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SUMÁRIO 1. Perfil lipídico e glicêmico ........................................ 3 2. Perfil lipídico ................................................................. 3 3. Avaliação laboratorial das lipoproteínas ........... 7 4. Perfil glicêmico ..........................................................12 5. Medidas de automonitorização da glicemia .......16 Referências bibliográficas ........................................19 3PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO 1. PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO Compreender a importância da inter- pretação adequada dos exames labo- ratoriais de perfil lipídico e glicêmico, coloca você, futuro médico, em condi- ção de intervir junto com o paciente, e prevenir a ocorrência de possíveis eventos cardiovasculares, uma vez que estes representam a principal causa de mortalidade no Brasil. Co- meçaremos discutindo acerca das lí- pides e suas mensurações e, logo em seguida, faremos o mesmo com os índices glicêmicos. 2. PERFIL LIPÍDICO A dislipidemia, ou seja, alteração nos valores dos lipídios plasmáticos acima do que é determinado pelos valores de referência para uma determinada população, é uma conclusão possível após análise do perfil lipídico de um paciente. Fisiológica e clinicamente, os lipídios mais importantes são o colesterol, os fosfolipídios, os ácidos graxos e os triglicerídeos (TG). O colesterol está envolvido na estrutura celular, contri- buindo na fluidez desta, bem como na constituição de hormônios esteroidais, vitamina D e ácidos biliares. Fosfolipí- dios compõem a membrana celular, representando sua estrutura básica. Ácidos graxos, saturados ou insatu- rados (quando sem ou com ligações duplas, respectivamente), estão pre- sentes na alimentação, a exemplo do ômega 3, ácido oleico, láurico, mirísti- co, dentre outros. O TG, por fim, uma das mais importantes reservas ener- géticas do organismo, é formado por 3 ácidos graxos ligados a uma molé- cula de glicerol, e se deposita nos te- cidos muscular e adiposo. Como os lipídios são comumente in- solúveis em água, para circularem no plasma exigem a associação com algum componente que garanta so- lubilidade, permitindo o seu trans- porte. Este elemento corresponde às lipoproteínas, que apresentam forma globosa (Figura 1). No seu núcleo, ou core, ficam retidos os lipídios que são hidrofóbicos; na sua camada externa, há colesterol livre e fosfolipídios, exis- tindo ainda, na superfície, proteínas denominadas apoproteínas (Apo), que podem se ligar a receptores es- pecíficos nas membranas de célu- las que atuam no metabolismo das lipoproteínas. 4PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO As principais lipoproteínas (Quadro 1) são o quilomícron, VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade), IDL (lipo- proteína de densidade intermediária), LDL (lipoproteína de baixa densidade) e HDL (lipoproteína de alta densida- de). Esta classificação se dá de acor- do com a densidade da lipoproteína e esta, por sua vez, depende da quan- tidade de apoproteínas (quanto mais, maior a densidade) e de triglicerídeos (quanto mais, menor a densidade). O metabolismo dos lipídios e lipoprote- ínas pode ser subdividido nos ciclos exógeno e endógeno. Figura 1. Estrutura da lipoproteína. Fonte: Vilar, 2016 LIPOPROTEÍNA QM VLDL IDL LDL HDL Principais TG dietéticos TG endógenos Col. e TG Col. Col. Apoproteínas AI, AII, B48, CI, CII, CIII, E B48, CI, CII, CIII, E B100, CIII, E B100 AI, AII Diâmetro (nm) 800 a 5000 300 a 800 250 a 350 180 a 280 50 a 120 Densidade (g/ml) <1006 <1006 <1019 1019 a 1063 1063 a 1210 Tabela 1. Principais características das lipoproteínas. Fonte: Vilar, 2016 (adaptada) Apoproteína C Apoproteína B100 Apoproteína E Camada de fosfolipídeo Colesterol livre Núcleo com tiglicerídeos e ésteres de colestoral 5PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO Ciclo exógeno Neste ciclo, os lipídios são absorvi- dos da dieta na forma de colesterol livre, monoacilglicerois e ácidos gra- xos. Após serem ingeridos, os tri- glicerídeos sofrem ação das lipases pancreáticas, sendo hidrolisados em ácidos graxos livres, monoglicerídeos e diglicerídeos. Os sais biliares emul- sificam estes componentes, possibi- litando sua movimentação, agora na forma de micelas. Na borda em esco- va intestinal, estes serão absorvidos, destacando a atividade da proteína transportadora