa.”; e E se for somente para beijar? Elemento subjetivo: Dolo (direto e eventual); Não há forma culposa. Não importa a motivação dos atos (satisfação da libido, vingança, humilhar a vítima); e Mas, quando for para haurir lucro terá a pena de multa.(venda de Dvd’s pornográficos) Violação sexual mediante fraude Causas de aumento de pena: Art. 226. A pena é aumentada: I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; e II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela. Capítulo VII – Disposições gerais: Aumento de pena Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: III - de metade, se do crime resultar gravidez; e IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. Forma qualificada: Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. “Importunação sexual” Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.” Tal tipificação era reclamada há muito pela comunidade jurídica, eis que não havia um meio-termo entre o crime de estupro (art. 213 do CP) e a contravenção penal de “importunação ofensiva ao pudor”, antes prevista no art. 61 da Lei das Contravenções Penais, e hoje revogada pela própria Lei 13.718/18. Assédio sexual Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. Parágrafo único. § 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. Bem jurídico: Liberdade e dignidade sexual da pessoa humana; Frisa-se a vulnerabilidade do inferior hierárquico; e A pessoa deve decidir com quem, quando, onde e como relaciona-se sexualmente. Assédio sexual Tipo objetivo: Constranger alguém (ameaça expressa ou implícita); Intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual (qualquer ato libidinoso); Ascendência laboral: Relação privada; Superior hierárquico: Relação pública; Cargo ou função: Relações públicas; Emprego: relações privadas; e Líder espiritual e professor perante os alunos? Sim, possível a ocorrência de Assédio Sexual nas relações de ensino, considerando que, dado o caráter privado da ação, depende da ação da vítima. (Nucci/Greco/Capez) Assédio sexual Objeto material: O corpo humano violado com o constrangimento diante da própria liberdade de escolha das atividades sexuais. Sujeito ativo e passivo: Qualquer ser humano; Sujeito ativo: Superior hierárquico/ascendência; Sujeito passivo: Inferior hierárquico/ascendência; e Há de haver a relação de sujeição de autor com vítima. Consumação e tentativa: Consuma-se com a realização dos atos constrangedores; Não precisa ter ocorrido as atividades sexuais; e Tentativa possível. Elemento subjetivo: Dolo com especial fim de agir: “com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual”; e Não há forma culposa. Assédio sexual Causa de aumento de pena: § 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; e Aumento mínimo de 1/6 (como no crime continuado) Ação penal e segredo de justiça: Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça. (vitimização terciária) Competência: Será de competência dos Juizados Especiais Criminais; e Poderá haver a suspensão condicional do processo Dos crimes sexuais contra vulnerável. Estupro de Vulnerável Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 4o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Lei 13.718/18 trouxe ainda um novo parágrafo para o art. 217-A do CP, que é o §5º. Vejamos: Art. 217-A. (…) § 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime. Estupro de vulnerável Sujeito ativo Com as modificações introduzidas pela Lei n. 12.015/2009, o tipo penal passou a abarcar não só a prática de conjunção carnal, mas também de qualquer outro ato libidinoso, possibilitando, assim, que a mulher também seja sujeito ativo desse crime. Sujeito passivo É o indivíduo menor de 14 anos ou aquele que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. Estupro de vulnerável ELEMENTO SUBJETIVO É o dolo, consubstanciado na vontade de ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com indivíduo nas condições previstas no caput ou §1o do artigo. Não é exigida nenhuma finalidade especial, sendo suficiente a vontade de submeter a vítima à prática de relações sexuais. