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ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO Professor Me. Reginaldo Aparecido Carneiro Professor Esp. Leonardo Silva Paião GRADUAÇÃO Unicesumar Acesse o seu livro também disponível na versão digital. C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; CARNEIRO, Reginaldo Aparecido; PAIÃO, Leonardo Silva. Administração da Produção. Reginaldo Aparecido Carneiro; Leonardo Silva Paião. Maringá-Pr.: Unicesumar, 2019. 240 p. “Graduação - EaD”. 1. Administração. 2. Produção . 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-1860-8 CDD - 22 ed. 658.404 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Supervisão de Produção de Conteúdo Nádila Toledo Coordenador de Conteúdo Patrícia Rodrigues da Silva Designer Educacional Nayara G. Valenciano Projeto Gráico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Ilustração Capa Bruno Pardinho Editoração Flávia Thaís Pedroso Qualidade Textual Jaqueline Mayumi Ikeda Loureiro Cindy Mayumi Okamoto Luca Ilustração Rodrigo Barbosa Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e proissionalismo, não so- mente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in- tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, proissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educa- dores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a quali- dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando proissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou proissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Crian- do oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desaios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógi- ca e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educacional, complemen- tando sua formação proissional, desenvolvendo com- petências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhe- cimentos necessários para a sua formação pessoal e proissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fó- runs e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra dis- ponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. C U R R ÍC U LO Professor Dr. Reginaldo Aparecido Carneiro Doutor pelo Programa de Engenharia de Produção da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP). Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em EAD e as Tecnologias Educacionais pelo Centro Universitário Cesumar (UNICESUMAR). Graduado em Administração pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Atuou como Head de Polos de Apoio Presencial pelo NEaD (Núcleo de Educação a Distância) da UNICESUMAR (2013-2015). Coordenou os cursos de Bacharelado em Administração, Tecnologia em Processos Gerenciais e Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos pelo NEaD UNICESUMAR (2010-2012). Atualmente é coordenador dos cursos de Bacharelado em Administração e CST - Gestões (modalidade presencial). Atua como professor titular de graduação e pós- graduação do Centro Universitário Cesumar. Consultor empresarial junto ao SEBRAE-PR. Tem experiência em gestão, atuando principalmente nas áreas de gestão de projetos, administração da produção, planejamento estratégico, pesquisa de mercado e marketing de serviços. <http://lattes.cnpq.br/4563129029823161> Professor Esp. Leonardo Silva Paião Concluído e obtido os créditos como aluno não regular na disciplina Governance and incentives in supply chains do Mestrado em Administração da Universidade Estadual de Maringá (2017). Técnico em Logística pelo Instituto de Educação Estadual de Maringá (2016). Pós-graduado em MBA em Tecnologia da Informação pelo Instituto Paranaense (2013). Especialista em Engenharia de Produção pelo Centro de Ensino Superior de Maringá (2010). Possui graduação em Administração pelo Centro de Ensino Superior de Maringá (2005). Atuo como consultor de negócios em indústrias do vestuário, com ênfase no planejamento e controle produtivo. Sou professor formador na modalidade EAD na Unicesumar nos cursos de engenharia de produção, gestão da qualidade, logística. Gosto do que faço, porque faço o que gosto. <http://lattes.cnpq.br/9758766787049726> SEJA BEM-VINDO(A)! Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à disciplina de Administração da Produção. É com grande satisfação e prazer que iremos compartilhar com você os conhecimentos sobre a administração da produção, uma área da administração empolgante e com mui- tos desaios. Por meio deste livro, pretendemos trazer a grande relevância do fator produção para as organizações, mas não apenas produzir por produzir, e sim administrar a produção. Quando falamos em administrar, nós estamos falando de planejamento, organização, liderança e controle, que são funções essenciais para o gestor da produção. O que produzir? Quanto produzir? Quandoproduzir? Como produzir? Essas são algumas perguntas de tantas que serão respondidas por você, futuro(a) gestor(a) de produção, por isso conhecer técnicas, conhecer as dimensões e as características da administração da produção irá te apoiar neste desaio cotidiano. Na Unidade 1, pontuaremos o que é administração da produção, levaremos você a uma breve relexão e, logo em seguida, será compreendido esse conceito que irá nortear toda a nossa disciplina, sem ignorar o fator histórico. Na Unidade 2, o propósito é demonstrar alguns ambientes de negócios e o seu impacto no gerir da produção, a entrega de valor, os fatores logísticos e os fatores de qualidade que integrados e focados em atender o cliente, fazem toda a diferença. Outro tópico que será abordado são os modelos de produção e as suas classiicações. Entender e saber aplicar corretamente os modelos de produção tornam a organização mais produ- tiva, é o fazer mais com menos. Classiicar o ambiente de produção é fundamental para determinadas tomadas de decisões produtivas. Na Unidade 3, será trabalhado o programar, o planejar e o controlar a produção. Em muitas empresas industriais, temos aquele departamento intitulado PCP ou PPCP, que é justamente o setor que programa, planeja e controla a produção. Pode até ser um desejo seu, futuramente, gerir esse departamento, se assim for uma dedicação extra se justiica. Concorda? Na Unidade 4, reservou-se um espaço para falarmos brevemente da gestão de estoques e seu impacto na administração da produção. Logo em seguida, mencionar-se-ão atri- butos importantes na produção, como instalações produtivas, layout e lead time. Por im, concluiremos essa nossa jornada na Unidade 5 que falaremos do outro lado da administração da produção, que é administrar a produção de um serviço, o qual possi- velmente muitos acadêmicos(as) enfrentarão esse desaio, entender o que se espera e o que se vivencia em um serviço é fundamental para essa gestão. Assim, espero que esse livro possa contribuir com sua formação acadêmica e proissio- nal. Seja 110% em seus estudos, se dedique, se empenhe, seja um vencedor. Um grande abraço e ótimos estudos. APRESENTAÇÃO ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 15 Introdução 16 O que é Administração da Produção 21 História da Produção 30 Administração da Produção: Conceitos Introdutórios 45 Administração da Produção: Fator Estratégico 59 Considerações Finais 68 Referências 70 Gabarito UNIDADE II AMBIENTES DE NEGÓCIOS E MODELOS DE PRODUÇÃO E SUA CLASSIFICAÇÃO 73 Introdução 74 Ambientes da Entrega de Valor no Processo Produtivo 77 Ambientes da Logística no Processo Produtivo 82 Ambientes da Qualidade no Processo Produtivo 86 Os Modelos de Produção 98 Classiicação dos Sistemas de Produção 114 Considerações Finais 125 Referências 126 Gabarito SUMÁRIO 10 UNIDADE III PROGRAMAÇÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO 129 Introdução 130 O que é Planejamento e seus Tipos 136 Planejamento Estratégico da Produção 139 Planejamento Mestre da Produção 143 Programação e Controle da Produção 148 Considerações Finais 159 Referências 160 Gabarito UNIDADE IV GESTÃO DE ESTOQUE, INSTALAÇÕES, LAYOUT E LEAD TIME PRODUTIVO 163 Introdução 164 Gestão de Estoque: Conceitos Introdutórios 168 Instalações Produtivas 170 Layout no Processo Produtivo 180 Lead Time Produtivo 183 Considerações Finais 192 Referências 193 Gabarito SUMÁRIO 11 UNIDADE V SISTEMA DE PRODUÇÃO DE SERVIÇOS E O FUTURO DA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 197 Introdução 198 A Natureza dos Serviços 202 Gerenciando o Serviço como um Produto 205 Dimensões da Qualidade na Prestação do Serviço 223 O Futuro da Administração da Produção 228 A Nova Revolução - Indústria 4.0 230 Considerações Finais 237 Referências 238 Gabarito 239 CONCLUSÃO U N ID A D E I Professor Me. Reginaldo Aparecido Carneiro Professor Esp. Leonardo Silva Paião CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO Objetivos de Aprendizagem ■ Compreender o que é administração da produção. ■ Apresentar o desenvolvimento histórico da administração da produção. ■ Descrever os conceitos introdutórios da administração da produção, como o processo de transformação, a visão sistêmica e os compostos de bens e serviços. ■ Descrever como a administração da produção pode ser entendida como fator estratégico dentro das organizações. