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Atividade de Hermeneutica Jurídica - voto de Barroso

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UNEB – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
Disciplina: Hermenêutica Jurídica
Docente: 
Discente:
ANÁLISE DO VOTO DO MIN. LUÍS ROBERTO BARROSO À LUZ DA HERMENÊUTICA JURÍDICA 
	A Constituição Federal de 1988 estabeleceu que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, no entanto, é relevante ressaltar que são fontes do direito as leis, os costumes, a jurisprudência, a doutrina, a analogia, os princípios gerais do direito e a equidade. Tendo em vista o estabelecido na Carta Magna, o Supremo Tribunal Federal, em 2009, assentou que era inconstitucional a execução antecipada da pena. 
	Contudo, a possibilidade de prisão após condenação em 2ª instância foi discutida pelo Supremo ao menos quatro vezes optando por diferentes posicionamentos, de modo a gerar insegurança jurídica. Com isso, a Corte começou a julgar definitivamente três ações declaratórias de constitucionalidade (ADCs), relatadas pelo ministro Marco Aurélio, oportunidade emque o ministro Luís Roberto Barroso votou para que o STF mantenha o entendimento de que o réu pode ser preso após condenação em segunda instância, antes do trânsito em julgado, porque segundo o Ministro, a presunção de inocência é um princípio, e não uma regra absoluta, de modo que precisa ser ponderada com outros princípios e valores constitucionais.
	Segundo Barroso, a prisão em segunda instância sempre foi aceita pelo STF, exceto entre 2009 e 2016. Para Barroso, a decisão provocou um “poderoso incentivo” à protelação das condenações e reforçou a seletividade do sistema recursal, possibilitando que réus ricos consigam evitar a prisão por terem condições de pagar advogados para entrar com recursos. 
	O voto do ministro reforça que não se trata de mera interpretação gramatical ou literal de textos, pois a hermenêutica jurídica não consiste em apenas atribuir significados a textos normativos. Interpretar não é uma atividade meramente exegética, abstrata e mecânica de atribuição de sentido às palavras, posto que a realidade é parte da normatividade do Direito e o intérprete deverá fazer a escolha que mais adequadamente realize os valores constitucionais e o interesse da sociedade. 
	Outrossim, o ministro reforça que não se trata de revelação de sentidos únicos, unívocos, para textos normativos, mas sim diante de opções razoáveis oferecidas pelo texto, com isso, observa-se que os textos de lei devem ser interpretados em consonância com os fatos sociais, e não como uma mera atribuição de significado às palavras. Portanto, não se trata de apenas uma interpretação gramatical dos artigos do Código de Processo Penal (no caso em análise), mas de um conjunto de métodos de interpretação existentes.

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