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História da Arte Geral I Profa. Stephanie Dahn Batista Contato: sdahnbatista@hotmail.com Marcone Moreira, sem título, 2013. História da Arte Geral O homem cria intelectualmente representações significativas da realidade, explicando sua própria existência como também o mundo. “os seres humanos são ens representans, seres que representam o mundo, que nossas histórias individuais são as histórias de nossas representações e de como essas representações se modificam no decorrer de nossas vidas; que as representações formam sistemas que constituem nossa imagem do mundo, de que a história humana é a história de como esse sistema de representações se altera com o tempo; que o mundo e nosso sistema de representações são interdependentes [...] (DANTO, A transfiguração do lugar comum, SP, Cosac Naify, 2005, p.11-12) Pintura ruprestre Simone Martini, anunciação de Maria, 1324 Diego Velázquez: Las Meninas (auto-retrato com a familia real), 1656-1657, o/m, 318 × 276 cm, Madrid, Museo del Prado Yves klein, Antropometrias período azul, 9. Março 1960 • "(...) é importante frisar que toda sociedade produz um estilo de ser, que vai acompanhado de um estilo de gostar e, pelo fato de o ser humano se realizar enquanto ser social por meio de objetos, palavras e gestos, os mesmo se tornam vetores da sua ação e de seu pensamento sobre seu mundo. (...) a obra de arte, portanto, não serve somente para ser contemplada na pura beleza e harmonia das suas formas, ela age sobre as pessoas, produzindo reações cognitivas diversas." fragmento do texto "Arte ou artefato? agencia e significado nas artes indígenas" de Lagrou, Els. John Hillard Câmera registrando a sua própria condição, 1971 Andy Warhol, Marilyn, 1964 Representação significativa da realidade = CONHECIMENTO O campo das artes • Conceito campo Pierre Bourdieux: espaço simbólico, no qual lutas dos agentes determinam, validam, legitimam representações. Poder simbólico - classificação dos signos e sua legitimação - código de valores - rituais de consagração e delineamentos. no campo da arte: arte erudita e industria cultural • os agentes (P. Bourdieux. A economia das trocas simbólicas, São Paulo: Ed. Perspectiva, 1992, p.106) ARTE: Campo de conhecimento • “Em vista disso, nosso caminho será na direção de uma definição da teoria ou do teórico da arte como atividade que constrói, transforma ou modela o campo da arte”. (Cauquelin, pp. 15-16) Teoria de Arte: teoria fundadoras, teorias injuntivas, teorias de acompanhamento Pratica teorizada (Crítica e poéticas visuais) • Teorias de fundação atividade de pensamento, ação inicial à ciência, sabedoria, arte (Platão: idéia do belo) • As teorias injuntivas: Aristóteles, Kant, Adorno • Teorias de acompanhamento/ teorizações secundárias: Lingüística, semiologia, psicanálise, hermenêutica, fenomenologia, história • Prática teorizada • Doxa teorizante Raffael, A escola de Athen,1509-1510, afresco, 500 × 700 cm, Roma, Vaticano, Stanza della Segnatura para o Papa Julius II. • Arte = τεχνή > ars > arte: no seu significado mais geral, todo conjunto de regras capazes de dirigir uma atividade humana qualquer. Platão: separa a arte (toda atividade humana ordenada) da natureza. • Aristóteles: ARTE: pertence à ação e à produção. • Tomás de Aquin (1225-1274) distingue entre Artes liberais e Artes Servis • Kant (1724-1804) resumiu as características tradicionais do conceito ao distinguir a Arte da natureza de um lado, e da ciência do outro; • Arte mecânica e a Arte estética: “Quando a Arte, conforme o conhecimento de um objeto possível, cumpre somente as operações