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Aulas Imuno – MedCanal Aula 1: Propriedades das respostas imunes A resposta imune é uma resposta coordenada, funciona como um grande ‘’batalhão de guerra’’ – vários elementos agindo juntos, cada um com a sua função. A imunidade inata é a imunidade que já está presente no nosso organismo antes de sermos expostos a um agente estranho, ela já está pronta para nos defender, proporciona uma resposta muito rápida (primeira linha de defesa). Já a imunidade adquirida será estimulada pela exposição ao agente estranho, só adquire função nesse momento de exposição, resposta mais demorada. Depois que o agente invasor passa pela barreira física, aí sim ele começará a ser combatido pela nossa imunidade inata. E quais elementos, além das barreiras físicas, fazem parte da nossa imunidade inata? Células fagocitárias (macrófagos, neutrófilos e células dendríticas), células NK (destruição de outras células infectadas). As principais células fagocitárias da nossa imunidade inata são os macrófagos que são células especializadas em fagocitose. O macrófago englobará a partícula estranha, impedindo que ela avance a fim de provocar uma infecção no nosso organismo. Mas como o macrófago reconhece o organismo estranho? Ele possui na sua membrana vários tipos de receptores diferentes, específicos para substâncias que existem nas membranas e paredes celulares de bactérias, de forma a reconhece-las e fagocitá-las. A imunidade inata responde apenas a microrganismos ou a pedaços de m’os, não responde à substâncias estranhas; não está pronta para responder a um veneno de cobra/toxinas, de uma maneira geral. A nossa imunidade inata também com algumas proteínas que formam o sistema do complemento (será abordado mais a frente). Também tem como componente uma série de hormônios que são sintetizados pelas células do sistema imune que fazem comunicação entre os diferentes componentes da nossa imunidade que são as chamadas citocinas. Características da imunidade inata: resposta rápida, pronta, inespecífica, sempre irá acontecer da mesma maneira (não tem capacidade de reconhecer diferentes corpos estranhos que chegam ao nosso corpo, qualquer que seja o invasor, a imunidade inata irá responder da mesma forma). A imunidade adquirida é estimulada pela exposição a agentes infecciosos ou a outras moléculas não-microbianas (diferença em relação à inata); é específica (consegue reconhecer diferentes tipos de patógenos e montar diferentes respostas); capacidade de formar memória (de forma que se houver exposição repetida ao mesmo patógeno - > resposta mais rápida e intensa do que a gerada na primeira exposição). Composta por linfócitos, também conta com a participação de produtos secretados pelos linfócitos (anticorpos e citocinas). Temos quatro tipos de linfócitos: os linfócitos B, T helper, T citotóxicos e células NK. A membrana plasmática tem bicamada lipídica e proteínas. No caso dos linfócitos, cada tipo tem um conjunto de proteínas que estão presentes na membrana (“clusters” – usados p/ diferenciar os tipos de linfócitos). Por exemplo, cluster de diferenciação número 4 são chamados de células CD4 (caso dos linfócitos T helper). Já os linfócitos T citotóxicos possuem o cluster de diferenciação CD8. Imunidade adquirida dividida em humoral e celular. Imunidade humoral está presente nos fluidos do nosso organismo (sangue, linfa, saliva). O principal componente desta são os linfócitos B, que têm como principal função a produção de proteínas (anticorpos), os quais são os principais mediadores das respostas da imunidade humoral. Antígeno é uma substância estranha que vai gerar uma resposta do nosso sistema imune. No anticorpo, tem uma região que será responsável por fazer ligação específica com determinado antígeno. Cada anticorpo é responsável pelo reconhecimento de um (e somente um) tipo diferente de antígeno. O anticorpo não necessariamente reconhece uma molécula inteira do antígeno, pode reconhecer apenas uma região do antígeno (chamada de epítoto). Os anticorpos constituem o principal meio de defesa contra patógenos extracelulares. E como o anticorpo neutraliza o patógeno? Ele não efetua resposta imune, ele marca o antígeno como um corpo estranho ao nosso organismo, de forma que outros elementos do sistema imune efetuem uma resposta contra aquele antígeno. E se