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1 
 
SUMÁRIO 
1 LESÕES RELACIONADAS AO ESPORTE ..................................................................2 
1.1 Lesões nos esportes coletivos ................................................................................3 
2 LESÕES MUSCULARES ................................................................................................4 
2.1 Mecanismos de Lesão Muscular ............................................................................6 
2.2 Estiramento Muscular ............................................................................................ 13 
2.3 Cãibra ....................................................................................................................... 16 
3 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS LESÕES MUSCULARES ............... 17 
4 LESÕES ARTICULARES ............................................................................................. 20 
5 LESÕES DE JOELHO................................................................................................... 28 
5.1 Anatomofisiologia do joelho .................................................................................. 29 
5.2 Tratamento do joelho em casos agudos............................................................. 32 
5.3 Fraturas da patela .................................................................................................. 36 
5.4 Tendinopatia patelar .............................................................................................. 38 
5.5 Tratamento fisioterápico ........................................................................................ 40 
6 LESÕES DA COLUNA VERTEBRAL REALACIONADA AOS ESPORTES ........ 42 
6.1 Instabilidades da coluna cervical ......................................................................... 44 
6.2 Apofisite da coluna toracolombar......................................................................... 45 
6.3 Espondilólise traumática ....................................................................................... 46 
6.4 Lesões da coluna lombar em atletas................................................................... 46 
6.5 Diagnóstico diferencial........................................................................................... 48 
6.6 Lesões de tecidos moles ....................................................................................... 50 
7 Fisioterapia e prevenção de lesões esportivas ......................................................... 50 
8 Referências ..................................................................................................................... 56 
 
 
2 
 
1 LESÕES RELACIONADAS AO ESPORTE 
 
Fonte: fisioterapiamanual.com.br 
 O esporte está difundido em nossas vidas desde a antiguidade. Algumas modalidades 
eram convenientes para a sobrevivência humana, como caça e a corrida. Outras eram mais 
úteis para a elaboração de táticas de guerra, como as lutas. Porém, atualmente a prática 
desportiva vai além da objetividade da ascensão física, podendo englobar lazer, saúde, 
prazer e socialização interpessoal. Contudo, é considerável salientar que apesar de todos 
os benefícios que a prática esportiva pode proporcionar, também traz associado o risco de 
lesões (ATALAIA, 2009). 
 De acordo com o Conselho da Europa, lesão desportiva é toda patologia traumática 
adquirida durante um jogo ou prática desportiva, causando uma ou mais das seguintes 
condições: redução da atividade, necessidade de tratamento ou aconselhamento médico 
e/ou consequências negativas do ponto de vista econômico e social. Usualmente, os estudos 
sobre os mecanismos de lesões consideram apenas sete os fatores que podem 
desencadear uma lesão desportiva: contato físico, sobrecarga dinâmica, excesso de uso ou 
sobrecarga, vulnerabilidade estrutural, falta de flexibilidade, desequilíbrio muscular e 
crescimento exacerbado (aplicado apenas a crianças e adolescentes). Sendo o contato 
físico e o excesso de uso os principais fatores das lesões desportivas atualmente (FALCÃO, 
2010). 
 
3 
 
1.1 Lesões nos esportes coletivos 
Tais lesões são classificadas a partir de diferentes critérios, como: localização, lado 
do corpo, tipo e gravidade. As lesões podem ser caracterizadas em lesões de crônicas e 
agudas. Lesões crônicas são aquelas causadas por esforço repetitivo de baixo impacto, 
geralmente sendo observadas em atletas de natação, ciclismo e maratonistas. Já as lesões 
agudas são originadas por um esforço repentino, onde a energia imposta é maior que a 
capacidade de resistência do tecido. Lesões agudas estão presentes comumente durante 
partidas de futebol, lutas, ginástica olímpica e levantamento de peso (CARVALHO, 2011). 
Outros tipos de caracterização das lesões são de acordo ao seu grau anatômico. 
Caracterizando-se em lesões articulares, lesões musculares e lesões ósseas. Lesões 
articulares podem englobar: entorses, luxações, rompimento de ligamentos e rupturas de 
menisco. Compreende as lesões musculares: câimbra, distensões, contusões e contratura. 
E nas lesões ósseas podemos incluir as fraturas (CARVALHO, 2011). Sabe-se que nos 
esportes coletivos o contato físico é inevitável e que lesões fazem parte da prática esportiva, 
seja ela amadora ou profissional. 
As lesões são em sua maioria de base muscular e diferentemente dos indivíduos que 
praticam esportes por lazer ou saúde, os atletas de alto rendimento estão mais 
suscetíveis a essas lesões, sendo quase inevitável a presença de inúmeras lesões 
durante sua vida atlética. As lesões que se constatam na prática esportiva podem ser 
reduzidas tanto em sua frequência, quando em sua gravidade se as devidas 
precauções forem tomadas pela equipe médica ou até mesmo pelo próprio indivíduo. 
É possível prevenir inúmeras lesões e acidentes se os fatores que as acompanham 
forem estudados previamente (ATALAIA, 2009. Apud CARVALHO, 2011). 
Toda atividade física gera uma sobrecarga em algum ponto do aparelho locomotor e 
o aumento da prática esportiva também provoca um aumento considerável na incidência de 
lesões. Além disso, a busca pela evidência e pelo sucesso impõe aos atletas necessária e 
inevitável condição de serem submetidos a esforços físicos e psíquicos muito próximos dos 
seus limites fisiológicos que os expõem a uma faixa de atividade potencialmente patológica 
e resulta em alto número de lesões esportivas. O futebol é a maior causa de lesões em 
atletas no mundo e essas são responsáveis por 50% a 60% de todas as lesões esportivas 
na Europa (CARVALHO, 2013). 
Dentre todos os traumas físicos tratados em hospitais europeus, entre 3,5% e 10% 
são causados pelo futebol. Além disso, a idade tem sido um fator importante nos estudos de 
exposição a fatores de risco de lesões, uma vez que se observa um número maior de lesões 
nos adultos em relação a atletas jovens. Raramente as equipes de formação de atletas 
 
4 
 
apresentam profissionais da saúde atuando diretamente na avaliação de fatores de risco e 
reabilitação de lesões, bem como poucos trabalhos têm investigado a incidência de lesões 
nesses atletas (CARVALHO, 2013). 
2 LESÕES MUSCULARES 
 
Fonte: esteticderm.com.br 
 A formação de atletas para o esporte de rendimento é dependente de um 
processo organizado em longo prazo, que demanda enorme investimento financeiro e de 
tempo. Tal processo constitui-se por um conjunto de recursos (instalações, contratação de 
profissionais qualificados, alimentação, viagens, competições, tratamentos médicos, etc.) 
que são propiciados por investimentos financeiros e que objetivam culminar em atletas que 
atinjam bons resultados esportivos e consequentemente gerem benefícios econômicos 
futuros aos clubes que detêm seus direitos (BANDEIRA et al., 2014). 
 Procura-se minimizar gastos para que se obtenha uma maior margem de lucro 
na futura negociação dos direitos deste atleta. Lesões musculares são muito comuns ecostumam afastar os atletas da prática esportiva, o que obviamente, torna-se um transtorno 
e gera gastos aos clubes. Esportes como futebol e rúgbi caracterizam-se por serem 
atividades intermitentes de longa duração, com intensidade de exercício variável e ações 
diversas: chutes, lançamentos de bola, tackles (fundamento técnico utilizado no rúgbi com a 
intenção de derrubar e impedir o avanço do adversário que está com a posse da bola), saltos, 
giros, fortes contrações para manutenção do equilíbrio, etc (BANDEIRA et al., 2014). 
 
5 
 
 Quando há um alongamento do músculo, concomitante à geração de tensão, 
esta ação muscular é denominada ação excêntrica. Esses esportes envolvem, portanto, 
enorme quantidade de ações de contrações excêntricas que causam alterações 
morfológicas nas fibras musculares. O alto impacto das colisões, agregado à sobrecarga 
funcional de intensidade e duração, pode causar lesões teciduais estruturais e como 
resposta do organismo, ocorre a inflamação de fibras musculares. Disso resultam rupturas 
das estruturas citoesqueléticas, causando alterações morfológicas e bioquímicas nas fibras 
musculares tanto por causa das lesões nas fibras quanto pelo posterior processo inflamatório 
(BANDEIRA et al., 2014). 
 Quando a lesão muscular ocorre, há uma variação térmica no local 
comprometido, gerando um acréscimo da temperatura local, causado pelo aumento do fluxo 
sanguíneo nas proximidades da área afetada, fazendo supor que estes pontos podem ser 
avaliados através da mensuração da temperatura. Alguns estudos têm mostrado que este 
aumento de temperatura sugere a utilização da termografia como método auxiliar de 
diagnóstico de lesão. A termografia é um método não invasivo e sem contato utilizado para 
registrar padrões térmicos corporais, utilizada para captar o calor emitido pelo corpo ou 
partes deste, e, portanto, pode ser utilizado como diagnóstico de lesões causadas pelo 
treinamento ou esporte (BANDEIRA et al., 2014). 
 A análise de imagens infravermelhas como diagnóstico tem como vantagens: 
baixo custo; técnica não-invasiva; indolor; sem contato; não-intrusiva; sem radiação 
ionizante; inócua; disponibilizar as temperaturas de uma superfície em imagens de tempo 
real; possibilitar a localização da lesão e ser capaz de demonstrar mudanças metabólicas e 
fisiológicas através de um exame funcional, e não estritamente dos detalhes anatômicos 
como em outros métodos de análise. Existem diversos métodos para análise e diagnóstico 
de lesões musculares causadas pela atividade física (BANDEIRA et al., 2014). 
 Medição da atividade de enzimas plasmáticas (por exemplo: creatina quinase 
(CK), lactato desidrogenase (LDH), troponina I e mioglobina, registro da ação voluntária 
máxima, aquisição de respostas subjetivas de dor por meio de escala de percepção, 
ressonância magnética, ultrassonografia, tomografia, eletromiografia de superfície, 
termografia e amostra do músculo são alguns dos métodos utilizados. A CK é uma enzima 
que catalisa reações com transferência de energia com fosforilação reversível da creatina. 
Geralmente, esta enzima está confinada no interior das células e sua concentração sérica é 
 
