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Pacote Anticrime - Lei dos Crimes Hediondos

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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alterações na Lei dos Crimes Hediondos 
Pacote Anticrime 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No dia 24 de dezembro de 2019, foi publicada a Lei 
n. 13.964/2019, antigo PL 10.372/2018 — Pacote 
Anticrime. A Lei em comento aperfeiçoa a legislação 
penal e processual penal, ocasionando diversas 
alterações no Código Penal, Código de Processo 
Penal e Legislações Extravagantes, entre as quais 
podemos destacar a Lei n. 8.072/90 – Lei dos 
Crimes Hediondos. 
 
 
 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
Manual Caseiro 
Instagram: @manualcaseiro 
E-mail: manualcaseir@outlook.com 
Site: www.meumanualcaseiro.com.br 
PACOTE ANTICRIME – Alterações na Lei dos Crimes Hediondos– Lei n. 8.072/90. 
Organizadora: Natália Fernanda de Oliveira 
 
 
 
PACOTE ANTICRIME 
Alterações na Lei dos Crimes Hediondos – Lei n. 8.072/1990 
 
A Lei n. 13.964/2019 – Pacote Anticrime – aperfeiçoa a legislação penal e processual penal, gerando 
diversas alterações no CP, CPP e Legislação Extravagante. Nesse momento, iremos apontar as alterações 
que foram produzidas na Lei dos Crimes Hediondos – Lei n. 8.072/1990. 
Crimes hediondos são crimes que o legislador considerou especialmente repulsivos e que, por essa 
razão, recebem tratamento penal e processual penal mais gravoso que os demais delitos, essa é a noção 
simplista que temos sobre os crimes hediondos. Contudo, existem determinados crimes que são também 
repulsivos e não são considerados hediondos, qual a razão jurídica disso? 
O Ordenamento Jurídico Brasileiro adotou o sistema legal de definição dos crimes hediondos. Isso 
significa que é a lei quem define, de forma exaustiva (taxativa, numerus clausus), quais são os crimes 
hediondos. Esta lei é a de nº 8.072/90, conhecida como Lei dos Crimes Hediondos. 
Dessa forma, somente é considerado hediondo aqueles crimes que a lei assim definir, leia-se, 
classificar como hediondo. A Lei n.º 8.072/90 traz, em seu art. 1º, o rol dos crimes hediondos. 
E o que fez o pacote anticrime em relação aos crimes hediondos? Alterou a redação do art. 1°, e 
parágrafo único da Lei nº 8.072/90 prevendo que também é considerado como crime hediondo uma série de 
outros crimes que até então não eram considerados hediondos. Assim, ampliou de forma significativa o rol 
dos crimes considerados hediondos. 
Nesse contexto, passam a ser considerados hediondos os crimes de: roubo com restrição de liberdade 
da vítima; roubo com uso de arma de fogo de uso proibido ou restrito; roubo que resulte em lesão corporal 
grave da vítima; extorsão com restrição de liberdade da vítima ou lesão corporal grave; furto com uso de 
explosivo; posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido; comércio ou tráfico internacional de arma 
de fogo; organização criminosa para a prática de crime hediondo. 
Além disso, o pacote anticrime retira de crime hediondo a posse ou porte de arma de uso restrito por 
aqueles que não podem fazê-lo. Agora, será hediondo posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido. 
 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
A Lei n.º 13.964/2019 (Pacote Anticrime) revoga o art. 2, § 2° “a progressão de regime, no caso dos 
condenados pelos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 da pena, se o apenado 
for primário, e de 3/5, se reincidente, observado o disposto nos §§ 3° e 4° do art. 112 da Lei no 7.210, de 11 
de julho de 1984 (Lei de Execução Penal)”. O atual regramento passou a ser previsto na LEP – Lei de 
Execução Penal1. 
Por fim, passou a prevê de forma expressa o entendimento do STF, no sentido de que não se considera 
hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 
da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, denominado pela doutrina de “Tráfico Privilegiado”. 
Nesse sentido, a Jurisprudência: 
Tráfico privilegiado não é hediondo (cancelamento da Súmula 512-STJ) 
O chamado "tráfico privilegiado", previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), não deve 
ser considerado crime equiparado a hediondo. STF. Plenário. HC 118533/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado 
em 23/6/2016 (Info 831). O tráfico ilícito de drogas na sua forma privilegiada (art. 33, § 4º, da Lei nº 
11.343/2006) não é crime equiparado a hediondo e, por conseguinte, deve ser cancelado o Enunciado 512 da 
Súmula do Superior Tribunal de Justiça. STJ. 3ª Seção. Pet 11796-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis 
Moura, julgado em 23/11/2016 (recurso repetitivo) (Info 595). O que dizia a Súmula 512-STJ: "A aplicação da 
causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006 não afasta a hediondez do crime 
de tráfico de drogas." 
 
