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PRIMEIROS 
ATENDIMENTOS EM 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
João Francisco Barbieri
Lesões traumáticas II: 
traumas, entorses, 
luxações, fraturas, 
distensão e estiramento
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Distinguir as principais lesões em tecidos musculares.
 � Identificar as principais lesões em tecidos ósseos e articulares.
 � Comparar as diferentes formas de primeiros socorros para as distintas 
afecções do sistema locomotor.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar sobre lesões traumáticas. As que atingem 
o tecido muscular e ósseo são as mais comuns de ocorrerem durante a 
prática de atividade física e esportiva, seja durante uma partida de futebol 
ou um treino de musculação. A magnitude dessas lesões pode variar 
muito, indo desse uma pequena entorse até distensões que exigirão 
intervenção médica.
Estar preparado para essas situações será fundamental para seu su-
cesso profissional, e isso exigirá a utilização do material mais apropriado 
para o atendimento desses casos, assim como o conhecimento e a iden-
tificação das diferentes lesões que podem acometer o praticante.
Aqui, você encontrará as formas de prestar os primeiros socorros 
a diferentes lesões que acometem os tecidos muscular e ósseo e as 
articulações.
Lesões musculares 
O tecido muscular é composto por diversas proteínas contráteis, sendo as 
principais e mais conhecidas a actina e a miosina, também conhecidas como 
miofilamentos. As células musculares (ou fibras musculares) são cobertas 
por uma camada de tecido conjuntivo chamado endomísio, que recobre as 
fibras musculares por toda sua extensão, sendo que a extensão de uma fibra 
muscular pode chegar até 50 cm. Ao conjunto de fibras musculares se dá o 
nome de fascículos, sendo caracterizado, então, como o conjunto de fibras 
musculares envoltos por outra membrana conjuntiva, o perimísio, que também 
se estende ao longo de todo o tecido muscular. Já o conjunto de fascículos dá 
origem ao ventre muscular, a parte carnosa e vermelha do músculo, sendo 
que essa parte também é recoberta por tecido conjuntivo, chamado epimísio. 
O prolongamento dos tecidos conjuntivos epimísio, perimísio e endomísio 
dará origem aos tendões e aponeuroses, que fixarão os músculos aos ossos. 
Entenda melhor observando a Figura 1.
Todas as regiões do músculo são passíveis de sofrer lesões, sejam os ventres 
musculares ou tendões. As lesões podem ser causadas por forças externas, 
como pancadas, ou até mesmo por forças geradas pelos próprios músculos, 
como os estiramentos e as distensões. Embora essas palavras sejam muitas 
vezes utilizadas como sinônimas, elas podem ser divididas com relação ao 
local onde a lesão se estabeleceu, considerando estiramento a lesão causada 
pelo alongamento excessivo do músculo, no ventre muscular, e distensão a 
lesão causada pelo estiramento excessivo na região tentídea-muscular. 
Neste capítulo, serão descritas as lesões musculares mais comuns que 
podem ser encontradas no seu dia a dia de prática profissional:
 � estiramentos;
 � distensões;
 � cãibras;
 � contraturas;
 � contusões.
Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento2
Figura 1. Organização estrutural do músculo.
Fonte: Adaptada de Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 239).
Epimísio
Vasos sanguíneos
e nervos
Perimísio
Sarcolema
Endomísio
Estiramentos
As lesões por estiramento são lesões que afetam diretamente o ventre muscular, 
sendo caracterizado como o rompimento de uma porção de fibras musculares 
por força excessiva de alongamento, podendo causar extravasamento de pro-
teínas que estão dentro das fibras musculares, como mioglobina e creatina. 
Essas lesões são dolorosas e geram inflamação e dor. Os estiramentos são 
classificados com relação ao grau de comprometimento do músculo, sendo 
classificados em três graus.
 � 1º grau — Lesões por estiramentos que causam pequenas deformações 
nas fibras. Sendo lesões de menor importância, não causam extrava-
samento de sangue, portanto, não deixam hematoma. Geram dor sem 
edema.
 � 2º grau — Lesões em que fibras musculares são rompidas, havendo 
extravasamento do conteúdo do interior das células. Podem deixar 
hematomas, têm tempo de recuperação mais demorado e podem ser 
necessárias sessões de fisioterapia para acelerar a recuperação e manter 
a função do músculo. São dolorosas e acompanhadas de inflamação, 
dor e perda de desempenho.
3Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento
 � 3º grau — Lesões que acometem completamente as fibras muscula-
res, rompendo totalmente o músculo. O extravasamento de conteúdo 
de dentro das células é grande, causando grande inflamação e dei-
xando grandes hematomas. Exigem intervenções médicas, tanto para 
o diagnóstico como para o tratamento (cirúrgico). São lesões em que 
a recuperação é lenta e exigem trabalho intenso na reabilitação com 
a fisioterapia.
Tratamento
O tratamento para estiramentos é paliativo. Sua ação será no sentido de diminuir 
a dor e a inflamação, para isso você poderá utilizar compressas de gelo por 
até 15 minutos. Evite o uso de terapia com compressas quentes nas situações 
agudas, pois pode agravar a inflamação, o que pode piorar o quadro da lesão. 
Você deverá elevar o membro afetado, para facilitar o retorno venoso e diminuir 
a inflamação. Algumas situações de estiramentos mais graves exigirão imobi-
lização e transporte para centro médico. Nessas situações você deverá avaliar 
a funcionalidade do membro, observando se o músculo foi comprometido. A 
região deve ser imobilizada, evitando que a movimentação comprometa ainda 
mais a lesão. Em casos de lesão grau 3, é necessária a intervenção cirúrgica 
para que ocorra a “reconexão” muscular.
Imagine que você é um técnico de basquetebol e, durante uma partida de seu time, 
percebe que um jogador da defesa faz um gesto na tentativa de alcançar o atacante 
após uma finta, abduzindo a coxa em uma amplitude máxima, e logo leva a mão aos 
músculos adutores da coxa. Você pode inferir muito sobre uma lesão observando os 
motivos que a causaram, nesse caso, o movimento que exige amplitudes máximas 
pode produzir estiramentos de diversos graus. Você deverá atuar no sentido de diminuir 
a inflamação e, dependendo do grau de comprometimento, acompanhar o atleta 
até o hospital.
Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento4
Distensões
As distensões são lesões que acometem a junção músculo-tendínea. Também 
são causadas por estiramento excessivo e, da mesma foram que os estiramentos, 
são classificadas com relação ao grau de comprometimento da área. 
 � 1º grau — Essa lesão atinge pequenas fibras do tecido conjuntivo que 
compõem o tendão; são lesões dolorosas, sem edema e sem hematoma.
 � 2º grau — Essas lesões rompem algumas fibras do tecido conjuntivo 
que compõem o tendão; esse rompimento parcial do tendão causa grande 
dor acompanhada de edema e, muitas vezes, hematoma.
 � 3º grau — São lesões que rompem completamente as fibras do tecido 
conjuntivo do tendão; são lesões incapacitantes, uma vez que comprome-
tem a movimentação; geram grande edema e hematoma. Nessas lesões, 
existe a necessidade de acompanhamento médico, sendo a operação 
muitas vezes necessária. A fisioterapia garantirá melhor recuperação 
e manutenção da funcionalidade do membro.
Tratamento
Os primeiros tratamentos são paliativos, tendo como objetivo a diminuição da 
dor e da inflamação. Para tal, o uso de crioterapia é recomendado, colocando 
o gelo sobre o local afetado. O membro pode ser levantado para diminuir o 
processo inflamatório. Em casos de lesões maiores, haverá a necessidade de 
imobilização do membro, para que o transporte não agrave a situação da lesão. 
Você deverá estar munido de material para primeiros socorros, como talas 
flexíveis, bandagens para fixação e gelo para crioterapia.
As lesões por estiramento são muito comuns em práticas esportivas,es-
pecialmente em movimentos bruscos e em alta intensidade, que podem gerar 
forças de estiramento maiores do que os músculos podem suportar, princi-
palmente em praticantes sem condicionamento físico e não aquecidos. Uma 
ótima estratégia para evitar esse tipo de lesão são treinos proprioceptivos e 
de fortalecimento, mas principalmente o treino de alongamento, tanto para a 
musculatura agonista, pois é utilizada na modalidade, como na antagonista, 
pois, durante a realização do movimento articular, é esse músculo que está 
sendo alongado. 
5Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento
Imagine-se, como no caso anterior, em um treinamento de seu time de basquetebol. 
Em uma arrancada de seu atacante, imediatamente ele sente uma pontada muito 
grande no tendão do calcâneo e leva a mão ao local. Nessa situação, por não se tratar 
de uma situação em que houve um movimento de alongamento excessivo, mas sim 
uma contração muscular vigorosa, podemos imaginar que essa contração possa ter 
originado um rompimento entre a ligação músculo-tendínea. Você deverá aplicar 
gelo imediatamente e avaliar a funcionalidade do músculo afetado. Dependendo do 
grau de comprometimento do movimento, o atleta deverá ser encaminhado para 
que receba auxílio médico especializado.