6 
 
muito baixa. A atividade plasmática da CK depende tanto da prática de atividades físicas 
quanto de algumas patologias (por exemplo: infarto do miocárdio) (BANDEIRA et al., 2014). 
 A CK vem sendo utilizada como biomarcador e parece ser um dos melhores 
indicadores de lesão tecidual após o exercício. A CK tem sido utilizada como marcador de 
lesão muscular em diversas pesquisas. Após danos nas fibras musculares causadas pelo 
exercício intenso e exaustivo, ocorre a liberação da CK na corrente sanguínea, ocasionando 
um aumento considerável em sua concentração sérica. Uma grande quantidade sérica da 
CK sugere que ocorreu algum tipo de dano tecidual nessas células e permite, indiretamente, 
determinar o grau de agressão causado pelo exercício (BANDEIRA et al., 2014). 
2.1 Mecanismos de Lesão Muscular 
 
 Fonte: tudotimao.com.br 
 
As fibras musculares geralmente se originam em um osso ou tecido conectivo denso 
e se inserem a outro osso através de uma inserção tendínea. Há músculos que atravessam 
uma ou mais articulações para gerar movimento. Os músculos com função tônica ou postural 
geralmente são uni articulares, largos, planos, com velocidade de contração baixa e com 
capacidade de geração e manutenção de força contrátil grande. Geralmente estão 
localizados nos compartimentos mais profundos (FERNANDES, PEDRINELLI, 
HERNANDEZ, 2011). 
Os músculos biarticulares têm velocidade de contração e capacidade para mudança 
de comprimento maiores, contudo, menor capacidade de suportar tensão. Geralmente estão 
localizados em compartimentos superficiais. Quanto à forma, os músculos fusiformes 
 
7 
 
permitem uma maior amplitude de movimento, enquanto que os músculos penados têm 
maior força contrátil. O comprimento da fibra é um determinante importante da quantidade 
de contração possível no músculo. Como as fibras musculares geralmente apresentam 
distribuição oblíqua dentro de um ventre muscular, elas geralmente são menores do que o 
comprimento total do músculo (FERNANDES, PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011). 
As lesões musculares podem ocorrer por diversos mecanismos, seja por trauma 
direto, laceração ou isquemia. Após a lesão, inicia-se a regeneração muscular, com uma 
reação inflamatória, entre 6 e 24 horas após o trauma. O processo de cicatrização inicia-se 
cerca de três dias após a lesão, com estabilização em duas semanas. A restauração 
completa pode levar de 15 a 60 dias para se concretizar. As principais causas de lesão são: 
o treinamento físico inadequado, a retração muscular acentuada, desidratação, nutrição 
inadequada e a temperatura ambiente desfavorável (FERNANDES, PEDRINELLI, 
HERNANDEZ, 2011). 
 As lesões musculares podem ser classificadas em quatro graus: grau 1 é uma lesão 
com ruptura de poucas fibras musculares, mantendo-se intacta a fáscia muscular; grau 2 é 
uma lesão de um moderado número de fibras, também com a fáscia muscular intacta; lesão 
grau 3 é a lesão de muitas fibras acompanhada de lesão parcial da fáscia; grau 4 é a lesão 
completa do músculo e da fáscia (ou seja, ruptura da junção músculo-tendínea. A lesão 
muscular por estiramento pode ocorrer nas contrações concêntricas ou excêntricas, sendo 
muito mais comum nesta última, com a falha frequentemente ocorrendo na junção 
miotendíneas (FERNANDES, PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011). 
O diagnóstico é realizado pelo exame clínico, em que se percebe a nítida impotência 
funcional e pelos exames complementares que podem auxiliar também no tratamento e na 
prevenção de novas lesões. Exames laboratoriais, como de Sódio, Potássio, Cálcio, Fosfato, 
Magnésio, VHS, podem ser úteis em determinadas situações, a critério do médico. Na 
suspeita de uma doença da tireoide, em que podem ocorrer lesões musculares de repetição, 
pode se solicitar exames de marcadores desta glândula (FERNANDES, PEDRINELLI, 
HERNANDEZ, 2011). 
Na suspeita de lesões ósseas, como avulsões, os exames radiográficos podem ser 
úteis. A Ultrassonografia, a Tomografia e a Ressonância Magnética também podem ser 
consideradas para auxiliar no diagnóstico e tratamento, tendo em vista que a correta 
localização anatômica da lesão é fundamental para o tratamento e previsão de retorno ao 
esporte (FERNANDES, PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011). 
 
8 
 
As lesões musculares por trauma direto são mais comuns em esportes de contato ou 
em quedas (algum tipo de impacto), como as contusões ou lacerações. As lesões indiretas, 
como os estiramentos, ocorrem principalmente em esportes que exigem grande potência 
muscular, como o ciclismo (e mountain bike) e a corrida. O estiramento muscular ocorre 
quando o músculo é exigido além da força que suas fibras podem gerar, geralmenteem 
movimentos de desaceleração ou por traumas repetitivos (stress) (FERNANDES, 
PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011). 
 
 
 Fonte: portalcbncampinas.com.br 
 
Existem grupos musculares mais propensos à lesão, como os músculos posteriores 
da coxa, o gastrocnêmico (um dos músculos da panturrilha), os adutores do quadril 
(musculatura interna da coxa) e o reto femoral (uma das porções do quadríceps). Após a 
lesão, inicia-se a regeneração muscular, com uma reação inflamatória, entre 6 e 24 horas 
após o trauma. O processo de cicatrização inicia-se cerca de três dias após a lesão, com 
estabilização em duas semanas. A restauração completa pode levar de 15 a 60 dias para 
se concretizar (FERNANDES, PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011). 
Classificação 
A atual classificação das lesões musculares separa as lesões entre leve, moderada e 
grave a partir dos aspectos clínicos revelados. Estiramentos e contusões leves (grau I) 
representam uma lesão de apenas algumas fibras musculares com pequeno edema e 
desconforto, acompanhadas de nenhuma ou mínima perda de força e restrição de 
movimentos. Não é possível palpar-se qualquer defeito muscular durante a contração 
muscular. Apesar de a dor não causar incapacidade funcional significativa, a manutenção 
 
9 
 
do atleta em atividade não é recomendada devido ao grande risco de aumentar a extensão 
da lesão (FERNANDES, PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011). 
Estiramentos e contusões moderadas (grau II) provocam um dano maior ao músculo 
com evidente perda de função (habilidade para contrair). É possível palpar-se um pequeno 
defeito muscular, ou gap, no sítio da lesão, e ocorre a formação de um discreto hematoma 
local com eventual ecmose dentro de dois a três dias. A evolução para a cicatrização 
costuma durar de duas a três semanas e, ao redor de um mês, o paciente pode retornar à 
atividade física de forma lenta e cuidadosa. Uma lesão estendendo-se por toda a sessão 
transversa do músculo e resultando em virtualmente completa perda de função muscular e 
dor intensa é determinada como estiramento ou contusão grave (grau III) (FERNANDES, 
PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011). 
 A falha na estrutura muscular é evidente, e a equimose costuma ser extensa, 
situando-se muitas vezes distante ao local da ruptura. O tempo de cicatrização desta lesão 
varia de quatro a seis semanas. Este tipo de lesão necessita de reabilitação intensa e por 
períodos longos de até três a quatro meses. O paciente pode permanecer com algum grau 
de dor por meses após a ocorrência e tratamento da lesão. O que distingue a cicatrização 
da lesão muscular da cicatrização óssea é que no músculo ocorre um processo de reparo, 
enquanto que no tecido ósseo ocorre um processo de regeneração (FERNANDES, 
PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011). 
A cicatrização do músculo esquelético segue uma ordem constante, sem alterações 
importantes conforme a causa (contusão, estiramento ou laceração). Três fases foram 
identificadas neste processo: destruição, reparo e remodelação. As duas últimas fases 
(reparo e remodelação) se sobrepõem e estão intimamente relacionadas (FERNANDES, 
PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011). 
Fase 1: destruição - caracterizada pela ruptura e posterior necrose das miofibrilas, 
pela formação do hematoma no espaço formado entre o músculo roto e pela proliferação de 
células inflamatórias. 
Fase 2: reparo e remodelação - consiste na fagocitose do tecido necrótico, na 
regeneração das miofibrilas e na produção concomitante do tecido cicatricial conectivo, 
assim como a neoformação vascular e crescimento neural. 
Fase 3: remodelação - período de maturação das miofibrilas regeneradas, de 
contração e de reorganização do tecido cicatricial e da recuperação da capacidade funcional 
muscular. 
 
10 
 
Como as miofibrilas são fusiformes e muito compridas, há um risco iminente de que 
a necrose iniciada no local da lesão se estenda por todo o comprimento da fibra. Contudo, 
existe uma estrutura específica, chamada de banda de contração, que é uma condensação 
do material cito esquelético que atua como um "sistema antifogo". Uma vez que a fase de 
destruição diminui, o presente reparo da lesão muscular começa com dois processos 
simultâneos e competitivos entre si: a regeneração da miofibrila rota e a formação do tecido 
conectivo cicatricial. Uma progressão balanceada destes processos é pré-requisito para uma 
ótima recuperação da função contrátil do músculo (FERNANDES, PEDRINELLI, 
HERNANDEZ, 2011). 
 