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA Sobre o tema, vide comentários constantes do art. 213 do CP. FORMAS Simples Prevista no caput e § 1o do art. 217- A do Código Penal. Qualificadas Estão contempladas no § 3o: “Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: Pena — reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos” e no § 4o: “Se da conduta resulta morte: Pena —reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos” (CP, art. 217-A). Art 218 Preceitua o art. 218 do Código Penal: “Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: Pena — reclusão, de dois a cinco anos”. ELEMENTOS DO TIPO 3.1. Ação nuclear Consubstancia-se no verbo induzir, que significa persuadir, aliciar, levar o menor, por qualquer meio, a praticar uma ação para satisfazer a lascívia de outrem, ou seja, a atender o desejo erótico de terceiro, por exemplo, convencer o menor a desnudar-se. Lascívia diz com a sensualidade, libidinagem. Satisfação da Lascívia mediante presença de criança ou adolescente Art; 218 - A Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. Art 218-A Classificação doutrinária: crime comum, formal, de forma livre, instantâneo, comissivo (em regra), unissubjetivo e plurissubsistente. Classificação doutrinária: crime comum, formal, de forma livre, instantâneo, comissivo (em regra), unissubjetivo e plurissubsistente. Núcleos do tipo: a) praticar, na presença de alguém menor de 14 (quatorze) anos, conjunção carnal ou outro ato libidinoso diverso: o agente faz sexo (em sentido lato) na presença do vulnerável, sem, no entanto,induzi-lo a presenciar (ex.: em um cinema, com um menor de quatorze na poltrona ao lado, um casal pratica sexo oral). A finalidade especial deve estar presente: a satisfação da própria lascívia ou a de outrem; Art 218-A b) induzir alguém menor de 14 (quatorze) anos a presenciar conjunção carnal ou outro ato libidinoso diverso: nesta hipótese, o agente convence a vítima a presenciar o ato. A finalidade especial (satisfação da lascívia) deve estar presente. Trata-se de tipo penal misto alternativa. Portanto, se, em um mesmo contexto fático, o agente pratica o delito em suas duas formas, ocorrerá um único crime. Contato físico com a vítima: é essencial, para a configuração do crime do art. 218-A, que a vítima não se envolva fisicamente no ato – ela apenas assistirá ao ato sexual. Caso contrário, o crime será o de estupro de vulnerável - CP, art. 217-A. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28003927/artigo-217a-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 Art 218-A Vítima que presencia o ato por webcam: não vejo como afastar a prática do delito do art. 218-A nesta hipótese. Se alguém convence uma pessoa, menor de 14 (quatorze) anos, a assistir conjunção carnal ou ato libidinoso diverso por transmissão em vídeo, pela Internet, é evidente que o objeto jurídico tutelado (a dignidade sexual) será atingido. Para Cleber Masson, a transmissão não precisa ser “ao vivo”, em tempo real: “também é possível que o menor presencie relações sexuais ocorridas em local e tempo diversos, com a finalidade de satisfazer a lascívia de determinada pessoa” (CP Comentado). Por outro lado, caso a vítima, criança (menor de doze anos), seja convencida a se expor, de forma pornográfica (ex.: strip-tease), diante da webcam, desde que presente a finalidade especial (intenção de praticar ato libidinoso), o crime será o do art. 241- D, II, do ECA. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28003202/artigo-241d-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-criança-e-do-adolescente-lei-8069-90 Art 218-A Vítima corrompida: pouco importa o histórico sexual da vítima. Ainda que se prostitua, sendo menor de 14 (quatorze) anos, ocorrerá o crime, caso ela venha a presenciar o ato sexual por dolo do agente. Sujeito ativo: qualquer pessoa, homem ou mulher, inclusive na modalidade conjunção carnal, afinal, o que se pune é a prática do ato sexual na presença do vulnerável. É possível o concurso de pessoas, quando todos os envolvidos na prática sexual tem consciência de que o menor está presente, ou quando todos participam do induzimento. É essencial que o agente tenha consciência de que a vítima é menor de 14 (quatorze) anos. Sujeito passivo: é a pessoa menor de 14 (quatorze) anos, do sexo masculino ou feminino. Os demais vulneráveis, do art. 217-A, § 1o, não foram abrangidos pelo dispositivo. Art. 218-A Elemento subjetivo: é o dolo, com a especial finalidade de satisfação da lascívia (própria ou de outrem). Por ser crime formal, pouco importa se a lascívia foi satisfeita ou não. No momento em que o menor presenciar o ato sexual, o delito estará consumado. Ademais, não se pune a forma culposa. Por isso, se os pais, por descuido, deixam a porta do seu quarto aberta, e o menor presencia o casal fazendo sexo, não haverá a prática do delito. Ação penal: como todos os demais delitos sexuais contra menor de 18 (dezoito) anos, crime de ação penal pública incondicionada - CP, art. 225, parágrafo único. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10610346/artigo-225-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10610306/parágrafo-1-artigo-225-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável Art. 218-B Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. § 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. § 2o Incorre nas mesmas penas: I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; Art. 218-B II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. § 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento Classificação doutrinária: crime comum (exceto na hipótese do § 2o, II), material, de forma livre, instantâneo (“submeter”, “induzir”, “atrair” e “facilitar”) ou permanente (“impedir” e “dificultar”), comissivo (excepcionalmente, omissivo impróprio), unissubjetivo e plurissubsistente. Art. 218-B Previsão no ECA: o art. 218-B, introduzido pela Lei 12.015/09, revogou o art. 244-A do ECA, que tratava sobre a prostituição e a exploração sexual de crianças e de adolescentes. Veja a redação: “Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual”. Conceito etário de vulnerável: para a incidência do art. 217-A (estupro de vulnerável), vulnerável é a pessoa menor de 14 (catorze) anos. Para o art. 218-B, no entanto, vulnerável é o menor de 18 (dezoito) anos. Quanto às pessoas enfermas ou deficientes mentais, sem o necessário discernimento para a prática do ato sexual, os dois crimes acordam pela vulnerabilidade. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-criança-e-do-adolescente-lei-8069-90 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28003190/artigo-244a-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-criança-e-do-adolescente-lei-8069-90 Art 218-B Núcleos do tipo: o art. 218-B é composto por vários verbos nucleares. Entrementes, por se tratar de tipo penal misto alternativo, e não cumulativo, o agente que, em um mesmo contexto fático, pratica mais de uma das condutas previstas no dispositivo, comete um único crime. O delito pode ser praticado das seguintes formas: a) submeter: é a sujeição da vítima, ainda não prostituída, à prostituição; b) induzir: é incutir a ideia, persuadir, convencer a vítima. A vítima, neste caso, também não está prostituída; c) atrair: é o aliciamento à prostituição; Art 218 - B d) facilitar: é o mesmo que simplificar, afastar as barreiras entre a vítima e a prostituição (ex.: conseguir clientes); e) impedir: é o mesmo que obstar, e ocorre quando a vítima é impossibilitada de abandonar a prostituição por conduta do agente; f) dificultar: é a imposição de barreiras entre a vítima e o abandono da prostituição. Portanto, buscou o legislador punir tanto quem torna a vítima prostituta quanto quem impede o abandono da prostituição. Art 218 - B Qualquer outra forma de exploração sexual: o dispositivo pune o agente não somente na hipótese de prostituição, mas por qualquer outra forma de exploração sexual. Sujeito ativo: qualquer pessoa, homem ou mulher – é o proxeneta. O crime é comissivo. Contudo, é possível que alguém venha a praticá-lo por omissão (omissão imprópria), na hipótese do art. 13, § 2º do CP, quando o agente tem o dever legal de impedir a ocorrência do delito (ex.: mãe em relação aos filhos menores de idade). Sujeito passivo: é a pessoa, do sexo feminino oumasculino, menor de 18 (dezoito) anos, ou que, por enfermidade ou doença mental, não tem o necessário discernimento para o ato. A vítima já prostituída pode ser vítima, pois o dispositivo prevê a punição de quem impede ou dificulta o abandono da prostituição. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638340/artigo-13-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638280/parágrafo-2-artigo-13-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40 Art 218-B Elemento subjetivo: é o dolo em praticar as condutas previstas no art. 218-B, não sendo punida a modalidade culposa. Consumação e tentativa: a maior polêmica a respeito do art. 218-B reside em sua consumação. Na modalidade “outra forma de exploração sexual”, não há discussão alguma, pois a exploração pode se dar em uma única oportunidade. Contudo, em relação à prostituição, discute-se a necessidade de sua habitualidade. Desnecessidade da efetiva prostituição: “Da leitura do tipo previsto no artigo 218-B do Código Penal, depreende-se que para a configuração do ilícito em comento não se exige, como aduz o impetrante, que a vítima efetivamente se prostitua, bastando que seja induzida a fazê-lo.” (STJ, HC 247833 / PB, Min. Rel. Jorge Mussi. J. 08.10.2012). http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28003915/artigo-218b-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40 Art 218 - B Menor de 14 (catorze) anos: pode ser vítima do delito. Contudo, caso seja submetida à