Cãibras
As cãibras são contrações involuntárias da musculatura esqueléticas que podem 
ser extremamente dolorosas, porém, não constituem situações emergenciais, 
embora sejam incapacitantes. Situações que envolvem cãibras e podem se 
converter em situações emergenciais são as situações que envolvem o meio 
líquido, pois elas comprometem a movimentação adequada e podem fazer 
com que o indivíduo se afogue.
As cãibras são um extensivo objeto de estudo, uma vez que é difícil 
reproduzi-las em laboratório para estudos, mas é certo que se trata de uma 
disfunção neuromuscular, ou seja, que envolve disfunções no sistema nervoso 
e na mecânica de contração dos músculos. Atribui-se a esse fenômeno o de-
sequilíbrio eletrolítico causado pela prática exaustiva de exercício e a grande 
perda de líquidos. As regiões acometidas são diversas, porém, a musculatura 
dos membros inferiores costuma ser a mais acometida.
Tratamento
O tratamento para cãibras consiste em alongar mecanicamente a musculatura 
acometida, assim, fará com que a contratura deixe de ocorrer. Alongue a 
musculatura acometida e a mantenha alongada por 1 a 2 minutos. 
As cãibras certamente serão uma das lesões mais comuns e frequentes 
que você poderá observar durante sua prática profissional. Elas são, em geral, 
benignas e exigirão de você somente a ação de alongar a musculatura afetada. 
Utilizando o exemplo do treinador do time de basquete, você pode observar que 
o desgaste físico dos seus atletas vai aumentar a probabilidade do surgimento 
Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento6
de cãibras. Os locais mais afetados serão as coxas e a panturrilha. Quando um 
jogador apresentar esses espasmos característicos, simplesmente execute um 
alongamento da musculatura fazendo um movimento contrário ao da ação do 
músculo, muitas das vezes o jogador poderá voltar a jogar, mas em casos de 
recorrências, deverá ser substituído. 
Contraturas
As contraturas podem ser consideradas contrações contínuas e sustentadas 
de certa porção da musculatura. Cria nódulos que são sensíveis à palpação, 
também conhecidos como pontos gatilhos. A contratura pode acometer di-
versos músculos do corpo, sendo muito frequente na musculatura do pescoço 
e ombros e na coxa, em especial nos isquiotibiais para esportistas de corrida.
As contraturas podem gerar dor e sensação de cansaço, tudo isso em razão 
de sua característica de contração sustentada, o que faz com que sejam pro-
duzidos muitos metabólitos em uma região pontual, que não são prontamente 
removidos. A própria contração da musculatura pode comprimir terminações 
nervosas próximas, o que será interpretado pelo cérebro como sinal de dor. 
As contraturas podem surgir depois da prática de atividades intensas, excesso 
de estresse ou noites maldormidas (em razão da adoção de posturas não 
confortáveis), assim como na postura adotada no dia a dia. 
Tratamento
O tratamento para contraturas consiste em diminuir a dor e a inflamação 
local. Agudamente, podem ser usadas compressas de gelo para a diminuição 
do processo inflamatório e da dor. Para dores crônicas, podem ser usadas 
compressas quentes para aumentar o fluxo sanguíneo até o local. Os nódulos 
de contratura podem ser soltos com pressão manual, uma técnica que exige ex-
periência e costuma ser dolorosa para o indivíduo que a recebe. Alongamentos 
para a musculatura acometida também são eficientes. Aconselhamentos sobre 
a melhora da técnica de determinado gesto esportivo, ou da postura adequada 
ao se sentar ou dormir, também podem ajudar a melhorar a mobilidade e a 
dor da região afetada.
É importante ter em mente que o diagnóstico preciso do motivo que levou 
a contratura ajudará no tratamento efetivo dessa patologia muscular. Então, 
por exemplo, se seu atleta de corrida de fundo apresentar queixas de dores 
nos músculos posteriores da coxa, de maneira crônica, você pode analisar a 
7Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento
musculatura e averiguar se há a presença de nódulos. Você pode recomentar 
a utilização de compressas quentes e realizar alongamentos, porém, se a dor 
for persistente, o aluno deverá ser encaminhado para o médio, pois pode se 
tratar de uma lesão mais séria e talvez o aluno deve ser redirecionado para 
a fisioterapia.
