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Fisiot. Traumatologica Funcional - Unid. I (1)

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Autora: Profa. Adriana Lucia Pastore e Silva
Colaboradores: Prof. Cristiano Schiavinato Baldan
 Profa. Kelly Cristina Sanches
Fisioterapia 
Traumatológica Funcional
Professora conteudista: Adriana Lucia Pastore e Silva
Graduada em Fisioterapia pela Universidade Paulista (UNIP) em 2002. Possui aprimoramento profissional em 
Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia (2003), mestrado (2006) e doutorado (2018) em Ciências do Sistema 
Musculoesquelético pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo 
(IOT-HCFMUSP).
Atua como fisioterapeuta em reabilitação traumato-ortopédica há 19 anos e, atualmente, também é professora 
titular da UNIP, ministrando aulas nos cursos de Fisioterapia e Educação Física, na área de reabilitação de lesões e 
doenças musculoesqueléticas.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S586f Silva, Adriana Lucia Pastore e.
Fisioterapia Traumatológica Funcional / Adriana Lucia Pastore e 
Silva. – São Paulo: Editora Sol, 2021.
204 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Fratura. 2. Lesão. 3. Tratamento. I. Título.
CDU 615.8
U512.11– 21
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Jaci Albuquerque
 Vitor Andrade
Sumário
Fisioterapia Traumatológica Funcional
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 FRATURAS .......................................................................................................................................................... 11
1.1 Definindo fraturas ................................................................................................................................ 11
1.1.1 Etiologia .......................................................................................................................................................11
1.1.2 Mecanismo de lesão ...............................................................................................................................11
1.1.3 Classificação .............................................................................................................................................. 12
1.1.4 Aspectos clínicos das fraturas ........................................................................................................... 13
1.1.5 Aspectos radiológicos das fraturas .................................................................................................. 14
1.1.6 Reparo de fraturas .................................................................................................................................. 14
1.1.7 Sequelas e complicações ..................................................................................................................... 16
1.1.8 Tratamento ortopédico ......................................................................................................................... 18
1.1.9 Tratamento fisioterapêutico ............................................................................................................... 20
1.2 Fraturas por estresse (stress) ............................................................................................................ 21
1.2.1 Etiologia ...................................................................................................................................................... 21
1.2.2 Incidência ................................................................................................................................................... 22
1.2.3 Exame físico .............................................................................................................................................. 22
1.2.4 Diagnóstico ............................................................................................................................................... 22
1.2.5 Prevenção ................................................................................................................................................... 23
1.2.6 Tratamento ................................................................................................................................................ 24
2 FIXADORES EXTERNOS .................................................................................................................................. 25
2.1 Considerações sobre o método de Ilizarov ................................................................................ 27
2.1.1 Vantagens do método ........................................................................................................................... 29
2.1.2 Desvantagens do método .................................................................................................................... 30
2.1.3 Possíveis complicações ......................................................................................................................... 30
2.1.4 Cuidados no pós-operatório .............................................................................................................. 31
2.1.5 Conduta fisioterapêutica ..................................................................................................................... 31
3 TRAUMATOLOGIA DA COLUNA VERTEBRAL.......................................................................................... 34
3.1 Elementos da coluna ........................................................................................................................... 36
3.1.1 Vértebras..................................................................................................................................................... 36
3.1.2 Disco intervertebral ................................................................................................................................ 36
3.1.3 Conjunto das articulações facetárias ............................................................................................. 37
3.1.4 Forame neural .......................................................................................................................................... 37
3.1.5 Medula espinal e nervos ...................................................................................................................... 37
3.2 Espondilólise e espondilolistese ..................................................................................................... 38
3.2.1 Espondilólise (definição) ...................................................................................................................... 39
3.2.2 Espondilolistese (definição)................................................................................................................ 39
3.2.3 Sistema de graduação de Meyerding ou grau de escorregamento ................................... 41
3.3 Fraturas e lesões traumáticas na coluna vertebral ................................................................. 43
3.3.1 Fratura da vértebra C1 (fratura de Jefferson) ............................................................................. 43
3.3.2 Fratura do processo odontoide ......................................................................................................... 45
3.3.3 Fratura da vértebra C2 (fratura do enforcado) ........................................................................... 45
3.3.4 Fraturas e luxações da coluna cervical inferior .......................................................................... 46
3.3.5 Lesão por chicotada por hiperextensão ......................................................................................... 46
3.3.6 Reabilitação pós-fratura de coluna cervical ................................................................................ 47
3.3.7 Fraturas e fraturas-luxações da coluna torácica, toracolombar e lombar ...................... 48
3.4 Lesões nos esportes ............................................................................................................................. 51
3.4.1 Laceração anular em disco intervertebral .................................................................................... 52
3.4.2 Síndrome facetária ................................................................................................................................. 52
4 TRAUMATOLOGIA DE QUADRIL E PELVE ................................................................................................ 53
4.1 Necrose avascular da cabeça femoral .......................................................................................... 53
4.2 Síndrome do piriforme ....................................................................................................................... 55
4.3 Pubalgia .................................................................................................................................................... 56
4.4 Fraturas e lesões traumáticas do quadril e da pelve .............................................................. 59
4.4.1 Fratura da pelve ....................................................................................................................................... 59
4.4.2 Fratura da cabeça femoral .................................................................................................................. 60
4.4.3 Fratura do acetábulo ............................................................................................................................. 62
4.4.4 Fratura subtrocantérica ........................................................................................................................ 63
4.4.5 Fratura intertrocantérica ..................................................................................................................... 63
4.4.6 Fratura de colo do fêmur ..................................................................................................................... 64
4.5 Lesões nos esportes ............................................................................................................................. 66
4.5.1 Lesões da epífise ...................................................................................................................................... 66
4.5.2 Bursite ......................................................................................................................................................... 67
4.5.3 Síndrome da faixa iliotibial ................................................................................................................. 67
4.5.4 Síndrome do impacto femoroacetabular ...................................................................................... 68
Unidade II
5 TRAUMATOLOGIA DO JOELHO .................................................................................................................... 77
5.1 Lesões meniscais ................................................................................................................................... 77
5.1.1 Lesões do menisco medial ................................................................................................................... 79
5.1.2 Lesão do menisco lateral ..................................................................................................................... 80
5.2 Lesões ligamentares: cruzado anterior, cruzado posterior, 
colaterais e combinadas ............................................................................................................................ 84
5.2.1 Rupturas do ligamento colateral medial ...................................................................................... 85
5.2.2 Rupturas do ligamento colateral lateral ....................................................................................... 87
5.2.3 Ruptura do ligamento cruzado anterior ....................................................................................... 88
5.2.4 Ruptura do ligamento cruzado posterior ..................................................................................... 92
5.2.5 Lesões combinadas ................................................................................................................................. 94
5.3 Plica sinovial patológica .................................................................................................................... 95
5.4 Síndromes femoropatelares ............................................................................................................. 97
5.4.1 Condromalácia patelar .......................................................................................................................101
5.5 Osteocondrites e lesões condrais .................................................................................................104
5.5.1 Osteocondrite dissecante (OCD) .....................................................................................................104
5.5.2 Lesões condrais e fratura osteocondral .......................................................................................106
5.6 Lesão do tendão patelar ..................................................................................................................107
5.6.1 Doença de Hoffa ...................................................................................................................................109
5.7 Fraturas e lesões traumáticas do joelho ...................................................................................111
5.7.1 Fratura supra/intercondiliana de fêmur .......................................................................................111
5.7.2 Fratura de platô/planalto tibial ....................................................................................................... 112
