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cosmetologia capilar

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Brasília-DF. 
Cosmetologia Capilar: Desenvolvimento 
e presCrição De proDutos
Elaboração
Aline Soares de Almeida
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APrESEntAção ................................................................................................................................. 5
orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 6
introdução.................................................................................................................................... 8
unidAdE i
Folículo Piloso ............................................................................................................................... 11
CAPítulo 1
AnAtomiA e FisiologiA do Folículo Piloso ..................................................................... 11
CAPítulo 2
QuímicA dA FibrA cAPilAr ................................................................................................... 17
unidAdE ii
desordens do Folículo Piloso ..................................................................................................... 24
CAPítulo 1
oleosidAde ......................................................................................................................... 24
CAPítulo 2
Hirsutismo ........................................................................................................................... 29
unidAdE iii
XAmPus, condicionAdores e máscArAs cAPilAres ...................................................................... 31
CAPítulo 1
XAmPus ................................................................................................................................. 31
CAPítulo 2
condicionAdores e máscArAs cAPilAres ....................................................................... 38
CAPítulo 3
condicionAdores sem enXágue ...................................................................................... 41
CAPítulo 4
loções cAPilAres ............................................................................................................... 43
CAPítulo 5
tinturAs cAPilAres............................................................................................................... 46
CAPítulo 6
AlisAntes e Produtos PArA ondulAções PermAnentes ................................................... 53
unidAdE iV
terAPêuticA cosmetológicA cAPilAr ............................................................................................ 57
CAPítulo 1
Ativos esPecíFicos .............................................................................................................. 57
rEfErênCiAS .................................................................................................................................. 62
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao 
profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução 
científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para refl exão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao fi nal, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a � m de que o aluno faça uma pausa e re� ita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele veri� que seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
re� exões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, � lmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
7
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de � xação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e � xação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam veri� car a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certi� cação.
Para (não) � nalizar
Texto integrador, ao � nal do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
introdução
O presente Caderno de Estudos e Pesquisa foi elaborado com o objetivo de propiciar 
conhecimento e direcionamento para os estudos em Cosmetologia Capilar. A disciplina 
visa a oferecer a fundamentação teórica necessária para o desenvolvimento de 
formulações capilares, bem como o direcionamento de cada produto para indivíduos 
distintos, desde elaboração adequada do prontuário até o veículo, incompatibilidades, 
pH, entre outros aspectos
A cada capítulo pensamos nas horas que você dedica ao trabalho destinado às atividades 
educativas, bem como às práticas desenvolvidas no ambiente universitário. Porém, 
você é protagonista da história que estamos construindo. Tenha este Caderno como 
direção, mas não se limite a ele.
Para que uma pessoa seja considerada saudável, não se pode limitá-la a ser ausentada 
de doenças. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2015), a compreensão do termo 
“saúde” deve ser executada de forma ampliada: é “um estado de completo bem-estar 
físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”. A partir desse ponto, a 
estética e todas as suas áreas de atuação são vistas de forma intrínseca e indissolúvel à 
saúde, uma vez que interferem diretamente no comportamento e na apresentação de 
um indivíduo na sociedade, bem como na relação da sociedade com o mesmo.
Entre os ramos da estética, a cosmetologia voltada à área capilar merece destaque 
devido à grande importância dos cabelos desde a Antiguidade. Muito mais que 
proteção ao crânio contra traumatismos e radiações solares, os cabelos desempenham 
importante adorno sexual, o que o levou a seritem de suma importância através dos 
anos em religiões, impérios, culturas, mitologias, modas, tendências, classes sociais 
e ciência. Devido a isso, cabelos com maus tratos e que fogem ao conceito de beleza 
podem interferir a fundo em um indivíduo, sua autoestima e a maneira de se relacionar 
consigo mesmo e com o mundo.
Cabe, portanto, aos estudantes da área de Cosmetologia Avançada, conseguir identificar 
as características particulares de cada indivíduo e agrupá-las ao desenvolvimento de 
formulações e produtos adequados a essas características, a fim de tratar e/ou embelezá-
lo, e assim, fazer a diferença para as pessoas e para o mundo ao seu redor.
Faça a diferença!
Bons estudos!
9
objetivo
 » Compreender:
 › a química da fibra capilar, bem como a anatomia e a fisiologia do 
folículo piloso;
 › as desordens do folículo piloso;
 › as formulações capilares: xampus, condicionadores, máscaras, loções, 
tinturas e produtos para ondulações permanentes;
 › a terapêutica e a farmacoterapêutica das desordens capilares.
11
unidAdE ifolíCulo PiloSo
CAPítulo 1
Anatomia e fisiologia do folículo piloso
O cabelo é descrito à semelhança de uma árvore, em que se considera o 
caule e a raiz invaginada na pele. Essa raiz tem a forma bulbar, o bulbo 
piloso, W situa-se na camada germinativa que é muito irrigada por vasos 
sanguíneos e que assegura a regeneração do pelo e o seu crescimento 
mediante a proliferação dessas células diferenciadas. (BARATA, 1995, 
p.145)
O folículo capilar é uma invaginação da epiderme, sendo composto por duas estruturas: 
um filamento externo à derme (haste) e outro interno à derme (bulbo), conforme 
demonstrado a seguir.
Fig. 1 – esquema do folículo capilar 
(colenci, 2007)
12
unidAdE i │ folíCulo PiloSo
Cada folículo contém glândulas e músculos. É no bulbo capilar que acontecem as 
sínteses e organizações biológicas, além do processo de queratinização e solidificação 
por meio de ligações cruzadas de cistina. As divisões de rápidas células na base do 
folículo, quando empurradas para a parte mais elevada dessa base, formam o cabelo, 
que sofrem enrijecimento e pigmentação.
A histologia da fibra capilar é composta por três componentes principais: as células 
cuticulares, as células corticais, a medula (pode estar presente ou não na fibra capilar) 
e um componente secundário chamado CMC (complexo da membrana celular), como 
são demonstrados nas figuras seguintes (Fig.2, Fig.3 e Fig.4).
Fig. 2 – estrutura geral da fibra capilar: cutícula, córtex e medula 
 (colenci, 2007)
Fig. 3 – estrutura detalhada da fibra capilar 
 (colenci, 2007)
13
folíCulo PiloSo │ unidAdE i
Fig. 4 – esquema representativo da fibra capilar e das subunidades componentes da cutícula e do córtex
(gAmA, 2010)
Cutícula
A cutícula forma a camada externa da fibra capilar e consiste em células justapostas 
(escamas) que são unidas à raiz e percorrem até as pontas dos cabelos. É composta por 
um material proteico e amorfo e suas principais funções são: proteção ao córtex contra 
as agressões externas e tratamentos químicos; transporte de água para o interior da 
fibra capilar; e brilho ao fio, uma vez que possui propriedades friccionais, relacionadas 
à estética.
Complexo da membrana celular
O complexo da membrana celular é responsável pela formação de uma contínua 
fase na fibra capilar, o Complexo da Membrana Celular (CMC) é um dos principais 
14
UNIDADE I │ FolícUlo PIloso
constituintes dos componentes secundários encontrados na fibra capilar. De caráter 
hidrofílico, é constituído principalmente por aminoácidos polares, além de proteínas, 
carboidratos, lipídeos e compostos minerais. Sua principal função é manter as cutículas 
unidas, formando uma rede de canais que permitem a penetração de moléculas para o 
interior da fibra através de difusão.
Vale ressaltar que cada subunidade da cutícula possui um caráter químico e, em 
consequência disso, espera-se um comportamento reativo diferente (hidrofílico ou 
hidrofóbico) frente a cada tratamento com os produtos cosméticos.
Córtex
O córtex ocupa a maioria da composição da fibra dos cabelos (cerca de 70% da massa 
capilar) e é onde são encontradas as moléculas de queratina, o pigmento do cabelo 
que proporciona coloração ao mesmo. Suas células apresentam estrutura oval, ricas 
em cistina, compactas, pouco penetráveis por líquidos em geral. Devido a essas 
propriedades, são pouco reativas quimicamente e menos resistentes à ação de agentes 
oxidantes. 
É subdividido da seguinte forma: macrofibrilas e microfibrilas. A primeira apresenta 
feixes paralelos na estrutura de espiral; é a maior parte do córtex e apresenta em sua 
constituição a matriz (aminoácidos e algumas estruturas) e os feixes de microfibrilas. 
Estas são proteínas fibrosas cristalinas compostas, principalmente, por proteínas 
α-hélice com baixo teor de cistina, denominada α-queratina.
Medula
A medula possui estrutura que pode estar presente ou não. Compreende somente uma 
pequena porcentagem da massa capilar, podendo ser contínua ou fragmentada ao 
longo do eixo da fibra capilar, e não ocorre em fibras finas. Sua função acredita-se ser 
desprezível, não contribuindo em nada quanto às propriedades químicas ou mecânicas 
dos cabelos.
Os folículos pilosos não apresentam crescimento contínuo e cada fibra capilar se encontra 
nas fases do ciclo de crescimento em período de tempo diferente. A próxima imagem 
(Fig.5) mostra as três fases existentes no ciclo capilar, na sua ordem cronológica. 
 » Anágena: Fase ativa de crescimento capilar, dura entre 2 e 6 anos, 
dependendo da região cutânea.
15
Folículo Piloso │ uNiDADE i
 » Catágena: Fase que ocorre regressão no desenvolvimento do pelo por 
meio de apoptose (morte programada) das células localizadas nos dois 
terços inferiores do folículo. Sendo de menor duração, ocorre entre 2 e 3 
semanas.
 » Telógena: Fase em que os cabelos caem e uma nova matriz é formada 
gradualmente, a partir de células germinativas da camada basal da 
protuberância externa da bainha epitelial da raiz do cabelo. Dura de 3 a 
4 meses.
Ao fim do ciclo, um novo fio de cabelo começa a nascer novamente e, assim, inicia-se a 
fase anágena.
