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SEMINÁRIO III- MODULO IV - IBET

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SEMINÁRIO III – SISTEMA, COMPETÊNCIA E PRINCÍPIOS 
Noemia Camilla A. Rodrigues 
Questões
1. Que é sistema? Há diferença entre sistema e ordenamento jurídico? Pode-se dizer que o direito positivo se caracteriza como um sistema?
Sistema em um pleno de definição teórico, significa conjunto, reunião no sentido amplo do termo. Esse termo voltado ao sistema jurídico pode ser definido como todo o conjunto de normas jurídicas, relacionadas entre si, porém interdependentes, isto é, foram reunidas por um denominador comum, porém ramificadas de acordo com sua especialidade dentro do ramo jurídico. Já o ordenamento jurídico em si, é o sustentáculo para os elementos normativos, também consiste em uma definição teórica para melhor interpretação de leis e preenchimento de lacunas conforme o caso. Assim sendo, ordenamento se diferencia de sistema por ser um plano mais organizado e unitário, não se confundindo nunca com ordem jurídica.
Primeiro, vamos a definição de Direito Positivo que consiste no conjunto de regras em vigor em um determinado país em determinada época, simplificando, é o que encontramos nos códigos, decretos, leis e costumes. Portanto, partindo do princípio de que o sistema abrange as normas jurídicas no sentido amplo concluímos que o direito positivo é um sistema.
	
 Com efeito, o significado de sistema pode ser compreendido como o conjunto normativo que estrutura o direito em normas, dispondo-as em um corpo organizado, hierárquico e positivado, ou seja, o ordenamento jurídico, possibilitando o movimento orgânico de suas partes em constante conexão com o todo, conectando este conjunto às diversas relações quese desenvolvementre o direito e as demais áreas do saber humano, garantido assim, que o direito se torne palpável e interligado aos fatos cotidianos, ultrapassando a barreira dos fatos dispostos de modo descritivo, para elevar o direito ao posto de construção social de sentidos imerso na realidade. Por conseguinte, o direito positivo é parte essencial do sistema, e não o próprio sistema em si.Portanto, o sistema para o direito representa enquanto significado, a fluidez e o equacionamento do ordenamentojurídico em contato com a realidade, já quanto ao significante, o sistema para o direito pode ser visto como o direito em funcionamento, isto é, partindo da norma até culminar no sentido que esta alcança no mundoda vida em determinado contexto social, em outras palavras, ao falar de sistema para o direito, este signo carrega a ideia de direito em movimento.
2. Que se entende por “sistema constitucional tributário”? Qual sua função no direito tributário?
Assim, o sistema constitucional tributário provém da fenomenologia dos sistemas jurídicos contemporâneos que impõem ao direito tais paradigmas filosóficos, como, por exemplo, as garantias processuais, os princípios tributários imanentes aos princípios constitucionais, e, principalmente os direitos fundamentais e os valores democráticos. Nesse sentido, a função desse sistema é operar o direito tributário sob esta plataforma constitucional, edificada à sombra de tais matizes filosóficas regentes do direito contemporâneo.
3. Que é princípio, como é e para que serve? Há diferença entre regras e princípios? No caso de conflito, qual deve prevalecer? E no caso de conflito entre princípios, qual critério deve informar a solução? (Vide anexos I e II).
O princípio é o resultado apriorístico à construção de sentidos da norma, ou seja, é o rastro epistemológico e filosófico que sustenta a identidade do sistema jurídico, é o código genético do direito que dispõe o que a norma pode ser a partir das regras e da realidade
factual, ou seja, estipula o potencial normativo das regras. Por outra parte, o princípio, é na mesma intensidade, barreira à aplicação das regras do sistema jurídico, porque ainda que a norma tenha por base uma regra, ou um princípio, seu limite supremo são os princípios, pois estes constituem envoltórios universais do direito, enquanto as regras ficam em um nível mais raso de estruturação.
Em um conflito entre regras e princípios a solução se dá diante de cada caso, no entanto, a feição apriorística e a dimensão restritiva devem sempre balizar a equação de modo a resultar uma norma na qual a coerência e integralidade do sistema não sejam comprometidas, o mesmo raciocínio vale para o conflito entre princípios.
