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Aula_04 Estacio de sá 2020 As duas racionalidades que orientam

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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: TEORIA E 
PRÁTICA 
Aula 4- AS DUAS RACIONALIDADES QUE ORIENTAM 
A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 
 
OBJETIVOS E CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
• Apresentaremos na aula de hoje as duas racionalidades 
que orientam a Educação Profissional: a instrumental, 
que considera a educação profissional em sua dimensão 
restrita, voltada para a preparação imediata das funções 
exercidas no mundo do trabalho e a emancipatória que 
considera a educação profissional como formação 
humana, em sentido pleno, devendo incluir a totalidade 
das dimensões que constituem a vida do trabalhador: 
econômica, social, cultural, político e subjetiva. 
A RACIONALIDADE INSTRUMENTAL 
• Ferretti (2004) aponta a existência de diferentes 
racionalidades que orientam a prática pedagógica da 
educação profissional. A primeira delas, a instrumental, 
vê a educação profissional como uma prática marcada 
pelo progresso técnico e pelas alterações decorrentes 
na produção capitalista. Nesta perspectiva a educação 
profissional é vista e pensada como devendo estar 
voltada para adequação do trabalhador às exigências do 
setor produtivo. 
• Essa visão tem orientado a formulação e o 
desenvolvimento das propostas curriculares oficiais de 
formação profissional. A educação profissional, 
fortemente influenciada pelo progresso técnico e pelas 
mudanças técnico-organizacionais que se dão no âmbito 
do trabalho, é concebida como uma prática formativa 
que deve responder não apenas ao desenvolvimento 
científico-tecnológico, mas principalmente, às demandas 
da produção capitalista. 
A RACIONALIDADE EMANCIPATÓRIA 
• A segunda racionalidade, de acordo com o autor, "tem raízes na 
filosofia e na economia política de origem marxista, formulando à 
educação problemas de natureza econômica, filosófica, social e 
ético-política, que remetem não apenas à formação profissional 
estrito senso, mas à formação humana, em sentido pleno, da qual a 
primeira faz parte" (FERRETI, 2004, p.403). 
 
• A produção teórica originária da segunda matriz influenciou, ao lado 
de contribuições advindas dos estudos no campo da filosofia, da 
história e da sociologia da educação, a orientação de muitas 
análises sobre o sistema educacional brasileiro que destacaram o 
caráter dual e discriminatório deste, assim como seu atrelamento 
aos interesses econômicos. Influenciou, também, várias propostas 
educacionais que representam não apenas um freio à segmentação 
do trabalho e à alienação do trabalhador sob o domínio do capital, 
mas que privilegiam o pleno desenvolvimento deste como sujeito 
social. 
AS DUAS RACIONALIDADES 
• A educação profissional oscila, assim, entre duas racionalidades: a 
instrumental e a emancipatória. O processo formativo orienta-se por 
uma racionalidade instrumental quando a formação tem uma 
dimensão restrita, operacional, técnica, voltada para a preparação 
imediata para o trabalho. Orienta-se por uma racionalidade 
emancipatória quando se compreende a formação profissional 
como incorporada à educação integral, que se amplia para “incluir a 
elevação de escolaridade, a educação para o exercício da 
cidadania, a totalidade das dimensões que constituem a vida do 
trabalhador (econômica, social, cultural, política, subjetiva)” e tem 
como perspectiva a crítica social e a transformação. 
 
