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Resumo Etica, Pol e Cidadania

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RESUMO
Ética, Politica e Cidadania
Mito e pensamento no período pré-socrático
A filosofia nasceu com o surgimento de uma nova forma de investigar a realidade (physis). O pensamento filosófico representou uma ruptura com a tradição mitológica, que explicava os fenômenos da natureza, as estruturas sociais e outros acontecimentos por meio da ação dos deuses.
O verão e a primavera, por exemplo, eram causados pela visita de Perséfone ao Olimpo, e sua volta ao reino de Hades tinha como efeito o outono e o inverno. A tempestade e o trovão eram causados por Zeus, deus dos raios e autoridade máxima entre os deuses. Os nobres gregos seriam descendentes dos deuses do Olimpo, portanto, tinham linhagem divina. Esses são exemplos do pensamento mítico que será superado pelos primeiros filósofos.
A tradição filosófica, graças à obra de Aristóteles (que registrou o pensamento dos pré-socráticos), considera que Tales foi o primeiro a perguntar pelo princípio originário de todas as coisas (Arché).
A filosofia nasceu com o surgimento de uma nova forma de investigar a realidade (physis). O pensamento filosófico representou uma ruptura com a tradição mitológica, que explicava os fenômenos da natureza, as estruturas sociais e outros acontecimentos por meio da ação dos deuses.
O verão e a primavera, por exemplo, eram causados pela visita de Perséfone ao Olimpo, e sua volta ao reino de Hades tinha como efeito o outono e o inverno. A tempestade e o trovão eram causados por Zeus, deus dos raios e autoridade máxima entre os deuses. Os nobres gregos seriam descendentes dos deuses do Olimpo, portanto, tinham linhagem divina. Esses são exemplos do pensamento mítico que será superado pelos primeiros filósofos.
A tradição filosófica, graças à obra de Aristóteles (que registrou o pensamento dos pré-socráticos), considera que Tales foi o primeiro a perguntar pelo princípio originário de todas as coisas (Arché).
Motivado pela admiração típica dos filósofos, Tales observou o movimento de geração e corrupção da natureza, e concluiu que na multiplicidade dos seres existe uma unidade, um elemento comum a todos. Através da indução, o primeiro filósofo avaliou casos particulares para concluir que a água é o princípio da existência, elemento sem o qual a physis não seria possível.
Percebe-se assim uma forma de investigar baseada na observação e no pensamento racional sem recorrer à mitologia. Os demais filósofos pré-socráticos seguirão o exemplo de Tales. Anaxímenes, Anaximandro, Parmênides, Heráclito e outros irão também investigar a natureza e chegar a outras respostas. Entre eles teremos ainda duas fases: uma que busca o princípio físico e outra conceitual, que investiga o ser.
Esses pensadores têm uma característica marcante: a ruptura com a mitologia, a investigação racional e a busca pela unidade na multiplicidade. Não são explicações que repousam na tradição simbólica de um povo, mas explicações de homens que não deram mais ouvidos ao mito, mas ao logos.  Trata-se do início daquilo que será chamado, séculos depois, de pensamento científico.
- Pensamento socrático e lógica aristotélica
Sócrates tinha convicção de que eram os diálogos que favoreciam uma verdadeira troca de conhecimento, pois através deles os discípulos conseguiriam refletir sobre suas próprias afirmações e conclusões. Valendo-se da Ironia e da Maiêutica – princípios fundamentais em todo o pensamento socrático – estimulava seus interlocutores a exporem e defenderem suas opiniões para então despojá-los de toda ilusão de saber e extrair o conhecimento verdadeiro.
Em seus pensamentos demonstra uma necessidade grande de levar os seus conhecimentos para os cidadãos gregos. ... Através da palavra, o filósofo tentava o conhecimentos sobre as coisas do mundo e do ser humano.
A lógica aristotélica é o estudo formal da lógica desenvolvido pelo filósofo grego Aristóteles, na Antiguidade. Compreendeu o maior desenvolvimento de teoria lógica até o século XIX.
As principais características da lógica no pensamento aristotélico são: instrumental, formal, propedêutica, ou preliminar, normativa, doutrina da prova e geral e atemporal. ... Para Aristóteles, a lógica não era uma ciência teorética, nem prática, nem produtiva, mas um instrumento para as ciências.
Tipos de conhecimento: filosófico
· O conhecimento empírico diz respeito ao conhecimento popular. É o que aprendemos a partir da nossa interação e observação do mundo;
· O conhecimento científico compreende as informações e fatos que são comprovados por meio da ciência;
· O conhecimento filosófico nasce a partir das reflexões que o ser humano faz sobre questões subjetivas;
· O conhecimento teológico, ou religioso, é o baseado na fé religiosa, acreditando que ela detém a verdade absoluta.
