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Banco de Sangue
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dra . Rosalina Guedes Donato Santos
Prof.ª Dra. Bruna Amorin
Revisão Textual:
Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin
Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápico
Regulamento Técnico de 
Procedimentos Hemoterápico
 
 
• Compreender o ciclo do sangue e o papel do Biomédico no Banco de Sangue;
• Reconhecer a produção e o controle de qualidade de hemocomponentes;
• Verificar a importância do Biomédico na liberação do sangue para transfusão.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Princípios Gerais do Sangue e seus Componentes;
• Preparação dos Componentes Sanguíneos;
• Doação de Componentes por Aférese;
• Liberação de Sangue para Transfusão.
UNIDADE Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápico
Contextualização
A triagem clínica do doador é uma ação importante para selecionar os indivíduos 
aptos e rejeitar os não aptos para a doação de sangue. O maior objetivo da triagem é 
salvaguardar o doador e o receptor, além de garantir a qualidade do hemocomponente 
desde a liberação laboratorial da bolsa até o seu recebimento. Nesse contexto, lançamos 
o seguinte questionamento: o que ocorre caso um doador receba uma bolsa incompatí-
vel por erro do Laboratório?
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9
Princípios Gerais do Sangue 
e seus Componentes
O sangue é um tecido responsável por transportar gases, nutrientes e metabólitos. É 
composto pelo plasma e pelos elementos celulares. O plasma constitui cerca de 55% do vo-
lume do sangue, enquanto 45% são elementos Figurados (hemácia, leucócitos e plaquetas).
As hemá cias são oriundas da medula óssea, pela proliferação e maturação dos eritoblastos. 
São células anucleadas que vivem em média 120 dias na circulação. A função das 
hemá cias é transportar oxigênio dos pulmões aos tecidos e gás carbônico dos tecidos 
aos pulmões.
A hemoglobina, que constitui 95% das proteínas das hemá cias, é a responsável por 
essa função. Morfologicamente, são homogêneas, de corpúsculos circulares, bicôncavas 
e de tamanho relativamente uniforme, com diâmetro médio de 8μm. 
O número de hemácias varia em homens e mulheres. Para classificar o conteúdo de 
hemoglobina na hemácia, é preciso levar em conta, além desse fator, a dosagem de hemo-
globina, bem como o hematócrito que avalia a relação percentual entre plasma e sangue. 
Além disso, para classificar as hemácias quanto ao tamanho e o conteúdo, são utiliza-
dos o VCM (Volume Corpuscular Médio), HCM (Média da Concentração de Hemoglobina) 
e o CHCM (Concentração Média da Hemoglobina no Sangue), conhecidos como índices 
hematimétricos. Esses índices ajudam no diagnóstico e na classificação da anemia.
Os leucócitos são categorizados em leucócitos mononucleares e polimorfonucleares. 
Os mononucleares são assim chamados porque têm apenas um núcleo, e fazem 
parte desse grupo os monócitos e os linfócitos. Quanto aos polimorfonucleares, eles 
têm mais de um núcleo e granulação citoplasmática, e fazem parte desse grupo os neu-
trófilos, os eosinófilos e os basófilos.
Os linfócitos são células de tamanho pequeno (6 a 15μm), regulares e arredondadas, 
cuja principal função é coordenar a defesa imunológica contra vírus, bactérias e fungos.
Os monócitos são células de tamanho entre 12 e 15μm de diâmetro, variando bas-
tante em forma, sendo o núcleo oval ou reniforme. Sua principal função nos diferentes 
tecidos é a fagocitose de células mortas, senescentes, corpos estranhos, regulação da 
função de outras células, processamento e apresentação de antígenos, reações inflama-
tórias e destruição de micróbios e células tumorais.
Os neutrófilos têm núcleo multilobulado e são responsáveis por agir contra microrga-
nismos bacterianos, além de fazer fagocitose. 
Os eosinófilos estão presentes predominantemente no sangue periférico e têm fun-
ção importante na mediação de processos inflamatórios associados à alergia, à defesa 
contra parasitas, em certos distúrbios cutâneos alérgicos e neoplásicos. 
Têm diâmetro de aproximadamente 8μm, citoplasma abundante, são ricos em grânu-
los eosinofílicos e núcleo de cromatina densa bilobulado. 
Os basófilos são caracterizados pela presença de grânulos citoplasmáticos, que se 
tingem com corantes básicos nas colorações usuais em cor purpúrea escura. 
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UNIDADE Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápico
Produzem diversos mediadores inflamatórios, sendo um dos principais a histamina, 
além de terem receptores de IgE na membrana plasmática. Têm diâmetro entre 10 e 
15μm, citoplasma abundante, róseo, e são ricos em grânulos basófilos.
As plaquetas são fragmentos de megacariócitos, responsáveis por processos bioquí-
micos elaborados e envolvidos na hemostasia.
Cada componente sanguíneo é muito importante e constituirá um dos vários produ-
tos hemoterápicos, que serão preservados in vitro em condições específicas de cada 
componente, para que sejam transfundidos no momento oportuno e em situações espe-
cíficas, que estudaremos mais adiante.
Assim, o Ciclo do Sangue (Figura 1) é composto pelas fases de captação, cadastro, 
seleção de doadores, coleta de sangue total, processamento, armazenamento, transpor-
te e distribuição e procedimentos transfusionais. 
Hemocomponentes
Fatores de coagulação
PlasmaLeucocts.[Hm]PqtsSangue total
Usuário
Doação
Hemocentro Hospital
Transfusão
Indústria
Figura 1 – Ciclo do Sangue
A captação dos doadores (Figura 2) pode ser feita por meio de Campanhas com o 
intuito de promover a doação voluntária, a regularidade das doações e a fidelização de 
doadores. Além disso, os hemocentros devem fazer análises sistemáticas acerca da efe-
tividade do processo de captação.
Figura 2 – Campanha de doação de sangue
Fonte: cajazeiras.pb.gov
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Campanha do Ministério da Saúde para captação de doadores.
Disponível em: https://youtu.be/zeTf146BFjc
Você Sabia?
A Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017, estabelece o Regulamen-
to Técnico de Procedimentos Hemoterápicos. Essa Portaria descreve que: “A doação de 
sangue deve ser voluntária, anônima e altruísta, não devendo o doador, de forma direta 
ou indireta, receber qualquer remuneração ou benefício em virtude da sua realização”.
Acesse a portaria no em: https://bit.ly/3mTnc4W
Registro e Triagem do Doador de Sangue
O candidato a doador sempre deverá ter registro no serviço de hemoterapia com ca-
dastro e identificação completa. Para o cadastro, deve ser utilizado um documento com 
fotografia emitido por órgão oficial. Poderão ser aceitas fotocópias autenticadas desde 
que estejam legíveis e as imagens permitam a identificação do candidato doador.
A triagem inclui as etapas de registro do doador, triagem clínica e triagem sorológica 
(Figura 3).
Figura 3 – Etapas da Triagem Clínica e doação de sangue
Fonte: bvsms.saude.gov
11
UNIDADE Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápico
A Portaria de Consolidação n. 5, de 28 de setembro de 2017, define que sejam fei-
tos registros diretos do cadastro e triagem dos doadores de sangue, procedimentos de 
coleta, preparo e modificação dos componentes sanguíneos, exames de qualificação do 
sangue do doador e dos procedimentos pré-transfusionais, da transfusão e das compli-
cações relacionadas a transfusões. Esses registros permitem a completa rastreabilidade 
do processo.
Para a doação de sangue, como mencionado, é obrigatório apresentar documento de 
identificação com fotografia, emitido por órgão oficial. Além disso, para doação, deve 
haver um registro do doador feito pelo serviço de hemoterapia.
