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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Ergonomia Gestão da Ergonomia Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Cristhiane Eliza dos Santos Revisão Textual: Profa. Esp. Márcia Ota Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Introdução ao tema • Leitura Obrigatória • Material Complementar Fonte: iStock/Getty Im ages Objetivos • Apresentamos como objetivos dessa unidade aplicar e gerir a ergonomia. Será discutido também Sistemas de gestão que possuam interface com a ergonomia: OHSAS 18.000 (segurança do trabalho), ISO 26.000 (diretrizes em responsabilidade social) e SA 8.000 (responsabilidade social). Normalmente com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Gestão da Ergonomia UNIDADE Gestão da Ergonomia Introdução ao tema Nesta unidade, abordaremos pontos importantes para o planejamento, aplicação e gestão da ergonomia e a devida interface com sistemas de gestão internacional pertinentes ao assunto. Podemos afirmar que a gestão da ergonomia é mais um desdobramento da ergonomia. Não menos técnico que a medicina do trabalho ou as normas e legislação dedicada ao assunto, mas, multidisciplinar como a ergonomia “exige”. Ao longo dos nossos estudos, discorremos sobre a definição e evolução da ergonomia e promovemos uma abordagem específica sobre os elementos legais de aplicação da ergonomia. Além disso, apresentamos e ilustramos a ampliação do escopo da ergonomia, “extrapolando” as fronteiras da indústria, bem como discutimos a ergonomia na vida e nos serviços públicos de qualquer população: nos transportes, na escola, nos hospitais. É importante destacar que a aplicação da ergonomia na agricultura apresenta-se em destaque no sentido de trazer à luz a discussão sobre a escassez de recursos necessários à sobrevivência; água e a oferta de alimentos para uma população crescente. Então, traremos, nesta unidade, normas internacionais que parametrizam a aplicação e gestão da ergonomia, salientando que, em organizações multinacionais, essa visão mais generalista é imprescindível. Não é raro presenciarmos a afirmação de que a aplicação da ergonomia é cara e complexa, sendo APENAS possível para empresas com recursos e de grande porte. Os sistemas de gestão surgem, nesse contexto, para desmistificar a complexidade da implantação e gestão da ergonomia. A quantidade de recursos necessários depende do tamanho da organização. Assim sendo, a aplicação da ergonomia é possível para todo tipo de organização que seja regida pelo regime CLT. Nossa unidade final “ pretende ser”, não só uma unidade de fechamento dos nossos estudos, mas também “uma provocação”, um convite à reflexão sobre a aplicação prática da ergonomia no trabalho e na vida. Portanto, nossa “unidade de estudos” está dividida em quatro partes, conforme ilustra diagrama: 1 - Visão Geral 2 - Sistemas de gestão 3 - Normas de responsabilidade social 4 - OHSAS 18.001 - Saúde e segurança do trabalho 6 7 Leitura Obrigatória O conceito de ergonomia é relativamente antigo, todavia, só ganhou popularidade a partir da segunda guerra mundial. A fim de “otimizar” a utilização de armamento de uma maneira geral, os mesmos eram “desenvolvidos”, pela primeira vez na história olhando para o usuário final, procurando “enxergar” a interação entre produto e usuário para melhorar o sucesso dessa interação. Então, surge a ideia de aplicação da ergonomia como meio de busca pela eficiência nas operações. Nesse caso, especificamente, procurando fazer com que armamento “se adaptasse” ao soldado e aumentando a assertividade de uso. Assim, usando melhor o recurso para ter maiores e melhores resultados. Dado o sucesso dessa iniciativa, no pós-guerra, a ergonomia teve seus conceitos e aplicações popularizadas como “vetor” de eficiência nas organizações. Além disso, a ergonomia traz em seu bojo um viés de sustentabilidade. Importante destacar que há muitas definições sobre sustentabilidade. Nesse fórum, entende-se que a mais adequada seria a COEXISTÊNCIA. Sustentabilidade é coexistência, existir ao mesmo tempo. Um “elemento” existindo ao mesmo tempo que outro “elemento”, sem, com isso, um prejudicar ou comprometer o outro. Por exemplo, a organização, para existir, tem que ter lucros. Porém, esses lucros não devem ser obtidos comprometendo a saúde e segurança do trabalhador. Será também apresentada, nesta unidade, a aplicação da ergonomia fora da indústria, na vida cotidiana das pessoas através da ergonomia doméstica: carga de trabalho doméstico, acidentes, etc. Ademais, será abordada a ergonomia no ensino, nos transportes, em escritórios em espaços públicos em serviços médicos hospitalares e na agricultura. Assim sendo, além dos títulos indicados no plano de ensino, a leitura de outros títulos a esses assuntos relacionados pode tornar sua experiência mais rica. Portanto, explore a bibliografia obrigatória proposta na unidade estrutural. Afinal, é recomendável que você amplie seus estudos com pontos de vista de autores diversos. Para tanto, recomendamos que explore o acervo digital disponível na Biblioteca Virtual Universitária. 