• Em uma perspectiva emancipatória, assim, a educação geral e 
educação profissional se articulam. A educação geral é vista em 
sentido amplo, preocupada com a formação plena do indivíduo, 
como pessoa e como cidadão. Contribui para a formação 
profissional por propiciar a base de conhecimentos científicos 
necessários à formação profissional e por favorecer a compreensão 
do contexto em que o exercício da atividade profissional se realiza. 
A educação profissional completa a formação escolar geral. 
AS DUAS RACIONALIDADES 
• Essas duas racionalidades da educação profissional, instrumental e 
emancipatória, acabaram por situar os educadores em dois campos 
diferentes e antagônicos. Os estudiosos partem de uma mesma 
referência - a relação entre as demandas do capital, o avanço da 
tecnologia e a divisão técnica do trabalho - mas com perspectivas 
político-ideológicas muito diferenciadas. 
• A dualidade retratada nas duas concepções de educação 
profissional se insere no debate mais amplo da educação no 
tocante às diferenças existentes entre a pedagogia tradicional e a 
pedagogia crítica (GIROUX, 1997). Enquanto a primeira valoriza o 
domínio das técnicas pedagógicas e do conhecimento instrumental 
para a sociedade existente, a segunda busca denunciar as formas 
de dominação e de opressão existentes no processo de 
escolarização dos indivíduos. Os adeptos da pedagogia tradicional 
buscam tanto a despolitização do espaço escolar como a 
reprodução e a legitimação das ideologias capitalistas. 
A RACIONALIDADE EMANCIPATÓRIA 
• A racionalidade emancipatória tem como princípio a compreensão 
de que emancipação deve envolver o processo de libertar o 
indivíduo das condições que limitam o uso da razão crítica, relativa 
a seu agir social e profissional. A emancipação, assim, envolve os 
diferentes espaços: social, cultural, político, econômico e subjetivo 
do sujeito. 
 
• Por conseqüência, a prática pedagógica da educação profissional 
é vista como uma atividade que deve propiciar ao aluno o 
conhecimento da prática social – histórica e o saber científico 
universal e historicamente acumulado, visando uma avaliação 
crítica da realidade e das relações sociais. É por meio desta 
articulação entre teoria e prática que se espera que o aluno possa 
romper com a sua limitada experiência sobre a realidade social 
restrita, e reagir sobre ela no sentido de sua transformação. 
A RACIONALIDADE EMANCIPATÓRIA 
• A racionalidade crítico-emancipatória tem como 
horizonte a formação omnilateral (aquela que, 
controlando e integrando, na totalidade, saberes e 
procedimentos técnico-tecnológicos da concepção e da 
produção, capacita para que o sujeito atue de forma 
ativa na sociedade). 
• A formação omnilateral defende a formação integral dos 
indivíduos, uma formação para o domínio da ciência, da 
técnica, da tecnologia, integrando saber geral e 
profissional e desenvolvendo as potencialidades do 
sujeito. A integração dos saberes e dos procedimentos 
técnicos viabiliza o controle dos processos produtivos, 
que podem deixar de ser um monopólio de um grupo, 
criando a possibilidade de quebrar a lógica da 
dominação historicamente construída. 
A RACIONALIDADE EMANCIPATÓRIA 
• Nesse sentido, as propostas de educação profissional 
emancipatórias estão orientadas para a construção de uma 
educação profissional integrada, que possa romper e superar a 
dualidade sócio-educacional e que, para isso, seja uma prática 
educacional cidadã, que forme sujeitos ativos, críticos e autônomos. 
Uma educação profissional que rompa com uma formação 
unilateral, orientada para a preparação de um homem limitado, 
capaz apenas de realizar um trabalho alienado, de acordo com os 
interesses da produção capitalista. 
 
