Buscar

Hemoterapia - Diagnóstico Laboratorial Veterinário

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
HEMOTERAPIA 
 
Tratamento suporte emergencial até que a doença de base seja diagnosticada e tratada, pois 
envolve riscos de reações e de transmissão de doenças contagiosas. 
 
PROBLEMAS DA TRANSFUSÃO SANGUÍNEA 
 
➔ ALTO RISCO 
A transfusão em si é um procedimento de alto risco, por isso se associa essa transfusão quando 
realmente se precisa tirar um animal de um risco de emergência, do contrário se tenta outras 
terapêuticas para melhorar o quadro do paciente sem necessitar da transfusão, pois muito 
veterinários acabam tratando uma anemia com uma transfusão, sendo errado, já que quando se 
tem uma anemia tem algo causando essa anemia, sendo necessário se tratar essa causa e não 
apenas se tratar a anemia. 
 
➔ HIPERCALEMIA 
Além disso, a transfusão de sangue pode levar a uma hiperpotassemia/hipercalemia, o que pode 
levar o paciente a uma parada cardíaca, podendo levar a morte, por isso a medicina transfusional 
trabalha com um conceito diferente, realizando apenas o mínimo necessário de transfusões 
sanguíneas. Hoje se trabalha muito em achar um conservante que permita que a hemácia 
permaneça por um maior tempo viável, para que assim ela não se rompa liberando potássio no 
organismo do receptor, tanto que quando se tem um doente renal ou hepático na medicina 
veterinária se procura uma bolsa que tenha menos tempo de armazenamento, pois a mesma tem 
menos metabólitos, agora quando se utiliza uma bolsa com um tempo maior de armazenamento 
a hemácia tende a ter uma fragilidade de membrana acentuada, fazendo com que ela dure menos 
tempo na circulação. 
 
➔ TRANSMISSÃO DE DOENÇAS CONTAGIOSAS 
Se tem um certo risco de transfundir doenças contagiosas tanto na medicina humana quanto na 
medicina veterinária, esse risco acaba fazendo com que se tenha um maior critério para realizar 
essa transfusão, evitando ao máximo e tentando outros tipos de tratamentos antes. 
 
OBJETIVO DO BANCO DE SANGUE 
 
O banco de sangue serve para organizar toda essa condição, pois antigamente quando se 
precisava de uma bolsa de sangue era muito mais comum do que hoje em dia pedir para o tutor 
encontrar algum cachorro ou gato do porte necessário para doar sangue para o paciente, porém 
hoje, com o banco de sangue, se tem esses doadores selecionados, sendo animais conhecidos e 
triados, fazendo com que se minimizem as reações transfusionais e também as transmissões de 
doenças, além de outras vantagens como as citadas abaixo. 
 
➔ SELEÇÃO DE CÃES E GATOS DOADORES 
Seleção de doadores, que já são animais conhecidos e triados, tendo uma chance de possuir uma 
doença incubada menor do que o animal que não se sabe a procedência. Esses animais realizam 
exames periódicos possuindo assim um maior controle do estado de saúde do doador, evitando 
a disseminação de doenças. 
 
 
 
2 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
➔ TIPAGEM SANGUÍNEA 
Processo de coleta e análise do sangue do paciente para identificar a qual grupo sanguíneo ele 
pertence. 
 
➔ TESTE DE COMPATIBILIDADE 
São os testes imunohematológicos realizados para selecionar o hemocomponente compatível, a 
fim de garantir uma transfusão segura. 
 
➔ COLETA DE BOLSAS 
A coleta de bolsas parece ser simples, mas pode demorar em torno de 10 minutos, precisando 
ficar com a agulha na veia do animal, portanto se precisa de prática e treino. 
 
➔ SANGUE TOTAL 
O sangue total serve para obtermos os hemocomponentes, quando utilizamos o sangue total 
utilizamos uma bolsa para um animal, se realizarmos a separação dos hemocomponentes uma 
bolsa de sangue consegue-se transformar em pelo menos 3 bolsas, por isso a transfusão de 
sangue total deve ser desestimulada atualmente. 
 
➔ HEMOCOMPONENTES 
Se tem um melhor armazenamento da bolsa quando ela é fracionada em seus 
hemocomponentes, além de conseguir utilizar em um maior número de pacientes do que se fosse 
utilizar a bolsa de sangue total. 
• Concentrado de Hemácias (CH) 
• Concentrado de Plaquetas (CP) 
• Plasma Fresco Congelado (PFC) 
 
➔ TRANSFUSÃO SANGUÍNEA 
O objetivo do banco de sangue é também realizar e acompanhar o procedimento transfusional. 
 
➔ MONITORAMENTO DA TRANSFUSÃO 
Realiza-se o monitoramento da transfusão para intervir caso se tenha alguma reação 
transfusional. 
 
➔ REAÇÕES TRANSFUSIONAIS 
Se o paciente tiver uma reação transfusional o banco de sangue interfere com medicamentos. 
 
SELEÇÃO DOS DOADORES 
 
Para realizar a captação de sangue é necessário que os doadores possuam os pré-requisitos 
necessários para isso. 
 
➔ IDADE 
Na literatura, tanto para cão quanto para gato a idade é de 1 a 8 anos, porém em cães, na prática, 
o recomendado é até 7 anos, pois se trabalha com raças muito grandes – como dogue alemão e 
rottweiler, onde esses animais possuem uma expectativa mais baixa – a expectativa de vida deles 
é em torno de 8 a 10 anos. 
• Cão: 1 a 7 anos de idade. 
• Gato: 1 a 8 anos de idade. 
 
3 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
➔ PESO 
• Cães: Mínimo de 25kg. 
Se tem uma quantidade mínima de sangue que se pode retirar por quilo do animal, pode-se 
retirar de 18 a 20 ml por quilo, se realizar a coleta em um animal que tenha menos peso que o 
recomendado ele pode passar mal por se retirar uma quantidade que para ele é significativa. Na 
literatura se fala que o peso mínimo em cães é de 27 a 28 quilos, porém na prática trabalhamos 
com 25 quilos pois se tem um peso que nos deixa dentro da faixa de segurança para a coleta de 
sangue. Quando coletamos sangue de animais de cerca de 20-22 quilos, a grande maioria desses 
animais passam mal depois de coletar a bolsa – pressão cai, desmaios, mucosas pálidas. Se tivesse 
uma bolsa menor poderia reduzir o peso da coleta, que é o que acontece nos EUA, porém aqui 
no Brasil não temos bolsas menores do que de 400 a 450mL. 
• Gatos: Mínimo de 4kg. 
Pode-se coletar de 10 a 15 ml por quilo. 
 
➔ CLINICAMENTE SAUDÁVEIS 
O animal precisa estar clinicamente saudável. 
• Animais que Receberam Transfusão 
Não se coleta desses animais pois ele já entrou em contato com uma hemácia diferente, podendo 
já ter entrado em contato com uma hemácia diferente, podendo já ter produzido anticorpo para 
aquela hemácia diferente. 
• Procedimento Cirúrgico Recente 
Animais que realizaram um procedimento cirúrgico recente aproximadamente nos últimos 30 dias 
não podem doar. 
• Fêmeas Nulíparas 
Damos preferência para fêmeas que são nulíparas – que nunca pariram, pois assim se tem menos 
chances de se ter um anticorpo para algum tipo sanguíneo diferente, pois as vezes quando o 
indivíduo nasce pode se ter o contato do sangue do feto/recém-nascido com a mãe, podendo 
nesse momento se ter uma sensibilização, por isso temos uma preferência por fêmeas nulíparas, 
porém não significa que não coletamos em fêmeas que não são. 
 
➔ VACINADOS E VERMIFUGADOS 
Precisa estar vacinado e vermifugados, com controle de endoparasitas e ectoparasitas. 
 