 
1 “Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, 
a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: 
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave 
ameaça; 
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; 
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou 
grave ameaça; 
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; 
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário; 
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: 
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o livramento 
condicional; 
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime 
hediondo ou equiparado; ou 
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; 
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado; 
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte, 
vedado o livramento condicional. 
 
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo 
diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. 
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério 
Público e do defensor, procedimento que também será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de 
penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. 
 
 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
Cumpre destacarmos que as alterações em comento tratam-se de novatio legis in pejus2, ou seja, são 
normas penais que prejudicam a situação do acusado/réu, isto porque ampliou de forma significativa o rol 
dos crimes hediondos. Em se tratando de novatio legis in pejus, deve respeitar a regra constitucional-penal 
da irretroatividade da lei penal prejudicial. 
Nessa perspectiva, a regra da retroatividade benéfica ou irretroatividade prejudicial trata-se de uma 
garantia fundamental, albergada na Constituição de 1988, no inciso XL do art. 5°, o qual dispõe que “a lei 
penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. Esse é também o conceito que se contém no âmbito 
normativo internacional, valendo registrar, nesse sentido, que a ConvençãoAmericana sobre Direitos 
Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), em seu art. 9. Vejamos: 
Artigo 9° - Princípio da legalidade e da retroatividade 
Ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões que, no momento em que foram cometidos, não 
constituam delito, de acordo com o direito aplicável. Tampouco poder- se-á impor pena mais grave do que a 
aplicável no momento da ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o delito, a lei estipular a imposição 
de pena mais leve, o deliquente deverá dela beneficiar-se. 
 
Por fim, destaca-se que a Lei n. 13.964/2019 trouxe um prazo de vocatio legis de 30 dias. 
Passaremos a análise pontual de cada dispositivo legal que foi objeto de alteração, trazendo o antigo 
e novo cenário da legislação em estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 O fenômeno jurídico da novatio legis in pejus refere-se à lei nova mais severa do que a anterior. Ante o princípio da retroatividade 
da lei penal benigna, a novatio legis in pejus não tem aplicação na esfera penal brasileira. 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – De 
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PACOTE ANTICRIME 
Alterações na Lei dos Crimes Hediondos – Lei n. 8.072/1990 
 
Panorama Completo das Alterações 
Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime 
Art. 1°. 
I – homicídio (art. 121), quando praticado em 
atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente, e homicídio qualificado 
(art. 121, § 2°, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); 
Art. 1°. 
I – homicídio (art. 121), quando praticado em 
atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente, e homicídio qualificado 
(art. 121, § 2°, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e 
VIII3). 
II - latrocínio (art. 157, § 3°, in fine); II – roubo: 
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da 
vítima (art. 157, § 2°, inciso V); 
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo 
(art. 157, § 2°-A, inciso I) ou pelo emprego de 
arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 
157, § 2°-B); 
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave 
ou morte (art. 157, § 3°); 
III – extorsão qualificada pela morte (art. 158, §2°); III – extorsão qualificada pela restrição da 
liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal 
ou morte (art. 158, § 3°); 
Sem dispositivo correspondente. IX – furto qualificado pelo emprego de explosivo 
ou de artefato análogo que cause perigo comum 
(art. 155, § 4°- A). 
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos 
o crime de genocídio previsto nos arts. 1°, 2° e 3° 
da Lei no 2.889, de 1º de outubro de 1956, e o de 
posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso 
restrito, previsto no art. 16 da Lei no 10.826, de 22 
de dezembro de 2003, todos tentados ou 
consumados. 
Parágrafo único. Consideram-se também 
hediondos, tentados ou consumados: 
I – o crime de genocídio, previsto nos arts. 1°, 2° e 
3° da Lei n. 2.889, de 1° de outubro de 1956; 
 
