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Direito Penal I

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Direito Penal I
1. Introdução
. Ramo do direito público.
. Caráter sancionatório.
. Tanto o conjunto de leis sancionatórios, quanto o conjunto de saberes destinada à interpretação da lei e sua aplicação.
. Associado às revoluções liberais na contenção do poder punitivo do Estado na superação do Absolutismo Liberalismo marca o princípio da ideia de Estado de Direito.
. Prisão se consolida no século XIX, com a revolução industrial, que passa a conceber a pena como tempo cumprido em isolamento num estabelecimento voltado ao trabalho.
2. Delimitação do Conteúdo da Disciplina
1. – Introdução ao Direito Penal
1.1 – Conceito: O que é Direito Penal
. Conjunto de normas jurídicas que regulam o poder punitivo do Estado, definindo o que é crime e as sanções (penas ou medidas de segurança)
. A parte geral – Art. 1º ao 120 – define os critérios de aplicação do direito penal.
. O crime é uma conduta proibida, tanto positiva, quanto negativa. Cada crime prevê uma determinada escala punitiva mínima e máxima de acordo com a gravidade do crime em abstrato.
1.2 Função: pra que serve o Direito Penal.
. Proteção subsidiário dos bens jurídicos.
. Proteção dos bens jurídicos mediante o amparo dos elementares valores éticos-sociais da ação.
. Em outra concepção, O direito penal seria a proteção as normas postas, uma vez que a sociedade é constituída pelas normas. Garantir a vigência da norma, garantiria a própria identidade da sociedade.
. Proteger subsidiariamente significa dizer que os bens jurídicos são tutelados por todos os ramos do Direito, que atuando cooperativamente, pretendem operar como meio de solução social do problema.
. Direito penal deve intervir quando as demais normas falharem na solução social.
. Por ser o Direito penal a forma mais dura de intervenção do Estado, deve ele intervir na proteção dos bens jurídicos quando os demais ramos do Direito mostrarem-se insuficientes à tutela dos bens jurídicos fundamentais.
. Princípio da Subsidiriaridade e princípio da intervenção mínima.
. A limitação da norma penal incriminadora às ações mais graves perpetradas contra os bens jurídicos mais relevantes vai conformar o caráter fragmentário do direito penal – Princípio da fragmentariedade.
. Bens jurídicos penais devem derivar da Constituição.
. A vida, a liberdade, o patrimônio, o meio-ambiente, a incolumidade pública, formam o rol de valores, interesses e direitos, que elevados à categoria de bens jurídico-penais, constituirão o objeto de proteção do direito penal.
1.3 O Direito Penal Realmente atua segundo os seus fundamentos?
. O crime não é um ente natural e sim depende de um ato de poder. Ex: Adultério.
. criminalização primária: feita pelas agências políticas. Criminalização secundária: ação punitiva exercida em pessoas concretas pelas agências executivas do sistema penal (policial, judiciária e penitenciária).
. O sistema penal é estruturalmente seletivo, ou seja, direciona sua atuação num determinado sentido da persecução criminal, geralmente voltado para os estereótipos presentes no imaginário social.
2. Princípios do Direito Penal
. Entender a lógica pela qual o ordenamento jurídico penal é operado, dando coerência interna e fornecendo os meios necessários para que os direitos humanos sejam respeitados.
. Os princípios tem uma função limitadora, servindo como uma garantia do cidadão frene ao poder punitivo. 
. Princípios e regras são espécies do gênero norma jurídica.
. regras: normas de conduta e definem o limite entre o lícito e o ilícito.
. Os princípios são mandados de otimização e são aplicados no sentido de uma máxima efetividade possível.
2.1 Princípio da Legalidade
. Exclusão da arbitrariedade no Estado de Direito.
. Nullum crimen, nulla poena sine lege.
. Constituição, art. 5º, XXIX, não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
. A reserva legal impõe uma elaboração incriminadora exclusiva da lei, constituindo garantia dos cidadãos frente ao poder punitivo. 
. Da legalidade derivam vedações a formas de incriminação, exigindo praevia, scripta, stricta e certa.
2.1.1 Nullum crimen, nulla poena sine lege praevia – Não há crime nem pena sem lei prévia.
. Vedação à retroatividade da lei mais grave.
. A irretroatividade da lei mais gravosa atinge tanto as tipificações legais como as sanções penais que lhes correspondem.