Fig. 5 – ciclo de crescimento do cabelo
(gAmA, 2010)
Esse desenvolvimento cíclico dos pelos ocorre de forma contínua durante a vida 
pós-natal e é um processo dinâmico, que permite a remodelagem do pelo, em resposta a 
uma gama de fatores. A adolescência, por exemplo, é uma fase da vida em que os pelos 
ficam normalmente mais espessos, escuros (aumento de pigmentação) e com maior 
crescimento, devido à maior produção de hormônios sexuais masculinos e androgênicos.
Vale ressaltar que a atividade melanogênica dos melanócitos foliculares está diretamente 
relacionada com a fase anágena do ciclo de crescimento da fibra capilar, uma vez que a 
16
unidAdE i │ folíCulo PiloSo
mesma é pigmentada apenas na fase de crescimento. Na fase catágena, a formação de 
melanina é interrompida e permanece ausente também na fase telógena.
Tanto a pigmentação quanto o crescimento da fi bra capilar são infl uenciados 
intrinsecamente por alguns fatores: condições metabólicas e estado nutricional, 
localização e distribuição no corpo, diferenças étnicas e de gênero (na espécie), níveis 
hormonais, alterações genéticas e faixa etária.
Qual a taxa de crescimento anual e a quantidade de � os que é perdida por dia 
em um indivíduo normal? Pesquise sobre o assunto.
17
CAPítulo 2
química da fibra capilar
O cabelo é formado fundamentalmente por proteínas, sendo a quantidade variada 
conforme o estado dos cabelos (de 65% a 95%). O principal constituinte da fibra capilar 
é a queratina (cerca de 85%), mais especificamente a α-queratina.
Queratinas são sistemas celulares naturais de proteínas fibrosas ligadas transversalmente 
pelo enxofre de resíduos cisteicos, ou seja, as queratinas são formadas por cadeias 
polipeptídicas que se extinguem de outras proteínas por seu alto teor de pontes de 
dissulfeto(S – S) provenientes do aminoácido cistina, o que lhes conferem propriedades 
mecânica, térmica e química da fibra capilar. As ligações pontes de dissulfeto ocorrem 
entre a cisteína (Fig.6) de uma cadeia com a cisteína de outra cadeia e se responsabilizam 
também pelo grau de ondulação dos cabelos.
As pontes dissulfeto formam uma rede tridimensional com alta densidade de ligações 
cruzadas, proporcionando ao cabelo uma alta resistência ao ataque químico. A redução 
dessas ligações causa mudanças nas propriedades mecânicas do fio.
Para alisar os cabelos, utiliza-se a técnica de reduzir as ligações e posteriormente 
oxidá-las, proporcionando um novo arranjo das ligações cruzadas das pontes de 
dissulfeto (S – S). O mesmo se dá para o processo de ondulação dos fios. O que difere 
um processo do outro é simplesmente a forma como será feito o rearranjo das ligações.
A cistina (Fig.7) é o aminoácido que se apresenta em maior quantidade na queratina, 
além de ser o mais reativo também, conferindo a extrema resistência e insolubilidade 
da queratina. A cistina possui, em sua composição, dois grupos NH2 e dois grupos 
COOH, podendo participar de duas cadeias polipeptídicas interligadas por ligações de 
dissulfeto do aminoácido (ligações intercadeias).
18
unidAdE i │ folíCulo PiloSo
Fig. 6 – Forma estrutural da cisteína
(PubcHem, 2015)
Fig. 7 – Forma estrutural da cistina 
 (PubcHem, 2015)
O que difere a cisteína da cistina? Isso interfere no tipo de ligação e/ou interação 
química entre elas? Quando essa transformação química é proposital?
Em estudos de difração de raio-X, demonstrou-se que a queratina pode estar em 
duas estruturas cristalinas distintas: a α-queratina e a β-queratina. A α-queratina 
(Fig.8) apresenta estrutura helicoidal, está em maior concentração e é responsável 
pela estabilidade longitudinal da fi bra capilar. A estrutura β (Fig.9) contém cadeias 
estendidas em um arranjo de folhas pregueadas. Essas estruturas são estabilizadas pela 
formação de ligações de hidrogênio entre as cadeias polipeptídicas. A estrutura α é mais 
elástica e menos resistente mecanicamente que a estrutura β. A conformação em hélice 
é mais estável porque permite a formação de pontes de hidrogênio.
19
Folículo Piloso │ uNiDADE i
Fig. 8 – Estrutura da α-queratina
(colenci, 2007)
Fig. 9 – Estrutura da α-queratina
(colenci, 2007)
A estrutura dos cabelos é formada não apenas por ligações peptídicas e pontes de 
dissulfeto, mas também por ligações de hidrogênio entre os grupos NH e CO de cadeias 
polipeptídicas paralelas ou adjacentes. Essas ligações são numerosas, o que significa muito 
para a estabilização da estrutura proteica. As ligações salinas são resultados de interações 
entre grupos básicos de cadeias laterais de aminoácidos (íons amônio positivamente 
carregados) e grupos de ácidos de cadeias laterais de aminoácidos (grupos carboxila 
negativamente carregados) da mesma cadeia helicoidal ou de outra cadeia.
As ligações salinas e de hidrogênio também estão presentes e são extensivamente 
existentes entre as proteínas moleculares do cabelo, porém a força dessas ligações é 
fraca e facilmente afetada por um conteúdo de água nos cabelos.
20
unidAdE i │ folíCulo PiloSo
A seguir, as principais ligações existentes na fi bra capilar (Fig.10).
Fig. 10 – representação das principais ligações existentes na fibra capilar 
 (colenci, 2007)
As ligações ao longo da � bra capilar apresentam diferentes forças. Isso é positivo 
ou negativo para os tratamentos e processos capilares?
diferenças das fibras capilares quanto à etnia
Existe uma grande variação quanto à forma e à cor das fi bras capilares, que é explicada 
de acordo com a genética de cada indivíduo e, portanto, é reconhecida de acordo com a 
etnia a qual ele pertence.
O formato do cabelo determina o grau de brilho e a efi ciência de gordura em recobrir 
os fi os (oleosidade). O cabelo liso possui mais brilho do que o cacheado, permitindo 
refl exão máxima de luz e movimentação facilitada de gordura pela fi bra capilar.
Existem três tipos diferentes de cabelos, e esses três tipos não são apenas diferentes na 
aparência, mas também se diferem em suas respostas aos danos físicos e químicos.
21
folíCulo PiloSo │ unidAdE i
 » Cabelos asiáticos: Nascem perpendicularmente ao couro cabeludo, 
o que resulta em fios totalmente retos. Suas fibras são mais grossas e 
possuem um formato cilíndrico, constituindo o maior diâmetro entre as 
etnias existentes. A taxa de cabelo de crescimento dos cabelos asiáticos é a 
mais rápida dos três grupos e são cabelos que se apresentam na coloração 
castanho-escuro a preto, devido à presença de eumelanina.
 » Cabelos caucasianos: O mais variado entre as etnias, o cabelo 
caucasiano pode possuir formas onduladas ou retas. Suas fibras possuem 
um formato mais oval e crescem em um ângulo oblíquo em relação ao 
couro cabeludo. As fibras apresentam o menor diâmetro e este, por sua 
vez, demonstra bastante variação. A coloração varia do castanho-escuro 
ao louro, devido à presença de feomelanina.
 » Cabelos africanos: São cabelos bastante ondulados, o que resulta em 
cabelos mais secos, devido à menor atividade das glândulas sebáceas, 
além da distribuição irregular da oleosidade no decorrer da fibra capilar. 
Este grupo é o que apresenta menor taxa de crescimento dos cabelos. A 
composição de aminoácido é semelhante às dos demais grupos, mas a 
disposição dos aminoácidos que contém átomos de enxofre é diferente, 
sendo responsável pelas variações estruturais. As cutículas são mais 
torcidas em suas bordas, o que facilita facilmente a sua danificação neste 
ponto. Essa forma curiosa é a razão para a vulnerabilidade do cabelo 
africano aos processos químicos e físicos. Suas fibras possuem um formato 
elíptico e também apresentam menor conteúdo de água. A coloração do 
cabelo africano varia do castanho escuro ao preto, devido à presença de 
eumelanina, como nos asiáticos.
Fig.11 – imagem de fibras capilares de asiáticos, caucasianos e africanos, respectivamente, e a demonstração 
das fibras dois dias após a raspagem dos cabelos 
22
unidAdE i │ folíCulo PiloSo
 (colenci, 2007).
A figura, a seguir (Fig.12), apresenta a secção central dos três grupos: asiático, caucasiano 
e africano, e a tabela seguinte (Tab.1) apresenta, de forma resumida, a estrutura desses 
grupos étnicos.
Fig. 12 – secção central dos três grupos de fibra capilar 
 (colenci, 2007)
tab. 1 – estrutura dos três tipos étnicos de cabelos e suas particularidades 
 (colenci, 2007)
23
folíCulo PiloSo │ unidAdE i
Até que ponto as ligações químicas interferem na estrutura de um � o capilar? 
Esse arranjo, devido às ligações químicas, pode proporcionar algum tipo de 
proteção a agentes externos, como físico e/ou químico?
24
unidAdE iidESordEnS do 
folíCulo PiloSo
CAPítulo 1
oleosidade
As glândulas sebáceas estão anexas a cada folículo piloso. Sua repartição em relação ao 
corpo não é homogênea, sendo que a maior densidade de glândulas situa-se no rosto e, 
em particular, no couro cabeludo e na região médio-facial (400 a 900/cm²). Desprovida 
de inervação, essas glândulas são cercadas por uma rica rede vascular, fator importante 
no desencadeamento de produção e secreção de sebo, uma vez que são controladas 
pelos hormônios.
A secreção sebácea é estimulada pelos andrógenos, sendo a DHT o hormônio 
biologicamente ativo, como no pelo.
O papel do sebo ou óleo na pele confunde-se com o da película cutânea de superfície, do 
qual é um dos constituintes. Além de proteção aos pelos, contribui para a manutenção 
da água na camada córnea da pele, minimiza os efeitos dos raios solares e também 
desempenha a função de caracterizar o odor específico de cada indivíduo.