II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo 
de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei n. 
10.826, de 22 de dezembro de 2003; 
Sem dispositivo correspondente. III – o crime de comércio ilegal de armas de fogo 
previsto no art. 17 da Lei n. 10.826, de 22 de 
dezembro de 2003; 
Sem dispositivo correspondente. IV – o crime de tráfico internacional de arma de 
fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da 
Lei n. 10.826, 22 de dezembro de 2003; 
Sem dispositivo correspondente. V – o crime de organização criminosa, quando 
direcionado à prática de crime hediondo ou 
equiparado.” 
 
 
 
3 Vetado. 
 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
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Análise Pontual – Alterações na Lei dos Crimes Hediondos – Lei n. 8.072/1990 
 
Art. 1, II da Lei n. 8.072/1990: 
Antes da publicação do pacote anticrime (Lei n. 13.964/2019) somente era considerado hediondo o 
roubo quando qualificado pelo resultado morte, denominado de Latrocínio. 
A Lei n. 13.964/2019 modifica significativamente esse cenário, ampliando as hipóteses legais. Assim, 
no contexto atual será considerado hediondo não apenas o roubo qualificado pelo resultado morte, mas 
também: 
O roubo circunstanciado pela restrição da liberdade da vítima; 
O roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2°-A, inciso I) ou pelo emprego 
de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2°-B); 
O roubo qualificado pelo resultado lesão corporal grave. 
Dessa forma, no cenário atual, são quatro as hipóteses de circunstâncias envolvendo o crime de roubo 
que serão considerados hediondo. Vejamos o quadro comparativo abaixo: 
 
Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime 
II - latrocínio (art. 157, § 3°, in fine); II – roubo: 
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da 
vítima (art. 157, § 2°, inciso V); 
b) circunstanciado pelo emprego de arma de 
fogo (art. 157, § 2°-A, inciso I) ou pelo emprego 
de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 
157, § 2°-B); 
c) qualificado pelo resultado lesão corporal 
grave ou morte (art. 157, § 3°); 
 
Em se tratando de novatio legis in pejus, posto que ampliou as hipóteses em que o crime de roubo 
será considerado hediondo, deve respeitar a regra constitucional-penal da irretroatividade da lei penal 
prejudicial. 
 
Art. 1, III da Lei n. 8.072/1990: 
De forma semelhante ao que aconteceu como crime de roubo, em que tínhamos apenas uma 
circunstância em que o crime era considerado hediondo – extorsão qualificada pela morte –, o crime de 
 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
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extorsão que até o presente momento só seria considerado crime hediondo quando qualificada pela morte, 
com a nova redação trazida pelo pacote anticrime, passa a ser também considerado crime hediondo: 
A extorsão qualificada pela restrição da liberdade; 
A extorsão com ocorrência de lesão corporal; 
E por fim, a extorsão com ocorrência morte (já previsto). 
Dessa forma, no cenário atual, são três as hipóteses de circunstâncias envolvendo o crime de roubo 
que serão considerados hediondo. Vejamos o quadro comparativo abaixo: 
 
Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime 
III – extorsão qualificada pela morte (art. 158, §2°); III – extorsão qualificada pela restrição da 
liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal 
ou morte (art. 158, § 3°); 
 
Em se tratando de novatio legis in pejus, posto que ampliou as hipóteses em que o crime de extorsão 
será considerado hediondo, deve respeitar a regra constitucional-penal da irretroatividade da lei penal 
prejudicial. 
 
Art. 1, IX da Lei n. 8.072/1990: 
Conforme apontamos nas considerações iniciais, a principal modificação na Lei dos Crimes 
Hediondos ocasionada pelo Pacote Anticrime foi a ampliação do rol dos crimes considerados hediondos. 
Alguns deles, como, por exemplo, o roubo e a extorsão qualificada pela morte já eram hediondos, passando 
a ser também em outras situações. 
No crime de furto, por sua vez, não tínhamos nenhum dispositivo correspondente. Assim, o furto não 
era considerado crime hediondo em nenhuma situação, seja na forma simples ou qualificada. 
Contudo, com o advento da Lei n.º 13.964/2019 (Pacote Anticrime), passa a ser considerado hediondo 
o furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 
4°- A). 
 
Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime 
Sem dispositivo correspondente. IX – furto qualificado pelo emprego de explosivo 
ou de artefato análogo que cause perigo comum 
(art. 155, § 4°- A). 
 
 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
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Alguns doutrinadores já expressaram suas críticas referente ao dispositivo legal em comento, posto 
que o roubo, em situação semelhante, não foi capitulado como hediondo. Dessa forma, apontam uma patente 
violaçãoao princípio da proporcionalidade. 
Em se tratando de novatio legis in pejus, posto que passou a considerar hediondo um crime que não 
era capitulado como tal, deve respeitar a regra constitucional-penal da irretroatividade da lei penal 
prejudicial. 
 
Art. 1, parágrafo único, I e II da Lei n. 8.072/1990: 
O pacote anticrime retira de crime hediondo a posse ou porte de arma de uso restrito por aqueles 
que não podem fazê-lo. Agora, será hediondo posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido. 
 
Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime 
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos 
o crime de genocídio previsto nos arts. 1°, 2° e 3° da 
Lei no 2.889, de 1º de outubro de 1956, e o de posse 
ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, 
previsto no art. 16 da Lei no 10.826, de 22 de 
dezembro de 2003, todos tentados ou consumados. 
Parágrafo único. Consideram-se também 
hediondos, tentados ou consumados: 
I – o crime de genocídio, previsto nos arts. 1°, 2° e 
3° da Lei n. 2.889, de 1° de outubro de 1956; 
 
II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo 
de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei n. 
10.826, de 22 de dezembro de 2003; 
 
Art. 1, parágrafo único, III da Lei n. 8.072/1990: 
O pacote anticrime (Lei n. 13.964/2019) alterou a redação do parágrafo único do art. 1º da Lei nº 
8.072/90 prevendo que também é considerado como crime hediondo o crime de comércio ilegal de armas de 
fogo previsto no art. 17 da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003. 
 
Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime 
Sem dispositivo correspondente. III – o crime de comércio ilegal de armas de fogo 
previsto no art. 17 da Lei n. 10.826, de 22 de 
dezembro de 2003; 
 
Comércio ilegal de arma de fogo 
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, 
adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de 
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
 
 
 
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Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de 
prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência. 
Em se tratando de novatio legis in pejus, posto que passou a considerar hediondo um crime que não 
era capitulado como tal, deve respeitar a regra constitucional-penal da irretroatividade da lei penal 
prejudicial. 
Art. 1, parágrafo único, IV da Lei n. 8.072/1990: 
O pacote anticrime (Lei n. 13.964/2019) alterou a redação do parágrafo único do art. 1º da Lei nº 
8.072/90 prevendo que também é considerado como crime hediondo o crime de tráfico internacional de 
arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei n. 10.826, 22 de dezembro de 2003. 
 
Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime 
Sem dispositivo correspondente. IV – o crime de tráfico internacional de arma de 
fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 
da Lei n. 10.826, 22 de dezembro de 2003; 
 
Tráfico internacional de arma de fogo 
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de 
fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente: 
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
Em se tratando de novatio legis in pejus, posto que passou a considerar hediondo um crime que não 
era capitulado como tal, deve respeitar a regra constitucional-penal da irretroatividade da lei penal 
prejudicial. 
Art. 1, parágrafo único, V da Lei n. 8.072/1990: 
 
O pacote anticrime (Lei n. 13.964/2019) alterou a redação do parágrafo único do art. 1º da Lei nº 
8.072/90 prevendo que também é considerado como crime hediondo o crime de organização criminosa, 
quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado. 
 
Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime 
Sem dispositivo correspondente. V – o crime de organização criminosa, quando 
direcionado à prática de crime hediondo ou 
equiparado.” 
 
 
 
 
 
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Em se tratando de novatio legis in pejus, posto que passou a considerar hediondo um crime que não 
era capitulado como tal, deve respeitar a regra constitucional-penal da irretroatividade da lei penal 
prejudicial.

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