necessárias para realizá-lo, ela é Arte mecânica; se, porém, tem por fim imediato o sentimento do prazer, é Arte estética (Arte agradável ou Arte bela) • Academia de Belas Artes na Renascença: as 7 artes liberalis Septem artes liberales "Hortus deliciarium" de Herrad von Landsberg (1180) Retorica Per me formatur facundae gratia linguae, Etherei qua Dii, regesque ducesque moventur. Gramatica A me principia, et magnarum exordia rerum Sumuntur, doctas hinc fit progressus ad artes. Hendrik Goltzius, as personificações das 7 artes liberales Dialectica Discerno a falso conto discrimine verum, Res dubiae per me docta ratione probantur. Matemática Praecipuas partes tribuit, primasque mathesis Furo mihi, numeros certa ratione docenti. Geometria Terrarum tractus, et latas metior oras, Ingenio gaudens subtili et acumine mentis. Música Iucundo tristes oblecto carmine mentes Depelloque graves curas relevoque labores. Astronomia Ardua stelliferi perlustro sydera coeli, Et ruteli scrutor sublimes (a)etheris orbes. Categorias metodológicas principais para tratar do fenômeno artístico 1. Filosofia da arte: Uma aproximação teórica de teor universalizante, estuda uma atividade artística no seu conjunto, como tipo de atividade com motivações, modalidades, e finalidades que a distingue das outras; teoria da arte, definir conceitos. 2. História da Arte: processos ou resultados teóricos (epistemológicos) das produções em suas relações com os fenômenos sociais. 3. Crítica de arte (desde o século XVII), mérito comparativo, valor e qualidade de uma obra de arte, juízo! 4. Poéticas visuais: uma abordagem da prática artística como objeto de estudo. Historia da arte •Não só reagrupamentos dos fatos artísticos segundo certos critérios de ordem, mas sim explicar historicamente toda fenomenologia da arte. •Obra de arte não só valor estético, mas também um valor histórico, tem própria realidade histórica, tem valor histórico porque tem um valor artístico •Obra de arte é uma componente constitutiva do sistema cultural, relação entre o problema artístico e a problemática geral da época pergunta: como aquela problemática envolve o problema especifico da arte e se apresenta ao artista como problema artístico •(não pergunte pelo conteúdo do problema) Michelangelo Buonarroti: afresco sobre a Criação, 1508-1512, Roma, Vaticano, Capela Sistina Temas da crise: Gênese, destino da humanidade, salvação e queda final A historia da arte tem a função de estudar a arte não como um reflexo, mas como um agente da historia, ela é uma historia especial, como a historia econômica, historia da filosofia, da ciência. (Argan) Diego Velazquez, A rendição de Breda, 1634, óle/tela, 303 x 367 cm , Museu del Prado, Madrid. A práxis do Historiador de Arte • Juízo (parâmetros históricos: belo, a fidelidade na imitação da natureza, conformidade com cânones icônicos, significado religioso, narração figurativa, realismo/ naturalismo) história como parâmetro – juízo crítico • AUTENTICIDADE DA OBRA DE ARTE: autencidade como processo, desenvolvimento do artista, desenvolvimento de uma experiencia. Discurso cultural do artista. “O historiador decompõe a obra de arte nas suas muitas componentes culturais, analisa-a como um conjunto de relações, de factores interactuantes” Raphael, Portrait of Pope Leo X with Cardinals Giulio de’Medici and Luigi de’Rossi, c. 1518, oil on panel, 119.5 x 155.5 cm (Uffizi Gallery, Florence) • Qualidade da obra de arte: valor emitido pela crítica, leitura/ formulação do artista • Os instrumentos para um historiador de arte: obras de arte, documentação para reconstrução da história da cultura artística e dos