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Por Rodrigo Andrade 5 PASSOS SIMPLES PARA FAZER O SEU PACIENTE EVOLUIR AINDA MAIS NO TRATAMENTO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DA ESCOLIOSE INTRODUÇÃO Os objetivos desse Ebook é levar informações pertinentes à fisioterapeutas e profissionais da saúde, para que estes saibam as principais melhorias que podem fazer em seu tratamento, visando o melhor para os pacientes. Cada tópico apresentado nas páginas a seguir pode ser explorado separadamente e certamente renderiam seus próprios e-books. Entretanto, apresentando o conteúdo de uma forma direta, quero que seja capaz de identificar os problemas e que os profissionais sejam capazes de resolvê-los, sem que o tratamento para escoliose seja comprometido. Meu propósito com esse conteúdo é compartilhar o conhecimento que adquiri ao longo de 5 anos e mais de 500 pacientes de forma simples e direta. Tenho como objetivo colaborar para a evolução da prática da fisioterapia no tratamento da escoliose e facilitar o acesso ao conhecimento de casos de sucesso no tratamento conservador da escoliose por pacientes e familiares. 1 SEGUIR O GUIDELINE (DIRETRIZES) 1- SEGUIR O GUIDELINE (DIRETRIZES) Esse é um passo que precisa ser seguido não apenas no tratamento da escoliose, mas sim em todas as áreas da fisioterapia! O termo GUIDELINE traduzido quer dizer DIRETRIZ. Existem diretrizes para o tratamento das diversas áreas do corpo, como: joelho, quadril, coluna lombar, cervical, ombro, entre outros e também para escoliose. As organizações ou sociedades fazem um apanhado dos estudos mais importantes, de revisões sistemáticas e buscam padronizar o entendimento da ciência para aquela determinada patologia por meio da criação de um documento que mostra quais os melhores tratamentos indicados. Estes documentos mostram qual é o caminho mais assertivo que o profissional deve seguir ao tratar uma patologia, é um caminho testado, que teve mais respostas positivas e, por consequência, irá resultar em um melhor tratamento. Mas a grande maioria dos profissionais não o seguem pois não o conhecem e não o leem. Existem 2 sociedades muito importantes que tratam sobre a escoliose: - Uma é mais direcionada para a área médica, chamada Scoliosis Research Society – SRS; essa sociedade é basicamente composta por ortopedistas cirurgiões de coluna. Um dos requisitos é que o médico participa durante 5 anos dos encontros internacionais apresentando seus casos de cirurgia para onseguir ser membro dela. - Para o tratamento conservador da escoliose, os profissionais seguem uma sociedade chamada International Scientific Society on Scoliosis Orthopaedic and Rehabilitation Treatment – SOSORT, responsável por 1- SEGUIR O GUIDELINE (DIRETRIZES) produzir as primeiras diretrizes em 2005 e renová-las em 2011. Recentemente, foram publicados ensaios clínicos de alta qualidade sobre o efeito de tratamentos conservadores (Coletes Ortopédicos e Exercícios Científicos) para escoliose idiopática que a levaram a atualizar a última versão das diretrizes. O objetivo foi alinhar as diretrizes com as novas evidências científicas para assegurar uma troca mais rápida de conhecimento teórico para a prática clínica de tratamento conservador para a escoliose idiopática. 1- SEGUIR O GUIDELINE (DIRETRIZES) Estas organizações têm encontros anuais onde são discutidas as principais diretrizes no tratamento tanto conservador como cirúrgico da escoliose. 1- SEGUIR O GUIDELINE (DIRETRIZES) As Diretrizes da SOSORT de 2015 nos orienta sobre o tratamento baseado na angulação da escoliose (cobb): - Até 10 graus: Não é considerado escoliose e sim um desvio lateral da coluna, a indicação seria de manter o paciente sob observação. O acompanhamento do paciente deve ser a cada 3 meses, dependendo da idade (principalmente se estiverem em fase de crescimento), para registrar o progresso da possível curvatura. 