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Eletrolifting no tratamento facial

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Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste 
n. 01-2004 ISSN 1678-8265 
ELISANDRA GARCIA BAENA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A UTILIZAÇÃO DA CORRENTE GALVÂNICA 
(ELETROLIFTING) NO TRATAMENTO DO ENVELHECIMENTO 
FACIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASCAVEL 
2003 
 
Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste 
n. 01-2004 ISSN 1678-8265 
ELISANDRA GARCIA BAENA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A UTILIZAÇÃO DA CORRENTE GALVÂNICA 
(ELETROLIFTING) NO TRATAMENTO DO ENVELHECIMENTO 
FACIAL 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso do curso de 
Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas 
e da Saúde da Universidade Estadual do 
Oeste do Paraná – Campus Cascavel. 
 
Orientadora: Profª . Juliana Cristina Frare. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cascavel 
2003 
Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste 
n. 01-2004 ISSN 1678-8265 
TERMO DE APROVAÇÃO 
 
 
 
 
 
ELISANDRA GARCIA BAENA 
 
 
 
 
 
TÍTULO: A Utilização da Corrente Galvânica (Eletrolifting) No Tratamento 
Do Envelhecimento Facial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para obtenção do 
título de graduação em Fisioterapia, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná. 
 
 
__________________________ 
Orientador: Profª . Juliana C. Frare 
Colegiado de Fisioterapia - UNIOESTE 
 
 
_________________________ 
Profª . Graciana Grespan 
Colegiado de Fisioterapia - UNIOESTE 
 
 
_________________________ 
Profª . Ms. Celeide Aguiar Pinto Peres 
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE 
 
 
Cascavel/2003 
Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste 
n. 01-2004 ISSN 1678-8265 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
Dedico este trabalho aos meus pais, 
pelo apoio, compreensão, confiança 
e principalmente pela presença nos 
bons e maus momentos, tornando 
possível assim que eu completasse 
mais uma etapa de minha vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste 
n. 01-2004 ISSN 1678-8265 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 Agradeço . . . 
 A Deus pela minha vida e por todas as pessoas que colocou em meu caminho. 
 Aos professores pela dedicação e por todo conhecimento que me transmitiram 
ao longo desses anos. 
 Aos amigos pelo companheirismo e confiança que me deram, em especial às 
minhas amigas Patrícia Marquetti Deitos e Karoline Toniel Diehl Gallas pela verdadeira 
amizade que construímos. 
 À orientadora deste trabalho, professora Juliana Cristina Frare, pela ajuda, tempo 
e conhecimento a mim dispensado. 
 Em especial à professora e coordenadora do curso de fisioterapia, Celeide 
Aguiar Pinto Peres, pela ajuda que me concedeu nos momentos mais turbulentos que 
enfrentei durante minha caminhada pela faculdade, pela pessoa humana e verdadeira 
que é, e principalmente pelo carinho que me recebeu nesta faculdade. 
 ... o meu muito obrigado a todos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste 
n. 01-2004 ISSN 1678-8265 
 
RESUMO 
 
 
O processo de envelhecimentos se dá de forma gradual. O colágeno, componente 
fundamental do tecido conjuntivo torna-se gradualmente mais rígido, e a elastina, outro 
componente do mesmo tecido, vai perdendo a sua elasticidade natural devido à 
redução do número de fibras elásticas e de outros componentes do tecido conjuntivo, 
formando as linhas de expressão. As linhas de expressão por motivo da sua enorme 
importância estética, particularmente no sexo feminino, como sinal ou selo do 
desaparecimento da juventude, é motivo de atenção especial e de procura de cuidados 
corretivos e tratamentos. Dentre os tratamentos encontram-se a galvanopuntura ou 
também conhecida como Eletrolifting que é uma técnica que utiliza a corrente 
galvânica, com o objetivo de atenuar vincos e linhas de expressão.Neste estudo foram 
avaliadas e tratadas 5 pacientes que apresentavam sinais de envelhecimento facial 
(linhas de expressão), sendo todas as pacientes do sexo feminino, idade entre 40 e 55 
anos. As mesmas foram submetidas a aplicações semanais de corrente galvânica, 
conforme critérios pré-estabelecidos. Este obteve objetivo obter melhora da qualidade 
do tecido conjuntivo da face e atenuação das linhas de expressão, com conseqüência 
melhora da auto-estima, satisfação pessoal e aparência estética. 
 
Palavras-chaves: envelhecimento facial, corrente galvânica, linhas de expressão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste 
n. 01-2004 ISSN 1678-8265 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
Lista de figuras 
Lista de tabelas 
Lista de gráficos 
 
1. Introdução 
Anexos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste 
n. 01-2004 ISSN 1678-8265 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
De todas as causas de morte, a única que é verdadeiramente previsível e 
inevitável é o envelhecimento. Ao longo da História da Humanidade, sempre se tentou 
descobrir a fonte da eterna juventude. Nos dias de hoje essa busca não cessou. Pelo 
contrário, ela é atualmente mais intensa do que nunca. Laboratórios de alta tecnologia 
trabalham para abrandar, parar e até reverter este processo (MAGALHÃES, 2002). 
O órgão humano que mais revela o envelhecimento é a pele, sendo também o 
mais acessível ao estudo dos processos que levam ao envelhecimento (GUIRRO, 
2002). 
O processo de envelhecimentos se dá de forma gradual. O colágeno e a elastina, 
vão perdendo a sua elasticidade natural devido à redução do número de fibras elásticas 
e de outros componentes do tecido conjuntivo. O declínio das funções do tecido 
conjuntivo faz com que as camadas de gordura sob a pele não se consignam uniformes 
e a degeneração das fibras elásticas, aliada à menor velocidade de troca e oxigenação 
dos tecidos, provoca a desidratação da pele dando como resultando as linhas de 
expressão (GUIRRO, 2002). 
As linhas de expressão por sua enorme importância estética, particularmente no 
sexo feminino, como sinal ou selo do desaparecimento da juventude, é motivo de 
atenção especial e de procura de cuidados corretivos e tratamentos (ESTEVES et al, 
1991). 
Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste 
n. 01-2004 ISSN 1678-8265 
Dentre os tratamentos encontram-se a galvanopuntura, também conhecida como 
eletrolifting, que é uma técnica que utiliza a corrente galvânica, com o objetivo de 
atenuar vincos e linhas de expressão. Esse método consiste em provocar uma sutil 
agressão na camada superficial da epiderme, sobre as rugas ou linhas de expressão, 
com o intuito de estimular a produção de novas células, de colágeno e elastina e ainda 
incrementar a nutrição do local, agindo sobre os tecidos que se encontram desnutridos 
e desvitalizados (GUIRRO, 2002). 
Este trabalho tem por objetivo avaliar se os pacientes submetidos ao protocolo 
de tratamento de rejuvenescimento facial através do uso de corrente galvânica 
(eletrolifting) obtêm melhora da qualidade do tecido conjuntivo da face e atenuação das 
linhas de expressão, com conseqüente melhora da auto-estima, satisfação pessoal e 
aparência estética. 
A pela vasta aplicação de corrente galvânica (eletrolifting) no tratamento do 
envelhecimento facial, sem que existam, no entanto, trabalhos com bases científicas 
que possam comprovar os reais efeitos desta corrente sobre o processo de 
envelhecimento cutâneo justificam a realização deste trabalho. 
 Neste estudo foram avaliadas e tratadas 5 pacientes que apresentavam sinais de 
envelhecimento facial (linhas de expressão), sendo todas as pacientes do sexo 
feminino, idade entre 40 e 55 anos. As mesmas foram submetidas a aplicações 
semanais de corrente galvânica, conforme critérios pré-estabelecidos. 
 
 
Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste 
n. 01-2004 ISSN 1678-8265 
2 SISTEMA TEGUMENTAR 
 
O tegumento compreende a pele que reveste todo o corpo, juntamente com 
certos órgãos acessórios derivados da pele, tais como unhas, pêlos e glândulas devários tipos (BAILEY et al, 1973). 
A pele realiza muitas funções importantes. Protege o organismo contra 
substâncias lesivas e contra dessecação, auxilia na regulagem da temperatura 
corpórea, excreta água, gordura e algumas outras substâncias e constitui o mais 
extenso órgão sensorial do corpo, para recepção de estímulos táteis térmicos e 
dolorosos (BAILEY et al, 1973). 
 
2.1 EMBRIOLOGIA DA PELE 
 
A pele se origina dos folhetos ectódérmicos e mesodérmico. Do ectoderma 
derivam as estruturas epiteliais (epiderme, glândulas, pêlos e unhas) e neurais 
(melanócitos e nervos), enquanto do mesoderma derivam a derme e a hipoderme. Para 
maior precisão, os melanócitos derivam da crista neural, que é ectodérmica, fato este 
que tem interesse em patologia (AZULAY, 1999). 
No embrião de cinco a seis semanas, a epiderme está representada apenas por 
uma única camada de células justapostas. Mais tarde, a multiplicação dessas células 
leva à formação de duas camadas (a basal e o início da camada de Malpighi), além da 
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camada da periderme; esta, ao fim de seis meses, se desprenderá, quase que na 
totalidade da epiderme propriamente dita (AZULAY, 1999). 
A proliferação celular leva ao aumento do número das fileiras de células de 
Malpighi, e, em torno do sexto mês, instala-se o processo de ceratinização. 
Independentemente dessa evolução ceratinocítica, a partir da camada basal originam-
se, em determinados pontos, brotos ou germes epiteliais primários, que são 
amontoados de células que começam a invadir o mesênquima; esses brotos dão 
origem aos folículos pilosos (3º e 4º mês), às glândulas sebáceas e apócrinas (4º mês) 
e às glândulas écrinas (3º mês). As unhas surgem no segundo mês (AZULAY, 1999). 
Os melanócitos, que se originam de melanoblastos, provenientes da crista 
neural. Alcançam a epiderme por volta do terceiro mês. Os mastócitos surgem entre o 
terceiro e o quarto mês. A derme e a hipoderme diferenciam-se a partir do mesoderma, 
sendo inicialmente representadas por um tecido afibrilar, amorfo, que é a substância 
fundamental, e por células mesenquimais primitivas de morfologia dendrítica. No 
terceiro mês de vida, surgem as primeiras fibras argentafins – são as reticulares; com o 
correr do tempo, muitas dessas fibras espessam-se, perdem a argirofilia e transformam-
se em feixes de fibras colágenas. Ao mesmo tempo, as células mesenquimais 
transformam-se fusiformes, os fibroblastos, que presidem todas as alterações 
histoquímicas; é interessante ressaltar que a pele do feto é mais rica em colágeno III, 
enquanto no adulto é o colágeno I que predomina. Só mais tarde, em torno da 22ª 
semana, aparecerão as fibras que se impregnam pela orceína – as elásticas. No quinto 
mês, começa a formar-se a hipoderme, através do acúmulo cada vez maior de lipídios 
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no interior de células que passam, então, a ter uma morfologia arredondada, com o 
núcleo rebatido para a periferia – são os adipócitos (AZULAY, 1999). 
 
