Buscar

resumo do artigo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aluno: Cássio Brito Batista Rodrigues
CPD: 48133
Resumo: As faces do evelhecimento
	A etapa da vida caracterizada como velhice, com suas peculiaridades, só pode ser compreendida a partir da relação que se estabelece entre os diferentes aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais. Há uma correspondência entre a concepção de velhice presente em uma sociedade e as atitudes frente às pessoas que estão envelhecendo.O pressuposto deste estudo é analisar os aspectos envolvidos no processo de envelhecimento,enfocando a importância do contexto social na determinação da idade da velhice, pois indivíduo e sociedade estão relacionados diretamente. Atualmente, 70 países já possuem taxa de fertilidade menor que o nível de reposição, sendo que em 1975 apenas 22 países possuíam esse índice ( WHO,2005).Atualmente, os especialistas no estudo do envelhecimento referem-se a três grupos de pessoas mais velhas: os idosos jovens, os idosos velhos e os idosos mais velhos. A distinção entre idosos jovens,idosos velhos e idosos mais velhos pode auxiliar no entendimento de que o envelhecimento não é algo determinado pela idade cronológica, mas é conseqüência das experiências passadas, da forma como se vive e se administra a própria vida no presente e de expectativas futuras.
	Mesmo nos dias atuais, o envelhecimento aparece associado a doenças e perdas, e é na maioria das vezes entendido como apenas um problema médico.Para Neri e Freire (2000), o envelhecimento ainda está ligado à deterioração do corpo, ao declínio e à incapacidade. O avanço da idade dar-se-ia como um processo contínuo de perda se de dependência, que daria uma identidade de falta de condições aos idosos e seria responsável por um conjunto de imagens negativas associadas à velhice (Debert, 1999).As associações negativas relacionadas à velhice atravessaram os séculos e, ainda hoje, mesmo com tantos recursos para prevenir doenças e retardá-la, é temida por muitas pessoas e vista como uma etapa detestável. A célebre frase de uma artista brasileira idosa famosa, “o envelhecimento é a prova de que o inferno existe”(grifo nosso), demonstra o quanto a velhice é uma experiência individual que pode ser vivenciada de forma positiva ou negativa, em consonância com a história de vida da pessoa e da representação de velhice que está enraizada na sociedade em que vive. Enquanto todos os outros estágios da vida são planejados e construídos social e cultural-mente e não existem conflitos para eliminar a infância,a adolescência e a idade adulta do panorama do desenvolvimento humano, a velhice é colocada à margem (Andrews, 1999), pois ao mesmo tempo em que as pessoas querem viver muito, não querem ficar velhas nem se parecer com velhos.
	Atualmente, percebe-se uma proliferação dos termos utilizados para se referir às pessoas que já viveram mais tempo ou à fase da vida anteriormente chamada apenas de velhice. Entre os termos mais comuns estão:terceira idade, melhor idade, adulto maduro, idoso,velho, meia-idade, maturidade, idade maior e idade madura (Neri & Freire, 2000).Ainda é comum que a maioria das pessoas mais velhas resista a ser chamada de velha. Para ele,a palavra velho não significa decrepitude, desgaste, fora de moda, mas simplesmente se refere ao número de anos que a pessoa viveu.A palavra terceira idade, atualmente tão usada,teve sua origem na França, na década de 1960, e era utilizada para descrever a idade em que a pessoa se aposentava. Desta forma, o uso do termo terceira idade torna-se inadequado para descrever o grupo de indivíduos com 60 anos ou mais, e traz ainda uma conotação negativa ao termo velhice, porque se compreende que quem está na terceira idade ainda não é velho (Araújo & Carvalho, 2005). Os termos “amadurecer” e “idade madura” também são muito utilizados e significam a sucessão demudanças ocorridas no organismo e a conquista de papéis sociais e de comportamentos considerados próprios ao adulto mais velho (Neri & Freire, 2000).
