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Crimes contra a dignidade sexual revisado

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Crimes Contra a 
Dignidade Sexual
Fametro
Curso de Direito
Professor: Dario
6° Período
 Título VI – Dignidade sexual: Capítulo 
I: Crimes contra a liberdade sexual (213 
a 216-A); Capítulo II: Crimes sexuais 
contra vulneráveis (217 a 218-B); 
Capítulo III: Revogado; e Capítulo IV: 
Disposições gerais (225 a 226); Capítulo 
V: Lenocínio e tráfico de pessoa para 
fim de prostituição ou outra forma de 
exploração sexual (227 a 230); Capítulo 
VI: Ultraje público ao pudor (233 a 234); 
e Capítulo VII: Disposições gerais (234-A 
a 234-B) 
Introdução aos crimes 
contra a dignidade sexual: 
O título VII do Código Penal 
está dividido em sete capítulos. 
O cap. III (rapto) foi revogado. 
Vamos ver nessa primeiro 
momento, a primeira parte do 
título; 
O que é sexualidade? 
O que é sexo? Gênero? 
O que é libido? 
- O que é Pudor?
Que é sexualidade
 Sexualidade é um termo amplamente abrangente 
que engloba inúmeros fatores e dificilmente se 
encaixa em uma definição única e absoluta.
 Teoricamente, a sexualidade assim como a 
conhecemos, inicia-se juntamente à puberdade ou 
adolescência, o que deve ocorrer por volta dos 12 
anos de idade (Art. 2º - Estatuto da Criança e do 
Adolescente). Entretanto, em prática, sabemos que 
não se configura exatamente desta forma.
 O termo “sexualidade” nos remete a um universo 
onde tudo é relativo, pessoal e muitas vezes 
paradoxal. Pode-se dizer que é traço mais íntimo do 
ser humano e como tal, se manifesta diferentemente 
em cada indivíduo de acordo com a realidade e as 
experiências vivenciadas pelo mesmo.
https://www.infoescola.com/direito/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente/
Cont...
 A noção de sexualidade como busca de prazer, 
descoberta das sensações proporcionadas pelo 
contato ou toque, atração por outras pessoas (de 
sexo oposto e/ou mesmo sexo) com intuito de obter 
prazer pela satisfação dos desejos do corpo, entre 
outras características, é diretamente ligada e 
dependente de fatores genéticos e principalmente 
culturais. O contexto influi diretamente na 
sexualidade de cada um.
 Muitas vezes se confunde o conceito de sexualidade 
com o do sexo propriamente dito. É importante 
salientar que um não necessariamente precisa vir 
acompanhado do outro. Cabe a cada um decidir 
qual o momento propício para que esta sexualidade 
se manifeste de forma física e seja compartilhada 
com outro indivíduo através do sexo, que é apenas 
uma das suas formas de se chegar à satisfação 
desejada.
 Sexualidade é uma característica geral 
experimentada por todo o ser humano e não 
necessita de relação exacerbada com o sexo, uma 
vez que se define pela busca de prazeres, sendo 
estes não apenas os explicitamente sexuais. Pode-se 
entender como constituinte de sexualidade, a 
necessidade de admiração e gosto pelo próprio 
corpo por exemplo, o que não necessariamente 
signifique uma relação narcísica de amor 
incondicional ao ego.
 Existem diferentes abordagens do tema que variam 
de acordo com concepções e crenças convenientes 
a cada um.
 Em alguns lugares pode-se encontrar visões 
preconceituosas sobre o assunto. Em outros, é 
discutido de forma livre e com grande aceitação de 
diferentes olhares ao redor do termo. Algumas 
vertentes da psicologia, como a psicanálise 
Freudiana, consideram a existência de sexualidade 
na criança já quando nasce
 Propõe a passagem por fases (oral ,anal, fálica) que 
contribuem ou definem a constituição da 
sexualidade adulta que virá a desenvolver-se 
posteriormente.
 Seja qual for a sua visão íntima sobre o assunto, é 
interessante que se possa manter uma relação de 
compreensão e aceitação de sua própria 
sexualidade. O esclarecimento de dúvidas e a 
capacidade de se sentir vontade com seus desejos e 
sensações, colabora imensamente ao 
amadurecimento desta, o que gera sensação de 
conforto e evita conflitos internos provenientes de 
dúvidas e medos, gerando uma experiência positiva 
e saudável.
 Fonte : Info Escola
Que é sexo?
 Sexo é o conjunto de características estruturais e 
funcionais segundo os quais um ser vivo é 
classificado como macho ou fêmea, com alguns 
indivíduos sendo classificados como intersexuais. 