A razão no centro do conhecimento: Iluminismo, Racionalismo e Empirismo
O que é o Iluminismo?
O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu durante o século XVIII na Europa, que defendia o uso da razão (luz) contra o antigo regime (trevas) e pregava maior liberdade econômica e política. ... O Iluminismo tinha o apoio da burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham interesses comuns.
Eram totalmente contra o absolutismo e suas características ultrapassadas. Criticavam, além dele, o mercantilismo, os privilégios da nobreza e do clero, e a Igreja Católica e seus métodos (a crença em Deus não era criticada). Defendia a liberdade na política, na economia e na escolha religiosa.
A importância do movimento iluminista está no surgimento das ideias que pregavam a liberdade, o desenvolvimento econômico e o fim do Absolutismo; sendo que elas motivaram a Revolução Francesa, o que marcou a Europa.
O que é racionalismo?
O racionalismo acredita que existe um conhecimento inato, e que podemos chegar à verdade apenas pelo exercício da nossa razão, antes mesmo da experiência sensorial.
Um exemplo disso seria a matemática, onde não precisamos confiar em nossos sentidos para estabelecer que 2 + 2 = 4.
O conhecimento inato seria uma forma superior de conhecimento, que nos dá acesso a uma verdade mais substancial, que transcende o mundo cotidiano.
O racionalismo acredita em três caminhos por onde os humanos podem chegar ao conhecimento:
· Dedução: a dedução é a aplicação de princípios concretos para tirar uma conclusão. Os princípios matemáticos são um exemplo de dedução. Exemplo: encontrar a metragem quadrada de uma sala sempre é feito do mesmo modo, multiplicando a largura pelo comprimento.
· Ideias inatas: é o conceito de que nascemos com verdades fundamentais ou experiências que trazemos de outras vidas. Esse pensamento pode explicar porque algumas pessoas possuem mais talento em algumas coisas do que outras, mesmo que elas tenham recebido exatamente o mesmo ensinamento sobre o tema.
· Razão: a razão usa a lógica para determinar uma conclusão, podendo utilizar vários métodos para isso, pois a ênfase é encontrar a verdade, e não o método usado.
O que é empirismo?
O empirismo é uma escola de filosofia que afirma que a realidade e o conhecimento são derivados da experiência sensorial.
Como filosofia, é aliada pela metodologia das ciências naturais, e o único tipo de conhecimento que importa para o empirista é aquele que pode ser formalmente medido ou verificado.
O empirismo trabalha os determinados princípios-chave para explicar de onde vem o conhecimento humano.
Experiência sensorial
Os empiristas acreditam que nossas ideias vêm unicamente da experiência sensorial. Essas ideias podem ser simples ou complexas, e fazem uso dos nossos cinco sentidos: tato, paladar, olfato, audição e visão.
Ideias simples são aquelas que usam apenas um dos cinco sentidos para estabelecer a percepção, como, por exemplo, saber que o açúcar é doce.
Já as ideias complexas usam mais de um dos cinco sentidos para obter uma percepção mais detalhada, como saber que o açúcar, além de doce, é branco e granulado.
Indução
A indução é o princípio mais crucial para o empirismo, semelhante à razão para os racionalistas. A indução é a crença de que poucos objetos de estudo
podem ser conclusivos, especialmente sem experiência.
Se uma árvore cai na floresta e ninguém está perto para ouvi-la, sua queda produzirá som? Este é um exemplo da perspectiva empirista da indução. Como não há ninguém na floresta para escutar o som da árvore caindo, o empirista afirmaria que não se pode determinar se é verdade que a queda fez algum barulho.
Moral
A conduta ética exige o agente consciente, isto é, o sujeito que sabe a diferença entre certo e errado, entre bem e mal, entre permitido e proibido, por exemplo. A consciência moral conhece as diferenças e também avalia sua própria capacidade de julgar as condutas e de agir em consonância com valores morais. Passa a responder de forma responsável por seus sentimentos e ações, pelas consequências do que sente e do que faz. Consciência e responsabilidade são condições indispensáveis da vida ética. A forma principal de manifestação da consciência moral é a capacidade de escolher, entre as diversas alternativas, a partir de valores éticos, e decidir qual é a melhor.
No campo da práxis há três aspectos inseparáveis: aquele que age, a ação e o objetivo da ação. Aristóteles diz que, na técnica, ocorre o contrário: o agente, a ação e a finalidade da ação estão separados, são independentes. A técnica tem como objetivo a fabricação de algo diferente do agente e da ação de fabricar. Aristóteles distingue a ética e a técnica como práticas diferentes a partir do modo de relação entre o agente com a ação e com a finalidade da ação.