2.2 CAMADAS DA PELE 
 
 Duas camadas são reconhecidas na pele: a epiderme, mais superficial, e a 
derme, subjacente a ela; ambas apresentam complexa estrutura microscópica 
(DÂNGELO et al, 1988). 
 Fig. 01- Esquema de um corte de pele. 
 
Fonte: LIMA, R. B., 1996-2003. Disponível em: 
<http://www.dermatologia.net/>.Acessado em 29/10/2003. 
 
2.2.1 EPIDERME 
 
A epiderme de todo o corpo é consideravelmente mais fina do que a das palmas 
das mãos, plantas dos pés e superfícies volares dos dedos (BAILEY et al, 1973). 
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Fina camada granulosa, composta de apenas uma fileira de células, acha-se 
presente com freqüência, mas uma camada lúcida, definida, está em geral ausente. A 
estrutura varia com a região (BAILEY et al, 1973). 
A epiderme é composta de epitélio escamoso estratificado no qual podem ser 
identificado vários tipos celulares: células de merkel, melanócitos, ceratócitos 
(CHANDRASOMA et al, 1993). 
 
2.2.1.1 Ceratócitos 
 
Segundo CHANDRASOMA et al (1993), dividem-se em camadas: camada 
córnea, camada germinativa (basal), camada espinhosa, camada granulosa, camada 
lúcida, células de langerhans. 
 
2.2.1.1.1 Camada Germinativa (Basal) 
 
Constituída por células prismática ou cubóides que repousam sobre a nítida 
lâmina basal que separa a epiderme da derme. É responsável pela constante 
renovação da epiderme. Calcula-se que a epiderme humana se renova a cada 20 a 30 
dias (JUNQUEIRA et al,1982). 
 
2.2.1.1.2 Camada Espinhosa 
 
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Constituída por células poligonais cubóides, de núcleo central com pequenas 
expansões citoplasmática que contêm tonofibrilas, o que dá à célula um aspecto 
espinhoso. Têm importante função na manutenção da coesão das células da epiderme 
e, conseqüentemente, na sua resistência ao atrito (JUNQUEIRA et al,1982). 
 
2.2.1.1.3 Camada Granulosa 
 
É caracterizada pela presença de células poligonais com núcleo central, 
nitidamente achatadas, em cujo citoplasma são observados grânulos grosseiros e 
basófilos. Estes grânulos são extrudados das células e formam uma camada de 
substância intercelular que age vedando esta camada de células, impedindo a 
passagem de compostos, inclusive a água, entre elas (JUNQUEIRA et al,1982). 
 
2.2.1.1.4 Camada Lúcida 
 
Constituída por uma delgada camada de células achatadas, eosinófilas, hialinas, 
cujos núcleos desapareceram (JUNQUEIRA et al,1982). 
 
2.2.1.1.5 Camada Córnea 
 
Tem espessura muito variável e é constituída por células achatadas, mortas e 
sem núcleo. O citoplasma dessas células apresenta-se cheio de substância córnea, 
uma escleroproteína birrefringente chamada queratina. Essa epiderme mais complexa é 
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encontrada na planta do pé e palma da mão. Nas outras regiões a epiderme não só é 
mais fina como mais simples, e é responsável pela impermeabilidade da pele 
(JUNQUEIRA et al,1982). 
 
 
2.2.1.2 Melanócitos 
 
São células epidérmicas derivadas da crista neural embiológica. Produzem 
melanina e estão situadas isoladamente na camada basal, surgindo como células 
claras maiores. O número de melanócitos na pele é relativamente constante, 
representado na figura abaixo. A pigmentação cutânea depende da velocidade de 
síntese da melanina, que é orientada por fatores raciais, radiação ultravioleta e 
hormônios (CHANDRASOMA et al, 1993). 
 
 Fig. 02 - desenho mostrando melanócitos. 
 
Fonte: JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, G. Histologia Básica. 5. ed. Rio de 
Janeiro: ED Guanabara Koogan, 1982. 
 
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2.2.1.3 Células de Langerhans 
 
São células dendríticas claras situadas entre as células da camada epinhosa. 
São consideradas células processadoras de antígeno relacionadas às células 
reticulares interdigitantes dos linfonodos (CHANDRASOMA et al, 1993). 
 
2.2.1.4 Células de Merkel 
 
São células neuroendócrinas que estão presentes na camada basal da epiderme 
(CHANDRASOMA et al, 1993). 
 
 
2.2.2 DERME 
 
A derme repousa sobre a tela subcutânea (hipoderme), rica em tecido adiposo 
(gordura). Deve-se ressaltar, entretanto, que a quantidade de tecido adiposo varia nas 
diferentes partes do corpo, não existindo em algumas, como as pálpebras e o prepúcio. 
A tela subcutânea contribui para impedir a perda de calor e constitui reserva de material 
nutritivo. Geralmente a derme é mais espessa no feminino do que no masculino e sua 
distribuição é diferente nos dois sexos (DÂNGELO et al, 1988). 
A derme varia de 0,2 a 4mm de espessura e compõe-se de tecido denso, de 
disposição irregular. Contém os três tipos de fibras de tecido conjuntivo,fibroblastos e 
histiócitos (BAILEY et al, 1973). 
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A derme é rica em fibras colágenas e elásticas que conferem á pele sua 
capacidade de distender-se quando tracionada, voltando ao estado original desde que 
cesse a tração (DÂNGELO et al, 1988). 
Pode-se distinguir duas camadas. A mais profunda é relativamente espessa, 
sendo designada camada reticular. A superficial, camada subepitelias ou papilar, é mais 
fina (BAILEY et al, 1973). 
 
2.2.2.1 Camada Papilar 
 
É delgada, constituída por tecido conjuntivo frouxo, derivando seu nome do fato 
de ser ela que penetra nas papilas dérmicas. Nesta camada foram descritas fibrilas 
especiais de colágeno, que se inserem na lâmina basal e penetram profundamente na 
derme. Estas fibrilas teriam a função de prender a derme à epiderme (JUNQUEIRA et 
al,1982). 
 
2.2.2.2 Camada Reticular 
 
Caracteriza-se por fibras colagenosas grosseiras e feixes de fibras. As fibras se 
entrecruzam e formam extenso retículo de malhas rombóides, sendo a direção das 
fibras, no homem, paralela à superfície da pele. As fibras elásticas formam 
condensações capsulares, em forma de cestos, em torno dos bulbos pilosos, glândulas 
sudoríparas e sebáceas. É responsável pela elasticidade da pele (BAILEY et al, 1973). 
 
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2.3 HIPODERME (tela subcutânea) 
 
É formada por tecido conjuntivo frouxo, que une de maneira pouco firme a derme 
aos órgãos subjacentes. É a camada responsável pelo deslizamento da pele sobre as 
estruturas na qual se apóia. Dependendo da região em estudo e do grau de nutrição do 
organismo, a hipoderme poderá ter uma camada variável de tecido adipodo, sendo nele 
que se deposita a maior parte dos lipídeos nas pessoas ditas gordas (JUNQUEIRA et 
al,1982). 
 
 
2.4 ANEXOS DA PELE 
 
2.4.1 GLÂNDULAS DA PELE 
 
A pele contém numerosas glândulas sudoríparas e sebáceas. As primeiras 
localizam-se na derme ou tela subcutâneas, com importante função na regulação da 
temperatura corporal, porque sua secreção, o suor, absorve calor por evaporação da 
água. Possuem um longo e tortuoso ducto excretor que atravessa a epiderme e se abre 
na superfície da pele por meio de um poro (DÂNGELO et al, 1988). 
 
2.4.1.1 Glândulas Sudoríparas 
 
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Glândulas sudoríparas são encontradas por toda a superfície do corpo, exceto às 
bordas dos lábios, no pavilhão auricular, à superfície interna do prepúcio e da glande. 
São mais numerosas nas palmas das mãos e planas dos pés, sendo as únicas 
glândulas encontradas nessas áreas. O ducto excretor descreve curso reto ou oblíquo 
através da derme, penetrando na epiderme entre duas papilas (BAILEY et al, 1973). 
Glândulas sudoríparas particularmente grandes são encontradas nas axilas, 
aréola mamária, lábios maiores e região perianal. Produzem secreção mais espessa do 
que o suor formado pelas glândulas maiores (BAILEY et al, 1973). 
O suor secretado por essa glândula é um líquido extremamente fluido, que 
contém pouquíssima proteína, além de sódio, potássio, cloretos, uréia, amônia e ácido 
úrico (JUNQUEIRA et al,1982). 
Secretam por método apócrino, isto é, pela ruptura de porções de suas 
extremidades apicais. É uma designação útil para as glândulas, apesar do fato de haver 
mais polêmica agora quanto ao seu processo exato de secreção (BAILEY et al, 1973). 
 
2.4.1.2 Glândulas Sebáceas 
 
São, com raras exceções, encontradas em todas as regiões do corpo. Situam-se 
na derme e os seus ductos geralmente desembocam na porção terminal dos folículos 
piloso. Em certas regiões, porém (lábio, glande e pequenos lábios), os ductos abrem-se 
diretamente na superfície da pele (JUNQUEIRA et al,1982). 
As glândulas sebáceas faltam nas regiões palmares e plantar. Sua secreção, 
conhecida como sebo, serve para lubrificar a pele e os pelos (DÂNGELO et al, 1988). 
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A secreção sebácea é realmente a mistura complexa de lipídeos que contêm 
triglicerídeo, ácidos graxos livres, colesterol e seus ésteres. A atividade dessas 
glândulas é nitidamente influenciada por hormônios sexuais (JUNQUEIRA et al,1982). 
 