processos de trabalho do artista, derivações de réplicas, cópias, fontes literárias, escrito de artistas, cartas, encomentdas, pagamentos Jan van Eyck, casal Arnolfini, 1434, National Gallery, Londres. PaulCezanne, "Banhistas", 1874- 1875, Metropolitan Museum, NY Ingres, La Baigneuse Valpinçon, 1808, ó/tela, 146 x 98 cm, Louvre Delacroix - La Mort de Sardanapale (1827), 392 cm × 496 cm, Louvre, Paris “ler” obras de arte para entender os processos expressivos “O Historiador de Arte se forma nos museus, galerias, igrejas onde quer que existem obras de arte.” • “uma obra de arte é sempre uma realidade complexa, que não pode ser reduzida a imagens.” [23] • Como narrar uma história da arte? Os historiadores de arte • Giorgia Vasari: „Le Vite de’ più eccellenti Architetti, Pittori et Scultori italiani, da Cimabue insino a’ tempi nostri“ , 1556. • a partir do final do século XVIII à crescente especialização da crítica de arte e da história da arte. • FUNDADOR: Johann Joachim Winckelmann, História da Arte Antiga, 1764. "simplicidade nobre e grandeza serena“. (Desenvolvimento, apsis, decadência de um movimento artístico ; arte como meio de profundas expressões d alma, meio pedagógico • Jacob Burckhardt : a cultura da Renascença na Italia (1860) • no século XX proliferação de vertentes metodológicas que acompanham as disciplinas que possuem alguma interface com a Arte, como Filosofia, Sociologia, Lingüística Diferentes Escolas e suas diretivas metodológicas • Escola de Berlim, Escola de Viena, Escola de Munique, Escola de Hamburgo formal analítico • INSTITUTO ABY WARBURG Hamburgo/Londres método iconográfico-iconológico • método semiológico • método social-histórico • Recepção estética e histórica • Teoria de Gênero como categoria analítica • Estudos Culturais e Visuais Método formal – analítico Escola de Viena • Pura visualidade (Reine Sichtbarkeit) • Arte não é poesia muda, mas sim linguagem de formas e de cores. • A arte é o limiar mágico em que assentam a idéia e sua representação, a intuição e a expressão (contemplação produtiva) • Pergunta central: Como? E depois o que? (depois vai inverter) Método formal – analítico 5 Qualidades formais de Heinrich Wölfflin/ sistema de sinais: 1. passagem do linear ao pictórico 2. passagem da superfície a profundidade, 3. oposição entre forma fechada e forma aberta 4. passagem da multiplicidade a unidade 5. clareza absoluta/clareza relativa Uma história da arte como história das formas Raffael: Stanza della Segnatura no Vaticano, A escola de Athen,1509-1510, afresco, 500 × 700 cm, Roma, Vaticano, Stanza della Segnatura Andre Pozzo, Triunfo e apotheose do Santo Inácio, 1685, Santo Inácio, Roma Rembrandt: Nu feminino deitado, 1654-1656, pena / pergamento,176 × 235 mm, Oxford, Christ Church Gallery Albrecht Dürer: Adão e Eva, 1510, pena/papel, 295 × 220 mm, Veina, Graphische Sammlung Albertina Leonardo da Vinci: a última ceia, 1495-1497, Fresco, 420 × 910 cm, Milano, Santa Maria delle Grazie Diego Velázquez: Las Meninas 1656-1657, ó/t, 318 × 276 cm, Madrid, Museo del Prado, Como observar, descrever e interpretar uma obra? • Dados técnicos do artista e da obra • Discrição do motivo (que tipo de imagem, ordem dos planos, figuras, postura, roupas, atributos, o espaço) • Efeito desse motivo • Analise estrutural: os meios compositores - composição: linhas, direções, espaço, cor, planos e formas, pinseladas, luz do geral para o detalho; do grande para o pequeno • Teses de interpretação baseadas na análise • Interpretação incluindo informações biográficas do artista • Contexto social-histórico Método formal- analítico 1. dados do artista, da