A Ideia do Dever
  Vale salientar que a moral cristã, ao destacar a interioridade dos seres humanos, introduziu um outro conceito na constituição da moralidade ocidental que é a ideia de intenção. O dever se refere, inclusive, àquilo que pode ser chamado de ações invisíveis (e não apenas visíveis), que devem ser julgadas eticamente. Isto quer dizer que deve ser levado em consideração no julgamento ético não apenas os atos, mas as intenções que nos levaram a praticar determinado ato. E o cristão tem tanto mais razão para levar em consideração suas próprias intenções quanto sabe que mesmo aquilo que é invisível aos olhos humanos, é visível aos olhos de Deus. Nada Lhe está oculto, nem mesmo o que acontece no interior dos homens.
            O cristianismo se afirma ainda na ideia do livre-arbítrio, sendo que o primeiro impulso da liberdade dirige-se para o mal (pecado). O homem passa a ser fraco, pecador, dividido entre o bem e o mal. O auxílio para a melhor conduta é a lei divina. Também é possível afirmar que a ética cristã se fundamenta no amor: “ainda que eu fale a língua, dos homens e dos anjos, se eu não tiver amor... eu nada sou”. O amor foi colocado como o primeiro e maior mandamento: o amor a Deus acima de todas as coisas e o amor ao próximo. É no amor que o cristianismo encontra sua realização espiritual mais profunda.
Individualidade e Subjetividade
Refere-se a coisas pertencentes ao sujeito, como gostos, opiniões, sentimentos.
É o contrário de objetividade, que diz respeito a objetos pertencentes a todos os indivíduos médios.
Subjetividade refere-se a interpretações, objetividade tem a ver com fatos, com verdades praticamente absolutas.
Subjetividade é o que se passa no íntimo do indivíduo. É como ele vê, sente, pensa à respeito sobre algo e que não segue um padrão, pois sofre influências da cultura, educação, religião e experiências adquiridas. - Subjetividade é quando expressamos nosso ponto de vista pessoal, de acordo com as influências acima descritas
individualidade:
Palavra cujo valor semântico é muito próximo de subjetividade.
Tem a ver com aquilo que é próprio, é legítimo do sujeito. Creio que essa palavra é praticamente sinônimo de autenticidade.
Por exemplo, uma opinião é sempre subjetiva, mas pode não ser autentica, e sim fortemente influenciada por terceiros.
Exercer a minha individualidade é ser eu mesmo na cepção da palavra, é distinguir criticamente entre o que de fato é inerente a minha pessoa e o que pode estar sendo imposto para mim.
Individualidade pode ser definida como o conjunto de atributos que constituem a originalidade, a unicidade de uma criatura, e que a distinguem de outras tantas; é o somatório das características inerentes à alma humana. Toda criatura que se individualizou tornou-se um ser homogêneo, pois não mais procura comparar-se com os outros, admite a sua singularidade.
A Moral na Modernidade
A ética e a moral da pós-modernidade desvela-se na responsabilidade moral incondicional na qual cada pessoa exerce por meio de suas atitudes o “estar junto com o outro” na vida cotidiana.
A ética está para a filosofia enquanto que moral está para religiosidade. Mesmo a ética menor também chamada de etiqueta, existe para prover a melhor convivência de diferentes pessoas que habitam o mesmo contexto.
a pós-modernidade está relacionada mais propriamente com a Terceira Revolução Industrial que corresponde ao conjunto de transformações socioeconômicas iniciadas a partir da segunda metade do século XX, com surgimento de complexos industriais e empresas multinacionais, o desenvolvimento de indústrias química e eletrônica e os avanços da automação, da informação, da engenharia genética e, respectiva incorporação ao processo produtivo que passou a depender cada vez mais de alta tecnologia e de mão de obra cada vez mais especializada.
A razão preconizada pelo Iluminismo fora então substituída pela razão do capitalismo de mercado que ao exercer seu controle sobre as forças da natureza, estendeu sua dominação também sobre os seres humanos. O capitalismo de mercado tornou-se a referência privilegiada dessa modalidade de controle sobre a natureza e sobre os seres humanos.
Origem e finalidade da vida política
A política surgiu na Grécia Antiga, no período da história humana no qual o pensar mítico é fago citado pelo pensar racional. Vários foram os fatores que deram origem à política. Assim, podemos compreender que a Política já surge obedecendo aos interesses de umas poucas cabeças.
Certa forma, a política surgiu para garantir a estabilidade social. O agente máximo que garante essa estabilidade é o Estado. O poder político, exercido pelo mesmo, está diretamente relacionado ao direito de coerção e uso legítimo da força física. Assim, para garantir os interesses da sociedade em geral, o Estado pode, de forma única, utilizar a forma coercitiva. Em sua obra “O Príncipe”, Maquiavel afirmou que o que move a política é a luta pela conquista e pela manutenção do poder, além disso, segundo ele, os fins deveriam justificam os meios, isto é, para a finalidade da ordem, soberania e bem-estar social, o Estado poderia usar a força física de forma legítima.