5.7.3 Fratura de patela ................................................................................................................................... 113
5.8 Lesões nos esportes ...........................................................................................................................115
5.8.1 Luxação traumática de patela ......................................................................................................... 115
5.8.2 Síndrome da banda iliotibial ............................................................................................................ 116
5.8.3 Síndrome de pes anserinus (pata de ganso) ..............................................................................117
6 TRAUMATOLOGIA DO TORNOZELO E DO PÉ .......................................................................................1196.1 Tendinopatias e lesões do tendão calcâneo ............................................................................119
6.2 Fascite plantar .....................................................................................................................................122
6.3 Entorses de tornozelo e lesões ligamentares ..........................................................................125
6.4 Fraturas e lesões traumáticas de tornozelo e pé ...................................................................128
6.4.1 Fratura da extremidade distal de tíbia e fíbula ........................................................................ 128
6.4.2 Fratura do tálus .................................................................................................................................... 128
6.4.3 Fratura do calcâneo ............................................................................................................................ 129
6.4.4 Fratura de médio e antepé ............................................................................................................... 130
6.5 Lesões nos esportes ...........................................................................................................................130
6.5.1 Neuroma de Morton ........................................................................................................................... 130
6.5.2 Síndrome do seio do tarso ................................................................................................................131
6.5.3 Síndrome do túnel do tarso ............................................................................................................. 132
6.5.4 Periostalgia medial (canelite) .......................................................................................................... 133
Unidade III
7 TRAUMATOLOGIA DO OMBRO E DO COTOVELO................................................................................139
7.1 Síndrome do impacto (síndrome do pinçamento subacromial, 
síndrome do manguito rotador ou ombro do nadador) ............................................................139
7.1.1 Etiologia da síndrome do impacto ................................................................................................ 139
7.1.2 Tratamento fisioterapêutico ............................................................................................................ 142
7.2 Instabilidade de ombro ....................................................................................................................142
7.2.1 Instabilidade/luxação atraumática (voluntária) ...................................................................... 143
7.2.2 Instabilidade/luxação traumática .................................................................................................. 144
7.2.3 Instabilidade/luxação adquirida ..................................................................................................... 145
7.3 Capsulite adesiva e ombro congelado .......................................................................................146
7.4 Lesão acromioclavicular ..................................................................................................................147
7.5 Fraturas do ombro ..............................................................................................................................149
7.5.1 Fraturas da clavícula ........................................................................................................................... 149
7.5.2 Fraturas de escápula ............................................................................................................................151
7.5.3 Fraturas do úmero ................................................................................................................................151
7.6 Lesões nos esportes ...........................................................................................................................154
7.6.1 Contusão do manguito rotador ..................................................................................................... 154
7.6.2 Ruptura do tendão do subescapular ........................................................................................... 154
7.6.3 Lesão do peitoral maior ..................................................................................................................... 155
7.6.4 Lesões do tendão do bíceps braquial ........................................................................................... 155
7.7 Cotovelo .................................................................................................................................................158
7.7.1 Instabilidades de cotovelo ................................................................................................................ 159
7.7.2 Luxação de cotovelo ........................................................................................................................... 160
7.7.3 Fraturas e lesões traumáticas do cotovelo ................................................................................ 162
7.7.4 Reabilitação pós-cirúrgica do cotovelo ...................................................................................... 165
7.7.5 Lesões do cotovelo nos esportes ................................................................................................... 167
8 TRAUMATOLOGIA DE ANTEBRAÇO, PUNHO E MÃO ........................................................................171
8.1 Síndrome do túnel do carpo ..........................................................................................................171
8.1.1 Síndrome do túnel de Guyon (paralisia dos ciclistas) ........................................................... 173
8.2 Contratura de Dupuytren ................................................................................................................174
8.3 Doença de Kienbock ..........................................................................................................................175
8.4 Lesões tendíneas: deformidades dos dedos (martelo, pescoço de cisne, 
botoeira e gatilho) .....................................................................................................................................176
8.4.1 Dedo em martelo ................................................................................................................................. 176
8.4.2 Deformidade em botoeira (boutonniere) ................................................................................... 178
8.4.3 Condições associadas ......................................................................................................................... 179
8.4.4 Tratamento fisioterapêutico ............................................................................................................ 180
8.5 Fraturas e lesões traumáticas de antebraço, punho e mão ..............................................181
8.5.1 Fraturas da mão .....................................................................................................................................181
8.5.2 Fraturas distais do rádio .................................................................................................................... 185
8.5.3 Fraturas do antebraço ........................................................................................................................ 188
8.6 Lesões nos esportes ...........................................................................................................................190
8.6.1 Lesões agudas dos ligamentos do punho – instabilidades carpianas ............................ 190
8.6.2 Lesões da fibrocartilagem triangular ............................................................................................191
9
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina tem como objetivoproporcionar ao aluno do curso de Fisioterapia o conhecimento 
clínico relativo às lesões traumáticas, buscando inter-relação com anatomia, biomecânica, fisiologia 
articular e fisiopatologia, bem como proporcionar abordagem fisioterapêutica quanto aos procedimentos 
da prevenção, avaliação, tratamento e reabilitação pertinente a essa classe de disfunções e alterações.
Este livro-texto auxiliará na sua capacidade de elaborar e questionar os tratamentos fisioterapêuticos 
referentes às lesões traumáticas, reunindo seus conhecimentos de métodos de avaliação, recursos 
terapêuticos e demais áreas já estudadas, promovendo o direcionamento do raciocínio fisioterapêutico, 
relativo ao diagnóstico funcional, objetivos de tratamento e evolução.
Todas as unidades são acompanhadas de destaques que facilitam a memorização dos assuntos 
centrais deste livro. As figuras e imagens apresentadas também auxiliam no esclarecimento das 
características de cada lesão, complementando o aprendizado.
Escrever um livro sobre este assunto demanda não só concentração, mas também uma análise crítica 
e atualização permanente sobre os métodos de tratamento e formas de reabilitação das lesões. Portanto 
ele foi destinado a facilitar e direcionar seu estudo sobre as lesões traumáticas mais frequentes.
A fisioterapia atua no campo multi ou interdisciplinar do saber, ou seja, necessita de conhecimentos 
prévios tanto de ciências naturais quanto de ciências humanas, distinguindo-se por estudo e pesquisa 
com finalidade de intercessão pedagógica, unindo teorias e metodologias de diversas outras ciências 
e disciplinas.
INTRODUÇÃO
O conhecimento do sistema musculoesquelético é indispensável para o fisioterapeuta que lida 
durante toda sua carreira com o corpo humano. A anatomia humana, a fisiologia, a cinesiologia e a 
patologia clínica são fundamentais para que o profissional consiga entender todo o grupo de lesões que 
esse sistema pode sofrer.
O aprendizado das lesões e de como reabilitá-las envolve, na maioria das vezes, trabalho árduo, pois 
os alunos devem se habituar com a terminologia anatômica, entender como são os mecanismos de 
lesão e ter conhecimento de todos os recursos fisioterapêuticos que podem utilizar em cada caso.
A traumatologia é a especialidade da medicina que cuida dos traumas. A palavra trauma se refere a 
todo choque sofrido pelo corpo humano por causas mecânicas atingindo o esqueleto (ossos, articulações, 
músculos, tendões, ligamentos) e a lesões que afetam a locomoção do indivíduo.
De acordo com a legislação brasileira, traumatologia e ortopedia são especialidades unificadas, por 
isso encontramos o termo utilizado traumato-ortopedia.
10
A história da ortopedia se inicia nos primórdios da medicina, e esta, por sua vez, se confunde com a 
história da própria humanidade.
Os primeiros registros começam no Egito Antigo (a.C.): algumas pesquisas arqueológicas encontraram 
múmias que portavam talas feitas de bambu e tecido para imobilização de fraturas. Os registros da 
época mostram técnicas avançadas com uso de instrumentais cirúrgicos específicos.
Já Hipócrates (400 a.C.), na Grécia Antiga, realizou e descreveu várias manobras para redução de 
luxações e tratamento de fraturas.
Com o detalhamento da anatomia do corpo humano, do esqueleto, dos músculos e suas funções 
no período do Império Romano pelo grego Galeno, foi possível começar a entender os processos 
de tratamento como o “gesso”, com o uso de moldes grosseiros feitos com tábuas. Era comum o uso de 
misturas como farinha, ovos e até sangue de cavalo na tentativa de dar rigidez aos enfaixamentos. 
A atadura gessada como conhecemos hoje somente começaria a surgir por volta de 1800.
O termo ortopedia foi criado por Nicholas Andry, em 1741. A palavra deriva da combinação dos 
termos gregos “orthos” (reto) e “paidion” (criança). Nesse período, a especialidade tratava principalmente 
as deformidades da coluna e dos ossos infantis, por isso a origem do termo possui esse significado.
No Brasil, a fisioterapia teve início no fim da década de 1920, após a sua implantação como solução 
dos altos índices de acidentes de trabalho que existiam. O profissional precisava curar/reabilitar os 
pacientes desses acidentes para que pudessem retornar as suas atividades no sistema produtivo.
A fisioterapia traumato-ortopédica atua na investigação, prevenção e no tratamento das doenças de 
ossos, músculos, articulações e ligamentos.
O profissional da área é responsável pelo processo de reabilitação de fraturas, entorses ligamentares, 
amputações, lesões musculares, LER/Dort, distúrbios mecânicos da coluna vertebral, pós-cirurgias, entre 
outras, utilizando recursos, objetivando alívio de quadro álgico, eliminação de processo inflamatório, 
melhora na circulação sanguínea, fortalecimento muscular, recuperação de movimentos, equilíbrio, 
propriocepção e reeducação postural. Atua na prevenção desses processos e na redução de suas 
repercussões funcionais, além de evitar a necessidade de uma intervenção cirúrgica.