 Fonte: hzm.com.br 
 
Embora as miofibrilas sejam genericamente consideradas não mitóticas, a 
capacidade regenerativa do músculo esquelético é garantida por um mecanismo intrínseco 
que restaura o aparato contrátil lesionado. Durante o desenvolvimento embrionário, um pool 
de reserva de células indiferenciadas, chamado de células satélites, é armazenado abaixo 
da lâmina basal de cada miofibrila. Em resposta à lesão, estas células primeiramente se 
proliferam, diferenciam-se em miofibrilas e, finalmente, juntam-se umas às outras para 
formar miotúbulos multinucleados (FERNANDES, PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011). 
Com o tempo, a cicatriz formada diminui de tamanho, levando as bordas da lesão à 
uma aderência maior entre si. Contudo, não se sabe se a transecção das miofibrilas dos 
lados opostos da cicatriz vai, definitivamente, se fundir entre si ou se irá formar um septo de 
tecido conectivo entre elas. Imediatamente após a lesão muscular, o intervalo formado entre 
a ruptura das fibras musculares é preenchido por hematoma. Dentre o primeiro dia, as 
células inflamatórias, incluindo os fagócitos, invadem o hematoma e começam a organizar 
 
11 
 
o coágulo. A fibrina derivada de sangue e a fibronectina se intercalam para formar o tecido 
de granulação, uma armação inicial e ancoramento do local para os fibroblastos recrutados. 
Mais importante, este novo tecido formado provê a propriedade de tensão inicial para resistir 
às contrações aplicadas contra ele (FERNANDES, PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011). 
Aproximadamente 10 dias após o trauma, a maturação da cicatriz atinge um ponto 
em que não é mais o local mais frágil da lesão muscular. Apesar de a maioria das lesões do 
músculo esquelético curar sem a formação de tecido cicatricial fibroso incapacitante, a 
proliferação dos fibroblastos pode ser excessiva, resultando na formação de tecido cicatricial 
denso dentro da lesão muscular. Um processo vital para a regeneração do músculo 
lesionado é a área de vascularização. A restauração do suprimento vascular é o primeiro 
sinal de regeneração e pré-requisito para as recuperações morfológica e funcional 
subsequentes (FERNANDES, PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011). 
Contusão 
A contusão muscular é uma lesão comum em modalidades coletivas e de contato, 
sendo ocasionadas em decorrência a trauma direto local. Estas lesões, apesar de menos 
comum, também ocorrem em esportes individuais. Os músculos mais comumente atingidos 
são o quadríceps e gastrocnêmico, podendo também ocorrer em qualquer outro músculo. 
Após a ocorrência do trauma, ocorre um processo inflamatório imediato, havendo edema, 
presença ou não de hematoma, dor localizada, impotência funcional com limitação da força 
e da mobilidade articular, dor ao alongamento passivo e rigidez. Nos casos se contusão 
muscular, a mesma pode ser classificada apenas com relação à restrição da mobilidade 
articular apresentada, podendo ser leve ou grave (ROCCHI, 2013). 
 Nos casos de contusão leve, há diminuição de menos de um terço da mobilidade 
articular normal ao redor da lesão. Nos casos de contusão grave, há diminuição de mais de 
um terço da mobilidade articular ao redor da lesão. Outra classificação para as contusões 
musculares, aplicada a lesões quadriciptais, foi proposta por Jackson e Feagin, na qual 
fatores como a intensidade da dor, amplitude de movimentose variações da marcha são 
avaliados. Nos casos de contusão leve, a dor é localizada, a amplitude de movimentos é 
maior do que 90°, a marcha é normal e o paciente é capaz de balançar o joelho (ROCCHI, 
2013). 
Nos casos de contusão moderada, a dor e edema são moderados, a amplitude de 
movimentos está entre 45° e 90°, a marcha é antálgica, há impotência ao subir escadas e 
ao se levantar de uma cadeira sem dor. Nos casos de contusão grave, a dor e o edema são 
 
12 
 
intensos, a amplitude de movimentos articular é menor do que 45°, a marcha é antálgica 
(com o uso de muletas para deambular), além de haver dor no joelho ipsilateral. O hematoma 
poderá ser intermuscular ou intramuscular. Nos casos de hematoma intermuscular, o sangue 
apresenta contato com a fáscia muscular e septos intermusculares. Nos casos de hematoma 
intramuscular, o sangue não extravasa a substância muscular (ROCCHI, 2013). 
 
 
 Fonte: buzzero.com.br 
 
 Os casos de hematoma intramuscular não mais susceptíveis a complicações, e são 
mais difíceis de serem resolvidos, podendo implicar em miosites ossificante e retrações 
cicatriciais. Pode haver casos mais graves, mais raros, podendo ocorrer sangramento difuso, 
o qual evolui, rapidamente, para um quadro de síndrome compartimental, necessitando 
então de descompressão cirúrgica de urgência. Das complicações nos casos de contusão 
muscular grave, a miosite ossificante é a mais frequente, havendo uma ossificação dos 
tecidos moles ao nível da lesão, perceptível, radiologicamente, no período de 2 a 4 semanas. 
Este tipo de complicação pode ocorrer em até 20% dos casos de lesão quadriciptal, podendo 
simular, radiograficamente, tumores ósseos e de partes moles, havendo, geralmente, 
reabsorção da lesão (ROCCHI, 2013). 
Ruptura Muscular 
É uma lesão de qualquer massa muscular, como consequência, em geral, de falta de 
sinergismo entre a atividade dos músculos agonistas e antagonistas, de uma contração 
violenta do músculo sobrepondo-se à sua capacidade contráctil, ou, menos frequente, 
devida a uma contusão seguida de uma contração violenta de defesa. A ruptura pode ser 
 
13 
 
mais ou menos grave conforme a extensão de feixes afetados. Considera-se que os fatores 
a seguir mencionados predispõem para este tipo de lesões: Biótipo do desportista (os 
brevilíneo musculares e tônicos são os mais afetados). Inatividade prolongada. Execução de 
exercícios intensos sem prévio e adequado aquecimento. Fadiga muscular (ROCCHI, 2013). 
Sinais: No momento em que se produz a ruptura, o lesionado sente uma dor intensa 
que abranda com o repouso e volta a aparecer quando se contrai novamente o músculo 
lesionado. Pouco tempo depois aparece um inchaço devido ao hematoma produzido, 
acompanhado de derrame sanguíneo (equimose). Tudo isso acarreta uma impotência, em 
maior ou menor grau, do músculo afetado. Comportamento a seguir (Prevenção): Ter em 
atenção aos atletas com dores musculares localizadas. Começar, sempre, qualquer sessão 
ou competição com um aquecimento (geral e específico) adequado. Ter em atenção o 
aparecimento da fadiga muscular (diminuir a intensidade ou terminar os exercícios) 
(ROCCHI, 2013). 
2.2 Estiramento Muscular 
O estiramento muscular é um dos tipos de lesão mais frequente e comum que ocorre 
nos membros inferiores. Nestes casos, há um período de afastamento das atividades 
esportivas por um período significativo, havendo limitação funcional, dor e redução do 
rendimento esportivo. Há a possibilidade de recidiva da lesão, sendo este fato comum em 
atletas. Este tipo de lesão é considerado uma lesão indireta, na qual há o alongamento 
excessivo das fibras musculares, além dos limites fisiológicos, bem como pode decorrer de 
uma contração muscular excêntrica ou concêntrica brusca (ROCCHI, 2013). 
 Nas contrações musculares excêntricas, o alongamento gradual das fibras 
musculares em decorrência da força muscular é de menor intensidade que a resistência 
oferecida ao músculo. Os esportes que mais causam este tipo de lesão são os que 
demandam aceleração rápida, desaceleração, saltar, chutar e que necessitam de mudanças 
bruscas de direção e rotações. Dentro destas atividades, sobressaem-se o atletismo e o 
futebol. A musculatura mais comumente acometida é biarticular e tem predomínio de fibras 
do tipo II (fibras de contração rápida), como os músculos tríceps sural, quadríceps femoral e 
os isquiotibiais, sendo que a localização mais frequente é na junção miotendíneas, em sua 
porção distal (ROCCHI, 2013). 
 
 
14 
 
 
 Fonte: drmarcelotostes.com 
 
 A ocorrência de estiramentos no ventre muscular é menos comum, mas não rara. 
Dentre os músculos mais acometidos, o bíceps femoral, o semimembranoso e o 
semitendinoso possuem lugar de destaque, uma vez que são músculos biarticulares, 
realizam movimentos combinados da extensão do quadril, flexão e rotação do joelho. Estes 
músculos, durante a corrida, possuem a função de frenagem, através da sua contração 
excêntrica. Neste movimento, há a predisposição para o surgimento do estiramento 
muscular, uma vez que a tensão gerada neste tipo de ação é muito maior do que em 
movimentos de contração concêntrica, favorecendo o surgimento deste tipo de lesão 
(ROCCHI, 2013). 
O estiramento do iliopsoas, por sua vez, ocorre em casos de contrações de grande 
intensidade do referido músculo, em que a coxa esteja imóvel ou durante a extensão forçada 
do quadril. Seu reflexo é uma sensação de sensibilidade aumentada na região inguinal e 
desconforto profundo. Em jovens, este tipo de lesão pode implicar em fratura do trocanter 
menor. Nos casos de estiramento muscular dos adutores do quadril, há a realização de 
movimentos de contração intensa de adução do quadril, adução forçada ou rotação externa 
com o membro inferior abduzido. Este tipo de lesão também é comum em movimentos de 
contração excêntrica, sendo o adutor longo o músculo mais acometido. Já na perna, os 
músculos mais acometidos são, por ordem de frequência, o gastrocnêmico medial (mais 
acometido), gastrocnêmico lateral e sóleo (ROCCHI, 2013). 
A capacidade de gerar uma resposta inflamatória aguda em decorrência a uma lesão 
muscular se dá devido ao fato de o tecido muscular ser um tecido bem vascularizado. Nesse 
interim, conforme o grau da lesão sofrida, maior ou menor é o sangramento resultante da 
 