o patógeno estiver dentro de uma célula? PROBLEMA para imunidade humoral porque os anticorpos não conseguem entrar dentro de uma célula. É por isso que existe outro tipo de imunidade adquirida: imunidade celular, mediada pelos linfócitos T (helper e/ou citotóxico). Uma vez que o sistema imune sabe que a célula está infectada, tem duas opções: a própria célula infectada pode responder destruindo aquele patógeno (com ajuda do sistema imune, capacitando aquela célula para efetuar a resposta). Porém, se por algum motivo aquela célula não tem condições de combater o patógeno, o sistema imune destrói a célula, induzindo sua morte, de forma que o patógeno morra juntamente no processo. O linfócito T helper auxilia a célula a destruir o patógeno; já o linfócito T citotóxico destrói a célula que está infectada. Mas como o sistema imune sabe se aquela célula que está infectada tem ou não condições de responder ao patógeno? Quando o microrganismo é fagocitado pelo macrófago, ele está dentro de uma vesícula (não está solto no citoplasma da célula) -> sinal para ação de um linfócito T helper. A presença de um patógeno dentro do macrófago gera expressão de um receptor na membrana do macrófago – sinal p/ exterior do macrófago dizendo que está infectado aí o linfócito T helper secreta uma citocina que faz com que o microrganismo morra. O linfócito T citotóxico monta uma resposta contra patógeno que está livre no citoplasma da célula (a célula não é capaz de responder porque o patógeno está livre!); a célula sinaliza isso p/ exterior através de um receptor, por meio do qual o linfócito T cit. se liga, induzindo a morte celular através da ação de duas substâncias (perfurina e granzima); a perfurina irá fazer um buraco na célula, de forma que a granzima entre na célula, induzindo morte por apoptose (morte celular programada). Qualquer outro tipo de morte seria problemática p/ organismo, uma morte por necrose, p.ex, pois todo o conteúdo irá extravasar para o meio extracelular, logo, as substâncias que estavam dentro da célula irão causar algum dano para o organismo. Aula 2: Órgãos linfoides Nossos órgãos linfoides são: medula óssea, timo, baço, linfonodos e alguns tecidos linfoides espalhados em mucosas, outros locais do organismo. Podemos classificá-los em órgãos linfoides primários (aqueles onde as células do sistema imune são criadas e maturadas) e secundários. Tanto linfócitos T quanto os B nascem na medula óssea (local onde são formadas células do sistema imune e células que circulam no nosso sangue). Já a maturação dos linfócitos T ocorre no timo (também é órgão linfoide primário). Já os linfócitos B sofrem maturação na própria medula óssea e não no baço! Uma vez maduros, os linfócitos caem na circulação e passam pelo resto da vida deles em um processo de recirculação, ou seja, ficam o tempo todo circulando e passando pelos locais onde vai ser mais provável deles se encontrarem com o antígeno para o qual eles são específicos. Esses locais mais prováveis são justamente os órgãos linfoides secundários (linfonodos e baço). No timo, os linfócitos recém-criados serão testados, isso porque os diferentes linfócitos são criados por recombinação gênica. De tempos em tempos, pode surgir um linfócito T que seja específico para alguma substância própria do nosso organismo, este linfócito não pode cair na circulação porque, se isso acontecer, ele vai acabar combatendo algo que nos é próprio, gerando uma doença auto-imune. Por isso, o timo irá testar esses linfócitos antes de jogá-los na circulação e se,porventura, encontrar um linfócito assim, ele mesmo o eliminará. Se uma criança nasce sem timo (síndrome de DiGeorge), essa criança será muito mais suscetível a infecções, isso porque os linfócitos T não serão maturados para combater os diferentes antígenos. Ainda assim, alguns poucos linfócitos irão conseguir amadurecer fora do timo, porém, isso criará um outro problema: essa criança será mais suscetível a doenças auto-imunes. Isso porque esses linfócitos que, porventura, venham a amadurecer, não serão testados. Os linfonodos são pequenos órgãos espalhados por todo nosso organismo, eles constituem os locais principais de encontro dos antígenos com os linfócitos, de forma que esse linfócito então reconheça esse antígeno. Nosso sistema linfático irá drenar todos nossos tecidos do corpo e os tecidos