Buscar

Análise fenomenológica-existencial do filme COLCHA DE RETALHOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
ANDRÉ LUIS MARQUES MEDEIROS 
ANDRESSA MILENA MENDES ARAGAO 
EDNA DE OLIVEIRA CUNHA 
MATHEUS BANDEIRA MIRANDA 
PAULO BRENER SILVA MORAIS 
YASMIN FRANCISCO CARDOSO ROCHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UMA VISÃO FENOMENOLÓGICA SOBRE O FILME “COLCHA DE RETALHOS” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA 
2020 
 
ANDRÉ LUIS MARQUES MEDEIROS 
ANDRESSA MILENA MENDES ARAGAO 
EDNA DE OLIVEIRA CUNHA 
MATHEUS BANDEIRA MIRANDA 
PAULO BRENER SILVA MORAIS 
YASMIN FRANCISCO CARDOSO ROCHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UMA VISÃO FENOMENOLÓGICA SOBRE O FILME “COLCHA DE RETALHOS” 
 
Trabalho análise apresentado ao Curso de 
Psicologia da Faculdade Integral Diferencial como 
crédito parcial da disciplina de Técnicas 
Psicoterápicas: Fenomenologia e Existencialismo, 
como solicitado pela Profa. Maria Silva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA 
2020 
 
UMA VISÃO FENOMENOLÓGICA SOBRE O FILME “COLCHA DE RETALHOS”. 
 
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo fazer uma análise do filme ​How to 
Make an American Quilt​, ou Colcha de Retalhos em português. A análise foi 
realizada com base em três artigos de fundamentação teórica sobre fenomenologia 
e existencialismo, utilizando conceitos base de Heidegger como ​Dasein e da 
liberdade de Sartre. O tema se faz inesgotável, permitindo mais análises e 
interpretações. 
Palavras-chave:​ Filme, Colcha de Retalhos, fenomenologia, existencialismo, 
Heidegger, Dasein, Sartre, liberdade. 
 
