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Pneumonia Adquirida na Comunidade e DPOC · DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA Definição · Doença comum, previnivel e tratável caracterizada por sintomas respiratórios persistentes e limitação ao fluxo aéreo, que é devido a alterações nas vias aéreas e nos alvéolos causada por exposição significativa a partículas e gases nocivos. · Fenótipos: · Padrão enfisematoso – destruição alveolar e paciente consumido · Padrão bronquitico – mais associado a inflamação/broncopatia e tosse Fatores de Risco · Tabagismo (85% dos casos) · Atrai células inflamatórias · Estimula a liberação de elastase · Inativa a alfa-1 antitripsina Sintomas · Sintomas variáveis, mas são mais pronunciados pela manhã · Tríade · Dispneia – progressiva, persistente e piora com esforço · Tosse Crônica – intermitente ou seca (tosse matinal do fumante) · Catarro – pode estar presente com variações Exame Físico e RX Tórax · Geralmente normais, mas servem como diagnóstico diferencial · Tórax em tonel associado a formas avançadas · Sibilos e ronco, mais presentes nas exacerbações · Estertores ausentes Diagnóstico de DPOC · Espirométrico associado a Sinais/Sintomas e Histórico/Fatores de Risco · Sinais e Sintomas · Dispneia · Tosse crônica · Expectoração crônica · Histórico · Idade · Tabagismo · Biomassa · Exposição ocupacional a agentes químicos · Espirometria · Relação VEF1/CVF pós broncodilatador < 0,70 · Dificuldade de soltar o ar inspirado, principalmente no 1º segundo Critérios de Gold · Etapa 1 – Diagnóstico via espirometria e determinar a gravidade da obstrução (Critérios de Gold 2020) · Classificação da obstrução do fluxo aéreo (Gold 2020) baseado em VEF1 pós BD: · Gold 1 – ≥ 80 ou leve · Gold 2 – 50-79 ou moderado · Gold 3 – 30-49 ou acentuado/grave · Gold 4 – < 30 ou muito acentuado/ muito grave · Etapa 2 – Determinar a classificação Gold A-D e subsequentemente tratamento farmacológico mais apropriado, através da avaliação dos sintomas e histórico de exacerbações (incluindo hospitalizações). Histórico de Exacerbações Sintomas Exacerbador se ≥ 2 crises ou ≥ 1 com hospitalização em 1 mês C mMRC 0-1 D mMRC > 2 Não Exacerbador se até 1 crise e nenhuma hospitalização A CAT < 10 B CAT > 10 Tratamento · Tratamento é diferente da asma · Principal Droga: Broncodilatadores! · Vias de ação · Controle colinérgico da musculatura lisa das vias aéreas · Antimuscarínicos (mediada por acetilcolina) · Controle adrenérgico da musculatura lisa das vias aéreas · Beta2-adrenérgicos (mediada por noradrenalina) · Grupo A · Broncodilatador de curta ação (Salbutamol) · Grupo B · Broncodilatador de longa (B2 – Formoterol OU Antimuscarinico – Tiotropio) · Grupo C · Antimuscarinico de Longa (Tiotropio) · Grupo D · Antimuscarinico de Longa (Tiotropio) MAIS B2 de Longa (Formoterol) · Considerar corticoide inalatório se eosinófilos > 300 (Budesonida) · A cada 3 meses · Se não houver melhora, adicionar outro broncodilatador · Se corticoide > 300, adicionar corticoide. · Se corticoide < 100, não usar corticoide (risco de pneumonia) · Se não puder usar corticoide, usar azitromicina em dias alternados. · TTO não farmacológico · Cessar tabagismo · Atividade física · Vacinas: Influenza e Pneumococo · Se B, C e D: Reabilitação pulmonar · Oxigenoterapia · Melhora sobrevida! · Indicação · PaO2 ≤ 55 mmHg ou SpO2 ≤ 88% · PaO2 entre 55-59 mmHg ou SpO2 entre 88-90% + HP, edema periférico ou policitemia (HT > 55%) · Usar por 15h/dia · Risco: Efeito Holdane (sonolência, cefaleia por acumulo de CO2 no sangue) Exacerbação na DPOC · Evento agudo caracterizado pelo agravamento dos sintomas respiratórios · Deve ser mais do que variações normais do dia-a-dia · Febre não está presente · RX de Tórax, HMG e PCR geralmente normais · Diagnóstico clínico! · Aumento da dispneia · Aumento da expectoração · Aumento da purulência do catarro · Etiologia · 50% Bactérias · 25% Vírus · 5% Poluentes · Risco de evento cardiovascular · Tratamento ABCO · A – Antibióticoterapia: Se Aumento de dispneia, expectoração ou purulência (TTO por 5-7 dias) · Principal Agente: Haemofilus Influenzae · ATB de escolha: Amoxicilina + Clavulanato · Se Gravidade, considerar Pseudomonas: Levofloxacino/Ciprofloxacino. · B – Broncodilatador: Fenoterol 10 gotas + Ipatropio 40 gotas até 4/4 horas) · C – Corticoide Sistêmico: Prednisona 40mg 5-7 dias · O – Oxigenioterapia: Se 88-92% e usar VNI se necessário · PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE Definição · Infecção dos alvéolos e bronquilos por bactérias, vírus ou fungos. · Acomete o paciente fora do ambiente hospitalar ou até 48h após internação · Alteração Clínica + Alteração no Exame Físico + Alteração no RX de Tórax (opacidade) Epidemiologia · Extremos das idades (< 5 anos ou > 65 anos) · Sazonal (maior no outono/inverno) · Segunda maior causa de internação hospitalar e terceira de óbito · Mortalidade maior em idosos e portadores de Comorbidades · 2% dos pacientes ambulatoriais · 10% dos pacientes hospitalizados · 40% dos pacientes em UTI Etiologia · Bactérias (70-90%) · Streptococcus pneumoniae (60%) · Haemophilus influenzae (38%) · Atipicos · Klebsiella pneumoniae · Sthaphylococcus aureus · Legionella pneumophila · Mycoplasma pneumoniae · Clamydophila pneumoniae · Vírus (10-30%, em crescente) · Influenza A e B · Adenovirus 3, 4 e 7 · Parainfluenza · Virus Sincicial Respiratório · A etiologia nas PAC leves são irrelevantes para tratamento, mas nas PAC graves pode mudar conduta · A suspeita deve ser baseada na epidemiologia do paciente · A investigação etiológica JAMAIS deve atrasar o inicio do tratamento · PAC por anaeróbios · Dentes e mal estado de conservação · Expectoração volumosa e fétida · Geralmente associada a abcesso pulmonar e decorrente de pneumonia aspirativa · PAC por Pseudomonas · Comumente associado a pneumopatia estrutural (DPOC), uso crônico de corticoide e uso recente de ATB · PAC atípica · Tosse seca, febrícula · Deve ser diagnosticada via cultura! Quadro Clínico · Quadro radiológico compatível + 1 Critério Maior OU 2 Critérios Menores · Critérios Maiores · Tosse (85%) · Expectoração (70%) · Febre (65%) · Critérios Menores · Dor torácica · Dispneia · Ausculta pulmonar alterada · Confusão mental · Leuco > 12mil/mm3 · Exame Físico · Síndrome da consolidação – frêmito toracovocal aumentado, macicez e estertores crepitantes Raio X de Tórax · Confirmação radiológica (obrigatória) · Gravidade · Complicações · Evolução · Jamais deve postergar inicio do ATB · Metade dos diagnósticos de PNM não é PNM · Até 10% dos RX de PNM são normais · Sempre em PA e Perfil Tratamento · Definir o local de Tratamento · CURB-65 · C = Confusão mental · U = Uréia acima de 50 mg/dL · R = Respiração (FR > 30 irpm) · B = PA < 90x60 mmHg · 65 = Idade > 65 anos · Interpretação do CURB-65 · 0-1 = Mortalidade 1,5% >>> TTO Ambulatorial · 2 = Mortalidade 9,2% >>> TTO Hospitalar · 3 ou Mais = Mortalidade 22% >>> TTO hospitalar como PAC Grave · 4-5 = Considerar TTO em UTI · Considerar CRB-65 se não considerar solicitar exames laboratoriais · Criticas ao CURB-65 · Não considera Comorbidades · Imagem radiológica · Oxigenação · Fatores psicossociais e econômicos · Julgamento clínico · Levar em consideração fator financeiro · Tratamento Ambulatorial · Se paciente sadio e sem TTO com ATB nos últimos 3 meses · Amoxicilina ou Amoxicilina/Clavulanato ou Azitromicina ou Claritromicina · Se fatores de risco, doença grave ou uso recente de ATB · Amoxicilina + Azitromicina · Levofloxacino se alergias aos anteriores · TTO por 5-7 dias · Tratamento Hospitalar · Cefalalosporina de 3ª Geração (Ceftriaxona) ou Ampicilina/Sulbactam · + Azitromicina · Ou Quinolona (Levofloxacino, Moxifloxacino, Gemifloxacino) em monoterapia · TTO por 7-10 dias · Tratamento em UTI · Cefalalosporina de 3ª Geração (Ceftriaxona) ou Ampicilina/Sulbactam · + Azitromicina · Cefalosporina de 3ª Geração + Quinolona · TTO por 10-14 dias Anotações de Questões · Paciente com exacerbação de DPOC deve considerar gasometria arterial, RX Torax, hemograma, oxigenioterapia, corticoide sistêmico e broncodilatadores.Atenção ainda deve ser dada pra sinais de infecção secundária, onde deve-se considerar ATB. · Quando mais grave o paciente via critérios de Gold, maior chance de exacerbações. · Derrame pleural é caracterizada por submacicez, murmúrio vesicular abolido em base e egofonia.
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