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Introdução à coleta com bolsa tripa, processamento e armazenamento de sangue canino.

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INTRODUÇÃO À COLETA COM BOLSA TRIPLA, PROCESSAMENTO E ARMAZENAMENTO DE SANGUE CANINO.
INTRODUCTION TO COLLECTION WITH TRIPLE BLOOD BAG, PROCESSING AND STORAGE OF CANINE BLOOD.
Luca Scheidt de Oliveira
Acadêmico de medicina veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.
luca.oliveira@utp.edu.br
Palavras-chave: hemoterapia; hemocomponentes; cães.
INTRODUÇÃO
O presente estudo inclui uma breve introdução teórica da coleta de sangue com bolsa tripla, separação e armazenamento de hemocomponentes derivados de sangue total de um doador canino não especificado. 
A hemoterapia tem sido cada vez mais comentada no cenário veterinário, entretanto, as técnicas de coleta, processamento e armazenamento de hemocomponentes não possuem o mesmo grau de descrição.
O objetivo principal deste trabalho é demonstrar de maneira didática todo o processo da coleta, separação e armazenamento dos subprodutos do sangue total coletado em bolsa tripla.
MATERIAL E MÉTODOS
Para o desenvolvimento deste texto foi desempenhada uma revisão literária das metodologias de coleta e processamento de sangue canino, alinhadas ao relato da rotina de trabalho de profissionais de um banco de sangue veterinário na cidade de Curitiba - PR.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O processo de doação contempla a avaliação clínica, coleta do sangue, separação e armazenamento de hemocomponentes (Holowaychuk e Yagi, 2016).
Para ser doador o cão precisa: ter entre 1 e 8 anos de idade, peso mínimo de 22,7 kg, não ter recebido transfusão sanguínea desde o nascimento, não ser portador de doenças, ter o protocolo de vacinação em dia, ter o controle de ectoparasitas e endoparasitas, não fazer uso contínuo de medicações e ser dócil e tranquilo (Yagi e Bean, 2016).
Por questões de protocolo, alguns autores afirmam que o peso mínimo para doação seja de 25 kg (Lucas et al., 2004).
Caso o cão cumpra a todos os pré-requisitos, uma avaliação física deverá ser feita pelo médico veterinário responsável pela coleta. Na consulta, o veterinário deverá confirmar através da anamnese a idade e peso do cão. A avaliação deverá consistir em uma vistoria geral, incluindo a auscultação do coração para verificar se o cão apresenta chiados ou anormalidades na frequência cardíaca, auscultação do peito para analisar a sonoridade do pulmão, e palpação dos linfonodos e abdômen para identificar possíveis anormalidades. Se o cão apresentar qualquer sinal de doença, a doação não deverá prosseguir (Yagi, 2016).
Além da avaliação física, o cão também deve passar por uma série de exames laboratoriais para confirmar sua saúde. Um hemograma completo deve ser feito junto à análise das enzimas creatinina e ALT (alanina aminotransferase). Também é recomendado exames para doenças infecciosas conforme a localidade ou histórico de exposição a fatores de risco do doador. Dentre estas doenças estão: babesiose, leishmaniose, erliquiose, brucelose, anaplasmose, ricketsiose, tripanossomíase e bartonelose (Wardrop et al., 2005).
Após a comprovação de que animal não possui enfermidades, é prosseguido para a doação de sangue. No dia da coleta, também deverá ser realizado um exame de hematócrito para confirmar que o animal não está anêmico, com índice de hemácias maior que 40% (Yagi, 2016).
É indicada a pulsão por tubo látex na região proximal do pescoço para garrote na veia jugular, a qual será perfurada para a coleta de sangue (Ribeiro et al., 2013). O ambiente para doação precisa ser silencioso, sem circulação de pessoas e outros animais. A mesa deve ser estável, nivelada horizontalmente e proporcional ao tamanho do doador (Lucas et al.; 2004).
Ao ser colocado na mesa, a posição indicada para a doação é a de decúbito lateral, por permitir a fácil contenção dos membros posteriores e cabeça, além de não causar desconforto ao animal. O cão precisará permanecer nesta posição durante toda a doação, que leva entre 5 e 10 minutos. (Yagi, 2016).
	
	Fig. 1: contenção de cão em decúbito lateral.[footnoteRef:1] [1: Todas as imagens são de autoria própria.] 
É feita a homogeneização do sangue com 63ml de anticoagulante (ácido cítrico, citrato de sódio, fosfato de sódio, dextrose e adenina) já presentes na bolsa. Durante a doação, a máquina homogeneizadora desempenha a função de pesar e misturar o sangue recebido no anticoagulante (Yagi, 2016).
As bolsas são a mesmas utilizadas em bancos de sangue humano, comportando até 450 mL de sangue (Yagi, 2016).
	