1 INTRODUÇÃO 
O filme Colcha de Retalhos é um longa metragem produzido em 1995, do 
gênero Drama/Romance. O longa conta a história de Finn (Wynona Ryder), sua 
trajetória e dúvidas dentro de seu relacionamento, e sua in-decisão sobre se casar 
ou não com seu namorado Sam (Dermot Mulroney). Ela, então, faz uma viagem 
para visitar sua avó e revê algumas pessoas de sua história e conhece novas, 
fazendo uma jornada por entre o passado das colegas de sua avó. 
Ao se deparar com a subjetividade de cada uma das senhoras do filme, ela 
mesma produz sua própria ​colcha de retalhos juntando as vivências de cada um, 
mantendo-se presente e percebendo a subjetividade de cada indivíduo. Finn passa 
então por um longo processo de autoconhecimento cheio de conturbações e 
angústias por sua liberdade para com a vida, chegando na sua escolha ao fim do 
filme. 
O filme pode ser visto sob uma ótica fenomenológico-existencial, quando 
associado a ideias centrais da teoria como ​Dasein​, liberdade, presença, 
subjetividade, ser, ente, etc. 
A teoria fenomenológica surgiu em contradição ao pragmatismo americano, 
mostrando que os seres não são somente ​coisas objetivas​, e que a subjetividade 
perpassa a existência. Trouxe então várias ideias como o ser-no-tempo, a existência 
precede a essência, e trouxe ao centro a subjetividade humana; retirando o ​por que 
do centro das discussões, e colocando o ​como ​no topo dos debates. O presente 
trabalho visa utilizar termos, conceitos e ideias fenomenológicas e basear uma 
análise do filme em questão. 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
2.1 ​HOW TO MAKE AN AMERICAN QUILT 
O filme ​How to Make an American Quilt​, de 1995, com título tradução de 
Colchas de Retalhos expõe a história de Finn, uma mulher que decide ir para a casa 
da sua avó e tia-avó e terminar sua tese de mestrado enquanto um grupo de 
mulheres se reúnem para bordar uma colcha de retalhos, tradição que ocorre 
anualmente. A nova colcha tem como tema “onde mora o amor”, o produto final será 
o presente de casamento para Finn que está prestes a se casar com Sam, no 
entanto ela ainda tem dúvidas sobre realizar o casamento. 
O grupo de mulheres que concebem a colcha coloca em seus bordados algo 
relacionado aos sentimentos e experiências de cada uma o que resulta em 
desentendimentos durante a produção da coberta. No decorrer do filme Finn 
descobre as histórias e segredos dessas mulheres que fazem-na refletir sobre o seu 
próprio relacionamento. Essas histórias são contadas separadamente ao longo do 
filme mostrando relacionamentos frustrados, traições, desentendimentos e histórias 
de amor. 
A primeira história contada é sobre Gladi, sua tia-avó, e Jaci, avó de Finn. Jaci 
ao deparar com a possível morte do seu marido acaba se envolvendo com o marido 
de sua irmã, Gladi descobre a traição e começa a quebrar objetos que ver pela casa, 
recolhe os cacos e cola na parede de sua casa com o argumento de que a “a 
auto-expressão cura o coração ferido”. A próxima história é de Sofia que quando 
jovem era nadadora e acaba por se apaixonar e casar com seu marido geólogo, mas 
por conta do trabalho ele acaba viajando sozinho e ela fica em casa cuidando dos 
filhos o que acaba frustrando-a, pois quando jovens prometeram viajar pelo mundo 
juntos. Com o relacionamento infeliz ela desiste da natação e ele vai embora, 
deixando-a sozinha com os filhos do casal. 
A seguinte que narrar suas memórias para Finn é Em que casa com um artista, 
o qual usava ela de modelo para seus quadros, que trai bastante a ela desde do 
inicio do casamento com todas as mulheres que são suas modelos. Ela chega a ir 
embora pra casa de seus pais, entretanto seu marido vai buscá-la e seus pais 
colocam suas malas no carro, fazendo-a ir embora com ele. Ela aguenta essas 
traições por anos uma vez que seu marido sempre diz que ama mas não consegue 
deixar de trair ela. A próxima a contar é Constance que, ao perder o seu marido o 
 
qual ela amava profundamente, acaba se relacionando com o marido de Em por seu 
momento de fragilidade e luto. 
A próxima a contar sua história para Finn é Anna, mulher negra conta a história 
e mostra a colcha da sua família, em que sua ancestral foi guiada por um corvo até o 
seu amor, conta também como engravidou de um homem branco que a abandonou 
e foi ajudada pela família de Jaci e Gladi onde pôde ter todos os cuidados na 
gravidez e assim ficar com sua filha. E por último é contada a história de Marianna, 
filha de Anna, que viajou a Paris e se relacionou com vários homens, entretanto 
quem a ensinou o que é o amor foi um homem que se negou a ficar com ela porque 
amava sua esposa. Este homem dá a ela um poema do qual ela nunca esqueceu ou 
se absteve: “Os jovens amantes buscam perfeição, os velhos amantes aprendem a 
arte de unir os retalhos e descobrem a beleza na variedade das peças”. 
Outra conversa que acontece se dá entre Finn e sua mãe que diz que vai casar 
novamente com seu pai e que todos os ensinamentos que passou para ela estavam 
errados, deixando Finn ainda mais confusa pois todas as histórias vão de encontro 
com os acontecimentos recentes que Finn está experienciando, nesses 3 meses na 
casa de sua avó, confusa sobre seu relacionamento ela acaba traindo seu noivo 
Sam com um rapaz que conheceu no começo de sua visita à avó, Leon. 
Ocorre um vendaval que faz com que Finn perca todo seu trabalho 
simbolizando toda confusão em sua cabeça. Durante e após o vendaval ocorrem 
uma diversidade de acontecimentos: Sofia entra no laguinho feito pelo seu marido e 
agora encara a vida mais feliz, Em entra no atelierde seu marido e vê que há 
quadros apenas delas, percebendo que ele realmente a amava, Gladi quebra a 
parede de cacos representado o perdão para sua irmã e ao seu ex-marido. Ao final 
do dia a avó de Finn a cobre com a colcha já pronta. Na manhã seguinte, então, ao 
acordar, ela se depara com um corvo que a guia para a “decisão certa” levando-a 
até Sam que dormiu em sua van e acaba ficando junto com ele. 
 