obra, origem, posse 2. elementos da obra e sua composição 3. elementos primários: ponto, linha, plano, formas, e cores encontrar estes elementos na imagem e seu sistema 4. esta descrição pode acontecer do primeiro plano para o fundo, do centro para o lado; ordem estrutural dos elementos pode ser: em fila/ série, escalamento, espalhada, agrupada, rítmica, simétrica; fatores da ordem: direção, distancia e localização na obra 5. o efeito do conjunto que chama atenção: linhas se juntam, divergem, constroem um suporte/ esqueleto/ retículo, formam modelos ou tracejados, planos se unem, se cortam, se isolam, são redondas ou agudas... 6. na composição expressa-se o relacionamento dos elementos, descreve-se a construção dos elementos na sua ordem intencional: buscar o centro, os centros/ pontos de gravidade, linhas dominantes na vertical ou horizontal, diagonal, eixos de simetria 7. acrescenta-se a direção e o movimentos dessas linhas 8. análise dos contrastes: formas (pequeno-grande, claro-escuro) direções, proporções, quantidades, qualidades 9. análise formal é o preparo para análise do significado Caspar David Friedrich: o mar do norte,1823-1824, ó/t, 96,7 × 126,9 cm, Hamburg, Kunsthalle 1. Linhas de composição 2. claro-escuro 3. movimento Instituto Aby Warburg e o inicio dos estudos culturais Metodo iconográfico-iconológico [Erwin Panofsky] Uma história da arte como história das imagens • PREMISSA: atividade artística tem impulsos mais profundos ao nível do inconsciente individual e coletivo. • Aby Warburg (1886-1944) centro de estudos culturais biblioteca interdisciplinar: nova maneira de entender a história. (Ernst Cassirer, Gustav Pauli, Erwin Panofsky, Gershom Scholem, Richard Salomon) • Historia da formas x Historia das imagens: porque é atividade de imaginação, incluem se imagens sedimentadas na memória. • Processos de memória e de imaginação x processos de observação e da invenção a historia da arte no ponto de vista iconológico é história da transmissão, transmutação das imagens. Instituto Aby Warburg • Historia da civilização: cultura de imagens, historia da arte é a historia da cultura elaborada não pela via dos conceitos mas por meio de imagens • Iconografia é o estudo da conformidade com uma imagem-tipo, • a iconologia é o estudo das infrações ao modelo, do percurso misterioso da imagem na imaginação, dos motivos para suas reaparições distanciadas nos tempo. Erwin Panofsky (1982-1986) • “Numa obra de arte, a forma não pode ser dissociada do conteúdo, a disposição dos traço e cores, da luz e da sombra, dos volumes e dos planos, por muito encantador que seja como espetáculo, deve ser também entendida como portadora de um significado que ultrapassa o valor visual.” • “a representação visual não funciona apenas como espelho do social ou imitação da realidade. A imagem pictórica é um mundo cifrado da pintura, com códigos próprios e mediações possíveis com a realidade que podem ir, inclusive, na contramão dela mesma ao negar, extrapolar ou subverter a dita – ou aparente – realidade. Essa possibilidade da representação iconográfica advém do caráter subjetivo do domínio da criação.” • FORMA SIMBÓLICA 1. Hausbuchmeister, casal amoroso de Goether, 1480, ó/madeira, 118 x 82,5 cm, Gotha 2. Emil Nolde, o admirador, 1919, ó/t, Hannover, Sprengelmuseum. 