15 
 
lesão. A intensidade do sangramento fica condicionada à quantidade de fibras lesadas. 
Quanto maior o número de fibras lesadas, maior é o sangramento e, quanto menor o número 
de fibras acometidas, menor é o sangramento. Quando a quantidade de fibras lesadas é 
pequena, a intensidade do sangramento é pequena, não ocorrendo acúmulo, formando o 
que se chama de equimose, a qual é mais visível no tecido celular subcutâneo (ROCCHI, 
2013). 
 Quando a quantidade de fibras lesadas é maior, a intensidade do sangramento é 
maior, formando o que se chama de hematoma, o qual geralmente se localiza no ventre 
muscular lesado. A classificação dos estiramentos musculares leva em conta a gravidade 
das lesões, dividindo-as de acordo como número e a extensão das fibras lesionadas. As 
lesões de primeiro grau são as que acometem uma pequena quantidade de fibras. Nesses 
casos, a dor é em um ponto específico, havendo danos estruturais mínimos e hemorragia 
pequena. A resolução, nesses casos, é rápida. As lesões de segundo grau possuem os 
mesmos achados das lesões de primeiro grau, com a diferença que a intensidade é maior 
(ROCCHI, 2013). 
Nesses casos, a lesão geralmente ocorre na junção miotendíneas. Há dor de maior 
intensidade, hemorragia moderada, diminuição da função e processo inflamatório local, 
podendo a lesão ser palpável. A sua resolução é mais lenta, uma vez que a gravidade da 
lesão e o número de fibras acometidas é maior. As lesões deterceiro grau apresentam uma 
ruptura completa do músculo, havendo perda completa da função do referido músculo, bem 
como a lesão se torna palpável, com defeito estrutural local. Apesar da dor ser variada, a 
hemorragia e o edema são grandes (ROCCHI, 2013). 
Em lesões de primeiro e segundo graus, a dor geralmente se localiza no local da 
lesão, sendo provocada pela contração ativa do músculo lesionado ou por alongamento 
passivo do mesmo. Em lesões de terceiro grau, o músculo é totalmente incapaz de produzir 
qualquer contração ou produzir força, uma vez que há a separação total de suas fibras. 
Nestes casos, há a tentativa de compensar o músculo lesionado com a utilização de outros 
grupamentos musculares. Conforme a localização do músculo lesionado, a equimose, 
hematoma e o edema podem ser visíveis, surgindo geralmente distais ao local da lesão, em 
decorrência da força da gravidade (ROCCHI, 2013). 
Além de serem também palpáveis, as lesões de terceiro grau podem ser visíveis à 
inspeção. A gênese das lesões musculares está associada, dentre outros fatores, a lesões 
prévias e à fadiga muscular. Com a realização de treinamentos específicos, a ocorrência 
 
16 
 
destas lesões tem tido a sua frequência diminuída. Também há que se ressaltar a 
importância do alongamento muscular prévio à atividade física, bem como o aquecimento 
muscular, com o intuito de minimizar a ocorrência deste tipo de lesão (ROCCHI, 2013). 
2.3 Cãibra 
 
 Fonte: drcarlosmattos.com.br 
 
Trata-se de uma fasciculação de um determinado grupo muscular (ou associação dos 
mesmos), ondo há a sua contração, de modo desordenado. Esta contração ocorre devido a 
uma descarga de alta frequência direcionada para as fibras musculares, havendo uma 
contração muscular intensa, implicando no encurtamento do músculo acometido. As cãibras 
podem ocorrer durante a realização de atividade física, no repouso ou enquanto a pessoa 
dorme. Mais frequentemente ocorrem durante a atividade física e após a mesma. O músculo 
mais comumente afetado é o gastrocnêmio (ROCCHI, 2013). 
 A etiologia das cãibras é incerta, contudo, algumas teorias tentam explicar a sua 
origem. É sabido que as cãibras estão associadas a alguns fatores que não possuem relação 
com o exercício ou o esporte, como o suor e a diurese excessiva (implicam em 
hiponatremia), como na insuficiência renal aguda e em pacientes que realizam hemodiálise. 
Níveis séricos baixos de magnésio e cálcio também podem estar relacionados com o início 
dos seus sintomas. Também é sabido que as cãibras podem ser prontamente interrompidas 
e solucionadas com a contração ativa da musculatura antagonista do músculo acometido, 
bem como com o alongamento passivo da musculatura que apresentar cãibras (ROCCHI, 
2013). 
 
17 
 
Mesmo após a resolução do quadro de cãibra, a musculatura pode se mostrar 
fasciculado por alguns minutos. A ocorrência de cãibras durante a atividade física, apesar 
de permanecer de causa incerta e controversa, aparentemente possui explicação através da 
hipótese de desidratação, da fadiga muscular e da ocorrência de distúrbios eletrolíticos. A 
realização de hidratação pré-atividade física parece ser a melhor forma de prevenir a 
ocorrência de cãibras (ROCCHI, 2013). 
3 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS LESÕES MUSCULARES 
 
Fonte:imagem.band.com.br 
Os atuais princípios de tratamento da lesão muscular são carentes de bases 
cientificas sólidas. A mobilização precoce induz a um aumento da vascularização local na 
área da lesão, melhor regeneração das fibras musculares e melhor paralelismo entre a 
orientação das miofibrilas regeneradas em comparação à restrição do movimento. Contudo, 
re-rupturas no sítio original do trauma são comuns se a mobilização ativa se inicia 
imediatamente após a lesão. Um curto período de imobilização com enfaixamento adesivo 
firme ou similar é recomendado. Este período de repouso permite que o tecido cicatricial 
conecte novamente à falha muscular (ROCCHI, 2013). 
O objetivo do tratamento das lesões musculares é a redução do quadro álgico e do 
processo inflamatório local, a redução do espasmo muscular, auxiliar na regeneração e 
reparação tecidual muscular, recuperar a flexibilidade e função contrátil da fibra muscular, 
minimizar a chance de novas lesões e dar condições de retorno ao esporte. Para a realização 
 
18 
 
do correto tratamento da lesão muscular, primeiramente deve-se evitar que a lesão sofrida 
possa aumentar, o que pode ocorrer caso haja um aumento da resposta inflamatória ou caso 
o paciente realize exercícios não recomendados (ROCCHI, 2013). 
Nesse modo, as primeiras 24 horas após a lesão são de importância fundamental no 
processo de recuperação da lesão muscular. Quando há a mobilização precoce (logo após 
três ou quatro dias da lesão), de modo passivo, há a propensão para o aumento da 
vascularização no sítio da lesão, melhorando a regeneração das fibras musculares 
lesionadas e induzindo a um maior paralelismo na orientação das fibras regeneradas quando 
comparado em casos em que há a restrição de movimentos. Nesse mesmo período de 
tratamento, caso a mobilização ocorra de modo ativo, a chance de novas rupturas 
musculares no mesmo local da lesão é maior, bem como a mobilização precoce pode causar 
um aumento do tecido cicatricial, dificultando a passagem dos capilares (ROCCHI, 2013). 
Desse modo, está indicada a imobilização com enfaixamento firme no local da lesão, 
o que permite que o tecido cicatricial se conecte novamente à falha muscular apresentada, 
bem como o uso de braces para mantar a imobilização. Contudo, a imobilização não deve 
ser prolongada, uma vez que pode implicar em rigidez articular e hipotonia da musculatura 
acometida. Também está indicada a utilização de duas muletas (em casos de lesão nos 
membros inferiores), pelo período aproximado de três a sete dias, em casos de lesões 
musculares com maior gravidade (ROCCHI, 2013). 
Fase aguda 
O tratamento imediato para a lesão do músculo esquelético ou qualquer tecido de 
partes moles é conhecido como princípio PRICE (Proteção, Repouso, Gelo ou Ice, 
Compressão e Elevação). A justificativa do uso do princípio PRICE é por ele ser muito 
prático, visto que as cinco medidas clamam por minimizar o sangramento do sítio da lesão. 
Colocando-se o membro lesionado em repouso logo após o trauma, previne-se uma retração 
muscular tardia ou formação de um gap muscular maior por se reduzir o tamanho do 
hematoma e, subsequentemente, o tamanho do tecido conectivo cicatricial (ROCCHI, 2013). 
 Com relação ao uso do gelo, mostrou-se que o uso precoce de crioterapia está 
associado a um hematoma significativamente menor no gap das fibras musculares rompidas, 
menor inflamação e regeneração acelerada. De acordo com os conhecimentos atuais, é 
recomendada a combinação do uso de gelo e compressão por turnos de 15 a 20 minutos, 
repetidos entre intervalos de 30 a 60 minutos, visto que este tipo de protocolo resulta em 3º 
a 7ºC de decaimento da temperatura intramuscular e a 50% de redução do fluxo sanguíneo 
 
19 
 
intramuscular. Finalmente, a elevação do membro acima do nível do coração resulta na 
diminuição da pressão hidrostática, reduzindo o acúmulo de líquido no espaço intersticial 
(ROCCHI, 2013). 
Passado o período de imobilização, que é de aproximadamente três a quatro dias, 
inicia-se a mobilização do grupamento muscular lesionado. Esta mobilização deve ser de 
modo passivo, sempre precedida por aquecimento e alongamento suave da musculatura. 
Conforme dito anteriormente, a mobilização precoce ira favorecer o crescimento de novos 
vasos capilares, melhorando a regeneração e a organização das células musculares 
(ROCCHI, 2013). 
Tratamento pós-fase aguda 
 
 
 Fonte: esportealternativo.com.br 
 
1. Treinamento isométrico (contração muscularem que o comprimento do músculo se 
mantém constante e a tensão muda) pode ser iniciado sem o uso de pesos e posteriormente 
com o acréscimo deles. Especial atenção deve ser tomada para garantir que todos os 
exercícios isométricos sejam realizados sem dor. 
2. Treinamento isotônico (contração muscular em que o tamanho do músculo muda e 
a tensão se mantém) pode ser iniciado quando o treino isométrico for realizado sem dor com 
cargas resistidas. 
3. O exercício isocinético com carga mínima pode ser iniciado uma vez que os dois 
exercícios anteriores sejam realizados sem dor. 
A aplicação local de calor ou "terapia de contraste" (quente e frio) pode ser de valor, 
acompanhado de cuidadoso alongamento passivo e ativo do músculo afetado. Ressalta-se 
 