4.	Identificar, nas situações a seguir, se algum princípio foi desrespeitado e, em caso afirmativo, indicar qual:
	a) instituição e regulamentação de dever instrumental por meio de instrução normativa (vide anexo III);
	b) estipulação de graus de risco da atividade laborativa (para o SAT) por meio de decreto (vide anexo IV);
	c) multas sancionatórias na percentagem de 75% (vide anexos V e VI);
	d) imposto de importação com alíquota de 150%;
	e) lei municipal ou distrital que institui responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa;
	f) elaboração, pelo CONFAZ, de lista de produtos semielaborados sujeitos à incidência do ICMS (vide anexo VII);
	g) penhora, em execução fiscal, de automóvel de pequeno valor utilizado para transportar portador de necessidades especiais (vide anexo VIII).
	h) quebra do sigilo bancário em favor da fiscalização.
	i) a imposição da desistência das discussões judiciais e administrativas para adesão a parcelamento de débitos.
	j) desconsideração de negócio jurídico realizado pelo contribuinte mediante planejamento tributário em razão de ausência de propósito negocial nos atos praticados pelo contribuinte.
a.) sim, o princípio da legalidade.
b.) Não há ofensas a princípios constitucionais ou tributários.
c.) Sim, princípios da vedação ao confisco, além do princípio da proporcionalidade e razoabilidade.
d.) Sim, princípios da vedação ao confisco, além do princípio da proporcionalidade e razoabilidade.
e.) Sim, fere os princípios da legalidade em consonância com corolário da estrita tipicidade do direito tributário. Além do mais, fere a competência tributária dos municípios, pois estes não podem legislar sobre obrigações tributárias.
f.) Não fere nenhum princípio constitucional ou tributário.
g.) A depender do caso concreto fere os princípio da dignidade da pessoa humana, bem como os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
h.) A depender do caso pode ferir o princípio da privacidade em consonância com o princípio da intimidade.
i.) Sim, fere os princípio processuais do devido processo legal, da ampla defesa. Pois o contribuinte pode querer prosseguir discutindo o crédito, sendo o processo seu meio para isso.
j.) Não fere nenhum princípio de modo considerável. Apesar de relativizar o princípio da autonomia da vontade, da liberdade negocial e do livre exercício de atividade econômica. O propósito negocial é a feição substancial do planejamento tributário. O planejamento deve, além de visar reduzir pagamentos tributários, deve também almejar adequar uma realidade fática da empresa, ou seja, pagar menos tributos, mas, ao mesmo tempo, realizar algo em prol da atividade empresarial, uma finalidade.
5.	Que é, como é e para que serve a competência tributária? Quais as características da competência tributária? Qual a diferença entre competência tributária e capacidade tributária? Analisar a facultatividade do seu exercício relativamente à Lei de Responsabilidade Fiscal (LC n. 101/00), que veda a transferência voluntária de receitas a entes que tenham deixado de instituir algum tributo de sua competência. (vide anexo IX)
A competência tributária em sentido amplo é a parcela de jurisdição, administrativa, legislativa ou judiciária, a qual pertence a cada ente ou sujeito do sistema tributário e que atribui a estes poderes e deveres no desenvolvimento da relação jurídico-processual tributária, principalmente a instituição de tributos. Porém, no contexto específico, a competência tributária é a atribuição dos entes políticos estatais em instituir, gerir e cobrar tributos. Dentre as características da competência tributária podem-se elencar as principais, quais sejam: privativa, incaducável,de exercício facultativo, improrrogável, irrenunciável e indelegável.
A competência para instituir tributos é facultativa, inclusive, quanto aos tributos que se dizem viáveis. Mesmo com a edição da Lei de Responsabilidade Fiscal, prevendo como requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação, essa
qualidade se sustenta. O que a LRF fez foi criar condições para que os entes federativos possam renunciar à receita que seria arrecada com os tributos, prezando pela responsabilidade na gestão fiscal. A omissão quanto à criação do tributo não impede que, por vontade política superveniente, o ente venha a instituí-lo. A competência é facultativa e incaducável. Todavia, instituído o tributo, não há discricionariedade no lançamento e consequente arrecadação.
6. Proposta de Reforma Tributária Nacional que substitua os impostos estaduais e municipais sobre bens e serviços, por um imposto único de competência da União por emenda constitucional viola os Princípios do Pacto Federativo e do Federalismo Fiscal? E se esta emenda prever expressamente o repasse obrigatório da integralidade ou parte do produto da arrecadação desse imposto único para os estados e municípios?
A chave para identificar, dentre os horizontes de possibilidades, se tal reforma possui matriz constitucional é olhar tal proposta sob a perspectiva dos princípios constitucionais os quais sustentam o sistema tributário constitucional. Nesse sentido, este modelo de reforma fere o princípio constitucional do pacto federativo (art. 60 § 4º da CF88) e vai contra a promoção da autonomia dos municípios, além, é claro, de violar os fundamentos contidos no art. 3º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em especial, na garantia do desenvolvimento nacional, erradicando a pobreza e a marginalização, reduzindo as desigualdades sociais e regionais.
Ainda nessa compreensão, mesmo que tal emenda disponha sobre a distribuição da arrecadação deste tributo para os Estados e os Municípios, resta comprovado a prejudicialidade da autonomia destes entes, bem como a desconfiguração das características de sua competência tributária.