2.2. Nulla poena sine lege scripta – sem lei escrita
. Vedação aos costumes como fonte de criminalização de condutas ou punibilidade
. é vedada a utilização do costume como fonte da lei penal, uma vez que a forma constitui garantia do cidadão e por isso deve ser pública, geral e escrita.
2.1.3 Nulla poena sine lege stricta – sem lei estrita
. Vedação à analogia in mallam partem
. O juiz não pode interpretar a lei através da analogia para prejudicar o réu, mas somente em favor do réu.
2.1.4 Nulla poena sine lege certa – sem lei certa
. . Vedação à norma penais vagas, imprecisas, indeterminadas.
. . princípio da taxatividade. É vedada a indeterminação normativa que crie tipos abertos, sob o risco de vulnerar a garantia que a legalidade representa. Por exemplo, a qualificadora do homicídio “por motivo fútil”, é um tipo vago que comporta múltiplas situações. 
. É típica de regimes autoritários
2.2 Princípio da Exclusiva Proteção de bens Jurídicos: Como se proteger do direito penal ou quem vigia o vigia?
. Repudia incriminações que ofendam apenas valores morais, éticos ou religiosos. 
. O direito não pode punir formas de existência e suas expressões, devendo reconhecer no indivíduo sua autodeterminação (âmbito de autonomia moral), não deveria incriminar situações que interditem liberdades constitucionais como:
A. Uso de drogas, onde haveria apenas autolesão.
B. Consentimento do ofendido.
C. Pensamentos e suas expressões, garantindo a liberdade de expressões, garantindo a liberdade de expressão e informação contra a censura.
D. manifestação política, como a criminalização da greve em tempos passados.
E. Expressões sócio-culturais minorias. 
F. Condição social do indivíduo, como a vadiagem e a mendicância.
G. Atos considerados obscenos, mas em contextos artísticos, lugares privados ou em situações que a pessoa não tenha agido de forma deliberada e pública na exposição das partes intímas.
2.3 Princípio da Intervenção Mínima: Há alternativa a resposta penal?
. Destinado ao legislador como critério quando da seleção de crimes e se baseia na ideia de que o direito penal só pode ser invocado em caso de extrema necessidade e quando se afigure como meio idôneo. 
. Pena é o meio mais gravoso de intervenção legal (prisão como principal pena) e gera danos de difícil reparação para aquele a que é impingida, podendo ser forma de estigma e fonte de novos conflitos.
. Princípio da fragmentariedade: somente as lesões mais graves aos bens jurídicos mais importantes devem ser passíveis de pena, sendo assim um sustema descontínuo de proteção.
2.4 Princípio da Culpabilidade: Se fez, não necessariamente tem que pagar
. A culpabilidade se refere à capacidade de determinação frente ao delito. 
. A evolução do direito penal substituiu a incriminação mecanicista pela mera causação de um resultado, pela consideração da vontade do agente dentro da ideia do delito como um fenômeno social, numa perspectiva finalista.
. A culpabilidade possui três dimensões:
 a. fundamento da pena – etapa necessária de aferição no conceito analítico de crime, ou seja, não basta que o crime seja típico e antijurídico, deve também ser culpável (atribuível ao agente). É com base na culpabilidade, por exemplo, que o inimputável não é considerado passível de receber uma pena, mas apenas medida de segurança.
 b. Medição da pena – serve como um dos critérios para determinar a aplicação da pena, Art. 59 do CP.
 c. Responsabilidade subjetiva – Refere-se ao tipo subjetivo, requer dolo ou culpa para uma conduta ser considerada típica, e não apenas que o agente tenha causado um resultado.
2.5 – Princípio da Insignificância.
. Técnica de interpretação que permite afastar a incidência da normapenal por entender que embora esteja contida na descrição típica, a conduta não afeta o bem jurídico de modo relevante. 
. Alem de implicar a intervenção mínima, é uma medida de política criminal, já que náo se justifica mover a máquina estatal para perseguir condutas dessa natureza.
.STF estabeleceu critérios:
 A. mínima ofensividade da conduta do agente.
 B. Nenhuma periculosidade social da ação.
 C. Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento.
 D. Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
. Lesão insignificante ao bem jurídico tutelado.
2.6 Princípio da Lesividade.
. Ao menos perigo de lesão ao bem jurídico.
2.7 Princípio da Adequação Social
2.8 Princípio da Proporcionalidade
. Adequação.
. Necessidade.
. Proporcional.
3. Aplicação da Lei Penal no Tempo
. Tempus regit actum, ou seja, se aplica a lei vigente ao tempo do fato (princípio da atividade).