20 
 
que qualquer atividade de reabilitação deve ser iniciada com o aquecimento adequado do 
músculo lesionado. Outra razão para o alongamento é distender o tecido cicatricial maduro 
durante a fase em que ele ainda é plástico. Alongamentos da cicatriz sem dor podem ser 
adquiridos por estiramentos graduais, começando com turnos de 10 a 15 segundos e, então, 
progredindo para períodos de até um minuto (ROCCHI, 2013). 
Contudo, se os sintomas causados pela lesão não melhorarem entre três e cinco dias 
após o trauma, deve-se considerar a possibilidade da existência de um hematoma 
intramuscular ou um tecido lesionado extenso que necessitará de atenção especial. A 
punção ou aspiração do hematoma pode ser necessária (ROCCHI, 2013). 
Ultrassom 
O ultrassom terapêutico é difusamente recomendado e utilizado no tratamento da 
lesão muscular, embora exista vaga evidência científica de sua efetividade. O fato de o 
ultrassom produzir micro massagens pelas ondas de alta frequência, aparentemente, 
funciona para o alívio da dor (ROCCHI, 2013). 
4 LESÕES ARTICULARES 
 
 Fonte: domtotal.com.br 
 
Entorses de tornozelo 
A entorse de tornozelo é uma das lesões musculoesqueléticas agudas, sendo 
frequentemente encontradas na população ativa. A articulação do tornozelo (talocrural) é 
uma articulação sinovial em dobradiça suportada por um encaixe estruturalmente forte, feito 
 
21 
 
pelos maléolos tibial e fibular. O tornozelo, junto com a articulação talocalcânea, é suportado 
medialmente pelo ligamento deltoide (ou ligamento colateral medial) e lateralmente pelos 
ligamentos talofibular anterior e posterior e calcaneofibular (KISNER, 2005). 
O tornozelo é a articulação mais frequentemente lesada na vida diária e nas 
atividades esportivas, tendo como a entorse de tornozelo a lesão mais comumente 
observada, sendo o mecanismo por inversão responsável por 70% a 85% dos casos (SILVA, 
2011). Segundo Sacco (2004) a palavra “entorse” (latim: exprimere – “pressionar para fora”) 
é literalmente definida como uma lesão articular na qual algumas fibras do ligamento de 
sustentação são rotas, mas a continuidade do ligamento permanece intacta sem 
deslocamento ou fratura. 
O mecanismo de entorse lateral de tornozelo é relatado quando há supinação 
excessiva do retropé combinado com rotação externa da tíbia no início do contato do 
pé com o solo durante a marcha, corrida ou salto. Acredita-se que as lesões nas 
estruturas relacionadas ao sistema sensório-motor presentes no tornozelo seja uma 
das principais causas de recorrência das lesões em inversão. A classificação de 
entorse de tornozelo é baseada no exame clínico da área afetada e divide a lesão 
em três tipos: grau 1- estiramento ligamentar; grau 2- lesão ligamentar parcial e grau 
3- lesão ligamentar total (RODRIGUES, 2009. Apud MEURER, 2010). 
Segundo Belangero (2010), estima-se que ocorra uma entorse lateral aguda do 
tornozelo (ELAT) a cada 10.000 pessoas por dia, sendo esta uma das lesões mais comuns 
do sistema musculoesquelético e também uma das mais comuns no esporte. De acordo com 
Sousa (2004), os desportos que mais levam os praticantes às clínicas médicas, por ordem 
de importância é o futebol, voleibol e basquetebol, todos coletivos. Quantos às citações de 
lesões, a primeira mais citada, por ordem de importância, foi a entorse de tornozelo (30%). 
O gesto esportivo realizado em determinado esporte pode predispor o atleta a sofrer entorse 
de tornozelo (FORTES, 2008). 
Entorse de tornozelo é a lesão aguda mais frequentemente encontrada no voleibol, 
com incidência variando entre 15 a 60%. A maioria das lesões de tornozelo ocorre durante 
a aterrissagem de um salto após um bloqueio ou ataque (CARDOSO, 2005). É comum 
observar o uso de medidas profiláticas pelos atletas, como tornozeleiras, enfaixamentos e 
órteses, na tentativa de evitar lesões de tornozelo. Essas medidas podem ser usadas em 
qualquer estágio da reabilitação e também na prevenção de entorses de tornozelo em atletas 
saudáveis (SACCO, 2004). 
O tratamento baseia-se de forma conservadora, no qual ocorre na grande maioria dos 
casos utilizando o método PRICE (proteção, repouso, gelo, compressão e elevação), o 
 
22 
 
tratamento farmacológico, a imobilização e a cinesioterapia, embora em alguns casos mais 
graves o tratamento é geralmente cirúrgico. O objetivo de tratamento dessa lesão é o retorno 
às atividades diárias, com um período curto de tempo, e a utilização de implementos para o 
tornozelo, no qual são importantes na prevenção, evitando assim uma nova lesão (SACCO, 
2004). 
Classificação das entorses 
De acordo com Pacheco (2005) as entorses podem ser classificadas de acordo com 
a intensidade do trauma em: a) Grau I ou leve – a integridade de quase todas fibras 
ligamentares é mantida. Encontra-se pequena reação vasomotora, caracterizada, 
geralmente, pelo edema. Há presença de dor leve na fase aguda. b) Grau II ou moderado – 
há presença de hematoma e edema de maior dimensão, devido a uma maior lesão vascular. 
Pelo teste de gaveta anterior, verifica-se pequena instabilidade quando a articulação é 
submetida ao exame sob estresse. 
Grau 3 ou grave – apresenta-se com dor intensa, há grande área de ruptura de vasos 
mostrando edema importante, hematoma de grande extensão e, ainda, tumefação na 
articulação do tornozelo. Ocorre instabilidade radiológica por estresse de grande abertura, e 
pode haver avulsões ósseas. No teste de gaveta anterior, também é possível a verificação 
de grande instabilidade. A ruptura das estruturas capsulo ligamentares é completa, e isso se 
comprova por artrografia devido ao extravasamento de líquido para as regiões onde, 
normalmente, ele não deve ser encontrado. Neste grau, o tratamento é geralmente cirúrgico 
(PACHECO, 2005). 
Mecanismo de lesão 
 
 Fonte: ortopediamaterdei.com 
 
 
23 
 
 O mecanismo de inversão corresponde à grande maioria dos casos e a 
severidade da lesão é comumente classificada em três graus que definem o prognóstico e 
protocolo de tratamento (BARONI, 2010). Para Suda (2009) o mecanismo de lesão mais 
comum é uma supinação excessiva do complexo tornozelo-pé, que ocorre quando o 
complexo articular apresenta inversão, flexão plantar e inversão excessivas durante a 
descarga de peso no membro acometido. Em uma entorse por inversão pode ocorrer a lesão 
do ligamento talofibular anterior, da região anterolateral da cápsula articular, do ligamento 
calcaneofibular e do ligamento talofibular posterior, resultando na presença de dor aguda, 
redução da amplitude de movimento, déficit da função física. 
O mecanismo de lesão para a entorse em inversão pode ocorrer durante a 
deambulação, corrida, especialmente em terrenos irregulares, ou após aterrissar de um salto 
ou queda caindo com o peso do corpo sobre o pé invertido. (GARRICK e WEBB, 2001). A 
lesão aguda em inversão resulta em danos às estruturas laterais do tornozelo, que incluem 
os ligamentos laterais, as cápsulas das articulações subtalar e talocrural e o nervo fibular 
superficial. Tais alterações apresentamimplicações clínicas importantes, uma vez que se 
observa instabilidade funcional (sensação de falseio e recorrência da lesão) em 15% a 60% 
dos casos após um evento de entorse primário (SILVA, 2011). 
Após um trauma, os ligamentos do tornozelo podem ficar distendidos ou rompidos. 
O tipo mais comum de entorse é causado por uma sobrecarga em inversão e pode 
resultar em laceração parcial ou completa do ligamento talofibular posterior (TFP); o 
ligamento talofibular posterior (TFP) é rompido apenas com sobrecargas intensas em 
inversão. Se os ligamentos tibiofibulares inferiores são rompidos após uma 
sobrecarga no tornozelo, o encaixe torna-se instável. Sabe-se ainda que 
aproximadamente 80% dos indivíduos apresentam lesão recorrente do tornozelo 
após o primeiro episódio da entorse, e que a entorse responsável pela instabilidade 
acontece quando ocorre a lesão combinada do ligamento talofibular anterior e o 
calcâneo fibular (KISNER, 2005. Apud LUSTOSA, 2011). 
Segundo Dutton (2007) como em qualquer outra área, as lesões podem ser micro ou 
macro traumáticas. A maioria das entorses de tornozelo ocorre quando o pé está em flexão 
plantar, invertido e aduzido. Contudo, o mesmo mecanismo também pode levar a condições 
mais graves, como fratura do maléolo ou do colo talar. O mecanismo de inversão ocorre em 
grande velocidade, não permitindo, muitas vezes, que o músculo reaja a tempo de estabilizar 
a articulação, impondo, assim, sobrecarga lesiva ao complexo ligamentar lateral, atingindo, 
principalmente, os músculos fibulares curto e longo. Com esse estiramento, pode ocorrer 
alteração da capacidade proprioceptiva pela lesão e pela instabilidade articular (MEURER, 
2010). 
 