Wikipédia
 Sexo é o exercício sexual praticado a partir de 2 
seres, em busca de prazer ou reprodução. 
dicionário informal 
 Sexo está relacionado às distinções anatômicas e 
biológicas entre homens e mulheres. O sexo é 
referente a alguns elementos do corpo como 
genitálias, aparelhos reprodutivos, seios, etc. 
Assim, temos algumas pessoas do sexo feminino 
(com vagina/vulva), algumas pessoas do sexo 
masculino (com pênis) e pessoas intersexuais 
(casos raros em que existem genitais ambíguos ou 
ausentes). Infoescola
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sexo
Gênero
 Gênero é o termo utilizado para designar a 
construção social do sexo biológico. Este conceito faz 
uma distinção entre a dimensão biológica e 
associada à natureza (sexo) da dimensão social e 
associada à cultura (gênero). Apesar das sociedades 
ocidentais definirem as pessoas como homens ou 
mulheres desde seu nascimento, com base em suas 
características físicas do corpo (genitálias), as 
ciências sociais argumentam que gênero se refere à 
organização social da relação entre os sexos e 
expressa que homens e mulheres são produtos do 
contexto social e histórico e não resultado da 
anatomia de seus corpos.
 Identidade de gênero é a experiência subjetiva de uma 
pessoa a respeito de si mesma e das suas relações com 
outros gêneros. Não depende do sexo biológico da 
pessoa, mas de como ela se percebe. Essa identidade 
pode ser binária (homem ou mulher), mas também 
pode ir além dessas representações e rechaçar ambas 
as possibilidades de reconhecimento, sendo assim 
pessoas não-binárias (todos os outros gêneros).
 Fonte: GROSSI, M. P. Identidade de Gênero e 
Sexualidade. Coleção Antropologia em Primeira Mão. 
PPGAS/UFSC, 1998.
 Infoescola
Que é Libido?
 Libido é o substantivo feminino com origem no latim 
libido e que é usado para descrever o desejo ou 
impulso sexual de um homem ou mulher.
 No âmbito da psicologia, a libido é fundamental para 
entender o comportamento humano, porque o 
condiciona e é vista como a energia que direciona os 
instintos vitais.
 Como não está ligada exclusivamente aos órgãos 
genitais, a libido pode ser direcionada em relação a 
uma pessoa, objeto, ao próprio corpo ou a uma 
atividade intelectual.
 No âmbito da psicanálise, de acordo com Freud, a 
libido consiste em uma energia psíquica que resulta 
maioritariamente do instinto sexual e que determina o 
comportamento da vida do homem. Segundo Carl 
Jung, é uma energia ou força vital psíquica.
 Fonte: www.significados.com.br/libido/
O que é Pudor:
Pudor significa ter discrição, recato com algo que se 
diga ou faça, e costuma se referir a timidez ou vergonha 
de exibir o corpo. O pudor é o sentimento que impede 
que a pessoa faça algo considerado moralmente 
indecente, como ficar nu em público, por exemplo.
 Como dito, o pudor está muito relacionado ao corpo 
e com o comportamento derivado de uma 
educação religiosa ou moral bastante severa. Como 
resultado deste fator cultural, um exemplo de pudor é 
quando as mulheres não se vestem de uma maneira 
vulgar, mas sim de modo recatado e discreto, 
conforme está estabelecido moralmente pela 
sociedade.
 Na língua portuguesa a palavra "pudor" surgiu a partir 
do latim pudoris ("vergonha"). A pessoa que tem este 
sentimento recusa-se a chamar atenção para si, em 
especial no que diz respeito ao corpo.
 Fonte: significados.com.br
Estupro: 
 Art. 213. Constranger alguém, mediante 
violência ou grave ameaça, a ter conjunção 
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se 
pratique outro ato libidinoso: 
 Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
 § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de 
natureza graveou se a vítima é menor de 18 
(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena -
reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
 § 2o Se da conduta resulta morte: Pena -
reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos 
Estupro
 Bem jurídico:  Liberdade e dignidade 
sexual da pessoa humana;  A 
sexualidade não tem um dono externo 
à própria pessoa; 
  A pessoa deve decidir com quem, 
quando, onde e como relaciona-se 
sexualmente; e 
  Há uma gradação de envolvimento 
da sexualidade/afetividade: 
sensualidade, sexualidade, erotismo e 
pornografia. 
Estupro
 Ações do tipo:
 1) Constranger alguém; 
 2) Ter conjunção carnal; 
 3) Praticar ato libidinoso (ação); e
 4) Permitir que com ele se pratique 
outro ato libidinoso (omissão). 
Estupro
Objeto material:  O corpo humano 
violado com a restrição da própria 
liberdade de escolha. Principalmente as 
partes pudendas
 (do pudor = vergonha sexual). 
 Sujeito ativo e passivo:  Sujeito ativo e 
passivo: Comum;  Qualquer ser 
humano pode estuprar e ser estuprado; 
 Não há nenhuma limitação a estuprar 
e ser estuprado; e
 Marido pode estuprar esposa, ou há 
“dever conjugal” de fazer sexo com o 
cônjuge? 