1- SEGUIR O GUIDELINE (DIRETRIZES) - De 10 a 25 graus: O tratamento mais indicado é o que envolve exercícios científicos, aqueles que foram testados e comprovados pela literatura científica e que aumentam as chances de seu paciente obter uma melhora e/ou evitar a progressão por meio do uso do colete e a cirurgia. 7 escolas fazem parte da SOSORT, mas as que apresentam as melhores evidências são somente 3 métodos. Sete escolas principais de escoliose abordam e 1- SEGUIR O GUIDELINE (DIRETRIZES) tratam o tópico de Exercícios Específicos de Escoliose de Fisioterapia. As escolas são apresentadas a seguir na ordem histórica em que foram desenvolvidas. Incluem a abordagem de Lyon da França, a abordagem Katharina Schroth Asklepios da Alemanha, a Abordagem do Exercício Científico a Escoliose (SEAS) da Itália, a abordagem da Barcelona Escoliose Physical Therapy School (BSPTS) da Espanha, a abordagem Dobomed da Polônia, a abordagem Side Shift do Reino Unido e a abordagem de terapia individual funcional da escoliose (FITS) da Polônia. Os exercícios que têm comprovação científica de serem mais eficientes, evidência nível 1, (curvas de 10 a 25 graus) na literatura são os seguintes 3 métodos: - SEAS (Negrini), Método SCHROTH (Weiss) e Método BSPTS (RIGO). 1- SEGUIR O GUIDELINE (DIRETRIZES) - De 25 a 50 graus: A indicação é o uso do colete ortopédico, juntamente com os exercícios científicos. Está cientificamente comprovado, publicado em Estudo Multicêntrico na “The New England Journal of Medicine” (WEINSTEINET et al, 2013) que o Colete para Escoliose pode ajudar em 72% dos casos com curvas de 20-40° antes do paciente atingir a maturidade esquelética. 1- SEGUIR O GUIDELINE (DIRETRIZES) Em seus resultados pode-se observar que: O tratamento com coletes ortopédicos permite a prevenção de deformidade severa antes da maturidade esquelética em 72% dos adolescentes (20-40 graus). – 28% das curvaturas pioraram e passam dos 50 graus, necessitando de correção cirúrgica. – No grupo de observação, sem tratamento com coletes ortopédicos, a taxa de progressão grave atingiu 52%. - Acima de 45-50 graus Este tratamento é realizado para curvas acima de 45-50 graus em pacientes adolescentes. A cirurgia pode ser 1- SEGUIR O GUIDELINE (DIRETRIZES) realizada em último caso, principalmente se a curvatura gerar muito incômodo ao paciente ou se os sintomas associados a escoliose dificultam ou impossibilitam a realização de suas atividades diárias. Os objetivos do tratamento cirúrgico são a obtenção de correção da curva e evitar sua progressão. Isto é, geralmente obtido por meio da colocação de implantes de metal sobre a coluna vertebral, que são ligados a hastes que corrigem a curvatura da coluna e a seguram na posição correta até que haja completa fusão da coluna vertebral. Uma pessoa muito nova, com grandes chances de ter seu quadro agravado, quando o tratamento conservador não está dando resultados ou até mesmo piora com o uso de um colete de boa qualidade e com a execução correta dos exercícios, deve então fazer cirurgia. Por isso, é importante um trabalho multiprofissional ao longo do tratamento da escoliose. 2 FAZER UMA BOA AVALIAÇÃO E COLETAR DADOS 2- FAZER UMA BOA AVALIAÇÃO E COLETAR DADOS A avaliação é fundamental para que o paciente tenha o melhor resultado possível. Hoje, muitos profissionais dão aula experimental de pilates gratuitamente (algo que o nosso conselho proíbe) ou realizam uma avaliação rápida e superficial. Todos os pacientes que chegaram com resultados negativos (piora da curvatura) vindos de outros fisioterapeutas não tiveram uma boa avaliação ou sequer tiveram uma avaliação feita. Em alguns casos, os profissionais não mediram as radiografias para identificar qual tratamento indicado, não viram qual a probabilidade do quadro daquele paciente se agravar ou não, algo que é fundamental durante a análise do