abaixo do epitélio (principais portas de entrada do nosso organismo) serão locais muito suscetíveis a ação de microrganismos, de antígenos de uma maneira geral. Por isso, estes tecidos serão drenados por nosso sistema linfático, formando a linfa e se, por ventura, existe algum microrganismo que esteja ali naquele tecido, este invasor também será drenado pelo sistema linfático. E, no caminho deste sistema, existirão linfonodos (local de recirculação dos linfócitos, local mais provável de encontro linfócito-antígeno). Então, a resposta a antígenos que estão nos tecidos irá começar no linfonodo. Na parte mais externa do córtex do linfonodo, teremos os folículos – onde se encontram os linfócitos B. No córtex interno, antes de chegar na medula, temos um acúmulo maior de linfócitos T. No linfonodo, de uma maneira geral, teremos mais linfócitos T. Já no baço, teremos mais linfócitos B do que T. O baço serve como um ponto de contato também entre linfócitos e antígenos. Porém, como o baço está ligado à circulação sanguínea, será mais responsável por combater antígenos que estejam presentes na circulação sanguínea. Processo de recirculação: O tecido periférico está sendo invadido por um microrganismo. Este tecido, então, é drenado por um vaso linfático, logo, o microrganismo também é drenado pelo vaso, chegando ao linfonodo. O microrganismo chega solto dentro de uma célula que o fagocitou. Lá no linfonodo, este antígeno é mostrado para um linfócito que é ativado, sofrendo expansão clonal (prolifera, fazendo várias cópias dele, amplificando a resposta). Esta célula T ativada cai em um vaso linfático eferente, caindo na circulação sanguínea (via ducto torácico) e, pela circulação, chega ao tecido onde está acontecendo a infecção. Como aquele linfócito específico para aquele antígeno vai saber qual é o tecido onde está acontecendo a infecção? Os linfócitos serão atraídos por um processo chamado de quimiotaxia – uma substância estará sendo produzida lá no local da infecção (tipo especial de citocina – quimiocina) que tem o poder de atrair o linfócito, que possui receptores que irão reconhecer esta quimiocina. Antes do linfócito ser ativado, ele tem uma atração pelo linfonodo (tempo todo produzindo quimiocinas que atraem os linfócitos virgens). Quando o linfócito reconhece o antígeno e é ativado, além de sofrer expansão clonal, passa a expressar na sua membrana, então, receptores para aquelas quimiocinas que estão no local de infecção. O antígeno chega no linfonodo tanto fagocitado por uma célula ou solto. Este antígeno que chega solto pode ser reconhecido por um linfócito B que quando se liga ao antígeno é ativado. Linfócito B ativado passa a se chamar plasmócito, porém, ao contrário do que acontece com o linf. T, o linfócito B ativado não sofre quimiotaxia para o local da infecção, isso porque a grande função dele é produzir anticorpos. Esse plasmócito começará a produzir anticorpos contra aquele antígeno e esses anticorpos irão cair na circulação, espalhando-se por todo o organismo. O linfócito B pode reconhecer diretamente o antígeno (não precisa de apresentação), já o T precisa que uma outra célula apresente este antígeno a ele. Vale lembrar que o linfócito T terá que reconhecer esse antígeno pelo menos 2x (uma vez no linfonodo e outra vez no tecido infectado). Aula 3: Imunidade Inata Imunidade inata é aquela que já está pronta, antes de sermos expostos a algum agente externo. É uma resposta pronta, mais rápida, mas nem por isso é menos poderosa. Reconhece apenas microrganismos ou parte deles. Pode montar uma resposta à células próprias (quando tem um dano na célula), evitando que o conteúdo daquela célula extravase e cause problemas. É formada por macrófagos, neutrófilos, células NK, basófilos, eosinófilos, mastócitos...Além de células, temos moléculas, como citocinas, sistema do complemento (sistema de proteínas). Também é formada por barreiras físicas, como a pele, que impedem a entrada de um patógeno para dentro do nosso corpo; nossas células epiteliais são justapostas, impedindo penetração de algum corpo estranho. Temos também substâncias que são produzidas pelo nosso epitélio que ajudam a combater antígenos, como muco, lágrimas, suor, antibióticos peptídeos. Uma das principais células da imunidade inata são os macrófagos, que são células especializadas em fagocitose. Além