. O tempo do crime é o momento da ação ou omissão, ainda que o resultado tenha se dado em momento diverso.
. O aplicador da lei deve saber a data do crime e procurar a legislação vigente à época.
. Caso a lei tenha sido revogada, deve-se identificar qual a lei mais favorável no caso concreto.
. A norma mais benéfica retroage.
. A lei penal incriminadora deve ser anterior ao fato, e se posterior é irretroativa.
. irretroatividade da lei penal mais grave se aplica não só a criação de novos crimas, mas também ao aumento da pena ou qualquer agravamento da situação do infrator como: regime de cumprimento de pena mais rígido, aumento do prazo prescricional ou qualquer outro que afete os direitos de liberdade do réu.
. A exceção é a lei penal mais benéfica que alcançará tato fatos pretéritos a vigência da lei, ainda que alcançados por sentença condenatória transitada em julgado, quanto fatos posteriores a sua revogação (princípio da extra-atividade). 
. O fundamental é reconhecer qual a lei mais favorável ao infrator e estabelecer uma comparação: a) quando a lei revogadora é mais benéfica, será retroativa; b) quando a lei revogada é mais benéfica, ela terá ultra-atividade, aplicando-se aos fatos cometidos durante sua vigência.
A. abolitio criminis – descriminalização de certas condutas criminais por lei nova que deixa de considerar crime. Apaga qualquer efeito da lei penal incriminadora, da pena em cumprimento, passando pelo processo e cheganto até a própria anotação na ficha criminal do indíviduo, não podendo ser considerada para configurar reincidência ou maus antecedentes;
B. Novatio Legis incriminadora – Lei nova tipifica conduta que antes não era crime. Não se aplica a fatos anteriores à sua vigência.
C. Lex Mitior – Lei posterior que melhora a situação do sujeito. A lei posterior mais benéfica sempre retroage, alcançando fatos já abarcados por decisão condenatória já transitada em julgado. Diferencia-se da abolitio criminis, uma vez que aqui não é a conduta, mas outras circunstâncias que são modificadas pela nova lei: pena ou tempo de prescrição.
D. Lex gravior – lei posterior que agrava a situação do sujeito. A lei gravosa não retroage, aplicando-se apenas aos fatos ocorridos após sua vigência.
4. Aplicação da Lei Penal no Espaço
. A regra é a aplicação da territorialidade, mas em alguns casos se aplica o critério da extraterritorialidade.
. O critério geral da territorialidade prevê que a lei penal é aplicada ao crime cometido em território nacional. 
O território brasileiro é a faixa de terra e mar territorial (12 milhas contadas do litoral), e todo o espaço aéreo e subsolo correspondente. 
. As embarcações e aeronaves públicas são consideradas extensão do território brasileiro, e as privadas também o são quando localizadas em alto mar ou em seu espaço aéreo correspondente.
. Teoria da ubiquidade: tem competência para processar e julgar os crimes em que a ação ou o resultado ocorreram ou deveriam ocorrer em território nacional, evitando que o crime deixe de encontrar resposta penal. Não importa onde foi praticado a ação ou o resultado, aplica-se a lei brasileira.
. Computa-se a pena cumprida pelo mesmo fato no estrangeiro.
. Exceção à territorialidade: imunidade diplomática, que garante aos agente diplomáticos serem processados em seus países de origem e garante a inviolabilidade das embaixadas.
. Exceção: há determinados crimes que a legislação prevê a possibilidade de persecução, ainda que fora do território brasileiro. São motivos que justificam essa aplicação nos casos de defesa nacional, nacionalidade do agente ativo, ou passivo, competência universal de caráter humanitário.
A. Incondicionadas (Art. 7º, §1). Quando a lei brasileira sempre se aplica
B. Condicionadas (Art. 7º, §º2). Quando a lei brasileira só pode ser aplicada se previstas as condições objetivas de punibilidade do agente – art. 7º, §2, CP.
Teoria do Crime
1. Introdução
. Núcleo dogmático do direito penal.
. Verificar se há crime ou não.
. Diante de uma descrição fática se extrair os elementos necessários à configuração ou não do crime.
2. Conceito Analítico de Crime.
. Ação ou omissão humana, típica, antijurídica e culpável. 
. Conceito formal: ação ou omissão proibida por lei, sob a ameaça de pena;
. Conceito material: ação ou omissão que contraria valores ou interesses do corpo social, exigindo sua proibição com ameaça de pena.
a. Houve alguma conduta humana?
b. Essa conduta é individualizada em algum tipo penal (algum dos crimes previstos pela legislação penal)?
c. Essa conduta individualizada em algum tipo penal é antijurídica (não possui alguma causa de justificação; ex. legitíma defesa)?
d. Essa conduta individualizada em algum tipo penal e que não possui nenhuma causa de justificação, é imputável ao agente/ reprovável ao autor?
