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Prof. Me. Erácliton Viana UNIDADE II Atividade Motora Aplicada a Populações Especiais É um grupo de doenças especiais com características particulares que cursam longos períodos sem manifestações clínicas. Quando aparece em forma de síndrome normalmente é caso cirúrgico. O diagnóstico é dado por exames de imagem, eletrocardiograma, além do histórico pessoal e familiar. Doenças Valvulares Importante: avaliação dos sintomas, como cansaço e falta de ar em esforço (dispneia), dor no tórax e desmaios. Todo o tratamento, com ou sem exercício físico, será realizado de acordo com o tipo de doença, a gravidade e os sintomas. Palpitações são muito comuns nos portadores de valvopatia mitral; dor torácica anginosa ao esforço e síncope ao esforço (perda de consciência transitória) são mais frequentes em pacientes com valvopatia aórtica; e a rouquidão (síndrome de Ortner) pode estar associada à estenose mitral. Doenças Valvulares Todas as valvopatias podem evoluir com sintomas de insuficiência cardíaca (IC), como dispneia aos esforços, ortopneia, dispneia paroxística noturna, tosse, chiado, hemoptise, edema periférico e fadiga. A estenose mitral representa uma resistência ao fluxo sanguíneo na passagem pela válvula mitral (localizada entre o átrio e o ventrículo esquerdo) em razão do espessamento e da imobilidade dos folhetos da válvula. Entre outras possíveis causas destacam-se a congênita, lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, entre outras. Doenças Valvulares Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image- vector/heart-valves-anatomy-mitral-valve-pulmonary- 1364168324?src=Cz9NMN8hU67wYvkv_QEclQ-1-33 Na maioria dos casos, a causa da estenose mitral é reumática e idiopática, atingindo indivíduos jovens, principalmente do sexo feminino. A gravidade da estenose mitral pode ser medida pela área valvar e pela estimativa de pressão nos pequenos capilares pulmonares em exercício, além da pressão sistólica da artéria pulmonar. Doenças Valvulares A insuficiência mitral é caracterizada pelo retorno do fluxo de sangue para o átrio esquerdo durante a contração ventricular. Pode ocorrer por anormalidades em toda a estrutura das valvas cardíacas, incluindo os folhetos, o ânulo, as cordas tendíneas e os músculos papilares. Classificação: Primária: envolve o prolapso da valva mitral, endocardite infecciosa, febre reumática, traumas e deformidades congênitas. Secundária: relaciona-se à isquemia miocárdica, à cardiomiopatia hipertrófica e à disfunção ventricular esquerda do tipo sistólica. Doenças Valvulares Doenças Valvulares Fonte: https://www.coladaweb.com/biologia/c orpo-humano/coracao Estenose aórtica: é caracterizada pela obstrução da via de saída de sangue do VE pela calcificação das estruturas valvares. Causas: congênita, calcificação da valva aórtica bicúspide, calcificação da valva aórtica tricúspide, degenerativa e f. reumática. Pode evoluir para a hipertrofia ventricular concêntrica, levando à elevação das pressões de enchimento e, finalmente, à disfunção ventricular. Ao iniciar os sintomas (dor torácica, síncope e dispneia), o risco de morte súbita aumenta, com sobrevida média de dois a três anos. Doenças Valvulares Insuficiência aórtica ou regurgitação aórtica: é um transtorno caracterizado pelo retorno do sangue da aorta para o VE. A lesão que leva à regurgitação pode estar relacionada à dilatação idiopática da aorta, anormalidades congênitas, calcificação, doença reumática, endocardite infecciosa, HAS, dissecção da aorta ascendente e Síndrome de Marfan. A doença tem desenvolvimento lento, baixo índice de morte e de sintomas, raramente precisa ser tratada. Doenças Valvulares Exercícios físicos nas valvopatias: Na classificação da NYHA (New York Heart Association). Na classe funcional III e IV estão aqueles que mais necessitam de intervenção cirúrgica. É certo que apresentam alto grau de comprometimento da função cardíaca e baixa tolerância ao esforço físico, além de uma redução considerável da capacidade funcional máxima (4 METs ou menos). Doenças Valvulares Essas pessoas com