7 UNIDADE Gestão da Ergonomia Visão geral Esta unidade tem como objetivo a aplicação da Gestão da Ergonomia e os Sistemas de Gestão relacionados. Dentro de um sistema de gestão como OHSAS 18001 (Segurança e Saúde Ocupacional), são incluídas diversas ações ergonômicas, adequadas de acordo com a necessidade da organização, dentre elas: Análises Ergonômicas, Perícias, Formação de Comitês, Educação e Treinamento em Ergonomia, Analise de Projetos, Programas Preventivos e Corretivos, dentre outros, de acordo com as demandas apresentadas. Mas, antes, vamos esclarecer um pouco um assunto que, por vezes, acaba causando alguma confusão. Portanto, vamos falar um pouco sobre as normas de responsabilidade social e no que estão fundamentadas para, depois, entrar na OHSAS, que será nosso principal objetivo. Importante notar que esta unidade não será um Guia de Implementação da OHSAS, mas vamos abordar os itens que precisam ser compreendidos para que o profissional em questão possa dar sua contribuição para o Sistema de Gestão. Sistemas de gestão A partir da identificação dos processos de uma organização, identificando-se entradas e saídas, deve-se estabelecer um sistema de controle / verificação com o objetivo de obter-se informações “vivas”, sempre atualizadas que reflitam a real situação da operação. Com isso, os líderes seriam capazes de tomar decisões assertivas. Para que uma empresa tenha um “sistema de gestão”, ela pode “caseiramente” criar um conjunto de “ações padronizadas” que “garantam” os critérios de qualidade a serem atingidos, sistematicamente pela organização. O conjunto de normas e procedimentos mais conhecidos são as normas da série ISO 9000. Salienta-se que a família de normas ISO (InternationalStandart Organization) 9000 originou-se na Suíça na década de 80. Em virtude da formação e consolidação do Mercado Comum Europeu, surgiu a necessidade de estabelecerem-se padrões que norteassem as operações de negócios neste bloco. Surge, então, em 1987, a primeira versão de normas ISO 9000. Essa versão era extremamente burocrática e continha 20 elementos. • Em 1994, o enfoque deixou de ser de controle da qualidade para garantia da qualidade. • Em 2000, o enfoque passa a ser gestão por processos. 8 9 • Em 2008, foram pequenas alterações mais relevantes voltadas para a gestão de recursos passando a considerar as competências. • Em 2015, grandes mudanças estruturais, a questão da gestão de risco passou a ser considerada. Da década de 1980, a sociedade passou por grandes “revoluções”. Em boa parte, relacionadas aos avanços tecnológicos advindos da tecnologia da informação. As “facilidades” proporcionadas pela tecnologia acabaram por promover grandes mudanças nos hábitos e costumes das pessoas. A sociedade mudou. A dinâmica dos mercados e, com ela, a competitividade mudou. A política mudou. A empresa mudou. O emprego mudou. O acesso à informação tornou o “mundo menor”. A necessidade de “normas de qualidade” extrapolou os limites do “processo” (método de trabalho) para trazer à luz questões relacionadas a meio ambiente, saúde e segurança do trabalho, responsabilidade social entre outras. A ISO série 14.000 – Gestão Ambiental é uma norma de relativamente simples aplicação, mas, em um dos seus requisitos, pede-se que sejam seguidas as legislações ambientais vigentes no local da unidade a ser certificada. No caso do Brasil são mais de 80.000 leis relacionadas ao meio ambiente. Deve-se considerar também a hierarquia das leis: municipal, estadual e federal que, em muitos casos, são divergentes. Deve ser aplicada a lei mais rígida, independente da hierarquia das leis. Existem outras normas que não pertencem à família ISO, mas são igualmen- te certificáveis: • Normas de segurança: OHSAS 18.000 – abordadas, mais profundamente, ainda, nesta Unidade. • Responsabilidade social: SA 8.000 (norma criada