Estupro
 Consumação e tentativa:  Consuma-se com a 
realização da conjunção carnal (não precisa 
ejacular) ou com a feitura do ato libidinoso (crime 
material); 
  Pode acontecer a contravenção penal do art. 61: 
“Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao 
público, de modo ofensivo ao pudor: Pena – multa.”; 
e 
  Tentativa possível. 
 Elemento subjetivo:  Dolo (direto e eventual); 
  Não há forma culposa; e 
  Não importa a motivação dos atos (satisfação da 
libido, vingança, humilhar a vítima) 
Estupro
 Modalidades qualificadas:  § 1o Se da conduta 
resulta lesão corporal de natureza grave ou se a 
vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 
(catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) 
anos. 
  § 2o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, 
de 12 (doze) a 30 (trinta) anos; e 
  * Crimes preterdolosos (caso haja dolo nos 
resultados terá concursos de crimes: concurso 
material ou formal). 
Estupro
 Modalidades qualificadas: 
 Lesão corporal: Art. 129. Ofender a integridade 
corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de 
três meses a um ano; 
 Lesão corporal de natureza grave: § 1º Se resulta: I -
Incapacidade para as ocupações habituais, por mais 
de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade 
permanente de membro, sentido ou função; IV -
aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco 
anos; e 
 Lesão corporal de natureza gravíssima: § 2° Se 
resulta: I - Incapacidade permanente para o 
trabalho; II - enfermidade incurável; III - perda ou 
inutilização do membro, sentido ou função; IV -
deformidade permanente; V - aborto: Pena -
reclusão, de dois a oito anos. 
Espécies de estupro
 Não existem tipos de estupro, dispõe o código penal: 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou 
grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar 
ou permitir que com ele se pratique outro ato 
libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
 Pena:..... 
Estupro
 O problema da interpretação é o que é 
estupro? Anteriormente o estupro era 
configurado somente pela conjunção carnal 
(penetração penis/vagina), portanto, era 
impossível que um homem fosse estuprado, pois 
não possui orgão genital feminino, restava 
tipificar como violento atentado ao pudor. 
 Atualmente,(Lei nº 12.015, de 2009) incluído o 
termo qualquer outro ato libidinoso, o sujeito 
passivo comporta os dois sexos, e pode ser 
configurado como estupro ato diverso da 
conjunção carnal, ex. se o agente se esfrega o 
penis, mediante ameaça a vitima pode ser 
considerado estupro. 
Existem os agravantes do resultado do estupro e 
contra quem é cometida a conduta, mas o tipo 
penal é somente um.
Estupro
Causas de aumento de pena: 
  Art. 226. A pena é aumentada:
  I - de quarta parte, se o crime é 
cometido com o concurso de 2 (duas) ou 
mais pessoas; e
  II - de metade, se o agente é 
ascendente, padrasto ou madrasta, tio, 
irmão, cônjuge, companheiro, tutor, 
curador, preceptor ou empregador da 
vítima ou por qualquer outro título tem 
autoridade sobre ela.
 III - revogado
Conti...
 IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é 
praticado:
 Estupro coletivo
 a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;
 Estupro corretivo
 b) para controlar o comportamento social ou sexual 
da vítima.(NR)
Estupro
 Capítulo VII – Disposições gerais: Aumento de pena 
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é 
aumentada: III - de metade, se do crime resultar 
gravidez; e IV - de um sexto até a metade, se o 
agente transmite à vitima doença sexualmente 
transmissível de que sabe ou deveria saber ser 
portador. 
Crime único
 A realização da conjunção carnal e cópula anal 
constituem crime único(Damásio de Jesus). Essa 
alteração da lei 12.015/09 cria um efeito retroativo, 
atingindo hípóteses do juiz ter reconhecido o 
concurso material entre estupro e atentado violento 
ao pudor, podendo haver reconhecimento de crime 
único em fase de execução da pena (art 66, I da 
LEP).
 Atenção: conduta de menor intensidade tipo encosto 
lascivo na vítima, sem constrangimento e em local 
público, há apenas a contravenção de 
importunação ofensiva ao pudor.
 A jurisprudência não exige que a vítima esteja sem 
roupas para caracterizar o crime de estupro, pois o 
toque nos seios, nas nádegas, nas coxas, mesmo com 
as vestes de forma reiterada, caracteriza o crime de 
estupro de vulnerável(antes era atentado violento ao 
pudor).
Violação sexual mediante 
fraude: 
 Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato 
libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro 
meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de 
vontade da vítima: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 
(seis) anos. Parágrafo único. Se o crime é cometido 
com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se 
também multa. 