Contusão
As contusões são lesões causadas por traumas diretos. A contusão trata-se, 
portanto, de uma lesão traumática aguda aos tecidos moles, em que não há 
cortes. Nesse tipo de lesão muscular, pode existir a presença de edema e hema-
toma. As lesões costumam ser doloridas, atingido em especial a musculatura 
da coxa, em jogadores de futebol, mas podem acontecer a qualquer um.
A magnitude da pancada vai determinar o grau de gravidade da lesão e o 
tempo de recuperação, sendo que na maioria das vezes é uma lesão que não 
necessita cuidados médicos adicionais. O tratamento das contusões, assim 
como as contraturas, se divide em agudo e crônico. O agudo é realizado com 
medidas que visam a impedir a progressão da inflamação e diminuir a dor. 
Para tal, pomadas analgésicas e, especialmente, compressas de gelos são 
indicadas para o uso. 
Tratamento
O tratamento crônico consiste em reabilitar a musculatura e diminuir a inflama-
ção. Para isso, compressas diárias de gelo, de duas a três vezes, são indicadas, 
com duração de até 15 minutos. Recomenda-se, também, o alongamento da 
musculatura, quando descartado o diagnóstico de rompimento muscular, de 
30 segundos a 1 minuto, sempre com cuidado.
Um exemplo muito comum de lesão por contusão são as modalidades 
de lutas que incluem chutes. Um chute que atinge a coxa pode infligir uma 
contusão. Nesse caso, a aplicação de gelo local ou spray de gelo pode reduzir 
a dor causada, em muitos casos o atleta pode inclusive voltar à luta.
As lesões que acometem o aparelho locomotor não se restringem somente 
às lesões do tecido muscular, elas se estendem para lesões que acometem os 
ossos e as articulações. A principal causa de lesões que acometem o aparelho 
locomotor são as situações que envolvem a aplicação de força, de maneira a 
superar as resistências desses tecidos. A seguir, aprenderemos mais sobre as 
lesões do tecido muscular.
Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento8
Cãibras são situações em que a musculatura foi exaustivamente utilizada ou que o corpo 
está descompensado em seu balanço eletrolítico. Para evitar as cãibras, é importante 
manter o estado de hidratação (estado de hidratação normal) e estar bem alimentado, 
assim como evitar a prática de atividade física em ambientes muito quentes e secos.
Lesões ósseasOs ossos são as estruturas que compõem nosso sistema esquelético. São 
revestidos por uma camada de tecido conjuntivo chamada periósteo. Essa 
camada é altamente inervada e irrigada, sendo que lesões que a danificam 
causam muita dor, como as fraturas ósseas.
As fraturas podem se dar por traumas direitos ou indiretos que acometem 
nosso corpo. Uma fratura ocorre sempre que a capacidade de resistência do 
osso é superada pela energia imposta. A fratura pode provocar uma rachadura 
ou quebra na continuidade do osso, sendo classificada dependendo do traço da 
fratura, da exposição da fratura e da presença de outras lesões. A cicatrização 
óssea leva a uma consolidação do osso, apresentando uma solidificação óssea. 
Fatores de risco e locais afetados
Embora os impactos sejam os fatores de riscos mais óbvios para os casos de 
fraturas ósseas, eles não podem ser considerados os únicos. O tecido ósseo 
é constantemente remodelado, podendo aumentar seu conteúdo mineral, 
deixando o osso mais denso, logo, menos propenso a fraturas, ou pode ser 
remodelado de maneira a deixar o osso menos denso, mais quebradiço, o 
que aumentará a probabilidade de lesões nesse tecido. Diversos fatores 
podem estar associados ao remodelamento desses ossos, como a prática de 
exercício físico, que o remodela positivamente, ou o próprio envelhecimento, 
que remodela os ossos negativamente, podendo culminar em uma situação 
patológica chamada osteoporose, em que a densidade dos ossos se encontra 
criticamente baixa, e fraturas espontâneas podem ocorrer, ou seja, fraturas 
na ausência de impactos.
Alguns grupos específicos apresentam maiores propensões a fraturas, 
como mulheres após menopausa, em razão de mudanças hormonais, e idosos 
9Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento
no geral, em razão do aumento do número de quedas. É importante lembrar 
que, embora a fratura possa ser causada por diversos tipos de impactos, 40% 
das fraturas acontecem em ambiente doméstico.
Atletas também são grupos mais propensos a descontinuidades ósseas, 
porém, sua maior incidência não recai pelos traumas em razão de choques 
abruptos, mas, sim, a conhecida fratura por estresse. A fratura por estresse 
é especialmente desenvolvida pelo acúmulo de microfraturas nas trabéculas 
ósseas, que são ocasionadas pela sobrecarga contínua e constante àquela 
estrutura.