valvopatias têm características que se assemelham àquelas com IC, como as complicações cardíacas e circulação sanguínea, além dos sintomas referidos. Os indivíduos submetidos ao treinamento físico após troca valvar apresentam melhora da capacidade funcional, que varia de 19% a 38%, quando comparados aos pacientes que não se exercitam (NAKAMURA et al., 1996, apud MORAES et al., 2005). Doenças Valvulares Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image- photo/aged-rock-climber-mature-male-extreme- 231975178?src=H3DZVMnrxnM4nsgJ5u_eyA-2-17 A recomendação de atividade física e esporte em valvopatas leva em consideração o tipo de doença valvar de base, o grau de acometimento e a gravidade. Feita essa avaliação, as recomendações serão individualizadas de acordo com o tipo de valvopatia, a gravidade e os sintomas. Para a estenose mitral, a AF é limitada pelos sintomas. Sintomas e/ou com estenose mitral grave podem ser submetidos ao teste ergométrico para avaliação funcional e a um bom prognóstico. Na presença de alterações hemodinâmicas, é suficiente para iniciar uma avaliação de possível intervenção cirúrgica. Doenças Valvulares O monitoramento é indispensável! Doenças Valvulares A – Dinâmico leve B – Dinâmico moderado C – Dinâmico intenso I – Estático leve Bilhar Boliche Golfe Tiro ao alvo Beisebol Softball Tênis de mesa Tênis (duplas) Voleibol Badminton Futebol Corrida (fundo) Tênis (individual) Squash II – Estático moderado Automobilismo Motociclismo Hipismo Mergulho Arco e flecha Esgrima Nado sincronizado Corrida (sprint) Surfe Patinação Rodeio Hóquei no gelo Basquetebol Handebol Natação Corrida (meio fundo) III – Estático intenso Artes marciais Ginástica olímpica Vela Levantamento de peso Alpinismo Musculação Luta greco-romana Esqui downhill Boxe Decatlo Ciclismo Remo Fonte: Adaptado de: Mitchell et al. (1994) apud Tarasoutchi et al., 2005, p. 153. Classificação de esportes baseada nos componentes dinâmico e estático de pico. Importante relembrar utilização de escapa de percepção de esforço. Doenças Valvulares Características individuais Sintomáticos com pior prognóstico Exercícios aeróbios de baixa intensidade Limita-se aos sintomas de dispneia Necessidade de avaliação cuidadosa para intervenção cirúrgica Estenose mitral leve E + fibrilação atrial Qualquer atividade, inclusive competitiva Estenose mitral leve E + fibrilação atrial moderada sinusal e/ou com pressão sistólica de artéria pulmonar < 50 mmHg Atividades estáticas e dinâmicas leves e moderadas Em casos mais graves Não participar de esportes competitivos Estenose aórtica grave ou moderada sintomáticos Não deve fazer esportes competitivos Fonte: Adaptado do livro-texto Vimos que pessoas com valvopatias classificadas funcionalmente como grau III e IV apresentam maiores necessidades, muitas vezes cirúrgicas, o grau de comprometimento funcional reduz a tolerância ao esforço físico e a capacidade funcional máxima (4 METs ou menos). Partindo desses saberes, leia atentamente as afirmativas abaixo e assinale a única correta dentro do contexto. a) No grau funcional III, a limitação para esforços é semelhante à esperada para pessoas normais. b) No grau funcional IV, os sintomas aparecem em repouso. c) No grau funcional III, os sintomas desencadeiam com esforços intensos. d) No grau IV, os sintomas estão presentes em repouso. e) No grau IV, o indivíduo só não pode realizar esportes competitivos. Interatividade A resposta correta é a “d”. d) No grau IV, os sintomas estão presentes em repouso. Considerando o alto grau e funcionalidade, na maioria das vezes passa a serum caso de intervenção cirúrgica. Resposta A IC é uma síndrome associada à falência progressiva do coração. O coração não supre a demanda de sangue para o corpo. É uma via final. Lesões cardíacas prévias podem progredir gradualmente para a falência do coração. Além disso, seus sinais e sintomas relacionam-se à perfusão tecidual inadequada devido ao baixo débito cardíaco e à remodelação cardíaca associada à perda de cardiomiócitos e ao aumento da fração de colágeno, tornando o tecido mais rígido. Insuficiência Cardíaca A força contrátil