2.2 FENOMENOLOGIA E EXISTENCIALISMO 
Ao longo dos anos muito se tem estudado e buscado o equilíbrio da noção 
fenomenológica de existência. Com o escopo de unir a ciência e as reflexões 
pessoais diante de um evento experienciado, o existencialismo busca a observação 
imanente da experiência, onde através do ser-no-mundo (ser aí ou Dasein) aparece 
o fenômeno, que posteriormente pode ser elaborado pelo pensamento. 
 
Para Heidegger “o existir humano nunca é um objeto simplesmente dado em 
algum lugar, muito menos encapsulado em si mesmo”. A existência significa apenas 
a abertura originária de sentido na qual podem vir à luz os entes enquanto tais”. 
Nesse sentido, podemos dizer que somos seres potencialmente capazes, mas esse 
conceito de capacidade é uma interpretação única de cada indivíduo, à medida em 
que ele se coloca no mundo. 
Para uma aproximação compreensiva desse plano de constituição dos entes, 
que não é, ele mesmo, ente algum, pode-se recorrer a um ​koan ​da tradição Zen 
Budista, conhecido e evocado por Heidegger em um diálogo ocorrido em 1958, em 
Freiburg, com o filósofo japonês da escola de Kioto e mestre zen da tradição Rinzai, 
Sh. Hisamatsu (Saviani, 2005). Trata-se de uma pergunta que, ao invés de levar a 
uma resposta específica, visa deslocar a perspectiva de compreensão do 
interrogado. O mestre bate palmas e pergunta ao discípulo: “Qual é o som que surge 
de apenas uma das mãos?” (Samten, 2001, p.41). Quando se bate a mão contra 
algo como uma mesa, um livro ou um copo de vidro, identificam-se diferentes sons 
que são atribuídos aos próprios objetos. Dizemos: este é o som da madeira, este do 
vidro, etc. Quando batemos uma mão espalmada contra outra, de qual das mãos 
seria o som, sendo ambas iguais? Percebe-se então que o som não é atributo de um 
objeto, surge da relação. Ampliando essa reflexão, pode-se ver que todas as 
atribuições de qualidades que fazemos às coisas, como se fossem características 
inerentes a uma substância, são frutos de uma simplificação ingênua. Antes de 
qualquer substância extensa ou psíquica, inferida como suporte de qualidades, há 
uma dinâmica de “originação interdependente” entre sujeito e objeto. 
Assim, como a existência é ser-no-mundo e não algo dentro do mundo, 
pode-se dizer também que a temporalidade existencial jamais significa ser dentro do 
tempo. Se “existir” é ser no mundo como abertura de sentido em que já sempre nos 
vêm ao encontro os entes, isto é, aquilo que tem relação direta ou indireta, o existir é 
temporalizar e espacializar. Por isso que, a “existência” enquanto “ser-aí” é a clareira 
do ser, a abertura na qual o ente destituído de mundo poder vir ao encontro e 
revelar-se em seu ser, vir à luz. O homem é um ente voltado para “fora”, cuja 
essência consiste em ter que compreender a si mesmo, neste fora, como 
possibilidade de ser ou não ser ele mesmo. Por exemplo, angústia remete o homem 
à sua singularidade, a um momento de reflexão sobre o seu agir no mundo e como 
 
os acontecimentos e as experiências podem lhe ensinar. Por meio dela, o homem 
medita sobre sua vida, sai da zona de conforto, busca meios de crescimento pessoal 
a partir daquilo que ele se ocupa no mundo. 
 