O Pensamento Político Moderno
Maquiavel (1469-1527) realiza uma revolução no modo de pensar a política. O seu pensamento difere dos gregos que tratavam a política numa linha normativa, isto é, a idealização de um governante para administrar os assuntos da polis, e do pensamento medieval que abordava a política em uma perspectiva religiosa. Maquiavel trabalha a política com uma postura autônoma, isto é, não busca mais idealizar um governante ou explicar os acontecimentos políticos sob a ótica da religião. Pelo contrário, Maquiavel desenvolve um pensamento realista, por isso é considerado o fundador da ciência política. Por isso, sua preocupação é analisar como os homens agem de fato para conquistarem e se manterem no poder, a fim de proporcionar a melhor prática da ação política. Maquiavel garante a autonomia da ciência política, afastando-a do controle da religião, fazendo da reflexão política uma atividade secularizada, ou seja, centrada nas questões concretas do cotidiano independente da autoridade religiosa. Para Maquiavel, o governante virtuoso é aquele que age certo na hora certa, ou seja, sabe aproveitar os momentos certos para agir, a fim de conquistar e manter o poder. Todos os valores éticos são vistos sob a ótica das consequências do ato político. Em determinados momentos, por exemplo, o governante precisará agir com força, caso seja necessária
para conter uma revolta que esteja ameaçando o controle da situação de quem está no poder. Podemos ver em Maquiavel um pensador que tem uma visão pragmática da ação política, ou seja, sua preocupação é mostrar como e porque pessoas conseguiram se manter ou não no poder. Sua contribuição está exatamente no fato de estabelecer a autonomia da ciência política.
Platão, Aristóteles e o homem político
Platão
O pensamento político de Platão é decorrente da sua forma de explicar a realidade através da Teoria das Ideias. Vamos, então, explicar a Teoria das Ideias. Platão afirma que existem dois mundos: um mundo sensível e um mundo inteligível. O mundo sensível é marcado pelas aparências porque é apenas cópia e sombra do mundo das Ideias. O mundo das Ideias é o lugar das essências imutáveis de todas as coisas, dos verdadeiros modelos e arquétipos. O mundo das Ideias é o único mundo verdadeiro. As ideias, também chamadas de protótipos ou formas, são modelos únicos e perfeitos de todas as coisas existentes. As Ideias não têm matéria e são inacessíveis aos sentidos. Somente a alma tem acesso ao conhecimento das ideias. As Ideias são eternas, perfeitas e imutáveis. Há uma Ideia para cada série de homens, mulheres, animais e demais seres existentes. Estas ideias obedecem uma hierarquia e em seu ponto mais alto está a Ideia do BEM, a mais perfeita e mais geral de todas. Todos os seres existem à medida em que participam do BEM, considerado a Beleza Suprema, isto é, o Deus de Platão. Todos os seres são criados pelo Demiurgo (um ser divino artesão), que contempla as Ideias e, usando uma matéria-prima, vai moldando tudo o que existe. A matéria resiste a essa fabricação e surge a diversidade dos seres da mesma espécie. Platão tem uma concepção dualista do ser humano. Nós somos formados pelo corpo e pela alma. O corpo está ligado ao mundo sensível e a alma está ligada ao mundo das Ideias. Os dois estão juntos, mas a convivência é marcada pela violência. A alma vivia no mundo das Ideias de forma livre e independente. Ao se encarnar, a alma imortal deve viver aprisionada num corpo corruptível e mortal, que resiste à sua orientação. O corpo é fonte dos baixos instintos e das paixões e precisa ser conduzido pela alma. A alma precisa se libertar dos desejos e paixões físicas para voltar purificada ao mundo das Ideias, onde ficará de acordo com a sua evolução, aguardando o momento de voltar ao mundo sensível ou ficar definitivamente no Mundo das Ideias (Platão acreditava na reencarnação). A alma racional ou intelectiva, que corresponde à razão, reside na cabeça. A alma irascível reside no peito e corresponde às emoções e à agressividade. A alma concupiscível está localizada no ventre e fica voltada para os prazeres do mundo sensível. A alma racional tem a tarefa de manter a harmonia entre elas. O conhecimento verdadeiro ocorre através da alma racional. A alma teve uma vida anterior no mundo das Ideias e contemplou os objetos únicos e perfeitos. Vivendo no mundo sensível, a alma vai se recordando das Ideias que havia contemplado na vida anterior no mundo das Ideias. As almas precisam recordar o conhecimento porque ao voltarem para o mundo material, elas bebem a água do rio do esquecimento, ainda no mundo das Ideias. 