➔ TEMPERAMENTO DÓCIL 
• Cães 
Precisa ter um temperamento que permita com que se manipule o cão durante a manipulação 
com o mínimo de estresse. 
• Gatos 
Em gatos se anestesia ou seda para conseguir manipular, a coleta é muito mais rápida em gatos 
pois se coleta por pressão, preenchendo uma bolsa em 2 a 3 minutos. 
 
PROCESSOS QUE ANTECEDEM A COLETA 
 
Antes de coletar a bolsa de sangue precisamos fazer o exame físico e o exame de triagem, se 
realizarmos os exames de triagem após a coleta aumentamos muito o risco de coletar a bolsa de 
um animal que está doente, podendo até mesmo piorar o quadro do animal, e o material coletado 
será descartado, sendo um custo desnecessário. 
 
 
4 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
➔ EXAME FÍSICO 
Além da anamnese para realizar a seleção dos doadores, devemos realizaro exame físico normal 
dos animais para constatar que o animal está saudável para a realização da coleta, como através 
da inspeção, palpação, auscultação e percussão. Além de analisar o turgor cutâneo – se há 
desidratação, tempo de preenchimento capilar, coloração das mucosas e frequências cardíaca e 
respiratória. 
 
➔ EXAME DE TRIAGEM 
Exames para testar a biossegurança da bolsa de sangue, tendo que realizar esses exames de 
qualquer jeito, por isso são oferecidos aos tutores. 
• Hemograma e Contagem Plaquetária 
✓ Pesquisa de Hematozoários 
Babesia sp, Erlichia sp, Mycoplasma spp e Anaplasma platys. Se tem uma sensibilidade muito 
baixa, por isso que se complementa com a sorologia. 
• Dosagem Bioquímica 
Perfis renal e hepático, além de dosagem de colesterol e glicemia. 
• Sorologia – Anticorpos Contra: 
✓ Cães 
Fazemos a sorologia para as principais doenças da região, podendo variar de região para região, 
mas normalmente são feitas sorologia para: Erlichia canis, Erlichia ewingii, Borrelia burguidorferi, 
Leishmania infatum, Anaplasma platys, e Anaplasma phagocylophilum. 
✓ Gatos 
FIV, FELV, e Mycoplasma spp. 
• Cultura para Brucella sp e Pesquisa de Antígenos de Dirofilária immitis 
 
➔ POR QUE CÃES E GATOS NÃO PASSAM MAL APÓS DOAREM SANGUE? 
Esses animais são quadrupedes, logo, quando terminam de doar sangue eles não têm uma queda 
de pressão que nem os humanos que são bípedes – quando se levantam tem uma queda de 
pressão mais acentuada, apresentando tonturas. 
 
MÉTODOS DE COLETA 
 
➔ PASSOS 
• Antissepsia 
Antes de fazia tricotomia, porém se tem estudos mostrando que com uma boa antissepsia não se 
tem problemas de contaminação. 
• Veia de Grande Calibre 
Sempre coletar de uma veia de grande calibre, pois se tem um fluxo maior, tendo preferência em 
coletar da veia jugular. Pode-se até mesmo coletar da pata, mas apenas em cães de grande porte. 
• Punção 
A punção é única, uma vez iniciada a coleta de sangue, esta deverá completar o volume da bolsa, 
se sair a agulha da veia a bolsa deverá ser descartada, pois já vai ter entrado ar e com isto 
aumentando os riscos de contaminação da bolsa. – Se introduz a agulha na veia e mantem até o 
final da coleta, quando der o volume adequado se lacra a bolsa e apenas depois se retira a agulha 
da jugular. 
 
 
 
 
5 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
➔ CÃES 
• Coleta por Gravidade 
 
 
A bolsa de sangue estará acoplada a um homogeneizador que irá homogeneizar o sangue 
coletado. 
 
• Coleta por Câmara a Vácuo 
 
 
Animal fica em decúbito lateral ou em extensão, a vantagem é a rápida coleta – 4 minutos por 
bolsa, pois coleta-se de 3 a 4 mL por segundo. Se tem uma bomba de vácuo que se liga a uma 
câmara de vácuo, a vantagem é que se pode coletar com o animal sentado. Nesse sistema à vácuo 
se homogeneíza a bolsa apenas no final, pois o processo de coleta é tão rápido que não dá tempo 
de coletar – a não ser que se perca a veia, pois pode criar coágulo dependendo do tempo que se 
perde. 
 
➔ GATOS 
• Punção da Jugular 
 
 
Não se tem um sistema de coleta para gatos, precisamos montar todo o sistema, nós que 
montamos as bolsas, montamos toda a estrutura e esterilizamos para poder armazenar a bolsa. 
 
6 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
Realiza-se a punção da jugular e coleta por seringa e agulha, se tem uma seringa com uma 
torneirinha de 3 vias. 
O gato é sedado para a realização da coleta pois o animal precisa estar imóvel para puncionar a 
veia e coletar o sangue na seringa, demora em torno de 2 a 3 minutos, coleta-se cerca de 60mL 
de sangue total, pois é o que se tem em seringa, sendo também o adequado devido ao peso 
deles, pois pode-se coletar de 10 a 15mL, porém o que se padronizou como menos interferência 
com eles é a condição de 11mL por quilo. 
✓ Protocolo de Sedação 
▪ Butorfanol 0,3 a 0,5 mg/kg/IM 
Se o gato permite que se colete apenas com o butorfanol o gato fica mais carinhoso, 
permitindo a manipulação, não brigando. Se o gato não permitir a manipulação se 
administra Cetamina e Midazolan, fazendo com que o gato seja anestesiado por 15 
minutos. 
▪ Midazolan 0,5 mg/Kg/IM 
▪ Cetamina 5 mg/kg/IM 
 
Após a coleta, se tem o processamento da bolsa para se obter os hemocomponentes. 
 
SEPARAÇÃO DOS HEMOCOMPONENTES 
 
Hoje em dia na medicina humana não se trabalha mais com o sangue total, pois o 
hemocomponente é muito mais específico para o tratamento, e a sua eficácia é muito maior 
quando se utiliza do que utilizando o sangue total, porém a veterinária ainda utiliza muito o 
sangue total, pois o veterinário pensa em utilizar as hemácias que estão no sangue total, o plasma 
e as plaquetas, mas hoje sabe-se que muitos desses fatores vão se degradando conforme se 
armazena essas bolsas, por isso o uso do sangue total está caindo em desuso, onde quando se 
precisa por exemplo de hemácia e plasma, se utiliza o concentrado de hemácias e o plasma, 
porque então se tem todos os fatores viáveis de coagulação. O uso dos hemocomponentes é 
mais eficaz, com um controle de qualidade maior, além de conseguir armazenar por um maior 
período essas bolsas fracionadas, sendo então muito importante se ter um banco de sangue para 
realizar a separação desses hemocomponentes. 
As bolsas de sangue vêm interligadas com bolsas satélites – bolsas para a realização da separação 
dos hemocomponentes. Após se lacrar a bolsa de sangue total não se abre mais, sendo aberta 
apenas quando for realizado o procedimento transfusional. Se tem uma bolsa de sangue total 
com anticoagulante com 2 bolsas satélites que saem da bolsa de sangue total, tendo um sistema 
interligado através dos espaguetes. Para fazer o teste de compatibilidade de tipagem sanguínea 
nunca se usa o sangue da bolsa, e sim o sangue dos espaguetes que foram selados pela máquina 
seladora, pois depois que abrir a bolsa se tem de 4 a 6 horas para utilizá-la, não mais do que isso, 
pois depois que entrou ar na bolsa se tem chances de contaminação. 
 
 
 
7 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
➔ FRACIONAMENTO 
Processamento realizado em circuito fechado. 
 
