Buscar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PRÁTICA SIMULADA III (PENAL) - 
Caso Concreto 13 
 
 Antonio Banderas da Siva com 21 anos de idade, dirigia seu automóvel em São Paulo, Capital, 
quando parou para abastecer o seu veículo. Dois adolescentes, que estavam nas proximidades, 
começaram a importuná-lo, proferindo palavras ofensivas e desrespeitosas. Antonio, pegando 
no porta-luvas do carro seu revólver devidamente registrado, com a concessão do porte 
inclusive, deu um tiro para cima, com a intenção de assustar os adolescentes. Contudo, o 
projétil, chocando-se com o poste, ricocheteou, e veio a atingir um dos menores, matando-o. 
Antonio foi denunciado e processado perante a 1.ª Vara do Júri da Capital, por homicídio 
simples art. 121,caput, do Código Penal. O magistrado proferiu sentença desclassificatória, 
decidindo que o homicídio ocorreu na forma culposa, por imprudência, e não na forma dolosa. 
O Ministério Público recorreu em sentido estrito, e a 1.ª Câmara do Tribunal competente 
reformou a decisão por maioria de votos, entendendo que o crime deveria ser capitulado 
conforme a denúncia, devendo Antonio ser enviado ao Tribunal do Povo. O voto vencido 
seguiu o entendimento da r. sentença de 1.º grau, ou seja, homicídio culposo. O V. acórdão foi 
publicado há sete dias. 
 
 
 
 
 
 
 
SEMANA 13 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR RELATOR DO ACÓRDÃO N. 
XXX DA 1ª CÂMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE 
SÃO PAULO. 
 
 
 
 
PROCESSO Nº XXX 
 
 
 
 
 
 
 ANTONIO BANDERAS DA SILVA, já qualificado nos autos de recurso em sentido 
estrito, por seu advogado, não se conformando com o acórdão, vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, dentro do prazo legal, opor EMBARGOS INFRINGENTES, 
com fundamento no artigo 609, parágrafo único, do Código de Processo Penal. 
 Requer seja recebido e processado o presente recurso com as inclusas razões de 
inconformismo. 
 
 
RAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES 
EMBARGANTE: ANTONIO BANDERAS DA SILVA 
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO. 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO N.XXX. 
 
 
Egrégio Tribunal de Justiça, 
Colenda Câmara, 
Douto Procurador de Justiça, 
 
 
 Em que pese o notório conhecimento jurídico da Colenda Câmara Criminal deste 
Egrégio Tribunal de Justiça, a reforma do venerando acórdão é medida que se impõe pelas 
razões de fato e de direito a seguir expendidas: 
 
 
I – DOS FATOS 
 
 
 ANTONIO BANDERAS DA SILVA, ora Embargante, foi denunciado como 
incurso nas penas do art. 121, caput, do Código Penal, porque, irritado com a conduta de dois 
adolescentes, efetuou um disparo de arma de fogo para o alto, assim agindo no sentido de 
assustar aqueles que julgou portarem-se de maneira inconveniente. Efetuado o disparo, o 
projétil, após chocar-se com um poste, ricocheteou e atingiu um dos jovens, sendo a lesão causa 
eficiente de sua morte. 
 O magistrado proferiu sentença desclassificatória, por entender tratar-se de 
homicídio culposo. O Ministério Público recorreu em sentido estrito, requerendo fosse o réu 
processado nos exatos termos da exordial acusatória. 
 A 1ª Câmara deste Tribunal, por decisão não unânime, reformou a decisão 
recorrida, sendo certo que o voto divergente entendeu que o Embargante deve ser processado 
por homicídio culposo. 
 
 
II – DO DIREITO 
 
 
 Analisando o conteúdo dos autos, verifica-se a ter razão o julgador que proferiu o 
voto vencido. 
 Pela dinâmica dos fatos, vê-se que o agente não agiu com a vontade direta e 
consciente de produzir o resultado morte, diante do que não se pode falar em dolo direto. Não 
há que se falar também em dolo eventual, vez que o Embargante não agiu assumindo o risco 
de produzir o resultado lesivo. 
 Ao efetuar disparo de arma de fogo, A deixou de tomar as cautelas necessárias 
para que o projétil não ricocheteasse em nenhum objeto, vindo a atingir terceiros que 
estivessem próximos ao local dos fatos, de forma que agiu de modo imprudente. 
 No palco dos acontecimentos, evidente o cometimento de crime culposo (Código 
Penal, art. 121, § 3º), em razão do que inexistem motivos para que seja o Embargante 
processado, e talvez até condenado por conduta mais grave que aquela supostamente praticada, 
eis que a pretensão punitiva não pode servir de escusa para a prática de abusos. 
 
 
III – DO PEDIDO 
 
 
 Em razão do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, 
acolhendo-se o voto vencido com o fim de manter-se a desclassificação, para que seja o 
embargante processado pela suposta prática de homicídio em sua forma culposa, e ainda requer 
o recebimento do pedido com a consequente reforma da sentença com o reconhecimento da 
nulidade absoluta, nos termos do artigo 478, II do C PP . 
 
 
 
Termos em que 
Pede deferimento 
São Paulo, data. 
Advogado 
OAB/Estado.