Vocês notaram, assim, que para Platão, a alma é superior ao corpo, que é considerado a prisão da alma. É necessário que a alma se liberte do corpo para que possa retornar ao Mundo das Ideias, onde tudo é perfeito. A partir desse pensamento, Platão considera que as atividades intelectuais são mais importantes do que as atividades manuais. Em função dessa teoria e devido a sua frustração em relação à democracia ateniense (é importante lembrar que foram os políticos atenienses que condenaram Sócrates à morte), Platão propôs a constituição de um governo e de uma sociedade totalmente diferentes - a República - para superar a democracia decadente e autoritária de Atenas. 
A República, idealizada por Platão, seria governada por pessoas inspiradas pelo bem comum. A República de Platão deveria ser dividida em três grupos sociais, à semelhança das almas dos indivíduos: os filósofos, grupo dirigente que corresponde à alma racional, os guardiães ou soldados, encarregados da defesa da cidade, equivalem à alma irascível, os produtores (agricultores e artesãos) são comparados à alma concupiscível. Os dirigentes receberiam uma longa, complexa e exigente educação, que teria por base a ginástica, a música, a poesia e a história, passando pela matemática e culminando na filosofia, a ciência do Bem. Só tendo contemplado o Bem, alguém seria capaz de participar do governo da cidade, voltando-se para o interesse geral. A classe dos produtores receberia uma educação elementar até os vinte anos e depois as pessoas assumiriam as suas funções de trabalho manual. A classe dos guardiães receberia uma educação até os trinta anos para o melhor desempenho da defesa da cidade. A classe dirigente continuaria seus estudos. Aos cinquenta anos, os membros da classe dirigente que passassem por todos os testes e provações seriam admitidos no corpo supremo dos magistrados. 
Vejam, de forma esquemática, como seria a estrutura social da República defendida por Platão.
República 
· Classe Dirigente - Filósofos - Alma Racional - Governo da Cidade
· Classe dos Guardiães - Soldados - Alma Irascível - Defesa da Cidade
· Classe dos Produtores - Agricultores e Artesãos - Alma Concupiscível - Manutenção da Cidade
Aristóteles
Aristóteles afirmava que o ser humano é, por natureza, um animal social e político. Portanto, o fato do homem viver em sociedade é uma consequência natural da sua própria essência. O ser humano, por ser social e político, deve viver na pólis, ou seja na cidade. Aristóteles defendia que o dever do Estado era garantir o bem-estar do cidadão. No entanto, Aristóteles tem uma visão elitista da política. Para ele, só poderia exercer um cargo político quem tivesse tempo livre para atuar nas assembleias. Ora, trabalhadores e escravos estariam eliminados de participar dos destinos da pólis, ou seja, de serem cidadãos participativos da política, porque deveriam estar continuamente trabalhando. Somente os proprietários (elite) teriam condições efetivas de trabalharem como políticos.
O direito divino de governar e o realismo político
O Direito Divino dos Reis foi uma doutrina política comum durante a Idade Moderna.
A ligação entre religião e política tem origem juntamente com as primeiras organizações sociais conhecidas. Desde quando os indivíduos passaram a se organizar, o argumento religioso esteve presente para validar determinados aspectos de suas respectivas culturas.
O período histórico que comumente denominamos de História Antiga viu nascer o cristianismo. Naquela época, o Império Romano professava o 1paganismo. O culto a vários deuses perdeu lugar para o culto a um único Deus, como característica do cristianismo. Todavia, o poderio da religião cristã se ampliou consideravelmente durante a Idade Média. Neste período, a sociedade passou a ser guiada pelos preceitos determinados pela Igreja Católica, até então, única forma de expressão do cristianismo.
É também na Idade Média, na fase de transição para Idade Moderna, que começa a se estruturar uma nova forma de organização política. Começam a surgir os Estados Nacionais, representando a união dos reinos de uma mesma cultura. Esse Estado Nacional centraliza o seu comando na figura de um único indivíduo, o rei.
A figura do rei já era presente na Idade Média, entretanto nesse momento da história havia uma fragmentação do poder dos reis, pois eram vários os reinos. A Idade Moderna viu a consolidação de vários reinos sob um único Estado Nacional e a consequente fortificação da imagem do rei, o soberano.
No chamado Antigo Regime, a sociedade era estratificada. No topo estava o soberano rei, seguido pelo clero, a nobreza e o povo. Como o rei e o clero dispunham de forte poderio e influência sobre a população, era preciso uma boa ligação entre ambos. Especialmente a religiosidade era elemento
muito influente na época, todas as ações da sociedade se pautavam pelos dogmas religiosos cristãos, no caso da Europa Ocidental.