. Se não há conduta, não há que se perguntar se o fato é típico.
. Se o fato não é previsto em lei como crime, não há que justificá-lo.
. Delito é uma conduta humana individualizada mediante dispositivo legal (tipo) que revela sua proibição (típica), que por não estar permitida por nenhum preceito jurídico (causa de justificação) é contrária à ordem jurídica (antijurídica) e que, por ser exigível do autor que agisse de maneira diversa das circunstâncias, é reprovável?
3. Classificação dos Crimes
3.1 Crime e contravenção
. Crime e contravenção são espécies da qual infração penal é o gênero.
. Crime conduta considerada mais grave, prevista na parte especial do Código Penal e em leis esparsas e que prevê como modalidades de pena privativa de liberdade, a reclusão e a detenção. 
. Contravenções são consideradas menos graves (ex: servir bebida alcóolica a menor de idade, explorar jogo do bicho), preveem a pena privativa de liberdade na forma de prisão simples.
3.2 de Dano e de Perigo
. Dano: quando se verifica a lesão efetiva ao bem jurídico tutelado (ex. lesão corporal). 
. Perigo: Apenas se configura uma potencialidade lesiva, ou seja, a criação de uma situação que coloque o bem jurídico em risco.
. Subdividem-se em perigo abstrato (presumido) e concreto. Perigo abstrato presumem a potencialidade lesiva da conduta, não sendo preciso provar o efetivo risco ao bem jurídico (ex. dirigir embriagado). Os de perigo concreto exigem a comprovação de efetiva colocação em risco do bem jurídico (ex. crime de incêndio que prevê expressamente a exposição a perigo da vida, integridade física e patrimônio de outrem).
3.3 Material, formal e de mera conduta
. É preciso observar o resultado.
. Material: o resultado integra o tipo penal, ou seja, para se configurar o crime é necessário que ocorra uma determinada mudança no mundo natural.
. Formal: embora preveja o resultado, basta a ação para que o crime se consuma (ou seja, para que a conduta possa ser juridicamente considerada crime, se torne definitivo), como no caso da ameaça. 
. Mera conduta: o legislador prevê somente a ação, como no caso da violação do domicílio e da desobediência.
3.4 Comum, próprio e de mão própria
. É preciso observar o sujeito ativo do crime.
. Comum: o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (ex: roubo ou lesão corporal).
. Próprio: exige a qualidade especialdo agente, por exemplo, ser funcionário público como no crime de peculato.
. Mão Própria: Só pode ser cometido pelo agente em pessoa, sem a possibilidade de ser cometido por intermediários (ex: falso testemunho). Diferencia-se do crime próprio, uma vez que qualquer pessoa, desde que por si mesma, pode cometer o crime.
4. Fato Típico
. Analisando a conduta que se chegou aos principais modelos da teoria do delito (causalimos, finalismo e funcionalismo). O principal momento de mudança de perspectiva sobre o conceito de ação da qual somos herdeiros, é representada pela passagem do causalismo ao finalismo.
. Causalismo, segundo Liszt e Beling, definia a ação como produto de um resultado no mundo exterior por um comportamento humano voluntário. É um conceito mecanicista que vê a ação como um elemento puramente objetivo. Vontade equivalia à mera consciência.
Welzel criou o conceito final de ação, o qual ação é exercício de atividade final. A intenção tornou-se fundamental para caracterizar a ação. A finalidade é vidente, a causalidade é cega. Ação ganha uma dimensão de finalidade: previsão do resultado, escolha dos meios de execução e ação concreta no sentido de realizar esse fim.
. A discussão do que seria ação é importante para o Direito Penal, pois unifica todas as condutas penalmente relevantes englobando, ação e omissão; fundamentar o delito a partir de um elemento básico que pudesse conectar o conceito de crime com um dado real, ação humana; delimitar a ação humana, excluindo fatos que não poderiam ser conceituados a pessoa, e sim aos elementos à sua volta.
4. Conduta
. O direito penal pune a conduta.
. Fato, nexo causal e resultado.
. A conduta seria um fato voluntário.
. Deve-se distinguir querer de desjar. Querer é a vontade posta em movimento, enquanto desejar é apenas a vontade consciente no íntimo do agente, sem exteriorização. A teoria finalista investiga o querer do agente.