 Verbos nucleares do tipo: A) Ter conjunção carnal; ou 
B) Praticar outro ato libidinoso com alguém.  Não 
pode ter violência ou grave ameaça: Pois, precisa ser 
mediante fraude ou outro meio que impeça ou 
dificulte a livre manifestação de vontade da vítima 
(distinção do estupro). É o chamado estelionato 
sexual. Ex: simulação do casamento e substituição do 
cônjuge na alcova (na cama, no leito conjugal)
Violação Sexual Mediante 
Fraude
 Outros exemplos:  Líder espiritual; Irmão 
gêmeo; Profissional de saúde; Profissional da 
moda; Falso massagista; Baile de máscaras; 
Mas, quando há uma sedução para a cópula 
alguns seres humanos não mentem (enganam) 
aos outros? (fraude de identidade pessoal 
somente; fraude social não há delito); e  E a 
promessa de presentes? Boa vida? Riqueza? 
Mas, no caso da prostituição? A prostituta 
enganada pode indicar ter havido o presente 
delito? 
 Bem jurídico:  Liberdade e dignidade sexual da 
pessoa humana; e  A pessoa deve decidir com 
quem, quando, onde e como relaciona-se 
sexualmente. 
Violação Sexual Mediante 
Fraude
 Objeto material:  O corpo humano violado com o 
engano da própria liberdade de escolha das 
atividades sexuais. 
 Sujeito ativo e passivo: Qualquer ser humano (crimes 
comuns); e  Não há nenhuma limitação. 
 Consumação e tentativa:  Consuma-se com a 
realização da conjunção carnal (não precisa 
ejacular) ou com a feitura do ato libidinoso;  Pode 
acontecer a contravenção penal do art. 61: 
“Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao 
público, de modo ofensivo ao pudor: Pena – multa.”; 
e E se for somente para beijar? 
 Elemento subjetivo:  Dolo (direto e eventual);  Não 
há forma culposa.  Não importa a motivação dos 
atos (satisfação da libido, vingança, humilhar a 
vítima); e  Mas, quando for para haurir lucro terá a 
pena de multa.(venda de Dvd’s pornográficos)
Violação sexual mediante fraude
 Causas de aumento de pena:  Art. 226. A pena é 
aumentada:  I - de quarta parte, se o crime é 
cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais 
pessoas; e  II - de metade, se o agente é 
ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, 
cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou 
empregador da vítima ou por qualquer outro título 
tem autoridade sobre ela. 
 Capítulo VII – Disposições gerais: Aumento de pena 
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é 
aumentada: III - de metade, se do crime resultar 
gravidez; e IV - de um sexto até a metade, se o 
agente transmite à vitima doença sexualmente 
transmissível de que sabe ou deveria saber ser 
portador. 
 Forma qualificada: Parágrafo único. Se o crime é 
cometido com o fim de obter vantagem econômica, 
aplica-se também multa. 
“Importunação sexual”
 Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência 
ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria 
lascívia ou a de terceiro:
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não 
constitui crime mais grave.”
 Tal tipificação era reclamada há muito pela comunidade 
jurídica, eis que não havia um meio-termo entre o crime 
de estupro (art. 213 do CP) e a contravenção penal de 
“importunação ofensiva ao pudor”, antes prevista no art. 
61 da Lei das Contravenções Penais, e hoje revogada pela 
própria Lei 13.718/18.
Assédio sexual
 Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter 
vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se 
o agente da sua condição de superior hierárquico ou 
ascendência inerentes ao exercício de emprego, 
cargo ou função. Pena - detenção, de 1 (um) a 2 
(dois) anos. Parágrafo único. § 2o A pena é 
aumentada em até um terço se a vítima é menor de 
18 (dezoito) anos. 
 Bem jurídico:  Liberdade e dignidade sexual da 
pessoa humana;  Frisa-se a vulnerabilidade do 
inferior hierárquico; e  A pessoa deve decidir com 
quem, quando, onde e como relaciona-se 
sexualmente. 
Assédio sexual
 Tipo objetivo:  Constranger alguém (ameaça 
expressa ou implícita);  Intuito de obter vantagem ou 
favorecimento sexual (qualquer ato libidinoso); 
Ascendência laboral: Relação privada;  Superior 
hierárquico: Relação pública;  Cargo ou função: 
Relações públicas;  Emprego: relações privadas; e 
Líder espiritual e professor perante os alunos? Sim, 
possível a ocorrência de Assédio Sexual nas relações 
de ensino, considerando que, dado o caráter privado 
da ação, depende da ação da vítima. 
(Nucci/Greco/Capez)
Assédio sexual
 Objeto material:  O corpo humano violado com o 
constrangimento diante da própria liberdade de 
escolha das atividades sexuais. 