Em especial os atletas corredores, militares e dançarinos estão mais propen-
sos a fraturas por estresse. Atletas de corrida apresentam esse tipo de fratura 
dividido entre os ossos longos dos membros inferiores, como tíbia, fíbula e 
fêmur, além de afligir também os ossos do pé e do sacro. Modalidades que 
utilizam mais os membros superiores, como ginástica, esportes com raquete 
e handebol, apresentam mais fraturas por estresse na ulna, em específico em 
sua região mais próxima, assim como na porção distal do úmero. Bailarinas, 
saltadores e jogadores de boliche apresentam mais fraturas por estresse ao 
longo da coluna lombar e da pelve.
A tríade da mulher atleta é considerada, atualmente, como as disfunções causadas pelos 
regimes alimentares severos e as rotinas de treinos intensos e volumosos. Caracteriza-
-se pela baixa disponibilidade energética (com ou sem distúrbios alimentares), pelas 
disfunções na menstruação (amenorreia secundária) e pela osteoporose/fraturas ósseas.
Classificação 
Quanto ao traço da fratura
Incompleta ou completa — Nas fraturas incompletas, a continuidade óssea 
não é alterada, mas apresenta uma rachadura que é visível no exame de raios 
X. Essa rachadura pode se apresentar de forma oblíqua, espiral ou transversa. 
Já as fraturas completas apresentam especificamente uma perda da conti-
Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento10
nuidade óssea, gerando substâncias residuais (pedaços de ossos) que podem 
provocar danos internos nos tecidos adjacentes. Esse tipo de lesão requer 
bastante cuidado na hora de mobilização, pois uma mobilização malfeita pode 
afetar os tecidos vizinhos por causa dos estilhaços ósseos que se encontram 
depositados no local da lesão. 
Quanto à exposição da fratura
Aberta ou fechada — A característica principal das fraturas abertas é o 
contato direito que tem a fratura com o meio externo. Nessas situações, o 
osso é exteriorizado. A pele, nesses casos, será sempre rompida. É importante 
controlar as possíveis hemorragias, como também verificar a afeção dos teci-
dos vizinhos como músculos e artérias. É uma lesão de grande importância, 
podendo haver infeções, já que uma contaminação é possível pela exposição 
do meio interno. As fraturas fechadas não apresentam exposição do osso ao 
meio externo, não havendo riscos de infeções e não havendo hemorragias 
na pele, já que a pele se encontra ilesa. Esse tipo de fratura pode apresentar 
deformações facilmente visíveis. 
Quanto à presença de lesões associadas
Complicadas ou simples — As fraturas complicadas caracterizam-se prin-
cipalmente pela afeção dos outros tecidos vizinhos, podendo causar lesão 
em vasos sanguíneos, lesões musculares, lesões nervosas, bem como lesões 
sistêmicas (traumas abdominal, torácico e craniano). Esse tipo de fratura 
pode apresentar hemorragia, perda da sensibilidade do membro e deformação. 
Já as fraturas simples apresentam uma única lesão sem evidência de lesões 
associadas. 
Quanto ao tipo de força causador do trauma
Força direita, indireta e de torção — A força direita gera uma fratura 
decorrente de um trauma, como golpe direito que leva imediatamente a 
uma fratura especificamente no lugar do impacto. A força indireta leva a 
uma fratura num ponto distante do local impactado. Já a força de torção 
gera uma fratura quando uma parte do corpo permanece imóvel e a outra 
gira sobre esta.
11Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento
Sinais e sintomas 
As fraturas são lesões que raramente levam a óbito, embora sejam lesões mais 
dramáticas, por causa das características que são expostas a simples vista. É 
um tipo de lesão em que é necessário o controle da dor e a imobilização do 
local afetado para que não haja progressão da lesão. 
Alguns sintomas apresentados por pessoas com fraturas são: deformidade, 
dor, aumento da temperatura, crepitação, inchaço, descoloração ou vermelhi-
dão, ferimentos e possível perda da sensibilidade. 
É importante verificar a deformidade verificando-se o membro não afetado, 
que poderá apresentar uma diferença no tamanho, no comprimento, na forma 
e na posição. Os casos de fraturas são acompanhados do aumento de agentes 
pró-inflamatórios no organismo para tentar reparar o local afetado, gerando 
vermelhidão, inchaço e dor, que é especialmente causada pela afetação das 
estruturas adjacentes, seja pela fratura ou pela inflamação. As afeções nos 
tecidos moles podem levar ao comprometimento dos nervos, o que pode 
resultar em perda da sensibilidade. 