• 1ª Centrifugação 
Se realiza esse fracionamento através de uma centrífuga, se coloca a bolsa de sangue total junto 
com as bolsas de sangue satélite e centrifuga, realizando a primeira centrifugação, fazendo com 
que a bolsa fique igual a um hematócrito, onde o concentrado de hemácias fica em baixo e o 
plasma rico em plaquetas – PRP, fica em cima. Se separa esse PRP em uma das bolsas satélites, o 
concentrado de hemácias permanece na bolsa que era do sangue total, se tendo o primeiro 
hemocomponente pronto que é o concentrado de hemácias, onde o hematócrito desse 
concentrado varia de 60 a 80%, pois ele concentrou as hemácias. 
O extrator de plasmas que realiza a transferência do plasma rico em plaquetas para a 1ª bolsa 
satélite, onde o extrator pressiona a bolsa em baixo e a parte de cima vai para essa outra bolsa. 
 
 
Imagem 1: Bolsa de sangue total interligada com 2 bolsas satélites em circuito fechado. 
Imagem 2: Extrator de plasma pressionando a plasma, onde a parte de cima vai para a 
primeira bolsa satélite. 
Imagem 3: Selador para selar o espaguete. 
 
• 2ª Centrifugação 
Se realiza uma nova centrifugação do PRP – centrifugação em 3000g por 10 minutos a 20°C, que 
é chamada de centrifugação pesada, pois a velocidade e o tempo dela é muito grande, depois 
dessa centrifugação se tem outros dois hemocomponentes, sedimentando as plaquetas, ficando 
em cima apenas a parte líquida do sangue que é o plasma, com isso se coloca o plasma em outra 
bolsa satélite, e o concentrado de plaquetas permanece na primeira bolsa satélite. 
 
8 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
 
 
• Bolsa Quadrupla 
Com duas centrifugações se conseguetrês hemocomponentes, na 1ª centrifugação se tem o 
concentrado de hemácias e o PRP, na 2ª centrifugação pesada se tem o concentrado de plaquetas 
e o plasma fresco, que será congelado, sendo estes os 3 principais hemocomponentes que se 
obtém e que se usa muito, mesmo assim se consegue obter outros hemocomponentes, onde se 
tivermos uma bolsa quadrupla se consegue depois de congelar esse plasma obter o 
crioprecipitado – descongela a bolsa a 4ºC centrifugando para separar o crioprecipitado, que é 
rico em fibrinogênio e em fator de Von Willebrand, sendo muito utilizado para hemofilias, e o que 
sobrou desse crioprecipitado se chama de plasma pobre em proteínas – plasma criopobre, sendo 
muito utilizado em pacientes com queimaduras, pois ele é rico em albumina, e em pacientes 
queimados se tem muita exsudação, perdendo muita albumina, logo com esse plasma pobre em 
proteínas se consegue repor essa albumina sem repor os outros fatores que não estão precisando. 
 
➔ EQUIPAMENTOS 
 
• Centrífuga 
 
Realiza o 
fracionamento dos 
hemocomponentes. 
• Selador 
 
Sela as bolsas. 
• Stand Conexion 
 
Conecta dois tubos 
de uma forma 
estéril. 
• Extrator de Plasma 
 
Realiza a extração de 
plasma. 
 
• Agitador de Plaquetas 
 
 
9 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
A plaqueta dura 5 dias em temperatura ambiente, precisando ficar em constante agitação para 
evitar que elas agreguem, as plaquetas são muito sensíveis, precisando ficar em uma 
temperatura de 23 a 25ºC em constante homogeneização. 
 
• Freezer 
 
O plasma deve ser mantido congelado, sendo o hemocomponente que dura mais tempo, 
podendo ficar cerca de um ano congelado. 
 
➔ Tudo tem um procedimento e um POP para ser realizado, com controle de qualidade. 
 
BOLSAS DE SANGUE TOTAL 
 
➔ SANGUE TOTAL REFRIGERADO 
• Estocagem 
Refrigerado de 2 a 6ºC, sendo viável por 28 a 35 dias – se coletado em CPDA-1. 
• Indicação 
Pode ser utilizado, tendo indicações mínimas, como em casos de anemias associadas com 
hipovolemia, apenas nessa condição. 
Por que se tem o uso restrito dessa bolsa? O sangue total mantem as plaquetas viáveis apenas 
de 8 a 12 horas após a sua coleta, após esse período os fatores de coagulação começam a 
degradar e as plaquetas perdem a sua viabilidade, então só se consegue usar o pouco das 
plaquetas se for utilizada a bolsa de sangue total fresco, que é o sangue coletado de 8 a no 
máximo 12 horas. Agora, a partir do momento que o sangue foi refrigerado, essa plaqueta morre, 
logo, o sangue total refrigerado tem o plasma – que é utilizado como expansor de volume, porque 
depois de 24 horas que esse sangue ficou na geladeira os fatores de coagulação também 
começam a degradar, logo esse sangue total refrigerado serve apenas para choque hipovolêmico 
associado à anemia, pois o plasma serve como expansor de volume e as hemácias fazem sua 
função de oxigenação. 
• Quanto Transfundir 
Se utiliza uma conta para saber o quanto de volume de sangue será necessário para ser 
transfundido, se tendo o peso do receptor multiplicado pelo fator que é equivalente ao tamanho 
das hemácias – VCM das hemácias, sendo de 90 para cão e 70 para gato. Esse valor é multiplicado 
pelo hematócrito desejado – hematócrito normal para a espécie, menos o hematócrito do 
receptor, sendo o valor final dividido pelo valor do doador. 
Sempre se busca elevar o hematócrito em um nível menor do que o hematócrito da espécie, pois 
se elevar o hematócrito em um nível normal para a espécie o organismo para de tentar estimular 
a produção de hematócritos, pois não se tem mais hipóxia, por isso se eleva a um torno de 25 a 
30% de hematócrito, para assim não tirar o estimulo do organismo na medula óssea. 
 
 
10 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
 
 
HEMOCOMPONENTES 
 
➔ CONCENTRADO DE HEMÁCIAS 
• Estocagem 
Refrigerado de 1 a 6ºC, sendo viável por 21 dias. 
• Indicação 
Em casos de anemias, é importante estabelecer a causa, como por erliquiose, doença renal 
crônica, síndrome paraneoplásica, entre outras. 
✓ Mesma capacidade de oxigenação com metade do volume – evitando sobrecarga. 
O hematócrito dessa bolsa é muito alto, de 60 a 80% – onde o hematócrito do doador chega a 
45%, sendo indicados em casos de anemias (sem trombocitopenia e leucopenia) esses 
concentrados de hemácias, pois com um pequeno volume se aumenta muito mais o hematócrito 
do paciente. Para um paciente de pequeno porte, nefropata ou hepatopata se tem um valor muito 
grande, pois não se causa um desequilíbrio de sobrecarga no sistema circulatório – não fazendo 
um volume muito grande em um paciente que não consegue eliminar esse grande volume. 
✓ Redução nos níveis de citrato e potássio. 
Em pacientes nefropatas ou hepatopatas que não podem receber muito citrato ou potássio que 
tem na bolsa se tem um benefício em se utilizar o concentrado de hemácias, pois esses pacientes 
possuem dificuldade em metabolizar essas substancias, já que o anticoagulante da bolsa pode 
ser o citrato de sódio, que tem o potássio também como substancia nessa solução de 
anticoagulante, o hepatopata tem dificuldade em metabolizar o citrato, o nefropata tem 
dificuldade de eliminar determinados eletrólitos, principalmente o potássio. Quando se realiza 
esse concentrado de hemácias se retira muito desses componentes que ficam no plasma – parte 
líquida do sangue, como grande parte desse citrato e potássio foi retirado do concentrado de 
hemácias e redirecionado para o PRP, se diminui a toxicidade para esses pacientes além de elevar 
o hematócrito com um volume bem menor. 
✓ Redução nos níveis de Isoaglutinina. 
Quando se utiliza um hemocomponente se diminui a chance de reação transfusional, 
minimizando a chance de ter essa reação, se tendo benefícios muito grandes de se utilizar esses 
hemocomponentes. Isso porque, pode se ter um indivíduo que pode desenvolver uma reação de 
hipersensibilidade por causa das proteínas plasmáticas, e quando se faz um concentrado de 
hemácias a grande quantidade de proteínas plasmáticas foi direcionada para o plasma, tendo 
então pouca quantidade de proteína plasmática no concentrado, diminuindo as reações 
transfusionais. 
• Como Transfundir 
Pode-se transfundir de 2 a 4 horas esses hemocomponentes, em um primeiro momento se 
difunde vagarosamente – 0,25mL/Kg/hora, realizando isso na primeira meia hora, após isso se 
não tiver nenhuma reação se vai aumentando a velocidade de transfusão – chegando até 4 a 
5mL/kg/hora, dependendo do paciente, se ele puder receber mais volume, pode-se chegar a 
transfundir de 10 a 25mL/Kg/hora, calculando de forma que a transfusão dure no máximo 4 horas. 
Mesmo fazendo teste compatibilidade, mesmo fazendo tipagem sanguínea – no caso do cão que 
só tem um tipo deles, pode se ter uma reação transfusional, então por isso que qualquer 
componente que tenha hemácias, se transfunde de forma muito lenta nos primeiros 45 min, e 
 