11
FISIOTERAPIA TRAUMATOLÓGICA FUNCIONAL
Unidade I
1 FRATURAS
Nesta primeira unidade vamos abordar todos os aspectos relacionados às fraturas, desde conceitos 
até cicatrização do tecido ósseo e processo de reabilitação. O entendimento deste capítulo é de 
fundamental importância, visto que todas as fraturas do corpo humano seguem padrões e tratamentos 
semelhantes, bem como recursos utilizados. Na maioria das situações, a diferenciação é mínima e se dá 
de forma específica em alguns ossos, como será visto no decorrer dos capítulos.
1.1 Definindo fraturas
A fratura é definida como uma condição em que há perda da continuidade óssea, resultado de uma 
força superior a sua elasticidade aplicada sobre ele. Geralmente ocorre a separação de um osso em dois 
ou mais fragmentos após um traumatismo.
A saber:
• Luxação: consiste na perda da contiguidade das superfícies ósseas articulares, necessitando 
normalmente de um forte trauma ou instabilidade prévia.
• Fratura-luxação: quando há fratura do osso em região articular associada ou próxima a 
uma luxação.
1.1.1 Etiologia
Não é difícil de imaginar que a principal causa da ocorrência das fraturas é a sobrecarga. Sua ocorrência 
é resultado da imposição ao osso de uma carga superior a sua capacidade de absorção.
A capacidade de absorção do osso geralmente é de 10 a 20 vezes o peso do corpo. Os protetores, 
como capacetes, coxins e cintos, que são utilizados para absorver o impacto nem sempre são suficientes. 
Forças externas e internas atuam no momento da lesão. A posição do corpo e os músculos atuam 
como forças internas, e choque direto, escorregão, atropelamento ou batida são fatores externos.
1.1.2 Mecanismo de lesão
Os mecanismos que podem levar a uma fratura são de dois tipos:
• Diretos: quando o osso é atingido por um objeto ou atinge uma superfície dura (por exemplo, 
uma queda); a fratura ocorre no mesmo lugar onde o traumatismo foi recebido.
12
Unidade I
• Indiretos: o osso é submetido a uma força de torção ou angulação, resultando fratura no lugar 
onde se acumularam mais tensões ou onde o osso apresentava maior debilidade.
1.1.3 Classificação
As fraturas podem ser classificadas de acordo com etiologia, localização, morfologia, condição 
da pele, estabilidade ou disposição dos fragmentos. O profissional pode determinar essa classificação de 
acordo com a história do paciente, com as radiografias e com a condição da pele.
Para os fisioterapeutas, os objetivos da reabilitação podem ser específicos quando se conhece mais 
detalhes sobre a lesão instalada, e a avaliação e o relato do paciente sobre como a lesão ocorreu trazem 
informações importantes.
Segundo a etiologia (causa)
• Fraturas traumáticas: resultam da aplicação de uma força sobre o osso maior que sua resistência. 
Pode ocorrer no local de um impacto (fratura direta), em um local afastado da zona de impacto 
(por exemplo, fratura de cotovelo após levantamento de peso – fratura indireta), ou por contração 
muscularviolenta (fratura por tração muscular – avulsão de fragmento ósseo). Correspondem às 
fraturas mais frequentes.
• Fraturas por estresse (ou sobrecarga): ocorrem pela aplicação repetida e frequente de pequenas 
forças sobre um osso, que leva a fadiga e afundamento das trabéculas do osso, caracterizando a 
fratura (comum em corredores).
• Fraturas patológicas: ocorrem em um osso previamente fragilizado por uma doença (osteoporose 
ou tumor ósseo). Normalmente não há história de trauma anterior à fratura.
Segundo o estado da pele
• Fraturas fechadas: não há perfuração da pele, ela está íntegra e sem lesões.
• Fraturas expostas ou abertas: a pele está lesionada e os tecidos estão expostos, pode ocorrer uma 
infecção bacteriana. Pode haver lesão de vasos sanguíneos ou nervos.
Segundo o traço de fratura
Esse tipo de classificação identifica qual foi a direção e o sentido em que a fratura acometeu o osso. 
Só é possível visualizar o traço da fratura com a utilização de um exame de imagem, como a radiografia. 
Segundo esse critério, as fraturas podem ser das seguintes formas:
• Transversa: o osso fratura transversalmente em relação ao eixo.
• Oblíqua: a fratura cresce na diagonal, pode ser classificada como exposta e desviada.
13
FISIOTERAPIA TRAUMATOLÓGICA FUNCIONAL
• Espiralada: uma fratura em que um dos segmentos do osso roda.
• Cominutiva: caracterizada pela quebra do osso em mais de dois fragmentos, acontece 
principalmente devido a situações de alto impacto, como acidentes de carro, com arma de fogo 
ou quedas graves.
• Compressão: ocorre normalmente nas vértebras; ocorre quando a parte em forma de bloco de 
um osso individual da coluna (vértebra) fica comprimida devido a um trauma.
• Galho verde: é uma fratura em um osso jovem e suave que dobra e parcialmente quebra; o nome 
é uma analogia com um galho de madeira ainda verde, que similarmente quebra quando a parte 
de fora é dobrada.
A) B) C) D) E) F) 
Figura 1 – Classificação do traço de fratura – tipos: (A) fratura transversal, (B) fratura oblíqua, (C) fratura em espiral, 
(D) fratura cominutiva, (E) fratura por compressão e (F) fratura em galho verde, respectivamente
Fonte: Hansen (2019, p. 12).
 Observação
Para o médico, a identificação do tipo de fratura é um critério importante 
que influenciará na escolha do método de redução e fixação.
1.1.4 Aspectos clínicos das fraturas
O quadro clínico de todas as lesões é fundamental para que fisioterapeutas tracem os objetivos e as 
condutas específicas e adequadas para cada lesão.
As fraturas apresentam-se com o paciente queixando-se de dor e perda funcional.
O exame físico revela deformidade do membro e, frequentemente, há uma atitude anormal dessa 
extremidade e uma postura antálgica. A região traumatizada mostra uma mobilidade anormal e, à 
movimentação do foco da fratura, pode-se perceber crepitação provocada pelo atrito das extremidades 
14
Unidade I
ósseas. Esses sinais e sintomas não estão sempre presentes, principalmente se a fratura estiver 
minimamente deslocada e a deformidade não for evidente.
1.1.5 Aspectos radiológicos das fraturas
O correto estudo dos exames de imagens dos pacientes que sofreram trauma diminui a probabilidade 
de erro diagnóstico.
Devem ser realizados pelo menos incidências radiográficas em dois planos incluindo sempre as 
articulações proximal e distal.
Todo fisioterapeuta deve saber interpretar um exame de imagem, isso auxilia na ampliação do 
conhecimento e entendimento da fratura. Não se esqueça de que o paciente só chegará na reabilitação 
após diagnóstico e tratamento médico.
1.1.6 Reparo de fraturas
Esse tema com certeza já foi visto por você em algumas outras disciplinas do curso, mas nunca é 
demais rever alguns aspectos importantes e lembrar as fases da cicatrização que serão fundamentais no 
decorrer do processo de reabilitação das fraturas.
A cicatrização óssea e o reparo das fraturas podem ser divididos em:
• Fase inflamatória: quando ocorre a formação de hematoma e a proliferação celular. O momento 
da indução inicia tão logo ocorra a fratura, com ruptura de vasos sanguíneos do osso causando 
hemorragia e a liberação de fatores químicos que desencadearão o processo inflamatório e de 
reparo. Na sequência há a formação do hematoma e do coágulo seguidos do início da formação 
do tecido de granulação com a presença de fibroblastos.
• Fase de reparo: quando há a formação de calo ósseo que une a fenda e a ossificação. A alta 
atividade fibroblástica e a diferenciação em osteoblastos e condroblastos iniciam o processo de 
formação do calo ósseo mole pela invasão celular e formação de um tecido fibrocartilaginoso; a 
partir desse momento, inicia-se um processo de calcificação progressiva até a formação do calo 
duro, momento esse caracterizado pela alta atividade osteoblástica, mineralização do tecido de 
reparo e consolidação clínica e radiográfica da fratura.
• Fase de remodelamento: durante a qual ocorre o remodelamento do osso. É caracterizada por 
atividade osteoclástica com consequente remoção e remodelação óssea.
15
FISIOTERAPIA TRAUMATOLÓGICA FUNCIONAL
2. Proliferação 
do periósteo
3. Ossificação do 
tecido degenerado
4. Formação de calo ósseo 
com tecido ósseo primário
1. Remoção de células mortas 
e de restos de matriz óssea, 
por fagocitose
Hematoma 
da fratura
Fragmentos 
ósseos
Osso novo
Osso morto
Cartilagem
Periósteo
Calo 
externo
Calo 
interno
Figura 2 – Cicatrização do tecido ósseo
Fonte: Só biologia (2008-2021).