	Fig. 2: bolsa tripla com sangue total.
Após atingir os 450 mL, o canal precisa ser ordenhado imediatamente com um alicate de ordenhe para impedir a coagulação do sangue remanescente no duto. Feito isso, o canal deverá ser selado com o auxílio de uma seladora (Yagi, 2016).
Feita a coleta, a bolsa prosseguirá para o processo de separação de hemocomponentes (Yagi, 2016).
A primeira parte do processo consiste na centrifugação da bolsa de sangue total, que vai resultar na separação do concentrado de hemácias do plasma e concentrado de plaquetas. Ao finalizar a centrifugação, a bolsa prosseguirá para a extratora de plasma (Yagi, 2016).
	
	
	Fig. 3: centrífuga.
	Fig. 4: separação do concentrado de hemácias do plasma e concentrado de plaquetas na extratora de plasma.
Após a separação na extratora de plasma, o lacre da bolsa satélite contando SAG-Manitol é quebrado, liberando a solução preservativa para o concentrado de hemácias. A partir deste momento o canal da bolsa que contém o concentrado de hemácias pode ser selado e extraído, remanescendo somente uma bolsa satélite e a bolsa contendo o concentrado de plaquetas e plasma. (Yagi, 2016)
	
	
	Fig. 5: adição de SAG-Manitol no concentrado de hemácias.
	Fig. 6: canal da bolsa de concentrado de hemácias sendo selado por seladora.
Uma segunda centrifugação deve ser feita para separar os hemocomponentes restantes. Ao finalizar, o conteúdo deverá retornar para a extratora de plasma para transferir o plasma para a bolsa satélite remanescente, resultado na separação do concentrado de plaquetas e plasma em duas bolsas separadas. Finalizado este processo, ambos os canais podem ser selados e extraídos (Yagi, 2016).
	
	Fig. 7: bolsa de plasma (a esquerda) e bolsa de concentrado de plaquetas (a direita).
Após a separação dos três hemocomponentes, é prosseguido para o armazenamento. O concentrado de hemácias com SAG-Manitol tem validade de 35 dias, mantendo-o conservado entre 2ªC a 6ºC. O plasma fresco congelado tem validade de 10 meses, devendo ser mantido entre -20ºC a -30ºC. O concentrado de plaquetas tem validade de 5 até 7 dias, devendo ser mantido em constante movimento no agitador de plaquetas para evitar agregação das moléculas de oxigênio na solução, e mantendo-o entre 20ºC a 24ºC (Mansell, 2016).
	
	
	Fig. 8: concentrado de hemácias.
	Fig. 9: concentrado de plaquetas no agitador de plaquetas.
CONCLUSÃO
Os processos de separação e armazenamento de hemocomponentes possibilitam o melhor aproveitamento da bolsa de sangue, tendo em vista que uma única doação pode contribuir com a reabilitação de até outros três cães.
O controle de qualidade e segurança de produtos derivados de sangue colocam em questão a criação de uma legislação vigente para bancos de sangue veterinários no Brasil, até hoje inexistente.
AGRADECIMENTOS
Profa. Deborah Scheidt, Prof. Diogo Ferreira da Motta, Prof. Welington Hartmann, Luciano Marini do Amaral, João Paulo Pereria Amadio, Mariana Carnevalle Amadio, e PetTransfusion.
REFERÊNCIAS
LUCAS, R.L.; LENTZ, K.D.; HALE, A.S. Collection and preparation of bloodproducts. Clinical Techniques in Small Animal Practice, Filadélfia, v. 19, n. 2, p. 55-62, 2004.
MANSELL, C.; BOLLER, M. Blood Componenet Processing and Storage. In: YAGI, Kenshiro, HOLOWAYCHUK, Marie. Manual of Veterinary Transfusion Medicine and Blood Banking. Oxford: Willey Blackwell, 2016. p.237 – 259.
RIBEIRO, C.; BITTENCOURT, C.; Ponczek, C. et al. Confecção de modelos artificiais de baixo custo como auxílio aprendizagem de acesso vascular em pequenos animais. Archives of Veterinary Science v.18, n.4, p.25-30, 2013.
WARDROP, K.J.;REINE, N.; BIRKENHEUER, A.; HALE, A.; HOHENHAUS, A.; CRAWFORD, C.; LAPPIN, M. Canine and feline blood donor screening for infectious disease. Lawrence: Journal of Veterinary Internal Medicine, 2005, v.19, n.1, p. 135-142.
YAGI, K.; BEAN, B. Canine Donor Sellection. In: YAGI, Kenshiro, HOLOWAYCHUK, Marie. Manual of Veterinary Transfusion Medicine and Blood Banking. Oxford: Willey Blackwell, 2016. p. 189 – 199.
YAGI, K. Canine Blood Collection. In: YAGI, Kenshiro, HOLOWAYCHUK, Marie. Manual of Veterinary Transfusion Medicine and Blood Banking. Oxford: Willey Blackwell, 2016. p. 199 – 212.

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