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Displasia de cotovelo em cães

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1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). 
Displasia de cotovelo, da anatomia ao tratamento 
 
BATISTA, Giovanna Bernardes1; FONSECA, Yasmin Nunes Godoy1; MAIA, Ana Luíza de Almeida1. 
 
RESUMO 
 
A displasia de cotovelo (DC) é designada por um desenvolvimento anormal da 
articulação úmero-rádio-ulna, é caracterizada como uma doença multifatorial, visto 
que é influenciada pela genética, nutrição, idade, entre outros fatores. É um termo 
geral para um conjunto de patologias: osteocondrite dissecante do côndilo umeral, não 
união do processo ancôneo, incongruência articular do cotovelo e fragmentação do 
processo coronoide lateral. Para o diagnóstico, os exames radiográficos são 
essenciais para a visualização e localização correta dessas afecções. 
 
Palavras chaves: Anormal, Articulação, Multifatorial, Exames Radiográficos. 
 
ABSTRACT 
 
Elbow dysplasia (ED) is designated an abnormal development of the humerus, ulna, 
and radius joint, It is characterized as a multifactorial disease, as it is influenced by 
genetics, nutrition, age, among other factors. It is a general term for a set of 
pathologies: osteochondrosis dissecans of the humeral condyle, an ununited anconeal 
process, joint incongruence of the elbow and fragmentation of the lateral coronoid 
process of the ulna. For the diagnosis, radiographic examinations are essential for the 
correct visualization and localization of these conditions. 
 
Keywords: Abnormal, Joint, Multifactorial, Radiographic examinations. 
 
 
 
1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). 
INTRODUÇÃO 
 
A displasia de cotovelo (DC) é definida pelo desenvolvimento anormal da 
articulação do cotovelo que afeta principalmente cães de grande porte em fase de 
crescimento, com prevalência em algumas raças, como pastor alemão, bernese 
mountain dog, rottweiler, golden retriever e labrador, tem um acometimento maior em 
machos, pois estes crescem mais rápido e apresentam porte maior do que as fêmeas 
(SPADIN & SILVA, 2019). A DC é uma condição poligênica (depende de mais de um 
gene para o fenótipo se manifestar no indivíduo) (JUNIOR et al., 2009). E é uma 
doença multifatorial, sendo provocada por influências ambientais, nutricionais, 
mecânicas e traumáticas, também relacionadas a uma taxa elevada de peso dos 
animais, porém, na maioria dos estudos, sua causa é hereditária (SPADIN & SILVA, 
2019). 
Estas anormalidades parecem ser decorrentes de distúrbios na ossificação 
endocondral, sejam das cartilagens fisárias ou articulares (JUNIOR et al., 2009).A 
displasia de cotovelo inclui alterações como não união do processo ancôneo (NUPA), 
fragmentação do osso coronoide medial da ulna (FPCM), osteocondrose do côndilo 
umeral (OC) e incongruência articular (IA) levando invariavelmente à osteoartrose. 
(SENDYK-GRUNKRAUT et al., 2017) É uma causa comum de claudicação em cães 
jovens, sendo observada após o exercício e rigidez após o período de descanso. 
(SPADIN & SILVA, 2019). Os primeiros sinais clínicos são demonstrados entre quatro 
e oito meses de idade e são, finalmente, acometidos por doença articular degenerativa 
(DAD) (JUNIOR et al., 2009). 
O objetivo deste trabalho foi fazer uma revisão bibliográfica voltada para 
displasia de cotovelo em cães, dando ênfase na anatomia topográfica, fisiologia e 
fisiopatologia, abordando também o diagnóstico e tratamento desta condição 
LEEGWATER; HAZEWINKEL, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). 
REVISÃO DE LITERATURA 
 
1. ANATOMIA E A RELAÇÃO TOPOGRÁFICA DAS ESTRUTURAS 
ENVOLVIDAS (CONTENDO IMAGENS ILUSTRATIVAS CORRELACIONADAS À 
ANATOMIA TOPOGRÁFICA. 
 