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ O que é administração da produção ■ Histórico da produção ■ Administração da produção: conceitos introdutórios ■ Administração da produção: fator estratégico INTRODUÇÃO Prezado(a) acadêmico(a), nesta primeira unidade, você terá um contato inicial com a disciplina. Iremos propor uma rápida relexão no primeiro tópico desta unidade sobre o que é administração da produção. Logo em seguida, haverá uma breve introdução sobre a evolução histórica do processo produtivo, a partir dos modelos mundialmente conhecidos: Fordismo e Toyotismo. Nesse sentido, demonstro a importância de um conhecimento sobre toda essa evolução no con- texto da administração da produção. Além disso, faz-se necessário, ainda, uma compreensão sobre o processo de produção de produtos, tendo como referência a abordagem sistêmica: entrada, processo e saída. Toda vez que se aborda esse assunto é inevitável que o aca- dêmico(a) tenha uma visão holística do processo. Eis o motivo pelo qual esse conteúdo é abordado na primeira unidade. A partir dessa essência, busca-se destacar uma análise sobre as estratégias de operações como forma de obtenção de vantagem competitiva para uma indús- tria, diante de um mercado cuja concorrência se apresenta de forma acirrada. Não podemos deixar de compreender tais fatores estratégicos, diante de muitas variáveis relacionadas direta (e indiretamente) a uma organização. Para inalizar, o acadêmico(a) terá informações sobre as funções auxiliares de um administrador da produção. Você entenderá a importância desse proissio- nal ter as informações corretas, no momento oportuno, para que a sua atividade tenha um suporte de informação condizente com as suas ações. Desejo a você um ótimo aproveitamento do conteúdo desta primeira unidade! Introdução R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 15 CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E16 O QUE É ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO Caro(a) acadêmico(a), quero iniciar esta nossa jornada, propondo um desaio para você. Sobre essa nossa disciplina, administração da produção, você já parou para reletir sobre o que é administração da produção? Eu convido você, nesse exato momento, a reletir por alguns minutos, sobre sua vivência proissional, acadêmica ou pessoal, sobre o que é administra- ção da produção e, quem sabe até, colocar no papel essa sua relexão. Topa? Tenho certeza de que você aceitou este desaio e reletiu sobre o que seria, na sua opinião, a administração da produção. O mais comum é que quando reletimos sobre algo da administração da produção, sempre nos vem algo que remeta à indústria ou a algum processo de transformação. Se você escreveu a sua rele- xão dentro deste raciocínio, você está no caminho correto. Mas a administração Kalmedia Sticky Note Gerenciamento dos recursos diretos que sao necessasrios para obstencao dos produtos e servicos de uma organizacao Kalmedia Sticky Note analizar todos os custos e metas a ser cumprida O que é Administração da Produção R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 do C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 17 da produção é bem mais abrangente, podendo ser utilizada até em uma presta- ção de serviço, e veremos isso no decorrer de todo o livro. Espero que, ao inal da leitura e com o aprendizado dessa unidade, você volte para sua anotação e faça um exercício, realizando nova relexão, agora com o que aprendemos e per- ceba se você alteraria algo, ou manteria a sua primeira opinião sobre o que é administração da produção. Posso contar contigo?Para ampliar o nosso conhe- cimento, quando falamos em administração de produção, falamos de uma área das organizações responsável em gerir a produção de bens e serviços. Serviços? Isso mesmo, serviços em que alguns autores, para trazer essa abrangência, utili- zam o termo APO - Administração da Produção e Operação. Em nossos estudos, utilizaremos apenas administração da produção. De maneira breve, a administração da produção é responsável em gerir a produção. Portanto, uma separação da palavra gerir e a palavra produção faz-se necessária. Quando trago a palavra gerir, estou me referindo justamente à admi- nistração cujo administrador ou gestor tem algumas funções básicas que devem ser exercidas, em que aprendemos, na teoria geral da administração, o que é pla- nejar, organizar, dirigir ou liderar e controlar, e essas funções sendo realizadas para a produção de um bem ou serviço. Já a produção não acontece sozinha, é um processo que origina um novo produto, ela necessita de vários recursos que, em ambiente de transformação, gerarão o produto, bem físico ou serviço. Destacaremos alguns desses recursos necessários para a produção: ■ Recursos humanos: pessoas, mão de obra disponível interna ou externa. ■ Recursos físicos ou materiais: matéria-prima, materiais de consumo, estoques, máquinas, equipamentos, entre outros. ■ Recursos inanceiros: disponibilidade de caixa e investimento. ■ Recursos mercadológicos: demanda, preferências do consumidor, per- il do consumidor. ■ Recursos tecnológicos: computadores, redes, sistemas e automação. ■ Recursos informacionais: informações sobre o seguimento em geral. CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E18 Produzir sem pessoas, sem materiais, sem equipamentos, sem dinheiro, sem demanda, sem tecnologia e sem informação é quase uma missão impossível. A escolha dos recursos de maneira eiciente com sua com- binação adequada faz a empresa ser mais produtiva. Segundo Chiavenato (2007, p. 59), “os recursos são os meios empregados para possibilitar as ações e operações da empresa e proporcionar eiciência e eicácia no alcance dos resultados desejados”. Para consolidar o aprendizado, traremos conceitos de administração da produ- ção de alguns autores: Quadro 1 - Conceitos da administração da produção Para Chiavenato (2005, p. 13): “Administração da Produção e Operações - APO é a área da admi- nistração que utiliza recursos físicos e materiais da empresa que re- alizam o processo produtivo por meio de competências essenciais”. Para Gaither e Frazier (2005, p. 5): “Administração da produção e operações (APO) é a administração do sistema de produção de uma organização, que transforma in- sumos nos produtos e serviços da organização.” Para Moreira (2008, p. 1): “De uma forma geral, a Administração da Produção e Operações diz respeito àquelas atividades orientadas para a produção de um bem físico ou à prestação de um serviço”. Para SLACK et al. (2013, p. 3): “Administração da produção é a atividade de gerenciar recursos que criam e entregam serviços e produtos. A função produção é a parte da organização responsável por essa atividade”. Fonte: os autores. O que é Administração da Produção R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 19 Perceba, caro(a) aluno(a), que os autores trazem as atividades e os recursos como sendo essenciais para se gerar o produto ou o serviço da organização. Sobre os recursos, já estudamos e veremos as atividades da administração da produção no decorrer do nosso livro, que é a programação, o planejamento e o controle da produção, a deinição de layouts, a atenção com os leads times e tantas outras. Essas atividades podem ser aplicadas tanto na produção de produtos como para serviços? Para responder essa pergunta, recorrerremos a Moreira (2008, p. 2): Por outro lado, para que produtos e serviços sejam oferecidos ao pú- blico, as atividades correspondentes devem ser planejadas, organizadas e controladas, e é aqui que se justiica que ramos tão diferentes na- quilo que colocam à disposição dos clientes possam ser estudados em conjunto. Em ambos os casos, é necessário por exemplo, determinar o tamanho da fábrica, do hospital ou da escola, ou seja, decisões sobre ca- pacidade devem ser tomadas; em ambos os casos, deve-se decidir onde será localizada a fábrica, o hospital ou a escola e, inalmente, são co- muns as atividades de programação da rotina diária e do seu controle. Antes de irmos adiante, disponibilizaremos, a seguir, uma lista das principais siglas e abreviaturas utilizadas na Administração da produção. Quadro 2 - Principais siglas e abreviaturas na administração da produção AGVs: veículos autoguiáveis. Andons: dispositivos sinalizadores. Autonomação: controle autônomo de defeitos. Bufers: estoques protetores. CAD: desenho auxiliado por computador. CCQ: círculos de controle da qualidade. EDI: troca eletrônica de dados (Eletronic Data Interchange). Gargalos: limitações do sistema produtivo. GPS: sistema de localização via satélite (Global Positioning System). Jidoka: autonomação ou controle autônomo dos