11 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
depois aumenta a velocidade, já que maior parte das reações acontecem nesses 30 a 45 minutos, 
por isso se realizando nesse volume de 0,25mL/kg/hora na primeira meia hora. 
Porque não pode exceder o tempo de 4 a 6 horas? Porque uma vez que se abriu a bolsa e entrou 
ar dentro da bolsa, a chance de entrar bactéria é muito grande, logo, se passar esse tempo de 4 
a 6 horas pode-se ter uma multiplicação/contaminação bacteriana tendo o problema de infundir 
um sangue contaminado, por isso não se pode realizar uma transfusão acima de 4 a 6 horas, onde 
todo hemocomponente, sangue total ou concentrado de hemácias se demora em torno em média 
de 4 horas para fazer essa transfusão. 
 
• Quanto Transfundir 
De 10 a 15 ml de sangue por quilo transfundindo eleva cerca de 10% o hematócrito, sendo o mais 
confiável transfundir 10mL por quilograma. O período adequadopara transfundir é no máximo 
de 2 horas. 
 
(35 – Ht do animal) x Peso 
 
EXEMPLO: Animal com 10Kg e com 15% de hematócrito, se espera elevar mais 10% do 
hematócrito, logo, como se transfunde 15mL/Kg – e 15mL por quilo se aumenta 10% do 
hematócrito, como o animal tem 10kg precisa se transfundir 150mL – 15mL/kg vezes 10kg do 
peso do animal para elevar 10%, onde depois dos 150mL do concentrado se chega a ter 25% de 
hematócrito nesse caso. 
 
➔ CONCENTRADO DE PLAQUETAS 
• Estocagem 
Armazenamento a temperatura ambiente de 20 a 25ºC, se tem uma validade de 5 dias, deve-se 
manter uma constante homogeneização leve. 
✓ Avaliar Swirling 
Se avalia a eficácia e a viabilidade das plaquetas através da técnica de swirling, pois uma bolsa 
tem que ter no mínimo 5 bilhões de plaquetas – se ela tiver menos não deve ser utilizada, são 
observadas pelo turbilhonamento/movimento desses 5 bilhões de plaquetas – onde esse 
movimento é chamado de swirling, ou seja, se tem esse movimento significa que está viável. Se 
começar a fazer grumos precisa-se descartar esse concentrado, porque isso pode ser porque já 
passou o tempo das plaquetas – viabilidade, ou na verdade pode ser devido a uma contaminação 
bacteriana, uma vez que as plaquetas ficam em temperatura ambiente – 20 a 25°C, em constante 
homogeneização com duração de 5 dias. 
• Indicação 
Utilizado em casos de trombocitopenia ou trombocitopatia associado a sangramento, logo, o 
concentrado de plaquetas se usa na forma terapêutica – quando na verdade se tem 
trombocitopenia com sangramento, porém também pode-se utilizar esse concentrado de 
plaquetas em situações profiláticas. 
EXEMPLO: Um animal que foi atropelado e está com hemorragia, precisando de reposição de 
hemácia, plasma e plaqueta. Deve-se pegar cada um dos hemocomponentes e fazer, concentrado 
de hemácias, concentrado de plaquetas e o plasma, porque assim se tem as plaquetas viáveis na 
quantidade correta, o plasma que irá utilizar os fatores de coagulação (mesmo que ele não tenha 
deficiência dos fatores de coagulação está tendo reposição). 
• Quanto Transfundir 
O volume utilizado é de 1 concentrado de plaquetas para cada 10 kg de peso. A transfusão dura 
cerca de 1 hora, pois a bolsa tem pouco volume – de 50 a 70 ml. 
 
12 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
✓ Vantagens quanto a Bolsa de Sangue Total 
As plaquetas são um hemocomponente que não se consegue repor, 1 concentrado de plaquetas 
é para cada 10 kg do peso, então se tem um paciente com 30 kg precisará de 3 concentrados de 
plaquetas e cada concentrado de plaquetas vem de 1 bolsa de sangue total, ou seja, precisaria de 
3 bolsas de sangue total para repor as plaquetas, por isso não se usa sangue total para repor 
plaqueta, provocaria uma sobrecarga circulatória no paciente. 
• Como Transfundir 
✓ Transfusão Terapêutica 
Trombocitopenia associada com sangramento ativo, e o sangramento de alteração da hemostasia 
primaria é epistaxe, petéquia, equimoses, sendo essa a clínica de animais que possuem alterações 
de hemostasia primária que no caso é devido a diminuição das plaquetas. 
✓ Transfusão Profilática 
▪ Para paciente cirúrgico em torno de 50.000 – 100.000 plaquetas. 
Paciente que vai passar por um procedimento cirúrgico que está com menos de 100 mil 
plaquetas, então começa a transfusão de plaquetas no pré-operatório para que o animal 
não tenha uma hemorragia profusa. 
EXEMPLO: Um animal com menos de 10.000 plaquetas não associado com sangramento 
costumava se realizar uma transfusão profilática, porém se identificou que em muitos 
casos o animal que recebia a transfusão montava uma resposta imunológica contra a 
plaqueta do doador, destruindo essas plaquetas, e muitas vezes também produzia 
anticorpo contra a plaqueta dele, então muitas vezes se tinha um cão com 7 mil plaquetas 
sem sangramento e depois que se realiza a transfusão de plaquetas depois de 2 a 4 dias 
esse animal começava a sangrar, logo esse individuo tem um risco muito grande de ter 
sangramento, mas hoje se trata a doença primaria e se ele apresentar sangramento se 
realiza a transfusão, se ele tiver menos de 10.000 plaquetas sem sangramento apenas 
coloca o animal em observação. 
• Monitoramento da Transfusão 
Se há um animal que tem trombocitopenia associado a sangramentos, ao infundir as plaquetas 
elas irão para o local de sangramento cessar o mesmo, ou seja, se realizar um exame para avaliar 
a quantidade de plaquetas ela estará diminuída, já que a mesma foi utilizada para cessar o 
sangramento, portanto, se avalia se a transfusão foi bem sucedida ou não pelas manifestações 
clínicas – cessar hemorragia, epistaxe, hematúria, petéquias, etc. e não por contagem de 
plaquetas. O que pode acontecer também é que se um animal não está produzindo plaquetas, 
ao fazer a transfusão irá cessar o sangramento momentaneamente, mas o mesmo pode voltar já 
que a medula não está produzindo ainda porque não teve tempo de responder ao tratamento 
primário – leva um tempo, então esse indivíduo terá que receber outra transfusão de plaquetas – 
tendo casos de 8 em 8 horas a de 24 a 24 horas, até que o tratamento seja eficaz e volte a produzir 
a plaqueta desse indivíduo. 
✓ Reações de Hipersensibilidade 
Quando se aplica corticoide se evita as reações de hipersensibilidade que causam bastante 
quando se infunde plaquetas por conta das proteínas plasmáticas e outros antígenos, logo, se 
infundir essa solução de concentrado de plaquetas e o paciente fizer angioedema, ficando 
edemaciado, inchado, com pruridos faciais, evidencia-se reação de hipersensibilidade, se isso 
acontecer se para a transfusão aplicando um anti-histamínico, se não passar a reação com o anti-
histamínico se realiza a administração de um corticoide. 
 