 Sujeito ativo e passivo:  Qualquer ser humano; 
Sujeito ativo: Superior hierárquico/ascendência; 
Sujeito passivo: Inferior hierárquico/ascendência; e 
Há de haver a relação de sujeição de autor com 
vítima. 
 Consumação e tentativa:  Consuma-se com a 
realização dos atos constrangedores;  Não precisa 
ter ocorrido as atividades sexuais; e  Tentativa 
possível. 
 Elemento subjetivo:  Dolo com especial fim de agir: 
“com o intuito de obter vantagem ou favorecimento 
sexual”; e  Não há forma culposa. 
Assédio sexual
 Causa de aumento de pena:  § 2o A pena é 
aumentada em até um terço se a vítima é menor de 
18 (dezoito) anos; e  Aumento mínimo de 1/6 (como 
no crime continuado) 
 Ação penal e segredo de justiça:  Art. 225. Nos 
crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, 
procede-se mediante ação penal pública 
condicionada à representação. Parágrafo único. 
Procede-se, entretanto, mediante ação penal 
pública incondicionada se a vítima é menor de 18 
(dezoito) anos ou pessoa vulnerável. Art. 234-B. Os 
processos em que se apuram crimes definidos neste 
Título correrão em segredo de justiça. (vitimização 
terciária) 
 Competência:  Será de competência dos Juizados 
Especiais Criminais; e  Poderá haver a suspensão 
condicional do processo
Dos crimes sexuais contra vulnerável.
Estupro de Vulnerável
 Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato 
libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei 
nº 12.015, de 2009)
 Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela 
Lei nº 12.015, de 2009) 
 § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações 
descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o necessário discernimento 
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, 
não pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015, 
de 2009) 
 § 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza 
grave: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela 
Lei nº 12.015, de 2009) 
 § 4o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
Lei 13.718/18 trouxe ainda um novo parágrafo para 
o art. 217-A do CP, que é o §5º. 
Vejamos:
Art. 217-A. (…)
 § 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º 
deste artigo aplicam-se independentemente do 
consentimento da vítima ou do fato de ela ter 
mantido relações sexuais anteriormente ao crime.
Estupro de vulnerável
 Sujeito ativo
 Com as modificações introduzidas pela Lei n. 
12.015/2009, o tipo penal passou a abarcar não só a 
prática de conjunção carnal, mas também de 
qualquer outro ato libidinoso, possibilitando, assim, 
que a mulher também seja sujeito ativo desse crime.
 Sujeito passivo
 É o indivíduo menor de 14 anos ou aquele que, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tem o 
necessário discernimento para a prática do ato, ou 
que, por qualquer outra causa, não pode oferecer 
resistência.
Estupro de vulnerável
 ELEMENTO SUBJETIVO
 É o dolo, consubstanciado na vontade de ter 
conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com 
indivíduo nas condições previstas no caput ou §1o do 
artigo. Não é exigida nenhuma finalidade especial, 
sendo suficiente a vontade de submeter a vítima à 
prática de relações sexuais.
 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA Sobre o tema, vide 
comentários constantes do art. 213 do CP.
 FORMAS Simples Prevista no caput e § 1o do art. 217-
A do Código Penal.
 Qualificadas
 Estão contempladas no § 3o: “Se da conduta resulta 
lesão corporal de natureza grave: Pena — reclusão, 
de 10 (dez) a 20 (vinte) anos” e no § 4o: “Se da 
conduta resulta morte: Pena —reclusão, de 12 (doze) 
a 30 (trinta) anos” (CP, art. 217-A).
Art 218
 Preceitua o art. 218 do Código Penal: “Induzir alguém 
menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de 
outrem: Pena — reclusão, de dois a cinco anos”.
 ELEMENTOS DO TIPO
 3.1. Ação nuclear 
 Consubstancia-se no verbo induzir, que significa 
persuadir, aliciar, levar o menor, por qualquer meio, a 
praticar uma ação para satisfazer a lascívia de 
outrem, ou seja, a atender o desejo erótico de 
terceiro, por exemplo, convencer o menor a 
desnudar-se. Lascívia diz com a sensualidade, 
libidinagem.
Satisfação da Lascívia mediante presença 
de criança ou adolescente
Art; 218 - A
 Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 
14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, 
conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de 
satisfazer lascívia própria ou de outrem:
 Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art 218-A
 Classificação doutrinária: crime comum, formal, de 
forma livre, instantâneo, comissivo (em regra), 
unissubjetivo e plurissubsistente.
 Classificação doutrinária: crime comum, formal, de 
forma livre, instantâneo, comissivo (em regra), 
unissubjetivo e plurissubsistente.