A região do cotovelo (Figura 1) se prolonga desde o olecrano até a eminência 
proximal para a fixação de ligamentos do rádio e se divide em uma região lateral e 
outra medial (KONIG, 2016). O centro dessa região é formado pela articulação do 
cotovelo, uma articulação em dobradiça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A face lateral do cotovelo é composta de pele, fáscia superficial e fáscia do 
antebraço mais profunda. Os músculos que se encontram lateralmente nessa região 
são: Músculo tríceps braquial (cabeça lateral e longa), músculo ancôneo, músculos 
extensores radial do carpo e ulnar no carpo, músculos extensores lateral e comum 
dos dedos e o músculo braquial, as mesmas fáscias formam as camadas subcutâneas 
da face medial (Figura 2 e 3). 
 
 
 
 
1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O cotovelo contém uma articulação composta (FIGURA 4, 5 e 6), na qual se 
integram as articulações úmero-radial, úmero-ulnar e rádio-ulnar proximal 
(CONSTANTINESCU; CONSTANTINESCU, 2009). O antebraço contém dois ossos, 
o rádio e a ulna; na porção proximal, o rádio articula-se com a ulna na sua face caudal, 
repousando numa concavidade chamada de incisura troclear (TEMWICHITR; 
A articulação do cotovelo é uma típica articulação em dobradiça ou gínglimo, 
com amplitude de movimentos restrita a flexão e extensão no plano sagital. 
Ondulações proeminentes e sulcos na face troclear e a projeção do olecrano na fossa 
olecraniana do úmero impedem movimentos laterais ou rotatórios. No cão, a amplitude 
de movimento no plano sagital é possível alcançar uma extensão entre 100º e 140º, 
dependendo da raça. (KONIG, 2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Osteocondrite dissecante do côndilo umeral 
É a separação entre a estrutura que ossificou e a que não ossificou (GRIFFON, 
2012). A OCD se origina do distúrbio da ossificação endocondral; a osteocondrose é 
o resultado do atraso na ossificação endocondral da cartilagem articular de espessura, 
assim sendo, as camadas mais profundas da cartilagem não são mineralizadas e o 
líquido sinovial tem difusão ineficiente de nutrientes, e é nomeada de osteocondrite 
dissecante quando um flap (cartilagem eventualmente solta) é destacado da 
cartilagem localizada no côndilo medial umeral (SAMOY et al., 2011).Nos exames de 
imagem, a OCD é visualizada como um defeito e/ou irregularidade radiolucente no 
côndilo medial do úmero (FIGURAS 7 e 8) (PEIRONE; CAPPELLARI, 2011). 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). 
Não união do processo ancôneo (NUPA) 
A NUPA (FIGURA 9) se trata da separação na ponte cartilaginosa entre o centro 
da ossificação secundária do PA e o olécrano, podendo causar a separação parcial 
ou total do PA (BEALE, 2010).Está eventualmente associada com lesões na região 
medial da articulação do cotovelo, afetando inicialmente a parte caudal da articulação 
(FITZPATRICK; YEADON, 2009). 
O processo ancôneo não unido pode ficar solto na articulação causando 
irritação e resultando em instabilidade articular, o que acelera as alterações de doença 
articular degenerativa secundária (KEALY; MCALLISTER, 2005; FERRIGNO et al., 
2007; SLATTER, 1998). 
 
 
 
 
 
 
 
Incongruência articular do cotovelo 
A Incongruência articular do cotovelo é definida como um mau alinhamento 
anatômico das superfícies articulares (LAVRIJSEN et al., 2012). A IA está relacionada 
ao desenvolvimento da NUPA e fragmentação do processo coronoide medial (FPCM) 
(BURTON; OWEN, 2008). 
A IA é representada como um aumento no espaço interósseo entre a superfície 
articular do rádio proximal e ulna, não permitindo o encaixe perfeito dos ossos, é 
melhor visualizada na radiografia médio-lateral estendida (FIGURA 10) 
 
 
 
1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social(UPIS). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fragmentação do processo coronóide lateral (FPCM) 
A FPCM (FIGURA 11) refere-se à fragmentação ou fissura na região, com 
separação parcial ou completa do processo coronoide medial da ulna (SAMOY et al., 
2011). Essa fragmentação representa um estágio final do processo coronoide, pois 
não pode ser recuperado para exercer sua função livre de dor (FITZPATRICK; 
YEADON, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). 
2. FISIOLOGIA, FISIOPATOGENIA E SINAIS CLÍNICOS 
 
O cotovelo é responsável por movimentação. É uma típica articulação em 
dobradiça ou gínglimo, com amplitude de movimentos restrita a flexão e extensão no 
plano sagital. (KONIG, 2016). 
Essa articulação é composta por três ossos, úmero, rádio e ulna. Tal juntura 
classifica-se como juntura sinovial monoaxial gínglimo, o movimento de gínglimo 
refere-se a um movimento parecido com uma dobradiça, onde o movimento dessa 
articulação lembra a ação de abrir e fechar. 
 