24 
 
Medidas Preventivas 
É comum observar o uso de medidas profiláticas pelos atletas, como tornozeleiras, 
enfaixamentos e órtese, na tentativa de evitar lesões de tornozelo. Essas medidas podem 
ser usadas em qualquer estágio da reabilitação e também na prevenção de entorses em 
atletas saudáveis. Segundo Cardoso (2005) uma revisão de literatura descreve meios para 
prevenir a entorse de tornozelo: tipos de calçados, bandagem, órteses de tornozelo e 
treinamento sensório-motor. 
As órteses de tornozelo têm principal objetivo promover um suporte externo adicional 
aos ligamentos e músculos à articulação. Em uma investigação biomecânica sobre a 
estabilidade do tornozelo com órtese (brace), verificou-se um aumento do torque da 
articulação do tornozelo, neutralizando o movimento de inversão e mantendo a articulação 
em uma posição anatômica apropriada, com melhor contato entre as superfícies articulares. 
As órteses de tornozelo podem ser classificadas em: lace-up (constituída de um material 
flexível, como couro, e de cadarços para melhor fixação), stirrup (com dois apoios laterais 
constituídos de material plástico) e elástico (CARDOSO, 2005). 
 
 
 Fonte: drgustavoarliani.com.br 
 
Em relação à utilização de proteção com órtese do tipo tornozeleira, antes do último 
episódio de entorse, 46,2% dos atletas relataram que faziam uso constante. Após o último 
episódio de lesão, 68,9% dos atletas passaram a utilizar proteção (FORTES, 2008). Em 
virtude da alta incidência de entorses de tornozelo, foram desenvolvidas estratégias 
preventivas, sendo a bandagem funcional de tornozelo amplamente utilizada como uma das 
técnicas para prevenir as recidivas de entorse. O efeito das bandagens de tornozelo na 
 
25 
 
entrada proprioceptiva ao sistema nervoso central, a atividade dos fibulares e a contenção 
do movimento excessivo do tornozelo aliados à limitação da inversão, são muito importantes 
na prevenção da entorse (MEURER, 2010). 
Está comprovado que o uso de implementos para o tornozelo reduz a taxa de lesões 
principalmente em indivíduos com história prévia, além de serem úteis na prevenção e 
controle dos sinais inflamatórios na fase aguda das entorses (BELANGERO, 2010). Medidas 
preventivas, tais como o uso de estabilizadores dinâmicos de tornozelo (EDT) e de 
bandagens funcionais, têm sido frequentemente propostas, afim de evitar a ocorrência da 
lesão (ANJOS, 2009). 
A bandagem funcional de tornozelo tem sido demonstrada como eficaz na redução 
do movimento de inversão; entretanto, estudos demonstram que a eficácia da bandagem 
diminui rapidamente com exercício, em cerca de 12 e 50% após os 10 primeiros minutos de 
utilização. Sendo assim, o uso do EDT promove maior estabilidade durante maior período 
de tempo, torna-o um recurso profilático mais eficiente. Este tipo de suporte tem sido 
preferido em detrimento da bandagem funcional, pois, ao contrário desta, o EDT não perde 
seu poder de restrição de movimento após a atividade de salto vertical, além de ser fácil 
aplicação, menos irritante para a pele e pode ser neutralizado (ANJOS, 2009). 
A análise biomecânica indica que as bandagens e órteses podem limitar a amplitude 
do movimento, especialmente de inversão e eversão do pé, podendo, no entanto, aumentar 
as solicitações mecânicas longitudinais. Mas há de considerar que a estabilidade mecânica 
diminui consideravelmente após pouco tempo de exercício, principalmente em relação à 
bandagem. Sugere-se que uma intervenção fisioterapêutica precoce em jovens atletas 
possa ser uma solução em potencial para a correção postural das alterações observadas, 
assim como para dar orientações posturais (BELANGERO, 2010). 
 Tais medidas poderiam diminuir o risco da incidência de lesões decorrentes de 
alterações posturais e também realizar reabilitação adequada após a lesão, 
diminuindo assim o tempo de afastamento do jogador da prática esportiva e 
melhorando o desempenho da equipe como um todo. Quando o paciente estiver 
envolvido em atividades esportivas, o tornozelo deverá ser imobilizado com tala, faixa 
ou bandagem, e deverão ser usados calçados apropriados para proteger o ligamento 
de uma nova lesão (KISNER, 2005). É importante ressaltar que a bandagem, logo 
que aplicada, tem efeito por tempo determinado e tudo depende do local de aplicação 
e qual atividade está sendo exigida com a aplicabilidade desta bandagem (RIBEIRO, 
2003. Apud MEURER, 2010). 
 
 
 
26 
 
 
Tratamento 
O tratamento ocorre depois de uma minuciosa avaliação do paciente, obtendo 
informações possíveis para traçar um plano de tratamento com segurança, obtendo a 
eficácia no tratamento. A informação sobre o mecanismo deve incluir quando, onde e como 
a lesão ocorreu. Detalhes sobre o mecanismo da lesão permitem que o fisioterapeuta 
conclua o estado patológico e as estruturas envolvidas, embora se deva ressaltar que a 
recordação que o paciente tem do mecanismo frequentemente não corresponde às 
estruturas danificadas (DUTTON, 2007). 
Dutton (2007) ressalta que vale a pena lembrar que a apresentação clínica de fraturas 
sutis pode ser similar a das entorses de tornozelo, e essas fraturas frequentemente passam 
despercebidas no exame inicial. Embora alguns casos mais graves possuam uma 
controversa indicação cirúrgica, a grande maioria é tratada de forma conservadora utilizando 
o método PRICE (proteção, repouso, gelo, compressão e elevação), o tratamento 
farmacológico (anti-inflamatórios não esteroides, por exemplo), a imobilização e o tratamento 
cinesioterapêutico (BARONI, 2010). 
 
 
 Fonte: ortopedistasaoluis.com.br 
 
O tratamento conservador: Se possível, examinar o tornozelo antes que ocorra efusão 
celular. Para minimizar o edema, usar compressão, elevação e gelo. O tornozelo deve ser 
imobilizado na posição neutra ou em leve dorsiflexão e eversão. Instrução do paciente: 
Ensinar ao paciente a importância do repouso, do gelo, da compressão e da elevação, e 
aplicação de gelo a cada duas horas nas primeiras 24 a 48 horas; ensinar o apoio de peso 
 
27 
 
parcial com muletas para diminuir a sobrecarga da deambulação; ensinartécnicas 
isométricas e flexões ativas dos artelhos para ajudar a manter a integridade muscular e 
assistir à circulação (KISNER, 2005). 
Segundo Thomson; Skinner e Piercy (1994) uma torção leve pode ser tratada com 
bandagem elástica, uma lesão mais grave requer uma bandagem com pressão, e em lesões 
graves o paciente deve ser aconselhado a repousar com o membro em elevação, realizando 
exercícios metabólicos do tornozelo e a usar muletas por certo período. Treinamento de 
propriocepção com pranchas de inclinação é iniciado assim que possível, usualmente após 
três a quatro semanas. Seu objetivo é melhorar o equilíbrio e controle neuromuscular do 
tornozelo. 
O objetivo do tratamento da lesão ligamentar do tornozelo é o retorno às atividades 
(esporte/trabalho), com remissão da dor, inchaço e inexistência de instabilidade articular. O 
tratamento inicial para todas as lesões consiste em repouso por três dias, aplicação local de 
gelo, elevação do membro afetado e proteção articular com imobilizador ou tala gessada. 
Nas lesões leves, o tratamento é sintomático, com manutenção da imobilização até a 
melhora dos sintomas, que dura entre uma e duas semanas. Assim que os sintomas agudos 
diminuírem, continuar a dar proteção ao ligamento envolvido usando uma tala durante o 
apoio de peso (RODRIGUES, 2009). 
Aplicar massagem transversa nos ligamentos conforme a tolerância; usar técnicas 
de mobilização articular grau II para manter a mobilidade da articulação; ensinar ao 
paciente exercícios para serem feitos dentro da tolerância dos tecidos pelo menos 
três vezes ao dia. Progredir para alongamentos com apoio de peso quando a 
recuperação do paciente permitir; à medida que o edema diminui e a tolerância ao 
apoio de peso aumenta, progredir exercícios de fortalecimento, resistência à fadiga 
e estabilização; incluir resistência isométrica para os fibulares, bicicleta ergométrica 
e exercícios na prancha de equilíbrio com apoio de peso parcial a completo (KISNER, 
2005. Apud RODRIGUES, 2009). 
Segundo Kisner (2005) na fase de retorno à função deve trabalhar os exercícios de 
fortalecimento acrescentando resistência elástica aos movimentos do pé na posição sentada 
com joelhos estendidos (cadeia aberta) e com o calcanhar no solo para apoio de peso 
parcial. Usar resistência isocinética se tiver um aparelho disponível; progredir a estabilização 
e o tratamento de equilíbrio para estabilidade de tornozelo, coordenação e resposta reflexa 
com atividades de apoio de peso completo sobre uma prancha de balanço, de oscilação ou 
deslizante. Dependendo dos objetivos finais da reabilitação, treinar atividades de apoio de 
peso com o tornozelo como caminhada, corrida leve e de velocidade, e com atividades de 
 
28 
 
agilidade controladas como giros, mudanças de direção e transferência de peso lateral 
(KISNER, 2005). 
Garrick e Webb (2001) expressam que a imobilização das entorses de grau I e II 
somente compromete ainda mais os movimentos e causa atrofia, por desuso, nos músculos 
envolvidos. Porém o emprego de uma tala pode ser necessário para o prosseguimento das 
atividades rotineiras, mas a tala deve ser retirada várias vezes ao longo do dia para que os 
exercícios apropriados sejam realizados. Segundo Moreira & Antunes (2008) na fase de 
reeducação funcional o treino proprioceptivo deve ser mantido indefinidamente. Restaura o 
reflexo antrocinético e é, provavelmente, a medida isolada mais importante na redução do 
risco de recorrência das entorses. 
 É de suma importância que seja realizada uma reabilitação adequada nas lesões 
ligamentares de tornozelo em atletas, para que não haja reincidência, pois poderá gerar 
graves instabilidades articulares caso ocorra entorses repetitivas, aumentando o tempo de 
retorno desse atleta as atividades esportivas. 
5 LESÕES DE JOELHO 
 