Niemann-Pick C1-like 1 (NPC1-L1), que facilita o transporte do colesterol. A inibição da NPC1-L1 se faz como importante área de es- tudo para desenvolvimento de tera- pias medicamentos para controle da hipercolesterolemia. Posteriormente à absorção, as dife- rentes formas lipídicas são utilizadas no intestino para formar o quilomícron (que contém cerca de 80%-90% de TG), que exibe tanto ApoB48, quan- to ApoB100. Ele é então secretado para o sistema linfático pelas células intestinais, alcançando a circulação sistêmica através do ducto torácico. Interage então com HDL, captando as apoproteínas apo-CII, CIII e E, além de colesterol; estas modificações per- mitem sua interação com os tecidos corpóreos. Ao circularem, os quilomícrons so- frem ação da lipase proteica (LPL) presente na superfície endotelial de capilares, músculos e tecido adiposo, e assim, liberam os ácidos graxos e o glicerol do core, além do colesterol não esterificado da superfície. O que resta do quilomícron é capturado pelo fígado, e é empregado na formação da VLDL. Desta forma, em condições normais, espera-se detectar quilomí- cron no sangue periférico apenas no pós-prandial, já que este é completa- mente metabolizado pelo fígado. Ciclo endógeno Corresponde a circulação das lipo- proteínas do fígado para a periferia, e então novamente para o fígado. O órgão em questão sintetiza e libera VLDL, que é rica em TG e ApoB100, como principal Apo; sua formação depende da Proteína de Transferên- cia de TG Microssomal (MTP), que transfere TG para a ApoB. Esta mon- tagem também está sujeita à inter- venção terapêutica no tratamento da hipercolesterolemia. Na circulação, a VLDL também so- fre hidrólise da LPL, liberando ácidos graxos que podem tanto ser armaze- nados, como ocorre no caso do adipó- cito, quanto utilizados prontamente, como ocorre nos músculos. Pode inte- ragir ainda com o HDL, em que troca TG por ésteres de colesterol, e com o LDL. Os remanescentes da VLDL são reabsorvidos pelo fígado ou transfor- mados perifericamente nas IDL, que 6PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO rapidamente são removidas da circu- lação pelo mesmo órgão. O catabolismo hepático da VLDL continua, dando origem à LDL. Esta, principal molécula carreadora de co- lesterol no jejum, que apresenta ape- nas conteúdo residual de TG, sendo composta basicamente por colesterol e ApoB100. A LDL é capturada tan- to por células hepáticas, quanto por outras células do corpo através do re- ceptor de LDL (LDLR). A queda na concentração de coles- terol circulante induz ao aumento do LDLR, implicando em maior cap- tura de LDL, IDL E VLDL. A expres- são do LDLR no fígado é o principal regulador da concentração de LDL circulante e vincula-se a atividade da enzima Hidroximetilglutaril Coen- zima A redutase (HMG-CoA), enzi- ma indispensável para a síntese de colesterol intracelular. Sua inibição é alvo terapêutico no tratamento da hipercolesterolemia. A lipoproteína de alta densidade (HDL) é sintetizada tanto no fígado, quanto no intestino e na circulação, e apresenta como principais Apos a AI e AII. O colesterol é esterificado na HDL, processo que é necessário para que haja sua estabilização plasmática. Em um transporte denominado como reverso, esta partícula conduz coles- terol da periferia para o fígado. Assim, o HDL atua prevenindo o surgimento de placas ateroscleróticas por remo- ver LDL oxidadas, inibir a fixação de moléculas de adesão e de monócitos no endotélio, e por estimular a libe- ração de óxido nítrico. A extração de colesterol mediada pelas HDL vincu- la-se à atividade do complexo ATP- -Binding Cassette A1 (ABC-A1). SAIBA MAIS!De descrição mais recente, uma nova lipoproteína Lp(a) é considerada por alguns autores como fator de risco independente para o desenvolvimento de Doença Arterial Coronariana – DAC. Semelhante à LDL e ao plasminogênio, apresenta ApoB100 na superfície (diferen- ciando-se do LDL), e propriedades trombogênicas (como o plasminogênio). Os seus níveis séricos dependem basicamente de fatores genéticos, não sendo os fatores ambientais gran- des influenciadores. 7PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO 3. AVALIAÇÃO LABORATORIAL DAS LIPOPROTEÍNAS Variáveis pré-analíticas Para que o resultado do exame labo- ratorial seja o mais fidedigno possí- vel, refletindo com segurança e vera- cidade as informações referentes ao paciente, é necessário que se saiba acerca das variáveis envolvidas. É importante, desta forma, conhecer, controlar e evitar algumas dessas variantes. De modo geral, podemos citar a va- riação cronobiológica (alteração de determinado parâmetro em função de variação diária, semanal, sazonal etc), o gênero, a idade, a posição do paciente durante a coleta, a realiza- ção de atividade física, jejum, dieta e uso de drogas com finalidade medi- camentosa ou não. Focaremos nes- ta seção nas variáveis que exercem maior influência sobre o perfil lipídico. As recomendações mais atualizadas trazem uma nova abordagem quanto ao jejum, este que pode ser flexibiliza- do, não sendo mais necessário para coletas isoladas de colesterol total, apo B, apo A-1 e HDL-c. Estudiosos perceberam que as análises destes parâmetros não sofriam modificações significativas com a ausência de je- jum. Contudo, para a avaliação do TG, segue a recomendação da necessi- dade de se fazer 12h de jejum, como também para o cálculo da fórmula de Friedewald, que será trazida adiante. As demais orientações são: manter dieta habitual, evitar ingesta de álco- ol nas 72h que precedem a coleta, e evitar atividade física intensa nas 24h anteriores ao exame. Alguns estudos trazem ainda que o tabagismo pode influenciar a avaliação do perfil lipí- dico, por reduzir a concentração de HDL, além de outros elementos. A variabilidade biológica individual in- fluencia ainda os valores encontrados na avaliação laboratorial aqui discuti- da, podendo, duas dosagens em uma mesma pessoa variar em 10%, para colesterol total (CT), e em mais de 20% para triglicerídeos. A sazonalidade também pode inter- ferir, com resultados maiores de CT e TG obtidos no inverno, onde tanto o hábito de atividade de física quanto a alimentação se modificam. Outro fator importante é a duração do torniquete durante a punção venosa. Após 1 mi- nuto, existe a possibilidade de hemo- concentração, o que eleva o valor do CT em cerca de 5%. Se este tempo é maior que 5 minutos, esta alteração pode ser de 10% a 15%. Variáveis analíticas Método enzimático colorimétrico Representa a forma mais empregada para quantificação dos níveis de co- lesterol total, HDL-c e triglicerídeos. 8PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO Os mais diversos kits disponíveis no mercado para CT e TG apresentam boa correlação, permitindo a compa- ração dos resultados de diferentes la- boratórios. Porém, para o HDL-c, os resultados variam em até 15% entre os diferentes métodos. Este método além de boa sensibilida- de e especificidade, cursa com sim- plicidade operacional, baixo custo e possibilidade de automação. Os TG são hidrolisados, liberando o glicerol, que por sua vez, é fosforilado e oxida- do. Através de uma reação mediada pela peroxidase, a água oxigenada, resultante do processo de oxidação do glicerol, reage com dois agentes (a 4-aminoantipirina e 4-clorofenol), ori- ginando a quinoneimina, de cor aver- melhada. A absorbância é medida em 505 nanômetros e comparada com o padrão, sendo diretamente proporcio- nal à concentração de TG. A mensu- ração do CT também se dá de forma similar, comparando-se a absorbân- cia obtida no teste e a do padrão. Quanto a mensuração da HDL, os quilomícrons, VLDL e LDL são pre- cipitadas no fundo da amostra ao se utilizar agentes específicos. A amos- tra é então centrifugada, de modo que, no sobrenadante encontram-se as lipoproteínas de alta densidade. Novamente, avalia-se com base na absorbância do complexo, que é dire- tamente proporcional à concentração de HDL. Mensuração do LDL Ainda se emprega em muitos labora- tórios a fórmula de Friedewald, pro- posta em 1972, para dosagem dos níveis de LDL. Ela, no entanto, apre- senta algumas limitações, e só deve ser empregada se a concentração dos triglicerídeos for < 400mg/dl, sendo que, valores acima de 100 mg/dl de TG já podem subestimar o LDL. Na fórmula, subtrai-se do CT, o HDL-c e o TG, sendo este último dividido por 5, assim temos: LDL-c = (CT – HDL-c) – (TG/5). Uma outra forma possível de dosar o LDL, seria através da análise direta, como feita para o CT ou TG, por meio de métodos colorimétricos. A grande questão envolvendo a dosagem dire- ta de LDL, é que há grande variação entre os testes disponíveis no mer- cado, girando em torno de 30% em alguns casos. Estas diferenças ainda não são bem compreendidas, mas acredita-se que se devam às distin- tas especificidades de cada ensaio por cada subfração da LDL. 9PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO SAIBA MAIS! PLACAS DE ATEROMA Entender a importância dos níveis circulantes de LDL, leva à compreensão de relevantes me- canismos fisiopatológicos que emergem quando do seu acúmulo, a citar a formação da placa de ateroma. Situações como dislipidemia, HAS e tabagismo promovem uma disfunção endotelial, aumen- tando sua permeabilidade às lipoproteínas plasmáticas, e favorecendo à retenção destas. As LDL depositadas sofrem oxidação, tornando-se imunogênicas. Vale destacar, que o depósito de LDL na íntima é diretamente proporcional aos níveis de LDL circulantes. Outra manifes- tação da disfunção endotelial é a promoção de maior adesão leucocitária, decorrente da pre- sença da LDL-oxidadas. As moléculas de adesão são responsáveis por atrair monócitos e linfócitos para a parede arterial, principalmente os monócitos, que migram para o espaço subendotelial, se diferen- ciando em macrófagos, que captam as LDL-oxidadas, adquirindo aparência espumosa. Os macrófagos ativados secretam mais citocinas, aumentando a inflamação e a lesão endotelial. Alguns destes mediadores químicos estimulam a migração das células musculares lisas, que ao migrarem, começam a produzir citocinas, fatores de crescimento e matriz extracelular, dando origem à capa fibrosa que envolve a placa. Esta, ao ser plenamente desenvolvida, é constituída por matriz extracelular e núcleo lipídico necrótico. O rompimento da placa expõe conteúdo trombogênico, levando a formação de trombo; este processo é um dos principais responsáveis pelas manifestações clínicas da aterosclerose. Microtécnica (ponta de dedo) Como sugerido pelo nome, consis- te na retirada do exame na ponta do dedo, através de punção capilar. Do inglês, “Point-of-Care testing”, o exa- me possibilita a avaliação tanto das lípides de modo isolado, quanto de todo o perfil lipídico. É necessário se- guir as normas de coleta de polpa di- gital, realizando limpeza do dedo com álcool 70%, e a pipeta estar calibra- da, para transferir a amostra para a tira teste. De modo geral, os disposi- tivos cursam com maior variação nos resultados, quando comparados aos resultados obtidos pelos métodos tradicionais, que podem decorrer de variações de temperatura, umidade e treinamento de operadores. No en- tanto, os resultados obtidos são con- siderados aceitáveis. Valores de referência Nas tabelas a seguir, tem-se os valo- res de referências (VR) para as lipo- proteínas discutidas aqui. A Tabela 1 traz o VR para > 20 anos, variando conforme o paciente passa a perten- cer a algum grupo de risco cardiovas- cular; a Tabela 2, para as crianças en- tre 2 – 19 anos. 10PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO LÍPIDES COM JEJUM (MG/DL) SEM JEJUM (MG/DL) CATEGORIA REFERENCIAL Colesterol total < 190< 190 Desejável HDL-c > 40 > 40 Desejável Triglicerídeos < 150 < 175 Desejável Tabela 1. Valores de referência do perfil lipídico para > 20 anos Categoria de risco LDL-c < 130 < 130 Baixo LDL-c < 100 < 100 Intermediário LDL-c < 70 < 70 Alto LDL-c < 50 < 50 Muito alto Não HDL-c < 160 < 160 Baixo Não HDL-c < 130 < 130 Intermediário Não HDL-c < 100 < 100 Alto Não HDL-c < 80 < 80 Muito alto Tabela 2. Valores de referência do perfil lipídico para crianças entre 2-19 anos. Fonte: Atualização da Dire- triz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Ateros- clerose, 2017 LIPÍDIOS EM JEJUM (MG/DL) SEM JEJUM (MG/DL) Colesterol total < 170 < 170 LDL-c < 110 < 110 HDL-c > 45 > 45 Triglicerídeos: 0- 9 anos < 75 < 85 Triglicerídeos: 10-19 anos < 90 < 100 Não-HDL-C < 12 - Apoliproteína B < 90 - Tabela 3. Fonte: SBP, 2017 SAIBA MAIS! O escore mais utilizado mundialmente para estimar o risco cardiovascular de pacientes é o Escore de Framingham. Os pacientes podem ser alocados em grupos de baixo risco para doença cardiovascular – DCV- (< 10% em 10 anos); risco intermediário (10% a 20% em 10 anos) e alto risco (> 20% em 10 anos). A avaliação considera algumas variáveis como idade, pressão arterial, tabagismo, diabetes, LDL e HDL. Cada variável apresenta distintas estra- tificações, sendo atribuída a cada uma delas uma pontuação e a soma dos valores permite estabelecer o risco. Um outro escore muito empregado, é o Escore de Risco Global (ERG), que estima o risco de uma pessoa apresentar doença cardiovascular em 10 anos. Os pontos são divididos de modo diferente entre homens e mulheres, e os critérios a serem avaliados são: idade (anos), HDL-c, colesterol total, pressão arterial sistólica não tratada ou tratada, tabagismo e diabetes. 11PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO Segundo recomendações da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o paciente pode ser classi- ficado como de alto risco para desenvolvimento de doença cardiovascular quando apresenta doença aterosclerótica significativa (coronariana, cerebrovascular) ou obstrução > 50% em qualquer território arterial. De alto risco, são os portadores de aterosclerose de forma subclínica, Índice Tornozelo-Bra- quial (ITB) < 0,9; escore de cálcio arterial coronariano (CAC) > 100; presença de placas ate- roscleróticas na angio-TC de coronárias; aneurisma de aorta abdominal; doença renal crônica em fase não dialítica; níveis de LDL-c ≥ 190; DM tipo 1 ou 2, com LDL-c entre 70 e 189 mg/ dl; e presença de Estratificadores de Risco ou Doença Aterosclerótica Subclínica. No risco intermediário, estão aqueles com ERG entre 5 e 20%, no sexo masculino, e entre 5% e 10%, no sexo feminino. Paciente baixo risco é aquele que, independente do sexo, apresenta risco menor que 5% em 10 anos, também calculado pelo ERG. Estatinas Em pacientes com muito alto risco ou alto risco cardiovascular é recomen- dado que o início da terapêutica se dê através da associação entre modifi- cações nos hábitos de vida e terapia farmacológica. Para pacientes com riso intermediário e baixo, a terapia farmacológica deve começar em um segundo momento, após tentativas falhas de redução dos níveis das lípi- des com alteração no estilo de vida. Havendo hipercolesterolemia isolada, a classe farmacológica de escolha é a das estatinas, que podem ser as- sociadas com à ezetimiba, à colesti- ramina e, eventualmente, aos fibratos ou ao ácido nicotínico. As estatinas agem inibindo a enzi- ma HMG-CoA redutase, o que reduz os estoques celulares de colesterol e estimula a síntese de receptores de LDL (LDLR), aumentando a capta- ção e reduzindo os níveis de LDL-c. Alguns estudos revelam diferenças entre a potência das estatinas, no en- tanto, a recomendação é que se em- pregue a disponibilizada no serviço, visto que, de modo geral, todas con- seguem reduzir a morbimortalidade cardiovascular. Foi visto que as estatinas também conseguem reduzir os TG e aumen- tar discretamente os níveis de HDL- -c. Foi demonstrado que as estatinas modificam o risco cardiovascular com as alterações causadas no LDL. Para cada 40 mg/dL de redução do LDL- -c, há diminuição da mortalidade por todas as causas em 10% (e de DAC, esta redução gira em torno de 20%). Geralmente, são drogas bem tolera- das, sendo a mialgia com elevação de CPK o evento adverso mais comum. 12PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO 4. PERFIL GLICÊMICO Entender a importância da avaliação do perfil glicêmico é imprescindível para diagnosticar, prevenir e auxiliar o paciente frente a uma doença que avança insidiosamente e é um grave problema mundial, a diabetes melitos (DM). Caracterizada por hiperglice- mia, é resultante de secreção insufi- ciente de insulina e/ou resistência pe- riférica à insulina. Em 2014, 4,9 milhões de pessoas morreram devido à DM, e estima-se que a cada 6 segundos, uma pes- soa morre em decorrência da diabe- tes e suas complicações. A Federa- ção Internacional de Diabetes (IDF), em 2015, calculou que a cada 11 adultos, 1 teria a doença, sendo que destes, 46,5% desconheciam o diag- nóstico. A maioria dos pacientes se apresentam assintomáticos no mo- mento do diagnóstico, de modo que o exame laboratorial se torna um aliado importante para o diagnóstico desta enfermidade. Avaliação laboratorial da glicemia Variáveis pré-analíticas Dentre as condições que mais inter- ferem nos resultados da avaliação da glicemia, temos o jejum. Este que pre- cisa ter sido de pelo menos 8h, para adultos, mas não mais que 16h. Em crianças, intervalos menores são tole- rados (1-5 anos: 6h; < 1ano: 3h). Vale destacar, que a ingestão de pequenas quantidades de água durante este in- tervalo, ou logo antes do exame, não quebra o jejum e não altera os resul- tados, sendo permitida. É recomen- dado que o paciente não altere sua dieta normal nos dias que precedem a realização do exame. A coleta deve ser realizada pela manhã, momentos após acordar. Foi visto que o tempo de armazena- mento da amostra modifica os resul- tados, já que a glicose, após coleta, é metabolizada pelos eritrócitos, cul- minando com sua