3. Pablo Picasso, o casal, 1904, ó/t, col. Priv. 4. Sigmar Polke, casal amoroso II, 1965, col. Priv. OBJETO DE INTERPRETAÇÃO ATO DE INTERPRETAÇÃO EQUIPAMENTO P/ INTERPRETAÇÃO PRINCÍPIOS COLETIVOS DE INTERPRETAÇÃO 1. Tema primário ou natural a) fatual, b) expressional constituindo o mundo dos motivos artísticos Descrição pré- iconográfica Experiência prática (familiaridade com objetos e eventos) Historia de estilos (expressão de objetos e eventos pela formas sob diferentes condições históricas) 2. Tema secundário ou convencional, constituindo o mundo das imagens, estórias e alegorias Análise iconográfica Conhecimento de fontes literárias (familiaridade de temas e conceitos específicos) História dos tipos (expressão de temas ou conceitos por objetos e eventos sobdiferentes condições históricas) 3. Significado intrínseco ou conteúdo constituindo o mundo dos valores “simbólicos” Interpretação iconológica Intuição sintética (familiaridade com as tendências essenciais da mente humana) condicionada pela psicologia pessoal e concepção do mundo (Weltanschauung) Histórias dos sintomas culturais ou “símbolos” (expressão de tendências essenciais da mente humana por temas e conceitos específicos) Albrecht Dürer, Melancolia I, 1514 1. Descrição pré- iconográfico o sujeito primário e natural (fatual ou expressional) Identificações das formas puras, configurações de linha e cor Observação da obra, o que eu vejo? A identificação dos objetos representados: Figuras, animais, plantas, edifícios, sua expressão emocional Identificação de suas relações Descrição pré-iconográfica aplica experiência prática O observador precisa certo conhecimento sobre os objetos ou acontecimentos, seus momentos históricos para entendê-los Mundo dos motivos artísticos, enumeração desses motivos descrição pré - iconográfica 2. Análise iconográfica o tema secundário ou convencional Ligação dos motivos artísticos com assunto e conceitos, motivo como portador de um significado secundário = imagem (invenzioni = estórias e alegorias) Analisar o mundo das imagens, anedotas, e alegorias, é necessário de ter conhecimento sobre a fonte e sobre o tema. As condições históricas alteraram a maneira de apresentar um tema, um acontecimento procedimento registrando, observando, identificando Análise iconográfica aplica nosso conhecimento literário aos motivos história de tipo: sob diferentes condições históricas como temas especificas expressos por objetos e fatos história de estilos:a forma expressada nas diferentes condições históricas. história dos sintomas culturais (símbolo): expressão das tendências gerais, da mente humana por temas específicos e conceitos Iconografia= descrição e classificação das imagens 3. Interpretação iconológica Significado intrínseco ou conteúdo Iconologia = uma iconografia interpretativa Princípios subjacentes que revelam atitude de uma nação, de um período, classe social, crença religiosa ou filosófica - qualificados por uma personalidade e condensados numa obra Descoberta e interpretação dos valores simbólicas A reflexão na distância temporal sobre o significado, de qual necessidade surgiu esta obra de arte. O verdadeiro significado A “forma simbólica” expressa-se através da língua, dos mitos, religião e arte do mundo. É a energia do espírito, que combina o significado com um sinal concreto. [Ernst Cassirer] Trata-se da questão como sob as condições históricas mudando, as tendências do espírito humano se expressam em certos temas e visões. Uma síntese das idéias evidentes do primeiro nível, o contexto cultural e ideológico geral do segundo nível e as idéias relevantes de outra disciplina humanista. Uma percepção do significado intrínseco ou “conteúdo” do motivo. OBJETO DE INTERPRETAÇÃO ATO DE INTERPRETAÇÃO EQUIPAMENTO P/ INTERPRETAÇÃO PRINCÍPIOS COLETIVOS DE INTERPRETAÇÃO 1. Tema primário ou natural a) fatual, b) expressional constituindo o mundo dos motivos artísticos Descrição pré- iconográfica Experiência prática (familiaridade com objetos e eventos) Historia de estilos (expressão de objetos e eventos pela formas sob diferentes condições históricas) 2. Tema secundário ou convencional, constituindo o mundo das imagens, estórias e alegorias Análise iconográfica Conhecimento de fontes literárias (familiaridade de temas e conceitos específicos) História dos tipos (expressão de temas ou conceitos por objetos e eventos sob diferentes condições históricas) 3. Significado intrínseco ou conteúdo constituindo o mundo dos valores “simbólicos” Interpretação iconológica Intuição sintética (familiaridade com as tendências essenciais da mente humana) condicionada pela psicologia pessoal e concepção do mundo (Weltanschauung) Histórias dos sintomas culturais ou “símbolos” (expressão de tendências essenciais da mente humana por temas e conceitos específicos) Arte e semiótica O método semiótico-sigmático Linguagem Uma língua Signos verbais visuais Som/imagem conceito Significante significado Conexão arbitrária Códigoc/ contrato coletivo o quê é um signo? Transportadores de informações e sempre ligado a uma função dependente de um objeto 3 níveis semióticos de signos 1. podem ser lidos através da sua aparência (Sintática) - 2. incluem informações (Semântica) 3. tem finalidade (Pragmática) Os níveis sigmáticos • signo como ícone (signos icónicos) o signo em relação direta ao objeto que ele representa. • signo como índice (signos indiciários) estes signos indiciam lugares e seus tempos, aparência exterior, empírica. • signos definidos como símbolos Hugo van der Goes, O pecado primordial, antes 1470, Wien, Kunsthistorisches Museum Propaganda de Benetton, anos 80 do século XX importante na comunicação: a aparência de um signo (sintactica) e seu significado (semantica) provoca o comportamento do receptor sigmática e semântica correspondem com iconografia e iconologia, Pragmatica é a sociologia de arte, comportamento e psicologia de arte • Pablo Picasso: Demoiselle d‘Avignon (1907) Giorgione: Venus dormindo, 1508- 1510, painel, 108 × 175 cm, Dresden, Gemäldegalerie Ticiano: Venus de Urbino, 1538, painel, 119 × 165 cm, Florenz, Galleria degli Uffizi Ticiano, Vênus anadyomene, 1525, óleo/ tela, 75,8 × 57,6 cm, National Gallery of Scotland, Edinburgh. William- Adolphe Bouguereau, 1879, ósobre tela, 300 × 217 cm, Musée d´Orsay Dominique Ingres, Vénus anadyomen, 1848. Mus´´e Condé, Chantilly Jean Auguste Dominique Ingres: o banhho turco (Tondo), 1862, ó/t, 108 cm, Paris, Musée du Louvre Cezanne, as banhistas, 1882 Paul Cézanne: Badende,1900- 1905, Öl auf Leinwand, 59 × 80 cm, Chicago, Art Institute • Pablo Picasso: Demoiselle d‘Avignon (1907) Método social histórico • ARGAN: Uma obra de arte se produz no interior de um sociedade e de uma situação histórica especifica artista é parte dessa situação • Atividade artística surge condicionada nos grandes centros de poder • Diversidade das relações: posição social do artista (operários manuais, elevados a categoria de artesões qualificados, reconhecidos como profissionais liberais, intelectuais nivelados com literatos e cientistas) • Mecenato, • Coleções, crítica e sua influencia na orientação do gosto do publico. • Historiografia marxista: • Relação entre arte e sociedade é procurada na própria estrutura da forma, na organização dos sistemas de representação (Hauser, Antal) Gentile de Fabriano. Adoração dos Reis Magos, 1423, Galleria degli Uffizi, Florença Masaccio, Adoração dos Reis Magos, 1426 Realidade social é definido por: • circunstâncias materiais • circunstâncias ideológicas uma obra de arte • obra de arte como trabalho material • obra de arte reproduz