Tempo de consolidação
Sempre nos perguntamos quanto tempo demora um osso para consolidar, mas não há regras 
rígidas que determinam esse período de consolidação. A duração das fases de reconstrução óssea não 
é igual para todos os ossos. É importante conhecer os prazos esperados para cada um deles antes do 
estabelecimento de um critério de consolidação nula ou lenta.
De modo geral, não existem regras rígidas sobre o tempo de consolidação. Sabe-se que em média 
o osso está com o calo ósseo duro formado em 3 meses e o processo de remodelação final pode durar 
até 2 anos. Mas são muitos os fatores e variáveis que influenciam direta ou indiretamente o processo 
de consolidação da fratura.
Geralmente as crianças têm o osso cortical cicatrizado em 4 a 6 semanas, adolescentes em 6 a 8 
semanas, e adultos em 10 a 18 semanas.
Os principais fatores que influenciam a consolidação da fratura são:
• Aspecto mecânico: estabilidade do osso no local da fratura (a mobilidade da fratura – força de 
cisalhamento – dificulta a irrigação do hematoma e, portanto, a consolidação).
• Aspecto biológico: condição da vascularização no local da fratura (é necessária para a 
função osteogênica).
16
Unidade I
Algumas variáveis locais que podem influenciar são:
• a intensidade do trauma;
• o grau de perda óssea;
• o tipo de osso comprometido: a consolidação do osso esponjoso é mais rápida que no osso cortical; 
do mesmo modo, os ossos planos consolidam-se antes dos longos;
• separação dos fragmentos: se for excessiva não permite a organização do hematoma;
• interposição de partes moles: no foco de fratura podem interpor-se diferentes tecidos, como o 
muscular, ele servirá como um obstáculo mecânico para a consolidação;
• infecção por corpos estranhos: placas, fios, parafusos, mesmo que sejam os causadores da infecção 
e atrasem as fases de consolidação, não são retirados até que aconteça o amadurecimento 
do calo ósseo;
• o tipo de imobilização utilizado;
• se a fratura é intra-articular;
• possível presença de malignidade local.
Algumas variáveis sistêmicas também devem ser consideradas, tais como: a idade (nas crianças a 
consolidação é mais rápida), o sexo, a prática de exercícios físicos e a solicitação mecânica, além da 
influência hormonal.
Se uma fratura envolve a placa epifisária, podem ocorrer distúrbios no crescimento e deformidade 
óssea durante o amadurecimento do esqueleto.
 Lembrete
Não existem regras rígidas sobre o tempo de consolidação. Sabe-se que 
em médiao osso está com o calo ósseo duro formado em 3 meses e o 
processo de remodelação final pode durar até 2 anos.
1.1.7 Sequelas e complicações
As sequelas e complicações são um dos maiores desafios que os fisioterapeutas enfrentam em todo 
e qualquer processo de reabilitação.
Após a fratura, o tecido ósseo cicatriza sem ficar sequelas, podendo desaparecer qualquer vestígio 
da fratura (calo ósseo) após alguns meses. Porém existem situações nas quais o processo de reparação 
17
FISIOTERAPIA TRAUMATOLÓGICA FUNCIONAL
óssea não é capaz de restabelecer por completo a forma ou função original do osso fraturado, isso 
acontece normalmente quando há complicações como:
• Infecção (osteomielite): a infecção óssea pode ocorrer em fraturas expostas e procedimentos 
cirúrgicos que atinjam o osso (tal como osteotomia) e é especialmente grave devido à baixa 
irrigação sanguínea e escassez de células vivas; nesse caso o paciente precisará passar por 
procedimentos de assepsia e administração de antibióticos.
• Necrose avascular: morte de parte do osso (necrose) algum tempo após a fratura, isso acontece 
quando há lesão dos vasos sanguíneos que levam sangue a essa parte do osso. O bom alinhamento 
do foco da fratura e uma intervenção precoce e precisa ajudam a diminuir esse risco.
• Pseudoartrose: é o atraso da consolidação da fratura ou a ausência total de consolidação. Ocorre 
a formação de uma articulação no foco da fratura (por isso o termo: pseudo = falso/artros 
= articulação), que não se junta após um determinado período. O diagnóstico de pseudartrose 
é quando não há mais esperança de consolidação natural (normalmente em 6 meses), e deve 
haver a correção cirúrgica. A falta de consolidação pode ocorrer por vários fatores: separação dos 
fragmentos ósseos, perda óssea nas fraturas expostas, fixação inadequada, interposição de partes 
moles entre os fragmentos ósseos e infecção.
• Consolidação viciosa: o osso se consolida fora da sua posição anatômica, pode acontecer devido 
à má redução da fratura ou de uma imobilização em posição inadequada. As consequências 
podem ser apenas estéticas, mas em algumas situações pode haver limitação ou até perda da 
função do membro afetado.
Figura 3 – Consolidação viciosa de fêmur
18
Unidade I
• Desvios angulares do membro e deformidades: podem aparecer em decorrência de 
consolidações viciosas ou alterações articulares ocasionadas por falhas no processo de recuperação 
e reabilitação.
1.1.8 Tratamento ortopédico
O tratamento ortopédico das fraturas é baseado em múltiplos fatores. O médico determinará a 
gravidade da fratura de acordo com alguns aspectos, se a fratura é aberta ou fechada, com desvio ou 
sem desvio e se é estável ou instável.
O fisioterapeuta precisa conhecer a abordagem de tratamento médico para a fratura, uma vez que a 
sua intervenção dependerá diretamente desse tratamento. Lembre-se de que muitos dos recursos 
que utilizamos na reabilitação possuem contraindicações.
O tratamento das fraturas deve seguir sempre quatro princípios básicos:
• Redução anatômica da fratura, que pode ser fechada (incruenta) ou aberta (cruenta ou cirúrgica).
• Maior grau de estabilização possível do osso fraturado (imobilização com gesso, tala, enfaixamento, 
órtese ou material de osteossíntese).
• Preservação do suprimento sanguíneo (as trações auxiliam na redução e preservação da irrigação).
• Mobilização precoce ativa com carga no membro indolor; possível quando realizado o procedimento 
cirúrgico imediato e a fixação com materiais de síntese, como os internos (interfragmentares, de 
suporte e tutores) ou externos (fixadores externos).
O tratamento conservador é indicado nos casos quando forem previsíveis bons resultados, nos 
pacientes em mau estado geral que não suportariam uma intervenção cirúrgica, nas crianças (exceto 
em algumas fraturas articulares ou periarticulares) e se houver dificuldade para o emprego de anestesia. 
Ele tenta otimizar o processo natural de reparação do osso sem proporcionar traumatismos adicionais 
associados a uma cirurgia. Envolve a redução da fratura, que pode ser feita com ou sem anestesia, 
e consiste em exercer uma tração adequada sobre o membro afetado, de forma que os segmentos 
da fratura fiquem alinhados na sua posição anatômica. Uma redução adequada diminui o risco de 
consolidação viciosa. Após a redução, há diminuição da dor, que pode até desaparecer por completo.
Após alinhamento anatômico do foco de fratura, o membro é estabilizado com o objetivo de 
prevenir o movimento dos segmentos da fratura utilizando vários meios, sendo os mais frequentes a tala 
gessada, o gesso fechado, ou as órteses. Uma imobilização deficiente (ou remover a imobilização antes 
da formação do calo ósseo) pode causar uma pseudoartrose, uma situação que geralmente necessita de 
correção cirúrgica.
A imobilização é mantida de acordo com o osso fraturado e a sua região atingida, podendo variar 
de 3 a 8 semanas.
19
FISIOTERAPIA TRAUMATOLÓGICA FUNCIONAL
O médico pode prescrever medicamentos para alívio da sintomatologia, em particular analgésicos e 
anti-inflamatórios para reduzir a dor e inflamação local.
O procedimento cirúrgico fica reservado para as fraturas mais complicadas, quando é necessária 
uma qualidade de redução de fixação que não se conseguiria com o tratamento conservador, se houver 
interposição de partes moles no foco de fratura, caso persistir a má posição dos fragmentos, em algumas 
fraturas abertas ou quando o tratamento conservador não foi eficaz.
A cirurgia tem por objetivo restabelecer o alinhamento normal do osso, e manter esse alinhamento 
até a reparação da fratura. Permite também corrigir algumas lesões das partes moles, em especial vasos 
sanguíneos que possam ter rompido.
Podem ser utilizadas várias técnicas para o restabelecimento da continuidade óssea por meio 
cirúrgico. São utilizados placas e parafusos, hastes intramedulares ou fios de Kirschner. Esses materiais 
utilizados para a fixação, normalmente metálicos, são denominados osteossínteses.