2.4.2 UNHAS 
 
As unhas são formadas por escamas córneas achatadas, que formam capas de 
proteção para as falanges distais dos dedos e artelhos. Toda unha consiste em: um 
corpo, a porção descoberta, fixa, a unha; uma borda livre, a extensão anterior livre, do 
corpo; e uma raiz da unha, parte posterior ou proximal da unha (BAILEY et al, 1973). 
A dobra da pele que se estende em torno das bordas laterais e proximal da unha 
constitui a dobra periungueal e a pele situada sob a mesma é o leito ungueal. O sulco 
entre o leito ungueal e a dobra periungueal é a fenda ungueal. A unha propriamente dita 
é dura e córnea, e consiste em várias camadas de células claras, achatadas, dotadas 
de núcleos contraídos e degenerados (BAILEY et al, 1973). 
O crescimento das unhas é contínuo durante a vida, graças a um processo de 
proliferação e diferenciação de células epiteliais da raiz da unha, que gradualmente se 
queratinizam para formar a placa córnea (DÂNGELO et al, 1988). 
 
 
2.4.3 PÊLOS 
 
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Os pêlos são uma característica fundamental dos mamíferos e cobrem 
considerável parte da pele, embora estejam ausentes em algumas regiões do corpo, 
como a palmar e plantar. Os pêlos que se desenvolvem inicialmente constituem a 
lanugem, que se desprende pouco antes do nascimento para dar lugar à pêlos finos. 
Pêlos longos desenvolvem-se na cabeça (couro cabeludo) nas axilas, ao nível da 
sínfise púbica e, no sexo masculino também na face. Como ocorre na pele, a coloração 
dos pêlos depende da quantidade de pigmento neles existentes (DÂNGELO et al, 
1988). 
Os pêlos são fios elásticos, queratinizados, derivados da epiderme. Situam-se 
em depressões ou poros profundos e estreitos que atravessam a derme a 
profundidades variáveis, estendendo-se geralmente até o tecido subcutâneo (BAILEY et 
al, 1973). 
No pêlo distinguem-se duas partes: a haste e a raiz, estando a primeira acima da 
pele e a segunda alojada num tubo epidérmico denominado folículo piloso, que 
mergulha na derme ou na tela subcutânea. A base do folículo é dilatada, constituindo o 
bulbo piloso. No ângulo obtuso formado pela raiz do pêlo e a superfície da pele 
encontram-se, geralmente, um feixe de fibras musculares lisas denominadas músculo 
eretor do pêlo, cuja contração provoca a ereção do pêlo (DÂNGELO et al, 1988). 
O pêlo é inteiramente formado por células epiteliais, distribuídas em três 
camadas definidas: medula, córtex e cutícula, podendo ser observado na figura 03 
(BAILEY et al, 1973). 
A formação do novo pêlo com a proliferação de células da bainha radicular 
externa na região da papila antiga. A papila torna-se maior e se invagina pela massa 
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celular ou, segundo alguns autores, forma-se uma nova papila. Dessa nova matriz, ou 
“germe piloso”, desenvolve-se o novo pêlo. O novo pêlo cresce em direção à superfície 
sob ou ao lado do pêlo morto, o qual, finalmente, substitui (BAILEY et al, 1973). 
A pigmentação do pêlo processa-se graças à presença de melanócitos, que se 
dispõem entre a papila e o epitélio da raiz do pêlo e fornecem melanina às células da 
raiz e córtex do pêlo, de maneira análoga à que ocorre na epiderme. Sua cor, tamanho 
e disposição variam de acordo com a raça e região do corpo (JUNQUEIRA et al,1982). 
Fig. 03 – Folículo piloso. 
 
Fonte: AZULAY, D. R.; AZULAY, R. D. Dermatologia. 2ª ed. Revisada e 
atualizada, Rio de Janeiro: ED Guanabara Koogan S.A., 1999. 
 
2.5 FISIOLOGIA DA PELE 
 
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2.5.1 FUNÇÕES DA PELE 
 
A epiderme é impermeável à água e eletrólitos, permitindo a manutenção de um 
meio essencialmente aquoso (células corporais e líquidos teciduais) em um ambiente 
atmosférico relativamente seco (CHANDRASOMA et al, 1993). 
A pele é um importante órgão de controle da temperatura. A vasoconstrição 
cutânea reduz e a vasodilatação aumenta a perda de calor. A sudorese também 
permite perda do calor como uma função da evaporação. O fluxo sangüíneo cutâneo e 
a sudorese são regulados pelo sistema nervoso simpático (CHANDRASOMA et al, 
1993). 
A pele também serve para proteger os órgãos internos da ação de substâncias 
químicas tóxicas e radiação. A epiderme é impermeável a todas as substâncias, exceto 
corrosivas, enquanto o pigmento melanina na epiderme absorve a radiação ultravioleta 
prejudicial (CHANDRASOMA et al, 1993). 
A pele é uma barreira física eficaz contra a entrada de agentes infecciosos, com 
a camada córnea representando um ambiente inóspito para a maioria dos 
microrganismos. O efeito químico do suor e sebo e a presença das bactérias comensais 
também ajudam a defender contra infecção por organismos virulentos. O efeito de 
barreira da pele é perdido se estiver cronicamente molhada ou se sua continuidade for 
destruída por trauma (CHANDRASOMA et al, 1993). 
 
2.5.1.1 Proteção 
 
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É exercida das mais diversas maneiras contra as agressões do meio exterior. A 
pele tem uma resistência relativa aos agentes mecânicos, como nos traumatismos, pela 
sua capacidade moldável e elástica (colágeno e elastina). No sentido físico, essa 
proteção se faz pela capacidade que a pele tem através de seu sistema melânico, de 
impedir e absorver as radiações calóricas ultravioletas e até mesmo ionizantes. Outros 
tipos de proteção são: a físico-química, no sentido da manutenção do pH ácido (5,4-5,6) 
da camada córnea; a química, através do manto lipídico com atividade antimicrobiana; 
e a imunológica, presente, na epiderme, através das células de Langerhans e, na 
derme, à custa de macrófagos, linfócitos e mastócitos (AZULAY, 1999). 
 
2.5.1.2 Percepção 
Os elementos nervosos que existem, sobretudo na derme, permitem ao ser 
humano o reconhecimento de sensações especiais, como calor, frio, dor e tato, o que o 
conduz a um mecanismo de defesa no sentido de sobrevivência (AZULAY, 1999). 
 
2.5.1.3 Hemorregulação e termorregulação 
 
A pele, através de seus extensos plexos vasculares e seus corações periféricos 
(os glomos), permite manter e regular o débito circulatório. Em determinadas ocasiões, 
o aumento do débito sangüíneo periférico é suprido pela atividade dos glomos e pela 
suplementação de outros vasos que não estão com sua capacidade total de repleção. 
No choque, a palidez traduz essa elevada função de hemorregulação da pele. Por outro 
lado, a homeotermia ou termorregulação é mantida por mecanismo comandado pelo 
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centro termorregulador através das vias do sistema nervoso autônomo, levando à 
vasocontrição ou vasodilatação (AZULAY, 1999) 
 
2.5.1.4 Secreção 
 
Como elementos secretados pela pele, temos a ceratina, a melanina, o sebo e o 
suor, todos exercendo funções definidas e harmônicas. Destacamos o sebo, que forma 
um manto lipídico com atividade antimicrobiana, como emulsificador de substância e 
como barreira protetora (AZULAY, 1999). 
 
2.5.1.5 Excreção 
 
As glândulas écrinas secretam água e eletrólitos, porém, de maneira muito 
insignificante, se comparadas aos rins (AZULAY, 1999). 
 
2.5.1.6 Metabolização 
 
A pele também sintetiza hormônios (testosterona) e é capaz de metabolizar 
testosterona, progesterona, estrógenos e glicocorticóides. Tem também uma ação 
decisiva na fabricação e na metabolização da vitamina D (AZULAY, 1999). 
 
 
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2.6 ELASTICIDADE DA PELE 
 
Através de sua elasticidade a pele permite os movimentos do corpo; ela está 
distendida além do seu ponto de equilíbrio elástico, tanto que se retrai quando há 
solução de continuidade (GUIRRO, 2002). 
A tensão da elasticidade varia de direção conforme a região do corpo e isto se 
deve à variação da direção geral das fibras colágenas e elásticas da derme (GUIRRO, 
2002). 
A elasticidade da pele pode ser determinada pela orientação das linhas de fenda, 
ou linhas de Langer (figura 04). Langer demonstrou que até no cadáver a pele é sujeita 
a tensões direcionadas de acordo com as linhas. A perfuração da pele provoca a 
formação não de um orifício circular, mas de uma fenda, cuja direção corresponde à 
orientação dos feixes conjuntivos elásticos, que indicam, portanto, a direção de menor 
distensibilidade, ou seja, de resistência da pele à tração (GUIRRO, 2002). 
 Fig. 04 - Linhas de fenda do rosto e pescoço. 
 
Fonte: GUIRRO, Eliane.; GUIRRO, R.; Fisioterapia Dermato-Funcional: 
fundamentos, Recursos, Patologias; 3 ed. São Paulo: ED Manole, 2002. 
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2.7 COLORAÇÃO DA PELE 
 
 A cor da pele depende da quantidade de pigmentos, da vascularização e da 
espessura dos estratos mais superficiais da epiderme. Entre os pigmentos, a melanina 
é o mais importante e sua quantidade na pele varia com a raça. A pigmentação 
aumenta após inflamação, exposição ao calor, aos raios solares ou aos raios-X. Sardas 
e pintas são acúmulos circunscritos da melanina (DÂNGELO et al, 1988). 
 
