Trabalho Psicologia Sócio-Interacionista UNIP

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teoria dos estágios de desenvolvimento de henri wallon
são josé dos campos
2019
Sumário
1	Introdução	5
2	DESENVOLVIMENTO	8
3	CONCLUSÃO	11
ReferÊncias	12
 
1	Introdução
· Introdução
Henri Wallon foi um filósofo, médico, psicólogo e político que nasceu em Paris, na França, no ano de 1879. Tornou-se mais conhecido por seu trabalho sobre Psicologia do Desenvolvimento, e em seus estudos já mostrava uma visão interacionista entre indivíduo e cultura, ou seja, é necessário que o ser esteja incluído em uma determinada cultura para ter um impacto em seu desenvolvimento, acreditando que o progresso depende do ambiente, de forma a não separar as funções biológicas das sociais. 
Wallon também foi o responsável por pesquisar mais a fundo sobre a afetividade, estando ela presente de uma forma boa ou ruim e dependendo de como for, poderá causar reações diferentes em cada indivíduo afetando sua evolução, pois a emoção é a forma de exteriorizar os sentimentos e desejos do ser humano. 
Dessa forma, apesar da capacidade inata do ser humano de se desenvolver, o meio o influencia a aprimorá-la, pois muitas vezes tem-se a possibilidade de realizar algo, mas por algum motivo exterior não é possível, assim como ocorre quando há um bloqueio por conta de estímulos negativos. 
Pensando dessa forma, o estudioso chegou à teoria das três leis reguladores do desenvolvimento. A primeira é a alternância de direção, ou seja, quando uma direção (fora/dentro) é mais presente naquela fase. A segunda lei é a alternância de predomínio dos subconjuntos funcionais, em cada momento um pode estar mais evidente. E por fim tem-se o sincretismo que é um momento em que a criança percebe tudo como um conjunto, não consegue diferenciar.
Então, de acordo com essas observações, Wallon foi o responsável por dividir o desenvolvimento em cinco etapas, sendo elas:
· Impulsivo-emocional (0-1): A direção do desenvolvimento é centrípeta, ou seja, para dentro, predominando a parte motor-afetivo. Esse ser também necessita de alguém para ter suas necessidades atendidas, mas já interage com o meio social.
· Sensório-motor projetivo (1-3): Sua direção é centrífuga e predomina o cognitivo. Nessa fase exemplifica os atos motores da criança que são vistos de uma perspectiva mental.
· Personalismo (3-6): Prevalece a direção centrípeta e o subconjunto afetivo. É nesse momento que se constrói a consciência sobre si próprio por meio das interações sociais.
· Categorial (6-11): Nessa fase a direção é centrífuga, enquanto prevalece o cognitivo. Há progressos intelectuais, ou seja, desenvolve a possibilidade da criança fazer parte do meio social e intelectual. 
· Puberdade e Adolescência (11-): Está presente a direção centrípeta e o subconjunto afetivo. É nesse momento que ocorre uma mudança no físico por causa dos hormônios e os primeiros traços da personalidade 
Este presente trabalho será focado na etapa funcional do desenvolvimento, que se dá durante a adolescência. E para isso utilizaremos da quinta edição da Turma da Mônica Jovem a fim de exemplificar algumas das características estudadas presentes nessa fase em que os personagens estão vivendo. A adolescência e puberdade é um momento em que os jovens tentam encontrar uma identidade própria, muitas vezes ocorre a revolta, mas não é obrigatório. Também vivem dúvidas na vida cotidiana e procura por autonomia, por conta desses fatores, é tida como um estágio movimentado que separa a criança do adulto. 