No registro do doador, deve ser informado o tipo de doação, se espontânea ou volun-
tária (que é o caso de reposições ao Banco de Sangue feitas por pessoas próximas ao 
paciente que precisa receber sangue). 
Assim, o candidato à doação de sangue deve assinar o termo de consentimento livre 
e esclarecido, no qual declara expressamente consentir doar o sangue para utilização em 
qualquer paciente, realizar todos os exames preconizados pelas leis e técnicas vigentes e 
que o seu nome seja vinculado aoarquivo de doadores local e nacional.
Contudo, o resultado dos exames feitos na triagem laboratorial somente poderá ser 
entregue ao próprio doador ou a terceiros com procuração. 
Devido à grande importância da doação de sangue, deve ser feita uma rígida triagem 
dos doadores para que o sangue doado esteja apto a ser transfundido, ou seja, o doador 
precisa estar dentro de alguns requisitos, como peso, idade, pressão arterial, níveis de 
hemoglobina (Hb) / hematócrito (Hct).
Os valores mínimos aceitáveis do nível de hemoglobina/hematócrito são Hb =12,5 g/
dL ou Hct = 38% e Hb = 13,0 g/dL ou Hct = 39% para mulheres e homens, respec-
tivamente. Caso o candidato apresente níveis de Hb igual ou maior que 18,0 g/dL, ou 
Hct igual ou maior que 54%, será impedido de doar e encaminhado para investigação 
clínica. Será avaliada a história médica e os antecedentes patológicos do doador e se a 
inaptidão para a doação de sangue é definitiva ou temporária.
Algumas das causas de inaptidão temporária ou definitiva estão descritas na Tabela 1.
Tabela 1 – Requisitos básicos, impedimentos temporários e definitivos para a doação de sangue
Requisitos Básicos Impedimentos Temporários Impedimentos Definitivos
Boas condições de saúde Resfriado: sete dias após desaparecimen-to dos sintomas Hepatite após 11 anos de idade
Ter entre 16 e 69 anos *Gravidez
Portadores de *Hepatite B a C, AIDS, 
doenças associadas aos vírus HTLV I e II e 
Doença de Chagas
Pesar no mínimo 50kg 90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana Uso de drogas ilícitas injetáveis
Estar descansado (mínimo seis horas de 
sono nas últimas 24 horas)
Amamentação (se o parto ocorreu há 
menos de 12 meses) **Malária
Estar alimentado (evitar alimentação 
gordurosa nas quatro horas antes 
da doação
***Bebida alcoólica nas 12 horas antes 
da doação
Teve algum tipo de câncer, 
incluindo leucemia
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Requisitos Básicos Impedimentos Temporários Impedimentos Defi nitivos
Apresentar documento oficial com foto Tatuagem nos últimos 12 meses Problemas na coagulação de sangue
Hematócrito acima de 38% para mulhe-
res e 39% para homens
Situação de risco (doenças sexualmente
transmissíveis): aguardar 12 meses
Pacientes submetidos à 
gastrectomia total
* A gestação também é motivo de inaptidão temporária até 12 semanas após o parto ou abortamento.
** No caso da Malária, o inapto definitivo é aquele que teve infecção causada por Plasmodium malariae.
*** Não se aplica aos etilistas crônicos, que devem ser considerados doadores inaptos.
Fonte: Adaptada de Fundação Pró-Sangue
Você Sabia?
A frequência de doações de sangue máxima admitida é de 4 (quatro) doações anuais 
para o homem e de 3 (três) doações anuais para a mulher, exceto em circunstâncias 
especiais, que devem ser avaliadas e aprovadas pelo responsável técnico do serviço de 
hemoterapia. O intervalo mínimo entre doações deve ser de 2 (dois) meses para os ho-
mens e de 3 (três) meses para as mulheres!
O doador de sangue ou componentes deverá ter idade entre 16 (dezesseis) anos comple-
tos e 69 (sessenta e nove) anos, 11 (onze) meses e 29 (vinte e nove) dias.
O Biomédico pode participar de todas as etapas de processos do Banco de Sangue.
Na triagem clínica, é importante mostrar empatia, habilidade e sensibilidade para 
coletar e analisar as informações fornecidas pelo candidato no atendimento, além de 
mostrar respeito pela fala do paciente, o que possibilitará identificar fatos que nenhum 
exame laboratorial é capaz de identificar.
A postura ética deve ser pautada no respeito ao candidato, na ausência de preconcei-
tos e no sigilo profissional.
O caminho do sangue desde a doação até a transfusão é bastante complexo.
Disponível em: https://youtu.be/_NlNFbhg6Ys
Regulamentação da Coleta de Sangue
A coleta de sangue deve ser feita em condições assépticas, sob a supervisão de Mé-
dico ou Enfermeiro, por meio de uma única punção venosa, em bolsas plásticas com 
sistema fechado e estéril, destinada especificamente para este fim. A sala da coleta de 
sangue tem de estar limpa, iluminada, confortável e agradável. Em todo procedimento 
será garantida a correta identificação do doador.
A ficha do doador, a bolsa de sangue e os tubos-pilotos para a execução dos exames 
laboratoriais preconizados serão adequadamente identificados, de modo que correspon-
dam efetivamente ao respectivo doador. É importante salientar que o nome do doador 
não constará na etiqueta das bolsas de sangue, com exceção daquelas destinadas à 
transfusão autóloga.
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UNIDADE Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápico
O volume de sangue total coletado deve ser de, no máximo, 8 ml/kg de peso para as 
mulheres e de 9 ml/kg de peso para homens. O volume de doação de sangue admitido 
é de cerca de 450ml, aos quais podem ser acrescidos até 30ml para a realização de 
exames laboratoriais pelas e normas técnicas vigentes.
As coletas especiais de bolsas de sangue de doadores com volume total inferior a 
300ml para fins transfusionais somente podem ser obtidas com a utilização de bolsas 
específicas produzidas para esse fim ou manipuladas em Sistema Estéril, não sendo per-
mitida a abertura do Sistema de Conexões para correção do volume de anticoagulante.
As bolsas utilizadas na coleta de sangue contêm anticoagulantes, de acordo com 
a prescrição e a recomendação dos fabricantes, considerando a função do volume de 
sangue coletado. A quantidade habitual de anticoagulante em uma bolsa de sangue é de 
cerca de 60-65ml.
Para essa quantidade, o ideal é coletar em torno de 450 + 50ml de sangue total.
Com base nesse valor de anticoagulante, o concentrado de hemácias produzido em 
bolsas com 300 a 404ml de sangue total pode ser utilizado para transfusão, desde que 
haja no rótulo a indicação de ‘’unidade de baixo volume de concentrado de hemácias’’. 
Outros componentes não podem ser preparados a partir dessas unidades.
É importante entender que não é permitida a abertura do sistema de conexões para 
a correção do volume de anticoagulante. As bolsas que contêm volume inferior a 300ml 
que não forem utilizadas para esses fins são descartadas.
A coleta de sangue deve ser feita a partir da avaliação e da palpação da veia do braço 
do doador, dando-se preferência à veia cubital mediana. 
Na área da punção venosa, devem ser evitados os locais que apresentem lesões, que 
podem ser causadas por agentes infecciosos, como bactérias ou fungos, que podem 
contaminar todo o sangue coletado. 
Assim, o candidato que apresentar problemas na pele deve ser orientado a procurar 
atendimento médico e estará impedido de doar sangue até que sejam esclarecidas as 
causas das lesões. 