2.2.1 PRÁTICA CLÍNICA 
Para uma atitude fenomenológico-hermenêutica, os objetos ideais não são 
nem mais nem menos reais que os objetos empíricos, são apenas diferentes modos 
de ser daquilo que se dá à experiência. 
A Psicoterapia Existencial funda-se no “cuidado” enquanto 
“ser-no-mundo-com-o-outro”, e não em interpretações apriorísticas ou explicações 
causais sobre a realidade vivencial do paciente. Se há alguma interpretação, ela 
deve ser fruto da elaboração temática de uma existência que se explicita enquanto 
projeto. O psicoterapeuta remete o indivíduo a si, estimulando-o a reconhecer sua 
impessoalidade e a questionar-se no sentido de encontrar suas próprias respostas 
para as questões que a vida lhe apresenta. 
Com relação às práticas psicológicas, as consequências dessa concepção do 
ser do homem como “existência” demarcam uma atitude clínica nitidamente 
diferenciada, que poderíamos, resumidamente, sistematizar em três aspectos 
estreitamente articulados entre si: o abandono de qualquer redução do humano a 
dimensões meramente orgânicas, psicológicas ou sociais, naturalmente 
compreendidas, isto é, o abandono de qualquer cientificismo objetivante do 
sofrimento existencial; a suspensão de toda postura técnica e voluntarista, em que o 
terapeuta se coloca no lugar daquele que conduz a dinâmica do processo clínico a 
partir de suas representações técnico-conceituais sobre a existência do paciente ou 
a partir de seu desejo pessoal de impor mudanças; o exercício da atenção e do 
cuidado livre de expectativas, em que o outro é convidado a uma lembrança de si 
como pura “existência” para, a partir daí, perspectivar seus limites e suas 
possibilidades mais próprias e singulares. 
Precisamente, a adoção desses pressupostos exige o abandono de toda 
tentação de transpor para o âmbito da clínica os elementos essenciais do método 
científico-natural: redução à objetividade conceitual, quantificação e mensuração. 
Portanto, acompanhar o cliente nessa tarefa significa auxiliá-lo a tornar 
explícito para si mesmo o sentido de suas experiências: dores, alegrias e de suas 
possibilidades negadas. Nessa compreensão, não há nenhum direcionamento, mas 
 
a desconstrução das meras opiniões ditadas pelo falatório do impessoal e a quebra 
das habitualidades abrem fissuras que deixam entrever possíveis mudanças, 
transformando o acontecer clínico em experiência apropriada e tematizada, 
constituída por “aceitar simplesmente aquilo que se mostra no fenômeno do tornar 
presente e nada mais” (Heidegger, 2001, p.101). 
 
2.2.2 CORRELAÇÃO DO FILME COM A FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIAL 
O filme "Colcha de Retalhos" permite aqueles que se interessam fazer uma 
interpretação fenomenológico-existencial da personagem principal Finn. Ao narrar 
sua história de vida enquanto criança, ela expõe algumas de suas inquietações 
sobre sua relação com a família, pergunta-se o porquê da separação dos pais, bem 
como a repetição da mãe em trocar de namorado. 
Quando adulta, mesmo com a vida aparentemente estruturada sua narrativa 
ainda gira em torno dos questionamentos, entretanto, levando a temáticas 
diferentes. Sob a ótica fenomenológico-existencial, nota-se que as atitudes de Finn 
são uma expressão do contato que ela estabelece com as pessoas e o mundo. 
Enquanto ser-aí (Dasein), Finn se vê implicada na tarefa de “existir”, e desse modo, 
lidar com os outros entes que tambémestão dispostos no mundo. Ela enquanto ente 
que pode “vir-a-ser”, carrega consigo uma abertura ao sentido pelo qual apreende o 
ser dos entes dispostos ao encontro. Em outras palavras, Finn busca suas 
possibilidades e singularidade em meio à multidão. 
Nota-se que o desenrolar do filme se passa ao redor da angústia existencial de 
Finn sobre a possibilidade de seu casamento com Sam. A descoberta de uma 
possível traição, por meio de uma interpretação ao ligar para o noivo, faz com que a 
protagonista não só questione o casamento, mas também sua relação. Isso se 
intensifica ao conhecer um rapaz em um clube e sentir-se atraída por ele. 
A protagonista neste momento ao vivenciar a angústia, encontra-se sob a 
experiência do seu modo próprio de ser, ao encontro de sua singularidade, apesar 
de seus esforços em querer saber das experiências alheias (as senhoras 
costureiras), talvez, numa tentativa de querer encontrar um direcionamento, ou até 
mesmo uma resposta para sua angústia. 
A angústia no Existencialismo constitui o ponto onde o ser se encontra entre as 
possibilidades da vida e a escolha delas, considerando também que não escolher já 
 