 Núcleos do tipo: a) praticar, na presença de alguém 
menor de 14 (quatorze) anos, conjunção carnal ou 
outro ato libidinoso diverso: o agente faz sexo (em 
sentido lato) na presença do vulnerável, sem, no 
entanto,induzi-lo a presenciar (ex.: em um cinema, 
com um menor de quatorze na poltrona ao lado, um 
casal pratica sexo oral). A finalidade especial deve 
estar presente: a satisfação da própria lascívia ou a 
de outrem; 
Art 218-A
 b) induzir alguém menor de 14 (quatorze) anos a 
presenciar conjunção carnal ou outro ato libidinoso 
diverso: nesta hipótese, o agente convence a vítima 
a presenciar o ato. A finalidade especial (satisfação 
da lascívia) deve estar presente. Trata-se de tipo 
penal misto alternativa. Portanto, se, em um mesmo 
contexto fático, o agente pratica o delito em suas 
duas formas, ocorrerá um único crime.
 Contato físico com a vítima: é essencial, para a 
configuração do crime do art. 218-A, que a vítima 
não se envolva fisicamente no ato – ela apenas 
assistirá ao ato sexual. Caso contrário, o crime será o 
de estupro de vulnerável - CP, art. 217-A.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28003927/artigo-217a-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
Art 218-A
 Vítima que presencia o ato por webcam: não vejo 
como afastar a prática do delito do art. 218-A nesta 
hipótese. Se alguém convence uma pessoa, menor 
de 14 (quatorze) anos, a assistir conjunção carnal ou 
ato libidinoso diverso por transmissão em vídeo, pela 
Internet, é evidente que o objeto jurídico tutelado (a 
dignidade sexual) será atingido. Para Cleber Masson, 
a transmissão não precisa ser “ao vivo”, em tempo 
real: “também é possível que o menor presencie 
relações sexuais ocorridas em local e tempo diversos, 
com a finalidade de satisfazer a lascívia de 
determinada pessoa” (CP Comentado).
 Por outro lado, caso a vítima, criança (menor de doze 
anos), seja convencida a se expor, de forma 
pornográfica (ex.: strip-tease), diante da webcam, 
desde que presente a finalidade especial (intenção 
de praticar ato libidinoso), o crime será o do art. 241-
D, II, do ECA.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28003202/artigo-241d-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-criança-e-do-adolescente-lei-8069-90
Art 218-A 
 Vítima corrompida: pouco importa o histórico sexual 
da vítima. Ainda que se prostitua, sendo menor de 14 
(quatorze) anos, ocorrerá o crime, caso ela venha a 
presenciar o ato sexual por dolo do agente.
 Sujeito ativo: qualquer pessoa, homem ou mulher, 
inclusive na modalidade conjunção carnal, afinal, o 
que se pune é a prática do ato sexual na presença 
do vulnerável. É possível o concurso de pessoas, 
quando todos os envolvidos na prática sexual tem 
consciência de que o menor está presente, ou 
quando todos participam do induzimento. É essencial 
que o agente tenha consciência de que a vítima é 
menor de 14 (quatorze) anos.
 Sujeito passivo: é a pessoa menor de 14 (quatorze) 
anos, do sexo masculino ou feminino. Os demais 
vulneráveis, do art. 217-A, § 1o, não foram abrangidos 
pelo dispositivo.
Art. 218-A
 Elemento subjetivo: é o dolo, com a especial 
finalidade de satisfação da lascívia (própria ou de 
outrem). Por ser crime formal, pouco importa se a 
lascívia foi satisfeita ou não. No momento em que o 
menor presenciar o ato sexual, o delito estará 
consumado. Ademais, não se pune a forma culposa. 
Por isso, se os pais, por descuido, deixam a porta do 
seu quarto aberta, e o menor presencia o casal 
fazendo sexo, não haverá a prática do delito.
 Ação penal: como todos os demais delitos sexuais 
contra menor de 18 (dezoito) anos, crime de ação 
penal pública incondicionada - CP, art. 225, 
parágrafo único.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10610346/artigo-225-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10610306/parágrafo-1-artigo-225-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
Favorecimento da prostituição ou outra 
forma de exploração sexual de vulnerável
Art. 218-B
 Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou 
outra forma de exploração sexual alguém menor de 
18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, facilitá-la, 
impedir ou dificultar que a abandone:
 Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
 § 1o Se o crime é praticado com o fim de obter 
vantagem econômica, aplica-se também multa.
 § 2o Incorre nas mesmas penas:
 I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato 
libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior 
de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput 
deste artigo;
Art. 218-B
 II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo 
local em que se verifiquem as práticas referidas no 
caput deste artigo.
 § 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito 
obrigatório da condenação a cassação da licença 
de localização e de funcionamento do 
estabelecimento
 Classificação doutrinária: crime comum (exceto na 
hipótese do § 2o, II), material, de forma livre, 
instantâneo (“submeter”, “induzir”, “atrair” e 
“facilitar”) ou permanente (“impedir” e “dificultar”), 
comissivo (excepcionalmente, omissivo impróprio), 
unissubjetivo e plurissubsistente.