 
 
13 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
➔ PLASMA FRESCO CONGELADO 
• Estocagem 
✓ Fresco 
Dura até 12 horas após a coleta, com todos os fatores viáveis. 
✓ Congelado 
Dura até cerca de 1 ano se conservado em temperatura de -20ºC. Se descongela à 37ºC utilizando 
logo após o descongelamento para a transfusão. 
• Indicação 
✓ Hemorragia 
Serve em qualquer situação onde se tem perda de sangue, para controlar hemorragia ativa ou 
como profilaxia pré-operatória pois, se repõe os fatores de coagulação que estão sendo perdidos. 
✓ Coagulopatias Hereditárias 
Doença de Von Willebrand, hemofilia, pois tem o fator VIII, IX, fator de Von Willebrand, repondo 
esses fatores. 
✓ Coagulopatias Adquiridas 
Insuficiência hepática, deficiência de vitamina K, picadas de animais peçonhentos – cobras que 
leva distúrbio de coagulação, neoplasias, coagulação intravascular disseminada – CID, sepse. 
✓ Pancreatite e Hipoproteinemia 
Não são mais utilizadas como transfusão terapêutica. 
▪ Pancreatite: Segundo alguns trabalhos publicados a pancreatite está mais relacionada 
com a mortalidade do que com o tratamento adequado do indivíduo, sendo ainda um 
pouco controverso, pois o plasma contém uma substância chamada alfa 2 
macroglobulina que inibe a autodigestão do pâncreas, por isso se vê certos benefícios 
em se utilizar, pois aumenta a perfusão do órgão diminuindo o processo inflamatório e a 
autodigestão do órgão, além disso essa substância também ajuda a diminuir a 
autodigestão. 
▪ Hipoproteinemia: Se utilizava a transfusão de plasma para repor a albumina, tendo que 
fazer uma transfusão de 8 em 8 horas, tendo que ser um processo terapêutico constante 
pois o paciente ou não produz ou está perdendo constantemente, logo ao mesmo tempo 
que se faz a transfusão se perde muito rápido ou deixa de produzir não aumentando essa 
albumina de forma significativa na circulação, se tendo uma reação muito cara além de 
submeter o paciente a ter uma reações transfusionais, pois se realiza essa transfusão de 
8 em 8 horas por um período X, não se sabendo quanto tempo isso irá durar, porisso, 
para repor albumina hoje se prefere muito mais utilizar clara de ovo, gelatina, composto 
proteico para cão, albumina de atleta, etc. fazendo por via oral, saindo muito mais barato 
com um risco menor, e com uma eficácia maior de reposição. 
• Quanto Transfundir 
A quantidade que se deve transfundir é de 10 ml/kg a 12 ml/kg – dependendo da indicação. 
 
TIPOS SANGUÍNEOS EM CÃES 
 
Possuímos uma média 13 tipos sanguíneos que são considerados importantes para a medicina 
canina na literatura americana, na literatura britânica se tem cerca de 20 tipos sanguíneos – pois 
se tem tipos sanguíneos que foram detectadas em determinadas raças, como no dálmata, porém 
não se tem muito claro se são importante, onde na verde, desses 13 tipos sanguíneos existem 6 
que podem levar a reações, sendo esses 6 os mais importantes. 
Chamamos os tipos sanguíneos do cão de Dog Erythrocyte Antigen – DEA, antígeno eritrocitário 
canino, se tendo um número para esses tipos sanguíneos, os mais importantes são o DEA 1.1, 
 
14 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
DEA 1.2, DEA 1.3, DEA 3, DEA 5 e DEA 7 – se tem também o DEA 4, DEA 6 e DEA 8, porém em 
menor incidência. E para a medicina transfusional o tipo mais importante, tanto que se tem 
tipagem apenas para esse tipo sanguíneo, o da família do DEA 1, sendo o mais comum o DEA 1.1 
– mais de 60% dos cães, mas também se tem o DEA 1.2 e DEA 1.3. 
 
➔ REAÇÕES DOS DEA 
• DEA 1.1 
O mais importante, pois, além de corresponder a 60% dos resultados de tipagem sanguíneas 
realizadas, também é o tipo sanguíneo que pode levar ao quadro de reação hemolítica aguda – 
reação que mata. Se realizar uma reação incompatível do DEA 1.1 esse individuo tem uma chance 
muito grande de vir a óbito, por isso se realiza na primeira meia hora, 40 minutos, de forma muito 
lenta, pois se o paciente tiver uma reação hemolítica aguda ele começa a destruir as hemácias 
conforme ela vai passando na circulação – pois ele já tem o anticorpo, então esse animal começa 
a apresentar hemoglobinúria, hiperhemoglobinemia – aumento de hemoglobina no sangue, 
febre, taquicardia, taquipneia, sendo as manifestações clínicas da reação hemolítica aguda, se 
realizar uma grande infusão de forma muito rápida, essa inflamação é sistêmica pois se está 
infundindo no sangue, levando a uma inflamação generalizada, por isso esses paciente acabam 
indo à óbito. 
✓ Kits de Tipagem 
Tem kits que detectam apenas o DEA 1.1 – mais comum, ou então kits que detectam a família do 
DEA 1.x – pois pode ser o 1.1, 1.2 ou 1.3. 
• DEA 3 
Também pode levar a reação hemolítica aguda, porem o DEA 3 é muito raro. 
• RESTANTE DOS DEA 
Podem levar a uma reação tardia, levando dias para acontecer, principalmente o DEA 5 e o DEA 
7. 
 
➔ DEA NEGATIVO PARA DEA 1.x 
Os animais que possuem o tipo sanguíneo DEA 1.x são considerados DEA positivos, um animal 
que possui DEA negativo possui aloanticorpos contra o DEA 1.1, DEA 1.2 e contra o DEA 1.3, sendo 
considerado um doador universal, pois por mais que se tenha uma reação ela será uma reação 
tardia, demorando cerca de 5, 7 a 10 dias para destruir todas as hemácias, tendo então tempo de 
se procurar outro doador que seja compatível durante este tempo. 
 
➔ MULTIPLAS TRANSFUSÕES – FORMAÇÃO DE ALOATICORPOS NATURAIS 
O cão não possui anticorpos/aloanticorpos naturais – diferente dos humanos, que possuem 
anticorpos naturais para os outros tipo de tipagem sanguínea que não seja os deles, onde por 
isso, se uma pessoa é A e outra pessoa é B, se uma entrar em contato com o sangue da outra irá 
gerar uma reação hemolítica aguda que pode levar à óbito já em um primeiro momento; nos cães 
isso não ocorre por eles não possuírem anticorpos naturais, por isso dizem que na primeira 
transfusão não há problemas de ocorrer reações hemolíticas agudas, pois não apresentam 
anticorpos naturais, ou seja 99,99% não terão reação na primeira transfusão, porém se o paciente 
for DEA 3 pode ter reação na primeira transfusão. 
Se o animal é DEA negativo e na primeira transfusão se recebe um DEA positivo, a partir desse 
momento se começa a formar anticorpos – animal foi sensibilizado, logo, na segunda transfusão 
se o animal receber um DEA + ele faz reação hemolítica na hora. 
Porém, em alguns tipos sanguíneos há ocorrência natural de anticorpos – aloanticorpos, que 
atuam contra outro tipo sanguíneo, mesmo que este animal não tenha sido exposto a tais 
 
15 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
antígenos eritrocitários – como no caso de cães tipo DEA 3. Assim, os animais não devem ser 
submetidos à transfusão sanguínea – sendo a primeira ou não, sem antes se realizar tipagem e/ou 
reação cruzada entre receptor e doador – teste de compatibilidade, para assim se ter uma maior 
seguridade com relação a incompatibilidade, podendo fazer quantas transfusões forem 
necessárias, mas precisa-se realizar a tipagem sanguínea e o teste de compatibilidade antes de 
qualquer outra coisa, para se controlar esse processo – não são exames caros. 
 