O Estado Nacional tinha ainda o adjetivo de Absolutista. Nessa nova organização política, o rei era o soberano, dotado de poderes absolutos e concedidos por Deus. Acreditava-se que aquele que reinava tinha o merecimento por ter sido assim coroado por Deus. Desse modo, o Direito Divino dos Reis garantia a legitimidade e soberania do monarca no Estado Nacional. A crença era de que não os súditos ou qualquer outra autoridade concederia ao rei o direito de governar, mas seria a vontade do próprio Deus.
O Direito Divino dos Reis concedia aos monarcas grandes poderes no governo do Estado Nacional, mas não se tratava de uma teoria política prática, e sim um aglomerado de ideias e crenças. Por ser indicado por Deus, qualquer tentativa de depor o monarca seria tratada como contestação à vontade de Deus, fato que a sociedade da época ainda tinha muito medo de questionar.
Com as seguintes unificações dos Estados Nacionais Modernos, o Direito Divino dos Reis esteve cada vez mais presente nas sociedades do século XVII. Muitos pensadores foram adeptos de tal teoria, onde se pode destacar Jean Bodin e Jacques Bossuet. Por outro lado, alguns monarcas representaram bem o poder que possuíam em consequência do Direito Divino dos Reis, como é o caso de Luís XIV, rei da França.
O Iluminismo e a política no séc. XIX
O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu durante o século XVIII na Europa, que defendia o uso da razão (luz) contra o antigo regime (trevas) e pregava maior liberdade econômica e política.
Este movimento promoveu mudanças políticas, econômicas e sociais, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
O Iluminismo tinha o apoio da burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham interesses comuns.
As críticas do movimento ao Antigo Regime eram em vários aspectos como:
- Mercantilismo.
- Absolutismo monárquico.
- Poder da igreja e as verdades reveladas pela fé.
Com base nos três pontos  acima, podemos afirmar que o Iluminismo defendia:
- A liberdade econômica, ou seja, sem a intervenção do estado na economia.
- O Antropocentrismo, ou seja, o avanço da ciência e da razão.
- O predomínio da burguesia e seus ideais.
As ideias liberais do Iluminismo se disseminaram rapidamente pela população. Alguns reis absolutistas, com medo de perder o governo - ou mesmo a cabeça -, passaram a aceitar algumas ideias iluministas.
Estes reis eram denominados Déspotas Esclarecidos, pois tentavam conciliar o jeito de governar absolutista com as ideias de progresso iluministas.
Alguns representantes do despotismo esclarecido foram: Frederico II, da Prússia; Catarina II, da Rússia; e Marquês de Pombal, de Portugal.
Alguns pensadores ficaram famosos e tiveram destaque por suas obras e ideias neste período. São eles:
John Locke
John Locke é Considerado o “pai do Iluminismo”. Sua principal obra foi “Ensaio sobre o entendimento humano”, aonde Locke defende a razão afirmando que a nossa mente é como uma tábula rasa sem nenhuma ideia.
Defendeu a liberdade dos cidadãos e Condenou o absolutismo.
Voltaire
François Marie Arouet Voltaire destacou-se pelas críticas feitas ao clero católico, à inflexibilidade religiosa e à prepotência dos poderosos.
Montesquieu
Charles de Secondat Montesquieu em sua obra “O espírito das leis” defendeu a tripartição de poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.
No entanto, Montesquieu não era a favor de um governo burguês. Sua simpatia política inclinava-se para uma monarquia moderada.
Rousseau
Jean-Jacques Rousseau é autor da obra “O contrato social”, na qual afirma que o soberano deveria dirigir o Estado conforme a vontade do povo. Apenas um Estado com bases democráticas teria condições de oferecer igualdade jurídica a todos os cidadãos. Rousseau destacou-se também como defensor da pequena burguesia.
Quesnay 
François Quesnay foi o representante oficial da fisiocracia. Os fisiocratas pregavam um capitalismo agrário sem a interferência do Estado.
Adam Smith
Adam Smith foi o principal representante de um conjunto de ideias denominado liberalismo econômico, o qual é composto pelo seguinte:
- o Estado é legitimamente poderoso se for rico;
- para enriquecer, o Estado necessita expandir as atividades econômicas capitalistas;
- para expandir as atividades capitalistas, o Estado deve dar liberdade econômica e política para os grupos particulares.
A principal obra de Smith foi “A riqueza das nações”, na qual ele defende que a economia deveria ser conduzida pelo livre jogo da oferta e da procura.