Nesse caso, também é importante lembrar que locais com múltiplas lesões podem 
indicar o uso de drogas, o que torna o candidato inapto.
A coleta de sangue deve ser feita na pele devidamente higienizada e não pode ultra-
passar 15 minutos. 
O tubo coletor (segmento de coleta, macarrão ou rabicho) da bolsa deve estar fechado por 
pinça logo abaixo da agulha e só deve ser aberto após a agulha transfixar a pele do paciente. 
O sangue de cada doador é coletado em um sistema fechado, estéril e apirogênico, cons-
tituído por uma bolsa primária ou matriz conectada por tubos a bolsas satélites (Figura 4).
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Figura 4 – Conjunto de bolsas de coleta de sangue: bolsa primária e satélite
Fonte: Adaptada de bvsms.saude.gov 
Após o término da coleta da bolsa, o tubo coletor será lacrado, utilizando dois nós 
apertados, previamente preparados, até o processamento da bolsa de sangue total, sen-
do preferível a utilização de seladoras dielétricas apropriadas.
O doador deve receber hidratação oral e deve permanecer no estabelecimento por no 
mínimo 15 minutos. É aconselhável que o hemocentro ofereça um lanche.
Se estiverem dirigindo, os doadores são instruídos a pararem o veículo caso sintam 
algum mal-estar e aguardar pelo menos 60 minutos para consumir cigarros, cigarrilhas, 
charutos, cachimbos ou quaisquer outros produtos fumígenos, derivados ou não dotabaco.
Além desses cuidados, deve-se aguardar aproximadamente duas horas antes de reali-
zar qualquer esforço físico, especialmente, no membro no qual houve a coleta de sangue.
Exames de Qualificação do Sangue do Doador
O serviço de hemoterapia deve realizar obrigatoriamente os testes para infecções 
transmissíveis pelo sangue, a fim de reduzir ou minimizar os riscos de transmissão de 
doenças. Os exames de triagem são para sífilis, Doença de Chagas, Hepatite B e C, HIV 
e HTLV I e II.
As metodologias utilizadas para o diagnóstico dessas doenças são de alta sensibili-
dade. Para o teste de sífilis, deve ser avaliada a presença de anticorpo antitreponêmico 
ou não treponêmico. Para a triagem de Chagas deve ser feita a detecção de anticorpo 
anti-T. cruzi pelo método de ensaio imunoenzaimático (EIE) ou quimioluminescência.
No caso da Hepatite B, deve ser feita a detecção do antígeno de superfície do vírus 
da hepatite B (HBV)-(AgHBs), detecção de anticorpos contra o capsídeo do HBV o an-
tiHBc (IgG ou IgG+ IgM) e a avaliação do ácido nucléico (NAT) do HBV. 
Para a Hepatite, C deve ser feita a avaliação de anticorpos contra o vírus da hepatite C 
(HCV) ou a detecção combinada de anticorpo + antígeno do HCV ou, ainda, a avaliação 
de Ácido Nucléico (NAT) do HCV. 
A detecção do vírus HIV deve ser feita baseada na avaliação do anticorpo contra o 
HIV+ antígeno p24, além da detecção do ácido nucleico (NAT) do HIV. 
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UNIDADE Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápico
Por último, o HTLV I e II deve ser avaliado por meio da detecção de anticorpos con-
tra o HTLV I/II. 
A Figura 5 mostra um algoritmo para testagem e liberação de bolsas de sangue:
Teste Inicial para
Cada uma das Doenças
Reagente Não-reagente
Repetição em
Duplicata do
Teste Inicial
Reagente em
um ou nos
dois testes
Não reagente
nos dois testes*
Liberar a bolsa
para uso
Descartar
a bolsa
Convocar
doador
* Investigar as causas da reação falso-positiva.
Figura 5 – Algoritmo para testagem e liberação de bolsas de sangue
Fonte: Adaptada de Anvisa.gov
Importante!
• É permitido o emprego de pool de amostras para testes de pesquisa de Ácido Nuclei-
cos (NAT) para detecção de infecções transmissíveis pelo sangue;
• Caso da realização dos testes NAT em pool, o grupo de amostras que apresentar resul-
tado positivo deve ser desmembrado e suas amostras testadas individualmente para 
identificação do(s) agente(s) infeccioso(s) em questão, considerando a possibilidade 
de desmembramento cruzado;
• Somente podem ser liberadas as bolsas com resultados não reagentes/negativos tan-
to para os testes sorológicos quanto para os testes de detecção de ácido nucleico!
Por que os testes para hemocentros precisam ser de alta sensibilidade?
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17
Rotulagem e Conservação do Sangue do Doador
O rótulo e as etiquetas são obrigatórios em cada unidade de sangue. Os rótulos devem 
ser conferidos por duas pessoas diferentes, caso não seja via código de barras. Essa identi-
ficação permite a rastreabilidade da bolsa desde a sua obtenção até o término do ato trans-
fusional e, além disso, permite a identificação de eventos adversos que possam ocorrer 
durante ou após a transfusão sanguínea. Os rótulos devem conter nome ou sigla do ser-
viço de hemoterapia, data da coleta, identificação numérica ou alfanumérica da amostra.
Já os rótulos dos componentes sanguíneos liberados para uso devem conter nome 
e endereço do serviço de hemoterapia coletor, data da coleta, nome do componente 
sanguíneo, volume aproximado do componente sanguíneo, identificação numérica ou 
alfanumérica, nome do anticoagulante ou de outra solução preservativa (exceto nos 
componentes de aférese), a temperatura ideal para a conservação, data de vencimento 
do produto, identificação do grupo ABO e RhD, descrição dos resultados da pesquisa de 
Anticorpos Antieritrocitários Irregulares (PAI) e, quando positivas, de preferência inserir 
o nome do anticorpo identificado e os resultados dos testes não reagentes para triagem 
de infecções transmissíveis pelo sangue e inscrição autóloga, quando for o caso.
Os rótulos de componentes liberados, submetidos a procedimentos de modificação 
para formação de pool (concentrados de plaquetas e crioprecipitados), devem conter a 
indicação de que se trata de pool, bem como o número, o nome do serviço de hemotera-
pia responsável pela preparação do pool, descrição do grupo ABO e RhD das unidades 
do pool, o volume aproximado e data e horário de vencimento do pool.
Para maiores informações, sobre rótulo, veja a Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de 
setembro de 2017. Essa Portaria aborda a Consolidação das normas sobre as ações e os Ser-
viços de Saúde do Sistema Único de Saúde, dentre elas, o Regulamento Técnico de Procedi-
mentos Hemoterápicos. Disponível em: https://bit.ly/3gLECNd
Figura 6 – Identifi cação de hemocomponente
Fonte: hemominas.mg.gov
O sangue coletado deve ser conservado, vez que se trata de um produto biológico que 
se deteriora em temperaturas baixas. 
Os agentes utilizados como conservantes são as soluções anticoagulantes e as solu-
ções aditivas. O sangue total coletado em CPDA-1 (ácido cítrico, citrato de sódio, fosfato 
17
UNIDADE Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápico
de sódio, dextrose e adenina) é válido por 35 dias a partir da coleta e de 21 dias quando 
coletado em ACD (ácido cítrico, citrato de sódio e dextrose), CPD (ácido cítrico, citrato 
de sódio, fosfato de sódio, dextrose) e CP2D (citrato, fosfato e dextrose-dextrose).
As soluções aditivas, como o SAG-M composto por soro fisiológico, adenina, glicose 
e manitol são utilizadas para prolongar a taxa de sobrevida e a possibilidade de armaze-
namento das hemácias por até 42 dias em 4 ± 2 ºC.