As osteossínteses podem ser classificadas de uma maneira geral em internas e externas. As internas 
podem ser do tipo interfragmentar (parafusos, placas de autocompressão), de suporte (placas) ou tutores 
(fios de aço, hastes intramedulares). Já as externas são os fixadores externos, os quais podem ser lineares, 
semicirculares ou circulares.
 Observação
A presença de osteossínteses metálicas contraindica a utilização de 
alguns recursos de termoterapia. Assim, o recurso terapêutico a ser utilizado 
dependerá do método de fixação.
A) B) 
Figura 4 – Tipos de osteossíntese, haste intramedular (A), placas e parafusos (B)
20
Unidade I
1.1.9 Tratamento fisioterapêutico
O papel do fisioterapeuta para recuperação funcional completa do paciente pós-fratura é vital.
No processo de reabilitação das fraturas, devemos considerar: as variáveis da fratura, o tipo de 
tratamento ortopédico utilizado, a fase da consolidação em que a fratura se encontra e as condições 
gerais do paciente.
A reabilitação apresenta dois grandes objetivos:
• a consolidação da fratura;
• a diminuição das consequências da síndrome do imobilismo.
Para o tratamento das fraturas, precisamos conhecer dois conceitos importantes:
• Lei de Wolf (1892): “o crescimento ósseo se adapta às forças colocadas sobre ele”.
• Efeito piezoelétrico: toda forma de energia mecânica aplicada sobre o osso é transformada 
em atividade elétrica, que resulta em troca iônica, contribuindo para o processo de formação e 
mineralização do calo ósseo.
Dessa forma, para auxiliar no processo de consolidação, o osso necessita de sobrecargas gravitacionais, 
sustentação de peso, compressões articulares, movimentação do membro e contração muscular 
isométrica (sempre respeitando as limitações de cada fase). Podem ser utilizados o ultrassom terapêutico 
de baixa intensidade, a eletroestimulação e a radiação laser AsGa (para ativação da cicatrização).
Com a imobilização ocorre enfraquecimento do tecido conjuntivo,degeneração articular, atrofia 
muscular, desenvolvimento de contraturas, perda de massa óssea, rigidez articular, diminuição da 
circulação, inflamação (edema e dor), além de lesão dos tecidos moles com sangramento e formação 
de cicatriz.
O plano de tratamento possui como objetivos:
• Orientar o paciente: ensinar adaptações funcionais, informar o paciente sobre as limitações até 
que a fratura esteja radiologicamente cicatrizada.
• Diminuir os efeitos da inflamação durante o período agudo: utilização de recursos de 
eletrotermoterapia (gelo) e elevação do membro.
• Diminuir os efeitos da imobilização: exercícios isométricos intermitentes leves; exercícios de 
amplitude de movimento (ADM) ativa para articulações acima e abaixo da região imobilizada.
21
FISIOTERAPIA TRAUMATOLÓGICA FUNCIONAL
• Promover proteção até que esteja radiologicamente cicatrizado: usar descarga de peso parcial no 
membro inferior e atividades não estressantes no membro superior.
• Iniciar exercícios ativos: exercícios de ADM ativa, isométricos suaves em múltiplos ângulos das 
articulações não afetadas.
• Aumentar a mobilidade das articulações e dos tecidos moles: iniciar técnicas de mobilização 
articular com a força aplicada no sentido proximal em relação ao local de fratura em cicatrização. 
Para o alongamento muscular, aplicar força proximal ao local de cicatrização da fratura até que 
esteja radiologicamente cicatrizada.
• Aumentar a força e a resistência muscular à fadiga: à medida que a ADM aumenta e o osso 
cicatriza, iniciar exercícios resistidos e repetitivos.
• Melhorar a função cardiorrespiratória: iniciar exercícios aeróbicos seguros que não sobrecarreguem 
o local de fratura até que esteja cicatrizado.
Os resultados esperados são: uma boa cicatrização e remodelação óssea, ausência de sintomas 
clínicos e funcionalidade adequada.
 Lembrete
Cuidados importantes: não realizar sobrecarga na parte distal ao local 
de fratura, respeitar o tempo para descarga de peso no membro afetado e 
observar a possível presença de osteossíntese.
1.2 Fraturas por estresse (stress)
Fraturas por estresse são falhas ósseas causadas pela repetida aplicação de carga mecânica, além do 
limite de tolerância de determinado osso. Essas fraturas podem ser precipitadas por um evento isolado, 
mas a lesão foi desenvolvida durante um período de tempo. É comum aos atletas de alto desempenho 
(alto impacto) e militares (marcha por longa distância), mas pode acometer qualquer pessoa que pratique 
atividade física.
1.2.1 Etiologia
Quase todas as fraturas por estresse ocorrem em seguida a uma mudança no esquema de treinamento 
ou desempenho, que aumenta a carga mecânica sobre determinado osso. Um aumento no estresse 
mecânico sobre o osso resulta em microlesões que disparam a cascata normal de respostas à lesão óssea. 
Infelizmente, com a repetição da carga, ocorre uma reposta desordenada, acompanhada de reabsorção 
acelerada do tecido ósseo. Esse quadro termina resultando em um enfraquecimento da região afetada, 
e em subsequente falência mecânica ou fratura.
22
Unidade I
Além da intensidade dos treinos, as fraturas por estresse podem acontecer por esgotamento muscular 
(esforço excessivo) e por falta de absorção de impactos acumulativos. Os ossos não estão adaptados 
para absorver muita energia, e os músculos agem como absorventes adicionais de choques. Os músculos 
fadigados transferem a sobrecarga do estresse para o osso que é submetido a uma carga excessiva sem 
o devido respeito aos princípios de progressão e repouso, e inicia-se uma fratura da parte mais interna 
do osso (trabéculas ósseas), que pode, se não tratado, progredir para uma fratura completa (incluindo 
a cortical).
1.2.2 Incidência
Os ossos dos membros inferiores são os mais acometidos, principalmente os ossos do pé, 35% – 
metatarsos (corrida, caminhada, balé) e calcâneo (basquete e vôlei); tíbia (saltadores no 1/3 médio, 
corredores no 1/3 proximal ou distal, futebol, aeróbica); fíbula (corrida, patinação, aeróbica); e fêmur 
(corrida, basquete, salto), cuja origem é a sobrecarga de forma intensa, mal realizada ou sem o devido 
intervalo de recuperação. Além de ossos da pelve (corrida e caminhada) e vértebras na coluna (esportes 
associados com movimento de torção e hiperextensão – ginástica, esqui aquático, futebol americano, 
salto em altura).
As mulheres são mais acometidas por esse tipo de fratura do que os homens. Isso acontece por uma 
condição conhecida como “a tríade da atleta feminina”:
• distúrbio alimentar (bulimia ou anorexia);
• amenorreia (ciclo menstrual ausente);
• osteoporose (quando a massa óssea da mulher diminui, aumentam as chances de ocorrência de 
fratura por estresse).
1.2.3 Exame físico
Os aspectos clínicos são similares aos das fraturas agudas, pode haver deformidade e seu surgimento 
pode ser gradual; o edema pode acompanhar o quadro agudo; pode ocorrer tumefação óssea; há 
sensibilidade óssea localizada; presença de dor com o movimento do segmento afetado, a aplicação 
de estresse sobre o osso envolvido pode aumentar a intensidade da dor; limitação da função pela 
presença da dor.
1.2.4 Diagnóstico
As alterações radiológicas são sutis ou inexistentes, frequentemente o diagnóstico de fratura por 
estresse depende da suspeita do médico, decorrente da vulnerabilidade dos atletas em determinados 
esportes e de possíveis mudanças na intensidade dos exercícios. A radiografia só mostrará a formação 
de um calo ósseo no local de fratura na fase tardia.
23
FISIOTERAPIA TRAUMATOLÓGICA FUNCIONAL
Os exames de cintilografia óssea e ressonância magnética são necessários para a confirmação do 
diagnóstico nas fases iniciais.
Figura 5 – Exame de ressonância nuclear magnética de joelho, evidenciando 
edema ósseo causado por fratura por estresse
1.2.5 Prevenção
Nem sempre podemos prevenir uma fratura, afinal, a ocorrência de traumas é imprevisível. Já as 
fraturas por estresse possuem um diferencial e a atuação do fisioterapeuta é fundamental quando há 
um planejamento para início das atividades esportivas.
A prevenção das fraturas por estresse depende da identificação dos pacientes de risco. Pacientes que 
aumentam rapidamente suas demandas de treinamento e competição, que estejam amenorreicas ou 
com imaturidade do esqueleto (os ossos estão relativamente osteoporosos), e que são acometidos de 
síndrome do uso excessivo estão entre os indivíduos “em risco”.
Uma parte importante da prevenção é a orientação clara de atletas, treinadores, técnicos e pais com 
relação aos possíveis riscos de um programa de treinamento inadequado. O aumento da intensidade e 
duração do treino deve ser lenta e gradual em qualquer atividade esportiva.