TIPOS SANGUÍNEOS EM GATOS 
 
➔ TIPOS A, B, AB 
Os gatos possuem tipo sanguíneo A, B e o AB, sem relação com o sistema ABO humano. A maior 
prevalência é do tipo sanguíneo A em nossa região, onde mais de 95% dos gatos o Brasil são tipo 
A, com raros B e raríssimos AB. 
Os gatos podem apresentar anticorpos naturais, tendo então um maior risco de reação 
transfusional se comparado com os cães que não possuem esses aloanticorpos naturais. 
• Tipo A 
Possuem aloanticorpos contra tipo B; é o tipo predominante. 
• Tipo B 
Possuem aloanticorpos contra tipo A; a proporção varia conforme região geográfica e raça, sendo 
raro encontrar gatos com esse tipo sanguíneo. 
• Tipo AB 
Não produz aloanticorpos, sendo, portanto, o receptor universal, podendo receber tanto de A 
quanto de B; gatos com essa tipagem sanguínea são raríssimos. 
• Tipo MIK 
Tipo sanguíneo “Mik” recentemente descoberto nos EUA, ainda estudado para saber a frequência 
que ocorre na população de gatos. 
 
TIPAGEM SANGUÍNEA – TESTE DE AGLUTINAÇÃO 
 
 
Teste 1: Negativo para DEA 1.x. Teste 2: Positivo para DEA 1.x. 
 
➔ CÃES 
A tipagem é realizado por aglutinação, onde se tem esse kit que possui um antígeno, então se 
coloca a hemácia do paciente nesse kit, observando por aglutinação o resultado, onde em cima 
se tem o controle da reação – que é apenas o sangue em reação salina, em baixo se tem o 
controle positivo que aglutina – parece leite coalhado, e em baixo, o ultimo quadrante é o teste 
em si, onde quando aglutina é positivo e quando não aglutina é negativo. 
 
 
16 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
➔ GATOS 
Se tem um teste tipo A e um tipo B, se formar grumos é positivo para aquele tipo sanguíneo, se 
aglutinar é negativo, e se aglutinar tanto o A quanto o B o animal é tipo AB. 
 
TESTE DE COMPATIBILIDADE 
 
O ideal é realizar tanto o teste de tipagem sanguínea quanto o teste de compatibilidade, porém 
se tiver que escolher um dos dois, melhor realizar o teste de compatibilidade, pois a tipagem só 
se tem para um tipo sanguíneo que é a família do DEA 1.x, pegando o DEA 1.1, 1.2 e 1.3, não 
pegando os outros tipos sanguíneos, pois o DEA 1 causa reação que pode levar a morte. Já o 
teste de compatibilidade pega todos os outros tipos sanguíneos, não se sabe o tipo sanguíneo, 
mas se sabe que ele está reagindo contra o tipo sanguíneo. 
Um resultado compatível não significa necessariamente que o doador e o receptor possuem o 
mesmo tipo sanguíneo, mas indica que não foram detectados anticorpos no soro do receptor 
contra as hemácias do doador, e não detecta anticorpos contra plaquetas e leucócitos, prevenindo 
apenas a ocorrência de reação transfusional hemolítica aguda e não as demais reações 
imunológicas. O teste de compatibilidade deve ser realizado antes da transfusão, mesmoque 
tenha sido feita a tipagem sanguínea. 
 
➔ TESTE MAIOR 
Realizado quando se quer transfundir sangue total ou concentrado de hemácias, se pega o soro 
do receptor para testar com as hemácias do doador, sendo a reação que dá maior reação, por 
isso se chama teste maior. 
• Soro do Receptor X Hemácias do Doador 
No teste de compatibilidade maior, as células do doador são incubadas junto ao soro do receptor, 
e vão detectar a formação ou não de anticorpos contra as hemácias do doador – detecta a 
presença de anticorpos do receptor contra antígenos eritrocitários do doador. Quando 
incompatíveis, ocorre a aglutinação. Por estes motivos, o melhor seria sempre realizar a transfusão 
autóloga, onde o receptor e o doador são os mesmos, eliminando a incompatibilidade 
imunológica. Porém este tipo de transfusão não é possível, e o paciente deve então receber o 
sangue de um doador. 
• Realizar em Três Temperaturas 
Deve ser realizada a três temperaturas, pois a cada temperatura as reações nessas dadas 
temperaturas indicam a um grupo DEA diferente. 
✓ Ambiente – anti-DEA3, 4, 5, 6 
✓ 4ºC – anti-DEA7 
✓ 37ºC – anti-DEA1.1 e 1.2 
 
 
 
17 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
• Análise Macroscópica e Microscópica 
O teste de compatibilidade maior avalia a aglutinação macroscópica e microscópica com 
solução salina, realizado na maioria dos laboratórios veterinários. 
✓ Análise Macroscópica 
 
 
Imagem 1: Teste realizado no tubo, sendo o tubo de teste compatível, pois ele fica 
homogêneo – solução entre a hemácia do doador e o soro do receptor fica 
homogêneo. 
Imagem 2: Teste não compatível, pois se observa formação de grumos. 
 
✓ Análise Microscópica 
 
 
Imagem 1: Teste compatível, se analisa todas as hemácias separadas. 
Imagem 2: Blocos de hemácias, evidenciando um teste incompatível, não podendo 
transfundir esse sangue de jeito algum, pois se não isso acontecerá dentro da circulação 
do receptor, podendo levar a uma ascite, tromboembolismo e à óbito, pois pode-se 
levar a uma reação inflamatória sistêmica, podendo entrar em CID rapidamente. 
 
➔ TESTE MENOR 
Esse teste menor é realizado quando se tem problema com o sangue do doador, porque então 
se pega o soro do doador com o sangue do receptor. 
• Soro do Doador x Hemácias do Receptor 
Detecta presença de anticorpos do doador contra antígenos eritrocitários do receptor, porém se 
tem pouco plasma do receptor, podendo causar um dano mensurável, sendo uma reação mais 
sutil. 
• Multitransfusões 
Realizado esse teste menor em casos de transfusão de sangue total, em casos de transfundir 
grandes volumes de plasma, concentrado de plaquetas e sangue total ou então em casos que se 
recebe muitas bolsas, precisando fazer o teste maior e o teste menor, já que o doador está sendo 
estimulado a todo momento. 
 
 
 
18 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
REAÇÕES TRANSFUSIONAIS 
 
Pode ocorrer as reações transfusionais, tendo vários tipos de reações transfusionais, por isso o 
banco de sangue monitora essas reações. Uma reação transfusional é qualquer efeito que ocorre 
durante ou após a transfusão, por isso se faz toda uma ficha de acompanhamento da transfusão, 
aferindo temperatura, frequência cardíaca, frequência respiratória e a coloração da urina – sendo 
então o ideal o paciente que vai ser transfundido ser sondado para ser monitorado 
constantemente a urina, pois quando se tem a reação hemolítica ele quebra a hemácia liberando 
a hemoglobina, essa hemoglobina é filtrada pelo rim, logo, uma das primeiras coisas que 
começam a acontecer é a urina começar a ficar avermelhada pela hemoglobinúria. 
Nos primeiro 45 minutos se avalia esses parâmetros de 15 em 15 minutos, pois esse é o tempo 
em que se tem as maiores chances de apresentar as reações transfusionais, após esse tempo 
pode-se avaliar esses parâmetros de meia em meia hora até o final da transfusão. 
 
EXEMPLOS: Aumento da temperatura corpórea em mais de 1°C, tremores, êmese, salivação e 
alteração do estado de consciência. 
 
➔ CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES TRANSFUSIONAIS 
• Reações Imediatas X Reações Tardias 
✓ Reações Imediatas 
Geralmente até 12 horas, mas tem autores que citam até 48 horas após o início da transfusão. 
✓ Reações Tardias 
Após 48 horas se classifica como tardia, podendo demorar dias, meses ou até anos após a 
transfusão. 
 