a partir do “escândalo da Nike”, quando veio a público a submissão do ser humano ao trabalho escravo – regime de escravidão – sem condições dignas de trabalho). Normas de Responsabilidade Social As normas de Responsabilidade Social, como a ISO 26.000 e a SA 8.000, têm com base 7 princípios: • Accountability: Ato de responsabilizar-se pelas consequências de suas ações e decisões, respondendo pelos seus impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente, prestando contas aos órgãos de governança e demais partes interessadas, declarando os seus erros e as medidas cabíveis para remediá-los. Obs.: Optou-se por não traduzir este termo, porém uma aproximação razoável seria responsabilização. • Transparência: Fornecer às partes interessadas de forma acessível, clara, compreensível e em prazos adequados todas as informações sobre os fatos que possam afetá-las. 9 UNIDADE Gestão da Ergonomia • Comportamento ético: Agir de modo aceito como correto pela sociedade - com base nos valores da honestidade, equidade e integridade, perante as pessoas e a natureza - e de forma consistente com as normas internacionais de comportamento. • Respeito pelos interesses das partes interessadas (Stakeholders): Ouvir, considerar e responder aos interesses das pessoas ou grupos que tenham interesses nas atividades da organização ou por ela possam ser afetados. • Respeito pelo Estado de Direito: O ponto de partida mínimo da responsabili- dade social é cumprir integralmente as leis do local onde está operando. • Respeito pelas Normas Internacionais de Comportamento: Adotar prescrições de tratados e acordos internacionais favoráveis à responsabilidade social, mesmo que não haja obrigação legal. • Direito aos humanos: Reconhecer a importância e a universalidade dos direitos humanos, cuidando para que as atividades da organização não os agridam direta ou indiretamente, zelando pelo ambiente econômico, social e natural que requerem. Analisando os princípios das normas de responsabilidade social, fica claro que devemos focar na OHSAS 18001. OHSAS 18001 – Saúde e Segurança do Trabalho Vale lembrar que todas as normas possuem basicamente a mesma estrutura, mudando apenas seu o foco e todas elas estão baseadas na ISO 9001. Esse fato permite que se tenha um sistema de gestão integrada, tendo uma base comum para todas as normas. A ISO 9001 tem como princípio ciclo do PDCA, também conhecido como ciclo de melhoria contínua. Já que a OHSAS 1800 é nosso foco de estudo e tem como base a ISO 9001, é necessário compreender esse princípio. Importante também citar que OHSAS estruturalmente é muito semelhante a ISO 14001, sendo muito comum a implementação das normas em conjunto, formando um Sistema de Gestão Integrada. 10 11 A figura abaixo descreve de maneira muito simples o Ciclo do PDCA: A P C D Treinamento Execução dos planos de ação Veri�cação dos resultados Padronização dos resultados obtidos De�nição da meta Análise do problema Análise das causas Elaboração dos planos de ação Fonte: Acervo do Conteudista Conforme demonstrado na figura acima do Ciclo do PDCA, o sistema de gestão é algo vivo que está sempre sendo retroalimentado, ou seja, em constante evolução, isto independente de ser na área de qualidade, ambiental ou de segurança. A OHSAS, que é o nosso foco, retrata a preocupação da empresa com a integridade física de seus colaboradores e toda a cadeia envolvida, incluindo fornecedores. Como toda implementação, é necessário que haja uma estruturação. De uma forma resumida, segue a estruturação de um sistema de gestão: • Formação; • Divulgação; • Documentação; • Controle de Documentos e Dados; • Controle Operacional; • Preparação e Resposta a Situações de Emergências. Política Todo este processo inicia-se com a definição de uma Política, a qual deve contemplar as diretrizes gerais sobre higiene e segurança. 