2.8 MUSCULATURA DA PELE 
 
A musculatura da pele é predominantemente lisa e compreende os músculos 
eretores dos pêlos, o dartos do escroto e a musculatura da aréola mamária (SAMPAIO 
et al,1981). 
As fibras musculares lisas do músculo eretor aderem por uma extremidade às 
fibras conjuntivas da derme e por outra aos folículos pilosos, inserindo-se abaixo das 
glândulas sebáceas. Situadas obtusamente em relação ao folículo, sua contração 
produz a verticabilidade do pêlo, isto é, a horripilação (SAMPAIO et al,1981). 
Quanto à musculatura estriada, encontra-se na pele do pescoço (plastima) e da 
face (musculatura da mímica) (SAMPAIO et al,1981). 
 
 
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2.9 INERVAÇÃO DA PELE 
 
A pele é ricamente inervada, pois tem milhões de terminações microscópicas que 
permitem identificar os diferentes estímulos do ambiente, alertando o organismo para o 
perigo exterior. Todos os nervos da pele provêm da medula espinhal; são mistos, ou 
seja, são formados de fibras sensoriais que procedem das raízes dorsais e de fibras 
simpáticas provenientes dos gânglios simpáticos (AZULAY, 1999). 
 As glândulas sebáceas não recebem inervação autônoma. Na pele, 
encontramos certos corpúsculos nervosos aos quais se pretende atribuir funções 
específicas; o fato é que as sensações tátil, dolorosa e térmica ocorrem ao nível das 
terminações livres. A sensibilidade tátil tem distribuição ponteada e apresenta 
diferenças regionais. A sensibilidade térmica é também ponteada; há pontos para o frio 
e para o calor, que, porém, não são específicos. A sensibilidade dolorosa é 
representada por dois tipos de sensação: a de queimadura e a de friúria (AZULAY, 
1999). 
 
2.10 VASCULARIZAÇÃO DA PELE 
 
 Há dois plexos arteriais que suprem a pele: um que se situa no limite entre a 
derme e a hipoderme e outro entre as camadas papilar e reticular. Deste último plexo 
partem finos ramos para as papilas dérmicas (GUIRRO, 2002). 
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Distinguem-se três plexos venosos da pele, dois na posição descrita para as 
artérias e um na região da derme. O sistema de vasos linfáticos inicia-se nas papilas 
dérmicas e converge para um plexo entre ascamadas papilar e reticular; daí partem 
ramos para um outro plexo localizado no limite da derme com a hipoderme (GUIRRO, 
2002). 
 
2. 11 SISTEMA LINFÁTICO DA PELE 
 
Os linfáticos originam-se nas papilas como fendas revestidas por endotélio que 
em seguida entram num plexo horizontal de capilares linfáticos que se estende na 
camada papilar. Este plexo comunica-se com um outro formado por capilares linfáticos 
maiores no tecido subcutâneo, que também recebem a linfa dos delicados plexos que 
envolvem as glândulas sudoríparas sebáceas e os folículos pilosos (LEESON, 1977). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 ENVELHECIMENTO DOS SISTEMAS 
 
De todas as causas de morte, a única que é verdadeiramente previsível e 
inevitável é o envelhecimento. Ao longo da história da humanidade, sempre se tentou 
descobrir a fonte da eterna juventude. Ponce de Leon descobriu a Florida quando 
procurava essa mesma fonte. Nos dias de hoje essa busca não cessou. Pelo contrário, 
ela é atualmente mais intensa do que nunca. Laboratórios de alta tecnologia trabalham 
para abrandar, parar e até reverter este processo (MAGALHÃES, 2002). 
Um dado curioso e que pode ser considerado como uma base para controlar o 
envelhecimento é que existem espécies que aparentam não envelhecer. Nenhuma 
destas pertence à classe dos mamíferos, a maior parte é organismos primitivos como 
bactérias, fungos e até certos tipos de plantas. Entre os mamíferos, pensa-se que 
apenas certas baleias conseguem viver mais tempo do que o homem (MAGALHÃES, 
2002). 
Atualmente já é possível abrandar ligeiramente o envelhecimento humano. 
Terapias baseadas em hormônios e dietas, como as restrições calóricas, provalmente 
são capazes de retardar o envelhecimento – apesar de não se saber ao certo quanto. 
No entanto, os progressos nas áreas da genética e biotecnologia podem num futuro 
próximo permitir nos controlar o envelhecimento. A possível imortalização de células 
somáticas humanas com a enzima telomerase, o aumento drástico do tempo máximo 
de vida em modelos animais através de intervenções genéticas e o constante 
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mapeamento de novos genes que permitam esclarecer o envelhecimento 
(MAGALHÃES, 2002). 
Segundo VISCARDI (2001), existem dois tipos de envelhecimento: (1)O 
envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento é por exposição continuada, abusiva 
aos raios solares. A pele apresenta, precocemente, alterações comuns à pele senil 
(VISCARDI, 2001); (2) Envelhecimento verdadeiro intrínseco é aquele esperado, 
previsível, inevitável e progressivo (VISCARDI, 2001). 
O envelhecimento intrínseco é decorrente do desgaste natural do organismo, 
causado pelo passar dos anos, sem a interferência de agentes externos e equivale ao 
envelhecimento de todos os órgãos, inclusive a pele. A aparência é a da pele idosa 
encontrada na face interna do braço, próxima à axila. É uma pele fina, com pouca 
elasticidade, mais flácida e apresentando finas rugas, porém sem manchas ou 
alterações da sua superfície (ROSÁRIO, 2002). 
 
 
3.1 TEORIAS SOBRE O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO 
 
 A perda de algumas funções fisiológicas é inevitável na pessoa que envelhece, 
por melhores que sejam os seus hábitos de vida. Há muito que os cientistas se sentem 
fascinados pelo estudo dos mecanismos responsáveis pelo processo de 
envelhecimento. Como explicar a atrofia muscular que se observa nas pessoas idosas 
de ambos os sexos, mesmo que tenham mantido o hábito de se exercitar 
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energicamente? O que causa a rigidez dos tecidos conjuntivos e a redução da 
substância óssea nas pessoas saudáveis e ativas da terceira idade? Têm sido 
aventadas numerosas teorias sobre o envelhecimento, cuja importância aumenta e cai 
de acordo com os resultados de novos trabalhos experimentais (CRISTIFALO, 1990). 
 
3.1.1 TEORIA DO DESGASTE 
 
Segundo essa teoria, a “máquina” representada pelo organismo se desgasta com 
o uso, como qualquer outra máquina. Durante o longo tempo de vida, as várias peças 
da maquinaria animal (órgãos, sistemas), são solicitadas repetidas vezes para fornecer 
prestações acima das habituais, tendo por isso que apelar para sua capacidade de 
adaptação (hipertrofia, hiperplasia e etc.) que pode causar lesões não reparadas 
completamente. Esses episódios são reparados, porém deixam resquícios que se 
somam e não mais permitem o funcionamento completo dos mecanismos 
homeostáticos; desse modo o nível de prestações declina até chegar um ponto de 
ruptura. Conforme a teoria, o envelhecimento resultaria da soma de pequenos gastos 
dos vários componentes do organismo (GUIRRO, 2002). 
 
 
 
 
 
 
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 Fig. 05 - Teoria da morte celular por uso e desgaste. 
 
Fonte: COTRAN, Ramzi. S.; KUMAR, Vinay; ROBBINS, Stanley. L.; Patologia 
estrutural e funcional; 4ª ed. R.S.: ED Guanabara Koogan, 1991. 
 
 
3.1.2 TEORIA DO ERRO-CATÁSTROFE 
 
 Erros ao acaso na tradução ou na transcrição poderiam levar a formação de 
proteínas anormais, que poderiam acumular-se e acabar prejudicando a função celular. 
É de se imaginar que proteínas importantes, como a RNA-polinerase, possam ser 
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afetadas, contra um efeito de onda de grande alcance. Um argumento forte contra este 
conceito é de que a função parece declinar lenta e progressivamente com o 
envelhecimento e não ocorrer esporádica e randomicamente. Além disso, as mutações 
são uma característica importante das células cancerosas, que infelizmente vivem “para 
sempre” (ROBBINS et al, 1991). 
 Além disso, outros argumentos se contrapõem à hipótese, pois pesquisas 
básicas sobre o envelhecimento têm mostrado que: 1) a transcrição e translação 
mantêm-se inalteradas com o avançar da idade; 2) o envelhecimento é caracterizado 
pela constância de seqüência de aminoácidos de uma grande uma grande variedade de 
proteínas fisiologicamente importantes (NETTO, 2002). 
 
3.1.3 MODIFICAÇÕES PÓS-TRADUÇÃO - TEORIA DAS LIGAÇÕES CRUZADAS 
 
 Alterações moleculares pós-tradução ocorrem reconhecidamente com a idade, 
tanto no comportamento extracelular como no intracelular. Alguns autores propuseram 
que ao longo dos anos a glicosilação não enzimática das proteínas é um fenômeno 
universal, que leva à formação de “produtos finais avançados da glicosilação” capazes 
de efetuar ligações cruzadas entre proteínas adjacentes (ROBBINS et al, 1991). 
 Porém, por reações cruzadas, estas moléculas perdem suas características, 
produzindo alterações tissulares que condicionam a aparição do processo de 
envelhecimento. Existem no organismo humano centenas de agentes produtores de 
reações cruzadas, uma parte de origem exógena (poluição, fumo, estresse, água, 
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radiações, etc.) e outras endógenas (aldeídos, os radicais lipídicos, os superóxidos etc.) 
(GUIRRO, 2002). 
O colágeno é um alvo importante; um aumento progressivo ao longo do tempo 
nas ligações cruzadas entre essas moléculas tem sido repetidamente demonstrado. 
Essas ligações poderiam diminuir a elasticidade e a permeabilidade do compartimento 
extracelular e dificultar o fluxo de nutrientes para dentro das células e de produtos de 
excreção para fora delas. De modo análogo, glicosilações de outras proteínas, 
especialmente o DNA e o RNA, poderiam ocasionar distúrbios do metabolismo celular 
ou até mesmo a incapacidade da função celular. Grande número de agentes 
intracelulares tem a capacidade de induzir tais alterações, inclusive aldeídos, radicais 
livres, ligações cruzadas do enxofre, quinona, ácidos polibásicos seus ésteres, assim 
comooutros. Embora modificações pós-tradução nas proteínas, polipéptides e outras 
moléculas tenham sido claramente documentadas nas células em envelhecimento, não 
se demonstrou que elas prejudiquem diretamente a capacidade de sobrevivência das 
células (ROBBINS et al, 1991). 
 