e interpreta como uma modificação da consciência social na forma artística a realidade social • Superestrutura arte no pensamento marxista • Estruturas reais dentro da arte (que tem uma historia como a tem a sociedade constituída) o artista tem uma posição precisa (classe) , relações com as corporações, comitente e depois com mecenato, com o publico. • Estudar a obra como determinada (fatores que determinam a obra) encomenda, avaliação, renumeração. socialização do artista • seu papel social e sua posição na sociedade • seu processo de aprendizagem pessoal, • Sua apropriação de valoresreguladores de vida e disposições de necessidade • qual aspecto da tradição estética Arte guarda como uma memória coletiva das instituições sociais os problemas sociais ainda não digeridos no processo histórico. Jan Vermeer van Delft: jovem mulher dormindo, 1656-1657, Öl auf Leinwand, 86,5 × 76 cm, New York, Metropolitan Museum of Art Nicolaes Maes, a servante dormindo, 1655, Londres, The National Gallery. America decima pars, ca. 1580, gravura de Jean- Theodor Galleafter de Bry, segundo o desenho de Jan van der Straet (ca. 1575), foto: The Burndy Library, Nonvalk, Conn. Os conceitos de gênero estruturam a percepção e a organização concreta e simbólica de toda vida social. America decima pars, ca. 1580, gravura de Jean- Theodor Galleafter de Bry, segundo o desenho de Jan van der Straet (ca. 1575), foto: The Burndy Library, Nonvalk, Conn. Teoria de Gênero como categoria analítica 1. “Gênero como elemento constitutivo de relações sociais baseadas nas diferenças percebidas entre os sexos” 2. “Gênero como uma forma primária de dar significado às relações de poder” (SCOTT, Joan, 1995, p. 86) 4 elementos interrelacionados 1. Símbolos culturalmente disponíveis que evocam representações simbólicas 2. Conceitos normativos que expressam interpretações dos significados dos símbolos que tentam limitar e conter suas possiblidades metafóricas (doutrinas religiosas, educativas, científicas, políticos ou jurídicas formando a oposições binárias fixas homem e mulher) Michelangelo Valie Export 3. Concepção de política: descobrir a natureza do debate ou da repressão que leva à aparência de uma permanência intemporal na representação binária do gênero 4. Identidade subjetiva: formas pelas quais as identidades genereficadas são construídas Estudos de gênero na História da Arte O jardim de Venus. Biblioteca Estense Módena Gótico (XV) Na Idade media o nu masculina podia aparecer junto ao nu feminino numa imagem erótica. Na Renascença o nu erótico masculino sumiu. Albrecht Dürer, Madonna em baixo do baldachin, 1500-1515, Louvre Albrecht Dürer: a bruxa andando num bode, 1500, cobre, 115 × 70 mm, New York, The Metropolitain Museum. Imagens do eterno feminino Giorgione: Venus dormindo, 1508-1510, painel, 108 × 175 cm, Dresden, Gemäldegalerie Tizian: Venus de Urbino, 1538, painel, 119 × 165 cm, Florenz, Galleria degli Uffizi Jean Auguste Dominique Ingres: Odaliske und Sklavin, 1842, Öl auf Leinwand, Baltimore, Walters Art Gallery Gustav Courbet, Origem do mundo, 1866, Paris Musee d´Orsay • Georg Friedrich Kersting: bordadora na janela, 1812, o/t, 47 × 37 cm, Weimar, Staatliche Kunstsammlung • Georg Friedrich Kersting: o leitor elegante, 1812, o/t, 48 × 38 cm, Weimar, Staatliche Kunstsammlungen Imagens estereotipadas • Artemisia Gentileschi, Susanna e os Velhos, 1610, Oil on canvas, 170 x 121 cm, Schloss Weissenstein, Pommersfelden • Rembrandt Harmensz. van Rijn: Susanna e os velhos 76 × 91 cm, Berlin, Gemäldegalerie Condições de artistas femininas – estética feminina ? Henri Matisse, Nu Azul, Memory of Biskra, 