• A opção pelo sentido emancipatório da formação envolve 
necessariamente uma forma diferente de selecionar e fazer circular 
o conhecimento através do currículo, envolvendo a adoção de 
novos formatos curriculares que engendrem uma prática 
pedagógica e resultados de aprendizagem com mais força de 
engajamento técnico e político. 
O CURRÍCULO EM UMA PERSPECTIVA 
EMANCIPATÓRIA 
• Em relação ao currículo da educação profissional, a 
proposta emancipatória tem por objetivo o 
questionamento das concepções de conhecimento 
dominantes, negando as propostas curriculares que 
favorecem os processos de inserção social e de 
aceitação do modelo social vigente. Rompe com as 
propostas instrumentais que adotam os enfoques da 
eficiência social, ou seja, contesta o princípio de que a 
educação deve adequar-se aos interesses do mundo 
produtivo e à sociedade da qualfaz parte. Nega, 
portanto, os formatos que buscam incorporar no 
currículo apenas os saberes necessários para execução 
de atividades profissionais segundo as exigências do 
mercado. (LOPES, 2001) 
O CURRÍCULO EM UMA PERSPECTIVA 
EMANCIPATÓRIA 
• As propostas emancipatórias estão centradas nos 
seguintes princípios: no desenvolvimento de uma 
percepção crítica em relação ao conteúdo técnico e ao 
contexto sócio-cultural do trabalho; na percepção do 
aluno como sujeito do processo; na ênfase nas formas 
de criação do conhecimento e das diferentes maneiras 
de conhecer; na concepção da prática profissional 
integral (dimensão técnica e política). 
• Além desses princípios, a organização de currículos da 
educação profissional (pautada numa concepção crítica 
e emancipatória) tem procurado enfrentar de modo 
inovador a questão da articulação teoria e prática, 
rompendo com os paradigmas tradicionais do 
tratamento dessa questão. 
O CURRÍCULO EM UMA PERSPECTIVA TRADICIONAL 
• A organização tradicional dos currículos de educação profissional 
tem se pautado em uma lógica que divide o estudo em dois 
momentos: o primeiro de natureza eminentemente teórica, de 
formação básica ou geral, e o segundo de formação específica, 
vinculado à área de atuação profissional escolhida, marcando 
diferentes níveis de aprendizagem e deslocando a dimensão da 
prática profissional para o segundo momento da formação. 
 
• Essa estrutura curricular tradicional estava adequada às 
necessidades do fordismo. De fato, na organização social e 
produtiva de base taylorista-fordista, o trabalhador se relacionava 
apenas com o produto do conhecimento, o conhecimento era rígido, 
e era posto em ação pelos trabalhadores com base em modelos de 
utilização prévia e tradicionalmente definidos (KUENZER, 1998). 
O CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 
• Esse tipo de organização curricular e pedagógica passa a ser 
questionado no interior dos processos de capacitação dos 
profissionais da atualidade. De fato, as mudanças ocorridas no 
mundo do trabalho supõem a presença de profissionais com 
conhecimentos mais profundos dos processos de trabalho, capazes 
de diagnosticar problemas e atuar com confiabilidade e segurança 
em situações não previstas. Nessa perspectiva, as transformações 
do mundo do trabalho deslocam o eixo da relação entre o homem e o 
conhecimento, que passa a se dar com os processos de trabalho e 
não mais só com os produtos, multiplicando as possibilidades de 
utilização do conhecimento. 
• Essas mudanças trazem novas demandas para o campo pedagógico 
e curricular da educação profissional. Se no mundo do trabalho não 
basta apenas conhecer o produto, passando a ser necessário para a 
prática profissional ter o domínio teórico dos processos de trabalho, 
então, agora, os processos educativos substituem a centralidade dos 
conteúdos (compreendidos enquanto produtos do conhecimento 
humano), pela centralidade da relação processo/produto, (ou seja, 
conteúdo/ método), valorizando a relação da teoria com a prática. 
A RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA 
• Um estreitamento da articulação entre a teoria e a 
prática demanda uma reorganização do currículo, 
visando aprofundar as articulações entre conhecimentos 
científicos e as práticas profissionais, integrando 
conhecimentos teóricos e práticos desde o início do 
processo formativo. 
• No plano do currículo, a articulação da teoria com a 
prática envolve a compreensão do processo de trabalho 
como ponto de partida para a formulação de percursos 
formativos. A finalidade não é mais o conhecimento do 
produto do conhecimento humano, apreendido de forma 
mecânica e rotineira, mas o conhecimento do processo, 
visto como um fluxo de relações mutáveis e apreendido 
em sua complexidade. 
A RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA 
• Nesse sentido, importa negar a construção de matrizes 
curriculares que privilegiem a prática em detrimento da 
teoria, enfatizando a reprodução mecânica de formas 
operacionais. Importa negar ainda a mera apresentação 
do conhecimento sistematizado, descolando-o da prática 
e de sua dimensão histórica. (KUENZER, 2003). 
• Importa partir do já conhecido, tomar a prática como 
ponto de partida, para que, pela mediação do trabalho 
teórico, seja possível conhecê-la e reinventá-la, numa 
perspectiva praxiológica. Importa, então, que o currículo 
favoreça a realização de formulações abstratas, a partir 
daquilo que tem significado para o aluno, conferindo 
materialidade à teoria através de sua vinculação com a 
prática, desde o início do processo formativo. 
A INTEGRAÇÃO NO CURRÍCULO 
• É necessário que o currículo propicie a articulação entre 
as práticas e as discussões teóricas dessas mesmas 
práticas, em tempos e espaços contínuos, rompendo com 
a tradicional separação entre o tempo e o espaço de 
aprender teoricamente e o tempo e espaço para atuar 
praticamente (KUENZER, 2003). 
 