Apesar de todos esses benefícios, quando essa produção é acentuada, o que ocorre em 
indivíduos de pele oleosa – e cabelos oleosos também, uma vez que a glândula está 
localizada na invaginação no folículo – esse acúmulo de óleo pode trazer malefícios. A 
pele oleosaapresenta os poros dilatados e maior tendência à formação de acne, cravos e 
espinhas. Além da herança genética, contribuem para a oleosidade da pele fatores como 
alterações hormonais, excesso de sol, estresse e uma dieta rica em alimentos com alto 
teor de gordura.
A oleosidade é um dos fatores mais presentes nas desordens que um folículo piloso 
possa vir a ter: está presente na alopecia, na dermatite seborreica e na caspa, impedindo 
um crescimento saudável da fibra capilar. Além disso, a oleosidade permite uma maior 
sujidade do cabelo pela própria aderência da sujeira, da poeira, com o óleo existente no 
cabelo. Assim, a propensão a infecções fúngicas e bacterianas se torna mais suceptível. 
25
dESordEnS do folíCulo PiloSo │ unidAdE ii
Dessa forma, o controle da oleosidade é fundamental na higiene e no cuidado e 
prevenção dessas patologias.
A oleosidade capilar é um ponto positivo ou negativo? Por quê?
Patologias
Alopécia
A alopécia é uma doença caracterizada por queda temporária, parcial ou total, dos 
cabelos ou dos pelos do corpo todo. A distinção desta pela calvície é porque, nessa 
condição, a perda é apenas dos cabelos.
As causas para essa doença podem ser várias.
 » Efl úvio telógeno: Perda difusa dos pelos com redução da densidade 
pilosa (pós-parto, doenças autoimunes, problemas nutricionais, 
estresse, medicamentos – contraceptivos, heparina, betabloqueadores, 
quimioterápicos).
 » Efl úvio anágeno: Queda difusa dos pelos, incluindo os pelos em fase de 
crescimento (doenças infecciosas agudas, quimioterapia, radioterapia, 
intoxicação).
 » Alopecia cicatricial: Destruição dos folículos pilosos (infecções, 
colagenoses, neoplasias, agentes físicos ou químicos).
 » Alopecia androgenética: Calvície de padrão masculino; esse tipo 
acontece por estímulos dos hormônios masculinos nas raízes pilosas 
(androgênios). Apesar de ocorrer mais em homens, ocorre em mulheres 
também. É determinada através da genética (autossômica dominante).
 » Alopecia aerata: Perda de pelos em placas, sem sinais infl amatórios 
ou atrofi a da pele (doenças autoimunes, infecções, fatores emocionais ou 
endócrinos) (Fig.13).
 » Alopecia de tração: Perda pilosa irregular (tricotilomania, faixas ou 
fi tas apertadas na cabeça).
26
unidAdE ii │ dESordEnS do folíCulo PiloSo
 » Tinha da cabeça: Infecção fúngica.
 » Dermatite seborreica: Fator agravante nos casos de alopécia.
Fig. 13 – Alopecia aerata feminina na cabeça
(nordic, 2015).
Caspa
A caspa é um tipo de micose superficial. Apesar de bastante comum e não ameaçar 
a vida, essa desordem capilar incomoda bastante o portador. A maioria das micoses 
superficiais é causada por fungos comensais. 
Ocasionalmente fungos patogênicos são transmitidos por contato direto, como, por 
exemplo, algumas infecções de tinea, que são transmitidas por animais. Os fungos 
filamentosos dermatófitos, representados por três gêneros: Trichophyton, Microsporum 
e Epidermophyton, e os leveduriformes do gênero Candida, agentes etiológicos dessas 
micoses, possuem a capacidade de digerir a queratina presente na pele e seus anexos, 
podendo ou não desencadear resposta inflamatória. A Malassezia spp., também agente 
de micose superficial estrita, é componente da microbiota normal da pele e do couro 
cabeludo, e apesar de não queratinolítica, utiliza restos epiteliais e produtos de excreção 
para o seu desenvolvimento.
Uma vez que a cura espontânea das micoses é pouco provável, é necessário instaurar 
o tratamento tópico e/ou sistêmico, normalmente centralizado no uso de antifúngicos. 
Realizado por longos períodos, requer persistência por parte do paciente.
O desenvolvimento excessivo de um fungo comensal leveduriforme, Pityrosporum 
(Malassezia) ovale está relacionado com a ocorrência de caspa, uma das alterações 
mais comuns que acometem o couro cabeludo. Estima-se que 50% da população adulta 
apresentem este problema, que se caracteriza por descamação excessiva, difusa e visível 
do couro cabeludo, normalmente com irritação e coceira local (Fig.14).
O tratamento é realizado pelo uso de produtos para o cuidado diário dos cabelos, 
denominados anticaspas, podendo também conter agentes antifúngicos.
27
dESordEnS do folíCulo PiloSo │ unidAdE ii
Fig. 14 – caspa 
 (Produtos, 2015).
dermatite seborreica
A dermatite seborreica ou eczema seborreico é uma afecção inflamatória crônica 
que afeta as áreas cutâneas mais ricas em glândulas sebáceas, principalmente couro 
cabeludo e face e, eventualmente, dobras.
A doença não tem uma causa conhecida, mas vários fatores estão relacionados 
intrinsecamente a ela, como história familiar, condições ambientais, calor, estímulos 
androgênicos, agentes microbianos, tensão emocional, doença de Parkinson, 
alcoolismo, alimentos muito condimentados, diabetes, obesidade, AIDS e presença do 
fungo Pityrosporum ovale.
Os sinais e sintomas da doença são os seguintes.
 » Crosta láctea: eritema e descamação do couro cabeludo (em crianças).
 » Erupção na região das fraldas e/ou axilas (em crianças).
 » Prurido.
 » Manchas e placas com margens imprecisas localizadas nas áreas pilosas 
ricas em glândulas sebáceas (Fig.15) (couro cabeludo, margens do couro 
cabeludo, sobrancelhas, margens das pálpebras, pregas nasolabiais, 
orelhas, dobras retroauriculares, área pré-esternal, parte superior das 
costas).
 » Aspecto avermelhado e vitrificado da pele nas dobras cutâneas.
 » Comprometimento bilateral e simétrico.
 » Descamação intensa.
28
unidAdE ii │ dESordEnS do folíCulo PiloSo
 » Evolução para eritrodermia (em alguns casos).
O diagnóstico é feito pelo médico a partir de dados clínicos.
Fig. 15 – dermatite seborreica localizada no couro cabeludo 
 (melHor, 2015)
A dermatite seborreica apresenta alguma(s) semelhança(s) com a caspa? Você 
seria capaz de apontá-la(s)?
29
CAPítulo 2
Hirsutismo
O hirsutismo ou hipertricose é um aumento de quantidade de pelos na mulher, com 
características masculinas e em locais usuais ao homem (queixo, buço, abdome inferior, 
ao redor de mamilos, entre os seios, glúteos e parte interna das coxas) (Fig.16).
No hirsutismo, provocado por níveis elevados de testosterona, observam-se calvície 
temporal, acne, aumento da musculatura, alteração da libido, voz mais grave, entre 
outros sinais e sintomas, compondo o quadro de virilização.
As causas para essa desordem são variadas.
 » Distúrbios genéticos.
 » Neoplasias produtoras de hormônios masculinos.
 » Síndrome de ovários policísticos: produção aumentada de androgênios 
ovarianos.
 » Doença de Cushing: distúrbio no metabolismo dos corticoides.
 » Hiperplasia e neoplasia das suprarrenais: produção aumentada de 
androgênios.
 » Pós-menopausa e pós-ooforectomia: insuficiência ovariana.
 » Medicamentos.
 » Etiologia indefinida.
Embora seja raro, o hirsutismo costuma afetar as mulheres durante os anos férteis e 
após a menopausa, uma vez que está associado à irregularidade menstrual, a alterações 
hormonais, à infertilidade e à acne.
30
unidAdE ii │ dESordEnS do folíCulo PiloSo
Fig. 16 – Hirsutismo na face
(Forum, 2015)
Existe(m) alguma(s) característica(s) que é(são) comum(ns) entre as desordens 
foliculares apresentadas nesta Unidade?
31
unidAdE iii
XAMPuS, 
CondiCionAdorES 
E MáSCArAS 
CAPilArES
CAPítulo 1
Xampus
Os xampus atualmente consistem um dos principais produtos de higiene pessoal 
para todos os segmentos da população. Sua função básica é a remoção de oleosidade 
excessiva, células mortas, resíduos de poluição, de cosméticos e demais sujidades, que 
se faz por meio do principal tensoativo da formulação, deixando os cabelos suaves, 
flexíveis, brilhantes e fáceis de pentear. É um produto apresentado sob a forma de 
líquido transparente (o mais utilizado) ou opaco, de creme ou espuma de pressão.
Como o mercado conta cada vez mais com consumidores bem informados e exigentes, 
o xampu tem ido além de sua principal finalidade de limpar os cabelos. Para o 
desenvolvimento de novas formulações, é de suma importânciaa avaliação de alguns 
parâmetros físico-químicos do produto, entre os quais se destacam o volume e a 
estabilidade da espuma produzida, o pH e a viscosidade.
Para o desenvolvimento de um bom produto, as formulações de xampus necessitam ter: 
tensoativos, espessantes, sobre-engordurantes, estabilizantes de espuma, sequestrantes, 
perolantes (opcional), conservantes, reguladores de pH, essências e corantes, aditivos 
e diluente.
tensoativos
Tensoativo é um tipo de molécula que apresenta uma parte com característica apolar 
ligada à outra parte, com característica polar. Dessa forma, esse tipo de molécula é 
polar e apolar ao mesmo tempo. Para representar esse tipo de molécula, usa-se 
tradicionalmente a figura de uma barra (que representa a parte apolar da molécula – 
portanto solúvel em hidrocarbonetos, óleos e gorduras) e um círculo (que representa a 
sua parte polar, solúvel em água), como representado na Figura 17.