24
Unidade I
• Intensidade e aumento do treino: recomenda-se um acréscimo de até 10% semanal. Os ossos irão 
se adaptando ao estresse adicionado, podendo suportar no futuro quantidade maior de sobrecarga.
• Aumentar a ingesta de cálcio e da vitamina D, a critério médico.
• Monitorar a alimentação, porque a nutrição tem papel vital no desenvolvimento do osso (risco de 
osteoporose).
• Deve-se utilizar equipamentos adequados. Tênis novos, macios e com amortecedores de impacto, 
adequados à modalidade praticada.
• Se houver dor ou edema, a interrupção da atividade deve ser imediata.
1.2.6 Tratamento
Quando esse tipo de fratura for diagnosticado precocemente, o tratamento pode ser mais direcionado 
e trará benefícios mais efetivos.
Muitas fraturas de fadiga são decorrentes de erros de treinamento cometidos por um atleta em 
determinado instante de seu desenvolvimento. A identificação e correção desses erros pelos atletas, 
técnicos e pais são fundamentais no tratamento dessas lesões potencialmente recorrentes.
O repouso relativo é necessário, o atleta deve ser afastado de toda e qualquer atividade de impacto 
até que os sintomas tenham desaparecido e ocorrido consolidação radiológica; podem ser realizadas 
atividades na água e exercícios de fortalecimento e alongamento para manter a condiçãomuscular 
e cardiorrespiratória. Pode haver necessidade de aplicação de gesso, dependendo da fratura e de sua 
localização, esse procedimento assegura de forma eficaz o repouso completo da atividade.
Cabe ao fisioterapeuta orientar os atletas quanto a:
• Repouso: é necessário o repouso da atividade que causou a fratura por estresse, e durante 
6 a 8 semanas para que ocorra a consolidação da fratura. Caso a atividade for retomada muito 
rapidamente, o foco de fratura pode aumentar, dificultando a cura. As recidivas podem levar a 
problemas crônicos.
• Calçado adequado: tênis com bom amortecimento e o descanso apropriado podem evitar esse 
tipo de lesão.
• Substituição da atividade física: trocar a corrida por outra atividade aeróbia sem impacto como 
a natação ou o ciclismo, e quando voltar a correr, iniciar em terreno macio ou grama.
Após o período de recuperação e consolidação radiográfica da fratura, são indicadas 2 semanas de 
realização de atividade suave sem nenhuma dor, assim a progressão dos exercícios deve ser gradual.
25
FISIOTERAPIA TRAUMATOLÓGICA FUNCIONAL
A reabilitação tem como objetivo principal ganhar força muscular para ajudar dissipar as forças 
excessivas transmitidas aos ossos. Além de reeducar o gestual esportivo e as fases da marcha. Deve-se 
trabalhar com carga progressiva e retorno gradativo ao esporte.
Pode haver necessidade de fixação interna em fraturas por estresse com elevada incidência de 
pseudoartrose. A cirurgia pode ser necessária para adequada readaptação e redução anatômica 
apropriada e permite um retorno mais rápido ao treinamento ou esporte. A reabilitação é realizada em 
média de 6 meses.
2 FIXADORES EXTERNOS
Você já deve ter visto pessoas utilizando aquelas “gaiolas” nos membros e com certeza já sentiu 
aflição ao pensar como deve incomodar e doer a presença daquele metal no corpo.
Quando trabalhamos com reabilitação traumatológica vamos nos deparar constantemente com esse 
tipo de situação. E nada melhor do que conhecer para executar com maestria nossa profissão.
A fixação esquelética externa é um método de fixação óssea ou de fragmentos ósseos, utilizando 
pinos ou fios transfixantes que penetram perpendicularmente no esqueleto, e são fixados uns aos 
outros por uma armação metálica. Ela controla fraturas abertas com danos de tecidos moles, artroses 
e artrodeses, proporcionando um apoio estável ao mesmo tempo que permite o tratamento das lesões 
dos tecidos moles.
Figura 6 – Fixador externo para punho
Os fixadores externos têm sido usados para o tratamento de patologias osteoarticulares desde 1853. 
Em geral, atribui-se a Lambotte o mérito por ter utilizado pela primeira vez a fixação externa com pinos. 
Anderson (1934), Stader (1937) e Hoffman (1938) popularizaram uma técnica de fixação esquelética 
externa (ROTBANDE; RAMOS, 2000).
26
Unidade I
Hoffmann, em 1938, apresentou no Congresso Suíço de Cirurgia seu fixador externo com três pinos, 
“half pins”, em cada segmento ósseo, fixando cada conjunto a uma plataforma de placas isolantes 
para impedir transtornos elétricos entre os pinos, sendo cada plataforma conectada através de uma 
articulação universal a uma barra rosqueada com dobradiça e interligada à plataforma do outro 
segmento ósseo, permitindo assim a mobilização dos fragmentos em três planos, possibilitando, com 
isso, a instalação do aparelho, sem a redução prévia da fratura, técnica chamada por Hoffmann de 
osteotaxia, termo derivado do grego osteotaxis, que significa “colocar o osso no lugar”. Inicialmente 
eram utilizados para complementar outros sistemas de reparo das fraturas, como as placas, os parafusos 
e as hastes intramedulares. Vidal e Adrey, utilizando a abordagem de Hoffman, aprimoraram ainda mais 
a técnica (ROTBANDE; RAMOS, 2000).
Ilizarov, em 1951, apresentou um revolucionário sistema de fixação externa, que consistia na união 
de dois semicírculos conectados entre si, formando um anel onde é fixado um par de fios de Kirschner de 
1,5 mm ou 1,8 mm de diâmetro que transfixam o osso, em posição a mais próxima da ortogonal, 
sob tração de 90 kgf a 130 kgf. Esse anel é conectado a outro através de quatro hastes longitudinais 
rosqueadas. Tem-se, com isso, a possibilidade de utilização de fios mais finos transfixados em vários 
planos e com melhor estabilização óssea a ser utilizada no alongamento dos membros, na transposição 
dos ossos e na fixação de fraturas (ROTBANDE; RAMOS, 2000).
O fixador externo de Ilizarov foi desenvolvido em 1951 no Centro Ortopédico de Kurgan, na Rússia, 
pelo professor Gavrill Ilizarov, e só chegou aos países do ocidente em 1981. Esse fixador permite que se 
realize compressão, distração, transporte ósseo, remodelamento e o alongamento ósseo, possibilitando 
a correção de fraturas e deformidades ósseas, tratamento de infecções e até mesmo a substituição do 
emprego de próteses ou enxerto ósseo nas ressecções tumorais. É o mais complexo dos fixadores e 
apresenta as melhores condições de atuação em todas as possibilidades clínicas.
Figura 7 – Fixador externo Ilizarov
Disponível em: https://cutt.ly/db2t83S. Acesso em: 19 maio 2021.
27
FISIOTERAPIA TRAUMATOLÓGICA FUNCIONAL
O método idealizado por Ilizarov permite tratamento de pacientes com afecções complexas, já 
tratadas sem sucesso com métodos tradicionais, obtendo resultados únicos. É um aparelho desenvolvido 
e concebido em função de uma metodologia específica respeitando a vascularização óssea, a estabilidade 
da montagem e a reeducação articular precoce.
 Saiba mais
Leitura sugerida:
CIMBRELO, E. G. et al. Ilizarov technique. Results and difficulties. 
Clin. Orthop. Relat. Res., 283, p. 116-123, out. 1992.
MACHADO, I. R. et al. Proposta de um protocolo para prevenção e 
tratamento das complicações no uso da técnica de Ilizarov. Rev. Bras. Ort., 
v. 27, n. 8, p. 601-605, ago. 1992.
SISK, T. D. External fixation. Historic review, advantages, disadvantages, 
complications and indications. Clin. Orthop. Relat. Res., 180, p. 15-22, 
Nov. 1983.
2.1 Considerações sobre o método de Ilizarov
Você já deve ter percebido que na medicina, normalmente, os aparelhos, dispositivos e lesões 
possuem o nome de quem primeiro o descreveu. Com esse fixador não foi diferente, como já vimos 
anteriormente. Esse é o nome das “gaiolas” que comentamos a pouco.
A indicação e definição da utilização desse método depende exclusivamente do médico assistente 
do paciente após avaliação criteriosa da fratura ou situação.
O fixador externo de Ilizarov é um tipo diferente de fixador, de forma circular, composto por elementos 
principais e elementos secundários da seguinte forma:
• Elementos principais: fios transósseos com ou sem oliva de apoio, anéis, semianéis, arcos, parafusos 
fixa-fio e tendifio, morsetos; sua função é estabilizar o esqueleto e seus fragmentos ósseos.