é uma escolha, o sujeito está fadado a lidar com a responsabilidade do que escolheu 
para si enquanto projeto de ser. 
Já na fenomenologia mostra que o encontro "aqui e agora" leva consigo a 
permissividade do choque de alteridades, nessa relação o sujeito afeta e é afetado 
por ela, absorvendo e se abrindo ao conteúdo do diálogo. Mesmo entrando em 
contato com diferentes narrativas, Finn entende que as experiências para a sua 
subjetividade apenas dela dependem. Ela estava condenada a ser livre e apenas 
assim poderia dar a si mesma o seu próprio destino. 
 
3 CONCLUSÃO 
Em virtude dos fatos mencionados, Colcha de Retalhos conta a história de 
Finn, cuja se conecta as histórias das demais personagens, confeccionadoras da 
Colcha de Retalho. Finn acaba por conhecer a história de vida de cada uma dessas 
mulheres por relação ao tema que escolheram para a colcha : “onde mora o amor”. 
Nesta circunstâncias repleta de perspectiva acerca do amor, do sentindo da vida, da 
liberdade é possível abrir caminhos para adentrar dos conhecimentos 
fenomenológicos, humanistas e existenciais. 
São encontradas várias representações desses conceitos no filme, começando 
com a Finn sendo ela a personagem principal, a qual se encontra dividida entre o 
amor e sua liberdade, gerando-se o sentimento de angústia. A angústia no 
existencialismo está relacionada às escolhas que o indivíduo faz não somente para 
si mas frente às possibilidades da vida. O filme por completo contém uma grande 
relação com os conceitos abordados partindo do tema principal, que é fazer uma 
colcha de retalhos com cada uma das costureiras, destacando onde fica o amor para 
cada uma delas, valorizando assim o sentimento de cada história contada. 
Se faz possível a comparação com temas como angústia, Dasein, liberdade, 
presença, e ser e ente. Inúmeras análises podem ser acrescentadas com 
associações a outros vários conceitos da psicologia e filosofia 
fenomenológico-existencial. 
 
 
REFERÊNCIAS 
COLCHA de Retalhos. Direção de ​Jocelyn Moorhouse​. Estados Unidos, 1995. 1 
DVD (109 min.). 
FEIJOO, Ana Maria Lopez Calvo de. ​Fundamentos Fenomenológico-Existenciais 
para a Clínica Psicológica. ​Simpósio de Psicologia Fenomenológico-Existencial, 
Belo Horizonte, 2008, pp. 07-18. 
LESSA, Jadir Machado; NOVAES DE SA, Roberto. ​A relação psicoterapêutica na 
abordagem fenomenológico-existencial. Aná. Psicológica, Lisboa , v. 24, n. 3, p. 
393-397, jul. 2006 . Disponível em: 
<​http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-8231200600030
0013&lng=pt&nrm=iso​>. Acesso em 20 set. 2020. 
NOVAES DE SÁ, Roberto; BRITO TAVARES BARRETO, Carmem Lúcia. ​A noção 
fenomenológica de existência e as práticas psicológicas clínicas. ​Estudos de 
Psicologia, Campinas, vol. 28, núm. 3, julho - setembro, 2011, pp. 389-394. 
Disponível em: <​http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=395335659011​>. Acesso em 
20 set. 2020. 
 
http://www.adorocinema.com/personalidades/personalidade-26784/
http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=395335659011

Continue navegando