3.1.4 TEORIA DOS RADICAIS LIVRES 
 
 A produção incontrolada de radiais livres poderia dar origem, segundo essa 
teoria, à lesão celular e dar início ao processo de envelhecimento. Sua ação dar-se-ia 
durante toda a vida, causando deteriorização de componentes nucleares e 
citoplasmáticos, acarretando perda progressiva da capacidade funcional celular 
(NETTO, 2002). 
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Segundo ROBBINS et al (1991), o processo de envelhecimento pode ser 
simplesmente a soma de reações de reações de radicais livres, de efeito prejudicial, 
ocorrendo continuamente nas células e tecidos. Radias livres são átomos ou moléculas 
altamente reagentes e que possuem número ímpar de elétrons em sua camada mais 
externa. O oxigênio constitui a maior fonte de radiais livres, pois apesar dessa molécula 
possuir número par de elétrons na sua camada externa, ela funciona como dois radicais 
aderidos, isto é, um “birradical”, e que seria atraída pelos locais onde a insaturação e 
outras forças tendem separar os pares de elétrons (NETTO, 2002). 
 Os radicais livres já são conhecidos desde o século passado, por conceitos 
emitidos por Paul Bert sem referir-se diretamente a eles, quando foi demonstrado que o 
oxigênio em altas concentrações poderia ser tóxico para vários tecidos, entre eles o 
cérebro, coração, pulmão, entre outros. Somente no século passado, e mais 
propriamente na década de 50, várias moléculas receberam a classificação de radicais 
livres (GUIRRO, 2002). 
 Vivemos em um ambiente rico em oxigênio, onde várias espécies de oxigênio 
reativo são regularmente geradas pela exposição à luz ultravioleta, à poluição e à 
inflamação. O oxigênio reativo ameaça constantemente a integridade das estruturas 
celulares e da matriz extracelular da pele, podendo contribuir para o aparecimento de 
mutações que resultam em câncer de pele (GUIRRO, 2002). 
Recentes estudos demonstram a participação dos radicais livres no envelhecimento 
celular, e sugeriam que as modificações químicas da membrana mitocondrial 
condicionadas pela participação dos radicais livres são a chave mais importante para 
explicar o processo (GUIRRO, 2002). 
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Foram demonstradas alterações representadas por redução da eficiência da 
cadeia respiratória e da produção de energia, assim como por produção de compostos 
como o malonaldeido, que reage com o DNA mitocondrial determinando assim a 
inibição das divisões mitocondriais. Todos estes parâmetros estão ligados ao processo 
do envelhecimento (GUIRRO, 2002). 
Esta teoria foi estudada experimentalmente em animais de laboratório, onde se 
pôde constatar a maior sobrevida dos animais suplementados por antioxidantes, assim 
como a diminuição da produção de peróxidos mitocondriais e de malonaldeidos 
(GUIRRO, 2002). 
Os antioxidantes alimentares aumentam a expectativa de vida em ratos, 
camundongos, e diversas espécies não-mamíferas, embora não esteja claro se eles 
atuam tão-somente reduzindo as lesões dos radicais livres e não aumentam o tempo 
máximo de vida. Em primatas há uma correlação entre níveis celulares da superóxido-
dismutase e o tempo de vida. Por mais atraente que possa ser o conceito de dano por 
radicais livres como a base das lesões celulares, não se tem certeza de que este seja o 
mecanismo fundamental do envelhecimento (ROBBINS et al, 1991). 
HARMAN, o autor da teoria, citado por OLSZEWER (1989), estabeleceu que as 
alterações condicionadas pelos radicais livres dentro do organismo e que se relacionam 
com o envelhecimento seriam: 
• Acúmulo de alterações oxidativas nas moléculas de longa vida como colágeno, 
elastina e material cromossômico. 
• Destruição de mucopolissacarídeos pela degradação oxidativa. 
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• Acúmulos metabólicos inertes pela oxidação polimerizante, reações estas que 
envolvem lipídios, particularmente os poliinsaturados e proteínas. 
• Mudanças na integridade da membrana celular. 
• Fibrose arteriolocapilar. 
 
3.1.5 TEORIA DO ACÚMULO DE PRODUTOS DE EXCREÇÃO 
 
 A lipofuscina acumula-se progressivamente com a idade em células que não se 
dividem, tais como as células musculares estriadas (incluindo as miofibras cardíacas e 
os neurônios). Como se sabe, este pigmento associado à idade é provavelmente o 
produto da peroxidação de radicais livres e a polimerização das poliproteínas da 
membrana. Embora se saiba que a lipofusina acumula-se com a passagem dos anos, 
não se é possível correlacionar a diminuição da função ou a capacidade de 
sobrevivência das células com nível de acumulação. Contudo a possibilidade de outros 
produtos metabólicos tóxicos não foi concluída (ROBBINS et al, 1991). 
 
3.1.6 TEORIA DO RELÓGIO BIOLÓGICO 
 
 Foi um dos primeiros conceitos emitidos para explicar o fenômeno do 
envelhecimento, afirmando que o organismo possui um relógio que determinaria 
quando se inicia o envelhecimento, e marcaria as datas onde suas características se 
fariam mais visíveis (GUIRRO, 2002). 
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 Os seus defensores concluíram recentemente que o controle se faria em nível 
hormonal, com centro regulador situado no cérebro. Acredita-se simultaneamente que 
estaria localizado no nível dos ácidos nucléicos (DNA e RNA), encarregados da 
transmissão do código genético e da síntese protéica (GUIRRO, 2002). 
 Muitos conceitos ainda necessitam ser elucidados para a consolidação definitiva 
desta teoria, como por exemplo, a identificação e a localização exata do relógio 
biológico (GUIRRO, 2002). 
 
3.1.7 TEORIA BASEADA NO GENOMA 
 
 Há uma crença geral de que a melhor prescrição para uma vida longa é escolher 
bem os próprios pais. A diferença de longevidade entre gêmeos fraternos é em média 
muito maior do que aquela entre gêmeos idênticos. De modo análogo, os ancestrais 
dos indivíduos centenários tendem a ter uma vida mais longa do que aqueles indivíduos 
de vida mais curta. Há então muitas evidências sugestivas de que a longevidade está 
sob controle genético. Em conseqüência disso surgiram várias teorias baseadas no 
genoma (figura 06) (ROBBINS et al, 1991). 
 
 
 
 
 
 
 
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Fig. 06 - Teorias do envelhecimento baseadas no genoma. 
POTENCIAL DE DUPLICAÇÃO FINITO MUTAÇÕES SOMÁTICAS AO ACASO 
ENVELHEC. PROGRAMADO 
 
Fonte: COTRAN, R. S.; KUMAR, V.; ROBBINS, S. L.; Patologia estrutural e 
funcional; 4. ed. R.S.: ED Guanabara Koogan, 1991. 
 
 
3.1.8 TEORIA DO ENVELHECIMENTO PROGRAMADO 
 
 De acordo com esta teoria, o genoma de todas as células é programado à 
concepção, de modo a fazer cessar as divisões mitóticas depois de determinado 
período. Isto foi demonstrado por fibroblastos normais e outras células em cultura de 
tecido, que sofrem um número finito (40-60) de divisões. As células epiteliais e linfóides 
parecem ter maior capacidade que os fibroblastos de dividir-se em cultura, embora seja 
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discutível se tais células cultivadas refletem o comportamento de células normais in 
vivo. A cessação programada da divisão mitótica não explica o desgaste de células 
permanentes (irreversivelmente pós-mitóticas) como os neurônios e as células 
musculares. Para explicar a perda dessas células, os proponentes desta teoria sugerem 
que tais cálculos também são programadosa efetuar erros na transcrição do ácido 
nucléico, os quais levam à morte celular (CHANDRASOMA et al, 1993). 
 Muitas evidências em apoio à teoria do envelhecimento programado derivam de 
doenças raras que se caracterizam pela aceleração do processo de envelhecimento. 
Elas incluem a progeria infantil e adulta, em que os indivíduos afetados apresentam 
envelhecimento rápido, independentemente de fatores ambientais ou outros processos 
mórbidos. Na progeria infantil, uma criança pequena assemelha-se a uma pessoa idosa 
e enrugada, com queda dos cabelos, fusão das epífises, aterosclerose e calcificação 
arterial. O tempo de vida na progeria é variável, mas sempre bem menor que o normal e 
a morte precoce não pode ser impedida ou evitada pelo tratamento das doenças 
associadas (CHANDRASOMA et al, 1993). 
 
3.1.9 TEORIA DA MULTIPLICAÇÃO CELULAR 
 
 Esta teoria foi exposta por HAYFLICK (1983), e defende a tese de que todas as 
células do organismo (exceto as cerebrais) possuem uma capacidade intrínseca de se 
multiplicar. Através de estudos de laboratório, demonstrando uma capacidade 
reprodutiva finita de fibroblastos humanos in vitro, determinou que a capacidade de 
multiplicação vai diminuindo com o passar do tempo, até a sua parada total. Daí a 
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conclusão segundo o autor de que o envelhecimento é uma conseqüência do desgaste 
das células no seu processo fisiológico de multiplicação. 
Esta teoria tem perdido espaço no âmbito científico, já que sua explicação 
determina mais uma conseqüência do envelhecimento do que sua causa, pois são 
desconhecidos os mecanismos que determinam a diminuição da capacidade de 
multiplicação das células (GUIRRO, 2002). 
 
3.1.10 TEORIA NEUROENDÓCRINA 
 
 Esta teoria afirma que o processo de envelhecimento é programado nas células 
cerebrais ao nascimento e que tais células dirigem o processo por meio de influência 
hormonais e neurais. Os proponentes desta teoria indicam o controle da puberdade, 
que é iniciada pelo hipotálamo através dos hormônios hipofisários, como evidências de 
que o cérebro pode ser programado a funcionar desta maneira. Experimentos em ratos 
proporcionam algumas evidências favoráveis, pois a retirada da hipófise aumenta o 
tempo de vida. Entretanto, ainda não foi identificado em seres humanos nem em 
animais nenhum hormônio que possa produzir as alterações associadas ao 
envelhecimento (CHANDRASOMA et al, 1993). 
 