defeitos. JIT: justo no tempo (Just In Time). Kaizen: melhoramento contínuo. CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E20 Kanban: sistema puxado de programação e acompanhamento da produção. Layout: instalações industriais, arranjo físico. Lead Time: tempo de passagem ou atravessamento. Linha stop-and-go: linha de velocidade controlada. Mix: variedades. MOD: mão de obra direta. MP: matéria-prima. NQA: nível de qualidade aceitável. OC: ordem de compra. OF: ordem de fabricação. OM: ordem de montagem. OJT: treinamento no chão de fábrica (On The Job Training). P&D: pesquisa e desenvolvimento. PA: produto acabado. PCP: planejamento e controle da produção. PFA: análise do luxo de produção. PMP: plano-mestre de produção. PO: plano operacional. Poka-yoke: dispositivos a prova de erros. RM: requisição de materiais. Setup: troca de ferramentas ou preparação. Staf: pessoal de apoio. TC: tempo de ciclo. TG: tecnologia de grupo. TQC: controle da qualidade total. TX: taxa de produção. WIP: materiais em processo (Work In Process). Fonte: os autores. Finalizamos este primeiro tópico e, como resultados, recriamos o nosso enten- dimento sobre o conceito da administração da produção. Agora estudaremos, no próximo tópico, a história da produção. História da Produção R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 21 HISTÓRIA DA PRODUÇÃO Não poderia deixar de abordar o assunto “produção” sem mencionar, mesmo que rapidamente, um histórico sobre a produção propriamente dita. Ao longo de sua história, o ser humano sempre produziu bens com a i- nalidade de atender às suas necessidades e desejos. De início, começou a produzir machados de pedra, pontas de lanças e outros objetos para faci- litar a sua sobrevivência. Posteriormente,ao descobrir o fogo e os metais, pôde fazer instrumentos de trabalho mais aperfeiçoados. A descoberta do ferro e a possibilidade de transformação dessa matéria-prima em objeto representaram para o ser humano grandes avanços no aperfeiçoamento de seus instrumentos de trabalhos: (foices, facões, lanças, machadinhas, correntes...). O aperfeiçoamento dos instrumentos de trabalho deu ao ser humano maior poder sobre a natureza. (ENERGIAS, on-line). Martins e Laugeni (2015, p. 1) airmam que “quando polia a pedra a im de trans- formá-la em utensílio mais eicaz, o homem pré-histórico estava executando uma atividade de produção.” Partindo desse ponto, explicaremos a evolução histórica do processo de produção bem como as etapas evolutivas do homem nesse contexto. A evolução começou por volta de 9000 anos a.C. quando o homem vivia da caça e dos alimentos que recolhia. Ele possuía o hábito de icar agrupado em clãs, com isso iniciou a transformação de domesticar animais e a prática da agricultura. No Ano de 7000 a.C., na cidade de Çatal Hüyük, localizada na Turquia e que pode ter sido uma das primeiras cidades do mundo onde os homens iniciaram uma nova civilização, o processo de construção demonstrava um planejamento fora do comum, pois, nessa cidade, existiam pequenas casas retangulares de tijolos crus, estendendo-se em degraus pela encosta de uma colina, e cada casa tinha suas respec- tivas paredes, formando grandes blocos de habitação. Naquela época, começaram a martelar o cobre, o chumbo e, posteriormente, apareceu a cerâmica. Kalmedia Highlight PRE HISTORIA Kalmedia Sticky Note CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E22 O Império da Babilônia, que teve um papel signiicativo na história da Mesopotâmia, foi, provavelmente, fundado em 1950 a.C. O povo babilô- nico era muito avançado para a sua época, demonstrando grandes conhe- cimentos em arquitetura, agricultura, astronomia e direito. Iniciou sua era de império sob o amorita Hamurabi, por volta de 1730 a.C., e manteve-se, assim, por pouco mais de mil anos. Hamurabi foi o primei- ro rei conhecido a codiicar leis, utilizando no caso, a escrita cuneiforme, escrevendo suas leis em tábuas de barro cozido, o que preservou muitos destes textos até ao presente. Daí, descobriu-se que a cultura babilônica inluenciou em muitos aspectos a cultura moderna, como a divisão do dia em 24 horas, da hora em 60 minutos e daí por diante (HISTÓRIA, on-line). A Babilónia possuía apenas dois recursos naturais — um solo fértil e a água do rio. Numa das maiores realizações de todos os tempos, os enge- nheiros da Babilónia desviaram as águas do rio por meio de represas e imensos canais de irrigação. Cruzando grandes distâncias através do vale árido, esses canais despejavam suas águas revigorantes sobre o solo fértil. Isso se coloca entre as primeiras façanhas da engenharia conhecidas na história. Abundantes colheitas foram a recompensa por esse sistema de irrigação que o mundo nunca tinha visto antes.(PÁSCOA, on-line). A economia era baseada na agricultura, principalmente, no cultivo da ce- vada. [...] Eles tinham uma produção de lã que era extensa e era convertida em peças de tecidos, e possuíam uma grande indústria lanicultora. [...] As caravanas de mercadores saíam para vender suas mercadorias e iam à busca de marim, cobre e estanho. [...] As transições comerciais eram feitas à base de troca, e, em alguns casos, usavam-se barras de ouro e prata. (GONÇALVES, on-line). Por Volta de 3500-2500 a.C., a meta- lurgia surgia em uma cidade no sul da Mesopotâmia, com a fabricação de peças e objetos em bronze. No Egito, aparece- ram ferramentas obtidas a partir do cobre. Nesse período, foi fabricado o vidro, usado como produto nos fornos de olarias. Uma das maiores invenções da humanidade, a roda, teve sua origem na Mesopotâmia. No ano de 2780–2280 a.C., os egípcios impressionaram o mundo pela técnica de construção das pirâmides. História da Produção R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 23 [...] A pirâmide tinha a função de abrigar e proteger o corpo do faraó mumiicado e seus pertences (jóias, objetos pessoais e outros bens ma- teriais) dos saqueadores de túmulos. Logo, essas construções tinham de ser bem resistentes, protegidas e de difícil acesso. Os engenheiros, que eram sacriicados após a conclusão da pirâmide para não revelarem os segredos internos, planejavam armadilhas e acessos falsos dentro das construções. Tudo era pensado para que o corpo mumiicado do faraó e seus pertences não fossem acessados. As pirâmides foram construídas numa época em que os faraós exer- ciam máximo poder político, social e econômico no Egito Antigo. Quanto maior a pirâmide, maior seu poder e glória. Por isso, os faraós se preocupavam com a grandeza destas construções. Com mão-de-o- bra escrava, elas eram construídas com blocos de pedras que chegavam a pesar até duas toneladas. Para serem inalizadas, demoravam, muitas vezes, mais de 20 anos. Desta forma, ainda em vida, o faraó começava a planejar e executar a construção da pirâmide. A matemática foi muito empregada na construção das pirâmides. Co- nhecedores desta ciência, os arquitetos planejavam as construções de forma a obter o máximo de perfeição possível. As pedras eram corta- das e encaixadas de forma perfeita. Seus quatro lados eram desenhados e construídos de forma simétrica, fatores que explicam a preservação delas até os dias atuais. [...] Eles utilizaram um sistema de produção de matéria-prima, logística de transportes, engenharia e construção. Tam- bém foram excelentes agricultores, cultivando, principalmente, o trigo e a cevada, utilizados na fabricação de pães. A produção do linho usado na fabricação do vestuário era exportada para todo o mundo mediter- râneo. A fabricação de vasos, objetos e utensílios era moldada na cerâ- mica e talhada na madeira, no cobre e no ouro (PIRÂMIDE, on-line). CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E24 Já, em 450 a.C. – 300 d.C., o mundo pode conhecer as construções arquitetôni- cas do Império Grego e do Império Romano. Um dos símbolos de maior sucesso artístico da Grécia é a sua requintada arquitetura, principalmente, as elegantes colunas de pedra e os frontões triangulares, esculpidos em três “estilos” de arqui- tetura desenvolvida pelos gregos. [...] O estilo dórico é o mais velho e simples, com fortes colunas e fron- tões cobertos com esculturas que, naquela época, poderiam ter sido pintadas de azul ou vermelho para criar impacto. O Parthenon é o me- lhor exemplo existente de templo dórico. Estes estilos foram criados para construir templos para os deuses. Esculpidos em mármore, eles imitavam as técnicas de cortes em madeira das construções originais. [...] O estilo jônico loresceu aproximadamente na mesma época, nas cidades ricas da Ásia Menor. É mais suave e mais decorativo, com inas colunas que apresentam espirais no inal do capitel. O estilo atingiu o seu ponto máximo no Templo de Artemisa em Éfeso. [...] O estilo coríntio apresenta intrincadas folhas de acanto esculpi- das no topo das colunas, signiicando inluências do estilo vindas do Oriente Médio. A grandiosidade do estilo coríntio