32
unidAdE iii │ XAMPuS, CondiCionAdorES E MáSCArAS CAPilArES
Fig. 17 – representação esquemática de uma molécula de tensoativo com suas partes apolar e polar
(dAltin, 2011)
A parte apolar de um tensoativo normalmente tem origem em uma cadeia carbônica 
(linear, ramificada ou com partes cíclicas), pois os carbonos dessa cadeia, apesar 
de serem mais eletronegativos que os átomos de hidrogênio, não formam polos de 
concentração de carga eletrostática. A parte polar deve ser formada por alguns átomos 
que apresentem concentração de carga, com formação de um polo negativo ou positivo. 
Essa parte polar é responsável pela solubilidade da molécula em água, pois as cargas 
(negativas ou positivas) apresentam atração eletrostática pelas moléculas de água 
vizinhas, já que estas apresentam cargas negativa e positiva na mesma molécula. 
Portanto, para ser solúvel em água, um tensoativo deve apresentar cargas, sejam elas 
negativas ou positivas.
Equilíbrio hidrófilo-lipófilo (EHl)
Essa medida representa o balanço entre a fração hidrofílica e lipofílica da molécula 
do tensoativo. Demonstra uma escala numérica de 1 a 20 e permite a classificação do 
tensoativo de acordo com a solubilidade em solventes polares e/ou apolares, sendo que 
os valores de EHL aumentam de acordo com a hidrofilia da molécula. É utilizado para 
determinar o tipo de emulsão que o agente tensoativo tende a produzir. Os tensoativos 
devem apresentar valor de EHL equivalente ao da fase dispersa, para mantê-la estável 
na fase dispersante.
tab.2 – escala de griffin 
Comportamento Faixa de EHL
Agentes antiespuma 1-3 (EHL baixo)
Emulsificantes (Tensoativos) A/O 3-6
Agentes molhantes 7-9
Emulsificantes (Tensoativos) O/A 8-18
Detergentes 13-16
Agentes solubilizantes 16-20 (EHL alto)
(PortAl, 2015)
33
XAMPuS, CondiCionAdorES E MáSCArAS CAPilArES │ unidAdE iii
Os xampus apresentam moléculas anfi fílicas em sua composição (tensoativos), no 
qual sua parte apolar se adsorve às moléculas de hidrocarbonetos, representadas pelas 
sujidades e gorduras existentes no cabelo, enquanto sua parte polar, hidrofílica, é 
forçada a se dissolver na água, fazendo a remoção da sujeira durante o enxágue dos fi os.
Os tensoativos podem ser assim classifi cados.
 » Não iônicos: Possuem um radical hidrófobo e um hidrófi lo. São 
considerados bons emulsionantes, umectantes ou solubilizantes. Ex.: 
Alcanolamidas de ácidos graxos.
 » Catiônicos: Apresentam em solução íons tensoativos positivos, pois 
o radical hidrófobo é um cátion. Possuem características bactericidas e 
antissépticas, sendo sua aplicação um complemento no tratamento dos 
cabelos.
 » Anfóteros: Trata-se de produtos em que o meio ácido forma cátions 
positivos e, em meio alcalino, ânions carregados negativamente. São 
utilizados na preparação de xampus não irritantes para as mucosas, 
como xampu infantil ou associado a outros detergentes, o que confere ao 
produto fi nal efeitos especiais. Ex.: Betaína (ácidos graxos clorados e a 
trimetilamina).
 » Aniônicos: Apresenta como radical ativo, um ânion. De todos os 
detergentes, atualmente, são os mais usados. Devem possuir de 12 a 16 
carbonos, característica que proporciona um melhor poder detergente 
e espumante. Ex.: Lauril Sulfato de Sódio (LSS), Lauril Éter Sulfato de 
Sódio (LESS), Lauril Éter Sulfato de Trietanolamina (LEST).
1. Como se organizam as moléculas de tensoativo com as moléculas hidrofílica 
e hidrofóbica, considerando a estabilidade química de um sistema? 
2. O que são micelas? 
3. Por que as moléculas apolares (sujidade), após absorvidas pelo tensoativo, 
não retornam sua interação química (� xação) com o cabelo?
4. Um xampu que proporciona mais espuma tem poder de limpeza melhor que 
outro que oferece menos espuma?
5. Como os tensoativos são utilizados em outros tipos de formulação?
34
unidAdE iii │ XAMPuS, CondiCionAdorES E MáSCArAS CAPilArES
Espessantes
Um bom xampu deve apresentar viscosidade adequada, e o pH dessas formulações 
também são de grande importância para preservar a saúde do fi o do cabelo. 
Normalmente, o espessamento ocorre por dois tipos de processos.
1o Processo: Modifi cação dos parâmetros reológicos do sistema água-
tensoativo mediante adição de eletrólitos (NaCl, NH4Cl, Na2SO4) ou de 
amidas de ácido graxos. O aumento da viscosidade não é proporcional 
ao aumento dos eletrólitos; chega a um ponto máximo, depois decresce.
2o Processo: Incorporação de substâncias espessantes convencionais, 
tais como: gomas (adraganta, arábica), derivados da celulose, polímeros 
carboxivinílicos (carbopol), álcool polivinílico e derivados de PVP. Sua 
adição não é sempre conveniente, pois pode se separar quando em 
repouso.
tab. 3 – concentração de substâncias para elaboração de xampu conforme 1o Processo 
(mottA, 2007)
Observe, no Grá� co, as porcentagens de cada substância, de acordo com o tipo 
de cabelo. Depois da análise, pode-se supor o efeito de cada ativo?
35
XAMPuS, CondiCionAdorES E MáSCArAS CAPilArES │ unidAdE iii
Para garantir essa viscosidade ideal, o agente espessante mais empregado é o cloreto 
de sódio, que tem o poder de aumentar a viscosidade do produto através da interação 
com os agentes tensoativos sem que se ultrapassem limites, embora haja atualmente 
um apelo comercial sobre o não uso desse agente, com a teoria de danificação capilar 
produzida por ele, principalmente na manutenção de cabelos quimicamente tratados.
A seguir, uma Tabela (Tab.4) com as características de incompatibilidade de alguns 
espessantes relacionados a outros agentes.
tab. 4 – incompatibilidade dos espessantes com outros agentes
(cHiroli, 2013)
36
unidAdE iii │ XAMPuS, CondiCionAdorES E MáSCArAS CAPilArES
1. Qual a parcela de dani� cação relacionada aos íons de sal em um xampu (NaCl 
Na+ + Cl-), cuja concentração para espessamento é de 0,5%-2%, em relação 
ao cabelo que sofreu processo químico de alisamento em pH entre 9,5-13,0?
2. De todos os espessantes demonstrados na Tabela, qual(is) é(são) o(s) que 
apresenta(m) menor(es) incompatibilidade(s)?
3. Como se organizam as moléculas do xampu após a modi� cação dos 
parâmetros reológicos no sistema água-tensoativo com a inserção dos 
eletrólitos? As interações químicas são aumentadas ou diminuídas?
4. Por que o aumento da viscosidade não é proporcional ao aumento 
desses eletrólitos? Procure e discuta sobre como seria um grá� co sobre a 
Concentração de Eletrólitos x Viscosidade da Formulação.
Aditivos capilares
São todos os ativos acrescentados ao produto, a fi m de promover a sua caracterização. 
Por exemplo: com o acréscimo de extrato de algas marinhas em uma formulação de 
xampu para cabelos normais obtém-se “Xampu de Algas Marinhas (Cabelos Normais)”. 
Da mesma forma acontece com outros aditivos, cada um com sua especifi cidade.
 » Jaborandi: Amplamente usado para fortalecimento capilar, o jaborandi 
se apresenta como um produto antiqueda.
 » Calêdula, hamamélis, arnica, hortelã: São substâncias para cabelos 
oleosos, porque ajudam na diminuição e na regulação da oleosidade.
 » Jojoba,abacate, karité, óleo de argan, tutano, óleo de ojon: São 
aditivos utilizados para cabelos secos, pois melhoram a oleosidade da 
formulação devido ao poder sobre-engordurante que têm.
 » Camomila: É um aditivo utilizado normalmente com função clareadora.
 » Aloe Vera: É um excelente umidifi cador e hidratante de cachos.
É importante ressaltar que deverão ser rigorosamente observados: solubilidade do 
ativo ao produto, estabilidade, compatibilidade com o restante da formulação etc.
37
XAMPuS, CondiCionAdorES E MáSCArAS CAPilArES │ unidAdE iii
Apresentação dos xampus
Os xampus podem apresentar algumas características que definem a sua classificação.
 » Xampus líquidos:
 › xampus líquidos transparentes;
 › xampus líquidos opacos: 
 · com brilho pérola (perolados);
 · sem brilho pérola.
 » Xampus cremosos:
 › com brilho pérola (perolados);
 › sem brilho pérola.
 » Xampus em forma de gel:
 › transparentes;
 › opacos:
 · com brilho pérola (perolados);
 · sem brilho pérola.
 › quanto ao efeito sobre o couro cabeludo:
 · para cabelos normais;
 · para cabelos oleosos;
 · para cabelos secos;
 · para casos especiais.
Normalmente, utiliza-se a formulação transparente em xampus para cabelos oleosos, 
enquanto a formulação perolada, para cabelos secos. A não utilização de corantes nas 
formulações tem sido associada, atualmente, a produtos com finalidade profissional, o 
que agrega valor a eles.
38
CAPítulo 2
Condicionadores e máscaras capilares
Mecanismo de condicionamento
Condicionadores são substâncias que visam a desembaraçar, facilitar o penteado, 
reduzir a agressão dos efeitos físicos e químicos aos quais os cabelos são submetidos 
diariamente, como o simples ato de pentear. Além do mais, mantém a aparência 
cosmética do fio, sua maciez e diminui o aspecto esvoaçado (efeito antifrizz). 
Compõem-se de óleos vegetais e minerais, ceras, álcool de cadeia longa, substâncias 
catiônicas (carregadas positivamente), triglicerídeos, ésteres, silicones e ácidos graxos.
A intenção é a ligação dessas substâncias nos pontos agredidos na cutícula e no 
córtex. As ligações e interações dos componentes dos cosméticos com a queratina são 
influenciadas por carga elétrica do ingrediente, tamanho da molécula, ponto isoelétrico 
do fio e pelos ingredientes previamente aderidos à cutícula. 