Teste o seu Conhecimento
1. Quais valores mínimos aceitáveis de hemoglobina (Hb) ou hematócrito (Ht) 
estipulados, pela Portaria vigente em nosso país a qual redefine o regulamento 
técnico de procedimentos hemoterápicos, permitem a doação de sangue?
2. De acordo com a Portaria vigente, o que deve conter o rótulo (ou etiqueta) das 
bolsas de sangue a serem transfundidas?
I. O nome completo do receptor;
II. O CPF do doador;
III. O registro e a tipagem ABO e RhD do receptor;
IV. Os resultados da sorologia;
V. A conclusão do teste de compatibilidade maior;
Quais sentenças estão corretas?
a) Apenas I e II.
b) Apenas III e IV.
c) Apenas I, III e V.
d) Apenas II, IV e V.
3. Elabore um informativo com as principais informações para quem deseja ser 
um doador de sangue.
Preparação dos Componentes Sanguíneos
O processamento do sangue é feito após a centrifugação refrigerada, para atenuar os 
riscos de contaminação e proliferação bacteriana.
A partir da coleta, podem ser gerados dois produtos distintos: os hemocomponentes 
e os hemoderivados.
Hemocomponentes: são aqueles produzidos a partir dos processos físicos, como centrifu-
gação ou congelamento;
Hemoderivados: são obtidos a partir de uma produção industrial após fracionamento do 
plasma por processos físico-químicos, como albumina, gamaglobulinas, concentrados de 
fatores de coagulação.
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A separação deve ocorrer por meio de duas centrifugações, sendo a primeira uma 
leve de 2000g por três minutos para a separação do plasma.
Posteriormente, deve haver uma centrifugação pesada de 5000g por sete minutos para 
a separação das plaquetas. A Figura 7 mostra os hemocomponentes e os hemoderivados.
Figura 7 – Produtos originados a partir do sangue total
Fonte: bvsms.saude.gov
Para saber sobre os hemocomponentes e os hemoderivados: https://bit.ly/3gM7Pro
Para a obtenção dos hemocomponentes, pode ser feita a coleta de sangue total ou 
a coleta por meio de aférese.
Aférese é o processo pelo qual o sangue é retirado de um indivíduo (doador ou 
paciente) com separação de seus componentes por um equipamento próprio, retendo 
a porção do sangue que se deseja retirar e devolvendo os demais componentes ao 
doador/paciente.
Assista Doação por aférese. Disponível em: https://youtu.be/CsfMJffVc_IProdução e Controle de Qualidade de Sangue Total 
e Concentrado de Hemácias
O Sangue Total (ST) é o sangue coletado sem nenhuma modificação ou processa-
mento, utilizando um Sistema de bolsas plásticas, estéreis, apirogênicas e com solução 
anticoagulante-preservante.
No Brasil, as bolsas de ST coletadas devem ser 100% processadas de acordo com a 
Legislação vigente. 
19
UNIDADE Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápico
O processamento é feito por meio de centrifugação refrigerada, por processos que 
minimizam a contaminação e a proliferação microbiana, nos quais se separa o sangue 
total em hemocomponentes eritrocitários, plasmáticos e plaquetários.
Em função das diferentes densidades e tamanhos das células sanguíneas, o processo 
de centrifugação possibilita a separação do sangue total em camadas (Figura 8), sendo 
que as hemácias ficam depositadas no fundo da bolsa. 
Acima delas, formase o buffy coat (camada leucoplaquetária), ou seja, uma camada 
de leucócitos e plaquetas e acima do buffy coat fica a camada de plasma, que contém 
plaquetas dispersas:
Figura 8 – Separação do sangue total em camadas após a centrifugação
Fonte: bvsms.saude.gov
Os componentes eritrocitários gerados a partir da bolsa de sangue total (Figura 9) 
são: os concentrados de hemácia, o concentrado de hemácias lavadas, o concentrado de 
hemácias com camada leucoplaquetária removida, o concentrado de hemácias desleuco-
citado, o concentrado de hemácias congeladas e as hemácias rejuvenescidas.
Figura 9 – Bolsa de sangue total em repouso
Fonte: redsang.ial.sp.gov 
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Os concentrados de hemácias são os eritrócitos remanescentes na bolsa após a 
centrifugação. Esses concentrados de hemácias sem solução aditiva têm hematócrito 
entre 65 e 80%, enquanto nas hemácias com soluções aditivas o hematócrito varia entre 
50 a 70%. 
Todos os componentes eritrocitários devem ser armazenados à temperatura de 
4±2oC, exceto hemácias congeladas.
Os concentrados de hemácias lavados são obtidos após as lavagens com solução 
compatível estéril em quantidade suficiente (um a três litros), de forma que a quantidade 
final de proteínas totais seja inferior a 500mg/unidade, com temperatura de armazena-
mento de 4 ± 2 oC. 
São indicadas para profilaxia de reações alérgicas ou com a utilização em pacientes 
imunodeficientes de proteínas específicas como IgA.
Os concentrados de Hemácias com Camada Leucoplaquetária (CHPL) removida
são concentrados de hemácias obtidas após a remoção da camada leucoplaquetária. 
A redução final dos leucócitos deve ser de 1,2 x 109 por unidade. Seu uso é indicado 
para pacientes que não tenham tido múltiplas transfusões e aqueles que tenham apre-
sentado um episódio prévio de reação febril não hemolítica.
Caso haja um novo episódio de reação febril não hemolítica, recomenda-se a utiliza-
ção do concentrado de hemácias desleucocitado. 
O CHPL deve ser armazenado a 4±2oC e tem validade de 24 horas após aberto 
o sistema.
Os concentrados de hemácias desleucocitados são concentrados de hemácias 
contendo menos que 5,0 x 106 leucócitos por unidade. 
A desleucocitação deve ser realizada em até 48 horas após a coleta. Seu uso é in-
dicado para pacientes politransfundidos, renais crônicos, hemoglobinopatias e outras 
anemias hereditárias, com reações febris hemolíticas prévias, imunodeficiência congêni-
ta, candidatos a transplantes de medula óssea e órgãos sólidos, além de doenças onco-
-hematológicas, pacientes HIV positivo com sorologia negativa para CMV, transfusão 
intrauterina e gestantes com sorologia não reativa ou desconhecida para CMV.
Os concentrados de hemácias congeladas são concentrados de hemácias preser-
vadas em temperaturas iguais ou inferiores a –65oC, na presença de um agente criopro-
tetor. Os agentes crioprotetores utilizados são glicerol e amido hidroxilado. O glicerol é 
removido por meio de lavagens após o descongelamento das hemácias.
As hemácias rejuvenescidas são as hemácias tratadas por um método que restabe-
leça os níveis normais de 2,3-difosfoglicerato (DGP) e ATP. Elas podem ser rejuvenesci-
das até três dias após seu vencimento, desde que tenham sido mantidas a 4± 2oC. 
Após serem rejuvenescidas, os concentrados de hemácias serão lavados e transfundidos 
dentro de 24 horas e o rótulo deve indicar a utilização de soluções de rejuvenescimento.
O controle de qualidade das bolsas de concentrado de hemá cias é feito a partir 
da inspeção visual, na qual são observados parâmetros referentes à alteração da cor, 
lipemia do sobrenadante, presença de coágulos (Figura 10) e presença de vazamento. 
Nas análises, os padrões de conformidade são variáveis e dependem dos hemocom-
ponentes e dos parâmetros avaliados, de acordo com a especificação da legislação. 