EXEMPLO: Uma púrpura após transfusão demora cerca de 4 a 8 dias para se instalar, petéquias e 
equimoses, edema em face tendo um prurido muito forte em face deixando a face muito inchada 
– angioedema podendo levar ao edema de glote, tendo que tratar rapidamente a reação, fazendo 
um anti-histamínico, se não tiver resultado se administra corticoide. Devido a transmissão de 
doenças. 
FREQUENCIA DE REAÇÕES TRANSFUSIONAIS 
3 a 5% DOS ANIMAIS DESENVOLVEM 
REAÇÕES LEVES SEVERAS 
Febre 41 - 
Êmese 13 - 
Edema Facial 6 - 
Hemólise 3 - 
Taquipneia 
Dispnéia 
2 1 
Hemólise Aguda 1 1 
Tremores 1 - 
Choque - 1 
 
• Reações Imunológicas X Reações Não Imunológicas 
✓ Reações Imunológicas 
▪ Aguda 
Reações que ocorrem de meia hora a 45 minutos depois da transfusão. 
➢ Reação Hemolítica Aguda 
 
19 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
Reação que pode levar a óbito, sendo causada pelo tipo sanguíneo DEA da família 
1.1, 1.2 e 1.3. 
➢ Reação não Hemolítica Febril 
Se realiza a transfusão o receptor depois de algum tempo começa a ter febre, não 
sendo pela hemólise e sim porque os leucócitos e as plaquetas do doador estão 
ativados, provavelmente o doador tinha algum processo inflamatório com grande 
produção de citocinas, logo quando se transfunde se libera no sangue do receptor 
que começa a ter uma febre, como não é por hemólise – analisando a urina que 
continua amarelo clarinha, então se administra um antitérmico como a dipirona para 
diminuir a febre e depois continuar a transfusão. 
➢ Urticária 
Como por angioedema, pápulas etc., que são devido as degranulações dos 
mastócitos pelas proteínas plasmáticas. Se realiza um anti-histamínico, se não 
resolver se administra corticoide, continuando a transfusão apenas após se ter 
remissão desses sintomas. 
➢ Injúria Pulmonar Aguda pela Transfusão – TRALI 
Acontece muito em gato, onde do nada o indivíduo começa com uma distrição 
respiratória severa, pensando no edema pulmonar, então no raio-x não se tem 
edema, evidenciando ser um é um processo inflamatório que é causado pela 
transfusão, com isso se para a transfusão na hora, colocando o paciente no oxigênio 
e trata sintomaticamente, deixando o animal melhor, que depois de 4 horas estará 
normal, se deve procurar outro doador. 
▪ Tardia 
➢ Reação Hemolítica Tardia 
A transfusão da bolsa de sangue deve durar de 20 a 25 dias, porem essa bolsa de 
sangue é destruída mais rápida, de 5 a 7 dias, dependendo da velocidade. Mas essa 
reação hemolítica tardia não preocupa tanto pois ela será destruída com um tempo 
que permita que se procure uma outra bolsa compatível para transfundir. 
➢ Púrpura Pós Transfusão 
Com cerca de 4 dias se começa a fazer anticorpos, por isso quando se transfunde 
plaquetas o receptor começa a produzir anticorpos contra a plaqueta do doador, 
muitas vezes formando anticorpos contra sua própria plaqueta também, começando 
a destruir e diminuir as plaquetas, onde por volta do quarto dia que é quando começa 
a se ter essa reação, o animal começa a se ter petéquias, equimoses, sufusões, 
hematúria, melena, hematoquesia, sendo o que chamamos de purpura pós 
transfusão. Por isso que o animal apresenta trombocitopenia 5 a 8 dias pós-
transfusão, pois primeiro o receptor precisa formar os anticorpos que demoram no 
mínimo 4 dias, devendo então imunossuprimir esse indivíduo para que ele não 
consiga mais destruir essas plaquetas, conseguindo reverter o quadro. 
➢ Imunossupressão 
Como o indivíduoque recebe uma bolsa de sangue se tem infusão de antígenos 
diferentes, nesse momento ele faz uma imunossupressão, sendo muito comum de 
acontecer logo em seguida a transfusão. 
➢ Aloimunização 
São os anticorpos formados de uma transfusão incompatível. 
✓ Reações Não Imunológicas 
▪ Aguda 
➢ Distúrbios Eletrolíticos 
 
20 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
Deve-se coletar no mínimo 300mL de sangue, fora o que se tem de volume de 
anticoagulante que são 63mL na bolsa, pois esse anticoagulante é para 400mL de 
sangue, se coletar menos do que 300mL vai sobrar anticoagulante que não foi 
utilizado, logo esse anticoagulante na hora que é infundindo no receptor funciona 
dentro do receptor – pois está ativo, como o anticoagulante atua retirando o cálcio 
da hemácia para não deixar coagular – já que o cálcio é importante para ativar os 
fatores de coagulação, se tem uma hipocalcemia. Por isso não se pode usar uma bolsa 
com menos de 300mL de sangue coletado. 
➢ Embolia 
Deve-se realizar a transfusão com equipo próprio da bolsa de sangue – que possui 
uma redinha, pois pode-se ter microcoágulos na bolsa e ar que podem ir para a veia 
do paciente, podendo causar um embolo ou um trombo, sendo uma reação da 
transfusão mas que nada tem a ver com o imunológico. 
➢ Contaminação Bacteriana do Sangue 
A coleta da bolsa do doador deve ser muito precisa, não podendo sair a agulha do 
subcutâneo, pois pode-se contaminar a bolsa com bactérias, tendo uma reação como 
se fosse uma reação hemolítica aguda onde o paciente vem a óbito, pois além do 
sangue se está injetando bactérias na veia dele. 
➢ Hipotermia 
Se transfundir a bolsa gelada no paciente pode causar uma hipotermia, não tendo 
problema, sempre esquentar o paciente e nunca a bolsa. 
➢ Sobrecarga Circulatória 
Pode ser uma reação da transfusão também, tendo nada a ver com resposta 
imunomediada, por isso é muito melhor usar um hemocomponente do que o sangue 
total, pois a chance de se ter uma sobrecarga circulatória com sangue total é muito 
maior. 
➢ Transfusão de Sangue Hemolisado 
Bolsa muito tempo armazenada se aumenta a fragilidade da hemácia, e quando se 
transfunde essa hemácia se rompe, liberando hemoglobina onde a urina fica 
avermelhada, fazendo com que a gente desconfie do receptor estar hemolisando, 
mas na verdade a hemácia que estava na bolsa estava hemolisada, por isso já liberou 
hemoglobina que quando cai na circulação do individuo ele começa a eliminar, por 
isso se tem problema em transfundir um sangue hemolisado. 
➢ Coagulopatia 
Pode-se ter coagulopatias por excesso de anticoagulante – como a heparina, 
ocorrendo principalmente em pequenos animais onde a coleta é realizada na seringa, 
pois se coloca muito mais anticoagulante do que era necessário na seringa, e na hora 
que se infunde esse sangue o anticoagulante vai para a circulação causando alguma 
alteração na coagulação, podendo levar a quadros de hemorragia. 
▪ Tardia 
➢ Transmissão de Enfermidades 
Reações tardias não imunológicas se tem como principal causa a transmissão de 
doenças infecciosas como a leishmaniose, erliquiose, brucelose, babesiose, entre 
outras. Por isso a triagem sorológica é importante, realizando PCR quando for 
possível, para minimizar a chance de disseminação de doenças infecciosas. 
➢ Hemossiderose 
Acúmulo de pigmento do ferro, por isso deve-se tomar cuidado quando se 
suplementa o ferro, pois por exemplo, em casos de anemia hemolítica, pois tem 
 
21 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
muito ferro já que está quebrando hemácias liberando muito ferro que estava dentro 
das hemácias para formar a hemoglobina. Esse excesso de ferro se acumula 
principalmente no fígado, sendo esse processo chamado de hemossiderose, 
podendo também se acumular em outros tecidos. 
 