2	DESENVOLVIMENTO
· 2 DESENVOLVIMENTO
Ao aprofundar os estudos na fase em questão, foi assimilado que corpo dos jovens muda muito rapidamente, assim como as atividades psíquicas voltadas à sexualidade, o que é muito mais intenso para esses adolescentes. As ações e desejos também sofrem uma mudança, muitas vezes, coisas que eles gostavam de fazer na infância, preferem não realizar, se opondo a muitos interesses como uma forma de se auto afirmar e isso gera uma confusão de sentimentos e desequilíbrio, pois algumas emoções tendem a se voltar para um lado possessivo, principalmente em relacionamentos amorosos, ou seja, tem reações exageradas ao se deparar com a possibilidade de perder o outro, ou demonstra muito ciúmes em alguns casos. E isso é o que vemos logo no início da história desse quadrinho, pois Mônica aparece chorando enquanto corre e mais para frente descobrimos que antes disso acontecer ela deixa escapar alguns elogios apaixonados para o Cebolinha, demonstrando essa fase mais emotiva, e logo depois ela está brava, pois queria que ele fosse estudar com ela, mas ele já tinha planos de estudar com outra garota, então a protagonista fica com raiva até mesmo da menina utilizar o apelido que ela usa para se referir ao amigo e por ela chama-lo de fofo. Então Mônica grita que ele era o fofo dela, agindo de forma mais possessiva e com dificuldade para expressar seus sentimentos. A fala de Cebolinha perto das meninas também deixa visível seu próprio nervosismo, pois ele finalmente já não troca o “r” pelo “l”, mas em situações assim volta a trocar. Após o ocorrido Mônica fica confusa sem saber o porquê de ter agido daquela forma. 
Quando ela e Magali vão para casa a mãe da menina percebe seu humor e tenta ajudar conversando com ela sobre seu desenvolvimento corporal. Explica que os hormônios regulam o crescimento e desenvolvimento e uma parte interessante da história é que fala exatamente o que foi estudado sobre uma hora ser criança e outra hora acontecer essa ruptura, então aparece elas pequenas e elas atualmente. Dona Luísa continua a explicar falando que os hormônios criaram novas sensações nelas e que é normal não ter total controle sobre isso. Então a personagem concorda com a mãe e explica novamente sobre essa instabilidade, exemplificando isso de uma forma mais didática, dizendo que essa explosão é como se tivessem várias “moniquinhas” dentro de sua cabeça falando ao mesmo tempo. 
Logo na outra página podemos ver novamente uma explicação voltada às ideias de Wallon quando ela diz que tudo isso transforma o “eu não gosto” em “eu odeio”, ou seja, o exagero e a oposição que aparecem muito mais frequentes e na cena aparece ela e a Magali ouvindo música, e Mônica nem colocou a música e a amiga já está reclamando que odeia. Então a mãe dela também explica que o “eu gosto” se transforma em “eu te amo”, demonstrando esse exagero na parte das emoções. 
Quando as coisas são resolvidas para Mônica aparece uma nova trama, ela tentando consolar a amiga Aninha, porque o Titi havia terminado o relacionamento deles enquanto mostra que Magali gostava do professor de ciências, o exagero na parte dos coraçõezinhos demonstram isso, também é possível notar algo comum nos jovens que por conta dos hormônios em alta se atraem muito fácil e por admirar uma figura de autoridade fora dos limites. Mônica continua deixando seus sentimentos escapar por Cebola e quando ela acha que ele estava zombando dela usa da violência explodindo sem ao menos saber o motivo. Alguns comentários em relação ao físico também são levantados, o que remete a preocupações demasiadas da vida jovem com a aparência. 
3	CONCLUSÃO
· 3 CONCLUSÃO
Ao analisarmos todas essas comparações podemos concluir que essa fase da adolescência é carregada de mudanças tanto no físico quanto no psicológico, voltadas muito para a parte emocional. É nesse estágio, também, que marca essa transição da criança para o adulto, ou seja, há muitas dúvidas e questionamentos até chegar no momento o qual ele tem convicção de si mesmo entrando em equilíbrio. O quadrinho escolhido fala muito sobre essas mudanças e sentimentos descontrolados que ficam ainda mais intensos e oferece até mesmo uma explicação didática para isso, o que é, de certa forma, bem informativo para os jovens leitores. Essa representação da fase adolescente é capaz de utilizar de uma plataforma presente na sociedade para disseminar um conteúdo presente na cultura. 
ReferÊncias
 MAHONEY, A. A.; ALMEIDA, L. (org.) Henri Wallon. Psicologia e Educação. São Paulo: Loyola, 2000. 
WALLON, H.(1941) A evolução psicológica da criança. São Paulo: Martins Fontes, 2007.