o transformou no tipo de construção favorito da Roma Imperial. Em Atenas, artes mo- numentais como os templos de Atena Pártenos, da Vitória Áptera, do Erectéion e muitos outros, que mostram a grandiosidade de uma épo- ca. (PORTAL, on-line). A engenharia civil romana também merece um grande destaque. Além de construir estradas que ligavam todo o império,os romanos ediica- ram aquedutos que levavam água limpa até as cidades e também desen- volveram complexos sistemas de esgoto para dar vazão à água servida e aos dejetos das casas. A arquitetura romana sofreu uma enorme inluência da arquitetura grega, porém, adquiriu algumas características próprias. Os romanos, por exemplo, modiicaram a linguagem arquitetônica que receberam dos gregos, uma vez que acrescentaram aos estilos herdados (dórico, jônico e coríntio) duas novas formas de construção: A evolução da ar- quitetura romana relete-se fundamentalmente em dois âmbitos prin- cipais: o das escolas públicas e o das obras particulares. As primeiras (por exemplo, templos, basílicas, aniteatros, arcos de triunfo, colunas comemorativas, termas e edifícios administrativos) eram obras que apresentavam dimensões monumentais e quase sempre formavam um conglomerado desordenado em torno do fórum - ou praça pública - das cidades. Por outro lado, as segundas, como os palácios urbanos e as História da Produção R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 25 vilas de veraneio da classe patrícia, se desenvolveram em regiões privi- legiadas das cidades e em seus arredores, com uma decoração faustosa e distribuídas em torno de um jardim. (ARTE, on-line). Em Roma, podemos citar algumas dessas construções colossais: a Basílica de São Pedro, a Fontana Di Trevi, o Phanteon, e a mais impressionante, o Coliseu. Esse último é uma construção grandiosa, feita com enormes pedras e sem a utilização de nenhum tipo de cimento. Os engenheiros utilizavam-se da força das pedras para deixá-las imóvel. Agora, na China, e ainda no mundo antigo, a mais gigantesca e fabulosa cons- trução é a Grande Muralha da China. Essa muralha começou a ser construída pelo Imperador Qin durante a Dinastia Qin, para defender seu reino contra a pilhagem de tribos nô- mades. Sua construção prosseguiu ao longo de sucessivas dinastias. O trecho da Muralha que ainda permanece nos dias de hoje era parte da Rota da Seda, e foi construída durante a Dinastia Ming. Ela se estende por cerca de 6.350 quilômetros. Ao longo dos séculos, a Muralha foi guarnecida por exércitos com o objetivo de alertar ao primeiro sinal de invasão, e também como primeira linha de defesa. Diferente do que se acredita seu propósito não era tanto deter a invasão dos Manchus e das tribos nômades do norte, mas impedi-los de roubar propriedades e fugir da China. [...] O desenho e a construção da Grande Muralha são um relexo iel da sa- bedoria dos estrategistas e construtores daqueles tempos. Os muros, corpo principal da obra, construíram, aproveitando os contornos das montanhas e dos vales. Além dos muros, ao longo da muralha levantaram-se torres, passos estratégicos e atalaias que tinham por função servir como um alar- me a possíveis ataques. (PORTAL SÃO FRANCISCO, on-line). CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E26 O Mundo Antigo teve grande inluência na transformação da produção, nos seus mais variados setores, desde a produção de alimentos e roupas até construções magníicas. Já em meados do século XVIII, momento em que outras civilizações já haviam sido formadas e o mundo estava muito mais globalizado, os processos industriais necessitavam de aplicações de sistemas na organização do trabalho para o processo industrial. Na fabricação de produtos, havia funções especia- lizadas em que cada trabalhador executava a tarefa no seu próprio lar, como uma forma de divisão do trabalho. Esse processo gerou a chamada fadiga, pois os trabalhadores concentravam suas atenções sobre uma ou mais operações. As indústrias têxteis eram as que mais utilizavam esses sistemas domésticos. Com isso, ocorreu, na Inglaterra, a chamada Revolução Industrial. Esse avanço envolveu dois elementos principais: a difundida substituição da força humana e da água pela força mecanizada e o estabelecimento do sistema fabril. Em 1764, James Watt inventou a máquina a vapor, que forneceu a forma motriz para as fábricas e estimulou outras invenções da época. A disponibilidade da máquina a vapor e da máquina de produção tornou possível reunir trabalhadores em fábricas dis- tantes dos rios. Além disso, o grande número de trabalhadores congregados em fábricas criou a necessidade de organizá-los de uma maneira lógica para produ- zirem produtos. Anos mais tarde, em 1776, Adam Smith avaliou os benefícios econômicos da divisão do trabalho, conhecida como especialização da mão de obra, que divi- dia a produção em tarefas menores, especializadas. Essas tarefas eram atribuídas aos trabalhadores ao longo de linhas de produção. Desta maneira, as fábricas não só desenvolveram maquinarias de produção mas também maneiras de pla- nejar e controlar os trabalhos. História da Produção R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 27 Em 1785, Cartwright inventou o primeiro tear a força. A partir da aplica- ção dessa invenção na indústria, a atual história política e social da Inglaterra teve seu desenvolvimento. Máquinas começaram a ser agrupadas ao redor de fontes de força disponíveis. A princípio, os engenhos de água e os trabalhadores pararam de cumprir seus trabalhos especializados em suas casas e foram traba- lhar nos engenhos. Como se pode perceber por meio dos parágrafos supracitados, a produção está presente na história desde a origem do homem e é gerada pela necessidade de sobrevivência dos indivíduos que, visando melhor utilizar os recursos dis- poníveis, passaram a produzir artefatos para, com mais eiciência, executarem as atividades do seu dia a dia. Com a evolução do tempo e a concentração da população, formando pequenas cidades, surgem os artesãos, que representam a primeira forma de produção organizada (a qual consistia em uma produção de caráter familiar). Com o aumento da demanda, houve a necessidade de contra- tar ajudantes, que faziam as tarefas mais simples e, com o decorrer do tempo, aprendiam o ofício e passavam a ser artesãos. Particularmente, discorreremos sobre a Revolução Industrial. Como já descrito anteriormente, a Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção. Conforme Chiavenato (2001, p. 39), “[...] o artesão e sua pequena oicina patronal desa- parecem para ceder lugar ao operário e às fábricas”. Havendo, nesse período, a introdução da produção em massa, ocorre, assim, a troca do sistema artesanal de produção, tendo início a substituição da força humana pela força da máquina. Para Martins e Laugeni (2015, p. 1): Essa verdadeira revolução na maneira como os produtos eram fabri- cados trouxe consigo algumas exigências, como padronização destes e de seus processos de elaboração; treinamento e habilitação da mão- -de-obra direta; criação e desenvolvimento dos quadros gerenciais e de supervisão; o desenvolvimento de técnicas de planejamento e controles inanceiros da produção e de técnicas de vendas. Esses fatores foram evoluindo conforme as exigências do mercado, que buscam atender cada vez mais a normas e necessidades dos clientes, os quais demandam produtos com tecnologia, baixo custo e qualidade. CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E28 No im do século XIX, nos Estados Unidos, surgiram os trabalhos de Frederick W. Taylor, considerado o pai da Administração Cientíica. De acordo com Maximiano (2004, p. 157), “Taylor foi o primeiro autor a sistematizar um modelode administração, entendendo-se como tal um sistema de idéias ou dou- trinas aliadas a técnicas ou ferramentas.” Essas técnicas e ferramentas foram o estudo dos tempos e movimentos, o qual buscava encontrar: a maneira mais eiciente do operário desenvolver sua atividade, a padronização de ferramentas, a padronização de movimentos, a conveniência de uma área de planejamento, cartões de instrução, sistema de pagamento de acordo com o desempenho e cál- culo de custo. Por meio desses estudos, Taylor visava proporcionar um resultado mais eicaz no sistema de produção das empresas. Segundo Paiva, Carvalho Jr. e Fensterseifer (2004, p. 25), “[...] talvez ninguém tenha seguido tão à risca os con- ceitos da produção em massa e da administração cientíica quanto Henry Ford”. Para Chiavenato (2001, p. 74), “embora não tenha inventado o automóvel nem mesmo a linha de montagem, Ford inovou na organização do trabalho: a pro- dução do maior número de produtos com a maior garantia de qualidade com menor custo possível”. Ford, com a intenção de tornar o seu carro universalmente aceito e acessível, queria que o seu automóvel pudesse ser comprado pelo operário de sua fábri- ca e isso impunha restrições ao projeto do Modelo