paciente. Tanto a avaliação radiográfica quanto clínica não podem ser ignoradas e são essenciais para o diagnóstico adequado por parte do profissional. O conjunto dessas informações irá dizer qual a melhor maneira de tratar opaciente com escoliose, patologia extremamente progressiva principalmente na fase do crescimento. Uma avaliação adequada é muito importante porque é ela que vai guiar o profissional e dizer onde o tratamento precisa de mais atenção. Fuja dessas orientações na internet que começam com “quais são os 5 melhores exercícios para corrigir a escoliose”, afinal... NÃO EXISTE ESSA RECEITA DE BOLO! O profissional vai precisar identificar a individualidade de cada paciente. Existem vários parâmetros a serem avaliados que dizem qual o melhor exercício para o paciente, como: se ele é rígido ou flexível, se está alinhado ou desalinhado, se é criança, adolescente ou adulto, se tem pouca ou muita rotação (gibosidade), se tem diferença no comprimento dos membros inferiores ou não, se tem indicação de colete ortopédico ou não, entre outros aspectos. Como pode ver, para definir todas essas particularidades, existem vários testes que devem ser realizados para que você consiga definir o melhor tratamento para o paciente. 2- FAZER UMA BOA AVALIAÇÃO E COLETAR DADOS O profissional que trata um paciente com escoliose não deve pecar na avaliação, JAMAIS! Com aula experimental gratuita ou sem avaliar o paciente é impossível tratar a escoliose de forma adequada. Guarde isso! 2- FAZER UMA BOA AVALIAÇÃO E COLETAR DADOS 3 TRABALHAR COM UMA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL 3- TRABALHAR COM UMA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL O paciente precisa de uma equipe MULTIPROFISSIONAL! O paciente vai precisar de um tratamento profissional que vai variar dependendo do grau da escoliose e de suas particularidades individuais. O cenário ideal é trabalharmos com uma equipe multiprofissional que irá tratar cada uma das necessidades do paciente. A equipe multiprofissional é idealmente composta pelo médico, fisioterapeuta para os exercícios científicos (curvaturas de 10 a 25 graus e 25 a 50 graus juntamente com os coletes ortopédicos), do ortesista - para aqueles pacientes que irão necessitar de um colete de boa qualidade (curvaturas de 25 a 50 graus) -, cirurgiões de coluna e toda uma equipe hospitalar especializada em curvaturas acima de 50 graus. Muitas vezes estes pacientes irão necessitar de um apoio psicológico, pois por não aceitarem a patologia podem apresentar resistência ao tratamento. Essa resistência afeta diretamente os resultados do tratamento, visto que os pacientes não aderem ao tratamento, não fazendo os exercícios e nem utilizando o colete. Além dos supracitados, outros profissionais que idealmente fazem parte da equipe é o profissional de educação física para exercícios gerais, esportes, nas escola e academias. Nutricionistas e endocrinologistas, também são bem vindos, uma vez que estes pacientes podem ter uma deficiência de vitamina D e Cálcio. Acreditar que vamos fazer o tratamento sozinhos é ilusão. Isso simplesmente não é possível! Para que o tratamento seja feito de forma realmente eficiente, é necessária uma equipe multiprofissional. 3- TRABALHAR COM UMA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL 4 SABER QUE A ESCOLIOSE NÃO SE RESUME AO ÂNGULO DE COBB Talvez seja esse o erro mais comum que os profissionais da saúde cometem quando tratam um paciente com escoliose. Com certeza, é o principal erro cometido pelos fisioterapeutas e ao corrigi-lo imediatamente vai fazer você se destacar mais facilmente. Perguntamos a 100% dos pacientes que chegam até nós: "Você sabe como é a sua coluna? Como é a sua escoliose? O que ela faz com seu corpo?" Eles falam: "Sei, ela inclina assim (demonstram inclinando o corpo para o lado)." Basicamente tanto o fisioterapeuta quanto o paciente acabam