11 UNIDADE Gestão da Ergonomia A política de deve refletir o máximo comprometimento da alta direção da empresa com a prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, assim como a promoção de ambientes seguros e saudáveis para que os seus profissionais possam realizar suas atividades em condições isentas de perigos ou sob condições controladas de riscos, reduzindo, assim, a ocorrência de perdas. A Política é um compromisso da empresa e vai dar as diretrizes para a implementação do sistema de gestão, como se fosse o alicerce de uma construção. Tudo vai se apoiar nesta política. Após definição da Política, é necessário definir os riscos significativos. Para isso, utilizamos um processo de identificação, análise, avaliação e controle dos riscos laborais. Identificação de Perigos e Avaliação e Controle de Riscos Interessante, neste momento, estabelecer um procedimento para poder identificar estes riscos, bem como os critérios para poder analisá-los que pode ser alguma forma de pontuação. Importante definir um número em cima deste critério para poder classificar este risco como significativo ou não significativo. No caso dos riscos significativos, deve se estabelecer as ações necessárias para minimizá-los. Importante também determinar como estes riscos são monitorados. O modelo a seguir é uma sugestão para determinar o grau de risco e as ações de controle e/ou mitigação. Planejar o gerenciamento de riscos Identi�car os riscos Realizar a análise qualitativa dos riscos Realizar a análise quantitativa dos riscos Planejar as respostas aos riscos Controlar os riscos Fonte: Acervo do Conteudista 12 13 Item Atividade Perigo Dano Sit ua çã o O pera cio na l Te m po ra lid ae Avaliação da Importância do Sig ni fic at ivo Ações de Controle e/ ou Mitigação Gr av id ad e Fr eq uê nc ia / Pr ob ab ili da de Gr au de R isc o 1 Atividade Adminis- trativas Ruído em Ambiente Administrativo Desconforto acústico, estresse, fadiga N A 1 2 2 NÃO PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 2 Atividade Adminis- trativas Calor em ambiente administrativo Desconforto térmico N A 1 2 2 NÃO Climatização de Ambientes (ar condicionado) 3 Atividade Adminis- trativas Agentes microbio- lógicos (ar condicionado) Doenças infecto- contagiosas N A 1 2 2 NÃO Manutenção do sistema central de climatização (condomínio) 4 Atividade Adminis- trativas Incêndio Queimaduras, asfixia E A 3 1 3 SIM Plano de Emergência do Condomínio; Sistema de Combate a Incêndios 5 Limpeza e Conser- vação Ruído em Ambiente Administrativo Desconforto acústico, estresse, fadiga N A 1 2 2 NÃO PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 6 Limpeza e Conser- vação Calor em ambiente administrativo Desconforto térmico N A 1 2 2 NÃO Climatização de Ambientes (ar condicionado) Esta planilha leva em conta, para determinação do grau de risco, a gravidade x fre- quência/periodicidade a fim de, então, determinar se a atividade é significativa ou não. Note que mesmo para todos os casos existem ações de controle e/ou mitigação, mas, no caso onde o grau de risco fez com que a atividade fosse significativa, temos um plano de emergência. Risco Ergonômico Não é tarefa das mais simples quantificar fatores como satisfação, bem-estar, cansaço, dor, etc. Dentro deste contexto, podemos dizer que nasce o conceito de Risco Ergonômico. Risco, segundo a norma OHSAS 18001 é a combinação da probabilidade e gravidade (consequência) de um determinado evento fator de risco (ou perigo) ocorrer. Contudo, “Fator de risco” é expressado por uma situação ou fonte potencial de danos em termos de acidentes pessoais, doença, danos materiais, danos ao ambiente de trabalho ou a combinação dos mesmos. Muitos profissionais estão acostumados a analisar as questões do trabalho, segundo a ótica do PPRA (9º norma regulamentadora do trabalho – programa de prevenção de riscos ambientais), onde existem índices de aceitação ou de exposição. Exemplos típicos são ruído e temperatura. 13 UNIDADE Gestão da Ergonomia Neste caso, quando inseridos no contexto ergonomia, esses profissionais “saem à caça” das posturas incorretas, das cadeiras antiergonômicas, das bancadas em altura inadequa- da. Esquecem que pessoas são pessoas e, como tal, são passíveis de emoções e sensações. O trabalho de gerenciamento de riscos ergonômicos (finalidade da metodologia) permite identificação precoce de possíveis problemas (quando ressaltamos “possíveis” tratamos de ações proativas), facilidade na aplicação e envolvimento de todos os envolvidos – gestores e operadores. O trabalho inicia-se com a identificação da demanda de trabalho, com a participação dos gestores de cada área e dos trabalhadores de setor. Neste ponto, são identificados pontos críticos e problemas do dia a dia, segundo diferentes visões. São quantificados ainda índices de afastamentos, queixas, características da população de trabalho, qualificação, dentre outros (Figura abaixo). Posto de trabalho Descrição dos operadores Descrição do gestor Observações do analistaPontos críticos Problemas do dia a dia Pontos críticos Problemas do dia a dia A Afastamentos B Queixas frequentes C Idade