Art. 218-B
 Previsão no ECA: o art. 218-B, introduzido pela Lei 
12.015/09, revogou o art. 244-A do ECA, que tratava 
sobre a prostituição e a exploração sexual de 
crianças e de adolescentes. Veja a redação: “Art. 
244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais 
definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição 
ou à exploração sexual”.
 Conceito etário de vulnerável: para a incidência do 
art. 217-A (estupro de vulnerável), vulnerável é a 
pessoa menor de 14 (catorze) anos. Para o art. 218-B, 
no entanto, vulnerável é o menor de 18 (dezoito) 
anos. Quanto às pessoas enfermas ou deficientes 
mentais, sem o necessário discernimento para a 
prática do ato sexual, os dois crimes acordam pela 
vulnerabilidade.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-criança-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28003190/artigo-244a-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-criança-e-do-adolescente-lei-8069-90
Art 218-B
 Núcleos do tipo: o art. 218-B é composto 
por vários verbos nucleares. 
Entrementes, por se tratar de tipo penal 
misto alternativo, e não cumulativo, o 
agente que, em um mesmo contexto 
fático, pratica mais de uma das 
condutas previstas no dispositivo, 
comete um único crime. O delito pode 
ser praticado das seguintes formas: a) 
submeter: é a sujeição da vítima, ainda 
não prostituída, à prostituição; b) induzir: 
é incutir a ideia, persuadir, convencer a 
vítima. A vítima, neste caso, também 
não está prostituída; c) atrair: é o 
aliciamento à prostituição; 
Art 218 - B
 d) facilitar: é o mesmo que simplificar, 
afastar as barreiras entre a vítima e a 
prostituição (ex.: conseguir clientes); e) 
impedir: é o mesmo que obstar, e ocorre 
quando a vítima é impossibilitada de 
abandonar a prostituição por conduta 
do agente; f) dificultar: é a imposição 
de barreiras entre a vítima e o 
abandono da prostituição. Portanto, 
buscou o legislador punir tanto quem 
torna a vítima prostituta quanto quem 
impede o abandono da prostituição.
Art 218 - B
 Qualquer outra forma de exploração sexual: o 
dispositivo pune o agente não somente na hipótese 
de prostituição, mas por qualquer outra forma de 
exploração sexual.
 Sujeito ativo: qualquer pessoa, homem ou mulher – é 
o proxeneta. O crime é comissivo. Contudo, é possível 
que alguém venha a praticá-lo por omissão (omissão 
imprópria), na hipótese do art. 13, § 2º do CP, quando 
o agente tem o dever legal de impedir a ocorrência 
do delito (ex.: mãe em relação aos filhos menores de 
idade).
 Sujeito passivo: é a pessoa, do sexo feminino oumasculino, menor de 18 (dezoito) anos, ou que, por 
enfermidade ou doença mental, não tem o 
necessário discernimento para o ato. A vítima já 
prostituída pode ser vítima, pois o dispositivo prevê a 
punição de quem impede ou dificulta o abandono 
da prostituição.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638340/artigo-13-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638280/parágrafo-2-artigo-13-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
Art 218-B
 Elemento subjetivo: é o dolo em praticar as condutas 
previstas no art. 218-B, não sendo punida a 
modalidade culposa.
 Consumação e tentativa: a maior polêmica a respeito 
do art. 218-B reside em sua consumação. Na 
modalidade “outra forma de exploração sexual”, não 
há discussão alguma, pois a exploração pode se dar 
em uma única oportunidade. Contudo, em relação à 
prostituição, discute-se a necessidade de sua 
habitualidade.
 Desnecessidade da efetiva prostituição: “Da leitura 
do tipo previsto no artigo 218-B do Código Penal, 
depreende-se que para a configuração do ilícito em 
comento não se exige, como aduz o impetrante, que 
a vítima efetivamente se prostitua, bastando que seja 
induzida a fazê-lo.” (STJ, HC 247833 / PB, Min. Rel. 
Jorge Mussi. J. 08.10.2012).
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28003915/artigo-218b-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
Art 218 - B
 Menor de 14 (catorze) anos: pode ser vítima do delito. 
Contudo, caso seja submetida à conjunção carnal ou 
a ato libidinoso diverso, o crime será de estupro de 
vulnerável (CP, art. 217-A), tanto para o aliciador 
quanto para quem com ela mantém relações sexuais.
 Ação penal: crime de ação penal pública 
incondicionada (CP, art. 225, parágrafo único).