T. Entretanto, um princípio básico que garantiu a adesão do cidadão comum ao Modelo T é que ele era de fácil manutenção, o proprietário podia facilmente fazer reparos em caso de problemas. A simpliicação do projeto do produto resolvia tanto questões de padronização para a fabricação quanto para a manutenção do automóvel. Fonte: Guerrini (2016). História da Produção R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 29 Em 1950, nasce o sistema Toyota de produção. Isso acon- teceu após uma visita de Toyoda e Ohno à Ford, nos Estados Unidos, onde constataram o desperdício de recursos exis- tentes nas fábricas da Ford, que estavam instaladas em gigan- tescos espaços, tendo grande volume de materiais em esto- que e alto grau de especialização dos seus funcionários. Conforme Maximiano (2004, p. 209), “[...] o que para os ocidentais era pre- caução e abundância de recursos, porém, parecia desperdício para os japoneses”. Essa visão se dava devido ao fato de que, após a Segunda Guerra Mundial, o país enfrentava escassez de recursos e, para maximizar a utilização desses recursos, era necessário adotar uma estratégia de eliminação dos desperdícios. De acordo com Paiva, Carvalho Jr. e Fensterseifer (2004, p. 29), “a empresa apenas produz o que é demandado, ou seja, a produção é puxada pelo mercado e não mais empur- rada como na produção em massa tradicional”. E o futuro da administração da produção? Você imagina como será? Pare por alguns minutos e faça essa relexão. Voltaremos a falar sobre esse assunto na unidade V de nosso livro. (O autor). CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E30 ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO: CONCEITOS INTRODUTÓRIOS Toda e qualquer empresa depende da manutenção de uma constante interação com o ambiente externo, a sociedade, para produzir. Como principais entradas dos processos produtivos, têm-se os recursos inanceiros, os equipamentos, as matérias-primas, os recursos energéticos, as tecnologias e as informações sobre as necessidades e expec- tativas dos consumidores que precisam ser incorporados pela empresa. Cabe ao administrador, no que diz respeito à gestão das entradas, racionalizar o processo de compras; garantir um adequado luxo de capital; manter o abas- tecimento de recursos energéticos em volumes e condições adequadas; buscar, continuamente, a incorporação de novas tecnologias e sondar, constantemente, o mercado, de modo a garantir que os produtos e serviços da empresa estejam adequados aos requisitos de seus clientes. Outro aspecto que diz respeito à gestão das entradas é a atividade de recrutamento e seleção. Embora os trabalhadores não devam ser vistos como simples recursos captados na sociedade, certo é que, ao contratá-los, a empresa está interagindo com o ambiente externo, buscando captar, nesse ambiente, os talentos que precisam. Administração da Produção: Conceitos Introdutórios R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 31 O processamento consiste na transformação dos recursos captados no ambiente externo em produtos ou serviços úteis aos clientes. Cabe à empresa integrar de tal modo a capacidade de seus empregados, a tecnologia utilizada e os recursos incorporados, que o produto ou serviço gerado possa caracterizar- -se pela máxima conformidade técnica e adequação aos clientes. Ford e outros pioneiros da gestão industrial criaram uma série de técnicas capazes de elevar ao máximo a eiciência do processo produtivo. As saídas são os produtos e serviços oferecidos, a serem consumidos pela socie- dade. Neles, reside o sentido da existência de qualquer organização. É para eles que deve estar voltada a atenção principal dos administradores. As atividades de gestão das entradas e do processamento são apenas meios para se atingir a inalidade de garantir-se saídas adequadas. Nem só os produtos e serviços comercializados constituem as saídas do pro- cesso produtivo. Outro importante resultado desse processo é a geração de novas tecnologias, que podem ser aproveitadas não só na produção em questão como também para outras inalidades. Um exemplo que pode ser citado são as tecno- logias desenvolvidas a partir dos projetos espaciais da NASA. Embora o produto fundamental daquela organização seja a realização de viagens espaciais, graças aos processos por ela empreendidos, foram descobertas as tecnologias do forno de micro-ondas e do telefone sem io, dentre outras menos conhecidas. CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E32 Outro importante tipo de saída é a contribuição oferecida pela organização ao desenvolvimento social e econômico da comunidade onde está inserida. A geração direta e indireta de empregos, trazida pelos investimentos empresariais, apresenta um impacto signiicativo na economia. Projetos de apoio à comuni- dade têm merecido, também, crescente atenção por parte de muitos empresários, como forma de tornar suas organizações mais efetivas, ou seja, de oferecer uma contribuição socialmente relevante, que torne a relação entre a empresa e seu ambiente externo cada vez mais favorável. O sistema de produção é a forma de como um produto é fabricado. Administração da Produção: Conceitos Introdutórios R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 33 Adota um sistema de produção para realizar suas operações e produzir seus pro- dutos ou serviços da melhor maneira possível e, com isso, garantir sua eiciência e eicácia. O sistema de produção é a maneira pela qual a empresa organiza seus órgãos e realiza suas operações de produção, adotando uma interdependência lógica entre todas as etapas do processo produtivo, desde o momento em que os materiais e matérias-primas saem do almoxarifado até chegar ao depósito como produto acabado. Na realidade, para que isso aconteça, as entradas e os insumos que vêm dos fornecedores ingressam na empresa por meio do almoxarifado de materiais e matérias-primas, sendo, ali, estocados até a sua eventual utilização pela produ- ção. Essa produção processa e transforma os materiais e matérias-primas em produtos acabados para seremestocados no depósito até a sua entrega aos clien- tes e consumidores. A interdependência entre o almoxarifado, a produção e o depósito é muito grande: qualquer alteração em um deles provoca inluências sobre os demais, como se fossem vasos comunicantes. Eles são os três subsiste- mas do sistema de produção intimamente inter-relacionados e interdependentes. Basicamente, esses três subsistemas - o almoxarifado, a produção e o depósito - devem trabalhar de maneira coordenada e serem balanceados e ajustados entre si. Provavelmente se você acadêmico(a) já trabalha ou trabalhou em uma empresa industrial e deve ter tido contato com esses três subsistemas, o almo- xarifado, a produção e o depósito que são essenciais no processo produtivo, em seguida veremos como ocorre o modelo e o processo de transformação. “Há uma regra para industriais que é: Fazer a mercadoria de melhor qualida- de possível, no menor custo possível, pagando o mais alto salário possível”. (Henry Ford) CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E34 MODELO DE TRANSFORMAÇÃO Qualquer operação produz bens e serviços, ou um misto dos dois. Isso acontece por um processo de transformação. Por transformação, referimo-nos ao uso de recursos para mudar o estado ou condição de algo para produzir outputs. A igura abaixo mostra o modelo de transformação usado para descre- ver a natureza da produção. Essa produção envolve um conjunto de recursos de input, usado para transformar algo ou para ser transformado em outputs de bens e serviços. Consumidores Recursos de entrada a serem transformados Materiais Informação Consumidores Instalações Pessoal Recursos de entrada de transformação Processo de transformação Ambiente Ambiente Recursos de entrada (input) Saídas de produtos e serviços (output) Figura 1 - Qualquer produção envolve os processos input – transformação – output Fonte: Carneiro e Colla (2010, p.15). Administração da Produção: Conceitos Introdutórios R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 35 INPUTS PARA O PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO Os inputs para a produção podem, convenientemente, ser classiicados em: ■ Recursos transformados: os que são tratados, transformados ou conver- tidos de alguma forma. ■ Recursos de transformação: os que agem sobre os recursos transformados. O PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO Qualquer organização produz bens ou serviços ou, ainda, ambos e faz isso por meio de um processo de transformação. A esse processo damos o nome de fun- ção de Produção. Como nem sempre o que as empresas produzem são bens tangíveis, como os serviços, chamamos também de função (ou Administração) de Produção e Operações. Transformação é o uso de recursos para mudar o estado ou condição de algo, a im de produzir ou transformar alguma coisa, em algo de maior