- A consolidação do estado liberal no século XIX
Podemos entender que as origens do liberalismo remetem ao momento em que as bases do Antigo Regime foram destruídas por um grande processo revolucionário. O liberalismo criticava principalmente a estrutura do Antigo Regime, baseada no absolutismo monárquico, no mercantilismo e na sociedade aristocrática de privilégios. Ou seja, podemos entender a doutrina liberal com um conjunto de ideias que se opunham ao intervencionismo do Estado na economia, poder absoluto dos reis, sociedade estratificada e baseada em privilégios.
O primeiro grande movimento revolucionário que se baseou em ideais liberais foram as Revoluções Inglesas do século XVII, composta pela a Revolução Puritana e a Revolução Gloriosa. A Inglaterra foi a pioneira no rompimento com o Antigo Regime e a adoção do liberalismo. Após essas revoluções, os ingleses estabeleceram uma monarquia parlamentarista, limitando o poder do rei e fortalecendo a burguesia. A partir desse momento, “o rei reinava, mas não governava”. Durante as Revoluções Inglesas um nome se destacou, John Locke. Esse intelectual ficou conhecido como um dos precursores do liberalismo, por defender uma ideologia liberal baseada em princípios básicos, como o direito à vida, à liberdade individual e à propriedade privada.
- O socialismo e a crítica ao modelo capitalista
O socialismo é um regime político e econômico em que não existe a propriedade privada nem as classes sociais. Todos os bens seriam de todas as pessoas e não poderia haver diferenças econômicas entre os indivíduos. O próprio Marx chama esse modelo de comunismo, numa tentativa de se contrapor aos outros autores, que também defendiam o socialismo, mas propondo outros modelos de sociedade.
O século 20, a ideia de socialismo proposta por Marx ganhou força política. Contudo, em vários países do mundo onde isso ocorreu, houve divergências sobre a melhor forma de transformar o socialismo em realidade. Lênin, um dos líderes socialistas russos, propôs, a partir de 1917, uma revolução radical, que estabeleceria a "ditadura do proletariado". Por outro lado, houve socialistas que discordavam de Lênin, pois queriam mudanças menos tumultuadas e defendiam outros modelos socialistas, como a socialdemocracia e até o nacional-socialismo, isto é, o nazismo. Assim, desde a Revolução Russa, em 1917, socialismo e comunismo passaram a designar duas coisas bem diferentes. O socialismo constituiu-se numa doutrina menos radical do que o comunismo, propondo uma reforma gradual da sociedade capitalista, de modo a chegar a um modelo em que exista equilíbrio entre o valor do capital e o do trabalho, para diminuir a distância entre ricos e pobres. O comunismo, ao contrário, defende o fim da ordem capitalista, através de uma revolução armada, objetivando fim da burguesia.
A origem das teorias socialistas, constataremos que elas surgiram ao mesmo tempo em que ocorria a Revolução Industrial e o capitalismo atingia um momento de desenvolvimento pleno. Dessa forma, não se pode achar que seja mera coincidência o surgimento de tais ideias nesse momento. Na verdade, elas são uma resposta que os intelectuais da época deram ao que eles consideravam agressões do capitalismo industrial recém surgido. Ora, se socialismo e capitalismo mantêm entre si uma relação de oposição, para compreender aquele, é necessário, antes de mais nada, entender este último. Foi esse o percurso
trilhado por Marx. Segundo ele e outros teóricos adeptos de suas ideias, o capitalismo é outros teóricos adeptos de suas ideias, o capitalismo é um modelo econômico que surgiu na transição do período medieval para a Idade Moderna, pela superação do feudalismo. Assim, o capitalismo primeiro aparece como mercantilismo ou capitalismo comercial no século 15. Depois, a partir do século 18, com o surgimento das máquinas a vapor, dos teares mecânicos e das fábricas, o sistema entrou em uma nova fase, chamada de capitalismo industrial.
As críticas ao capitalismo compreendem, de modo geral, posicionamento e críticas direcionadas a aspectos particulares ou gerais acerca do sistema capitalista; os opositores dirigem críticas sobretudo aos modos de produção e efeitos do sistema na sociedade. Os principais posicionamentos contrários ao capitalismo se diferenciam nas propostas que eventualmente aparecem como alternativas ao sistema, como um processo revolucionário (v.g. o socialismo revolucionário) ou reformistas (v.g. a socialdemocracia), em assuntos particulares a economia política, algumas propostas de economia social de mercado ou de intervenção também se apresentam.
A socialdemocracia e o estado de bem-estar social
Socialdemocracia é um modelo econômico e político que ganhou destaque no século XX, após a proposição de um modelo econômico de garantia do pleno emprego, de John Maynard Keynes; a crise de 1929 da bolsa de valores de Nova Iorque; e a evidência da gritante desigualdade social provocada pelo capitalismo.