 Erro de tipo (CP, art. 20): em relação ao cliente, é 
afastada a tipicidade se ele desconhecer o fato de 
que a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou de que 
é enferma ou deficiente mental. Quanto ao aliciador, 
ainda que desconheça a idade da vítima, a sua 
conduta é típica, pois o CP, em seu artigo 228, pune 
quem induz ou atrai alguém, maior de 18 (dezoito) 
anos à prostituição ou outra forma de exploração 
sexual, bem como quem a facilita, ou quem impede 
ou dificulte ou seu abandono.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28003927/artigo-217a-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10610346/artigo-225-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10610306/parágrafo-1-artigo-225-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637722/artigo-20-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10609887/artigo-228-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
Art 218-B
 Local onde se dá o crime: o art. 218-B, § 2º, II pune o 
proprietário, o gerente ou o responsável pelo local 
onde se dá o delito do caput. Não se trata de 
hipótese de responsabilidade objetiva, pois é 
essencial que o responsável pelo local tenha 
conhecimento de que, naquele estabelecimento sob 
a sua administração, ocorre a prostituição de 
vulnerável.
 Causa de aumento de pena (CP, art. 226): “A pena é 
aumentada: I – de quarta parte, se o crime é 
cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais 
pessoas; II – de metade, se o agente é ascendente, 
padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, 
companheiro, tutor, curador, preceptor ou 
empregador da vítima ou por qualquer outro título 
tem autoridade sobre ela”.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10610242/artigo-226-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
“Divulgação de cena de estupro ou de cena de 
estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de 
pornografia”
 Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou 
expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer 
meio – inclusive por meio de comunicação de massa ou 
sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou 
outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de 
estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua 
prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, 
nudez ou pornografia:
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não 
constitui crime mais grave.
 Este tipo penal visa a coibir a prática do compartilhamento 
(gratuito ou não) de imagens, vídeos e outros registros 
audiovisuais que contenham:
 Cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça 
apologia ou induza a sua prática; ou Sem o consentimento da 
vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia.
Cont...
 Art. 218 (…)
 Aumento de pena
 § 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 
(dois terços) se o crime é praticado por agente que 
mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto 
com a vítima ou com o fim de vingança ou 
humilhação.
 Exclusão de ilicitude
 § 2º Não há crime quando o agente pratica as 
condutas descritas no caput deste artigo em 
publicação de natureza jornalística, científica, cultural 
ou acadêmica com a adoção de recurso que 
impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua 
prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) 
anos.”
Questões
 Túlio praticou ato libidinoso, ao tocar os seios de Cida, 
e, nesse momento, decidiu estuprá-la. Túlio acabou, 
então, consumando ambas as condutas contra a 
mesma vítima e no mesmo contexto.
 Nessa situação hipotética, Túlio deverá responder.
 a) Pelos crimes de estupro e atentado violento ao 
pudor em concurso formal.
 b) Pelos crimes de estupro e atentado violento ao 
pudor em concurso material.
 c) Pelos crimes de estupro e atentado violento ao 
pudor em continuidade delitiva.
 d) Por crime único de estupro.
 e) Por crime único de atentado violento ao pudor.
 Marque C (Certo) ou E (Errado):
 a) ( ) Por incidência do princípio da 
continuidade normativo-típica, é correto afirmar 
que, no âmbito dos delitos contra a dignidade 
sexual, as condutas anteriormente definidas 
como crime de ato libidinoso continuam a ser 
punidas pelo direito penal brasileiro, com a 
ressalva de que, segundo a atual legislação, a 
denominação adequada para tal conduta é a 
de crime de estupro (DELEGADO-ES, UNB-CESPE, 
2010). 
 b) ( ) O agente que, mediante violência, 
constranger mulher adulta à prática de 
conjunção carnal e ato libidinoso consistente em 
sexo oral responderá por dois delitos, em 
continuidade delitiva (DELEGADO-ES, UNB-CESPE, 
2010).
 c) ( ) Considere a seguinte situação hipotética. 
João, penalmente responsável, mediante ameaça 
de arma de fogo, constrangeu José, de dezoito 
anos de idade, a se despir em sua frente, de modo 
a satisfazer a sua lascívia. Uma vez satisfeito, João 
liberou José e evadiu-se do local. Nessa situação 
hipotética, a conduta de João caracteriza o tipo 
penal do estupro em sua forma consumada 
(DELEGADO-ES, UNB-CESPE, 2010).
 d) ( ) O delito de estupro consiste em modalidade 
especial de constrangimento ilegal, sendo prevista 
a possibilidade de o delito ser praticado por mulher 
contra homem. Nos casos em que o crime de 
estupro não seja presenciado por nenhuma 
testemunha nem documentado por outro meio, 
deve o julgador, a partir da chamada síndrome da 
mulher de Potifar, ter a sensibilidade para apurar a 
veracidade dos fatos relatados pela vítima mulher 
(UNB-CESPE, JUIZ-PB, 2011).Bons Estudos

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