utili- dade. Então, produção é a transformação de algo - produto, matéria-prima ou serviço - em outro bem ou serviço, de melhor qualidade ou utilidade. A partir desse conceito, já se pode deinir alguns itens importantes para a Administração da Produção e Operações, tais como: ■ INPUTS: representa a entrada de recursos. São os insumos ou maté- ria-prima necessários para dar origem ao produto ou serviço que será produzido. ■ OUTPUTS: é o resultado da produção ou transformação. É a saída do produto ou serviço. CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E36 Existem ainda dois tipos de recursos de transformação: ■ Instalações: prédios, equipamentos, terreno e tecnologia. ■ Funcionários: os que operam, planejam, mantêm e administram a produção. O propósito do processo de transformação das operações está diretamente rela- cionado com a natureza de seus recursos de inputs (entrada). Para tanto, pode-se separar tais recursos em materiais, informações e consumidores, conforme deta- lhado a seguir: ■ Processamento de materiais: a maioria das operações que processam materiais são manufaturas, que transformam as propriedades desses materiais, como forma, características etc. Mas há aquelas que mudam apenas a localização deles, como as empresas de entrega de encomen- das, ou aquelas que apenas mudam a posse do material, que é o caso das empresas de venda a varejo. ■ Processamento de informações: da mesma forma que ocorre com o pro- cessamento de materiais, pode acontecer com as informações, que serão manuseadas das mais diversas formas, como em escritório de contabi- lidade, que, geralmente, transforma a propriedade das informações de inputs, ou uma empresa de pesquisa de mercado, que recolhe e repassa as informações. Existem aquelas que armazenam informações, como as bibliotecas, e as que trabalham com a questão da localização da informa- ção, como no caso das telecomunicações. ■ Processamento de consumidores: as operações que processam consu- midores também podem transformá-los de diversas maneiras como: processamento físico (no caso de cabeleireiros, cirurgiões plásticos), ou estocam consumidores (nos casos de hotéis). As empresas de transporte cuidam da localização das pessoas, mas existem ainda processadores que cuidam da transformação isiológica (hospitais) e as psicológicas (arte, cultura, educação). Administração da Produção: Conceitos Introdutórios R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 37 TIPOS DE OPERAÇÕES DE PRODUÇÃO Mesmo que as operações sejam similares entre si, na forma de transformar seus recursos de input em output de bens e serviços, apresentam diferenças em qua- tro aspectos importantes: ■ Dimensão volume: por meio da dimensão volume, focamos duas questões básicas: a especialização das tarefas, em decorrência do grande volume repetitivo de produção, e a relação custo, a qual expõe que quanto maior o volume, menor o custo de produção. Do ponto de vista do funcionário, a repetição de tarefas pode ser des- motivante, porém, com maior volume e menor custo, a empresa poderá investir em recursos e melhorar sua qualidade de vida no trabalho. Exemplo: cadeia de lanches rápidos. ■ Dimensão variedade: na dimensão variedade, ressaltamos a questão custo elevado, pela opção do cliente, que, mesmo dispondo de produtos ou serviços alternativos, poderá optar por aquele que lhe ofereça melhor variedade de características, estando disposto a pagar mais caro por isso. Exemplo: empresa de táxi X transporte coletivo. CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E38 ■ Dimensão variação: a dimensão variação considera o nível da provável demanda da empresa ou produto, a im de manter um padrão de demanda e/ou recursos nivelados, de maneira a não perder negócios e não elevar os custos de manutenção. Uma alternativa bastante utilizada por empresas com produtos ou serviços sazonais é a colocação de um produto alterna- tivo na sua contra temporada. Exemplo: hotéis de temporada e sorveterias. ■ Dimensão visibilidade: visibilidade é uma dimensão mais difícil de con- siderar. Signiica quanto das suas atividades é percebido pelo consumidor. Em geral, a dimensão visibilidade é observada pelo atendimento de neces- sidade dos clientes, como atendimento cortês e rápido, atendimento pelo produto solicitado, acesso à loja ou empresa, propaganda, acesso às ven- das e propagandas via Internet ao seu público alvo etc. VISÃO SISTÊMICA DO PROCESSO: ENTRADA, PROCESSOE SAÍDA Qualquer sistema pode ser representado como conjunto de elementos interde- pendentes, que se organizam em três partes: Entrada, Processo e Saída (E-P-C). Um exemplo mais prático desse processo são as fábricas, pois elas processam (transformam) entradas, como matéria-primas e mão de obra, para fornecer produtos (saídas). I. Entradas: as entradas (inputs) compreendem os recursos físicos e abs- tratos de que o sistema é feito, incluindo todas as inluências e recursos recebidos do meio ambiente. Exemplo: um sistema de produção de veícu- los compreende os seguintes componentes: sistema de projeto do produto; fornecimento de peças intercambiáveis; máquinas e equipamentos; tra- balhadores especializados; procedimentos padronizados de montagem e instalações de montagem. II. Processo: todo sistema tem processos que interligam os componentes e transformam os elementos de entrada em resultados, cada tipo de sis- tema tem um processo de dinâmica própria. O que deine a natureza do sistema é o processo, a natureza das relações entre as partes, e não ape- nas as partes, que são muito similares em todos os sistemas. Administração da Produção: Conceitos Introdutórios R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 39 III. Saída: as saídas (outputs) são os resultados do sistema, os objetivos que o sistema pretende atingir ou, efetivamente, atinge. As saídas compre- endem os produtos e serviços para os clientes ou usuários, os salários e impostos que pagam, o lucro de seus acionistas, o aumento das qualii- cações de sua mão de obra e outros efeitos de sua ação, como a poluição que provoca, ou o nível de renda na cidade em que se localiza. OS COMPOSTOS BENS E SERVIÇOS As pessoas utilizam produtos para satisfazer suas necessidades de natureza eco- nômica. Os produtos, em função de sua tangibilidade (características como dimensões físicas ou poder de serem discerníveis pelos sentidos), podem ser classiicados como bens ou serviços. Geralmente, quando as pessoas adquirem produtos, inclusive os bens, estão buscando o serviço que eles podem lhes prestar. De qualquer forma, na prática, os produtos têm agregado uma quantidade crescente de serviços, como forma de criação de diferenciais competitivos de mercado. Por outro lado, os serviços têm, em graus variados, incorporado bens materiais na sua prestação. Semelhantemente aos bens, os serviços podem ser classiicados como: ■ Classes de serviços de consumo: compostas por categorias de servi- ços comprados por consumidores para uso pessoal. As classes incluem serviços de conveniência (ônibus, táxi), serviços de compra comparada (dentistas, advogados), especialidades (cabeleleiro, designer de moda) e serviços não procurados (funeral). ■ Classes de serviços industriais: compostas por categorias de serviços comprados por organizações para uso na produção ou operação de seus negócios. As classes incluem projetos, instalações, montagem, manuten- ção, segurança, serviços inanceiros e uma grande variedade de serviços prestados por proissionais liberais. CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E40 Em muitos casos, ica difícil distinguir a diferença entre produtos e serviços, pela quantidade que cada um incorpora do outro. Os bens sempre têm algum tipo de serviço incorporado bem como alguns serviços têm uma quantidade razo- ável de bens incorporados. Assim, deinem-se bens ou serviços em função da predominância de um em relação ao outro. A ideia de que produtos contêm elementos de ambos: bens e serviços, em graus variados, constitui-se no que se denomina continuum de bens e serviços: em uma extremidade, estariam os produtos sem qualquer tipo de serviço agregado e na outra extremidade, estariam os serviços puros, como seguros, por exemplo. CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO Segundo Kotler (1998, p.12), “um produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para sua apreciação, aquisição, uso ou consumo, a im de satisfazer um desejo ou necessidade”. Assim, os produtos devem ser encarados como algo que vai além de um bem tangível, pois eles, geralmente, são combinações de bens, serviços, ideias, conceitos ou até mesmo pessoas. Dada a complexa composição de muitos produtos, a melhor maneira de abordar suas estratégias é pensar neles como pacotes de atributos físicos, de serviço e simbólicos, planejados para satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores. Uma boa estratégia de produto tem como foco todos os elemen- tos