redução em torno de 10% por hora (Tabela 3). A velo- cidade de centrifugação também in- terfere no resultado, com redução dos níveis glicêmicos, conforme aumenta o tempo entre o momento da coleta e a centrifugação. Isto poderia retirar, por exemplo, um paciente do status de pré-diabético e classificá-lo como normoglicêmico. A glicemia pode es- tar reduzida diante do uso ou abuso crônico de bebidas alcóolicas. TIPO DE TUBO TEMPO PARA CENTRIFUGAÇÃO Tubos de soro com gel (tampa vermelha com faixa amarela) Centrifugados em até 2h após coleta Tubos de soro seco (tampa vermelha) Centrifugados em até 2h após a coleta Tubos com fluoreto (tampa cinza) Centrifugados em até 4h após a coleta Tabela 4. Tipo de tubo e tempo de armazenamento da amostra 13PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO Exames Glicemia em jejum Na glicemia de jejum, a coleta de sangue periférico se dá após, pelo menos, 8h de jejum. É caracteriza- do como normoglicêmico aquele que apresentar valores < 100 mg/dl. Dis- tintas metodologias, no entanto, po- dem ser empregadas para avaliação da glicemia do paciente. O Quadro 1 apresenta os diferentes tipos de exa- mes empregados com seus valores de referência. GLICOSE EM JEJUM (MG/ DL) GLICOSE 2H APÓS 75G DE GLICOSE (MG/DL) – TOTG GLICOSE AO ACASO HBA1C (%) OBSERVAÇÕES Normoglicemia < 100 < 140 - < 5,7 Para a OMS, o ponto de corte para a normalidade da glicose de jejum é 110 mg/dL Pré-diabetes ou risco au- mentado para DM ≥ 100 e < 126 ≥ 140 e < 200 - ≥ 5,7 e < 6,5 A obtenção de qualquer um dos valores diagnostica pré-DM Diabetes ≥ 126 ≥ 200 ≥ 200 com sintomas de hiperglicemia ≥ 6,5 Positividade em qualquer um dos parâmetros confir- ma diagnóstico. Ao exame da HbA1c, na ausência de sintomas, é necessário a repetição do exame. Tabela 5. Critérios diagnósticos de DM. FONTE: DIRETRIZES SBD, 2019-2020 SE LIGA! Glicemia aleatóriaO exame da glicemia aleatória, ou seja, sem respeito ao tempo mínimo de jejum necessário, não identifica o paciente com pré-diabetes. Este teste tem apenas a capacidade de diagnosticar a diabetes. O diagnóstico é estabelecido quando o ponto de corte é alcançado ou ultrapas- sado (≥ 200 mg/dl), estando o paciente com sintomas inequívocos de hipergli- cemia (poliúria, polidipsia, etc). TOTG O Teste Oral de Tolerância à Glicose é realizado após o paciente ingerir 75g de glicose. São coletadas amos- tras de sangue antes da sobrecarga, 1h e 2h após (Fluxograma 1). É váli- do recomendar ao paciente que não altere sua dieta nos dias que antece- dem o exame. O diagnóstico de DM é estabelecido quando o nível glicê- mico após a 2ª hora for ≥ 200. Este teste permite identificar as alterações 14PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO iniciais da DM, demonstrando a per- da da primeira fase de secreção da insulina. onde a mulher com resultado ≥ 92 mg/dL, já recebe diagnóstico de DMG. Toda mulher que obtiver resultado < 92 mg/dL inicial, deve então realizar o TOTG entre a 24ª e 28ª semana de gestação. O diagnóstico de DMG é es- tabelecido se a glicemia em jejum antes da sobrecarga for ≥ 92 mg/dL; ou se a glicemia 1 hora após a sobrecarga for ≥ 180 mg/dL; ou se a glicemia 2 horas após a sobrecarga for ≥ 153 mg/dL. SE LIGA! A gestante que apresentar DM no primeiro trimestre de gestação deve ser considerada como tendo doen- ça prévia à gestação. As mulheres que integram este grupo apresentam maior risco de malformações fetais e outras complicações gestacionais e neonatais. Os exames laboratoriais que possibili- tam a determinação de DM prévio à ges- tação apresentam os seguintes resul- tados: glicemia em jejum ≥ 126 mg/dL; glicemia 2 horas após sobrecarga com 75 g de glicose ≥ 200 mg/dL; HbA1c ≥ 6,5%; e glicemia aleatória ≥ 200 mg/dL na presença de sintomas. A confirmação será feita pela repetição dos exames al- terados, na ausência de sintomas. Hemoglobina glicada A hemoglobina é uma proteína pre- sente nos eritrócitos, responsável tan- to pela coloração destes, quanto pelo transporte de oxigênio. Em situações normais há o processo de glicação destas proteínas, porém no paciente com hiperglicemia este processo é in- tensificado, ultrapassando os valores estabelecidos como normais. Dosagem da glicemia antes da sobrecarga Dosagem da glicemia após 1h Dosagem da glicemia após 2h Se glicemia ≥ 200 DM CONFIRMADA FLUXOGRAMA. ESQUEMA DA REALIZAÇÃO DO TOTG O TOTG é muito empregado na inves- tigação de diabetes melito