2.1. NÃO UNIÃO DO PROCESSO ANCÔNEO (NUPA) 
 
A NUPA se trata da separação na ponte cartilaginosa entre o centro da ossificação 
secundária do processo ancôneo e o olecrano, podendo causar a separação parcial 
ou total do PA (SPADIN & SILVA, 2019). 
A não união do processo ancôneo é eventualmente associada com lesões na 
região medial da articulação do cotovelo, afetando incialmente a parte caudal da 
articulação (SPADIN & SILVA, 2019). 
O processo ancôneo não unido pode ficar solto na articulação causando irritação 
e resultando em instabilidade articular, o que acelera as alterações de doença articular 
degenerativa secundária. (BOOS, 2012). 
 As possíveis explicações para o mecanismo patofisiológico da NUPA são: 
• Alteração na ossificação endocondral do cotovelo e, por tanto, representa uma 
forma de osteocondrose (RIBEIRO, 2011). 
• A falta de microcirculação durante a ossificação da conexão entre a ulna e 
processo ancôneo ( RIBEIRO, 2011). 
 
2.1.1. SINAIS CLÍNICOS 
 
 Os primeiros sinais clínicos comumente são vistos entre 6 e 12 meses de idade, 
contudo alguns cães afetados por NUPA podem não demonstrar sinais clínicos 
quando jovens, mas quando idosos demonstrarão sinais de doença articular 
degenerativa (BOOS, 2012). 
 
 
1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). 
 É observada claudicação após exercício e rigidez após períodos de repouso 
(SPADIN & SILVA, 2019). 
 No exame físico é possível perceber abdução do cotovelo e rotação externa da 
extremidade distal do membro, amplitude articular reduzida principalmente durante o 
movimento de extensão e flexão e pode haver crepitação ao realizar esses 
movimentos, também é possível que a manipulação da articulação seja dolorosa, à 
palpação pode ser perceptível derrame ou espessamento articular, devido ao aumento 
de fluído articular, pode ser possível a palpação do processo ancôneo solto exercendo 
pressão aos dois lados do tendão do tríceps (BOOS,2012). 
 
2.2. FRAGMENTAÇÃO DO PROCESSO CORONOIDE (FPC) 
 
 A fragmentação do processo coronoide medial é a forma mais comum de 
displasia de cotovelo, essa fragmentação representa um estágio final do processo 
coronoide, pois não pode ser recuperado para exercer sua função livre de dor 
(SPADIN & SILVA, 2019). 
 É uma afecção poligênica de base genética, além disso, fatores como trauma, 
doença metabólica, exercícios e nutrição foram incluídos como parte da etiologia 
(BOOS,2012). 
 São consideradas algumas causas para FPC, uma delas é a osteocondrose 
que é a alteração da ossificação endocondral, a qual através de baixo suprimento para 
os condrócitos ocorre condromalácia (SAMOY, et. al.,2011; FOURIE, 1998: 
RIBEIRO,2011) deixando vulnerável o processo coronoide a degeneração, necrose, 
formação de fissuras e fragmentação (SAMOY, et. al.,2011). 
 Devido a FCP a articulação torna-se instável, o que acaba gerando doença 
articular degenerativa, frequentemente a FCP é vista associada com OCD lesões de 
erosão raramente vista com NUPA (BOOS, 2012). 
 
2.2.1. SINAIS CLÍNICOS 
 
 As principais queixas são marcha rígida ou esquipada, se bilateral (Fossum et. 
al.,2005), claudicação sutil a grave (Samoy, et. al., 2011) que exacerba após 
exercícios (Rached et. al., 2005). No exame clínico uma característica típica é a leve 
abdução do membro afetado (BOOS, 2012). 
 