21
UNIDADE Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápico
Resultados não conforme e as possíveis causas estão descritas no Quadro 2:
Figura 10 – Bolsa de sangue com coágulos
Fonte: redsang.ial.sp.gov 
Quadro 1 – Resultados não conformes e possíveis causas
Hct acima do 
especificado
• Tempo e/ou velocidade de centrifugação excessivo;
• Retirada excessiva de plasma do ST (Sangue Total) após processamento;
• Falhas na homogeneização e coleta da amostra para controle da qualidade;
• Problemas com os equipamentos para determinação do hematócrito.
Hct abaixo 
do especificado
• Tempo e/ou velocidade de centrifugação insuficientes;
• Retirada insuficiente de plasma do ST após processamento;
• Falhas na homogeneização e coleta da amostra para controle da qualidade;
• Problemas com os equipamentos para determinação do hematócrito.
Hemólise > 0,8% 
no último dia de 
armazenamento
• Problemas com a quebra do lacre para separação dos hemocomponentes;
• Contaminação bacteriana;
• Temperatura e armazenamento das unidades inadequadas;
• Hematócrito acima das especificações;
• Volume insuficiente de anticoagulante;
• Tempo excessivo de filtração;
• Choques mecânicos;
• Falhas na homogeneização e coleta da amostra para controle da qualidade.
Presença 
de coágulos
• Contaminação bacteriana;
• Ativação do processo de coagulação devido à/ao:
• Homogeneização inadequada das bolsas de sangue total durante a coleta;
• Ordenha insuficiente do tubo coletor após a coleta de sangue total;
• Volume de sangue total acima de 495ml;
• Tempo de coleta acima de 15 minutos;
• Volume insuficiente de anticoagulante.
Fonte: Adaptado de redsang.ial.sp.gov
22
23
Por que Realizar Controle de Qualidade de Hemocomponentes?
• Melhoria da qualidade do produto;
• Avaliar o processo;
• Produzir hemocomponentes de acordo com parâmetros estabelecidos pelas 
normas vigentes;
• Segurança na terapia transfusional.
Finalidade do Controle de Qualidade de Hemocomponentes:
• Prevenir;
• Detectar;
• Identificar;
• Corrigir.
Produção e Controle de Qualidade de Plasma Fresco Congelado, 
Plasma de 24h e Plasma Isento de Crioprecipitado
Plasma Fresco (PF) é a parte líquida do sangue, constituído basicamente de água, 
aproximadamente 7% de proteínas (albumina, globulinas, fatores de coagulação e ou-
tras), 2% de carboidratos e lipídios. É obtido após centrifugação de uma bolsa de sangue 
total ou através de separadores celulares automatizados, pela Técnica de Aférese.
Os componentes plasmáticos são Plasma Fresco Congelado (PFC), Plasma Fresco 
Congelado Dentro de 24 horas (PFC24), Plasma Isento De Crioprecipitado (PIC), Plas-
ma Comum, Não Fresco Normal ou Simples (PC) e Crioprecipitado.
O PFC é o plasma separado de uma unidade de sangue total por centrifugação ou 
por aférese e congelado completamente em até oito horas depois da coleta, com tempe-
raturas iguais ou inferiores a –30oC. 
Após a data de doação, a validade será de 12 meses, quando armazenado à tempe-
ratura de –20 oC ou inferior, e 24 meses quando conservado à temperatura de –20oC 
ou inferior.
Cada unidade de plasma PFC contém ao menos 70% da atividade dos fatores VIII e V 
de coagulação existentes na unidade pré-congelamento, e um volume igual ou superior 
a 150ml. 
Pormanter constantes suas propriedades quando conservado em condições ideais, 
apresenta grande importância para a Medicina transfusional, na reposição de fatores de 
coagulação deficientes. É possível o fracionamento industrial de seus componentes, o 
que tem proporcionado grande avanço na terapêutica de várias doenças.
O congelamento garante a preservação dos fatores de coagulação, fibrinólise e com-
plemento, além de albumina, imunoglobulinas, outras proteínas e sais minerais, e man-
tém constantes suas propriedades.
 A Tabela 2, a seguir, descreve as condições para o transporte de sangue total e he-
mocomponentes, conforme Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017.
23
UNIDADE Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápico
Tabela 2 – Condições para o transporte de sangue total e hemocomponentes
Condições 
de transporte
Sangue total para 
processamento
Concentrado 
de hemácias
Plasma fresco 
congelado Crioprecipitado
Concentrado 
de plaquetas
Temperatura 
de transporte
20º a 24ºC (para 
produção de CP) ou 1º a 
10ºC (não for destinado 
à produção de CP)
1 a 10ºC Manter estado congelado
Manter estado 
congelado
A temperaturas 
próximas das de 
armazenamento
Substância 
resfriadora 
recomendada
Placas de 1,4-butanediol 
Gelo reciclável Gelo reciclável
Gelo seco ou 
gelo reciclável
Gelo seco ou gelo 
reciclável
Somente em 
condições de alta 
temperatura: 
gelo reciclável
Tempo máximo 
de transporte
18 horas 24 horas 24 horas 24 horas 24 horas
Fonte: Adaptada de saude.gov
Leia o artigo de Rodrigo de Lima e Souza et al.: Plasma fresco congelado, plaquetas e crio-
precipitado: quando e como usar, Revista Med. Minas Gerais, para obter mais informações 
sobre o uso desses hemocompenentes.
Disponível em: https://bit.ly/3BsDIgx
O plasma de 24 horas (P24) é o hemocomponente obtido a partir da separa-
ção do sangue total por centrifugação entre 8 e 24 horas após a coleta e congelado 
completamente, no máximo em uma hora, em temperaturas iguais ou inferiores a 
30 °C negativos. 
É recomendado o armazenamento em temperatura de, no mínimo, 18°C negativos, 
sendo, porém, recomendada temperatura igual ou inferior a 25°C negativos. 
Sua validade é a mesma do PFC e seu volume aproximado de 200 a 250ml. O plas-
ma de 24 horas em comparação ao PFC contém variabilidade quanto aos fatores de 
coagulação, principalmente, os fatores V e V III.
O plasma isento de crioprecipitado (PIC) é aquele do qual foi retirado, em sistema 
fechado, o crioprecipitado. 
Crioprecipitado são proteínas plasmáticas insolúveis em temperatura de 1°C a 6°C. 
O PIC deve ser acondicionado na temperatura de 18°C negativos sendo, porém, reco-
mendada temperatura igual ou inferior a 25°C negativos. 
Tem a mesma validade do PFC e seu volume aproximado de 150ml a 200ml, porém, 
são perdidos os fatores de FVIII, fibrinogênio, Fator de von Willebrand.
Quanto ao controle de qualidade, para avaliar a qualidade do plasma fresco por 
exemplo, todas as bolsas devem passar por uma inspeção visual pré-congelamento e 
um percentual das unidades da produção mensal deve ser avaliado no pré e pós-conge-
lamento para os parâmetros indicados na Tabela 3. 
Tabela 3 – Parâmetros, critérios de aceitação e número de amostras para controle da qualidade de PFC
Parâmetros Critérios de aceitação Número de amostras
Medida de volume ≥ 150 ml Todas as unidades coletadas
Determinação de TTPA Até o valor do pool controle + 20% 1% ou 4 unidades (o que for maior)
24
25
Parâmetros Critérios de aceitação Número de amostras
Determinação de Fator VIII: C ≥ 70% de atividade presentepré-congelamento 1% ou 4 unidades (o que for maior)
Determinação de Fator V ≥ 70% de atividade presentepré-congelamento 1% ou 4 unidades (o que for maior)
Determinação de leucócitos residuais < 0,1 x 106/mL 1% ou 4 unidades (o que for maior)
Determinação de hemácias residuais < 6,0 x 106/mL 1% ou 4 unidades (o que for maior)
Determinação de plaquetas residuais < 50 x 106/mL 1% ou 4 unidades (o que for maior)
Fonte: Adaptada de redsang.ial.sp.gov 
As bolsas que apresentarem quaisquer alterações, descritas na inspeção visual (Figura 11) 
devem ser descartadas: 
• Coloração atípica (lipemia – Figura 12, icterícia, hemólise);
• Presença de fibrina;
• Presença de hemácias; 
• Presença de vazamento.