supracitados e não apenas um, do pacote do produto. É importante lembrar que, em si mesmos, os produtos têm pouco valor. Seu real valor vem de sua capacidade de oferecer benefícios que melhorem a situação do consumidor ou resolvam o problema dele. Os compradores de um Audi A6 não compram um simples carro, eles compram luxo, status e conforto. Pessoas que frequentam uma boate não estão apenas com vontade de beber, elas que- rem é satisfazer suas necessidades de interação social. Os proissionais da área têm a atenção voltada para o desenvolvimento de produtos, sistemas e processos que identiicam e atendem as necessidades do mercado-alvo. Aqueles que assumem como foco interno desenvolver o melhor produto possível, geralmente, seguem o caminho do fracasso, uma vez que esse produto deixa de ser o melhor método de atender uma necessidade. Administração da Produção: Conceitos Introdutórios R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 41 O conceito de produtos, hoje, baseia-se no fato de que os clientes darão pre- ferência aos que oferecem a melhor qualidade, desempenho e benefícios. Os administradores das organizações orientadas para o produto enfatizam o esforço em produzir bons produtos e melhorá-los ao longo do tempo. Esses produtos são físicos, como: ambulâncias, material cirúrgico e livros. Contudo, também incluem os serviços (algumas vezes designados de produtos-serviços), como: banho e tosa, consertos e férias. Um produto oferecido aos clientes pode ser visto em cinco níveis, conforme mostra a Figura 3, disposta logo abaixo: Benefício Produto Genérico Produto Esperado Produto Ampliado Produto Potencial Figura 2 - O Conceito de Produto Fonte: Kotler (1998, p. 383). O nível mais fundamental é o benefício núcleo, isto é, trata-se do benefício fun- damental que o consumidor está realmente comprando. No segundo nível, a empresa precisa transformar o benefício núcleo em produtos básicos, tais como: cama, banheiro, toalhas, mesa e armário que um hotel oferece a seu cliente. No próximo nível, a empresa prepara um produto esperado, ou seja, um conjunto de atributos e condições mínimas que os compradores normalmente esperam e concordam quando compram esse produto. No quarto nível, a empresa pre- para um produto ampliado, que atenda os desejos dos consumidores além de suas expectativas (um hotel pode ampliar seu produto por meio da conces- são de lores naturais, check-in rápido, jantar e serviços de quarto especiais). CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E42 O produto ampliado é o produto tangível, somado aos diversos serviços que o acompanham, tais como: garantia, instalação, manutenção, entrega gratuita e outros. Por último, o produto potencial envolve todas as ampliações e trans- formações que esse produto deve sofrer no futuro. Condiz com a evolução do produto ampliado e, nesse contexto, empresas mais bem sucedidas acrescentam benefícios a sua oferta que, alémde satisfazer aos consumidores, os encantam. Segundo Kotler (1998, p.45), o encantamento é uma forma de acrescentar sur- presas imprevistas à oferta. É importante ressaltar que, no segundo nível, o administrador deverá lidar com algumas informações importantes no que diz respeito à tangibilidade do produto. Eis algumas questões: ■ Qualidade: vários especialistas a deinem como “adequação ao uso”, “aten- dimento das exigências”, “liberdade para variações” e assim por diante. Então, trata-se da totalidade de aspectos e características de um pro- duto ou serviço que proporciona a satisfação de necessidades declaradas e implícitas. ■ Design: é a totalidade de características que afetam a aparência e funções de um produto em termos das exigências dos consumidores. À medida que a concorrência se intensiica, o design oferecerá uma potente maneira para diferenciar e posicionar os produtos e serviços de uma empresa. ■ Marca: trata-se de um nome, termo, sinal, símbolo ou combinação destes e que tem o propósito de identiicar bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e de diferenciá-los de concorrentes. ■ Rótulo: pode ser uma simples etiqueta aixada ao produto ou um desenho artístico elaborado que faz parte da embalagem. Ele pode conter apenas a marca do produto ou muitas informações. Mesmo que o fabricante pre- ira um rótulo simples, a lei exige informações adicionais. ■ Embalagem: é o conjunto de atividades de design e fabricação de um recipiente ou envoltório para um produto. Tem por função facilitar a armazenagem, proteger e conservar o produto, ajudar a posicioná-lo ou reposicioná-lo, facilitar seu uso e ajudá-lo na venda. Vários fatores têm contribuído para o crescente uso da embalagem como ferramenta de marketing: autosserviço, imagem da empresa e da marca, e oportuni- dade de inovação. Administração da Produção: Conceitos Introdutórios R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 43 CARACTERÍSTICAS DE SERVIÇOS É importante destacar que esse item será mais discutido na última unidade deste livro. De qualquer forma, seguem algumas considerações importantes na con- textualização da administração da produção: as principais características dos serviços que os distinguem de produtos tangíveis são: intangibilidade, variabi- lidade, inseparabilidade e perecibilidade. ■ Intangibilidade: expressa a noção de que um serviço não tem nenhuma substância física. O que ica de posse do consumidor é o resultado da prestação do serviço. ■ Inseparabilidade: expressa a noção de que um serviço não pode ser sepa- rado de seu provedor. Ao se adquirir um bem, interessa ao consumidor o aspecto, não tendo qualquer signiicado para esse consumidor a aparên- cia da fábrica ou da pessoa que produziu. ■ Perecibilidade: expressa a noção de que um serviço não pode ser feito com antecedência e armazenado. A produção e o consumo desse serviço se dão no mesmo momento. ■ Variabilidade: expressa a noção de que um serviço pode variar em padrão ou qualidade de um fornecedor para outro ou de uma ocasião para outra. CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E44 Controle do desempenho do aiatema Processamento de dados em informação Entrada de Recursos de dados Saída de produtos de informação Armazenamento de recursos de dados CONTROLE A Comunidade Concorrentes Instituições �nanceiras Sindicatos trabalhistas administração Fo rn ec ed o re s A g ên ci as R eg u la d o ra s A ci o n is ta s C lie n te s Rec urs os Hu ma nos Usu ário s � nai s e esp eci alis tas em si Recursos de Software Programas e procedimentos Re cu rs os d e H ar dw ar e M áq ui na s e m íd ia s Recursos de D ados Banco de dados e bases de conhecim ento Recursos de Rede Meios de comunicação e suporte de rede ENTRADA Recursos: Pessoas; Dinheiro; Matéria-prima; Máquinas; Terra; Instalações; Energia; Informação. PROCESSAMENTO Processos organizacionais Comercializar, desenvolver; Produzir e entregar; Produtos e serviços; Dar assistência a clientes; Outros processos. SAÍDA Bens e serviços: Produtos; Serviços; Pagamentos; Contribuições; Informações; Outros efeitos. Figura 3 - Sistema de Produção de Serviço Fonte: adaptada de O’Brien (2001, p. 16-20). É importante frisar que a última unidade deste livro abordará, exclusivamente, o tema Sistema de Produção de Serviços. Nesta unidade, destacar-se-á infor- mações importantes, no que diz respeito à sistemática do serviço no contexto da produção. Administração da Produção: Fator Estratégico R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 45 ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO: FATOR ESTRATÉGICO Estratégia, de um modo geral, é “a arte do General”. Em termos, podemos enten- der que é a arte em disposição do general para ele alcançar os seus objetivos postos em vista (PAIVA, CARVALHO, FENSTERSEIFER, 2004, p. 106). Esse ponto de vista é fundamental, quando analisado em uma empresa, perante o mercado, como podemos observar com tópicos que auxiliam essas empresas, em barganhas, economias de mercado, busca de um espaço amplo e competi- tivo e uma lexibilidade adequada. TRÊS NÍVEIS DE ESTRATÉGIAS DA EMPRESA As Estratégias Corporativas têm fatores que podem deinir uma organização. Com isso, são deinidos três tipos de estratégias: corporativa, de negócios e fun- cional (PAIVA, CARVALHO, FENSTERSEIFER, 2004, p. 57). Com esses níveis de estratégias, podemos observar que, em uma organização, para ter um foco mais CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E46 bem elaborado sobre o mercado, deve-se analisar pontos referentes ao ambiente em que a empresa irá centralizar, no mercado, as formas legais em que deverá se adequar, além de focar a maneira correta para empenhar a função dessa empresa e de todos que a componham. a. Estratégia Corporativa Relaciona-se com o ambiente em que o grupo atua, tendo reconheci- mento de suas forças e os fatores ambientais que possam afetá-la (PAIVA, CARVALHO, FENSTERSEIFER, 2004, p. 58). A estratégia corporativa entrelaça