 
1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). 
 No exame clínico uma característica típica é a leve abdução do membro 
dianteiro afetado (SAMOY, et. al., 2011). Na palpação deve-se avaliar principalmente 
o movimento de extensão de cotovelo, visto que é comum a amplitude articular estar 
diminuída (FOSSUM, et. al., 2005). 
 
2.3. OSTEOCONDRITE DISSECANTE 
 
 É a separação entre a estrutura que se ossificou e a que não se ossificou, as 
camadas mais profundas da cartilagem não são mineralizadas e o líquido sinovial tem 
difusão ineficiente de nutrientes (BOOS,2012). 
 É oriunda da ossificação endocondral, a osteocondrose, e é chamada de 
osteocondrite dissecante quando ocorre o destacamento de um flap de cartilagem 
localizada no côndilo umeral medial (SAMOY, et. al., 2011). 
 A perda de condrócitos e condromalácia progressiva origina uma fenda, que 
com atividade normal ocorre traumas gerando fissuras que ao se comunicar com a 
articulação formam flaps que podem ser reabsorvidos ou desprendido tornando-se um 
corpo livre (BOOS, 2012). 
 A osteocondrite dissecante, apresenta-se através de erosões de cartilagens de 
graus diferentes (chamadas de kissing lesions) no côndilo umeral medial, alguns 
fatores influenciam seu desenvolvimento, são eles genética, idade, sexo, raça, peso 
ao nascer, velocidade de crescimento e exercício intenso (BOOS, 2012). 
 Quando o flap é desprendido ocorre reparação do osso subcondral através do 
tecido de granulação fibroso, o qual pode formar uma fibrocartilagem, esta por sua 
vez, tem propriedades mecânicas inferiores a cartilagem hialina prejudicando a 
durabilidade de médio-longo prazo (BOOS, 2012). 
 
2.3.1. SINAIS CLÍNICOS 
 
 Os sinais clínicos da OCD se parecem com os de FCP (SAMOY, et. al., 2011). 
São observadas alterações como marcha rígida após repouso prolongado, 
claudicação exacerbada após exercício, derrame articular, diminuição de amplitude e 
crepitação ao realizar movimentos de extensão e flexão (BOOS, 2012). 
 
 
1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). 
 Na palpação pode-se estender o cotovelo e simultaneamente o antebraço 
supinado para exacerbar a dor e avaliar a sua presença e intensidade (FOSSUM, et. 
al., 2005). 
 
2.4. INCONGRUÊNCIA ARTICULAR DO COTOVELO (IA) 
 A incongruência articular do cotovelo é definida por alguns autores como má-
formação e desalinhamento da articulação do cotovelo (BOOS, 2012). É representada 
como um aumento no espaço interósseo entra a superfície articular do rádio proximal 
e ulna (SPADIN & SILVA, 2019). 
 A incongruência articular pode ocasionar em um contato desuniforme das 
articulações tendo como consequência o aparecimento de não união do processo 
ancôneo ou separação e/ou fragmentação do processo coronoide medial, na 
radiografia a incongruência aparece como uma lesão em degrau em casos de 
fragmentação do processo coronoide medial (MALTA, et. al., 2018) 
 O crescimento assíncrono do rádio e da ulna pode causar ulna curta ou rádio 
curto (SAMOY, et. al., 2011). Em situações severas quando o rádio é mais longo, irá 
exercer pressão excessiva sobre o côndilo umeral, sobrecarregando o processo 
ancôneo e favorecendo a NUPA, já quando o rádio é mais curto, a região que sofre 
maior pressão é a do compartimento medial, podendo resultar em alterações do osso 
subcondral, FPC e degeneração de cartilagem (BOOS, 2012) 
 
2.4.1. SINAIS CLÍNICOSOs sinais são semelhantes às outras afecções de displasia de cotovelo, como 
frequentemente a IA está associada com elas, a claudicação não pode ser relacionada 
unicamente com essa condição (SAMOY, et. al., 2011). 
 Alguns sinais manifestados são dor ao movimento de flexão e extensão, atrofia 
muscular, claudicação intermitente, aumento da pressão intra-articular e crepitação 
(BOOS, 2012). 
 