CUIDADOS GERAIS COM SEU ANIMAL APÓS A TRANSFUSÃO 
 
➔ AVISOS PARA O TUTOR APÓS A TRANSFUSÃO SANGUÍNEA DO SEU PET 
Apesar da realização e da positividade do teste de compatibilidade as reações transfusionais 
agudas podem ocorrer em até 48 horas após o procedimento, e as reações transfusionais tardias 
após 72 horas. Portanto, recomendamos a máxima atenção em qualquer alteração que seu animal 
apresente, como: 
• Melena e Hematoquezia – fezes escuras ou com sangue. 
• Hematúria – urina avermelhada. 
• Hematêmese – vomito com sangue. 
• Prurido – coceira. 
• Icterícia – pele e mucosas amareladas. 
• Edema de Face – Inchaço da face. 
• Taquipneia – respiração ofegante. 
• Apatia. 
Em casos de percepção dos sintomas citados acima procurar assistência médica veterinária. 
 
AULA PRÁTICA DE HEMOTERAPIA 
 
TESTE DE COMPATIBILIDADE MAIOR 
 
1. AMOSTRAS 
Obter uma amostra de sangue com EDTA e de soro do receptor e uma amostra de sangue 
com EDTA do doador ou da bolsa sanguínea. 
2. LAVAGEM DAS HEMÁCIAS DO DOADOR COM O SORO DO RECEPTOR 
Colocar 0,2ml de sangue do doador em um tubo de ensaio. Acrescentar 10ml de solução 
salina (NACL a 0,9%) e centrifugar em 3.400rpm durante 1 minuto. Após a centrifugação, 
desprezar o sobrenadante e repetir esse procedimento por mais duas vezes. Após a última 
lavagem, desprezar o sobrenadante e acrescentar 10ml de solução salina nas hemácias. 
3. TUBOS DE ENSAIO EMDIFERENTES TEMPERATURAS 
Realizar as seguintes misturas em três tubos de ensaio diferentes: uma gota do soro do 
receptor para uma gota da solução de hemácias lavadas do doador. Esses três tubos serão 
armazenados em temperaturas diferente durante 15 minutos. 
• Tubo 1: Deixar em temperatura ambiente – 20 a 25ºC. 
• Tubo 2: Incubar e banho maria a 37ºC. 
• Tubo 3: Deixar em refrigeração de 5ºC. 
4. ANÁLISE MACROSCÓPICA 
Observar após os 15 minutos se houve a formação de grumos em algum dos tubos de ensaio. 
A ausência de grumos indica que o teste é compatível, ou seja, o sangue do doador é 
compatível com o do receptor. Realizar também a avaliação microscópica. 
5. ANÁLISE MICROSCÓPICA 
Colocar uma gota de cada tubo em uma lâmina identificada com nome e temperatura de 
armazenamento para avaliação microscópica. Confirma-se um resultado positivo, ou seja, 
 
22 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
compatível, com a visualização das hemácias separadamente, isto é, sem a formação de 
grumos. Quando há formação de grumos microscópicos, significa resultado incompatível. 
 
COLETA DA BOLSA DE SANGUE 
CÃES 
 
1. BOLSA DE SANGUE 
A bolsa de colheita deve ser posicionada na balança digital e realizada a pesagem. 
2. ANTISSEPSIA 
3. LOCAL DA PUNÇÃO 
O local de preferência de colheita é a veia jugular, na qual o fluxo de sangue é maior e há 
menor risco de formação de coágulos durante o procedimento, porém em cães de maior 
porte a colheita pode ser feita por punção da veia cefálica. 
4. COLETA 
A coleta deve ser feita com agulha de grosso calibre – 40x16, conectada a um equipo e ao 
frasco coletor ou bolsa plástica à vácuo, alguns cuidados devem ser tomados durante o 
procedimento, como manter a agulha no subcutâneo do doador. 
• Fechar a Válvula do Backed Bag 
Assim que se realiza a punção se deixa o primeiro jato de sangue entrar na backed bag, 
então se fecha essa válvula abrindo então a válvula da bolsa. 
• Peso 
A coleta deve continuar até que a bolsa atinja entre 400, 450mL. 
5. FINAL DA COLETA 
Após o término da coleta o equipo deve ser novamente fechado antes que a agulha seja 
retirada da veia jugular. Deve-se então comprimir o local de punção evitando que o animal 
se mexa muito logo após o término da coleta para acelerar o processo de coagulação, 
podendo utilizar uma pomada cicatrizante após o processo. 
 
➔ O circuito de colheita deve ser então fechado definitivamente com seladora própria 
para banco de sangue. 
 
COLETA DA BOLSA DE SANGUE 
GATOS 
 
1. PREPARO DA BOLSA 
O sangue total de gatos não pode ser colhido em bolsas de coleta de sangueconvencionais, 
pois o volume de sangue colhido é menor, bem como o fluxo de sangue durante a colheita, 
sendo assim a colheita é feita em um sistema aberto, e por isso o armazenamento não deve 
ultrapassar 24h devido ao risco de contaminação bacteriana. 
• Materiais 
O método convencional de colheita de sangue de gatos é constituído por um escalpe 
19G conectado a uma seringa de 60mL e a uma bolsa de sangue através de uma torneira 
de três vias, a bolsa de sangue é pediátrica e é esterilizada por oxido etileno. 
• Anticoagulante 
O anticoagulante é colocado no momento da coleta, devendo ser manipulado com luvas 
estéreis, a seringa deve conter sete mililitros de anticoagulante, preferencialmente CPDA-
1, devendo lavar todo o escalpe com o anticoagulante. 
 
 
23 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
2. SEDAÇÃO 
Diferentemente dos cães, os gatos devem ser sedados para doar sangue, visto que qualquer 
movimento durante a colheita pode inutilizar a bolsa de sangue. 
3. ANTISSEPSIA 
4. PUNÇÃO 
Em gatos o local de punção para colheita de sangue deve ser a veia jugular porque nas veias 
periféricas o fluxo sanguíneo é muito baixo. 
5. COLETA 
A coleta é realizada após a punção da veia jugular, aspirando o sangue da veia com a seringa 
vagarosamente, aspirando e soltando deixando que o sangue entre na seringa de forma lenta 
até que complete os 60mL. 
6. FINAL DA COLETA 
Ao término da coleta a torneira de três vias deve ser fechada para o escalpe antes de retirá-
lo do local de punção e, após homogeneização, a torneira de três vias é aberta para a bolsa 
e o sangue é transferido da seringa para a bolsa, evitando permitir a passagem de ar, se lacra 
a bolsa no final desse procedimento. 
• Após a retirada do escalpe do local de punção, deve ser feita compressão no local. 
 
FRACIONAMENTO DO SANGUE TOTAL 
 
1. CENTRIFUGAÇÃO LEVE – 1ª FASE 
 
Separa as hemácias e leucócitos do PRP, sedimentando células de maior densidade. 
 
2. EXTRAÇÃO MANUAL OU AUTOMÁTICA 
 
Extração do plasma rico em proteínas para a primeira bolsa satélite, deixando apenas o 
concentrado de hemácias na bolsa de sangue que possuía o sangue total – primeiro 
hemocomponente. Utiliza-se o selador para selar o espaguete ao final do procedimento. 
 
3. CENTRIFUGAÇÃO PESADA – 2ª FASE 
 
Separa as plaquetas do plasma, sedimentando as células mais leves. 
 
 
24 
PROFESSOR: MÁRCIO A. B. MOREIRA – UAM 
ALUNA: THAÍS RIBEIRO MOLINA – 2019 
4. EXTRAÇÃO MANUAL OU AUTOMÁTICA 
 
Extração do plasma para a segunda bolsa satélite, onde o concentrado de plaquetas 
permanece da primeira bolsa satélite – dois hemocomponentes. Utiliza-se o selador para selar 
o espaguete ao final do procedimento.

Continue navegando