e o débito cardíaco diminuem, os mecanismos neuro-hormonais como o aumento da ANS e o SRAA são ativados com o objetivo de compensar essa redução e, assim, preservar a homeostase circulatória. Embora, em um primeiro momento, essa seja uma resposta compensatória benéfica, a liberação de neuro-hormônios vasoconstritores proporciona efeitos deletérios no desenvolvimento da insuficiência cardíaca, pelo aumento da sobrecarga de volume e da pós-carga do ventrículo com contratilidade já diminuída, podendo potencializar a evolução da falência cardíaca já existente. Insuficiência Cardíaca O estresse oxidativo piora o quadro, promovendo arritmias e aumentando a mortalidade. É considerada uma síndrome de natureza neuro-humoral e o tratamento visa a: Aliviar sintomas; Melhorar a capacidade funcional; Melhorar a qualidade de vida; Prevenir o desenvolvimento e a progressão da síndrome; Atenuar a remodelação ventricular e a redução da mortalidade. Insuficiência Cardíaca Alterações: Disfunção sistólica do VE; Hiperatividade S. Simpático; Arritmias; Necessita de medicamentos; Betabloqueadores; Conversor de AI, AII e Aldosterona. Insuficiência Cardíaca Fonte: Adaptado de: https://cte7.com.br/miocardiopatia-dilatada-cansaco-excessivo-e-principal- sintoma/ Coração normal Cardiomiopatia dilatada Ventrículo Dilatado A classificação da severidade da síndrome pode ser feita através da intensidade dos sintomas, incluindo a tolerância ao esforço. São 4 classes propostas pela New York Heart Association. Essas classes estratificam o grau de limitação associado à doença para atividades cotidianas do indivíduo. É importante ressaltar que essa classificação está relacionada a fatores funcionais e à qualidade de vida. Insuficiência Cardíaca Classe I – ausência de sintomas (dispneia) durante atividades cotidianas. A limitação para esforços é semelhante à esperada em indivíduos normais. Classe II – sintomas desencadeados por atividades cotidianas. Classe III – sintomas desencadeados por atividades menos intensas que as cotidianas ou pequenos esforços. Classe IV – sintomas em repouso. Insuficiência Cardíaca Exercícios físicos e principais efeitos Pode provocar alterações autonômicas positivas importantes; Treinamento aeróbio diminui a ANS e aumenta atividade parassimpática (tônus vagal); Reduz a incidência de arritmias; Diminui a morte súbita; Melhora a tolerância ao esforço; Manutenção da massa magra; Insuficiência Cardíaca Melhora a capacidade funcional; Diminuição da PA em repouso; Diminuição da FC submáxima; Aumenta o volume sistólico; Débito cardíaco; Diminuição da resistência vascular periférica. Insuficiência Cardíaca O treinamento aeróbio proporciona adaptações na própria fibra muscular, tais como o aumento da densidade mitocondrial na sua função oxidativa e na redistribuição de fibras musculares do tipo 1 e do tipo 2 em indivíduos com insuficiência cardíaca. Redução das citocinas pró-inflamatórias. Diminuição do estresse oxidativo. Prevenção da atrofia muscular. Diminui a fadiga e melhora o controle da dispneia. Insuficiência Cardíaca Prescrição: de exercícios: A dispneia e a fadiga são sintomas que colaboram muito com a não adesão. Deve ser submetido a teste de esforço e ter um quadro estável tempo > 30 dias. O teste com carga progressiva sendo interrompido por sinais e sintomas. E ecocardiograma para acompanhar a função cardíaca. A baixa tolerância ao esforço e isquemia precoce apresentam maiores riscos. Monitoramento de PA, FC e palpação de pulso são imprescindíveis para a prescrição de exercícios. Insuficiência Cardíaca Recomendações do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC) A intensidade inicial recomendada para a atividade física aeróbia é de 80% da frequência cardíaca medida no limiar anaeróbico, podendo atingir até 100% após quatro ou cinco semanas. No Instituto do Coração (Incor), aplica-se entre 40-60% da FC no pico do esforço. Ou a média da FC no limiar ventilatório e menos 10% da obtida no ponto de compensação respiratória. Mesmo com o uso de medicamentos. Insuficiência Cardíaca Sessões devem ser supervisionadas com profissionais treinados em