 
 
1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). 
3. DIAGNÓSTICO 
 
 O diagnóstico da DC em cães necessita ter uma combinação de sinais clínicos, 
exame clínico das articulações e exames de imagens. Para o tratamento precoce da 
lesão primária, é importante um diagnóstico precoce, para garantir um melhor 
prognóstico (COOK; COOK, 2009). Alguns fatores como a falta de informação sobre 
a doença, custos dos exames de investigação ou mesmo sutileza dos sinais clínicos 
nas fases iniciais da doença contribuem para a ausência ou demora no diagnóstico 
(Nap, 1996; Kirberger & Fourie, 1998). Segundo Ribeiro (2011) a displasia de cotovelo 
normalmente é diagnosticada quando já existe uma claudicação persistente e até 
mesmo doença articular degenerativa. 
 
 O cão deve ser submetido a uma curta avaliação dos membros torácicos: uma 
avaliação ortopédica contendo palpação e manipulação dos membros e a inspeção 
da locomoção, procurando por atrofia, acúmulo de líquido, crepitação, claudicação 
(SOUZA JUNIOR et al., 2009). Por muitos anos, a radiografia foi utilizada para a 
avaliação da DC, atualmente diversas técnicas têm aumentado o conhecimento sobre 
a doença. A tomografia computadorizada é de modalidade de imagem avançada, 
permitindo a visualização do cotovelo em múltiplos planos tridimensionais 
reconstrutivos (PEIRONE; CAPPELLARI, 2011). 
Para a radiografia, o cão deve ter a idade mínima de 12 meses, pois a ossificação da 
articulação já está finalizada, porém, se apresentar sinais de claudicação, o exame 
deve ser realizado independentemente da idade (LAVRIJSEN et al., 2014). 
 
 É necessário realizar exame radiográfico bilateral dos cotovelos antes de qualquer 
intervenção, pois permite a classificação detalhada da natureza da DC, sua gravidade, 
presença de lesões e o melhor tratamento (FITZPATRICK; YEADON, 2009). Cada 
tipo de afecção (IA, OCD, FPC e NUPA) possui uma projeção radiográfica mais 
adequada. As projeções mais utilizadas são a médio lateral em extensão com a 
possibilidade de leve supinação, craniocaudal com pronação a 15°e lateral flexionada 
do cotovelo (OFA, 2009; RIBEIRO, 2011). 
 
 
 
1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). 
 A IA é representada como um aumento no espaço interósseo entre a superfície 
articular do rádio proximal e ulna, não permitindo o encaixe perfeito dos ossos 
(BEALE, 2010). O diagnóstico é realizado através da medição do desnível entre rádio 
e ulna. A radiografia é o método mais utilizado (RIBEIRO, 2011). Três projeções são 
recomendadas para avaliação das alterações referentes a IA a médio-lateral em flexão 
e extensão e uma projeção oblíqua crâniomedial-craniolateral (COSTA et al., 2008). 
Os achados radiográficos de IA são melhores visualizados na projeção médio-lateral 
(PROKS et al., 2011). Porém segundo GEMMILL CLEMENTS (2007) a artroscopia 
possui maior valor diagnóstico, pois pode-se identificar mais precisamente essa 
patologia e ainda avaliar a superfície articular. 
 
Sempre é realizada a avaliação radiográfica nos dois cotovelos, independente dos 
sinais clínicos unilaterais (RIBEIRO, 2011). Nos exames de imagem, a OCD é 
visualizada como um defeito e/ou irregularidade radiolucente no côndilo medial do 
úmero (PEIRONE; CAPPELLARI, 2011). Segundo Fossum (2005) as projeções 
radiográficas que devem ser utilizadas são laterais cotovelar padrão, uma lateral 
flexionada e uma craniocaudal, pode ser necessário projeções oblíquas para melhor 
visualização do epicôndilo umeral medial. É relatado que a projeção craniocaudal 
facilita a visualização das alterações causadas por OCD (RIBEIRO, 2011). A 
artroscopia permite simultaneamente o diagnóstico através da detecção do flap 
cartilaginoso e o tratamento através da remoção dele (SAMOY et al., 2011) 
 