Primeiros socorros em casos de fraturas
As cenas de fraturas costumam ser impactantes e requerem especial atenção 
médica. Nas situações de fraturas abertas, você deve ter especial atenção 
e não recolocar o osso “no lugar”, pois essa manobra pode aumentar a 
lesão e gerar mais dor e aumentar as chances de infecções. O que se deve 
fazer é imobilizar o membro, conter o sangramento com material estéril 
e transportar a vítimas para um hospital. O membro deverá ser fixado 
utilizando talas rijas ou flexíveis, amarradas com ataduras ou outros pe-
dações de panos, sempre imobilizando a articulação imediatamente acima 
da lesão e abaixo dela.
Já nas fraturas fechadas, que são mais comuns, não há rompimento da pele 
e, em geral, são de menor emergência que as fraturas abertas. No entanto, os 
danos aos ossos podem ser grandes e apresentar hemorragias internas, por 
rompimento de vasos sanguíneos. Também são situações que exigirão a devida 
imobilização antes do transporte do paciente.
Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações,fraturas, distensão e estiramento12
Um professor de educação física está aplicando sua aula para uma turma de crianças 
de 5 a 6 anos. Trata-se de uma turma de 40 alunos e eles estão bastante agitados com 
a atividade de pega-pega que foi proposta. Durante a atividade, um aluno que estava 
correndo do pegador tropeça, cai sobre o próprio braço e não levanta do chão. O 
professor prontamente vai até o aluno e avalia a situação. A criança está segurando 
o braço, que apresenta uma curvatura anormal na parte distal do rádio. Ele presenta 
muita dor e a mão se apresenta “caída”. O professor logo entende tratar-se de uma 
fratura fechada. Rapidamente, ele busca em sua caixa de primeiros socorros duas talas 
rijas de madeira e bandagens, fixando o punho da criança e confeccionando uma 
tipoia para ela, para que não apresente movimentos no braço. A criança é levada para 
o hospital para que sejam feitos os procedimentos médicos.
Processo de cicatrização
O osso é um tecido vivo que tem a capacidade de se remodelar e regenerar. Sua 
regeneração é um processo complexo e envolve diversas etapas e diferentes 
agentes. O processo de regeneração vai depender da magnitude da lesão que 
acometeu o tecido ósseo, sendo que sua recuperação pode demorar semanas 
ou meses. 
A primeira fase da cicatrização óssea envolve a formação de um hema-
toma, que é ocasionado pelo extravasamento do sangue dos vasos rompidos 
na fratura. Essa fase é caracterizada por forte dor e edema. Após algumas 
semanas, o coágulo formado nas extremidades ósseas, se estas foram 
devidamente reposicionadas, será substituído por tecido cartilaginoso e 
fibrocartilaginoso, também conhecido como calo mole. Esse tecido servirá 
para dar estabilidade à estrutura ao longo do processo de cicatrização. O 
calo mole será substituído gradativamente por matriz óssea, formando o 
calo duro, que costuma ser uma supercompensação na formação óssea, 
sendo facilmente observável em radiografias. Por fim, o calo duro sofrerá 
remodelação e o osso apresentará novamente sua linearidade. Entenda 
melhor observando a Figura 2.
13Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento
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Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento14
As lesões traumáticas são caracterizadas por excederem a força de resis-
tência dos tecidos que acometem, sendo que a força aplicada pode, muitas 
vezes, desencadear lesões em outros locais que não aquele acometidos, por 
exemplo, os mergulhos de ponta em piscinas rasas, em que existe o choque 
do crânio, mas a lesão frequentemente se apresenta na coluna vertebral. A 
transferência de força pode afetar em especial as articulações, e a estas lesões 
dedicaremos o próximo tópico.
As fraturas são verificadas segundo o grau de risco, pois as fraturas na coluna vertebral 
devem ser as primeiras a serem tratadas. O traumatismo craniano e as fraturas na caixa 
torácica são secundários, seguidos das fraturas pélvicas e, finalmente, das fraturas de 
membros superiores e inferiores. Essa classificação leva em conta o grau de compro-
metimento que traumas ósseos complicados podem gerar a tecidos adjacentes, como 
no caso de fraturas na coluna vertebral, em que elas podem comprometer a medula 
vertebral, levando a casos irreversíveis de paralisia. Já as fraturas de traumatismo craniano 
e na caixa torácica podem comprometer os órgãos que protegem, como cérebro e 
pulmões. Por fim, as fraturas no esqueleto apendicular são de menor gravidade, se 
comparadas às outras, mas ainda podem comprometer vasos importantes, como 
artérias, o que pode levar a óbito, se não tratado imediatamente.