. A conduta requer uma finalidade.
. Para que haja conduta, basta que o agente tenha vontade de cometer o crime.
4.1 Ação e Omissão penalmente relevante
O Direito Penal, como ciência e ramo autônomo do Direito, tem por finalidade tipificar aquelas condutas penalmente relevantes através do tipo penal. Tais condutas uma vez prescritas no tipo penal (descrição legal do fato punível, ex: furto), separam aquelas condutas que serão passíveis de punição, prevendo uma determinada pena como sanção. Tais condutas configuram a ação e omissão penalmente relevantes. As demais condutas não tipificas não interessam ao direito penal, tratam-se como indiferentes penais próprios da reserva legal como espaço de liberdade que deve ser garantido ao indivíduo.
Quem são os sujeitos da ação? Quando não se verifica a ação? Qual a diferença entre ação e omissão? Quais as espécies de omissão?
4.1.1 Os sujeitos da ação
. O crime pressupõe um agente e uma vítima, Aquele que realiza a conduta prescrita no tipo penal é o sujeito ativo do crime. Aquele que sofre a ação é conhecido como sujeito passivo do crime, o titular do bem jurídico ofendido, que pode ser uma pessoa física ou jurídica quanto o próprio Estado (crimes contra a administração pública) ou ainda uma determinada coletividade (crimes contra a organização do trabalho, consumidor, saúde pública).
4.1.2 Ausência de conduta
Ocorre que em determinadas situações pode haver modificação do mundo exterior e o indivíduo atua como instrumento, sem vontade ou qualquer consciência sobre o fato. Essa hipóteses configuram ausência de ação e são as seguintes:
A. Coação física irresistível – indivíduo tem seu corpo utilizado como mero instrumento da vontade de outro agente, imputa-se a ação ao agente e não ao instrumento.
B. Movimentos reflexos – atos reflexos que não dependem da vontade do indivíduo, como a reação ao encostar numa superfície muito quente.
C. Estados de Inconsciência – sonambulismo, hipnose e embriagues absoluta involuntária.
4.1.3 Diferença entre ação e omissão
. Se encontra no comando que se extrai da norma. Os crimes de ação exigem uma abstenção (não matar), se extraindo da norma uma proibição. Nos crimes omissivos o que se extrai da norma é a obrigação de evitar o resultado lesivo (omitir socorro), não fazer o que a norma manda.
Na omissão, exige-se do agente que resguarde um determinado sentido de solidariedade social, responsabilidade compartilhada. Deve-se reunir três pressupostos essências para que se considere crime de omissão: a abstenção do agente (não se pune quem tenta evitar o resultado); que o resultado pudesse ter sido evitado; e que tenha surgido a obrigação de agir (efetivo conhecimento da situação).
4.1.4 Omissão própria e imprópria
. A diferença encontra-se no comando que se pretende extrair da norma jurídica. Na omissão própria, a norma jurídica prevê, em determinados tipos penais a omissão (art. 135 – omissão de socorro; art. 244 – abandono material), enquanto a omissão imprópria é prevista na parte geral (art. 13,2) A omissão própria (dever genérico de agir) é um dever que surge de um tipo penal específico, que cria uma imposição normativa genérica, só podem ser punidos pelo cometimento da omissão. A omissão imprópria (dever especial de agir), é chamada também de crime comissivo por omissão, é uma maneira de cometer o crime (poderia ter sido cometido por meio de uma ação positiva) não evitando o resultado que podia ou devia evitar segundo uma obrigação (garantidor, bombeiro salva-vidas) que pode surgir de uma situação concreta prevista em qualquer tipo penal que descreva um resultado.
A omissão própria é caracterizada segundo o tipo penal. Excluída a responsabilidade penal se havia risco pessoal ou caso tenha pedido socorro a autoridade pública.
A omissão imprópria possui o critério especial da posição de garantidor. O indivíduo conhece a situação e pode agir (possibilidade física), o resultado deveria ser evitável se tivesse agido, além de ter o dever de impedir o resultado (posição de garantidor.
A posição de garantidor surge do dever de agir que a norma impõe, a partir do qual o indivíduo passa a ter uma especial relação de proteção ao bem jurídico. CP, art. 13, 2º a, b e c:
a. Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância (médico, pais).
b. Assumiu a responsabilidade de impedir o resultado (obrigação contratual, como no caso de segurança pública).
c. Com o comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado (pessoa que ajuda velinha a atravessar faixa de pedestre e a abandona no meio da travessia) se aplica a quem cria a situação ou a agrava. 