Figura 11 – Bolsas de plasma para inspeção visual
Fonte: redsang.ial.sp.gov
Figura 12 – Bolsas de plasma com diferentes graus de lipemia
Fonte: redsang.ial.sp.gov 
25
UNIDADE Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápico
Produção e Controle de Qualidade de Concentrado 
de Plaquetas e Crioprecipitado
O Concentrado de Plaquetas (CP) é uma suspensão de plaquetas, em plasma pre-
parado mediante dupla-centrifugação de uma unidade de sangue total coletada em tem-
po não superior a 15 minutos (preferencialmente, até 12 minutos). 
Também pode ser obtido por aférese (Figura 13):
Figura 13 – Plaquetas obtidas por Aférese (esquerda) e por sangue total (direita)
Fonte: redsang.ial.sp.gov 
O CP deve ser conservado a 22 ± 2oC, sob agitação constante, em agitador próprio 
para esse fim. 
A validade dos CP é de três a cinco dias, dependendo do plastificante da bolsa de 
conservação. 
As indicações do CP levam em consideração a existência de fatores de risco, realiza-
ção de procedimentos invasivos, presença de sangramentos clinicamente significantes e 
alterações da função plaquetária.
Cada unidade de concentrado de plaquetas obtido de sangue total contém aproxima-
damente 5.5 x 1010 plaquetas em 40 a 70ml de plasma (deve ser mantido um volume 
mínimo de 40ml de plasma por 5.5 x 1010 plaquetas). 
Nas unidades obtidas por aférese, o conteúdo de plaquetas deve ser igual ou maior 
que 3 x 1011 (o correspondente a 6 a 7 unidades de plaquetas obtidas de sangue total), 
em um volume entre 200 - 300 ml de plasma.
Métodos de Preparação
• Plasma rico em plaquetas (PRP):
 » Centrifugar uma unidade de sangue total, previamente mantida em temperatura 
de +20ºC a +24ºC por até 24 horas, para separação do concentrado de hemácias 
e PRP. O processo de centrifugação para obtenção de plasma rico em plaquetas 
deverá ser validado em cada Serviço;
26
27
» Realizar uma segunda centrifugação do plasma rico em plaquetas com extração 
do plasma sobrenadante, mantendo um volume de 40 a 70ml de plasma para o 
armazenamento ideal das plaquetas por 5 dias;
• Buffy coat (Camada leucoplaquetária):
» Centrifugar uma unidade de sangue total, previamente mantida em temperatura 
de +20ºC a +24ºC por até 24 horas, para separação do concentrado de he-
mácias, Buffy coat e plasma. O processo de centrifugação para obtenção dos 
concentrados de plaquetas por Buffy coat deverá ser validado em cada Serviço;
» Proceder uma segunda centrifugação do Buffy coat mantendo um volume em 
torno de 40 a 70ml de plasma para o armazenamento ideal das plaquetas por 
cinco dias;
» Caso necessário, pode-se juntar 4 a 6 unidades de Buffy coat para formar um 
pool que, quando centrifugado, dará origem ao concentrado de plaquetas por 
pool de Buffy coat;
• Por Aférese:
Concentrado de plaquetas obtido de um único doador por meio de um separador 
celular automatizado, em que grandes volumes de sangue total são separados, de 
modo que as plaquetas sejam retidas em bolsa própria e o produto remanescente 
retorne ao doador. 
O conteúdo de plaquetas deve ser igual ou maior que 3 x 1011 (o correspondente a 
6 a 7 unidades de plaquetas obtidas de sangue total);
• Concentrado de plaquetas desleucocitado:
O concentrado de plaquetas desleucocitado é obtido pela remoção de leucócitos 
por meio de filtros específicos para esta finalidade ou pela remoção dos leucócitos 
durante o procedimento de aférese. 
O procedimento pode ser feito em plaquetas únicas ou em pool. Considera-se 
desleucocitado o concentrado de plaquetas cujo conteúdo residual de leucócitos na 
unidade seja inferior a 5,0 x 106 leucócitos (aférese ou pool de 6 a 7 unidades) ou 
0,83 x 106 em cada unidade obtida de um sangue total.A validade do concentrado de plaquetas desleucocitado obtido em sistema fechado 
é o mesmo do hemocomponente original. Caso seja obtido em sistema aberto, a 
validade é de 4 horas.
Para garantir a qualidade das bolsas de concentrado de plaquetas, deve-se fazer a 
inspeção visual e realizar os testes estabelecidos na Portaria vigente.
• Na inspeção visual, deve-se avaliar os seguintes parâmetros:
» Lipemia;
» Alteração de cor (Figura 14);
» Presença de grumos;
» Presença de vazamento; 
» Swirling (Figura 15).
27
UNIDADE Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápico
Figura 14 – Protocolo visual de concentrado de plaquetas contendo 
volumes crescentes de contaminação por hemácias
Fonte: redsang.ial.sp.gov 
Figura 15 – Presença (esquerda) e Ausência (direita) de Swirling
Fonte: redsang.ial.sp.gov 
Swirling: método para identificar a mudança na forma das plaquetas. A determinação do 
Swirling pode ser representada por: 
• Resultado “positivo” ou “negativo”;
• Por meio de score e 0 a 3;
• Na ausência de Swirling (score 0), a bolsa deve ser descartada.
Quanto ao Crioprecipitado (CRIO), ele é a fração do plasma insolúvel a frio, ob-
tida a partir do PFC. 
Cada unidade de CRIO tem um volume de 10 a 40ml e tem a maior porção de 
Fator VIII, fibrinogênio, Fator XIII, Fator de von Willebrand e fibronectina 
presente no plasma fresco. 
Na Figura 16, são apresentadas bolsas de Criopreciptado depois de seu processamento:
28
29
Figura 16 – Crioprecipitado
Fonte: redsang.ial.sp.gov 
Para avaliar a qualidade do crioprecipitado, todas as bolsas devem passar por uma 
inspeção visual pós-descongelamento e devem ser realizadas as análises dos parâ-
metros indicados na Legislação vigente.
Produção de Hemocomponentes Especiais e Hemoderivados
Os hemocomponentes especiais são obtidos a partir do sangue total ou do plas-
ma, através de processos físicos, utilizados em outros procedimentos terapêuticos que 
não a transfusão.
A fim de diminuir os riscos transfusionais, podem ser utilizados concentrados de 
hemácias desleucocitados, obtidos pela remoção de leucócitos com a ajuda de filtros 
específicos para o procedimento. 
Quando a desleucocitação é realizada no período pré-armazenamento, deve ocorrer 
em até 48 horas após a coleta do sangue total. 
O concentrado de hemá cias é considerado desleucocitado quando o teor residual de 
leucócitos na unidade for inferior a 5,0 x 106.
Se realizado em sistema fechado, a validade corresponde à original do hemocom-
ponente. Se for sistema aberto, a validade corresponde a 24 horas depois do início do 
processo de desleucocitação.