Fonte: boladetenisdelivery.com 
As lesões traumáticas e suas consequências representam 80% das patologias do 
joelho. O sistema osteoligamentar, muito complexo e pouco elástico, é bastante submetido 
a traumas diretos e indiretos hoje em dia. Os acidentes automotivos e esportivos são os 
principais responsáveis pelas variadas lesões que a articulação do joelho sofre. Essa 
 
29 
 
traumatologia, em constante progresso, forneceu um incentivo muito grande ao estudo da 
anatomo fisiologia e da biomecânica do joelho. Para encontrar métodos de tratamento 
eficazes, é estudada cada vez mais a normalidade das funções ligamentar e 
osteoarticulares. Portanto, esse capítulo inicia com a revisão dos conceitos anatômicos e 
biomecânicos do joelho (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
5.1 Anatomofisiologia do joelho 
Articulação femorotibial 
O sistema ósseo do joelho determina seu alinhamento e absorve a carga axial. O 
terço distal do fêmur tem angulação em valgo, decorrente do fato de alinhar a cabeça femoral 
com o centro da articulação do joelho, respeitando a angulação formada pelo colo femoral e 
determinando o eixo mecânico do membro inferior. O terço proximal da tíbia apresenta 
angulação em varo, pois tem o comportamento de barra fixa nas duas extremidades 
submetida à compressão axial, que se deforma proximal e distalmente (CAMANHO, 
HERNANDEZ, 2016). 
A articulação femorotibial deve ser paralela ao solo. Sendo assim, os desvios axiais 
estruturais, quando ocorrem, acentuam o varo da tíbia ou o valgo do fêmur. Tanto o fêmur 
como a tíbia possuem, próximo do joelho, as corticais anterior, medial e lateral muito 
delgadas, envolvendo uma grande massa de osso esponjoso. Essa estrutura, semelhante 
à do calcâneo, é muito eficiente na função de absorver e distribuir carga. Contudo, quando 
atingida por trauma, sua reconstrução é muito difícil. A articulação do fêmur com a tíbia é 
assimétrica, devido a sua incongruência óssea, sendo, portanto, instável (CAMANHO, 
HERNANDEZ, 2016). 
O compartimento medial resulta da articulação do côndilo medial do fêmur em forma 
convexa com o côndilo medial da tíbia em forma côncava. O compartimento lateral é produto 
da articulação do côndilo lateral do fêmur em forma de esfera com o côndilo lateral da tíbia 
em forma convexa. Esse complexo articular, embora instável, permite que o joelho exerça a 
flexão-extensão associada às rotações externa e interna. Tal movimento ocorre pela 
estabilização do complexo medial, que funciona como eixo do movimento rotacional, e pela 
extrema mobilidade do côndilo lateral esférico do fêmur, que percorre, à semelhança de um 
limpador de para-brisas, o côndilo lateral convexo da tíbia (CAMANHO, HERNANDEZ, 
2016). 
 
30 
 
Articulação patelofemoral 
A patela é um osso submetido a esforços de tração enormes; por isso somente dois 
terços de sua área têm superfície articular, o restante corresponde a zonas de inserções 
musculares em função dos esforços de tração. A superfície articular é multifacetada, sendo 
descritas até sete facetas. Isso se deve ao fato de a excursão ser feita em vários ângulos 
diferentes na sua relação com o fêmur, sendo mais por arrasto do que por congruência 
articular. Articula-se a troclear femoral, que resulta de depressão entre os côndilos do fêmur 
(CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
Músculos e ligamentos 
Esse conjunto articular, para se tornar eficiente e estável na transmissão da ação 
muscular, recebe várias inserções musculares e dispõe de diversos ligamentos. As 
inserções musculares do joelho são próximas ao fulcro do movimento, ou seja, da interlinha 
articular, o que resulta em enorme desvantagem mecânica em termos de momento de força. 
Tal desvantagem está expressa pela fortíssima massa muscular que movimenta a 
articulação, determinando, por sua ação, frequentes queixas de tendinites. O sistema 
ligamentar deve ser compreendido de forma conjunta, mais pela sua função do que por sua 
descrição anatômica. Com base nisso, os ligamentos são separados, na articulação 
femorotibial, em centrais, periféricos e os da articulação patelofemoral(CAMANHO, 
HERNANDEZ, 2016). 
Ligamentos da articulação femorotibial 
 
 Fonte: isaem.net/lesões-do-ligamento-colateral-medial-cm 
 
Centrais. Englobam os ligamentos cruzados anterior (LCA) e posterior (LCP), os quais 
são os principais responsáveis pela estabilização no sentido anteroposterior e auxiliam na 
 
31 
 
estabilização medial e lateral. O LCA apresenta comportamento mecânico individualizado. 
Estudos demonstraram variações de 35 a 159 kgf para sua resistência máxima à tração. Ele 
é responsável por 85% da estabilização anterior do joelho. O LCP possui estrutura 
anatômica que sugere a existência de dois ligamentos ou pelo menos dois folhetos 
completamente distintos. Essas duas estruturas têm funções diferentes, pois uma está tensa 
em flexão e a outra, em extensão (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
O LCP tem como função impedir a posteriorização da tíbia em relação ao fêmur e, 
com isso, desempenha um importante papel no mecanismo desacelerador e frenador do 
joelho. Essa função estática é sinérgica à mesma função do quadríceps, que é o grande 
desacelerador e frenador dinâmico do joelho. Segundo Hernandez (1994), não há diferença 
entre o comportamento mecânico das duas estruturas que compõem o LCP e o LCA no que 
diz respeito à resistência. Para alguns autores pode existir diferença no que se refere à 
elasticidade. O LCP é responsável por 95% da estabilização posterior do joelho (CAMANHO, 
HERNANDEZ, 2016). 
Periféricos. São os principais responsáveis pela estabilidade medial, lateral e 
rotacional e auxiliam na estabilização anteroposterior. O complexo medial é composto por 
dois folhetos: o superficial, que é mais delgado, e o profundo, mais espesso, dividido em 
menisco femoral e menisco tibial. O folheto superficial é mais elástico, podendo ocorrer lesão 
de um dos folhetos profundos, sem haver trauma no superficial (CAMANHO, HERNANDEZ, 
2016). 
O complexo medial é reforçado no canto póstero medial pela inserção do músculo 
semimembranáceo, que forma o ligamento poplíteo oblíquo posterior. O complexo 
ligamentar lateral é resultado de o espessamento da cápsula articular, reforçada pela fáscia 
lata e por um forte complexo ligamentar posterolateral. Esse complexo, formado pelo 
ligamento colateral da fíbula, pelo tendão do músculo poplíteo e pelo ligamento arqueado, 
tem a importante função de limitar a rotação externa da tíbia em relação ao fêmur, além de, 
obviamente, ser um estabilizador lateral. Nessa região, ocorrem muitas variações 
anatômicas (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
O complexo ligamentar lateral é o principal restritivo secundário da estabilização 
anterior e posterior do joelho. Como estabilizador secundário, é responsável por 58% da 
estabilidade anterior e por 64% da estabilidade posterior. Unindo as estruturas 
ligamentares, ajustando e auxiliando a distribuição de carga das estruturas ósseas, há os 
meniscos. O menisco medial segue o comportamento do compartimento medial, sendo mais 
 
32 
 
estável e menos móvel. O menisco lateral, à semelhança do compartimento lateral, é mais 
móvel. Os meniscos funcionam harmonicamente, embora sejam independentes. Essa 
complexa estrutura possibilita a estabilização em qualquer grau de movimento, pois tal 
mecanismo é o resultado da interação do sistema ligamentar estático com o sistema 
muscular dinâmico. Há certa simetria em todo o conjunto, representada no esquema 
proposto por Nicholas (1973) (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
Ligamentos da articulação patelofemoral 
A partir da descrição de Warren e Marshall, em 1979, do ligamento patelofemoral 
medial (LPFM), houve mudança na compreensão da estabilidade da articulação 
patelofemoral. Após 1998, vários estudos a respeito desse ligamento foram iniciados, 
demonstrando que ele é o principal responsável pela estabilização da patela. Com origem 
na borda súpero-medial da patela e na inserção no epicôndilo medial, o LPFM é o mais 
importante restritivo à lateralização da patela. Suas relações com o músculo vasto medial 
explicam, a nosso ver, a importância desse músculo no mecanismo de estabilização da 
articulação patelofemoral (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
5.2 Tratamento do joelho em casos agudos 
 
 Fonte: vita.org.br 
 
O divisor de águas na conduta terapêutica é o exame clínico seguido da radiografia 
simples. A RMN, sempre que possível, deve ser realizada nos casos agudos, pois a 
incidência de lesões osteoarticulares é maior do que a detectada pelos métodos 
convencionais. Entorse de joelho, sem hemartrose e sem sinal clínico de instabilidade. 
 