RCP. Devido ao risco de angina, hipotensão arterial, arritmias ou dispneia associadas à síndrome. Mínimo de 3x/semana com monitoramento. Se o quadro é estável, pode sugerir que pratiquem atividade física não supervisionada nos demais dias. O controle prende-se ao grau de cansaço e pela frequência de treinamento estabelecida. O aquecimento é mais longo e progressivo. A duração do exercício deve aumentar progressivamente de acordo com a tolerância do indivíduo. Insuficiência Cardíaca Treinamento de força Utiliza-se como coadjuvante, principalmente nas semanas iniciais. O objetivo é aumentar o tônus e volume muscular e a flexibilidade. Por fim: Sessões domiciliares com supervisão indireta também são estimuladas, mas ainda com cautela. Insuficiência Cardíaca Resumidamente, vimos que na IC, se a pessoa está em um quadro estável por mais de 30 dias, já é possível iniciar um programa de exercício físico. Sabe-se da necessidade de realizar exames de teste ergométrico e ecocardiograma. A partir desses saberes, leia as afirmativas abaixo sobre como deve ser a prescrição de exercício. I. A intensidade do exercício aeróbio pode ser de 40-60% da FC estimada no pico do esforço durante o teste. II. O treinamento de força é importante para aumentar o tônus e volume muscular. III. O treinamento deve ser supervisionado por médicos e demais profissionais treinados em RCP. IV. Quanto às sessões de treinos, o aquecimento deve ser mais prolongado. V. Pelo fato de o quadro dessa pessoa ser estável, ela pode realizar treinamento sem supervisão. Interatividade Assinale a única resposta correta: a) I. b) I e II. c) I, II e III. d) I, II, III e IV. e) I, II, III, IV e V. Interatividade A única alternativa correta é a “d”. d) I, II, III e IV. Pois a última afirmativa “V” está errada ao relatar que pessoas com quadro estável de IC podem realizar exercícios sem supervisão. Até mesmo quando a pessoa está bem adaptada ao programa de exercícios, ainda assim haverá a semissupervisão. Resposta A DPOC caracterizada pela presença de obstrução crônica do fluxo aéreo é uma doença respiratória de possível prevenção e tratamento. O fluxo aéreo pode não ser totalmente reversível. Geralmente progressiva e está associada a uma resposta anormal inflamatória dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos, causada primariamente pelo tabagismo. É um problema de saúde pública, sendo a 5ª causa de morte prematura no BR. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Já foi relatado um percentual de DPOC atribuído ao trabalho entre não fumantes. Observou-se a alta relação à exposição nas indústrias de borracha, plástico, couro, têxtil, moagem de grãos, produtos alimentícios, entre outros segmentos de produção. Também teve associação com idade, IMC e condições socioeconômicas. Pode ser prevenida quando a pessoa deixa de utilizar o tabaco ou trabalhar com o agente causador. A história da doença mostra que ela passa a ser progressiva e irreversível após ocorrerem lesões noparênquima pulmonar. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica O diagnóstico tem como base os sintomas e o histórico da pessoa. O principal teste é a espirometria, que avalia a função pulmonar e apresenta ampla aplicabilidade e reprodutibilidade. A espirometria mede o volume e os fluxos aéreos derivados de manobras inspiratórias e expiratórias máximas forçadas ou lentas. Vários parâmetros podem ser derivados. Vários parâmetros podem ser avaliados, veja a seguir. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Capacidade Vital (CV): representa o maior volume de ar mobilizado em uma expiração. Pode ser obtida através de manobras forçadas (CVF) ou lentas (CVL). Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1): representa o volume de ar exalado no primeiro segundo durante a manobra de CVF. É considerado uma das variáveis mais úteis clinicamente. Relação VEF1/CV: razão entre o volume expiratório forçado no primeiro segundo e a capacidade vital, sendo muito importante para o diagnóstico de um distúrbio obstrutivo. Para isso, pode-se considerar tanto o VEF1/CVF quanto o VEF1/CVL. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica A tosse é o sintoma mais encontrado, pode ser diária ou intermitente, e pode preceder a dispneia ou aparecer simultaneamente a ela. O aparecimento da tosse no fumante é tão frequente que muitos pacientes não a percebem como sintomas de doença, considerando-a como o “pigarro do fumante”. A tosse produtiva ocorre em, aproximadamente, 50% dos fumantes. A dispneia é o principal sintoma associado à incapacidade, à redução da qualidade de vida e ao pior prognóstico. É geralmente progressiva com a evolução da doença. Muitos pacientes só apontam a dispneia em uma fase mais avançada da doença, pois atribuem parte da incapacidade física ao envelhecimento e à falta de condicionamento físico. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica A DPOC libera substâncias como elastase, colagenases e produtos oxidantes, que, superpostos aos oxidantes inalados da fumaça do cigarro, atuam modificando os componentes da matriz extracelular. O pulmão é remodelado (estiramento e desaparecimento dos septos alveolares, formando espaços aéreos maiores e compressões brônquicas associadas a áreas de hiperinsuflação), neste caso, é irreversível. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Brônquio saudável; Inflamação e excesso de muco Membrana alveolar saudável; Alvéolos crescem, se unem e perdem elasticidade Fonte: Adaptado de: https://www.shutterstock.com/pt/image- vector/chronic-obstructive-pulmonary-disease- copd-90015376 São observados marcadores inflamatórios, como proteína C reativa, IL-6, TNF, entre outros. A intolerância ao exercício está relacionada às limitações do sistema ventilatório e à troca gasosa. Outro fator é a disfunção da musculatura periférica, como a redução da massa muscular e a relação capilaridade/mitocondrial. Mudanças no tipo e tamanho das fibras musculares e a redução das enzimas oxidativas. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica As perdas funcionais, como a redução da força e resistência, além da bioenergética muscular, como a redução no consumo de oxigênio, o aumento do nível de lactato e a diminuição/desequilíbrio do pH. A intolerância ao exercício conduz ao descondicionamento físico, com evidente diminuição da área transversa da coxa. Fato que é explicado pela diminuição da marcha para evitar a dispneia. Uso de corticoide oral, perda de peso e a questão nutricional. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Exercícios físicos: Inclui equipe multidisciplinar e busca a reabilitação respiratória desses pacientes. Utiliza-se de exercícios físicos e respiratórios, além do acompanhamento médico e psicológico dos doentes com DPOC. A utilização de exercícios físicos busca melhorar a resistência muscular, aumentar a capacidade respiratória e a troca gasosa, diminuindo, assim, os efeitos da fadiga muscular. Avaliação específica da caixa torácica e dos músculos torácicos é bem aceita para acompanhamento e análise da capacidade de expansão do tórax. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Recomendações: liberação médica, que irá indicar as limitações importantes. O teste de esforço de esteira pode mostrar se o paciente apresenta queda de oxigênio. Se sim, certamente utilizar oxigênio extra (suplemento de oxigênio) através de um cateter nasal durante o exercício. A pessoa que precisa de suplemento de oxigênio enquanto se exercita deve ter o cuidado de realizar as inspirações pelo nariz e, no momento da expiração, deve fazer um bico. Essa manobra facilita a distribuição de ar em mais áreas do pulmão. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica A falta de ar é comum nesses pacientes. Como estratégias, o aquecimento pode ser mais prolongado, gradativo e com intervalos de recuperação de acordo com o programa de exercícios previsto. O objetivo, nesse caso, é proporcionar uma estimulação mais adequada no sistema vascular, auxiliando o sistema a se adaptar dentro dos limites individuais na vasodilatação, inclusive das artérias pulmonares. Evita-se, assim, o aumento da pressão em consequência do volume sanguíneo circulante e a isquemia precoce, considerando que o indivíduo com DPOC já apresenta, na base fisiopatológica, dificuldade na troca gasosa. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Para exercícios aeróbios, a intensidade para prescrição pode estar primeiro limitado à dispneia. Sendo assim, a intensidade passa a ser bem individualizada, a literatura também sugere trabalhar no limiar da dispneia ou calcular a prescrição a partir do pico de esforço alcançado no teste de esforço. Não há na literatura grandes trabalhos que discutam protocolos de exercícios. As prescrições de exercícios de força encontradas têm como base os testes de carga máxima, e as intensidades variam entre 40 e 50% do teste, chegando até a 90%. Mas também é observado que muitos estudos não detalham o protocolo quanto à intensidade ou carga. Os detalhes da prescrição sempre dependem de características como as limitações e os sintomas dos pacientes. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Também é sugerida a prescrição a partir do teste de repetições máximas. Geralmente, as prescrições sugerem repetições entre 8 e 10, e intervalo entre séries mais prolongadas. Há poucos estudos com treinamento de força, e estes reconhecem o desenvolvimento da força muscular para melhoria da eficiência da musculatura respiratória. Já foi observada melhor resposta nas atividades de endurance. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/ima ge-photo/closeup-nasal-cannula- oxygen-delivery-on-338653205 Vimos que a DPOC é obstrutiva crônica do fluxo aéreo, é geralmente progressiva e está associada a uma resposta anormal inflamatória dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos, causada primariamente pelo tabagismo. Até ocorrerem lesões no parênquima pulmonar, a DPOC é de possível regressão. Partindo desse conhecimento, leia as afirmativas abaixo sobre o tratamento com exercícios físicos. I. O principal objetivo é a reabilitação respiratória desses pacientes. II. Os exercícios físicos visam ao ganho de resistência muscular, capacidade respiratória. III. Inicialmente, o exercício de força é evitado por não haver protocolo com sugestão de intensidade de trabalho. IV. Uma forma de avaliar a capacidade respiratória é a medida de perímetro do tórax. V. O teste de esforço pode indicar se o paciente apresenta queda de oxigênio, e, nesse caso, o exercício não é recomendado. Interatividade Indique qual é a única resposta correta relacionada às afirmativas explanadas. a) I. b) I, II e IV. c) II, III e IV. d) I, II e V. e) II, III, IV e V. Interatividade A resposta correta é a “b”. Visto que, quanto à afirmativa III,o correto é que o exercício de força é indicado mesmo não havendo tantos trabalhos esclarecedores sobre protocolos, os pesquisadores reconhecem a importância na manutenção e ganho de massa muscular, que auxiliam na capacidade respiratória do paciente com DPOC. E na afirmativa V, mesmo quando o teste de esforço revela queda de oxigênio, o paciente é indicado para o programa de exercícios, neste caso, é necessária a utilização de suplemento de oxigênio. Resposta Quando se fala de doença crônica metabólica, a relação é com alguma disfunção metabólica de duração prolongada e progressiva. Faremos uma abordagem resumida que interliga as doenças que vimos até o momento com disfunção metabólica incomum entre elas. Iniciamos com a resistência à insulina Trata-se da disfunção metabólica provocada principalmente pela obesidade visceral, onde a oxidação de carboidratos, gordura e proteínas está prejudicada. Isso gera grandes compensações no sistema. Interação entre as Doenças Crônicas Nesse processo, já são observados marcadores inflamatórios importantes e a obesidade centralizada. Logo, temos uma doença inflamatória crônica. São observadas muitas citocinas e proteínas (reguladores de resposta imune) da fase aguda da inflamação em pacientes obesos. Interleucina-6 (IL-6), fator de necrose tumoral (TNF-a), a adiponectina que modula processos como a glicemia e catabolismo do AG, e a leptina que atua como sinalização entre o tecido adiposo e o sistema nervoso central, o qual regula a ingestão alimentar, o gasto energético