• Elementos secundários: hastes rosqueadas, hastes elescópicas, placas de conexão retas, curvas 
e tortas, bandeirinhas, arruelas, bússolas, parafusos e porcas, diversos tipos de chaves anguladas e 
retas e tensor de fios; são peças padronizadas que fazem a conexão de várias partes do aparelho.
O procedimento de colocação dos fios e pinos é percutâneo, ou seja, pouco invasivo e sem dissecção 
cirúrgica, o que preserva a integridade de partes moles e ósseas. Após a colocação de fios e pinos que 
estão presos ao osso, é conectado por meio de porcas e parafusos o fixador externo.
28
Unidade I
A técnica de osteossíntese transóssea é a mais empregada atualmente, consiste na corticotomia 
da zona metafisária dos ossos com preservação do periósteo, com o objetivo de recriar as condições 
fisiológicas do crescimento, acelerando a formação do calo ósseo e a consolidação através de 
micromovimentos unicamente axiais.
O princípio utilizado nessa forma de colocação do fixador se fundamenta na plasticidade dos tecidos 
e na lei de tensão-estresse (tension stress), que promove uma tração tecidual, gradual e constante. 
Gerando estresse, estimula o crescimento e regeneração dostecidos, o que aumenta a função proliferativa 
e biossintética do osso.
A fixação rígida diminui a resposta perióstica e acelera a ossificação medular. Dessa forma, ocorre 
menor formação do calo ósseo, principalmente na cortical mais rígida, próximo ao fixador, para isso a 
redução cuidadosa do foco da fratura é essencial.
A distração também pode ser utilizada na fixação de fraturas articulares cominutivas. O princípio é 
de que a distração promova a redução da fratura através da moldagem dos fragmentos fraturados pela 
tração exercida pelos tecidos moles.
O objetivo da utilização do método de Ilizarov é promover a manutenção das funções de sustentação 
e locomoção do membro acometido, promovendo a mobilização precoce do paciente; contenção 
de fraturas e alongamentos ósseos (ossos longos). A possibilidade de colocação de carga precoce na 
extremidade atingida promove solicitação fisiológica na região dos fragmentos ósseos, estimulando a 
osteogênese com a aplicação do efeito piezoelétrico.
A principal indicação é para as lesões/fraturas (ocasionadas de traumas de grande intensidade) em 
que há uma grande perda de substância de pele e de osso. Pode ainda ser indicado para:
• alongamento do membro (agenesias ósseas, displasias fibrosas, sequelas traumáticas ou infecciosas 
e acondroplasias);
• tratamento imediato das fraturas complexas dos membros, abertas ou fechadas (quando outros 
meios de osteossíntese não possam ser utilizados);
• fraturas severas associadas à perda óssea, à lesão de partes moles, à lesão neurovascular ou a 
queimaduras;
• fraturas cominutivas graves;
• fraturas múltiplas, pélvicas, expostas;
• estabilização de osteotomias;
• pseudoartrose congênita ou adquirida, séptica ou não;
29
FISIOTERAPIA TRAUMATOLÓGICA FUNCIONAL
• desvios axiais ou rotacionais e deformidades dos ossos longos (pós-infecciosa, pós-traumática 
ou congênita).
Quando o fixador é utilizado para realizar um alongamento ósseo, a regulagem no aparelho iniciará 
entre o 7º e o 14º dia pós-cirurgia de colocação. O ajuste é realizado pelo próprio paciente ou familiar de 
forma mecânica e manual girando 1/4 de volta as porcas sextavadas do aparelho por quatro vezes ao dia. 
A taxa de distração é de 1 mm/dia em adultos – que é fracionada em 4 vezes ao dia (0,25 mm/dia), com 
intervalos regulares de 6 em 6 horas –, e de até 1,25 mm/dia em crianças. O alongamento pode atingir 
um total de 16 cm a 18 cm em um período próximo a 1 ano de tratamento.
Esse alongamento gradual não é doloroso, pois o ajuste é realizado diariamente de forma lenta 
pelas porcas sextavadas do aparelho. Porém, com o decorrer do processo, alguns pacientes referem 
sentir estiramentos musculares ou desenvolver contraturas articulares, já que o alongamento que está 
ocorrendo na parte óssea é acompanhado pelas partes moles.
O tratamento fisioterapêutico com auxílio de manobras de relaxamento muscular e até uso de 
compressas quentes são importantes para que esse desconforto possa ser minimizado. O uso de drogas 
analgésicas e relaxantes musculares podem ser necessários.
A retirada do fixador de Ilizarov ocorre quando há a involução do edema, corticalização, calcificação 
do tecido regenerado (verificado através de radiografias) e desaparecimento da dor à movimentação. 
O tempo é variável de paciente para paciente conforme o objetivo a ser atingido em cada tratamento.
2.1.1 Vantagens do método
A técnica de um fixador com fios metálicos mais finos tornou mais segura a aplicação na região 
metafisária dos ossos, no entanto, por causa da utilização desses pinos “através” dos tecidos, o 
conhecimento anatômico necessário para sua introdução torna-se muito maior. Os arcabouços de Ilizarov 
são úteis para tratamento de fraturas, transposição (transporte) de ossos e alongamento dos membros.
O acesso às partes moles é uma das principais vantagens do método, pois ao mesmo tempo que se 
trata a fratura, deixam-se expostos pele e tecidos para cicatrização.
O aparelho de Ilizarov permite montagens variadas com a utilização dos círculos e semicírculos, 
podendo ser utilizado em várias situações pela sua versatilidade.
A correta montagem, associada à experiência do médico e à técnica utilizada ainda promovem menor 
trauma no foco de fratura e da corticotomia e manutenção da vascularização óssea e dos elementos 
vásculo-nervosos, assim permitindo controle contínuo da osteogênese.
Para a reabilitação, a utilização do Ilizarov permite colocação de carga imediata e manutenção das 
funções articulares não transpassadas pelo fixador, e geralmente o período de internação do paciente 
tende a ser menor.
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Unidade I
2.1.2 Desvantagens do método
O fixador de Ilizarov possui algumas desvantagens pelo seu tamanho, peso e material utilizado, 
portanto a colaboração ativa do paciente é necessária na evolução do tratamento, pois a difícil aceitação 
psicológica pode ser um obstáculo.
Existe limitação da vida social e de trabalho do paciente em virtude da forma e do peso considerável 
do aparelho, as roupas precisarão ser adaptadas, os cuidados higiênicos devem ser redobrados na região 
dos pinos, além da necessidade inicialmente da utilização dos dispositivos auxiliares para deambulação.
Os fios transpassados pelos ossos e tecidos podem causar dores cutâneas e musculares, edema, 
infecção superficial nos pinos e fios e dificuldade na contração muscular.
O médico ortopedista que realizar a colocação do fixador deve ter muita experiência e prática, pois 
podem surgir problemas ligados à técnica cirúrgica ou ao material, como a insuficiência de distração 
ou compressão, o desalinhamento do eixo, a corticotomia insuficiente e a ruptura dos fios, levando à 
necessidade de um novo procedimento cirúrgico.
2.1.3 Possíveis complicações
Os dispositivos de fixação externa devem ser utilizados para tratar as fraturas até haver consolidação, 
ou ainda no caso do aparelho de Ilizarov, até que os objetivos de alongamento ósseo sejam atingidos; 
isso pode levar o paciente a ficar meses ou até mesmo mais de um ano com o aparelho. Dessa forma 
inúmeras complicações podem aparecer:
• Edema do membro em tratamento.
• Inflamação dos orifícios do fio, que é reconhecida por eritema, desconforto local e infiltração ao 
redor do pino ou do fio.
• Complicações vasculares e nervosas (flebite e fístulas arteriovenosas).
• Complicações infecciosas (fístulas e osteítes) e tróficas (amiotrofia e algodistrofia).
• Fratura secundária ou desnivelamento do eixo secundário.
• Pseudoartrose.
• Prejuízo neurológico periférico.
• Rigidez articular temporária, que é quase inevitável pela passagem dos fios através da musculatura.
• Limitação de movimentos.
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FISIOTERAPIA TRAUMATOLÓGICA FUNCIONAL
• Déficit de força muscular.
• Subluxação articular.
2.1.4 Cuidados no pós-operatório
O fisioterapeuta assume um papel importante nas orientações ao paciente sobre o autocuidado. 
Ainda durante a internação hospitalar, o fisioterapeuta deve informar e orientar o paciente de como 
realizar os cuidados e higiene do aparelho, deve-se observar a área próxima aos pinos ou fios procurando 
sinais de infecção ou soltura, caso haja, deve-se avisar o médico responsável para recolocar os pinos ou 
fios em outro ponto, se necessário.
Caso o paciente apresente infecção no trajeto dos pinos ou fios sem afrouxamento associados à 
infecção profunda, o médico prescreverá a utilização de medicação antibiótica.