conjunção carnal ou a ato libidinoso diverso, o crime será de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A), tanto para o aliciador quanto para quem com ela mantém relações sexuais. Ação penal: crime de ação penal pública incondicionada (CP, art. 225, parágrafo único). Erro de tipo (CP, art. 20): em relação ao cliente, é afastada a tipicidade se ele desconhecer o fato de que a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou de que é enferma ou deficiente mental. Quanto ao aliciador, ainda que desconheça a idade da vítima, a sua conduta é típica, pois o CP, em seu artigo 228, pune quem induz ou atrai alguém, maior de 18 (dezoito) anos à prostituição ou outra forma de exploração sexual, bem como quem a facilita, ou quem impede ou dificulte ou seu abandono. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28003927/artigo-217a-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10610346/artigo-225-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10610306/parágrafo-1-artigo-225-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637722/artigo-20-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10609887/artigo-228-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 Art 218-B Local onde se dá o crime: o art. 218-B, § 2º, II pune o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local onde se dá o delito do caput. Não se trata de hipótese de responsabilidade objetiva, pois é essencial que o responsável pelo local tenha conhecimento de que, naquele estabelecimento sob a sua administração, ocorre a prostituição de vulnerável. Causa de aumento de pena (CP, art. 226): “A pena é aumentada: I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela”. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10610242/artigo-226-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 “Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia” Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio – inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave. Este tipo penal visa a coibir a prática do compartilhamento (gratuito ou não) de imagens, vídeos e outros registros audiovisuais que contenham: Cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática; ou Sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia. Cont... Art. 218 (…) Aumento de pena § 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação. Exclusão de ilicitude § 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos.” Questões Túlio praticou ato libidinoso, ao tocar os seios de Cida, e, nesse momento, decidiu estuprá-la. Túlio acabou, então, consumando ambas as condutas contra a mesma vítima e no mesmo contexto. Nessa situação hipotética, Túlio deverá responder. a) Pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor em concurso formal. b) Pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor em concurso material. c) Pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor em continuidade delitiva. d) Por crime único de estupro. e) Por crime único de atentado violento ao pudor. Marque C (Certo) ou E (Errado): a) ( ) Por incidência do princípio da continuidade normativo-típica, é correto afirmar que, no âmbito dos delitos contra a dignidade sexual, as condutas anteriormente definidas como crime de ato libidinoso continuam a ser punidas pelo direito penal brasileiro, com a ressalva de que, segundo a atual legislação, a denominação adequada para tal conduta é a de crime de estupro (DELEGADO-ES, UNB-CESPE, 2010). b) ( ) O agente que, mediante violência, constranger mulher adulta à prática de conjunção carnal e ato libidinoso consistente em sexo oral responderá por dois delitos, em continuidade delitiva (DELEGADO-ES, UNB-CESPE, 2010). c) ( ) Considere a seguinte situação hipotética. João, penalmente responsável, mediante ameaça de arma de fogo, constrangeu José, de dezoito anos de idade, a se despir em sua frente, de modo a satisfazer a sua lascívia. Uma vez satisfeito, João liberou José e evadiu-se do local. Nessa situação hipotética, a conduta de João caracteriza o tipo penal do estupro em sua forma consumada (DELEGADO-ES, UNB-CESPE, 2010). d) ( ) O delito de estupro consiste em modalidade especial de constrangimento ilegal, sendo prevista a possibilidade de o delito ser praticado por mulher contra homem. Nos casos em que o crime de estupro não seja presenciado por nenhuma testemunha nem documentado por outro meio, deve o julgador, a partir da chamada síndrome da mulher de Potifar, ter a sensibilidade para apurar a veracidade dos fatos relatados pela vítima mulher (UNB-CESPE, JUIZ-PB, 2011).Bons Estudos
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