Sexo Qualificação Tempo de serviço Tempo de função Índices de produção Tecnologia utilizada Gestão de pessoas As situações devem ser filmadas e fotografadas e, em seguida, segue-se ao confronto entre tarefa (é uma ação com começo meio e fim, é preestabelecida) e atividade (ações cotidianas, sempre vão se repetir!). O distanciamento entre a tarefa e a atividade resulta no Motivo (como e por que determinadas ações acontecem). Requisitos Legais e Outros Importante lembrar que temos uma legislação complexa que rege as relações do trabalho e passa por constante evolução. Portanto, é de extrema importância, sempre, analisar a legislação, bem como sua evolução, verificando sempre se o sistema está contemplando a mesma, principalmente no que se refere a responsabilidades. Estabelecendo-se “um link” entre as atividades identificadas com a legislação aplicável, minimiza-se a possibilidade de descumprimento de alguma lei, tornando o sistema de gestão mais eficiente. Também é muito importante haver um procedimento de como é levantada a legislação aplicável e de como se evidencia que a mesma está sendo cumprida. (Mais à frente, vamos falar um pouco de controle de documentos.) 14 15 Passos para tratamento da legislação: Identi�cação Acesso Aplicabilidade Interpretação Implementação Conformidade Os Requisitos Legais podem ser: Municipal Federal Estadual Outros requisitos aplicáveis, tais como: Regulamentos (entre outros) Códigos Normas Licenças Por exemplo: Requisitos Legais – Saúde e Segurança do Trabalho • Normas Regulamentadoras (NRs); • Instruções Normativas do Ministério do Trabalho; • Portarias do Ministério do Trabalho; • Portarias da ANVISA e Ministério da Saúde; • Leis Federais, Estaduais e Municipais. Requisitos Legais – Meio Ambiente • Resolução CONAMA; • Portarias IBAMA; • Instruções Normativas; 15 UNIDADE Gestão da Ergonomia • Portarias Ministério Transportes; • Portarias de Órgãos Estaduais; • Leis Federais, Estaduais e Municipais. Falando especificamente de ergonomia, temos a NR 17 que trata somente deste assunto, já abordada nas unidades anteriores juntamente com outras NR’s que se relacionam entre si. Não poderíamos deixar de citar também a importância da ergonomia no nexo-causal entre outros. Acidentes, Incidentes, não conformidades, ações corretivas e ações preventivas Segundo a OHSAS, o tratamento de acidentes, incidentes e não conformidade deverão ser tratados e investigados de forma a adotar medidas para reduzir quaisquer consequências oriundas de acidentes, incidentes ou não conformidades; iniciar e concluir ações corretivas e preventivas; confirmar a eficácia das ações corretivas e preventivas adotadas. Esses procedimentos devem requerer que todas as ações corretivas e preventivas propostas devem ser analisadas criticamente durante o processo de avaliação de riscos, antes da implementação. Qualquer ação corretiva ou preventiva adotada para eliminar as causas das não conformidades, reais e potenciais, deve ser adequada à magnitude dos problemas e proporcional ao risco de SSO verificado. A empresa deve implementar e registrar quaisquer mudanças nos procedimentos documentados, resultantes de ações corretivas e preventivas. Para determinação das causas, faz-se necessária a utilização de algumas ferramentas, como por exemplo: Histograma Folha de Controle Grá�co de Pareto Diagrama de Causa-Efeito 7 Ferramentas da Qualidade Diagrama de Concentração de Defeito Diagrama de Dispersão Grá�co de Controle 16 17 O papel fundamental do profissional em questão, neste cenário, não é o fato de dominar uma das ferramentas, mas sim ter ciência que, de certa forma, estará utilizando seu conhecimento técnico sob a orientação de um profissional, por exemplo, da qualidade, a fim de que se aplique uma dessas ferramentas para que a causa raiz do acidente, incidente ou não conformidade e que as ações propostas sejam, de fato, para erradicar a raiz do problema, ou seja, a ação deve ser para a causa e não para o efeito. Mas, dequalquer forma, é importante saber da existência dessas ferramentas, mas a mensagem que deve ficar clara aqui é que todas as ações devem além de erradicar a causa e não o efeito devem ter sua eficácia verificada e devem evitar a reincidência. Responsabilidade e Autoridade Outro ponto fundamental para a eficiência do sistema é estabelecer claramente as responsabilidades, além de comunicá-la por toda a organização. Por isso, dentro de um sistema de gestão, sempre haverá documentação para que fiquem claro, no