Lesões articulares 
As articulações são formadas pelas extremidades de dois ou mais ossos. 
São unidas por ligamentos e cápsulas que garantem a estabilidade da arti-
culação. As articulações que permitem amplo movimento são chamadas de 
articulações sinoviais. Essas articulações são envoltas por uma camada de 
tecido conjuntivo, chamada cápsula sinovial, que produz um líquido lubrifi-
cante (líquido sinovial) que permite o deslizamento das duas extremidades 
ósseas sem que haja atrito. Cada articulação do corpo apresenta um grau 
de mobilidade específica, definida como a amplitude máxima. Quando os 
movimentos sobrepassam esses limites, lesões nos tecidos podem surgir, 
como rupturas nos ligamentos.
15Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento
Luxações
Alguns traumas indiretos, geralmente produzidos por quedas com apoio nas 
extremidades, fazem com que a força seja transferida diretamente para as 
articulações, fazendo com que as superfícies articulares saiam de sua posição 
normal, perdendo congruência articular e função articular (movimento), isto 
é, uma “desconexão” articular. As luxações acontecem com maior prevalência 
nas articulações de maior mobilidade, como articulação do ombro, articulação 
do quadril e articulação dos dedos da mão. 
As luxações podem ser classificadas em dois tipos, como completas e in-
completas. As luxações completas são aquelas em que os ossos, após sofrerem 
o trauma, permanecem completamente desunidos. Já as luxações incompletas, 
também chamadas de subluxações, são aquelas em que o trauma causa reduzida 
separação entre os ossos que compõem a articulação.
As luxações são caracterizadas por dor intensa de deformidade articular, 
ou seja, a articulação apresenta-se anormal a sua estrutura habitual, inclusive 
sob palpação. Muitas vezes o deslocamento ósseo articular pode impossibilitar 
a movimentação do membro afetado, assim como ele pode se apresentar mais 
curto ou mais longo, se comparado com o membro não afetado.
Tratamento
Na presença de luxações é importante imobilizar a articulação na posição da 
lesão, pois manobras inadequadas podem pôr em perigo as estruturas vizinhas. 
Além de tudo, deixe a vítima com o máximo conforto. As manipulações das 
luxações, nome dado ao processo de recolocamento em sua posição normal, 
são executadas exclusivamente por médicos. É importante que as articulações 
luxadas sejam colocadas no lugar o mais rápido possível, por profissional 
qualificado, pois o suprimento sanguíneo pode ser comprometido em razão 
da deformação. Muitas vezes o reencaixe da articulação é um processo que 
exige força e é muitodoloroso, sendo executado em sala de cirurgia sob efeito 
de analgésicos ou anestesias, por esse motivo é importante não dar comida 
a uma pessoa que apresenta um membro luxado, pois pode ser necessário 
administrar nela uma anestesia local para a redução da luxação.
Dependendo do grau de comprometimento dos tecidos vizinhos, como 
ligamentos, cápsulas articulares e tensões, a intervenção cirúrgica pode ser 
necessária.
As luxações acontecem principalmente sob trauma, mas podem acometer 
também articulações desgastadas pelo excesso de movimento, por exemplo 
Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento16
o ombro de nadadores, portanto, você deverá prestar bastante atenção nas 
condições e na carga que são aplicadas em seus atletas e alunos, para que 
não haja uma sobrecarga lesiva sobre suas articulações. Tenha em mente 
que uma articulação uma vez luxada tem maior probabilidade de voltar a se 
luxar, diante de casos de alunos com esse histórico, a prescrição de exercício 
deverá privilegiar o fortalecimento das estruturas que podem ajudar a manter 
a articulação no lugar, como é o caso dos músculos que mantêm o manguito 
rotador, que podem ser fortalecidos para diminuir as chances de reincidências 
de luxações no ombro.
Entorses
Entorse é a perda momentânea da congruência ou continuidade articular. 