7.	A Emenda Constitucional n. 39/02 acrescentou à Constituição o art. 149-A e parágrafo único, dispondo:
“Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica”.
Com fundamento nesse dispositivo, a Prefeitura de Itumambé instituiu o seguinte tributo:
Prefeitura Municipal de Itumambé, Decreto Municipal 3.708 de 10/10/03 (DOM 13/10/03)
Art. 1º Fica instituída contribuição para o custeio do serviço municipal de energia elétrica que tem como fato gerador a prestação do serviço de energia elétrica pelo Município.
Art. 2º A base de cálculo é o valor da fatura de consumo de energia elétrica.
§ 1º A alíquota é de 0,5%.
§ 2º Os contribuintes que morarem na região central pagarão 50% a mais do valor devido.
Art. 3º Contribuinte é o consumidor de energia elétrica.
Art. 4º Compete à Secretaria de Finanças fiscalizar o abatimento realizado pela concessionária.
Art. 5º A importância devida a título dessa contribuição deve ser paga até o último dia do mês subsequente e recolhida pela concessionária de energia elétrica juntamente com a fatura mensal de consumo, ficando a concessionária responsável pelo abatimento do montante recolhido da fatura municipal.
Parágrafo único. O não-pagamento da contribuição, ou o não repasse, implica multa de 150 UFIRs.
Art. 6º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, devendo produzir todos os seus efeitos a partir do dia 01/11/03.
{...].
Pergunta-se:
	a) O sistema constitucional tributário brasileiro admite alterações na faixa de competência tributária das pessoas políticas? Há alguma vedação à ampliação da competência tributária municipal por meio de emenda constitucional? Em caso afirmativo, qual(is)?
	b) Os Municípios podem, na criação de tal contribuição, com fundamento no art. 149-A da CF, utilizar uma das materialidades que lhes foram atribuídas constitucionalmente para a instituição de impostos? E das materialidades atribuídas aos Estados, Distrito Federal e União por ocasião da repartição constitucional das competências para instituição de impostos? Há vedação constitucional quanto à materialidade eleita: “consumir energia”? Justifique (vide anexo X).
	c) Quais princípios tributários não foram observados pela Prefeitura de Itumambé ao instituir esse tributo? A Prefeitura pode escolher quais princípios tributários quer aplicar e afastar os outros?
	d) A alteração do prazo de pagamento deve respeitar o princípio da anterioridade? Em qual o critério da Regra-Matriz de Incidência figura o prazo para pagamento do tributo?
	(Vide anexo XI).
a.) O sistema constitucional não admite alterações na faixa de competência tributária das pessoas políticas, pois, de um lado, a ampliação viola os direitos fundamentais do contribuinte em não ser tributado além dos limites constitucionais impostos, do outro, a redução fere a autonomia dos entes políticos federativos. Nesse entendimento, a Emenda Constitucional nº 39 afronta tais cláusulas pétreas.
b.) A Constituição de 1988 impõe uma série de restrições ao poder reformador. Essas limitações se subdividem em formais, circunstanciais e materiais, podendo esta última se subdividir em explícitas e implícitas. Existem, ainda, as limitações temporais, que, muito
embora fossem previstas na Constituição Imperial de 1824, não são encontradas na Constituição Federal de 1988.
Em síntese, o que interessa ao presente estudo são as limitações materiais explícitas. Tratam-se daqueles preceitos que o constituinte originário considera de tamanho relevo que os exclui da incidência do poder de emenda, criando um núcleo intangível, que tem como escopo a preservação dos fundamentos da Constituição. Há, portanto, a impossibilidade de que o poder de reforma sequer delibere a respeito dessas questões, previstas expressamente no art. 60, § 4°, da Carta Política de 1988, que assim preceitua:
§ 4° Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico; III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.
São estas, pois, as matérias que o poder constituinte originário elegeu como imodificáveis e que não poderão ser objeto de emenda. Assim, caso o poder reformador não respeite a imposição constitucional, padecerá de vício de inconstitucionalidade, ficando sujeito ao controle de constitucionalidade pelo Poder Judiciário, da mesma maneira como as leis ordinárias, infraconstitucionais, se submetem.
À vista disso, deve-se observar se o poder de reforma, ao editar a Emenda Constitucional n°. 39, transgrediu algum dos limites impostos pelo constituinte originário.
c.) Princípios da legalidade, da isonomia, do pacto federativo, da anterioridade, bem como da razoabilidade e da proporcionalidade.
d.) A alteração de prazo, segundo entendimento jurisprudencial, não é matéria reservada à Lei, pois a Constituição não determina tal critério, conforme o art. 96 e 100 do CTN.
8. Como a conjugação das noções de sistema, competência e princípios com a ideia de hierarquia normativa pode significar limitações ao poder de tributar? Qual o papel do intérprete nessa construção?

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