e, consequentemente, a massa corporal. Todos estão descompensados. Esse processo inflamatório está associado à resistência à insulina. Interação entre as Doenças Crônicas Uma vez não dada a devida importância à prevenção e ao tratamento, esse processo progride de forma deletéria e é observado em diversas doenças crônicas. Obesidade HA DAC IC DPOC Interação entre as Doenças Crônicas Interação entre as Doenças Crônicas Falha no metabolismo Resulta Falha no mecanismo de oxidação de carboidratos, proteínas e gorduras. Associado ou não com aumento de circunferência abdominal. Resistência à insulina. Complicações Aumento da gordura abdominal, que resulta no aumento de triglicérides, ↑↑ aumento de ácidos graxos, ↑↑ produção de glicose que resulta em hiperinsulinemia, + ↑↑ de ácidos graxos, ↑↑ LDL e diminuição do HDL, que resulta na retenção de sódio, que ↑↑ da atividade nervosa simpática que resulta na diminuição da atividade anti- inflamatória da insulina, que colabora com o aumento da PA. Pense nesta cascata de eventos em paciente com uma ou mais doenças crônicas. Interação entre as Doenças Crônicas Falha no metabolismo Resulta Disfunção nos sistemas reguladores da PA + fatores ambientais HA Complicações ↑ PA resulta > acúmulo de ateroma que resulta + processo inflamatório, que resulta em endurecimento do sistema arteriovenoso, que resulta > perda de propriedade elástica, que resulta < atividade anti-inflamatória, que resulta < controle da PA através dos rins, que resulta > FC, que resulta no ↑ de radicais livres, que resulta > facilidade de formação de edema e placa aterosclerótica, que acelera a coagulação nas artérias, alcança um estado inflamatório complexo, que resulta + atividade simpática, que resulta fadiga precoce, que resulta < tolerância ao exercício e que conduz à DAC. Interação entre as Doenças Crônicas Falha no metabolismo Resulta Doença arterial coronariana Disfunção e readaptação no órgão-alvo Complicações Remodelação, diminuição das câmeras, capacidade reduzida de trabalho, atrofia das paredes, disfunção elétrica, arritmias, anginas [...] Interação entre as Doenças Crônicas A mudança de comportamento é o primeiro item dos protocolos médicos que inclui alimentação mais saudável e prática de atividade física. No entanto, é a parte mais difícil de se conseguir. Nas doenças crônicas metabólicas temos em comum a resistência à insulina, que desencadeia uma cascata de eventos que a longo prazo podem conduzir uma pessoa a ter insuficiência cardíaca, se combinada com outras doenças em que a base da progressão é acelerada. Considerando todo o seu conhecimento até aqui adquirido, pense que para a prescrição de exercícios devemos estar atentos às combinações de sinais e sintomas. Leia as afirmações abaixo dentro deste contexto. I. O Sr. João apresenta um quadro de obesidade centralizada e resistência à insulina com diagnóstico precoce, considerando apenas esses fatores e suas associações, é certo dizer que para a prescrição de exercícios não há contraindicação absoluta. II. Para o Sr. João citado acima, já consta em seu quadro o estresse oxidativo importante, que progrediu para HAS e DM2, considerando apenas esses fatores e suas associações, a prescrição de exercícios deve ter como respaldo um bom monitoramento da PA. Interatividade III. O Sr. João citado anteriormente, agora com mais de 60 anos, soma em seu quadro clínico DM2, HAS, DAC, angina e arritmia extrassístole. Para a prescrição de exercícios, deve-se ter base no teste de esforço, nos sintomas, indicação médica, entre outros detalhes. Além disso, é fundamental o monitoramento da PA, da glicemia e da arritmia extrassístole através do frequencímetro. Responda a única alternativa correta. a) I. b) I e II. c) I e III. d) I, II e III. e) II e III. Interatividade A resposta correta é a “b”. A afirmativa III está errada no ponto relacionado ao monitoramento da arritmia extrassístole através do frequencímetro. A extrassístole, além dos exames de rotina, só é possível monitorar com palpação de pulso. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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