33 
 
Realizar exame radiográfico convencional. É uma lesão leve, sem comprometimento da 
estabilidade do joelho. Utiliza-se o protocolo resumido na palavra “PREGO”, por 16 a 21 dias 
(CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
 Proteção: uso de muletas. 
 Repouso: ausência de esforço sobre a articulação. 
 Exercícios: iniciados imediatamente após o trauma, para a manutenção dos 
tônus musculares. 
 Gelo: em 3 a 4 sessões de 20 minutos, por 3 a 4 dias. O gelo, usado assim, 
tem a função de agir como analgésico e anti-inflamatório. 
 Observação: é o acompanhamento do paciente. Como já relatado, os sinais 
clínicos podem se tornar positivos durante a evolução, após cessar o espasmo 
da musculatura (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
Os pacientes devem ser acompanhados, já que aproximadamente metade das lesões 
agudas do LCA não produz hemartrose. Entorse de joelho com hemartrose e sem sinais 
clínicos de instabilidade. Realizar exame radiográfico convencional. Sabe-se que 75% das 
hemartroses indicam lesão do LCA, associada, na metade dos casos, com lesão meniscal 
ou osteocondral. Neste capítulo, são abordados os aspectos referentes à lesão do LCA. O 
tratamento das lesões intrínsecas será considerado em item específico. Estudos para 
determinar a evolução para instabilidade anterior, a partir da lesão isolada do LCA, indicam 
como fatores de risco (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016): 
 Atividade esportiva. Os pacientes em atividade esportiva evoluíram duas 
vezes mais para instabilidade anterior do que aqueles que praticavam 
esportes de forma esporádica. 
 Intercôndilo estreito. Dividindo-se a medida de abertura do Intercôndilo (a qual 
é determinada por radiografia que possibilite a visualização do túnel 
intercondilar) pela largura dos côndilos (definida no nível da inserção do 
músculo poplíteo), obtém-se o índice intercondilar de Souryat e colaboradores 
(apud Rezende et al., 1994). Nos pacientes com índices menores de 0,2, a 
possibilidade de evolução para instabilidade anterior, a partir da lesão isolada 
do LCA, é muito maior. 
 Varismo do joelho. Noyes, Barber e Simon (1993) determinaram que 
portadores de lesão do LCA e varismo evoluem com maior frequência para 
instabilidade anterior (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
 
34 
 
A indicação ou não de tratamento cirúrgico ou de análise por artroscopia ou RMN 
deve ser feita considerando-se tais fatores e o acompanhamento clínico. Nos casos 
submetidos a artroscopia, pode-se utilizar um critério mais preciso de indicação ou não para 
a reparação das lesões de LCA. Abdalla (1994) demonstrou que os portadores de lesão do 
LCA com extensa lesão da membrana sinovial têm possibilidade muito maior de evoluir para 
instabilidade anterior. De qualquer forma, para os portadores dessas lesões, a conduta inicial 
é o protocolo PREGO, e, nos casos selecionados (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
Entorse do joelho com sinais clínicos de instabilidade medial ou lateral, sem 
hemartrose. Exame radiográfico convencional. Nos pacientes afetados, ocorre lesão 
moderada dos complexos ligamentares periféricos, sem comprometimento dos 
componentes centrais. É indicado o protocolo PREGO por 21 dias (CAMANHO, 
HERNANDEZ, 2016). 
 
 
 Fonte: isioterapia.com.brEntorse do joelho com sinais clínicos de instabilidade em varo ou valgo, com 
hemartrose. Exame radiográfico em busca de sinais de fratura ou de afundamento do platô 
tibial. O tratamento das fraturas do platô tibial será abordado mais adiante neste capítulo 
(CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
Entorse do joelho com hemartrose e sinal clínico de instabilidade anterior. 
Exame radiográfico convencional. Nos pacientes com tal condição, há sinais de lesão do 
LCA já com instabilidade manifestada. São indicados o protocolo PREGO por 21 dias e a 
reconstrução do LCA, com base na técnica que será descrita mais adiante (CAMANHO, 
HERNANDEZ, 2016). 
 
35 
 
Entorse do joelho com ou sem hemartrose e com sinais de instabilidade 
posterior. Exame radiográfico convencional ou com sinais de arrancamento do LCP. As 
duas condições possíveis são decorrentes de posteriorização, seja ela passiva ou não. Nos 
casos de lesão do LCP sem posteriorização passiva, utiliza-se o protocolo PREGO e 
observa-se a evolução dos pacientes. Naqueles com posteriorização passiva, a indicação 
de reconstrução ou reinserção do LCP é necessária. O diagnóstico tardio de instabilidade 
posterior costuma ser confundido com instabilidade anterior. A RMN não ajuda muito, pois o 
LCP cicatriza, e são visualizadas imagens de integridade em ligamentos alongados 
(CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
Lesões do aparelho extensor. As luxações da patela, sobretudo as agudas, são de 
difícil diagnóstico clínico. Como consequência, são negligenciadas. O sinal clínico frequente 
é a hemartrose com dores na aleta medial. A palpação da aleta e a tentativa de lateralização 
da patela produzem dor. O exame radiográfico pode demonstrar pequenos arrancamentos 
ósseos na faceta medial. Fraturas marginais podem acompanhar as luxações (CAMANHO, 
HERNANDEZ, 2016). 
Lesões complexas do joelho. Nesse grupo, são incluídas as instabilidades 
complexas associadas ou não a fraturas do platô tibial. Inicialmente, são consideradas as 
instabilidades complexas. As fraturas do platô serão descritas mais adiante. As lesões 
ligamentares complexas do joelho ocorrem por comprometimento dos complexos 
ligamentares periféricos associado a lesões de um ou dos dois ligamentos centrais. Em tais 
situações, o correto é a reconstrução de todas as estruturas comprometidas, utilizando todos 
os recursos cirúrgicos (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
Lesões osteocondrais 
As lesões osteocondrais traumáticas têm assumido importância progressivamente 
maior com a evolução dos meios diagnósticos. A RMN demonstrou incidência próxima a 
80% de lesões osteocondrais traumáticas nos portadores de hemartrose com lesão aguda 
do LCA. Esses mesmos pacientes, submetidos a artroscopia, apresentam incidência de 20% 
de lesões visíveis. Provavelmente, a alta incidência de artrose em portadores de lesão do 
LCA esteja relacionada às lesões osteocondrais traumáticas. Pode-se considerar dois tipos 
de lesões osteocondrais traumáticas: por impacção e por destaque (CAMANHO, 
HERNANDEZ, 2016). 
Lesões osteocondrais por impacção 
 
36 
 
São muito frequentes nas lesões agudas do LCA. Ocorrem, na maioria dos casos, no 
fêmur. Não se conhece ainda o real significado dessas lesões e, como são estáveis, não são 
submetidas a procedimento terapêutico. A ocorrência de lesões por impacção na tíbia, em 
que se consideram os afundamentos do platô tibial, tem merecido maior atenção. Nos casos 
de afundamentos de até 0,5 cm, a carga é retirada por seis semanas, orientando o uso de 
muletas. Nas seis semanas seguintes, a descarga parcial é permitida ainda com muletas. 
Após 12 semanas, é instituído o retorno progressivo às atividades anteriores ao trauma. Nos 
casos de afundamentos maiores de 0,5 cm, indica-se o levantamento sob controle 
radioscópico (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
5.3 Fraturas da patela 
 
 Fonte: brunoluciano.com.br 
 
A patela é o maior osso sesamóide do corpo, com seu centro de ossificação surgindo 
entre o segundo e o terceiro anos de vida ou, eventualmente, mais tarde. Em alguns casos, 
apresenta centro de ossificação secundário (patela bipartida). Tendo formato triangular com 
o ápice voltado para baixo, recebe inserções dos componentes do quadríceps, que também 
a recobrem e formam o ligamento da patela, que se origina no polo inferior desse osso. Sua 
disposição anatômica favorece mecanicamente a função do quadríceps. Sua face articular 
apresenta a cartilagem mais espessa do corpo humano e, durante a flexão-extensão, 
transmite ao seu ligamento e à superfície anterior do fêmur distal (tróclea) a força gerada no 
quadríceps (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
 
37 
 
 Sua vascularização vem de ramos das artérias superiores, média e inferiores do 
joelho, que penetram em sua porção central e em seu polo inferior, fato considerável na 
gênese da necrose avascular. Sua significância foi muito discutida na literatura, havendo 
alguns que a consideram sem valor funcional e outros que enfatizam a necessidade de sua 
reconstrução e preservação, devido a sua importância para o aparelho extensor. Há dois 
mecanismos frequentes de lesão na patela. O primeiro, devido a sua posição extremamente 
superficial na face anterior do joelho, é o trauma direto, muitas vezes com alguma lesão de 
pele associada (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
O segundo é o trauma indireto por tração violenta do aparelho extensor do joelho. A 
existência de desvio ou não depende do grau de lesão de partes moles de tal aparelho. A 
classificação das fraturas da patela depende, basicamente, do traço de fratura e da 
ocorrência ou não de desvio. As fraturas são divididas em transversas, longitudinais, 
cominutivas e osteocondrais. As transversas são as mais comuns, ocorrendo com mais 
frequência na porção média ou distal. Todas elas são divididas em fraturas com ou sem 
desvio. Correspondem a cerca de 1% de todas as fraturas do corpo, com maior incidência 
entre os 20 e os 50 anos de idade (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
Clinicamente, o diagnóstico de fratura da patela é realizado pela história de trauma 
direto ou de flexão violenta do joelho, seguidos de dor, edema e limitação, em grau variável, 
da capacidade de extensão do joelho. A disposição anatômica da patela costuma permitir 
boa avaliação mediante inspeção e palpação. A presença de edema ou de hemartrose 
também sugere fratura. Durante a avaliação inicial, é de extrema importância que se 
caracterize ou não a capacidade de extensão ativa do joelho contra a resistência da 
gravidade (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
Eventualmente, pode ser necessária a infiltração intra-articular de anestésico local 
para a observação. O exame radiográfico é fundamental para o diagnóstico, devendo ser 
realizado nas posições de frente e de perfil, com flexão moderada, e, quando possível, na 
incidência axial, que permite a visualização de fraturas longitudinais. Raramente são 
indicados outros exames, exceto para identificação de fraturas osteocondrais, em que a 
artrografia, a TC e a RMN contribuem para o diagnóstico (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016). 
 
38 
 
5.4 Tendinopatia patelar 
A tendinopatia é causada devido a uma sobrecarga que acontece no aparelho 
extensor do joelho, com isso há o aparecimento da dor quando o local é palpado 
ocasionando um défice funcional. A região do joelho mais acometido é a porção profunda do 
tendão patelar localizado no pólo inferior da patela. Também chamado de JUMPER’s KNEE 
ou joelho de saltador, pode se acometido em atletas que praticam esportes de salto. As 
causas devem ser avaliadas durante o tratamento. A causa da tendinopatia patelar abrange 
vários fatores, que envolve causas intrínsecas e extrínsecas (SANTANA, TEIXEIRA, 
PRADO, BORGES, 2015). 
Fatores extrínsecos: ocorrem quando a um grande esforço em que haja repetições 
durante as atividades que envolvem corrida e saltos. Essas afecções acometem

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