	Entretanto, alguns direitos como a gratuidade no transporte coletivo público urbano e semi-urbano só é concedida aos maiores de 65 anos.O envelhecimento humano, cada vez mais, é entendido como um processo influenciado por diversos fatores, como gênero, classe social, cultura, padrões de saúde individuais e coletivos da sociedade, entre outros.Para San Martín e Pastor (1996), não existe um consenso sobre o que se nomeia velhice porque as divisões cronológicas da vida do ser humano não são absolutas e não correspondem sempre às etapas do processo de envelhecimento natural. A velhice não é definida por simples cronologia, mas pelas condições físicas, funcionais, mentais e de saúde das pessoas, oque equivale a afirmar que podem ser observadas diferentes idades biológicas e subjetivas em indivíduos coma mesma idade cronológica.Assim, a idade cronológica deixa de ser um marcador preciso para as mudanças que acompanhamo envelhecimento, passando a ser apenas uma forma padronizada de contagem dos anos vividos, uma vez que existem variações de diferentes intensidades relacionadas ao estado de saúde, participação e níveis de independência entre pessoas mais velhas que possuem a mesma idade. A idade cronológica, que mensura a passagem do tempo decorrido em dias, meses e anos desde o nascimento, é um dos meios mais usuais e simples dese obter informações sobre uma pessoa. Ela, assim como outros aspectos de identidade, compreende dimensões objetivas e subjetivas.A idade cronológica refere-se somente ao número de anos que tem decorrido desde o nascimento da pessoa, portanto não é um índice de desenvolvi-mento biológico, psicológico e social, pois ela por si só não causa o desenvolvimento.
	A idade biológica é definida pelas modificações corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de desenvolvimento e caracterizam o processo de envelhecimento humano, que pode ser compreendido como um processo que se inicia antes do nascimento do indivíduo e se estende por toda a existência humana.As mudanças e as perdas fazem parte do envelhecimento. A idade social é definida pela obtenção de hábitos e status social pelo indivíduo para o preenchi-mento de muitos papéis sociais ou expectativas em relação às pessoas de sua idade, em sua cultura e em seu grupo social. Para Neri (2005), “a idade social diz respeito à avaliação do grau de adequação de um indivíduo ao desempenho dos papéis e dos comportamentos esperados para as pessoas de sua idade, num dado momento da história de cada sociedade”.Por outro lado, o envelhecimento social deve ser entendido como um processo de mudanças de papéis sociais, no qual são esperados dos idosos com-portamentos que correspondam aos papéis deter-minados para eles. Ocorre, ainda, uma redução salarial considerável e a falta de atividades alternativas fora do ambiente de trabalho.Pacheco (2005) considera a aposentadoria “um rito de passagem para a velhice, ela acentua sua vinculação à terceira idade, numa sociedade de consumo na qual apenas o novo é cultuado como fonte dar enovação, do desejo, da posse” .
	As pessoas se adaptam ao meio pelo uso de várias características psicológicas, como aprendizagem, memória, inteligência, controle emocional, estratégias de coping etc.Há adultos que possuem tais características psicológicas com graus maiores que outros e, por isso, são considerados “jovens psicologicamente”, e outros que possuem tais traços em graus menores e são considerados “velhos psicologicamente”.Em parte, a caracterização do indivíduo como velho é dada quando ele começa a ter lapsos de me-mória, dificuldade de aprendizado e falhas de atenção,orientação e concentração, comparativamente com suas capacidades cognitivas anteriores. Felizmente, na maioria das vezes, o declínio no funcionamento cognitivo é provocadopelo desuso(falta de prática), doenças (como depressão), fatores comportamentais (como consumo de álcool e medicamentos), fatores psicológicos (por exemplo, falta de motivação, de confiança e baixas expectativas) e fatores sociais (como a solidão e o isolamento), mais do que o envelhecimento em si (WHO, 2005).Estudo realizado por Argimon e Stein (2005) revela que o envelhecimento em si não ocasiona mudanças significativas nas habilidades cognitivas: “os idosos,apesar da idade avançada, apresentaram um desenvolvimento de habilidades cognitivas cujo declínio é de intensidade leve, não sendo suficiente para acarretar mudanças significativas no seu padrão cognitivo”.
	As medidas de idade cronológica, biológica, psicológica e social são rele-vantes e importantes para a compreensão do processo de envelhecimento, mas não para a sua determinação,pois a velhice é apenas uma fase da vida, como todas as outras, e não existem marcadores do seu começo e do seu fim.Quando se leva em consideração somente a idade cronológica, está-se falando apenas da passagem do tempo sob o aspecto numérico, ao invés de considerar o envelhecimento como um fenômeno mais amplo no qual outros fatores participam e podem contribuir na variação das intempéries da passagem do tempo.Desta forma, biologicamente, os eventos ocorrem em um período de tempo, mas não por causa dele.O envelhecimento é um processo complexo e multifatorial. A idade em si não determina o envelheci-mento, ela é apenas um dos elementos presentes no processo de desenvolvimento, servindo como uma referência da passagem do tempo.Os termos criança, adolescente e adulto são usados na vida diária sem nenhum questionamento,no entanto, o termo velho suscita de sagrados, e algumas pessoas até mesmo exigem que se deixe de usá-lo.Quando uma criança se torna adolescente, quando um adolescente se torna adulto e quando um adulto se torna idoso?

Continue navegando