São ingredientes comuns aos condicionadores: cloreto de esteralcônio, cloreto de 
cetrimônio, cloreto de dicetilamônio, polímero JR (poliquaternário 10), polímeros 
quaternários, guar catiônico, acrilamida, metacrilato, polímeros neutros (copolímeros, 
polivinil) e ácidos graxos (ácidos láurico, mirístico e palmítico). Acrescidos de aditivos, 
proporcionam um produto final mais elaborado.
Dependendo do tipo de cabelo e do tipo de xampu utilizado previamente, a composição 
do condicionador visa, geralmente, o seguinte.
1. Apresentar pouco poder antiestático: devido a eliminação da 
eletricidade estática há uma facilidade no pentear, ficando o cabelo solto 
e relativamente macio.
2. Apresentar certo poder engordurante: em alguns casos, o xampu 
desengordura em excesso e é necessária a reposição desta gordura sobre 
o cabelo e couro cabeludo.
3. Apresentar pH ácido: como é conhecido, normalmente, o detergente 
catiônico exerce seu efeito em meio ácido. Outrossim, no caso de usar um 
sabão para a limpeza dos cabelos, este haverá de modificar o pH do couro 
cabeludo e por meio de um produto ácido, a volta do pH da epiderme será 
mais acelerada. Observa-se que se deve utilizar um ácido fraco e nunca 
um ácido forte, que certamente prejudicará os cabelos.
39
XAMPuS, CondiCionAdorES E MáSCArAS CAPilArES │ unidAdE iii
Principais ativos para condicionamento
Os ativos para condicionamento capilar são praticamente os mesmos para os xampus. 
A diferença é que o condicionador tem, por uma de suas funções, a hidratação da fibra 
e, portanto, sua fórmula precisa necessariamente ser mais oleosa que o xampu.
Os condicionadores e as máscaras de hidratação capilares podem conter princípios 
ativos emolientes, como silicones; óleos minerais, vegetais e animais; ceras, como a 
lanolina; manteiga, como a de karité; fotoprotetores, que atuam protegendo os fios 
contra a radiação solar.
Peptídeos, aminoácidos, proteínas animais, como a queratina, elastina, seda, ou 
vegetais, como o trigo e a soja, são capazes de deixar os cabelos sedosos e com brilho 
intenso, promovendo a regeneração da estrutura interna dos fios, reduzindo o impacto 
das lesões aos fios e deixando-os mais resistentes.
Os ingredientes podem agir tanto na superfície do fio quanto na profundidade do córtex. 
As substâncias que atuam na cutícula têm alto potencial de absorção, que significa 
uma forma de adesão ou revestimento, também denominado efeito filme. Substâncias 
de peso molecular alto atuam mais na cutícula, enquanto as de peso molecular baixo 
penetram até as camadas mais internas do fio.
Uma categoria muito difundida entre os agentes condicionantes são os polímeros – 
substâncias encontradas em xampus, condicionadores, cremes com e sem enxágue, 
mousses e fluidos. Sua função é diminuir a carga eletrostática dos fios e aumentar a 
substantividade do fio, formando um filme protetor.
Cada vez mais tem sido empregado o uso de oleaginosas oriundas do Brasil com fins 
cosméticos. A rica flora do País permite espaço para elaboração e comercialização de 
produtos à base de castanha, cacau, cupuaçu, açaí, murumuru, excelentes fontes de 
óleo vegetal.
diferença entre as apresentações
Os produtos cosméticos para tratamento capilar direcionados à hidratação atuam 
selando a cutícula do cabelo e protegendo o córtex no seu interior. As máscaras capilares, 
por sua vez, possuem uma ação condicionante, permitindo hidratação e melhorando 
a retenção hídrica no fio, deixando o mesmo protegido dos fatores externos que 
degeneram a estrutura dos cabelos. Trata-se de tratamentos intensivos para os cabelos, 
sendo compostos geralmente por emulsionantes catiônicos (produtos antiestáticos), 
além de serem ricos em agentes condicionantes. Eles fazem a reposição da oleosidade, 
40
unidAdE iii │ XAMPuS, CondiCionAdorES E MáSCArAS CAPilArES
proporcionam a emoliência e a amenização do aspecto e textura inadequada, bem como 
a união de pontas duplas, selando a cutícula do cabelo através do fi lme lubrifi cante que 
forma.
As máscaras capilares teriam uma formulação parecida com a dos condicionadores, 
demonstrando uma estrutura de emulsão não iônica ou catiônica (com catiônico 
não agressivo de alto peso molecular). Elas se diferem pelo fato de obterem maior 
concentração de agentes espessantes, com ótima capacidade e alta viscosidade, além de 
serem ricas em substâncias condicionantes.
Assim como as máscaras hidratantes, os produtos sem enxágue também são parecidos 
com os condicionadores. A diferença está no poder sobre-engordurante do primeiro, 
que precisa ser menor. Para esse tipo de formulação, vale ativos como silicone, 
fotoprotetores, emolientes, entre outros, capazes de selar os fi os com pontas duplas e 
hidratar, deixando os cabelos com um aspecto mais brilhante e sedoso. Dessa forma, 
o foco dos produtos sem enxágue é o exterior, a cutícula, enquanto as máscaras e os 
tratamentos de reconstrução visam ao interior do córtex.
Chama-se de creme rinse o produto que contém somente a base com característica 
catiônica.
Monte um esquema com as principais características de cada formulação e, 
assim, aponte suas diferenças.
41
CAPítulo 3
Condicionadores sem enxágue
Condicionadores sem enxágue, conforme já mencionado, são formulações semelhantes 
aos condicionadores, mas com característica mais fluida, com ativos de moléculas 
maiores e com menos oleosidade.
Vale ressaltar que portadores de cabelos oleosos devem evitar esse tipo de produto, porque 
o mesmo pode abafar o couro cabeludo, o que propiciaria ainda mais o aparecimento 
das desordens discutidas anteriormente. A função de devolver a oleosidade aos fios 
que foram retirados duranteo processo de lavagem pelo xampu não é necessário para 
aquele couro cabeludo com atividade intensa das glândulas sebáceas. Quando usado, 
deve ser colocado em pouca quantidade, somente nas pontas dos fios.
Características da formulação
Essa formulação, de acordo com o que já foi discutido, apresenta menor poder 
sobre-engordurante, moléculas maiores, que focam no tratamento e selagem da cutícula 
capilar, geralmente com formulação menos densa e ativos que variam, conforme o 
desejo e o tipo de cabelo.
Principais componentes
Atualmente, o agente mais utilizado como condicionador, principalmente sem 
enxágue, é o silicone. Os silicones como ciclopentasiloxane, dimeticonol, dimeticona 
e amodimeticona têm efeito filme e protegem o fio das altas temperaturas do secador 
e da prancha, pois difundem o calor ao longo da fibra. Também refletem a luz, o que 
aumenta o brilho. Os silicones auxiliam a achatar os queratinócitos anucleados da 
cutícula, o que faz com que as escamas não se desprendam umas das outras e ajudam a 
manter os cabelos desembaraçados. 
Recentemente, o cuidado com o fio incluiu a utilização de filtros solares. Eles foram 
inicialmente usados para a preservação dos produtos capilares da ação da luz solar, mas 
hoje se sabe que esses filtros agem nos fios minimizando a degradação do triptofano e 
a quebra das ligações das pontes dissulfídicas pelos raios UVB através de sua absorção. 
Exemplos são incroquat UV 283, merquat e escalol HP 610. 
42
unidAdE iii │ XAMPuS, CondiCionAdorES E MáSCArAS CAPilArES
Os filtros solares quaternizados, como o cloreto de cinamidopropil trimetil amônio e 
dimetilpabamidopropil laurdimonium tosylato, têm carga elétrica positiva, que se liga 
ao fio com carga elétrica negativa, formando um filme protetor que o envolve. Todos 
esses produtos devem ser reaplicados quando os fios são molhados.
43
CAPítulo 4
loções capilares
As loções são uma classe pertencente à emulsão e, portanto, para sua compreensão, é 
primordial que se conheça a fundo as características da última. 
Emulsões são sistemas constituídos de pelo menos uma fase imiscível dispersa em 
outra com o auxílio de um terceiro componente com afinidade por essas duas fases: 
o tensoativo. (já estudados) e os tensoativos seguem a Escala de Griffin (Tab.2), 
que indicam o tipo de formulação a ser produzida, baseado no comportamento do 
mesmo diante da fase dispersa e fase dispersante. Assim, para emulsões com poder de 
detergência, o EHL deve ser alto, enquanto para emulsões, o EHL deve ser baixo.
Sistemas termodinamicamente estáveis, as emulsões são uma mistura de dois líquidos 
imiscíveis, dispersos entre si como gotículas e/ou cristais líquidos. São compostas por 
uma fase aquosa (hidrofílica) e uma fase oleosa (lipofílica), classificadas como fase 
dispersa e fase dispersante. A definição de fase dispersa e de fase dispersante é o que 
caracteriza o tipo de emulsão.
 » Emulsão O/A (Óleo em água): onde a fase oleosa (lipofílica) está 
dispersa na fase aquosa (hidrofílica).
 › Tato menos oleoso.
 › Secagem rápida.
 › Dispersam-se em água e são facilmente laváveis.
 › Apresentam condutividade elétrica.
 › Se colorem por corantes hidrossolúveis.
 › Exigem uso de conservantes e umectantes.
 » Emulsão A/O (Água em óleo): onde a fase aquosa está dispersa na 
fase oleosa.
 › Tato gorduroso.
 › Não possuem condutividade elétrica.
 › São coloridas por corantes lipossolúveis.
 › São de mais difícil preparação/homogeneização.
44
unidAdE iii │ XAMPuS, CondiCionAdorES E MáSCArAS CAPilArES
O que determina se uma emulsão é O/A ou A/O não é o tipo ou a quantidade relativa 
de componentes hidro e lipossolúveis, mas a fase em que o agente tensoativo é mais 
solúvel.
As emulsões podem ser de quatro tipos, de acordo com o tamanho das partículas da sua 
fase dispersa ou interna.
 » Macroemulsões: Consiste na maioria das preparações cosméticas. São 
opacas com partículas grandes (maior que 0,4 µ) e requerem agitação 
vigorosa.