• A construção do currículo, dessa forma, deve ter como 
ênfase o processo de trabalho, que deve orientar a 
integração entre trabalho, ciência e cultura, por meio de 
uma criteriosa seleção de conteúdos e de um cuidadoso 
tratamento metodológico. 
A AGENDA CURRICULAR DAS PROPOSTAS EMANCIPATÓRIAS 
• Silva (1999) traz para o debate uma importante reflexão sobre o 
sentido a ser dado pela agenda curricular da educação na 
atualidade. Para o autor, num contexto de desemprego crescente e 
de redução das possibilidades de influência nas decisões políticas, 
cabe, na perspectiva de uma proposta efetivamente emancipatória, 
questionar os tradicionais vínculos efetuados pelo discurso crítico 
sobre a relação entre educação, trabalho e cidadania. Segundo o 
autor, a teoria crítica não tem feito mais do que espelhar, com o 
sinal político invertido, as propostas neoliberais que radicalizam a 
dimensão econômica da educação. Na medida em que, na 
sociedade capitalista contemporânea, o processo de formação da 
subjetividade e da identidade cultural e social se realiza, sobretudo, 
fora do local de trabalho, seria pertinente incluir na formulação das 
propostas críticas de educação do trabalhador a defesa de 
propostas curriculares abertas à discussão sobre as “formas 
culturais pelas quais se realiza o processo de subjetivação no 
capitalismo contemporâneo”. Na atualidade, não bastaria, como 
fazem os teóricos críticos, defender uma formação integral, uma 
visão abrangente e crítica do trabalho e da sociedade capitalista, 
capaz de formar um cidadão integral, crítico e politizado. 
A AGENDA CURRICULAR NAS PROPOSTAS 
EMANCIPATÓRIAS 
 
• Para o autor, uma concepção emancipatória da educação 
profissional envolve uma nova pedagogia que enfoque as relações 
entre conhecimento e poder, para além dos limites da produção 
econômica, incluindo a discussão das formas de poder manifestas 
no capitalismo contemporâneo, tais como as ligadas: à etnia, à 
raça, ao gênero, à sexualidade. Uma pedagogia que questione os 
postulados de separação entre, de um lado, conhecimento científico 
e técnico e, de outro lado, conhecimento cultural e social, e 
promova a interpenetração entre esses quatro tipos de 
conhecimento. Defende uma formação que ponha em xeque a 
lógica neoliberal, totalitária, abrangente e centrada na ótica 
empresarial e econômica, permitindo pensar em novas alternativas 
para a organização da vida. Defende a discussão sobre a questão 
do aprofundamento das desigualdades, da exclusão e da 
marginalização introduzida pelas tecnologias. Acredita que a 
educação profissional deve se colocar a serviço da democratização 
do acesso às novas (e velhas) tecnologias e do seu conhecimento. 
A RACIONALIDADE EMANCIPATÓRIA E AS POLÍTICAS 
PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 
• Frigotto (2004) reflete sobre as políticas públicas de educação 
profissional comprometidas com os processos de emancipação 
humana. Afirma que essas políticas devem estar, antes de mais 
nada, voltadas para a transformação das condições devida dos 
jovens das classes populares brasileiras. 
 