Manual, Procedimentos e Instruções de Trabalho (hierarquia de documentos relativos a um sistema de gestão da qualidade), quem são os responsáveis pelas mais variadas atividades dentro do sistema de gestão. Importante salientar que nem só as responsabilidades, tanto do auditor quanto do auditado estão descritas, mas também as responsabilidades. Treinamento e Competências Os treinamentos e competências também devem ser considerados, uma vez que os responsáveis para implementar, gerenciar, treinar e auditar também os procedimentos da organização. Por se tratar de um assunto técnico e também regido por legislação, a formação se faz necessária. E, dentro de um sistema de gestão, o especialista, em questão, também é um multiplicador, principalmente nos casos ergonômicos, em que muito do que for implementado poderá passar por uma reeducação. Objetivos principais da Gestão Ergonômica Industrial • Melhorar o nível de conforto dos postos de trabalho através de melhoria e capacitação; • Classificar os postos de trabalho e seus riscos ergonômicos; • Criar e capacitar comitês de gerenciamento por áreas e parceiras; • Criar e capacitar grupos de solução por áreas e parceiras; • Envolver todos os funcionários na busca do conforto e produtividade através da melhoria contínua; 17 UNIDADE Gestão da Ergonomia • Diminuir e controlar queixas médicas relacionadas a doenças ocupacionais, quase acidentes e acidentes; • Diminuir o absenteísmo provocado por doenças ocupacionais. Como já citado anteriormente, nosso objetivo aqui não é fornecer um guia de implan- tação da OHSAS 18001, mas sim demostrar qual o papel do profissional da ergonomia dentro do sistema de gestão e a importância fundamental dos seus conhecimentos técni- cos para a eficiência e eficácia do sistema de gestão, atuando deste o estabelecimento da Política, passando pelo levantamento dos riscos juntamente com as propostas para sua erradicação e/ou mitigação, levantamento da legislação aplicável, monitoramento dos riscos, preparação de planos de atendimento a emergências, participando de equipes multidisciplinares para análise da causa de acidentes, incidentes e /ou não conformida- des, também propondo ações para erradicação das causas, bem como análise de sua efi- cácia. Não vamos nos esquecer também da importância da multiplicação dos conceitos, através de treinamentos, acompanhamentos in loco; enfim, podendo até ser um auditor do sistema de gestão. Espero que o objetivo de demostrar a importância da visão sistêmica que o profissio- nal, em questão, deve ter, bem como a importância da ergonomia no sistema de gestão, conforme OHSAS, tenha alcançado seu propósito. 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros CLT Interpretada MACHADO, Costa. CLT interpretada. Editora Manole, 2º edição. São Paulo. 2009. Leitura Constituição Federal Interpretada Inicie suas leituras pelo capítulo II da Constituição (Dos Direitos Sociais) Art. 7°, incisos XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII, ou seja, da página 64 a 65 e 67 a 69 da obra de Costa Machado, Constituição Federal Interpretada, disponível na Biblioteca Virtual Universitária. Para acessar esta obra, Acesse o link a seguir Disponível em: https://goo.gl/cEZamh Além da Constituição é importante salientar que o Decreto-Lei 5.452, de 1 de maio de 1943, que é a nossa Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), especificamente no Capítulo V do Título II (relativo à Segurança e Medicina do Trabalho). CLT Inicie suas leituras pelo capítulo V do Seção II a V da CLT, ou seja da página 33 a 37, CLT - 2016, disponível na Biblioteca Virtual Universitária. Para acessar esta obra, Acesse o link a seguir Disponível em: https://goo.gl/cEZamh 19 UNIDADE Gestão da Ergonomia Referências IIDA, ITIRO. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo, Edgard Blucher, 2009. FALZON, PIERRE. Ergonomia. São Paulo, Edgard Blucher, 2010. GUERIN, F.; LAVILLE, A. Compreender o trabalho para transformá-lo. A prática da ergonomia. São Paulo, Edgard Blucher, 2010. MORAES, A. Ergonomia: conceitos e aplicações. Rio de Janeiro, 2AB, 2012. GOMES FILHO, J. Ergonomia do objeto: sistema técnico de leitura ergonômica. São Paulo: Escrituras, 2010. SLACK, N.; CHAMBERS, S. Administração da Produção. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. <https://topergonomia.wordpress.com/2008/04/18/voce-sabe-o-que-e-risco- ergonomico/> acessado em junho de 2016. 20
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