 » Microemulsões: As fases oleosa e aquosa apresentam-se na forma 
líquida; formam emulsões ligeiramente transparentes; as partículas são 
pequenas (inferior a 0,1 µ) e apresentam maior estabilidade.
 » Miniemulsões: Emulsões intermediárias com partículas variando 
entre 0,1 a 0,4 µ.
 » Emulsões múltiplas: São preparadas em duas etapas e apresentam 
mais de uma fração – fase oleosa ou aquosa. Podem ser: A/O/A ou O/A/O. 
As fases oleosas e aquosas não precisam ter a mesma composição.
As loções são emulsões de caráter mais fi no, com moléculas de tamanho inferior a 0,1 
µ. Devido a esse fator, tem maior poder de penetração tanto no córtex da fi bra quanto 
no couro cabeludo.
Qual a semelhança existente entre o xampu, o creme dermatológico e a loção 
capilar?
45
XAMPuS, CondiCionAdorES E MáSCArAS CAPilArES │ unidAdE iii
tipos de loções
As loções, assim como as emulsões, classe das quais faz parte, podem ser tanto O/A 
(óleo em água) quanto A/O (água em óleo). Seguem, portanto, as características de 
emulsões aqui apresentadas.
46
CAPítulo 5
tinturas capilares
A coloração da fibra capilar é amplamente utilizada por mulheres e por um número 
inferior de homens que buscam alterar a coloração natural dos cabelos por várias 
razões, como, por exemplo, para camuflar ou tingir os cabelos grisalhos, para expressar 
a personalidade ou até mesmo para situar-se de acordo com as tendências da moda.
Elas se classificam de acordo com o tempo de permanência no cabelo.
tinturas temporárias
Essas tinturas são muito utilizadas para promover efeitos especiais aos cabelos, como, 
porgrisalhos ou para cobrir pequena quantidade desse tipo de cabelo (aproximadamente 
15% destes). Geralmente, as tinturas temporárias são encontradas nas formas de géis, 
cremes fluidos, mousses e sprays.
O mecanismo de ação dessa tintura ocorre devido à deposição dos corantes sobre a 
superfície da fibra capilar e são, geralmente, removidos após a primeira lavagem. São 
seguras e raramente causam irritação cutânea ou dermatite de contato pelo usuário. A 
Fig.18 mostra um esquema de como esse mecanismo atua. A molécula (A) do corante 
possui um tamanho grande, incapaz de entrar na estrutura capilar naturalmente e é, 
portanto, absorvido à superfície da cutícula do cabelo.
Elas podem ser classificadas como sintéticas ou naturais, de acordo com a origem dos 
corantes utilizados para sua produção.
Fig. 18 – mecanismo de coloração temporária
(gAmA, 2010)
47
Xampus, CondiCionadores e másCaras Capilares │ unidade iii
tinturas temporárias naturais
São obtidas de plantas e recomendadas a usuários que possuem hipersensibilidade a 
tinturas oxidativas por possuir baixo teor alergênico. 
A desvantagem desse tipo de produto é relacionada à dificuldade no desenvolvimento 
de formulações contendo extratos naturais, em função da baixa estabilidade das 
preparações, que compromete sua eficácia, pois são dependentes dos valores de pH, 
da concentração de corantes e da condição de pigmentação pré-existente do cabelo. 
Nenhuma tintura natural pode dar a cor diretamente, com exceção da tintura Henna, 
que parece poder ser utilizada apropriadamente para colorir os cabelos.
Para a coloração negra, um composto de vegetais está sendo misturado e empregado 
nas formulações: corantes de frutos da Juglans regia (20-30%), Terminalia chebula 
(2-4%), Acacia sinuata (5-10%), Sapindus mukorossi (2-5%), Emblica officinalis 
(10-15%), Acacia catechu (7-10%), juntamente com extratos das folhas de Indigofera 
tinctoria (10-20%), Eclipta alba (10-15%), Lawsonia inermis (10-15%) e Piper betle 
(2-5%); e do extrato oleoso de Trigonella foenum-graecum (5-10%).
Além desses tipos de corantes, outros também podem ser classificados como naturais: 
diferentes tipos de clorofila, corantes de cartame (como cartamina), os flavonoides 
(morina, apigenina, santal), as antocianinas (como apigeninidina), carotenoides, taninos 
(preferivelmente o lawsone), a juglona, a alizarina, a purpurina, o ácido carmínico, o 
ácido quermésico,a purpurogalina, o protocaldeído, o índigo, o isatino, a curcumina e 
o carmim cochonilha. Da mesma forma, podem-se utilizar os extratos ou decoctos que 
contêm esses corantes naturais e também os extratos à base de Henna.
A Henna, também conhecida como lawsone, é produzida pela extração Lawsonia 
inermis ou o lawsone (2-hidroxi-1,4-naftoquinona) e apresenta a coloração vermelha. 
A partir das flores de camomila, é obtida apigenina, flavonoide abundante no reino 
vegetal e fornece coloração amarela dourada. A curcumina é um corante amarelo 
obtido a partir do açafrão da terra e é responsável pela coloração amarela da erva. A 
coloração obtida a partir do extrato de Hibiscus sabdariffa (Malvaceae), geralmente 
chamado sorrel vermelho, é decorrente da presença de antocianinas, sendo a cianidina 
o principal composto.
tinturas temporárias sintéticas
As tinturas sintéticas temporárias são formadas por corantes ácidos de caráter aniônico, 
hidrossolúveis, com massa molar elevada, e a quantidade adequada de solvente na 
48
UNIDADE III │ XAmpUs, CoNDICIoNADorEs E másCArAs CApIlArEs
formulação permite a quantidade homogênea do complexo colorido nos interstícios 
da cutícula e na superfície. Um pH entre 2,0 e 4,0 permite uma maior eficácia no 
desempenho dessas formulações sintéticas.
O fato de serem feitas a partir de moléculas de tamanho grande, não conseguem penetrar 
na cutícula, exceto quando a mesma tiver recebido previamente um tratamento químico, 
que a torna mais porosa, permitindo que a tintura penetre parcialmente.
tinturas semipermanentes
As tinturas semipermanentes são compostas de substâncias sintéticas derivadas do 
petróleo; possuem baixa massa molar e têm natureza catiônica ou ácida associada ou 
não aos derivados de nitroanilinas, nitrofenilenediaminas e nitroaminofenóis. Possuem 
uso doméstico pelos consumidores para realçar uma cor natural e modificar ou cobrir 
cabelos grisalhos. Em função da massa molecular menor que a anterior, essas tinturas 
penetram na cutícula e, parcialmente, no córtex do cabelo e, como resultado, a coloração 
resultante pode resistir de 5 a 10 lavagens.
A imagem, a seguir, mostra o esquema desse tipo de coloração. A molécula (A) do corante 
possui tamanho médio e penetra na cutícula e atinge o córtex, onde fica depositado.
Fig. 19 – mecanismo de coloração semipermanente 
 (gAmA, 2010)
Os corantes de caráter ácido utilizados em tinturas semipermanentes são os mesmos 
descritos nas sintéticas temporárias. Os de natureza catiônica, de carga positiva, 
possuem moléculas grandes, hidrossolúveis e possuem afinidade natural com o fio de 
cabelo. Eles fixam na superfície cuticular e penetram o córtex, nas áreas em que os 
cabelos estão danificados.
49
Xampus, CondiCionadores e másCaras Capilares │ unidade iii
Os corantes da família das nitroanilinas têm caráter não iônico e são hidrofóbicos, 
insolúveis em água. Sua estrutura nitroaromática resulta em molécula de tamanho 
pequeno, com poder de coloração elevado e de grande afinidade pela queratina do 
cabelo. Esses corantes têm poder de criação de inúmeros tons com reflexos, além dos 
naturais.
A fim de assegurar a coloração homogênea entre o cabelo que cresce e o tingido, na 
mesma tintura são usados diversos pigmentos de coloração aproximada e de massas 
molares diferentes, permitindo que as moléculas maiores se incorporem apenas nas 
pontas danificadas e não na raiz, enquanto que as pequenas se depositam na raiz e se 
difundem livremente em direção à parte danificada.
Este processo de coloração não envolve nenhuma reação química oxidativa. A 
formulação da tintura semipermanente é misturada com uma solução alcalina para 
alcance de pH entre 6,0 e 8,5, permissiva de difusão das moléculas para o córtex. A 
aplicação envolve o uso da tintura veiculada em um produto cosmético, como xampu, 
gel ou loção, permanecendo em contato com o cabelo entre 20 e 40 minutos, fazendo a 
remoção do excesso por enxágue.
tinturas permanentes
As tinturas capilares permanentes são os produtos mais conhecidos e utilizados pelos 
consumidores e podem ser classificadas em graduais e oxidativas.
tinturas permanentes graduais
São compostas por sais de chumbo, bismuto ou de prata, que interagem com os resíduos 
de cisteína pertencentes à queratina da estrutura da cutícula, formando sulfetos 
metálicos que se acumulam lentamente no córtex e na cutícula da haste capilar. 
O processo de coloração decorrente à ação das tinturas metálicas ocorre de maneira 
gradativa, do grisalho ao marrom amarelado e, com seu uso contínuo, pode-se obter a 
coloração castanho-preto. Esses produtos podem colorir o cabelo em apenas 5 minutos, 
mas não oferecem a mesma qualidade e longevidade da cor que aquela produzida pelas 
tinturas oxidativas. Um dos inconvenientes é que o seu uso frequente pode tornar o 
cabelo fragilizado.
50
UNIDADE III │ XAmpUs, CoNDICIoNADorEs E másCArAs CApIlArEs
tinturas permanentes oxidativas
Os corantes utilizados nas tinturas oxidativas são constituídos por moléculas da família 
dos fenóis muito reativas, como os aminofenóis, o resorcinol e derivados, que, ao 
reagirem entre si em meio fortemente alcalino (oxidante), dão origem aos polímeros 
coloridos.
As tinturas oxidativas, comumente formuladas em soluções, gel, e principalmente 
emulsões, diferem dos demais tipos por dois componentes que são misturados antes 
do uso e geram a coloração por meio de reações químicas na superfície e no interior da 
fibra capilar. 