• Isso porque na atual etapa do processo de acumulação capitalista, 
convive-se com uma nova base técnica que dilata a produtividade 
do trabalho, mas que, em função da apropriação privada cada vez 
mais concentrada do capital, acaba por gerar uma exclusão sem 
precedentes, que atinge mais os jovens, sobretudo no capitalismo 
periférico. Esses jovens são marcados pela inserção precoce no 
mercado de trabalho, pela baixa remuneração do trabalho que 
realizam, pelo não acesso à escola, pela má qualidade da escola 
que freqüentam e pelo pouco tempo de escolaridade que possuem. 
A RACIONALIDADE EMANCIPATÓRIA E AS POLÍTICAS 
PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 
 
• Frigotto (2004) aponta para a necessidade de que sejam 
desenvolvidas políticas públicas relacionadas ao trabalho e à 
educação dos jovens brasileiros da classe trabalhadora para 
enfrentar o plano conjuntural. Mas políticas que atendam não só à 
particularidade dos jovens, como também às mudanças estruturais 
 
• Defende a necessidade de trabalhar com “políticas distributivas e 
com políticas emancipatórias e, ao mesmo tempo, avançar num 
projeto de desenvolvimento nacional de massa que altere a 
estrutura social produtora da desigualdade” . Nesta perspectiva, a 
proposta do autor é a destinação de recursos (mediante controle 
democrático dos fundos públicos) para garantir uma renda mínima 
para os jovens que estão trabalhando, de modo a tirá-los do 
mercado de trabalho e inserí-los na escola, compensando os 
rendimentos provenientes de seu trabalho precoce. Essa seria uma 
política de caráter distributivo, com a vantagem de garantir direitos 
e, ao mesmo tempo, gerar vagas de emprego. 
A RACIONALIDADE EMANCIPATÓRIA E AS POLÍTICAS 
PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 
• Ampliando a proposta em direção a uma dimensão mais 
emancipatória, o autor defende a extensão progressiva 
da obrigatoriedade do ensino médio para os jovens até 
os 16 anos. Diante da necessidade de ingresso no 
mercado de trabalho, o autor propõe ainda que se opte 
por um ensino médio integrado, isto é, que sem abrir 
mão de um ensino médio de qualidade, que se ofereça a 
possibilidade de formação técnico-profissional, com 
aumento da carga horária diária ou conclusão em 4 
anos. Um ensino médio que integre ciência, 
conhecimento, cultura e trabalho, não vinculado 
diretamente nem ao mercado, nem ao vestibular, que 
forme “um sujeito autônomo e protagonista de cidadania 
ativa e não um cidadão-produtivo, explorado e 
despolitizado, que faça bem-feito o que o mercado 
exige”. 
A RACIONALIDADE EMANCIPATÓRIA E AS POLÍTICAS 
PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 
• O autor destaca a necessidade de combinar as 
seguintes propostas: 
• 1) retirada do mercado de trabalho de todas as crianças 
e jovens até a conclusão do nível médio, mediante a 
garantia de uma renda mínima; 
• 2) Para os jovens de 18 a 24 anos, deve-se garantir a 
possibilidade de continuidade de escolaridade até a 
conclusão do ensino médio; 
• 3) Para os que estão empregados, deve-se criar 
condições de tempo para o estudo e uma bolsa de 
estudos para que haja condições de retorno à escola. 
• 4) para os desempregados, seria necessário ainda 
garantir uma renda mínima e a implementação 
concomitante de uma política de primeiro emprego

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