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O JUDICIÁRIO E A CONSTITUIÇÃO FRENTE AO CLAMOR DO POVO A APLICAÇÃO DO DIREITO PENAL DO INIMIGO

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O JUDICIÁRIO E A CONSTITUIÇÃO FRENTE AO CLAMOR DO POVO: A APLICAÇÃO DO DIREITO PENAL DO INIMIGO
Autor
José da Silva Menezes Neto
Orientador
Edson Antônio de Oliveira Bastos
Linha de Pesquisa
Direito Penal, Processo Penal e Constituição.
Palavras-chave
Direito constitucional democrático; Direito Penal do inimigo; Expansionismo Penal.
Local onde está sendo realizada a pesquisa
Programa de iniciação científica do curso de graduação em direito da Faculdade Integrada de Rondonópolis - (FAIR-UNIASSELVI).
RESUMO:
INTRODUÇÃO: Este pôster tem por objetivo principal, apresentar e questionar a teoria do direito penal do inimigo, criada por Günther Jakobs, a qual defende-se que, deve haver dois tipos de legislações, para dois tipos de pessoas, uma sendo para o cidadão e outra para o inimigo, sendo aquele garantido os direitos fundamentais e processuais no devido processo legal, ao contrário do inimigo onde que, é classificado pelo próprio Jakobs como "um perigo a ser combatido", sendo retirado alguns direitos a fim de proteger a coletividade e a própria estrutura estatal. Também, esta pesquisa vem abordar as peculiaridades de tal teoria sob a visão do direito Constitucional brasileiro, como pode estar sendo aplicado de forma indireta na legislação brasileira e a eficácia desta para com a coletividade, visando a proteção da estrutura estatal. 
PROBLEMA DE PESQUISA: A discussão se inicia quando uma teoria, sendo esta a perda de direitos, em regra inconstitucional, pode estar sendo adotada de forma indireta na legislação atual. O direito à vida, o devido processo legal, além de questões expressas na Constituição Federal, são assuntos abordados na Declaração Universal dos Direitos Humanos. O debate é, como reflexos de uma teoria possivelmente inconstitucional, v.g., o de tiro de abate, que viola o direito à vida e ao devido processo legal, o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), ou art. 5º da Lei 13.206/16 (Lei do Terrorismo), onde que, realizar os atos preparatórios de terrorismo correspondem ao delito consumado, são adotadas no sistema jurídico brasileiro? 
OBJETIVOS: Este trabalho científico vem com o objetivo de questionar e investigar algumas leis na legislação atual, sob a luz constitucional, da criminologia e da psicanálise. Busca-se evidenciar os benefícios e prejuízos advindos dessa suspensão de direitos em âmbito nacional e internacional, sendo o principal conflito de direitos fundamentais. 
MÉTODO: O presente estudo emprega-se do método indutivo e procedimento funcionalista, baseado em pesquisa bibliográfica, jurisprudencial e no direito comparado, tendo como referencial teórico a teoria de Günther Jakobs sobe Direito Penal do Inimigo 
RESULTADOS ALCANÇADOS: A despeito do debate quanto da constitucionalidade da teoria em estudo, sua possível aplicabilidade em nosso ordenamento tem impactos positivos e negativos, tanto no âmbito nacional quanto internacional segundo a doutrina. O tiro de abate, como exemplo, seria uma ofensa aos princípios constitucionais e dos direitos humanos na esfera nacional e internacional, onde que de um ponto estaria garantindo a segurança tanto do espaço aéreo como da União, porém é um afrontamento aos pilares que regem a sociedade. Destarte, cabe ao Estado o jus puniendi, poder de punir, sobretudo adotando o princípio da isonomia, tratando de forma desigual os desiguais para que diminua a desigualdade, princípio este admitido pela própria Constituição Federal. Outro exemplo recente, foi a aprovação pelo congresso da intervenção federal no Rio de Janeiro, sendo tal medida constitucional, uma medida excepcional prevista em seu artigo 34, que em sua prática, o Estado, visando à proteção da estrutura estatal e o clamor da coletividade, agrega similitudes ao direito penal do inimigo ora estudado. Portanto, não se observa a aplicação da teoria de Günther Jakobs por completo, retirando direitos essenciais do inimigo, entretanto, a aplicação de forma fragmentada, em restrições de direitos, ainda que fundamentais, tem sido aplicada na prática de forma indiscriminada e na legislação com cautela, em casos em que o delito atinja a estrutura estatal de maneira impetuosa.
Bibliografia Utilizada
ALENCAR, Antônia Elúcia. A inaplicabilidade do direito penal do inimigo diante da principiologia constitucional democrática.Revista dos Tribunais – Ano 99 – Maio de 2010 – Vol. 895.
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BASTOS, Marcelo Lessa. Alternativas ao direito penal do inimigo. Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1319, 10 fev. 2007. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/9481>. Acesso em: 19 março 2018.
CASTRO, Carlos Roberto Siqueira. A constituição aberta e os direitos fundamentais: ensaios sobre o constitucionalismo pós-moderno e comunitário. Rio de Janeiro: Forense, 2005.
D´AVILA, Fabio Roberto. A crise da modernidade e as suas consequências no paradigma penal (um breve excurso sobre o direito penal do risco).Disponível em: < http://www.mundojuridico.adv.br/sis_artigos/artigos.asp?codigo=70> Acessado em: 20 março 2018.
DELMANTO, Roberto; et all. Leis penais especiais comentadas. Rio de janeiro: Renovar, 2006.
GARCIA, Carlos Dante, JUNIOR, Rubens Correia, TENDLARZ, Silvia Elena. A quem o assassino mata? – O Serial Killer A Luz: DA CRIMINOLOGIA E DA PSICANALISE
JAKOBS, Günther. Derecho Penal del Enemigo - 2ªed. S.L. Civitas Ediciones, 2006.

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