O primeiro componente da tintura oxidativa é formado por intermediários primários 
geralmente p-diaminas ou p-aminofenóis e de acopladores que podem ser m-diaminas 
ou m-aminofenóis presentes nas formulações fortemente alcalinas, que atuam na 
cutícula, favorecendo o intumescimento e permitindo a penetração das moléculas de 
tintura no córtex. 
O segundo componente envolve uma solução oxidante, usualmente de peróxido 
de hidrogênio, de 20 a 30 volumes, que oxida os corantes presentes no primeiro 
componente resultando em produtos coloridos, conferindo, assim, a coloração da fibra 
capilar. Além disso, o peróxido de hidrogênio funciona como catalisador para essa 
reação, que forma moléculas polinucleares de tamanho elevado que as impedem de 
sair do córtex do cabelo.
As figuras seguintes (Fig.20 e 21) demonstram, respectivamente, como ocorre o 
mecanismo de coloração permanente e a reação química envolvente no processo. O 
precursor (A) é um corante de massa molar reduzida e reage com o acoplador (B), em 
condições alcalinas, desencadeando o processo de polimerização que aumenta a massa 
molar do composto formado e restringindo a saída do polímero colorido.
Fig. 20 – mecanismo de reação permanente oxidativa 
 (gAmA, 2010)
51
Xampus, CondiCionadores e másCaras Capilares │ unidade iii
Fig. 21 – reação química da tintura permanente
 (gAmA, 2010)
As diversas cores das tinturas são obtidas na prática quando se combinam os diferentes 
acopladores em diversas proporções com as diferentes bases, adicionando um agente 
alcalinizante e sendo aplicado com peróxido de hidrogênio. Cada produto acoplado 
reage com a base, formando uma molécula colorida, podendo ser azul, verde, rosa, 
amarela, púrpura, conforme a sua natureza química. A Tabela 6 apresenta um resumo 
das cores resultantes da combinação entre a base e o acoplador utilizado.
tab. 6 – Principais reações de acoplamento 
(gAmA, 2010)
A tonalidade do cabelo obtido após o processo de coloração é classificada pela convenção 
comercial europeia, conforme descrito na Tabela 7.
52
unidAdE iii │ XAMPuS, CondiCionAdorES E MáSCArAS CAPilArES
tab. 7 – descrição técnica de tonalidade de cabelo (convenção comercial europeia) 
(gAmA, 2010)
Muitos fatores podem infl uenciar na intensidade da coloração, como a proporção dos 
corantes e do peróxido de hidrogênio na tintura, além da temperatura de aplicação, do 
valor de pH da formulação, da diluição adequada e do tempo de contato com o cabelo. 
Da mesma forma, alguns fatores físicos e químicospodem degradar os precursores 
dessas colorações oxidativas, como, por exemplo: radiação ultravioleta, diferentes 
temperaturas, umidade e exposição ao oxigênio. 
Estudos concluíram que, para a obtenção de formulações de tinturas capilares oxidativas 
estáveis e efi cazes, devem-se ter alguns cuidados: proporção de corantes utilizados, 
controle de temperatura do processo, umidade reduzida e bom sistema antioxidante 
para formulação.
Por que não se devem utilizar tinturas permanentes oxidantes após pouco tempo 
de realização de processo químico (ou vice-versa)? Que tipo de consequência 
teria caso essa regra não fosse respeitada?
53
CAPítulo 6
Alisantes e produtos para ondulações 
permanentes
Conforme visto sobre “a química da fibra capilar”, os processos de alisamento e 
ondulação ocorrem em meio, inicialmente, alcalino, a fim de reduzir as ligações, para 
serem depois oxidadas, proporcionando um novo arranjo das ligações cruzadas das 
pontes de dissulfeto (S – S). A diferença entre os dois processos é a forma como as 
ligações serão rearranjadas. 
O mecanismo de alisamento é facilmente compreendido por meio do exemplo que se 
segue, sobre o tiogliconato de amônio. Essa substância age sobre o tiol (-S-H), reduzindo 
particularmente as ligações de dissulfeto (R-S-S-R).
No processo, utiliza-se primeiramente uma loção contendo ácido tioglicólico, reduzindo 
as ligações e separando as cadeias de aminoácidos que formam a queratina. As figuras 
seguintes demonstram o processo de alisamento com o tiogliconato. Observa-se que, 
após a redução (-SH) e a ação do secador e da chapinha, restabelecem-se as ligações dos 
carbonos das cisteínas de forma diferente, causando o efeito de alisamento.
Fig. 22 – estrutura representando as ligações de dissulfeto em cabelo cacheado 
 (KÖHler, 2011)
54
unidAdE iii │ XAMPuS, CondiCionAdorES E MáSCArAS CAPilArES
Fig. 23 – estrutura representando as ligações de dissulfeto rompidas após processo de ação mecânica do 
secador e chapinha
 (KÖHler, 2011)
Em seguida, os cabelos são esticados, por meio de trações mecânicas (secador e 
chapinha), dando-lhes um formato liso (Fig.23). Um agente oxidante, peróxido de 
hidrogênio (H2O2), é aplicado sobre o cabelo onde acontecerá a regeneração das ligações 
de dissulfeto (Fig.24).
Fig. 24 – estrutura representando as ligações de dissulfeto reestruturadas após a ação do agente oxidante
(KÖHler, 2011)
Esse processo deve ser repetido periodicamente, quando se desejar manter o efeito, 
conforme o crescimento do cabelo, pois na raiz os fios mantêm as ligações químicas 
originais.
55
XAMPuS, CondiCionAdorES E MáSCArAS CAPilArES │ unidAdE iii
Os tipos de alisamentos podem ser classificados de acordo com as suas formulações e 
as substâncias químicas presentes. 
Hidróxido de sódio ou lítio
Destinado aos cabelos afroétnicos; é utilizado em concentrações que variam de 5 a 10%, 
com pH de 10 a 14%, promovendo os resultados mais dramáticos, pois isso é o que mais 
danifica o cabelo.
Hidróxido de guanidina (carbonato de guanidina e 
hidróxido de cálcio) 
Também destinado aos cabelos afroétnicos, o hidróxido de guanidina é menos potente 
que o hidróxido de sódio, mas, mesmo assim, ainda apresenta alto potencial de danos à 
fibra. Ele age promovendo a quebra das pontes dissulfeto da queratina, em um processo 
denominado “lantionização”, que é a substituição de um terço dos aminoácidos de 
cistina por lantionina. 
O cabelo é composto por, aproximadamente, 15% de cistina. Utiliza pH alcalino (entre 
9 e 14), que causa intumescimento da fibra e permite a abertura da camada exterior, a 
cutícula, para que o alisante nela penetre e também na camada seguinte, o córtex. Após, 
aplica-se uma substância que acidifica o pH, interrompendo o processo e voltando a 
fechar as pontes dissulfeto no novo formato desejado do fio. Em geral, usam-se xampus 
ácidos com esse fim (pH entre 4,5 e 6,0).
tiogliconato de amônio 
Derivado do ácido tioglicólico, esse produto é o menos nocivo aos fios, mas também 
o que menos alisa. Apesar de ser o de maior custo entre todos os alisantes, é o mais 
utilizado no Brasil. Tendo o mecanismo de ação já explicado, vale ressaltar que faz 
parte da família dos “tióis” e que sua concentração, na verdade, depende do pH da 
solução de amônia. Se utilizarmos uma solução de tioglicolato a 6% em pH 9,8, teremos 
o mesmo poder de ação de uma solução a 10% em pH 9,35, porém a primeira solução é 
potencialmente mais irritante e, em função da maior concentração de amônia, tem um 
odor muito mais desagradável. Na maioria dos casos, utilizamos uma solução entre 7,5 e 
11% em pH entre 9-9,3. Pode-se aplicar esse produto no cabelo seco (preferencialmente) 
ou úmido. A concentração deve ser escolhida de acordo com o tipo do cabelo.
A aplicação de coloração permanente ou tonalizante pode ocorrer cerca de quinze 
dias após o alisamento. Deve-se ter em mente que cabelos alisados tornam-se mais 
56
unidAdE iii │ XAMPuS, CondiCionAdorES E MáSCArAS CAPilArES
suscetíveis à química, especialmente ao clareamento. O tioglicolato não é compatível 
com os hidróxidos e a aplicação simultânea dos produtos sobre a mesma área acarretará 
na tonsura do pelo.
formaldeído (formol)
Na verdade, este ativo não é diretamente responsável pelo alisamento, mas quando 
aplicado em presença de calor, promove uma espécie de “plastifi cação” nos fi os. O formol 
é uma solução de formaldeído, matéria-prima com o uso permitido em cosméticos 
nas funções de conservante e, de acordo com a Resolução no 162/01 da ANVISA, a 
concentração máxima permitida do formol em cosméticos é de 0,2% e do glutaraldeído 
é de 0,1%.
Muitas das ligações que o formaldeído estabelece com as proteínas são sufi cientemente 
lábeis para se romper pelas simples lavagem. Contudo, a reação mais importante em 
que o formol participa na reestruturação do fi o de cabelo é a ação nucleofílica do grupo 
tiol (-SH) à carbonila do aldeído (formol ou glutaraldeído). Dessa forma, as pontes 
dissulfídicas são restabelecidas, contendo um grupo metilênico entre os átomos de 
enxofre (ponte metilênica).
A Figura, a seguir (Fig.25), mostra, na primeira etapa, dita “relaxante”, a redução do 
dissulfeto, que pode ser feita pela ação do ácido tioglicólico em uma solução de amônia. 
Os grupos SH reagem com o formol formando ligações covalentes fortes (-S-C), em 
uma etapa que os cabeleireiros chamam de “neutralizante”.
Fig. 25 – reação química que ocorre no alisamento com formol 
 (KÖHler, 2011)
É fato que o tioglicolato de amônio, apesar de mais caro, é a substância alisante 
mais comercializada no Brasil. 