gestacio- nal (DMG). É recomendado que toda gestante, na primeira consulta pré- -natal, realize o teste de glicemia de jejum. Este que apresenta valores de referência diferentes para gestantes, 15PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO Paciente cujo exame laboratorial in- dica valor de hemoglobina glicada (HbA1c) ≥ 6,5% recebe o diagnósti- co da doença se sintomático. Se as- sintomático, deve haver repetição do exame, sendo que o segundo resul- tado evidenciando níveis ≥ 6,5 esta- belece o diagnóstico da doença para o paciente. Este método tem a vanta- gem de refletir os valores glicêmicos do paciente nos últimos 3-4 meses (tempo de vida da hemácia), sofrer menos variabilidade das flutuações diárias de glicemia e não necessitar do jejum. É ainda um importante pre- ditor de complicações crônicas. É importante pontuar, contudo, que este não é um teste isento de limita- ções. Por se tratar de uma avaliação indireta da glicemia, está sujeito a in- fluência de fatores como hemoglobi- nopatias, anemais e uremia. Nestas situações, não é recomendada a re- alização da HbA1c, optando-se por dosagem direta da glicemia. Outras questões como idade e etnia também parecem interferir no resultado deste exame, não havendo ainda uma pa- dronização que estratifique os pontos de corte conforme estas variáveis. Para que possa ser empregada para diagnosticar DM, os laboratórios de- vem utilizar a metodologia padroniza- da no Diabetes Control and Compli- cations Trial (DCCT) e certificado pelo National Glycohemoglobin Standar- dization Program (NGSP). Frutosamina Genericamente, todo exame que ava- lia proteínas glicadas recebe o nome de frutosamina. Esta glicação decorre de reações não enzimáticas com gru- pamentos amina das proteínas, sen- do que 80% das proteínas glicadas correspondem à albumina. Este teste geralmente é empregado em alterna- tiva à HbA1c, quando este não pode ser realizado e outras alternativas não são viáveis, como no caso da anemia falciforme. Vale ressaltar que os resul- tados da frutosamina não diagnosti- cam DM. O padrão de normalidade adotado pelos laboratórios ainda não apresenta validação. Albumina glicada A albumina glicada apresenta dosa- gem realizada de forma semelhante à da HbA1c, com o diferencial de não cursar com boa validação. A variabili- dade da albumina glicada está impli- cada, em alguns estudos, com des- fechos renais, mesmo em pacientes com bom controle da DM. 1,5-anidroglucitol O 1,5-anidroglucitol é componen- te de ocorrência natural no corpo e apresenta conformação parecida com a da glicose. 99,9% deste conteúdo é filtrado nos rins, sendo reabsorvi- do nos túbulos renais. Nas situações em que a glicemia ultrapassa o limiar 16PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO renal, a glicose impede a reabsorção do 1,5-anidroglucitol, que passa a ser então excretado na urina. Assim, os níveis de 1,5-anidroglucitol são inversamente proporcionais aos da hiperglicemia. Embora seja um marcador promissor, não é recomen- dado de forma rotineira, já que não há ainda padrões de referência. SE LIGA! Síndrome Metabólica O termo Síndrome Metabólica (SM) ca- racteriza um conjunto de fatores de risco que, quando presentes, aumentam as chances de desenvolvimento de doença cardiovascular e cerebrovascular, além de diabetes. O ponto base da SM é a re- sistência à insulina, de modo que, para alguns autores, esta vai ser conhecida como síndrome de resistência à insulina. O tratamento relaciona-se com mudan- ças nos hábitos de vida e medicação, em vigência de algum fator de risco que de- mande este tipo de intervenção. A pre- sença de 3 dos 5 critérios abaixo permite a constatação da Síndrome, bem como indica hiperinsulinemia e resistência pe- riférica a este hormônio: • Gordura abdominal: em homens, cin- tura com mais de 102 cm e nas mu- lheres, maior que 88 cm; • HDL < 40 mg/dL, para homens, e < 50 mg/dL, para mulheres; • Triglicerídeos ≥ 150 mg/dL; • Pressão arterial ≥ 135/85 mmHg ou se o paciente estiver em uso de me- dicamento para reduzir a pressão; • Glicemia ≥ 110 mg/dL. Note que dos 5 critérios estabelecidos, os 3 que dependem de análises labora- toriais foram discutidos neste capítulo. 