5. Fato típico
. Ação penalmente relevante é aquela que se encontra descrita no tipo penal.
. O tipo implica uma seleção de comportamentos, e ao mesmo tempo, uma valoração (o típico já é penalmente relevante).
. O tipo é a descrição da conduta penalmente relevante que a lei considera crime. Da conformidade da conduta do agente com o tipo descrito na lei penal, surge o fato típico. É feita através do juízo de tipicidade, constatação da presença dos elementos necessários para que uma conduta seja considerada típica.
. O tipo penal demarca o campo do lícito e do ilícito, expressa o princípio da legalidade, e expressa quais condutas serão consideradas crimes. Exerce função de garantia, de limitação das possibilidades da intervenção do poder punitivo. Identifica o bem jurídico protegido, valor que pretende proteger. Possibilita a aferição da lesão ao bem jurídico tutelado no caso concreto (tipicidade material), excluindo a tipicidade das condutas insignificantes.
5.1 Elementos
. Elemento objetivo: descrição da conduta; e elemento subjetivo: pressuposto geral da vontade do agente em praticar a conduta descrita (intenção de matar).
. Ainda há a presença dos elementos normativos, que são juízos de valor acerca de determinadas condutas. P. Ex: indevidamente, art. 151, não descrevem objetivamente a conduta, é necessário o intérprete possuir o conhecimento da definição jurídica, trata-se de um tipo aberto.
. Por vezes, o legislador fez alusão a expressões que não possuem uma definição jurídica exata,como obsceno no crime de ato obsceno (233). Tais expressões requerem um juízo de valor estritamente moral por parte do juiz. Nessas situações a taxatividade do tipo penal fica comprometida pela forma adotada pelo legislador, devendo o juiz interpretar restritivamente o tipo.
5.1.1 Tipo Objetivo
. Descreve a conduta do agente, da qual pode se inferir o autor, a ação ou omissão, o resultado e a relação de causalidade. O núcleo do tipo é o verbo que expressa a conduta proibida.
. Por vezes, o tipo objetivo além da conduta pode trazer para o tipo a descrição de circunstâncias, motivos e modos de execução que podem se somar a conduta principal do agente. O essencial do tipo penal é a conduta que descreve o crime. As circnstâncias são acessórias, não excluindo a responsabilidade penal, podendo mudar a escala da pena (tipo qualificado) ou prever causas de aumento ou diminuição de pena).
. O tipo objetivo se refere, àquelas circunstâncias essenciais para que uma conduta possa ser considerada típica.
5.1.2 Tipo Subjetivo
. Elemento da vontade pretendida pelo tipo penal, o querer realizar a conduta descrita no tipo objetivo. Não é descrito no tipo penal, é pressuposto geral de qualquer delito. O que é expresso são os elementos subjetivos especial (fim de agir, para si ou para outrem no furto) presentes em determinados tipos penais e a responsabilidade penal por culpa, punível somente quando previstos em lei (art. 18, §U) O tipo subjetivo contempla o dolo e a culpa
5.1.3 Dolo
. Elementos: conhecimento e vontade
. Vontade consciente de realizar a conduta prevista como crime, o tipo objetivo do delito. Pressupõe conhecimento e vontade. Conhecimento efetivo das circunstâncias de fato do tipo objetivo, que implica um saber atual ao momento da prática do crime que abrange todos os elementos essenciasi do tipo (vítima, meio empregado e a previsão do resultado). Representação mental desses elementos.
. Vontade: querer realizar o tipo objetivo, disposição interna, o ânimo, que quer diretamente (dolo direto) ou ao menos consente na produção do resultado (eventual) (art. 18, I) Quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo (art. 18, I).
-Elementos subjetivos especiais do tipo
. Alguns tipos exigem além da vontade de querer realizar o tipo objetivo uma vontade especial. São elementos subjetivos especiais. Não basta a subtração de coisa alheia móvel é necessário uma intenção de apropriação do bem.
- Espécies de dolo
. Direto ou segundo grau e indireto (eventual
Direto: pretensão de realizar o fato típico, uma simetria entre o querer, o meio empregado e o fim atingido. A dispara para matar B.
. Segundo Grau: Embora o agente exploda um avião para matar B acaba matando todos os passageiro. São consequências necessárias para o atingimento do tipo objetivo.
. Indireto ou eventual: Não almeja o resultado, mas assume com seu comportamento o risco de produzi-lo.

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