É caracterizada como um movimento violento, em que há o estiramento ou 
ruptura de ligamentos da articulação afetada. As entorses de tornozelo e 
joelho são as mais comuns, principalmente em participantes de modalidades 
esportivas coletivas como futebol, basquete e vôlei, os quais são esportes 
de grandes impactos articulares, principalmente na articulação do joelho. O 
joelho pode apresentar diferentes tipos de entorses dependendo da amplitude 
do movimento realizado, podendo afetar tanto o ligamento colateral e o liga-
mento cruzado anterior ou posterior quanto também os meniscos. Esse tipo 
de lesão ligamentar pode afetar movimentos como flexão, extensão, rotação 
interna e rotação externa do joelho. As rotações de joelho em ângulos que 
excedem seu limite fisiológico prejudicam principalmente os meniscos, tanto 
medial como lateral. Porém, movimentos de flexão e extensão em amplitudes 
acima do limite comprometem principalmente os ligamentos cruzado anterior 
e cruzado posterior. As entorses de joelho acontecem principalmente por 
traumas direitos ou indireto, sendo os traumas diretos causados por impactos, 
como uma queda. Já os traumas indiretos podem ser causados por movimentos 
bruscos, como giros e saltos.
A entorse pode ser classificada em três níveis, dependendo da magnitude 
da lesão envolvida.
 � Grau 1 — Estiramento ligamentar; menos de 10% das fibras ligamen-
tares são danificadas; sua cicatrização é rápida e natural.
 � Grau 2 — Lesões ligamentares parciais; aumenta o número de rupturas 
nas fibras dos ligamentos; no entanto, não chega a ser uma ruptura total. 
17Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento
 � Grau 3 — Lesões ligamentares totais; apresenta-se uma ruptura total das 
fibras dos ligamentos; este quadro geralmente é indicado para cirurgia. 
Os principais sintomas de uma entorse são caracterizados por dor aguda, 
inchaço, vermelhidão, aumento da temperatura, incapacidade para realizar os 
movimentos na amplitude completa da articulação e incapacidade de apoiar-se 
sobre o membro afetado.
Tratamento
O objetivo do tratamento em lesões por entorse é reduzir a dor e a inflamação. 
Para tal, a aplicação de gelo e a elevação do membro podem ajudar a combater 
a inflamação aguda. A aplicação do gelo imediatamente após a lesão vai 
gerar uma vasoconstrição que diminuirá os níveis de fluxo sanguíneo e dor 
no local. Os casos sérios de entorse exigirão a imobilização do paciente e, 
posteriormente, o transporte para unidade hospitalar. 
Após a identificação do grau de comprometimento da entorse, é recomen-
dado principalmente o repouso do membro afetado. No caso de entorse no 
membro inferior, é importante não apoiar-se sobre o membro, pois isso gerará 
dor e poderá aumentar a inflamação local. 
O gelo é um dos melhores tratamentos para a entorse. Deve-se aplicar o gelo 
por, no máximo, 15 minutos por dois ou três dias contínuos após o acidente, 
até diminuir a inflamação. Após a diminuição do inchaço, pode ser iniciada 
a fase de calor, em que serão aplicadas bolsas quentes (não suficientemente 
quente a ponto de lesionar a pele) para aumentar o fluxo sanguíneo na região 
afetada. Juntamente com a fase de calor, pequenos movimentos envolvendo 
a área afetada poderão ser iniciados, pois é importante a movimentação para 
não se perder os ângulos normais de movimento. 
Nesses casos, você, como profissional de educação física, será uma 
peça-chave na recuperação desse tipo de lesão, pois programas de forta-
lecimento muscular são uma excelente opção para uma boa recuperação, 
como o trabalho de força para os músculos extensores e f lexores do joelho, 
podendo ser realizado em sala de musculação, assim como o trabalho de 
propriocepção e alongamento dos adutores, se esta for a indicação do 
departamento médico.
Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento18
As lesões traumáticas que afligem o aparelho locomotor são extremamente frequentes 
em praticantes de atividade física, e você certamente lidará com uma delas ao longo 
de sua trajetória profissional. Estar atento aos sinais e sintomas característicos de cada 
lesão será importante para entender a importância do acometimento e qual deve ser a 
assistência inicial prestada. A maior parte das lesões traumáticas que afetam o aparelho 
locomotor não exigirá intervenções médicas, somente aplicação de compressas de gelo 
e repouso, porém, complicações mais sérias como fraturas e luxações requerem serviços 
emergenciais especializados. Lembre-se que nas situações em que a preservação 
da integridade do paciente é prioridade, você deve imobilizar bem a lesão antes de 
movimentar a pessoa e levá-la ao pronto-socorro mais próximo.
No link ou código a seguir, confira o trauma sofrido pelo 
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Lesões traumáticas II: traumas, entorses, luxações, fraturas, distensão e estiramento20

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