de fagocitar, estes provocam a lise desse microrganismo que ele fagocitou e também faz apresentação de antígenos. O macrófago tem papel fundamental na ativação da imunidade específica, também é muito importante no reparo tecidual (fagocita células mortas, danificadas, além de produzir fatores de crescimento que irão reparar o tecido). É produzido na medula óssea, e quando cai na circulação, se chama monócito. Só passa a se chamar macrófago quando sai da circulação para o tecido. Outra célula importante da nossa imunidade inata são os neutrófilos. Possuem papel importante na inflamação, tem vida muito curta (cerca de 6 horas), por isso, nossa medula óssea precisa estar tempo todo produzindo novos neutrófilos. O pus (secreção esbranquiçada característica de processos infecciosos) nada mais é do que o acúmulo de neutrófilos e m’os mortos. Como a nossa imunidade inata reconhece um microrganismo? Ela reconhece padrões (determinadas estruturas que se repetem em m’os, estruturas características de patógenos microbianos e que não existem nas células de mamíferos), por exemplo, lipopolissacarídeo na memb. externa das bactérias Gram negativas ou vírus com RNA de fita dupla (nosso RNA é de fita simples). Esses padrões são chamados de PAMPs (padrões moleculares associados a patógenos). As principais classes de receptores de padrões que existem na nossa imunidade inata são os receptores do tipo Toll (cada um reconhecendo um tipo de padrão molecular diferente). Quem tem esses receptores? Macrófagos, células dendríticas, neutrófilos, células epiteliais, mas principalmente as células do sistema imune anteriormente citadas. O que acontece com uma célula quando o receptor Toll é ativado? Essa ativação do receptor Toll dispara uma cascata intracelular de proteínas que vai culminar na ativação de uma molécula chamada NF-KB que é um fator de transcrição. O fator de transcrição é uma molécula normalmente inativada ali no citoplasma. Quando chega um determinado sinal que ativa esse fator de transcrição, este migra pro núcleo e ativa a transcrição de determinados genes que até então se encontravam inativados ou menos ativos. No caso do receptor Toll, NF-KB no núcleo irá determinar a ativação de genes que irão comandar a produção de citocinas, quimiocinas, além de outras moléculas (começo da montagem de uma resposta ao patógeno reconhecido pelo receptor do tipo Toll). Vale citar que teremos alguns receptores Toll não só na membrana externa dessas células, mas também dentro da membrana dos fagossomos que existem dentro da célula, isso porque teremos receptores Toll que reconhecem ácidos nucleicos do patógeno e aí esses ácidos nucleicos só serão expostos depois queesse m’o for fagocitado e lisado dentro da célula e aí depois disso terá a exposição do ácido nucleico e, dentro do fagossomo, terá um receptor Toll que irá reconhecer esse ácido nucleico. Por que há necessidade disso já que o m’o já foi degradadado/lisado? Sempre temos que lembrar que numa infecção não apresenta apenas um patógeno. Aquele foi degradado, mas podem existir inúmeros outros. Então, de qualquer maneira, você ativa uma resposta de forma a combater outros exemplares daquele patógeno. Vale lembrar que muitas vezes o m’o será imune às enzimas que existem dentro dos lisossomos. Quando isso acontece, as células precisam lançar mão de outro artifício para tentar destruir, como por exemplo a produção das espécies reativas de oxigênio (ex: óxido nítrico é potente destruidor de microrganismos). Existem três células principais apresentadoras de antígenos: macrófagos, células dendríticas e linfócitos B. Sobre as células dendríticas: fagocitam e processam o antígeno e depois apresentam ele; são encontradas principalmente nos locais mais prováveis de infecção, como nos tecidos periféricos, por exemplo. Uma célula dendrítica jovem só sabe fagocitar. Depois que ela fagocita, passa por uma mudança, é ativada e muda de perfil: passa a ser uma célula apresentadora, expressa ptns cuja função principal é apresentar antígenos. As células NK têm como principal função a lise de células infectadas, estressadas ou tumorais. Age de duas maneiras: 1) da mesma forma que o linfócito T citotóxico, induzindo a célula infectada à apoptose, através da liberação de perfurinas e granzinas; 2) ativando macrófagos. Explicação: O macrófago reconheceu o microrganismo (reconheceu esse patógeno através da ativação de um receptor Toll). Uma das consequências da ativação de receptor Toll é a liberação de citocinas, sendo que uma delas é a IL-12, que irá ativar uma célula NK ativa -> pronta para destruir alguma célula infectada que estiver por perto. Mas, além disso, essa célula NK irá agir produzindo interferon gama (tipo de citocina), que irá agir sobre o macrófago, capacitando-o, levando o macrófago a produzir mais enzimas e mais substâncias para destruir aquele patógeno como, por exemplo, o óxido nítrico. Então a ação do interferon gama no macrófago é potencializar sua função de matar o microrganismo que fagocitou. Como a célula NK vai saber se uma determinada célula está estressada/danificada e, por isso, precisa ser destruída? Irá interagir com dois receptores da membrana da célula-alvo. Um deles é receptor ligante de NK. Toda vez que a célula NK se ligar nesse receptor, ela vai receber um sinal positivo para destruir aquela célula. Mas se fosse só isso, as células NK iriam destruir todas as células do organismo. Porém, existe um outro ligante na membrana da célula que quando ligado ao receptor da célula NK irá dar um sinal negativo: receptor MHC (será mais estudado adiante). O antígeno que infecta uma célula pode interferir na expressão do MHC, isso porque o MHC está relacionado com a resposta do tipo CD8, por exemplo, do linfócito T citotóxico. Aí esse antígeno resolve inibir a expressão do MHC nessa célula porque aí ela não irá conseguir avisar para as outras células do sistema imune que está havendo infecção MAS AÍ ELE SE FERROU porque quando a célula NK se liga na célula recebe sinal positivo do ligante de NK, mas quando procura o sinal negativo do MHC, ele não existe aí a NK entende que aquela célula está problemática, destruindo essa célula, induzindo apoptose. Uma célula quando está infectada por um vírus consegue perceber a presença desse patógeno e reage produzindo interferon do tipo 1 (alfa e beta). Esse interferon irá agir de maneira autócrina, mas também de maneira parácrina nas células vizinhas. A ação desse interferon induz essas células ao estado anti-viral (induz várias modificações nas células, como inibição da síntese proteica viral, degradação do RNA viral, inibição da expressão gênica viral). Com isso, o vírus pode até sobreviver, mas a sua proliferação ficará prejudicada, de forma que o sistema imune tenha mais tempo para combatê-lo. A imunidade inata tem a capacidade de ativar a imunidade adquirida, isso porque para ativar a imunidade adquirida preciso de dois sinais: um linfócito para ser ativado precisa de dois sinais -> um sinal que virá do antígeno (reconhecimento do antígeno); porém, é necessário um segundo sinal que virá da imunidade inata (molécula induzida pela resposta inata). Aula 4: Sistema do Complemento Cascata de proteínas presentes no plasma. Quando essas proteínas forem ativadas, provocarão a morte tanto de células infectadas quanto dos próprios patógenos e também respostas inflamatórias. A inflamação é muito importante para potencializar a resposta imunológica, principalmente na imunidade inata. O complemento é capaz de induzir a lise de uma célula-alvo ou de um patógeno; facilita a fagocitose de um patógeno através de um processo denominado opsonização (nada mais é do que marcar uma célula para que ela seja fagocitada). Então, toda vez que uma molécula faz opsonização, chamamos essa molécula de opsonina e várias moléculas do complemento funcionam como opsoninas. As opsoninas se grudam no patógeno e aí as células fagocitárias terão receptores para essas opsoninas, facilitando a fagocitose. Além disso, o complemento atua na remoção de imunocomplexos (complexos formados pela ligação antígeno-anticorpo) e também ativa a resposta inflamatória. Como o complemento provoca a lise? Através de necrose nessas células. Dessa forma, as células quando sofrem necrose, irão liberar no meio externo o conteúdo interno delas e esse conteúdo interno, quando liberado no exterior, tem grande capacidade de ativar uma resposta inflamatória. O complemento pode ser ativado através de 3 vias: via clássica, alternativa e a via das lectinas. Porém, não importa por qual via eu ative o sistema pois todas as vias irão convergir para um evento comum: clivagem de uma das moléculas do complemento (C3) em C3A e C3B. O C3B