Além disso, pode ser utilizado o concentrado de hemácias irradiado, que é ob-
tido após irradiação gama ou um processo que garanta uma dose mínima de 25Gy
sobre o plano médio da unidade. O objetivo é inativar funcionalmente os linfócitos 
viáveis no sangue.
Esse concentrado deve, preferencialmente, ser produzido até 14 dias após a coleta e 
armazenado por, no máximo, 28 dias pós irradiação, respeitando-se a data de validade 
original do hemocomponente.
Já os hemoderivados são medicamentos produzidos pelo fracionamento industrial 
do plasma humano. O plasma humano, por sua vez, é obtido a partir das doações de 
sangue. O plasma empregado pela indústria de hemoderivados pode também ser cole-
tado por aférese.
29
UNIDADE Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápico
Os quatro hemoderivados de base, que fazem parte da lista de medicamentos essen-
ciais da Organização Mundial de Saúde (OMS) são a albumina, as imunoglobulinas 
poli-específicas, também chamadas de imunoglobulinas normais, e os concentrados 
de Fator VIII e de Fator IX da coagulação. Estes dois últimos produtos são utilizados 
no tratamento das pessoas portadoras de Hemofilia A e B, respectivamente. 
A albumina é utilizada no tratamento de grandes queimados, pessoas com cirrose e 
pacientes de terapia intensiva, entre outros. 
De todos os hemoderivados, a imunoglobulina é que que vem tendo maior utilização 
em todo o mundo, com um consumo per capita de 70 g/mil habitantes em países como 
o Canadá e os Estados Unidos. 
A imunoglobulina é usada para o tratamento de pessoas com AIDS, para pessoas 
com outros déficits imunológicos, para o tratamento de doenças autoimunes e para o 
tratamento de diversas doenças infecciosas. 
Além desses quatro produtos de base, existem, hoje, cerca de vinte diferentes tipos 
de hemoderivados disponíveis no Mercado Mundial, que podem ser classificados em três 
grandes grupos:
1. Hemoderivados usados para tratamento de coagulopatias;
2. Hemoderivados à base de proteínas da anticoagulação;
3. Hemoderivados à base de imunoglobulinas específicas.
Teste o seu Conhecimento
1. Leia o texto a seguir: “A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia 
(Hemobrás) é uma estatal vinculada ao Ministério da Saúde que trabalha para 
reduzir a dependência externa do Brasil no setor de derivados do sangue e bio-
fármacos, ampliando o acesso da população a medicamentos essenciais à vida 
de milhares de pessoas com hemofilia, além de pacientes de imunodeficiências 
genéticas, cirrose, câncer, Aids, queimaduras, entre outras doenças. Para isso, 
estamos construindo em Goiana, a 63 quilômetros do Recife, na Zona da Mata 
Norte de Pernambuco, a primeira fábrica do Brasil e a maior da América Latina 
com esta complexidade. Por ano, a  capacidade de processamento de nossa 
fábrica será de 500 mil litros. Nosso cliente prioritário é o Ministério da Saúde, 
e as pessoas consumidoras de nossos produtos são aquelas que utilizam o Sis-
tema Único de Saúde (SUS). Caso haja possibilidade de ampliação de mercado 
de atuação, incorporam-se aos clientes desejáveis a hemorrede e hospitais pri-
vados, além de centros de pesquisa e sistemas de saúde públicos ou privados 
de outros países.”
(HEMOBRAS) (Texto extraído de: <https://www.hemobras.gov.br/Section.aspx?TopFolderPath=\Root\Contents\Website\
Somos%20a%20Hemobras&SelectedSubFolderId=741>. Acesso em: 18/07/2021).
Os Hemoderivados são medicamentos produzidos a partir do plasma humano, que 
é um dos componentes do sangue. Considerando o texto acima, redija um texto que:
a) Defina o que diferencia hemocomponente e hemoderivado;
b) Descreva a partir de qual produto biológico são produzidos os hemoderivados
c) Descreva quatro (4) exemplos de hemoderivados e quatro (4) exemplos de he-
mocomponentes e seu respectivo uso / finalidade.
30
31
2. O fenômeno observado na movimentação do concentrado de plaquetas contra 
a luz, visualizado por uma névoa cintilante é denominado __________. Esse 
fenômeno serve para___________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________. 
Deve ser descartada a bolsa que tiver score __________ desse fenômeno.
Doação de Componentes por Aférese
A doação por aférese é um processo que tem por objetivo a obtenção de um deter-
minado tipo de célula do sangue, por meio de um equipamento automatizado.
A máquina coletora é capaz de separar os componentes do sangue por centrifugação 
e permite a coleta seletiva de um ou mais de seus componentes.
Plasmaférese
A plasmaférese é um processo extracorporal no qual é obtido plasma e elementos 
celulares do sangue.
É indicado nos casos de mieloma múltiplo, macroglobulinemia de Waldenstrom, 
lúpus, Síndrome de Goodspature, granulomatose de Wegener, crioglobulinemia, es-
clerose múltipla, púrpura trombocitopê nica trombótica, glomerulonefrite, hipercoleste-
rolemia familiar, Síndrome de Crigler-najjar e alguns casos de rejeição de transplante 
de órgãos.
O intervalo mínimo entre duas plasmaféreses em um doador é de 48 horas, podendo 
um mesmo doador doar, no máximo, quatro vezes em um período de dois meses.
Depois da quarta doação efetuada em menos de 60 dias, será necessário um interva-
lo de dois meses até a doação subsequente.
O número máximo anual de doações por aférese, por doador, não pode ser maior 
que 12.Se um doador de plasma por aférese doa uma unidade de sangue total, ou se resul-
ta impossível restituir as hemá cias durante uma plasmaférese, devem transcorrer pelo 
menos oito semanas antes que um novo procedimento de plasmaférese seja realizado.
Leucoaférese
A coleta de granulócitos deve ser estabelecida por meio de protocolo elaborado pelo 
serviço. Podem ser utilizados agentes mobilizadores de granulócitos, tais como Fator Es-
timulador de Colônias de Granulócitos (G-CSF) e ou corticosteroides e agentes hemosse-
dimentantes nos doadores, porém, essa utilização deve estar especificada no protocolo.
A coleta só poderá ser feita se a contagem de leucócitos no doador for superior a 
5.000μl.
É obrigatória a realização de contagens celulares em todos os concentrados de gra-
nulócitos coletados.
31
UNIDADE Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápico
Plaquetoférese
A plaquetoférese é baseada na coleta de plaquetas por aférese. As condições preconi-
zadas para o impedimento da plaquetoférese são o uso de medicamentos anti-inflamató-
rios por cinco dias, uso de anti-hipertensivos inibidores da ECA (Enzima Conversora da 
Angiotensina) como captopril e enalapril, portadores de traço falciforme.
Teste o seu Conhecimento
1. Diferencie plasmaférese, leucoaférese e plaquetoférese. 
Liberação de Sangue para Transfusão
As transfusões de sangue podem ser programadas para determinado dia e hora, de 
rotina, quando realizadas dentro de 24 horas, urgência, se realizadas dentro de três ho-
ras, ou emergência, quando a vida do paciente está em risco.
Segundo a Legislação vigente, as bolsas liberadas para a transfusão sanguínea devem 
conter um cartão de transfusão (rótulo ou etiqueta) com o nome completo do receptor, 
Instituição de Assistência à Saúde, Enfermaria ou leito em que se encontra o receptor, 
registro e tipagem ABO e RhD do receptor, número de identificação da bolsa, de compo-
nente sanguíneo e a tipagem ABO e RhD, conclusão do teste de compatibilidade maior, 
data de envio do componente sanguíneo para a transfusão e o nome do responsável 
pela realização dos testes pré-transfusionais e pela liberação do componente sanguíneo. 