acreditando que a escoliose se resume principalmente à 1 curva (“C”) ou 2 curvas (“S”), ou seja, no ângulo de Cobb. Até mesmo, o consenso é indicar a cirurgia tendo como base o grau da curvatura, somente pelo angulo de Cobb. Lembre-se: pacientes são pessoas! Não são um ângulo de Cobb ou uma curvatura. “Ah, mas ela tem 50 graus, 4- SABER QUE A ESCOLIOSE NÃO SE RESUME AO ÂNGULO DE COBB você acabou de falar que quando o paciente tem 50 graus, o consenso internacional é indicar a cirurgia”. Mais um vez, o paciente não é um ângulo de Cobb e o profissional precisa entender a necessidade deste paciente frente todos os aspectos! Qual é o erro? Ter um pensamento estritamente linear e não considerar outras direções! A definição de escoliose é: “A escoliose é uma deformidade tridimensional da coluna vertebral”. 4- SABER QUE A ESCOLIOSE NÃO SE RESUME AO ÂNGULO DE COBB A partir do momento que se pensa em uma única dimensão, estamos deixando duas dimensões de lado. É fundamental levar em consideração todos as dimensões da escoliose. É necessário observar a inclinação lateral, que é a curvatura, a rotação axial e na vista lateral, as curvas fisiológicas – a cifose e a lordose. 4- SABER QUE A ESCOLIOSE NÃO SE RESUME AO ÂNGULO DE COBB 5 NUNCA FAZER EXERCÍCIOS BILATERAIS É consenso que a escoliose é uma deformidade progressiva, no qual a curvatura vai aumentando durante a fase de crescimento. Os pacientes tendem a piorar ano após ano. Assim, se dado paciente tem uma curva para a direita e ao consultar um profissional, este indicar exercícios voltados para fechar a curvatura, com certeza estará aumentando o grau que o paciente apresenta. Mas afinal, fazer exercícios no sentido da curvatura, faz sentido isso? 5- NUNCA FAZER EXERCÍCIOS BILATERAIS Não faz sentido o fisioterapeuta indicar exercícios para os dois lados da curvatura. Se temos uma curvatura, o primeiro ponto é saber se precisamos fazer aquele exercício, se ele precisa ganhar movimento tendo como base a avaliação anterior do paciente. Segundo ponto, e o mais importante, é nunca fazer o exercício para o lado que já está fechado, só iremos fazer exercícios para o lado da correção! 5- NUNCA FAZER EXERCÍCIOS BILATERAIS RESUMO Quais são 5 passos simples para fazer o seu paciente evoluir AINDA MAIS no tratamento da escoliose? 1- Fazer o que a ciência recomenda. Temos que primeiro ler aquilo que já está estabelecido e tem se provado eficiente a fim de indicar o melhor tratamento para nossos pacientes. 2- Fazer uma boa avaliação tanto radiográfica quanto clínica e coletar dados. O profissional que não avalia bem seu paciente não sabe do que ele realmente precisa. 3- Trabalhar com uma equipe multiprofissional. Não podemos acreditar que nós podemos fazer todo o trabalho sozinhos porque simplesmente não é verdade, o tratamento da escoliose depende de uma equipe multiprofissional. 4- Saber que a escoliose não se resume ao ângulo de Cobb. Após avaliar as três dimensões, entenda o que o seu paciente realmente precisa, mas tenha sempre em mente uma visão tridimensional da escoliose. 5- Nunca fazer exercícios bilaterais! Não faz sentido o fisioterapeuta indicar exercícios para os dois lados da curvatura considerando uma deformidade que tende a piorar ano após ano. @escoliosebrasil @escoliosebrasil Escoliose Brasil - Dr. Rodrigo Andrade JÁ CONHECE OS NOSSOS CANAIS NAS REDES SOCIAIS? FICOU COM ALGUMA DÚVIDA? TEM UMA SUGESTÃO? MANDE UMA MENSAGEM PARA A GENTE! https://www.instagram.com/escoliosebrasil/ https://www.instagram.com/escoliosebrasil/ https://www.instagram.com/escoliosebrasil/ https://www.facebook.com/escoliosebrasil https://www.facebook.com/escoliosebrasil https://www.facebook.com/escoliosebrasil https://www.youtube.com/user/rodrigomantelatt https://www.youtube.com/user/rodrigomantelatt https://www.youtube.com/user/rodrigomantelatt
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