O que é socialdemocracia
A socialdemocracia não é uma teoria única, mas um conjunto de práticas que visa opor-se ao modelo liberal de economia, que se tornou forte no Ocidente após a Revolução Industrial e as reformas liberais. As revoluções francesa e inglesa, que se opuseram à monarquia absolutista, estabeleceram uma nova forma de pensar a política, baseada na liberdade e na livre iniciativa do mercado, o que abriu portas para o acesso da burguesia à propriedade privada.
Junto a esse novo modo de pensar, foi criado na Europa e nos Estados Unidos (com a independência norte-americana e o estabelecimento do republicanismo) um Estado liberal ou Estado de direito, que visava propiciar condições de crescimento econômico por meio do trabalho e do esforço individual.
O cenário resultante dessa forma de reger a economia, embasada na doutrina liberal, deu continuidade à desigualdade social, pois os burgueses, donos dos meios de produção, exploravam a mão de obra do proletariado, que, por conta dos baixos salários e da escassez de direitos, não conseguia acumular dinheiro.
Na visão liberal, o mercado deve regular-se por si mesmo, sem qualquer interferência do Estado. Uma visão crítica do liberalismo aponta, inclusive, que deve haver desemprego, pois com isso se cria o que chamam de exército de manutenção de trabalhadores (trabalhadores ociosos desesperados por uma vaga no mercado), e isso possibilita que o salário mantenha-se baixo e a economia cresça.
O Estado de bem-estar social, ou Estado-providência, ou Estado social, é um tipo de organização política, económica e sociocultural que coloca o Estado como agente da promoção social e organizador da economia.
A principal característica do Estado de Bem-estar Social é a defesa dos direitos dos cidadãos à saúde, educação, etc.; a despeito disso, o modelo mais conhecido de políticas públicas é o Keynesiano, de John Maynard Keynes (1883-1946), que rompe com a visão de livre-mercado em favor da intervenção estatal na economia.
Há atualmente inúmeros exemplos de recuos do Estado de bem- estar social. Trata-se basicamente da precarização dos direitos trabalhistas e da privatização da saúde e da educação, promovendo-se uma maior expansão da pobreza. Adaptar a uma sociedade avançada como a norte-americana.
- O neoliberalismo 
O chamado “neoliberalismo” é um dos temas mais polêmicos em se tratando de debates públicos, isto é, discussões entre políticos, jornalistas, analistas de conjuntura política e professores universitários. O conceito “neoliberal” remonta a dois momentos diversos: 1) à virada do século XIX para o século XX e 2) ao período dos anos 1980 e 1990. As discussões e polêmicas circundam ambos os períodos, como veremos.
Sabe-se que o liberalismo, ou liberalismo clássico, foi um conjunto de doutrinas econômicas e reflexões políticas que vigorou entre os séculos XVIII e XIX, influenciando uma grande geração de intelectuais e políticos. Adam Smith e David Ricardo estão entre os principais nomes da tradição liberal clássica. O termo neoliberalismo, a princípio, deveria indicar precisamente uma simples renovação ou uma reafirmação das doutrinas liberais, entretanto, não é bem assim.
Os neoliberais (ou “novos liberais”) da virada do século XIX para o início do século XX possuíam certa interferência de ideologias mais à esquerda e pendiam a uma posição socialmente reformista e intervencionista, o que ia contra as bases do pensamento liberal clássico. Esses “novos liberais” ainda davam especial ênfase nas políticas de justiça social e em práticas reformadas de controle estatal da economia, expressando, segundo José Guilherme Merquior, um desejo de substituir a economia do laissez-faire (“deixe fazer”), isto é, da livre iniciativa.
Essas ideias neoliberais, no início do século XX, foram endossadas por intelectuais como Hans Kelsen (no campo jurídico) e John M. Keynes (no campo da política econômica), mas duramente criticadas por outros herdeiros da tradição liberal clássica. Entre esses últimos, o principal foi o representante da Escola Austríaca de Economia, Ludwig Von Mises. Mises, junto a outros economistas vinculados à sua perspectiva, era radicalmente contra qualquer tipo de intervenção do Estado no seio da liberdade do mercado e do indivíduo.
As ideias críticas de Mises deitaram raízes sobre uma nova geração de intelectuais que despontou após a Segunda Guerra Mundial. Em meio a essa geração estava o também austríaco Friedrich A. Hayek, cujas ideias disputaram espaço nas décadas seguintes (e principalmente nas décadas de 1980 e 1990, em razão do colapso da União Soviética) com as ideias de John Keynes, no campo econômico, mas também com as de outros, em campos fora do estritamente econômico, como John Rawls, Norberto Bobbio e Robert Nozick. Esse cenário intelectual, que teve grande impacto sobre os governos dos Estados Unidos da América e do Reino Unido nas figuras de Ronald Reagan e Margareth Thatcher, configurou o segundo momento em que se empregou o conceito de “neoliberalismo”.

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