3.1.11 TEORIA AUTO-IMUNE 
 
 As mutações sucessivas levariam ao aparecimento de células cujo DNA 
codificaria a síntese de produtos diferentes dos normais, portanto estranhos e não 
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reconhecidos pelas células imunocompetentes. Esses produtos atuariam como auto-
antígenos, causadores de resposta auto-imune, que é responsável pela eliminação 
progressiva das células mutantes. Mutações ocorreriam também na população de 
células imunocompetentes, originando clones celulares proibidos, ainda 
imunocompetentes, mas incapazes de reconhecer as células normais, contra as quais 
elaborariam anticorpos. Ambas as vias levariam ao envelhecimento, que corresponderia 
a uma síndrome auto-imune (GUIRRO, 2002). 
 Experiências de parabiose com ratos jovens da mesma raça, porém 
geneticamente diferentes, mostram que as células imunocompetentes de cada um dos 
parabiontes não reconhecem proteínas do outro. A reação imune que se produz neles é 
discreta e não mortal, mas acelera o envelhecimento (GUIRRO, 2002). 
 
3.1.12 TEORIA DA LESÃO DO DNA 
 
 De acordo com esta teoria, o envelhecimento é conseqüente a uma lesão do 
DNA, oriunda ou de mutações somáticas ou de insuficiência dos mecanismos de reparo 
do DNA nas células envelhecidas. As alterações do DNA ocasionam erros na 
transcrição pelo RNA, causando assim defeitos na síntese celular de proteínas. Embora 
ocorram indubitavelmente nas células envelhecidas, tais alterações tanto podem ser 
causa como conseqüência do processo de envelhecimento (CHANDRASOMA et al, 
1993). 
 
3.1.13 TEORIA DAS LESÕES CUMULATIVAS 
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 Sugeriu-se que o envelhecimento pode constituir simplesmente o efeito agregado 
dos ataques patológicos sofridos durante a vida do indivíduo, não sendo de forma 
alguma um processo independente. Se isto fosse verdade, a erradicação das doenças 
levaria a um aumento na expectativa de vida e talvez até a se “viver para sempre”. 
Todas as evidências disponíveis sugerem, porém, que isto não é verdadeiro. O conceito 
de que a espécie humana tem um limite de vida finito indica que o processo de 
envelhecimento independentemente dos fatores ambiental causadores de doenças, 
mas sim uma efetiva reversão do processo de envelhecimento (CHANDRASOMA et al, 
1993). 
 
3.2 ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS E FUNCIONAIS CAUSADAS PELO 
ENVELHECIMENTO 
No envelhecimento fisiológico, todos os processos são harmônicos; a diminuição 
da função cardiocirculatória corre paralela com a depressão da atividade respiratória, as 
duas com a queda do metabolismo, e assim por diante. O fenômeno metabólico mais 
evidente do envelhecimento parece ser, no entanto, o retardamento da síntese de 
proteínas, em virtude do qual há um desequilíbrio entre a formação e a degradação 
(GUIRRO, 2002). 
A queda dos componentes protéicos das células e do interstício corresponde a 
um menor conteúdo de água no organismo. Esses fenômenos ocorrem paralelamente 
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com a involução das funções endócrinas, da menor funcionalidade do DNA e RNA, da 
depressão da síntese de hemoglobina e da redução paulatina da função eritropoética 
da medula óssea. 
Após a terceira década de vida, inicia-se uma progressiva e contínua perda da 
massa muscular esquelética, e a maior parte da perda é substituída por gordura 
(GUIRRO, 2002). 
Com o envelhecimento a pele se torna mais delgada, em algum local enrugada, seca e 
escamosa. Embora a espessura da camada córnea não seja grandemente alterada, ela 
se torna mais permeável permitindo a passagem mais rápida de substância através 
dela. Mais ainda, com o envelhecimento as fibras de colágeno da derme tornam-se 
mais grossas e as fibras elásticas perdem parte de sua elasticidade e há um 
decréscimo gradual da gordura depositada no tecido subcutâneo (GUIRRO, 2002). 
 Segundo ORIA et al,(2003), em seus estudos através do método da 
autofluorescência, observou-se analisar a complexa disposição da rede elástica e sua 
relação com o colágeno, mostrando assim, que ocorre uma redução do entrelaçamento 
dos ramos das fibras elásticas em torno dos feixes de colágeno, alterações 
regionalmente específicas da compactação e da disposição do colágeno e 
espessamento da membrana basal com o envelhecimento. 
 
3.3 ALTERAÇÕES CELULARES CAUSADAS PELO ENVELHECIMENTO 
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 A função celular declina progressivamente com a idade. As mitocôndrias velhas 
têm menor capacidade de sobreviver a uma lesão hipóxica. A fosforilação oxidativa 
declina progressivamente, assim como a síntese de proteína estrutural enzimática com 
base no DNA e RNA, assim como de especializações das membranas como os 
receptores. As células velhas têm menor capacidade de captação de nutrientes e de 
reparo de danos cromossômicos. Há concomitamente acumulo constante de resíduos 
de componentes de células velhas sob a forma de lipofuscina, mas ainda não foi 
esclarecido se este lipopigmento afeta prejudicialmente a função celular. As células 
envelhecidasapresentam outras relações morfológicas incluindo núcleos irregulares e 
anormalmente lobulados, mitocrôndrias pleomórficas e cheias de vacúolos, diminuição 
do retículo endoplasmático (RE) rugoso, RE liso vesiculado e distorções do aparelho de 
Golgi. Muitas teorias foram propostas para explicar a biologia do envelhecimento 
celular. Elas podem ser bem mais separadas nas categorias de conceitos de “uso e 
desgaste” e “baseadas no genoma” (ROBBINS et al, 1991). 
 
3.3.1 ALTERAÇÕES NUCLEARES 
 
 No envelhecimento, o núcleo apresenta modificação de tamanho, inclusões e 
aumento do número e tamanho dos nucléolos. Muito importantes são as alterações 
cromossômicas que consistem de modificações da forma, fragmentação e 
encurtamento (PAPALÉO, 2002). 
 
3.3.2 ALTERAÇÕES CITOPLASMÁTICAS 
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 O achado mais característico do processo do envelhecimento consiste no 
acúmulo de grânulos. São descritas também modificações no tamanho, forma e 
quantidade de mitocôndrias (PAPALÉO, 2002). 
 Fragmentação do aparelho de Golgi, modificações do sistema retículo 
endoplasmático e ruptura de lisossomas são também observadas no envelhecimento 
(PAPALÉO, 2002). 
 
3.3.3 ALTERAÇÕES DA MEMBRANA CELULAR 
 
 Um dos mecanismos propostos para essa alteração seria a perioxidação de 
lípides insaturados da membrana por radicais livres (PAPALÉO, 2002). 
 
 
3.4 ALTERAÇÕES ANATÔMICAS CAUSADAS PELO 
ENVELHECIMENTO 
3.4.1 COMPOSIÇÃO CORPÓREA 
 A composição corpórea altera-se com o envelhecimento. A água principal 
componente corresponde a 70% do organismo na criança, a 60% no adulto jovem e a 
52% no idoso. Essa redução não parece ser devida à diminuição da água de cada 
célula, mas conseqüência da menor massa celular no idoso (PAPÁLEO, 2002). 
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 A massa celular do organismo, que é de aproximadamente 19% no adulto jovem 
normal não obeso, cai para 12% nas mesmas condições, ocasionando redução do 
potássio total, diminui peso e volume da maioria dos órgãos (PAPALÉO, 2002). 
 Quanto ao componente adiposo, tende a aumentar e apresentar distribuição 
centrípeta no envelhecimento, depositando-se a gordura principalmente no subcutâneo 
do tronco, nos epíplons e ao redor das vísceras como rins e coração (PAPALÉO, 2002). 
Fig. 07 – Composição corpórea em água extra e intracelular, gordura e massa 
celular. 
 
 
Fonte: PAPALÉO NETTO, Matheus; Gerontologia: A Velhice e o 
Envelhecimento em Visão Globalizada; 1ª ed. São Paulo: ED Atheneu, 2002. 
 
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3.4.2 ESTATURA 
 A estatura mantém-se até os 40 anos. A partir dessa idade reduz-se cerca de um 
centímetro por década, acentuando-se essa após os 70 anos. Esse fato é 
conseqüência das alterações da coluna, do arqueamento dos membros inferiores e do 
achatamento dos arcos plantares (PAPALÉO, 2002). 
3.4.3 PESO 
 Devido às alterações composição corpórea no idoso, há tendência à redução do 
peso após os 60 anos de idade. Quando, após essa idade, o peso mantém-se 
inalterado ou eleva-se ao acúmulo de gordura (PAPALÉO, 2002). 
3.4.4 PÊLOS 
Há diminuição geral de pêlos no corpo. Fazem exceção às narinas, a orelha e as 
sobrancelhas. Na mulher, crescem no lábio superior e mento devido ao aumento de 
hormônios andrógenos e diminuição dos estrógenos (CARVALHO FILHO et al, 2000). 
3.4.5 SISTEMA ÓSSEO 
 Deve-se considerar dois aspectos no osso: o compacto e o esponjoso. Ambos se 
alteram no envelhecimento. 
 No idoso, a espessura do componente compacto diminui pela reabsorção interna 
óssea. Na esponjosa há perda de lâminas ósseas em relação ao jovem, formando-se 
cavidades maiores entre as trabéculas ósseas (CARVALHO FILHO et al, 2000). 
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 A perda de tecido ósseo ocorre de maneira diferente no homem e na mulher. Na 
mulher não há perda óssea significante antes da menopausa, porém após este 
fenômeno, o processo é mais intenso que nos homens (CARVALHO FILHO et al, 2000). 
3.4.6 SISTEMA ARTICULAR 
 Os discos intervertebrais são constituídos por núcleo pulposo e um anel fibroso. 
No idoso, o núcleo pulposo perde água e proteoglicanas, e as fibras colágenas 
aumentam em número e espessura, e no anel fibroso, as fibras colágenas se tornam 
mais delgadas (CARVALHO FILHO et al, 2000). 
 Nas articulações sinoviais, importantes alterações na cartilagem articular. A 
cartilagem fica mais delgada e surgem rachaduras e fendas na superfície (CARVALHO 
FILHO et al, 2000). 
3.4.7 SISTEMA MUSCULAR 
 No músculo do idoso, vemos fibras em degeneração, e também fibras 
hipertrofiadas. As fibras musculares que desaparecem são substituídas por tecido 
conjuntivo, ocorrendo então um aumento do colágeno intersticial no músculo do idoso 
(CARVALHO FILHO et al, 2000). 
3.4.8 PELE 
 O conceito de beleza atualmente em vigor e procurado pela grande maioria das 
pessoas é o da pele jovem, sem manchas ou rugas. Entretanto, com o avanço da 
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idade, a pele começa a sofrer alterações que modificarão seu aspecto gradativamente 
caracterizando o envelhecimento cutâneo (ROSÁRIO, 2002). 
Com o envelhecimento, as fibras elásticas se alteram, a elastina fica “porosa” e 
elas perdem a elasticidade. Somadas à diminuição da espessura da pele e do 
subcutâneo, estas alterações dão origem às rugas (CARVALHO FILHO et al, 2000). 
Os melanócitos podem sofrer alterações no seu funcionamento em certas 
regiões como a face e o dorso da mão, levando à formação de manchas 
hiperpigmentadas, marrons, lisas e achatadas. Como a epiderme fica mais fina, os 
menores traumas podem formar equimoses com manchas vermelhas ou púrpuras 
salientes (CARVALHO FILHO et al, 2000). 
 