O paciente deverá realizar semanalmente a limpeza de todos os pontos de inserção e saída dos pinos 
e fios, além de ensinar o procedimento de ajuste para o alongamento ósseo, caso necessário.
E o tratamento fisioterapêutico deve ser iniciado com as mobilizações das articulações adjacentes, 
orientar posicionamento no leito para evitar edema, manter força muscular nos membros não 
acometidos, manter o condicionamento cardiorrespiratório com a utilização de exercícios respiratórios 
e se possível iniciar treino de força isométrica leve no membro que passou pelo procedimento.
Aduração da fixação externa frequentemente é determinada pela extensão da lesão dos tecidos 
moles ou dos objetivos a serem alcançados com a utilização do dispositivo.
2.1.5 Conduta fisioterapêutica
A fisioterapia aplicada aos pacientes portadores desse tipo de fixador externo atua como um grande 
coadjuvante no tratamento desses pacientes, objetivando a manutenção dos seus sistemas orgânicos, a 
reeducação e a recuperação das suas funções motoras.
Um dos principais objetivos do processo de reabilitação é auxiliar os pacientes a atingir sua 
independência funcional nos limites da incapacidade específica causada pela lesão.
A programação do tratamento se inicia anteriormente ao procedimento cirúrgico, se possível, em 
consulta de orientação prévia e explicação de como será o tratamento com a utilização do fixador. Esse 
primeiro contato é de fundamental importância para que o paciente se sinta seguro e envolvido com o 
processo participando ativamente de todas as fases.
Após a colocação do fixador externo, é realizada uma nova avaliação para analisar as condições 
gerais do paciente pós-cirurgia, para que assim sejam traçados os objetivos gerais e específicos do 
tratamento. Nessa avaliação são observados os grupos musculares envolvidos, o arco de movimento das 
articulações adjacentes, a sensibilidade e as condições locais do sítio da fratura.
32
Unidade I
Os principais objetivos da fisioterapia são:
• Aliviar a dor e controlar o processo inflamatório.
• Auxiliar na aceitação da imagem psicossocial-sensorial e motora do paciente; se necessário um 
psicólogo deve ser procurado.
• Promover a recuperação de força e flexibilidade muscular.
• Promover a integridade dos tecidos tendinosos.
• Manter a mobilidade articular.
• Auxiliar na manutenção da circulação arteriovenosa e linfática.
• Promover o relaxamento muscular com movimentos rítmicos e dinâmicos.
• Melhorar a coordenação motora.
• Orientar o treino de marcha e adaptações a serem realizadas pelo tamanho e volume do fixador.
 Observação
Ao movimentar o segmento corporal estabilizado pelo fixador externo, 
seja durante avaliação ou tratamento, deve-se evitar manipular o fixador 
externo, usando-o como “alça” ou suporte para mobilizar ou elevar o segmento 
submetido à fixação externa. Essa mobilização ou elevação do segmento deve 
ser realizada pela sua extremidade livre.
A reabilitação do paciente pode ser dividida em quatro fases.
Período do pós-operatório imediato (iniciado no 2º dia após a cirurgia)
Nessa fase, o fisioterapeuta deve orientar e ensinar o paciente sobre mudanças de decúbito e a 
posição correta que seu membro deve assumir no leito, podendo fazer uso de talas para a correção 
da posição.
Deve-se realizar a movimentação ou mobilização ativa das articulações adjacentes e exercícios 
respiratórios logo após o procedimento de forma confortável para o paciente, em média, em torno de 
24 a 48 horas da cirurgia. Esse procedimento não só diminui a rigidez articular pós-operatória, como 
também facilita a nutrição da cartilagem articular.
33
FISIOTERAPIA TRAUMATOLÓGICA FUNCIONAL
Fase de distração (iniciada no 5º dia após a cirurgia)
O objetivo dessa fase é a manutenção da mobilidade articular para evitar as contraturas decorrentes 
da posição antálgica ou por medo do movimento.
Para evitar a progressiva perda de mobilidade é essencial tentar manter o máximo possível o 
movimento articular, tanto dos membros não acometidos como o das articulações adjacentes ao fixador.
Há preocupação também de prevenir a atrofia muscular da musculatura adjacente com exercícios 
de força durante o alongamento.
Fase de consolidação (o período é variável de acordo com o objetivo do fixador)
É o período da formação do calo ósseo. Durante esse período de alongamento e formação gradativa 
do calo ósseo, o objetivo da reabilitação será evitar a perda de mobilidade articular, fraqueza muscular 
e dor. Essa é a fase da reeducação muscular.
Última fase (quarta – retirada do fixador – tempo variável)
Após a remoção do fixador externo, ainda pode haver o risco de fratura óssea no local regenerado 
e onde os pinos estavam perfurando o osso. É comum os pacientes serem imobilizados por aparelho 
gessado ou com a colocação de uma órtese durante aproximadamente 1 mês.
Com o acompanhamento radiográfico do paciente, o médico liberará para a reabilitação mais 
direcionada. A base do tratamento será a cinesioterapia, composta por exercícios passivos, ativos (livres 
e assistidos), alongamento, fortalecimento muscular isométrico e isotônico, mobilizações articulares 
para ganho de ADM, exercícios proprioceptivos (excitando as terminações nervosas, a fim de obter de 
maneira reflexa as contrações musculares com finalidade de proteção ou aprendizagem do movimento) 
e treino de marcha (quando o fixador externo de Ilizarov é utilizado nos membros inferiores).
Podem ser utilizados recursos massoterapêuticos, de eletroestimulação e de termoterapia, 
observando-se suas indicações e contraindicações, além das alterações fisiológicas ocorridas com a 
utilização de tais técnicas.
A hidroterapia pode ser utilizada nas fases tardias do tratamento, pois aumenta o grau de mobilidade 
articular e evita o excesso de carga pelo fenômeno da flutuação. Recomenda-se realizar somente após 
a retirada do fixador para evitar a infecção dos pinos. Caso o paciente possua piscina em seu domicílio e 
tenha controle do tratamento da água, pode ser realizado nas fases finais anteriores à retirada do fixador.
Os benefícios dos exercícios terapêuticos aplicados no tratamento de pacientes portadores de 
fixador externo de Ilizarov, durante e após a sua retirada, incluem prevenção de disfunções, assim como 
desenvolvimento, melhora, restauração ou manutenção da normalidade de: força, resistência à fadiga, 
mobilidade e flexibilidade, relaxamento, coordenação e habilidades funcionais.
34
Unidade I
Exemplo de aplicação
Caso clínico
Uma pessoa sofreu uma fratura na tíbia há 6 semanas; o ortopedista no momento do primeiro 
atendimento optou pelo tratamento conservador, e o gesso acabou de ser retirado do membro. Descreva 
os objetivos e condutas (de forma bem específica) do tratamento fisioterapêutico para esse paciente de 
acordo com as fases da osteogênese.
3 TRAUMATOLOGIA DA COLUNA VERTEBRAL
A coluna vertebral é uma estrutura complexa que requer muito cuidado dos fisioterapeutas durante 
todo o processo de reabilitação. São muitos segmentos vertebrais que em conjunto promovem a 
movimentação do tronco. As lesões nessa região devem ser tratadas com atenção e especificidade, pois 
a medula se encontra protegida por esse segmento e qualquer distração ou erro de procedimento pode 
levar a lesões neurológicas complexas.
Vamos fazer uma breve revisão sobre a anatomia da coluna vertebral.
A coluna vertebral é uma das partes mais vitais do corpo humano, que apoia o tronco e possibilita 
os movimentos. Sua anatomia é extremamente concebida, e serve para várias funções, incluindo:
• movimento;
• equilíbrio;
• postura ereta;
• proteção da medula espinal;
• absorção de choque.
Todos os elementos da coluna vertebral servem ao objetivo de proteger a medula espinal, estrutura 
neural que proporciona uma comunicação entre o cérebro e o resto do corpo. Sua mobilidade e 
sensibilidade ocorrem graças a uma interação complexa de ossos, ligamentos e estruturas musculares, 
meticulosamente coordenadas pelos nervos.
A coluna vertebral do adulto normal é equilibrada sobre a pelve, requerendo o mínimo de carga de 
trabalho sobre os músculos para manter uma postura ereta.
A perda de equilíbrio da coluna vertebral pode resultar em tensão para os músculos da coluna e 
deformidades. Quando a coluna está machucada e sua função é prejudicada, as consequências podem 
ser dolorosas e até mesmo incapacitantes.
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FISIOTERAPIA TRAUMATOLÓGICA FUNCIONAL
Os seres humanos nascem com 33 vértebras separadas. Na idade adulta, temos tipicamente 24 
devido à fusão das vértebras do sacro.

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