1907, ó/t, Baltimore Museum of Art Alexandra Exter, Genoa, 1913/14 Um teto todo seu! Representação no estúdio. Nina Simonovich-Efimova, auto-retrato no interior, 1916, óleo/tela, 66x50 cm, Museum Efimov, Moscou. Gabriele Münter, auto-retrato, c. 1909,óleo/tela, 76x58,4 cm, Col. particular Marie Laurencin, grupo de artistas, 1908, óleo/tela, 64x81 cm, Baltimore Museum of Art, Baltimore. Identificação além de laços familiares: relações profissionais artísticas Frida Kahlo, Se Adalita... Ou Os Cachuchas, antes de 1927 Auto-retrato com o modelo nu (feminino) Lovis Cortinh, Auto-retrato com Charlotte Berend e uma taça de Champagne, 1902, óleo/tela, 98,5x108 cm, Col. Part. Charlotte Berend-Cortinh, Auto-retrato com modelo, 1931, óleo/tela90x70,5 cm, Nationalgalerie, Berlin. Laura Knight, auto-retrato com nu, 1913, óleo/tela. 152x127,6 cm, Col. Particular, London. Auto-retrato com o modelo (feminino) Lotte Laserstein, No meu atelier, 1928, óleo/tela, 70,5x97,5 cm, Col. Part. Montreal Pietro Manzoni, 1961 VALIE EXPORT: cinema de tacto Expanded Cinema,1968, Fotografia, Courtesy Galerie Charim, Wien Ulrike Rosenbach, Não pensem que eu são uma amazone, 1975 Judy Chicago, The Dinner Party, 1979 Mary Kelly: Post-Partum Document, Introd. I, II,V, 1973-77 Introduction, 1973 I. Analysed faecal stains and feeding charts, 1974 II. Analysed Uttarances and Related Speech Events, 1975 V. Classified Specimes,Proportinal Diagrams, Statistical Tables, Research and Index, 1977 Marina Abramovic e Ulay, Imponderabilia, Performance, duração 90 min. Junho 1977, Bologna, Galeria Kommunale da Arte Moderna. Ana Mendieta, Silhuetas - serie em México, 1973-77, documentação gráfica de trabalhos corporais com flores, terra em areia, Oaxaca. Mexico, Galerie Lelong, New York Jo Spence, Trancado junto? De Narrações do mal-estar, 1989, fotografia, 70 x 50 cm, Memorial Archive, London. Rachel Lewis, Eu sou ainda uma mulher? 1990, desenho, colagem, 95 x 68 cm, Nicholas Treadwell Coll. London. RINEKE DIJKSTRA Estudos da masculinidade Leochares (atribuído) Apollo de Belvedere, 350 a.c., mármore, 2,24 m, Museu do Vaticano, Roma Glykon, Hercules Farnese, cópia romana de 215 a.c., Museu Archeologico Nazionale di Napoli. Laokoon, Museu do Vaticano, Roma Formas da masculinidade hegemônica Donatello, David, c.1400 Almeida Júnior O Derrubador Brasileiro , 1879 óleo sobre tela, c.i.d. 227 x 182 cm Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ) Observações Exposta no Salão de Paris (1880) Roberto Rincón (1967), guerreiro, 1994 Parodia das convenções clássicas Claude Cahun, Auto-retrato, 1928, 13,4x9,9 cm, Col. Priv. New York Claude Cahun, Auto-retrato, 1929, fotografia, 30x23,5 cm, Musee des beausx Arts de Nantes Marcel Duchamp como Rrose Sélavy – foto Man Ray (1920) Andy Warhol – Auto-retrato como drag (1981), polaroide Yasumasa Morimura – Filha da história da arte (1990), fotografia montada s/tela, 180x245 cm Teoria queer Ugo Rondinone. I Don’t Live Here Anymore, 1997 Teoria queer: sujeitos cambiantes, mutável não- binário, road movie como metáfora, recusa fixidez dos limites (de identidades na fronteira ou nos entre-lugares de uma cultura) assumir entre identidades multiplicação de gênero e sexualidade Referências bibliográficas • ARGAN, Giulio C. & FAGIOLO, Maurizio. Guia de história da arte. (trad. M. F. Gonçalves de Azevedo) 2ª. Ed. Lisboa: Editorial Estampa, 1994. • CALABRASE, Omar. A linguagem da arte. (trad. Tânia Pellegrini) Rio de Janeiro: Ed. Globo, 1987. • CAUQUELIN, Anne. Teorias da arte. (trad. Rejane Janowitzer) São Paulo: Martins Fontes, 2005.
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