1. Por quê? 
2. A crescente comercialização de tinturas pode ter a ver com essa a� rmativa? 
3. A genética da população brasileira pode ter parcela nessa escolha?
57
unidAdE iV
tErAPêutiCA 
CoSMEtológiCA 
CAPilAr
CAPítulo 1
Ativos específicos
Ativos para redução da oleosidade
Existem no mercado inúmeros produtos capazes de reduzir a oleosidade capilar. 
Entretanto, os xampus para cabelos oleosos precisam apresentar uma quantidade 
maior de tensoativo para retirar a oleosidade e pouco ou nenhum agente condicionante. 
Podem conter também substâncias de caráter adstringente com o objetivo de controlar 
a oleosidade, como extratos vegetais adstringentes (hamamélis, arnica, cavalinha, 
hipérico, urtiga) e substâncias contendo zinco, cobre ou alumínio. Alguns ativos 
reguladores como produtos biorreguladores à base de enxofre (biossulfur), assebiol, 
Phlorogine® (extrato de uma alga), Lamepon PATR (condensado de proteínas com sal 
de ácido abiético), Citobiol Iris®, podem controlar a oleosidade. Outros ativos, como a 
Mentha sp., Citrus limon, entre outros, também são bastante utilizados.
Estudos com argiloterapia têm demonstrado resultados significativos quanto à 
regulação da oleosidade.
Fatores físicos também interferem na regulação da oleosidade da pele, como exposição 
ao sol e calor. Recomenda-se, para uma terapêutica efetiva, não lavar os cabelos na água 
quente,uma vez que o calor estimula a vasodilatação e, assim, aumenta-se a produção 
de sebo.
Produtos antiquedas
Os produtos antiquedas são escolhidos a partir da etiologia do caso.
58
unidAdE iV │ tErAPêutiCA CoSMEtológiCA CAPilAr
Para alopecia androgenética, pode ser usado o Minoxidil de 2 a 5%, uso tópico, e também 
o Finasterida, 1mg dose diária. Para alopecia aerata, é necessário o uso de corticoides 
de alta potência. Para a tinha da cabeça, infecção fúngica, utiliza-se normalmente 
Griseofulvina, de 15 a 20mg/kg, dose diária, por 8 semanas de tratamento para crianças.
Produtos anticaspas
Como visto, o tratamento para a caspa é realizado com produtos para o cuidado diário 
e também produtos contendo agentes antifúngicos. 
Miconazol e cetoconazol, fungicidas pertencentes à classe dos azóis, desempenham 
um importante papel no tratamento de micoses superficiais, por apresentarem baixo 
custo e amplo espectro de ação, incluindo fungos filamentosos dermatófitos, tais como 
Microsporum sp. Trichophyton sp. e leveduras dos gêneros Candida e Malassezia, 
sendo indicados para o tratamento de dermatofitoses, candidíases cutâneas e vaginais, 
ptiríase versicolor, entre outras. Já a violeta de genciana tem ação tópica particularmente 
efetiva contra leveduras, tais como C. albicans.
Diversas substâncias ativas têm sido usadas no tratamento da caspa, tais como o 
cetoconazol, pela sua atividade frente ao P. ovale, mas o piritionato de zinco (ZPT) é o 
ingrediente ativo presente na maioria dos produtos anticaspa. O ZPT, além de fungicida, 
apresenta atividades bactericidas e algicidas.
Ativos para tratamento da dermatite 
seborreica
O tratamento para a doença é estabelecido a partir da idade do paciente e da intensidade 
e extensão das manifestações clínicas. Não existe medicação que acabe definitivamente 
com a doença, mas seus sintomas poderão ser controlados. É geralmente realizado com 
medicações de uso tópico na forma de xampus, loções capilares ou cremes e, em alguns 
casos, medicações por via oral podem ser utilizadas.
Em geral, nas formas de dermatite seborreica discretas, as lavagens são suficientes, 
associadas à aplicação de loções, solutos ou xampus contendo cetoconazol, piroctona 
olamina, ácido salicílico e redutores, como coaltar purificado. Entretanto, nas formas 
intermédias, além dos produtos anteriores, às vezes, é necessária a aplicação de 
corticosteroides isolados de potência intermediária ou em associação com antimicóticos 
por períodos de cinco a oito dias. Já nas formas graves e disseminadas, está indicada 
59
tErAPêutiCA CoSMEtológiCA CAPilAr │ unidAdE iV
a administração sistêmica de corticosteroides ou derivados do imidazol (itraconazol) e 
radiação ultravioleta, método chamado PUVA, que consiste na ingestão de um psoraleno 
e na aplicação de raios ultravioletas.
Neste contexto, as formas de tratamento indicadas na dermatite seborreica são estas.
 » O sulfeto de selênio apresenta ação antisseborreica, fungistática e 
odor desagradável; seu uso crônico pode provocar estados irritativos ou 
seborreia reacional.
 » O piritionato de zinco a 2% e derivados e o cetoconazol a 2% 
apresentam ação antifúngica e são utilizados em xampus.
 » A piroctona olamina e derivados são empregados na forma de xampus, 
loções e cremes.
 » Os derivados undecilênicos normalmente são empregados associados 
a outros princípios ativos.
 » A ciclopirosolamina a 1% e os imidazóis são classificados como 
antifúngicos modernos e caracterizam-se por apresentarem amplo 
espectro de ação e elevado poder fungicida. Nessa classe também incluem 
o cetoconazol e o bifonazol, que ainda possuem propriedades anti-
inflamatórias.
 » Formulações líquidas de itraconazol e cetoconazol: o tratamento 
inicia-se com duas aplicações por semana durante o primeiro mês, e 
nos meses seguintes faz-se uma aplicação de 7 a 14 dias em função dos 
resultados clínicos. 
 » O cetoconazol apresenta ação terapêutica baseada no efeito fungicida 
unido a um efeito anti-inflamatório, além de promover inibição da 
produção de colesterol epidérmico pelos queratinócitos e um efeito 
antiproliferativo mediante a modulação do metabolismo do ácido 
retinoico. A dose usual é de 200mg por dia. Esse fármaco pode ser 
formulado na forma de xampu, cremes (cetoconazol 2%) e comprimidos. 
O miconazol, bifonazol e isoconasol podem apresentar-se na forma 
de loções e cremes, são muito eficazes e bem tolerados.
 » O alcatrão da hulha, coaltar, atua na redução da epidermopoiese e 
apresenta uma ação fungistática sobre o Pityrosporum ovale. É utilizado 
na forma de cremes, xampus e associados com ácido salicílico ou a um 
60
unidAdE iV │ tErAPêutiCA CoSMEtológiCA CAPilAr
outro antifúngico. Já a antralina, derivado do hidroxiantraceno, é um 
tradicional substituinte sintético para o tratamento. Seu mecanismo 
de ação é inibir o crescimento celular por inativação da mitocôndria e 
apresenta duas limitações, irritações e manchas na pele. Assim, ambos 
são úteis no tratamento de grandes áreas do corpo, livres de efeitos 
sistêmicos e atrofia da pele, além de apresentar baixo custo.
 » Os queratolíticos são utilizados para facilitar a descamação. Em regiões 
inflamadas, podem apresentar efeitos irritativos, quando associados 
com corticoides ou antifúngicos, favorecem a penetração na pele 
potencializando sua ação. Entre eles, estão ácido salicílico (2 a 5%), ureia 
(5 a 10%), ácido retinoico (0,01 a 0,025%) e alfa-hidroxiácidos. 
A literatura mostra que os corticosteroides tópicos são uma das mais 
potentes armas disponíveis no arsenal terapêutico dermatológico. 
Além disso, pode ser aplicado azeite de oliva ou óleo mineral morno 
para facilitar a descamação, especialmente em crianças, lavando a área 
comprometida algumas horas depois.
 » Desde a introdução da hidrocortisona tópica no tratamento das 
dermatoses cortico-sensíveis tem ocorrido grande busca de produtos 
mais potentes com menos efeitos colaterais, já que corticoides tópicos 
de alta potência, quando aplicados em áreas extensas ou em pele de 
crianças e idosos, podem produzir vários efeitos indesejáveis locais, tais 
como atrofia cutânea e telangiectasias, bem como efeitos sistêmicos, 
dos quais se destaca a supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. 
São utilizados na forma de loções, géis, cremes, soluções e pomadas e 
frequentemente são associados com o ácido salicílico. O uso crônico 
causa corticodependência e atrofia dérmica. Já os anti-inflamatórios não 
esteroidais são usados para profilaxia. 
 » O metronidazol a 1% em gel apresenta eficácia e insignificantes efeitos 
colaterais.
tratamento do hirsutismo
O tratamento para o Hirsutismo consiste primeiramente em tratar a doença responsável 
pela desordem. 
61
tErAPêutiCA CoSMEtológiCA CAPilAr │ unidAdE iV
Para a tiragem dos pelos, podem ser utilizados depiladores químicos e ceras, ou fazer a 
raspagem, ou ainda o uso de eletrólise e laser, com destruição de cada folículo piloso. A 
paciente pode optar também por descolorir os pelos.
O tratamento medicamentoso consiste na utilização de:
 » contraceptivos orais: para supressão hipotalâmico-hipofisário- 
-ovariana;
 » corticoides: para supressão suprarrenal;
 » antiandrogênios: (espironolactona ou acetato de ciproterona).
62
referências
ABRAHAM, L.S. et. al. Tratamentos estéticos e cuidados dos cabelos: uma visão 
médica. Disponível em: <http://www.rspdermato.med.br/images/online/artigo_
cuidadoscabelos.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2015. 2.parte.
BAILER, A.C.; DOGNINI, L.; MOSER, D.K. Coloração sintética capilar: uma 
abordagem sobre conceitos, classificação e funções. Disponível em: <http://siaibib01.
univali.br/pdf/Ana%20Claudia%20Bailer%20e%20Luana%20Dognini.pdf>. Acesso 
em: 24 jan. 2015.
CALEFFI, R.; HEIDEMANN, T.R.; MOSER, DK. Cloreto de sódio: análise de sua 
função na formulação de xampus para manutenção de cabelos quimicamente tratados. 
Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/pdf/Rubia%20Caleffi%20e%20Thais%20
Rodrigues%20Heidemann.pdf>.

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