 A detecção radiográfica de FPC é dificultada devido ao tamanho do processo 
coronoide e a sobreposição de estruturas ósseas (FOSSUM et al., 2005; DENNY; 
BUTTERWORTH,2006; THRLL, 2010) como a da cabeça do rádio no plano 
mediolateral e da ulna no plano craniocaudal (RIBEIRO, 2011). Segundo FOSSUM 
(2011) as projeções radiográficas que devem ser realizadas são lateral cotovelar 
padrão (articulação cotovelar flexionada a 90°), lateral flexionada (articulação 
cotovelar flexionada a 45°) para expor o processo ancôneo, craniocaudal padrão e 
uma craniocaudal oblíqua e levemente girado para a face medial a 15° para expor o 
processo coronoide, o feixe radiográfico deve ser centralizado na região do cotovelo 
para avaliar qualquer incongruência articular. A artroscopia articular pode ser usada 
para diagnóstico tão bem quanto para tratamento e prognóstico, embora segundo 
GEMMILL CLEMENTS (2007) seja um método mais invasivo. 
 
 
1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). 
 
 A visualização da não união do processo ancôneo associado com idade superior a 
seis meses do paciente é considerado como diagnóstico definitivo (FERRIGNO et al., 
2007). A avaliação radiográfica de ambos os cotovelos deve ser feita em vista da 
característica bilateral da doença (SAMOY et al., 2011). Os achados radiográficos 
típicos de NUPA são a visualização de uma linha radio transparente irregular entre o 
processo ancôneo e o a ulna (RIBEIRO, 2011). 
 
 
4. TRATAMENTO 
 
As manifestações de DC mais comuns resultam em doença do compartimento 
medial da articulação do cotovelo com padrões e grau de gravidade variáveis. Não 
existe nenhuma terapêutica que produza o melhor resultado em todo o espectro de 
doenças frequentemente identificadas (Fitzpatrick & Yeadon, 2008). É um distúrbio 
extremamente debilitante se não receber tratamento precoce adequado, porém, não 
existe protocolo médico ou procedimento cirúrgico satisfatório que possa cessar sua 
progressão ou curá-la (OFA, 2009). O tipo de tratamento depende de cada caso, e 
fatores como presença e gravidade de osteoartrose, idade e peso do paciente e grau 
de claudicação devem ser considerados (OFA, 2009; RIBEIRO, 2011). O tratamento 
pode ser conservador ou cirúrgico e tem como objetivo alívio da dor, manutenção da 
função do membro e retardar a progressão da osteoartrose (PEIRONE; CAPELLARI, 
2011). Os cães jovens com claudicação compatível com NUPA, OCD e FPC 
normalmente são candidatos à cirurgia (OFA, 2009; SLATTER, 1998). O tratamento 
escolhido deve ajudar a aliviar a dor e permitir uma atividade do cão aproximadamente 
normal, contudo, é difícil prever com objetividade qual será o seu resultado (Glyde, 
2006). A cirurgia não é recomendada para os pacientes com osteoartrose grave e com 
estabilidade articular, porque não se pode correr o risco de alterar a estabilidade, para 
esses o tratamento com analgésicos e até mesmo artrodese deve ser considerado 
(SLATTER, 1998; PEIRONE; CAPELLARI, 2011). O tratamento cirúrgico é 
recomendado para facilitar a cicatrização do osso subcondral removendo os 
fragmentos soltos (OFA, 2009; SLATTER, 1998). O ideal é a utilização de artroscopia 
para fazer essa remoção, visto que através dela é possível realizar um exame 
 