5. MEDIDAS DE AUTOMONITORIZAÇÃO DA GLICEMIA Automonitorização da glicemia capilar (AMGC) Este exame se realiza da seguinte forma: uma gota de sangue capilar é colocada em uma fita biossensora descartável que contém glicose de- sidrogenase ou glicose oxidase aco- plada a um dispositivo, o glicosímetro. A glicose presente na amostra sofre ação das enzimas, havendo então uma reação eletroquímica que é pro- porcional à concentração de glicose. A depender da marca, os glicosíme- tros conseguem estimar a glicemia em um intervalo que vai de 10 a 600 mg/dL. É importante pontuar que a glicemia capilar é um teste que possibilita o acompanhamento dos valores glicê- micos, mas que não diagnostica DM. Este exame concede autonomia ao paciente, possibilitando que ele inter- fira e corrija picos hiperglicêmicos ou hipoglicemia. Pode auxiliar ainda na tomada de decisões sobre a dose de insulina empregada. A AMGC é recomendada para to- dos os pacientes diabéticos em in- sulinoterapia, não havendo consen- so para seu emprego em pacientes que utilizem apenas hipoglicemiantes orais. Algumas limitações que podem ser estabelecidas são a necessida- de de perfuração da polpa digital, já 17PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICOhavendo dispositivos mais novos que não demandam a gota de sangue, e o estabelecimento de padrões estrei- tos de glicemia, quando comparados com a monitorização contínua. Sistema de monitorização contínua de glicose (SMCG) Esta categoria é composta por apa- relhos minimamente invasivos, que consistem em um sensor de glicose (de inserção subcutânea), um trans- missor conectado ao sensor e um receptor que exibe a glicemia. Es- tes aparelhos conseguem registrar e mostrar os valores glicêmicos, além da direção e magnitude da alteração nos níveis de glicose, podendo ainda se antecipar às situações de hiperglice- mia ou hipoglicemia, predizendo-as. A tecnologia por detrás dos sensores envolve reações eletroquímicas, que utilizam a enzima glicose oxidase. Esta reveste os sensores e catalisa a oxidação da glicose em gluconolac- tona, o que gera O2, H+ e elétrons. O nível de glicose é correlacionado a um sinal elétrico transduzido para o transmissor, que será então traduzido novamente em valores de glicose exi- bidos no receptor. Os SMCG existentes podem ser cate- gorizados em 2 grupos, baseando-se na sua capacidade de realizar leitu- ras de glicose de modo instantâneo (chamados de SMCG em tempo real, SMCG terapêutico, ou SMCG pessoal), ou coletar dados para análise retros- pectiva (também chamados de SMCG retrospectivo, SMCG de diagnóstico, SMCG profissional, ou SMCG cega). SAIBA MAIS! HIPOGLICEMIANTES ORAIS Ao ser diagnosticado o DM tipo 2, além de medidas relativas ao estilo de vida, é necessário iniciar a terapia medicamentosa. Estes objetivam à redução da glicemia a fim de mantê-la < 100mg/dL no jejum, e < 140 mg/dL no pós-prandial. De acordo com o mecanismo de ação, os antidiabéticos orais podem ser classificados como: os que incrementam a secreção pancreática de insulina (sulfonilureias e glinidas); os que re- duzem a velocidade de absorção de glicídios (inibidores das alfaglicosidases); os que dimi- nuem a produção hepática de glicose (biguanidas); os que aumentam a utilização periférica de glicose (glitazonas); aqueles que exercem efeito incretínico mediado pelos hormônios GLP-1 (peptídio semelhante a glucagon 1 - exenatida) e GIP (peptídio inibidor gástrico - liraglutida, lixisenatida, dulaglutida e semaglutida), e ainda, os inibidores da enzima dipeptidil peptidase 4- DPP-4- (gliptinas); e por fim, existem aqueles que inibem o contratransporte sódio/glicose 2 nos túbulos proximais dos rins. 18PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO *MCE: Método colorimétrico enzimático. **BR: Baixo risco ***Valores de referência para exames realizados em jejum EXAMES LABORATORIAIS Perfil lipídico Perfil glicêmico VLDL HDL-c TG Variáveis pré-analíticas CT Tratamento farma- cológico: estatinas Variáveis pré- analíticas Outros testes Valores diagnósticos DM*** Tratamento farmacológico: hipoglicemiantes orais MCE* Fórmula de Friedewal < 150 Jejum MCE* > 40 < 130 BR** Flexibilizado para CT, HDL-c, ApoB, Apo A-1 < 190 Tempo de garrote > 1 min, aumenta CT em 5% Sazonalidade Variação biológica LDL-ox: formação de placas de ateroma LDLc = (CT – HDL-c) – TG/5 LDL Jejum: a partir de 8h Albumina glicada; 1,5-anidroglucitol; Automonitorização Glicemia em jejum ≥ 126 Tempo de armazenamento TOTG ≥ 200 Velocidade de centrifugação HbA1c ≥ 6,5% Glicemia aleatória ≥ 200 com sintomas 19PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANALISA. 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