Antes da liberação da bolsa, devem ser observados os aspectos relacionados à colora-
ção, à integridade do sistema, à presença de hemólise ou de coágulos e à data de validade. 
Caso seja encontrada alguma anormalidade, a bolsa não será liberada.
O cartão de transfusão do componente sanguíneo deve conter as informações para 
os transfusionistas referentes à identificação do receptor, além disso, deve haver a con-
ferência dos resultados dos exames que aparecem no rótulo da bolsa e deve ser usado o 
equipo de infusão específico para a transfusão sanguínea. 
Toda a transfusão deve acontecer mediante prescrição médica. Os componentes libe-
rados para a transfusão não utilizados podem ser reintegrados ao estoque desde que as 
condições de transporte e armazenamento sejam conhecidas e adequadas. 
Além disso, as bolsas devem ser submetidas à avaliação visual antes da reintegração, 
e a trajetória da bolsa deve estar devidamente documentada. 
As bolsas violadas não serão reintegradas ao estoque.
Assim, é imprescindível que a bolsa contenha um cartão de transfusão, com um 
rótulo ou uma etiqueta, constando:
• O nome completo do receptor;
• A Instituição de Assistência à Saúde;
32
33
• A Enfermaria ou o Leito em que se encontra o receptor;
• O registro e a tipagem ABO e RhD do receptor;
• O número de identificação da bolsa de componente sanguíneo e sua tipagem 
ABO e RhD;
• A conclusão do teste de compatibilidade maior;
• A data do envio do componente sanguíneo para a transfusão;
• O nome do responsável pela realização dos testes pré-transfusionais e pela libera-
ção do componente sanguíneo.
As bolsas são conservadas a 4 ± 2oC, durante pelo menos três dias após a transfusão, 
assim como uma amostra do concentrado de hemácias (segmento do tubo coletor) e de 
soro ou plasma do receptor (retenção de amostras de sangue e componentes sanguíneos).
Exames Pré-transfusionais
Os testes imuno-hematológicos pré-transfusionais objetivam assegurar a confiabi-
lidade da transfusão sanguínea, bem como diminuir intercorrências ao paciente e preve-
nir reações transfusionais hemolíticas.
Os testes pré-transfusionais que devem ser feitos no paciente são de tipagem ABO 
direta e reversa, classificação RhD, pesquisa de D fraco (se RhD negativo) e pesquisa de 
Anticorpos Antieritrocitários Irregulares (P.A.I).
No doador, devem ser feitos os exames de retipagem ABO direta e reclassificação 
RhD e a realização de uma prova de compatibilidade entre as hemácias do doador e o 
soro ou plasma do receptor (prova de compatibilidade maior) deve ser feita.
Transfusão de Hemocomponentes
Após o término dos exames pré-transfusionais, devem ser conferidos os dados con-
tidos no cartão de transfusão. Depois, devem ser registrados no livro de liberação os 
dados do paciente e hemocomponentes para a transfusão, sem rasuras, acondicionar o 
hemocomponentes na caixa térmica, colocar o equipo na caixa térmica e seguir para a 
unidade de transfusão.
É importante registrar no prontuário do paciente a data da transfusão, os números 
e a origem dos componentes sanguíneos transfundidos. As transfusões são feitas pelo 
médico ou profissional de saúde habilitado. 
Esse profissional deve acompanhar o receptor nos primeiros dez minutos do pro-
cesso de transfusão. Esse monitoramento é relativo aos casos de reação adversa. De 
qualquer forma, é importante avaliar, antes e após o procedimento, os sinais vitais do 
paciente (temperatura, pressão arterial e pulso).
Reações Transfusionais Imediatas
As reações transfusionais imediatas ocorrem durante a transfusão ou em até 24 ho-
ras após o procedimento. 
33
UNIDADE Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápico
Os incidentes transfusionais de maior prevalência estão descritos na Tabela 4. 
Tabela 4 – Reações imediatas notificadas de maior prevalência
Imediatos (24h)
Reação hemolítica aguda
Reação febril não hemolítica
Reação alérgica leve
Reação alérgica moderada
Reação alérgica grave
Sobrecarga volêmica
Contaminação bacteriana
Edema pulmonar não cardiogênico/TRALI
Hemólise não imune
Reação hipotensiva
A reação hemolítica ocorre quando as hemácias transfundidas são destruídas, a rea-
ção febril é associada à presença de anticorpos contra os antígenos leucocitários HLA e 
plaquetas do doador, o edema pulmonar não cardiogênico/TRALI ocorre pela presença 
de anticorpos anti-HLA I e II presentes no plasma do doador e/ou antígenos específicos 
granulocíticos, e a hemólise não imune pode ocorrer quando as hemácias são congela-
das ou superaquecidas e/ou administração simultânea de medicações e/ou hidratação 
com soro glicosado.
Reações Transfusionais Tardias
As reações imediatas ocorrem após 24 horas. Os incidentes transfusionais de maior 
prevalência estão descritos na Tabela 5.
Tabela 5 – Reações tardias notificadas de maior prevalência
Tardias (após 24 horas)
Reação hemolítica tardia
Aparecimento de anticorpos
Doença do enxerto contra o hospedeiro/GVHD
As reações hemolíticas tardias acontecem quando há uma resposta imunológica eri-
trocitária dias ou semanas após a transfusão. 
Os sintomas estão associados a mal-estar, fraqueza, anemia e icterícia. 
A doença do enxerto contra o hospedeiro é uma síndrome que ocorre entre dois dias 
à seis semanas após a infusão de hemocomponentes e os sintomas são: febre, diarreia, 
eritema com erupção máculo-papular, hepatomegalia, alteração de função hepática, 
pancitopenia e aplasia de medula óssea.
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Leia o artigo: Hemovigilância: a experiência da notificação de reações transfusionais 
em Hospital Universitário. Disponível no link: https://bit.ly/3DtPRUj
Teste o seu Conhecimento
1. Qual a importância dos testes de compatibilidade? 
2. Cite 2 exemplos de reações transfusionais imediatas e 2 exemplos de reações tardias;
3. Os testes pré-transfusionais têm como objetivoprincipal garantir a compatibili-
dade sanguínea entre o doador e receptor e garantir que os componentes trans-
fundidos tenham sobrevida aceitável e não causem dano ao receptor. Quais são 
os procedimentos imunohematológicos pré-transfusionais?
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Triagem clínica de doadores de sangue
https://bit.ly/3Du4g2F
Manual Técnico para Investigação da Transmissão de Doenças pelo Sangue
Propõe uma sistematização do processo de investigação dos casos suspeitos, envolvendo 
ações intersetoriais, visando à tomada de decisões e ao estabelecimento de ações estratégi-
cas de hemovigilância e integrando as práticas de vigilância em saúde. 
https://bit.ly/3sZJsv0
Guia de uso dos hemocomponentes
https://bit.ly/38sVtjc
Manual para controle da qualidade do sangue total e hemocomponentes
https://bit.ly/3t0ZFjV
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Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Trans-
missíveis e Aids. Coleta de sangue de doadores. Brasília: Ministério da Saúde. 1998. 
Disponível em: <https://www3.ufpe.br/posact/images/PDF/curso_09_coleta_de_%20
sangue_de_doadores.pdf >. Acesso em: 12/08/2019.
 ________. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Trans-
missíveis e Aids. Triagem clínica de doadores de sangue. Brasília: Ministério da Saú-
de. 2001. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd07_20.pdf>. 
Acesso em: 12/08/2019.
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Ministério da Saúde, 2015.
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