3.4.8.1 Linhas de Expressão 
 
A face é o elo de comunicação entre nosso interior e o meio em que vivemos. 
Através dela expressamos sentimentos, nos apresentamos e nos comunicamos com 
nossos semelhantes. Sua importância é colocada à prova a cada instante aos olhos 
críticos de uma sociedade que cada vez mais valoriza e associa beleza à juventude. Na 
busca do rejuvenescimento é imperativo conhecermos as alterações estruturais e 
funcionais que ocorrem nas diversas camadas da face, e o momento da vida em que 
surgem para buscarmos o melhor tratamento (PINOTTI et al, 1996). 
 
3.4.8.1.1 Alterações Morfológicas e Funcionais 
 
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Em alguns casos, a pele, embora enrugada e pregueada, torna-se espessa, de 
coloração amarelada e superfície porosa, lembrando a casca de laranja 
(MONTENEGRO et al, 1999). 
As linhas de expressão são observadas em toda superfície cutânea é muito mais 
acentuada nas áreas descobertas, o que mostra, desde logo, a importância da 
irradiação solar, vento, frio, no agravamento das rugas fisiológicas (BECHELLI et al, 
1978). 
A seqüência de alterações e a velocidade com que ocorrem se dá de maneira 
bastante variável de pessoa a pessoa (PINOTTI et al, 1996). 
Na adolescência as primeiras linhas de expressão faciais aparecem na região 
frontal, com disposição horizontal, decorrentes da ação do músculo occipto-frontal 
(PINOTT et al, 1996). 
As linhas de expressão aparecem em regra depois dos 25 anos. Em redor desta 
idade surgem algumas com caráter ligeiro, pequeno, fino, junto dos sulcos 
nasogenianos. Até cerca dos 40 anos aparecem rugas suborbitais as quais adquirem 
dimensão média. A partir desta idade surgem as do pescoço enquanto as anteriores se 
vão acentuando. Aparecem novas rugas nas regiões pré-auriculares e nas mãos. A 
face vai-se “cavando” pelo aparecimento da bola adiposa das bochechas, as linhas de 
expressão sulcam-se, tendem a reunirem-se e pigmentam-se (ESTEVESet al, 1991). 
Segundo PINOTTI (1996), por volta dos 30 anos, conforme figura 08 observamos 
que há uma redundância de pele na pálpebra superior e aparecimento dos primeiros 
“pés-de-galinha” e um sulco infrapalpebral. O sulco naso-labial, mais nítido quanto 
sorrimos. 
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 Fig. 08 – Aspecto da face aos 30 anos. 
 
 Fonte: PINOTTI, J. A.; FONSECA, Â. M.; BAGNOLI, V. R. Reprodução 
Humana. 1. ed. São Paulo: ED Fundo Editorial BYK, 1996. 
 
Já aos 40 anos, observamos na figura 09 que as linhas de expressão ficam 
evidentes, principalmente no homem, as rugas da glabela decorrentes da ação dos 
músculos prócero e corrugadores. As linhas de expressão frontais e os “pés-de-galinha” 
se aprofundam (PINOTTI et al, 1996). 
 
 Fig. 09 – Aspecto da face aos 40 anos. 
 
Fonte: PINOTTI, J. A.; FONSECA, Â. M.; BAGNOLI, V. R. Reprodução 
Humana. 1. ed. São Paulo: ED Fundo Editorial BYK, 1996. 
 
Aos 50 anos observamos uma ptose cutânea da pálpebra superior atinge o 
reborbo ciliar, que associado a ptose do canto externo dos olhos leva à sensação e 
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aparência de cansaço e tristeza (figura 10). A ponta nasal desce. Surgem as primeiras 
linhas de expressão cervicais e periorais (PINOTTI et al, 1996). 
 Fig. 10 – Aspecto da face aos 50 anos. 
 
 
Fonte: PINOTTI, J. A.; FONSECA, Â. M.; BAGNOLI, V. R. Reprodução 
Humana. 1. ed. São Paulo: ED Fundo Editorial BYK, 1996. 
 
 
Aos 60 anos observamos que as linhas de expressão existentes aprofundam-se 
e alongam-se, como na união “pé-de-galinha” e as rugas palpebrais (figura 11). 
Acentua-se todas linhas de expressão preexistentes e as depressões adiposa temporal 
e bucal, evidenciando-se ainda mais o sulco nasolabial (PINOTTI et al, 1996). 
Fig. 11 – Aspecto da face aos 60 anos. 
 
Fonte: PINOTTI, J. A.; FONSECA, Â. M.; BAGNOLI, V. R. Reprodução 
Humana. 1. ed. São Paulo: ED Fundo Editorial BYK, 1996. 
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Aos 70 anos, podemos observar na figura 12 a queda da ponta nasal e 
pronunciada. Acentuam-se todas as linhas de expressão preexistentes e as depressões 
temporal e bucal se aprofundam, evidenciando o processo involutivo da velhice 
(PINOTTI et al, 1996). 
 Fig. 12 – Aspecto da face aos 70 anos. 
 
 Fonte: PINOTTI, J. A.; FONSECA, Â. M.; BAGNOLI, V. R. Reprodução 
Humana. 1. ed. São Paulo: ED Fundo Editorial BYK, 1996. 
 
Histopatologicamente há uma redução dos elementos componentes da 
epiderme. As alterações principais são as do tecido elástico e do colágeno 
(degeneração basofílica e granular), elastose (BECHELLI et al, 1978). 
As linhas de expressão podem ser causadas por diminuição de nutrição e 
oxigenação. Em indivíduos idosos, ocorre aterosclerose, que diminui a irrigação dos 
órgãos e tecidos, fazendo com que cada célula se adapte gradativamente à menor 
oferta de nutrientes, sem que ocorra degeneração ou morte celular. Ressalta-se que as 
células atróficas têm função diminuída, não estando, porém, doentes ou mortas 
(MONTENEGRO et al, 1999). 
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A pele perde elasticidade. Este fato é relevante por estar na dependência das 
alterações das fibras colágenas e elásticas que fundamentam fisiologicamente aquela 
propriedade cutânea. A perda da elasticidade junto com a atrofia do panículo adiposo 
origina um pregueamento cutâneo que designa se vulgarmente como rugas, as quais 
constituem um dos elementos definitórios precoces do processo involutivo cutâneo 
(ESTEVES et al, 1991). 
Podem ser causadas por diversos fatores. Os mais importantes são os danos 
permanentes causados pela luz visível que atuam sobre o tecido conjuntivo, culminado 
numa elastose senil e atrofia e, clinicamente, no aumento da formação das linhas de 
expressão. A pele não apresenta somente maior formação de linhas de expressão e 
atrofia; há um estado pré-canceroso, no qual deposições queratínicas senis podem ser 
precursores de um carcinoma das células espinhosas (GUITHER, 1980). 
São estes os danos tardios que podem ocorrer bem antes da “velhice”, em 
conseqüência de uma exposição exagerada à luz e ao sol (GUITHER, 1980). 
As linhas de expressão por motivo da sua enorme importância estética, 
particularmente no sexo feminino, como sinal ou selo do desaparecimento da 
juventude, é motivo de atenção especial e de procura de cuidados correctivos e 
tratamentos (ESTEVES et al, 1991). 
3.4.8.2 Alterações Teciduais 
 Em todos os tecidos do organismo observam-se alterações durante o 
envelhecimento. Elas variam de intensidade dependendo do indivíduo e do tecido 
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considerado, verificando-se que em algumas pessoas essas modificações predominam 
em certos setores do organismo e em outras localizações diversas (PAPALÉO, 2002). 
 O melhor exemplo dessas modificações encontra-se no tecido conectivo que, 
além de ter sido o mais estudado, está distribuído por todos os setores do organismo 
(PAPALÉO, 2002). 
 
3.4.8.2.1 Alterações do Tecido Conjuntivo 
 
 As alterações do tecido conjuntivo são freqüentemente utilizada para avaliar-se a 
progressão do envelhecimento. O enfraquecimento dos tecidos fibrosos, em associação 
a espasmos musculares intermitentes (CHANDRASOMA et al, 1993). 
 O depósito de substância anormais no tecido conjuntivo é comum na idade 
avançada, tornando difícil definir-se a separação entre a doença e o simples 
envelhecimento. A calcificação da camada média das artérias musculares é comum e 
geralmente não tem significância clínica (CHANDRASOMA et al, 1993). 
 
3.4.8.2.2 Alterações do Colágeno 
 
 O colágeno é a proteína mais encontrada no organismo. Com o envelhecimento 
mais colágeno é formado, surgem ligações cruzadas na molécula e há maior resistência 
à ação da colagenase. Em conseqüência aumenta a rigidez dos tecidos e há maior 
dificuldade de difusão dos nutrientes dos capilares para as células e dos metabólitos 
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das células para os capilares, o que ocasionaria deterioração progressiva da função 
celular (PAPALÉO, 2002). 
 