 
1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). 
completo da superfície articular (PEIRONE; CAPELLARI, 2011). Se o cão apresentar 
excesso de peso, claudicação ocasional após o exercício e/ou OA grave e/ou a causa 
subjacente não for claramente visível opta-se inicialmente por um protocolo de 
tratamento conservativo.Se não houver resposta a este tipo de tratamento e a 
claudicação e dor persistirem ou piorarem deverá fazer-se exames adicionais de 
forma a detectar a causa subjacente e tratá-la cirurgicamente. A taxa de sucesso do 
tratamento cirúrgico de DC depende do diagnóstico completo antes da cirurgia, de 
uma abordagem cirúrgica e no cuidado pós-cirúrgico providenciado pelo dono (Meyer-
Lindenberg, 2006). Devem fazer parte rotina, exercício físico moderado, perda de 
peso, medicamentos como AINE´s, os quais devem ser utilizados com monitorização 
cuidadosa em vista do risco grave de ulceras no trato grastrointestinal, além de 
suplementos como nutracêuticos, como a glucosamina, condroitina, ácido hialurónico 
ou polisulfato sódico de pentosano (RIBEIRO, 2011; PEIRONE; CAPELLARI, 2011). 
Também são indicadas sessões regulares de fisioterapia com exercícios de baixo 
impacto articular, como exercício em esteira aquática (RIBEIRO, 2011). A fisioterapia 
tem como função nessa patologia aumentar o fluxo sanguíneo na área afetada, relaxar 
os músculos, aumentar a mobilidade e a massa muscular, através do aumento de 
força ocorre aumento de estabilidade articular, assim diminuindo a dor, e melhorando 
o fluido sinovial da articulação (RIBEIRO, 2011 apud BEALE et al., 2003; 
MARCELLIN-LITTLE, 2004; GLYDE, 2006). 
 
O tratamento para FPC pode ser de forma conservadora ou cirúrgica (RACHED 
et al., 2005). O tratamento conservativo nos estágios iniciais proporciona tempo para 
ocorrer reabsorção ou remodelação dos fragmentos soltos ou a autocorreção da 
incongruência articular, que só é possível até o fechamento das placas de crescimento 
(DENNY; BUTTERWORTH, 2006) segundo RIBEIRO (2011) ele é a melhor opção 
quando o tratamento cirúrgico não pode ser realizado. O tratamento conservativo 
consiste em administração de drogas AINE´s quando necessário (RACHED et al., 
2005). O tratamento cirúrgico tem como objetivo remover fragmentos ósseos livres por 
artrotomia ou artroscopia (GEMMILL; CLEMENTS, 2007). 
 
O tratamento conservador da OCD é semelhante ao que foi descrito para a 
patologia do FPC (KIRBERGER; FOURIE, 1998), e só é realizado quando apenas 
pequenas lesões são visíveis, em outros casos a remoção cirúrgica por artroscopia é 
 
 
1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). 
o mais indicado (SAMOY et al., 2011). O tratamento médico consiste em favorecer o 
destacamento do flap para estimular o preenchimento do defeito de fibrocartilagem, 
esse processo é propiciado com restrição de exercícios por 3-6 semanas (DENNY; 
BUTTERWORTH, 2006). 
 
As opções de tratamento para NUPA mais utilizadas são tratamento 
conservador, remoção do processo ancôneo e estabilização do processo ancôneo à 
ulna (SLATTER, 1998). O tratamento conservador no caso de NUPA não confere a 
melhor escolha (KIRBERGER;36 FOURIE, 1998), visto que o resultado desse tipo de 
tratamento se mostrou inferior ao realizado através de cirurgia (RIBEIRO, 2011). A 
remoção cirúrgica do processo ancôneo é mais comumente relatado (SLATTER, 
1998). 
 
Como a INC é um fator comum a diversas doenças da DC, o tratamento delas 
pode implicar uma correção da congruência da articulação em associação ao seu 
tratamento específico. Além de ser causa de DC, a presença de INC é sugestiva de 
piorar o prognóstico após tratamento cirúrgico das outras doenças (Samoy et al., 
2006). 
 
CONCLUSÃO 
 
A displasia é uma anomalia relacionada ao desenvolvimento da região, a 
estrutura é formada de forma alterada e não tem as mesmas características de um 
tecido saudável. O conhecimento dos seus sinais clínicos e domínio dos exames 
ortopédicos em animais entre 4 a 7 meses de raças predispostas é fundamental para 
um diagnóstico precoce com vistas a minimizar as graves consequências clínicas 
desta doença. Reconhecer sua importância e selecionar para reprodução animais 
isentos de displasia é um método para diminuir a sua ocorrência. As avaliações e os 
métodos de tratamento devem sempre ser orientados por médicos veterinários. 
 
 
 
 
 
 
1 Graduandas em Medicina Veterinária pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). 
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