fatores naturais que possam, por motivos futuros ou maiores, afetar na estrutura da organização, no desempenho de seus colabora- dores e até mesmo no mercado no qual ela está focada para se adaptar. Entende-se que esses fatores estão presentes em lugares ao redor da orga- nização, ou seja, não afetam somente uma empresa, mas podem afetar uma economia inteira, podendo acarretar, na cultura, sistemas de infor- mação, economia e fatores que possam interferir diretamente ou mesmo indiretamente em uma organização. b. Estratégia de Negócios Os fatores ambientais, junto com a interação da unidade de negócios (Empresa), criam o chamado caráter. Assim, por meio dos pontos for- tes e fracos, essa unidade de negócios poderá deinir sua competência distinta (PAIVA, CARVALHO, FENSTERSEIFER, 2004, p. 59). Com a estratégia de negócios, uma organização poderá estipular uma forma de saber com qual foco irá desenvolver seus processos, políticas e objetivos. Estipula-se, com isso, uma melhor sondagem nas políticas e metas esta- belecidas, as quais desenvolvem uma vantagem referente às concorrentes do ramo, ao criar um modelo competitivo, e com isso englobar ideias aos recursos, adequando uma viabilidade, para que se tenha uma consistên- cia no mercado de trabalho em que irá desempenhar. Administração da Produção: Fator Estratégico R ep ro d u çã o p ro ib id a. Art . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 47 c. Estratégia de operações Essa deinição coincide com os objetivos da organização, ao buscar alcan- çar os objetivos da área de operações, a im de que sejam identiicadas as estratégias genéricas de operações. O reconhecimento da mudança facili- tará a ligação entre os sistemas, ou seja, a identiicação de três estratégias genéricas (PAIVA, CARVALHO, FENSTERSEIFER, 2004, p.61). A estratégia de operações é constituída por um simples objetivo, que é a identiicação de um projeto na organização. Essa identiicação acrescenta para a estratégia um destaque em relação às concorrentes, pois, assim, acontecerá uma facilidade (exposta nas funções exercidas), diminuindo o tempo das operações e enxugando o luxo inesperado de processos ou ser- viços. Na estratégia de operações, temos três modelos, a Liderança de custo pura, Diferenciação pura e Custo e diferenciação (PAIVA, CARVALHO, FENSTERSEIFER, 2004, p. 63). ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO De acordo com Chase et al. (2006, p. 108), estratégia de produção diz respeito ao estabelecimento de políticas e planos para utilizar os recursos de uma empresa, a im de melhor sustentar sua tática competitiva em longo prazo. Ela é abrangente, por intermédio de sua integração com a estratégia corporativa. Uma estratégia de produção envolve um processo de longo prazo, que precisa adotar as mudan- ças inevitáveis. Envolve decisões que se relacionam ao projeto de um processo e à infraestrutura necessária para sustentar esse processo. Nesse sentido, o projeto inclui a seleção da tecnologia apropriada, a classiicação com o passar do tempo, a função do estoque e a localização desse processo. As decisões de infraestru- tura envolvem a lógica associada com os sistemas de planejamento e controle, as abordagens de garantia da qualidade e de controle, as estruturas de pagamento do trabalho e a organização da função de operação. CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E48 A estratégia de produção pode ser vista como parte de um processo de pla- nejamento que coordena os objetivos/metas operacionais com os objetivos mais amplos das organizações. Uma vez que esses objetivos amplos mudam com o tempo, a estratégia de produção precisa ser modelada para antecipar as necessi- dades futuras. A capacidade de produção de uma empresa pode ser vista como um portfólio adequado para se adaptar às necessidades em mudança dos clien- tes da empresa pelos produtos e/ou serviços. A partir da estratégia de produção, do ponto de vista histórico, na era pós-Segunda Guerra Mundial, as empresas americanas, por exemplo, passa- ram por grandes demandas de consumo que haviam sido encerradas durante a guerra. Como resultado, a manufatura, nos Estados Unidos, enfatizou a entrega de grandes volumes. Em contraste, durante o mesmo período, as empresas japo- nesas de manufatura focaram a qualidade de seus produtos. As prioridades para se manterem competitivas eram diferentes em empresas de diferentes países. As chaves para o sucesso, na estratégia da produção, estão na identiicação de quais são as escolhas prioritárias, no entendimento das consequências de cada esco- lha e na navegação dos trade-ofs resultantes. ■ Dimensões competitivas da produção Sabe-se que manter a competitividade em alta é um desaio permanente para todas as empresas. Uma das “ferramentas” para sustentar essa capacidade é a gestão estratégica, que é um processo e deve ser de responsabilidade da alta admi- nistração. Entretanto, esse processo deve ser compartilhado com outros níveis de gerência, quando houver, buscando o envolvimento e comprometimento de todos para o planejar, o gerenciar, o executar, o acompanhar e o corrigir rumos quando necessário. É um processo macro e essencial para a condução de um negócio marcado, nos dias de hoje, pela necessidade de mudanças (muitas vezes radicais), inúmeras turbulências, entre outras questões. Enim, nos dias de hoje, a empresa, mais do que nunca, precisa diferenciar- -se de sua concorrência. Para tal, pode-se destacar a importância de se analisar os cinco objetivos de desempenho (estratégias de produção) de uma empresa, na busca de sua competitividade em um mercado cada vez mais turbulento. O quadro abaixo exempliica bem essa situação: Administração da Produção: Fator Estratégico R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 49 Fazer as coisas certas Fazer as coisas com rapidez Fazer as coisas em tempo Mudar o que faz bem Fazer as coisas mais baratas Vantagem em QUALIDADE Vantagem em RAPIDEZ Vantagem em CONFIABILIDADE Vantagem em FLEXIBILIDADE Vantagem em CUSTO Figura 4 - Dimensões competitivas Fonte: Corrêa e Corrêa (2006, p. 55). Dadas as escolhas enfrentadas, hoje, pelos clientes, como eles decidem quais produtos ou serviços serão comprados? Clientes diferentes são atraídos por atri- butos diferentes. Alguns clientes estão, primeiramente, interessados no custo de um produto ou serviço, e, correspondentemente, algumas empresas tentam se posicionar para oferecer o preço mais baixo. As principais dimensões compe- titivas (vide Figura 5) que formam a posição competitiva de uma empresa são as seguintes: Custo: dentro de toda indústria, geralmente, há um segmento de mercado que compra, exclusivamente, com base no custo baixo. Para competir com sucesso, nesse nicho, uma empresa precisa ser um produtor de custo baixo, porém, só esse posicionamento não é garantia de rentabilidade e sucesso. Qualidade: qualidade pode ser dividida em duas categorias: qualidade do produto e qualidade do processo. O nível de qualidade no projeto de um produto irá variar de acordo com o segmento de mercado para o qual ele está destinado. Estabelecer o nível adequado de qualidade exige foco nas exigências do con- sumidor. Os produtos extremamente projetados, com muita qualidade, serão vistos como excessivamente caros. Os produtos que não são muito projetados, por outro lado, perderão clientes para aqueles produtos que custam um pouco mais, mas são vistos pelos consumidores como de maior valor. CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS E ESTRATÉGIAS NA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E50 Rapidez: a habilidade de uma empresa em entregar os produtos mais rapi- damente do que seus concorrentes pode ser crítica. Uma empresa que consiga oferecer o conserto no local em apenas uma ou duas horas tem uma vantagem signiicativa sobre a empresa concorrente que garante o serviço apenas dentro de 24 horas. Coniabilidade: trata-se da habilidade da empresa em suprir o produto ou serviço no dia, ou antes, do prazo de entrega. O foco, durante os anos 80 e 90, na redução dos estoques, para ter custos mais baixos, enfatizou bastante a conia- bilidade na entrega como um critério para avaliar os fornecedores alternativos. Flexibilidade: é a habilidade de uma empresa em oferecer uma variedade ampla de produtos para seus clientes. Um elemento importante dessa habilidade é o tempo necessário para uma empresa desenvolver um produto novo e con- verter seus processos para oferecer esse produto. Quadro 3 - Grandes objetivos e subobjetivos de operações GRANDES OBJETIVOS SUBOBJETIVOS DESCRIÇÃO Preço / Custo Custo de produzir Custo de servir Custo de produzir o produto. Custo de entregar e servir o cliente. Rapidez Acesso Atendimento Cotação Entrega Tempo e facilidade para ganhar acesso à operação. Tempo para iniciar o atendimento. Tempo para cotar preço, prazo, especiicação. Tempo
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