é uma opsonina pois irá se ligar na superfície do patógeno, facilitando a fagocitose. Já o C3A é uma molécula que ativa processos inflamatórios (a inflamação recruta mais células para aquele local, principalmente neutrófilos). O C3B irá recrutar para aquele local algumas moléculas; entre elas, a C5 e aí o C5 também é clivado em C5A e C5B. Da mesma maneira, o C5A é uma molécula que vai recrutar o processo inflamatório e o C5B vai opsonizar, também grudará na parede do m’o, fazendo a opsonização dele. E esse C5, na superfície do patógeno, irá recrutar outras proteínas, como C6,C7,C8 e C9. Essas não serão clivadas. O C9, em especial, irá polimerizar na membrana do microrganismo, formando o complexo de ataque à membrana. Isso nada mais é do que uma comunicação entre o meio interno daquela célula e o meio externo. Com isso, formará uma espécie de canal e aí essa célula começará a perder moléculas que estão dentro dela e aí essa célula acaba morrendo por desequilíbrio osmótico. O C3A e o C5A, como eles desencadeiam o processo inflamatório, são chamadas de anáfilas toxinas que são subst. que provocam uma reação inflamatória. Via alternativa: Esta via vai iniciar com a clivagem espontânea do C3 ali no plasma (taxa muito baixa). Porém, se não houver nenhum patógeno ali presente para o C3b opsonizar, esses dois fragmentos serão degradados e aí não haverá uma continuação da resposta do complemento pela via alternativa. Porém, se houver um patógeno livre ali no ambiente, aí continuará a sequência desta via. E como isso acontece? Quando C3b se liga na superfície do patógeno, ele vai recrutar uma outra proteína: fator B e aí com a ajuda de um catalisador (fator D), vai haver a clivagem do fator B em Ba e Bb. O fragemento Ba não tem nenhuma função (será degradado). Só que agora eu vou ter ligado no patógenoo complexo C3b – Bb. Esse complexo é chamado de C3 convertase. Essa C3 convertase começará a clivar VÁRIAS moléculas de C3 em C3b e C3a. Não vai ser mais aquele processo lento, à uma taxa bem pequena como era antes. O C3b vai opsonizar, se ligando à superfície do patógeno. Um desses C3b clivado irá se ligar ao complexo C3b-Bb, formando então um novo complexo C3b-Bb-C3b, chamado C5 convertase, que irá catalisar a clivagem do C5 em C5b e C5a e esse C5 então irá recrutar C6,C7,C8,C9.... Via clássica: Complexo formado por antígeno e anticorpo. Se iniciará com uma ligação de uma ptn do complemento (C1) ao complexo antígeno-anticorpo. Após isto, a ptn C1 já ligada recruta a ptn C4, que irá ser clivada em C4a e C4b. O C4b se liga na superfície do patógeno, mas não é uma boa opsonina (porém, ele não é necessário como opsonina pq já temos anticorpo ligado). O C4b irá recrutar a proteína C2 e irá clivá-la em C2a e C2b. O complexo C4b-2a é a C3 convertase da via clássica, que irá clivar várias moléculas de C3 em C3b e C3a e aí eu vou ter C3b se ligando à superfície do patógeno e também um C3b se ligando ao complexo C4b-2a, formando o complexo C5 convertase que vai clivar o C5 em C5a e C5b. Na via alternativa, a C3 convertase era formada por C3b-Bb; enquanto na via clássica é formada por C4b-2a. Da mesma forma, C5 convertase na via alternativa é formada por C3b-Bb-C3b; enquanto na via clássica vai ser um C4b-2a-3b. Via da lectina: É uma via muito parecida com a via clássica, porém, se inicia com a ligação de uma proteína (lectina) diretamente à superfície do patógeno e vai se ligar a um resíduo de manose na superfície do patógeno. A partir daí, tem o restante da via idêntica à via clássica. A única diferença é que a lectina funciona no lugar de C1. Todas as três vias convergem para clivagem de C3 em C3a e C3b e aí tem a formação da C3 convertase e C5 convertase, de forma que o final de cada uma das vias tem a formação de C5a e C5b. Como as três vias continuam de maneira comum para formação do complexo de ataque à membrana? O C5b irá recrutar outras ptns como C6, C7, C8 que vão formar um complexo na membrana, recrutando o C9, formando então esse poro na membrana (complexo de ataque à membrana). Esse complexo vai formar vários buracos na superfície da célula, desestabilizando-a, levando à lise por desequilíbrio osmótico. Lembrando que: além da lise, o complemento induz a fagocitose através da opsonização; também ativa o processo inflamatório.
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