3.4.8.2.3 Alterações do Tecido Elástico 
 
 As alterações no tecido elástico do corpo causam perda da elasticidade e 
enrugamento da pele. Isto ocorre primeiro nas regiões do corpo expostas ao sol – 
principalmente a face – sugerindo que as alterações do envelhecimento das fibras 
elásticas são aceleradas pela luz solar (CHANDRASOMA et al, 1993). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 TRATAMENTO DAS LINHAS DE EXPRESSÃO ATRAVÉS DA 
CORRENTE GALVÂNICA 
 
É o emprego de uma corrente galvânica, direta, constante ou contínua com fins 
terapêuticos. O termo “contínuo" indica que a intensidade de corrente é constante em 
valor e em direção. A aplicação terapêutica da corrente contínua divide-se em: 
galvanização propriamente dita, e iontoforese (ionização). Os efeitos terapêuticos de 
ambas aplicações são devidas, em grande parte, aos efeitos polares da corrente 
contínua sobre as células do organismo. (CHANTRAINE, 1998). 
É uma forma de eletroterapia na qual temos um sentido único de corrente, onde 
os elétrons dirigem-se do pólo negativo em direção ao pólo positivo, a partir do circuito 
regenerador, criando assim duas áreas com dois pólos bem distintos. (CHANTRAINE, 
1998). 
 A corrente galvânica é uma corrente de baixa freqüência, com fluxo de elétrons 
constante sem interrupção nem variação de intensidade na unidade de tempo 
(MACHADO, 1991). 
 Esta corrente flui de forma unidirecional por pelo menos de um segundo, mas 
pode ser revertida, interrompida e conter rampas. Por definiçãocorrente contínua não 
tem pulsos, portando não tem parâmetros de pulso ou de forma de onda. No 
estimulador corrente contínuo simples, não existe nem reversão da polaridade nem 
possibilidade de rampa. A interrupção é feita manualmente com um interruptor existente 
no eletrodo de estimulação (NELSON, 2003). 
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 A corrente contínua em um circuito eletrônico simples é produzida por uma 
voltagem de magnitude fixa aplicada a um condutor com uma resistência fixa. A fonte 
da força eletromotriz fixa (FEM) é a pilha, onde as reações químicas produzem um 
excesso de elétrons em um pólo (cátodo) e uma deficiência de elétrons no pólo oposto 
(ânodo). A oposição à corrente no circuito é representada como um resistor. Quando o 
interruptor no circuito está fechado, os elétrons fluem da área de alta concentração 
(cátodo) para a área de baixa concentração (ânodo). Esse fluxo, que é impedido pela 
resistência do fio, irá continuar até que a diferença de carga entre os terminais seja 
eliminada – quando as reações químicas dentro da pilha não podem mais fornecer 
elétrons livres para o terminal negativo. Embora o movimento das partículas nesse 
circuito seja dos terminais negativos para os positivos, por convenção, movendo-se dos 
terminais positivos para os negativos (ROBINSON, 2002). 
 
4.1 EFEITOS DA CORRENTE GALVÂNICA 
 
4.1.1 AÇÃO FÍSICO-QUÍMICA 
Dissociação é um fenômeno mediante o qual as moléculas se dividem em seus 
diferentes componentes químicos pelo fato de cada um deles leva consigo carga 
elétrica diferente (GUTMANN, 1991). 
Iontoforese é o deslocamento das cargas para o pólo oposto; propriedade 
utilizada para introduzir radicais químicos (GUTMANN, 1991). 
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Endosmose ocorre ao mesmo tempo em que os radicais químicos, também se 
deslocam as partículas fluídas e, por regra geral, seu deslocamento se efetua ao 
cátodo, onde, conseqüentemente se acumula mais quantidade de líquido provocando 
uma zona edemaciada, o que se aproveita para determinados tratamentos (GUTMANN, 
1991). 
A alteração de eletrono ocorre quando a corrente galvânica altera a 
excitabilidade e condutibilidade do tecido tratado (GUTMANN, 1991). 
A ação estimulante encontra-se unida ao fator tempo de tal maneira que quanto 
mais rapidamente aumenta a intensidade, mais forte se apresenta à excitação enquanto 
que se este aumento se produz de forma lenta, a excitação ou estimulação não se 
apresenta, originando o fenômeno da acomodação (GUTMANN, 1991). 
A mudança de permeabilidade é bastante evidente na corrente contínua e parece 
um fator importante para a produção da acomodação. Ao lado do cátodo a membrana 
se relaxa, enquanto que ao lado do ânodo se tensiona (GUTMANN, 1991). 
 
4.1.2 AÇÃO FÍSICO-TÉRMICO 
Este efeito é produzido no tecido quando administramos a corrente, levando a 
um leve aquecimento tecidual. O efeito térmico será diretamente relacionado com a 
intensidade da corrente e tempo de aplicação (MACHADO, 1991). 
 
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n. 01-2004 ISSN 1678-8265 
4.1.3 AÇÃO BIOLÓGICA 
O corpo humano atua como uma célula de polarização com a pele como capa 
terminal, produzindo uma resistência muito alta com uma enorme diferença de potencial 
(GUTMANN, 1991). 
 
4.1.4 EFEITO SOBRE OS NERVOS SENSITIVOS 
 A corrente galvânica, ao ser aplicada no tecido produz inicialmente uma 
sensação de cócega ou comichão; conforme vamos aumentando a intensidade a 
sensação passa para um leve formigamento, que recrudesce à medida que 
aumentamos a intensidade, passando para uma sensação de agulhada, ardência e dor 
(MACHADO, 1991). 
 
4.1.5 REAÇÕES VITAIS 
 Hiperemia é mais intensa no cátodo, aparecendo como edema, já no ânodo 
origina um aplanamento da pele (GUTMANN, 1991). 
Parestesias podem ser subjetivas e objetivas ao empregar intensidades médias. 
Ocorrem hiperestesias no ânodo e hipoestesias no cátodo (GUTMANN, 1991). 
A narcose galvânica se dá ao colocar o ânodo em posição cefálica e o cátodo na 
periferia que produz uma corrente descendente que desencadeia este efeito. 
Excitação espástica é um efeito inverso ao anterior (GUTMANN, 1991). 
A vasodilatação ocorre devido a hiperemia ativa prolongada que ocasiona uma 
reatividade vasomotora. Tem efeitos: bactericida, antiinflamatória, analgésica, 
tonificação muscular (GUTMANN, 1991). 
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4.1.6 EFEITO ANALGÉSICO 
A corrente galvânica aumenta o limiar de excitabilidade das fibras nervosas 
sensitivas, levando a uma diminuição dos estímulos dolorosos. Produz analgesia pela 
diminuição da pressão nos lugares congestionados, uma vez que a fuga de líquido 
ocorre do pólo positivo para o negativo. A diminuição da acidez também ocorre com a 
analgesia (MACHADO, 1991). 
 
4.1.7 EFEITO ESPECIAL DA CORRENTE GALVÂNICA 
 A corrente galvânica produz uma diminuição do limiar de excitabilidade das fibras 
nervosas motoras, levando a uma maior capacidade de reação e função. As fibras 
nervosas motoras reagirão mais efetivamente, elevando sua função, principalmente nos 
casos de paresias e atrofias (MACHADO, 1991). 
 
4.2 RISCOS DA CORRENTE DIRETA 
 
Devido à baixa freqüência, a corrente direta pode causar acidentes. Por exemplo, 
queimaduras cutâneas por seu efeito eletrolítico (CHANTRAINE, 1998). 
 
 
4.3 ELETROLIFTING OU GALVANOPUNTURA 
 
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Eletrolifting ou Galvanopuntura é uma técnica que utiliza a corrente galvânica 
juntamente com uma agulha de 5mm no pólo negativo, com o objetivo de atenuar 
vincos e linhas de expressão. Não se caracteriza por um método invasivo, pois a agulha 
atinge apenas a superfície da pele sem aprofundar-se. Esse método consiste em 
provocar uma sutil agressão na camada superficial da epiderme, sobre as rugas ou 
linhas de expressão nas regiões naso-labiais, perioculares, frontal, entre outras, com o 
intuito de estimular a produção de novas células, de colágeno e elastina e ainda 
incrementar a nutrição do local, agindo sobre os tecidos que se encontram desnutridos 
e desvitalizados. O resultado varia de acordo com a profundidade da ruga, a idade e os 
cuidados que se tem com a pele. Para a aplicação, são utilizados os eletrodos 
bastonete e porta-agulhas e o profissional deve estar especializado neste tratamento 
(GUIRRO, 2001). 
Eletrolifting é um tratamento de rejuvenescimento cutâneo facial e corporal. 
Realiza uma eletroestimulação específica, através de micro corrente pulsada de baixa 
frequência, em todos os tecidos afetados pelo envelhecimento, revitalizando a 
circulação sangüínea, regenerando a cútis, melhorando a atividade dos fibroblastos, 
estimulando a drenagem li nfática e tonificando as miofibrilas (GUIRRO, 2002). 
Sua mobilização eletroiônica da água e das células sangüíneas e a 
eletroendosmose que possibilita o abrandamento de lesões dérmicas no pólo negativo 
é as bases para o tratamento das linhas de expressão (DERMALINE, 2003). 
Segundo GUIRRO (2002), os procedimentos técnicos para a execução do 
eletrolifting podem ser divididos em três grupos: 
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• Deslizamento – consiste em deslizar a agulha dentro do canal da ruga 
(GUIRRO, 2002). 
• Penetração – consiste na introdução da agulha superficialmente a epiderme, 
em pontos adjacentes e no interior da ruga (GUIRRO, 2002). 
• Escarificação – método de deslizamento da agulha no canal da ruga, 
diferencia-se pela agulha ser posicionada a noventa graus, ocasionando uma 
lesão do tecido. (GUIRRO, 2002) 
O estímulo físico ocasionado pela penetração da agulha desencadeia um 
processo de inflamação aguda, que é de grande interesse no nível de regeneração 
tecidual (GUIRRO,

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