etica 2

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ÉTICA E LEGISLAÇÃOÉTICA E LEGISLAÇÃO
PROFISSIONAL EM CIÊNCIASPROFISSIONAL EM CIÊNCIAS
CONTÁBEISCONTÁBEIS
ÉTICA E MORAL NA VIDAÉTICA E MORAL NA VIDA
PESSOAL E PROFISSIONALPESSOAL E PROFISSIONAL
Autor: Me. Johny Henrique Magalhães Casado
Revisor : Everton Leal
I N I C I A R
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introduçãoIntrodução
A sociedade cada vez mais tem passado por profundas transformações que têm ocasionado
diversas re�exões sobre quais caminhos devem ser percorridos daqui em diante. O individualismo
tem prevalecido sobre a coletividade, a vida em sociedade tem perdido espaço para a vida digital, o
contato humano tem se perdido entre as gerações, é perceptível que as pessoas têm se afastado
uma das outras, cada vez mais, a sociedade tem se revelado uma sociedade doente. Temos que a
ética nos negócios devem prevalecer em todas as relações existentes na vida pro�ssional, esta é
uma necessidade indispensável que inclusive é cobrada por toda a sociedade. Com esse cenário,
resta saber qual espaço a ética e a moral têm nas relações humanas, portanto, nesta unidade,
pretende-se caracterizar como esse tema tem sido pautado nas discussões e como a ética e a moral
têm sido apresentadas nas discussões acadêmicas e pro�ssionais.  
Bons estudos!
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Compreender e administrar o comportamento humano não é tarefa das mais fáceis no dia a dia das
empresas. Sendo assim, deve-se buscar sempre conhecer quais são os motivos que levam uma
pessoa a agir em determinadas situações, somente assim será possível mensurar o impacto dessas
ações, bem como antecipar possíveis reações.
Comportamento HumanoComportamento Humano
e suas Característicase suas Características
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Segundo Kienen e Wol� (2002, p. 12) “para administrar comportamentos humanos, é necessário
compreender que eles ocorrem em um determinado contexto, com determinadas características
que, se não adequadamente identi�cadas”, acabam di�cultando ou até inviabilizando o modo de
agir das pessoas. No �m das contas, administrar pessoas nada mais é do que administrar
comportamentos.
Compreender o que leva as pessoas a tomarem determinadas decisões, quais são as in�uências que
cada um possui, assim como o que motiva uma pessoa a agir de acordo com o esperado pela
sociedade é uma tarefa que demanda muito esforço de todos que se debruçam em entender como
o ser humano se comporta em seu dia a dia. Sabe-se também que compreender o comportamento
humano é uma tarefa do campo da psicologia, mas, atualmente, outras ciências também acabam se
dedicando a essa importante tarefa. As ciências sociais aplicadas, e aqui, incluem-se a administração
e as ciências contábeis, também têm se dedicado a compreender o comportamento humano. Para
Kienen e Wol� (2002, p. 13) “a psicologia, a sociologia, a antropologia, a economia, entre outras áreas
de conhecimento, fundamentam as teorias administrativas ao buscarem criar práticas para
administrar recursos e pessoas”.
Na �gura 2.1, a seguir, são apresentados os principais itens que acabam in�uenciando o
comportamento humano na sociedade, dentre estes itens podem ser citados: a natureza humana,
componente somático, sistema sensorial, personalidade, autoestima, caráter, sentimentos e
aprendizado.
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A natureza humana é composta do conjunto de traços que compreende desde a forma como as
pessoas pensam, agem, até a forma como in�uenciam a cultura e por esta são in�uenciadas.
Segundo Newstrom (2011, p. 9) “as pessoas olham para o mundo e veem as coisas diferentemente.
Mesmo quando são apresentadas ao mesmo objeto, duas pessoas podem enxergá-lo de formas
Figura 2.1 - In�uenciadores do comportamento humano
Fonte: Elaborada pelo autor.
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diferentes”. Sabe-se que a natureza humana possui grande in�uência do ambiente do qual faz parte,
portanto, não se pode esperar uma mesma natureza humana de pessoas que vivem em ambientes
diferentes e tiveram experiências de vida diferentes.
O componente somático, que pode ser compreendido também como o sistema nervoso que
coordena as reações do ser humano, é outro item que acaba por in�uenciar o comportamento
humano. Quando falamos sobre o componente somático, ganha importância aqui avaliar como o
organismo e o corpo de uma pessoa se manifestam em diferentes situações.
Sabe-se que as pessoas são diferentes, portanto, ao avaliar determinados comportamentos
humanos, é indispensável que se leve em consideração que o componente somático de cada uma é
diferente e deve ser levado em conta.
Avaliar como o sistema sensorial das pessoas in�uencia seu comportamento também se faz
necessário. O sistema sensorial de um indivíduo, salvo se ele possuir alguma de�ciência, é composto
pelos cinco sentidos: tato, olfato, paladar, visão e audição conforme demonstrado na Figura 2.2:
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Figura 2.2 - Componentes do sistema sensorial: Tato, Olfato, Paladar, Audição e Visão
Fonte: sudowoodo / 123RF.
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A personalidade pode ser entendida como o conjunto de características que são determinantes da
forma como as pessoas agem, pensam e re�etem sobre suas ações. Cada indivíduo possui uma
personalidade própria, mesma que sejam gêmeos e criados de forma igual, sabe-se que a
personalidade de cada um possuirá características próprias que a distinguirá do outro.
Compreender como a personalidade de cada indivíduo in�uencia seu comportamento é
indispensável, pois o estudo da personalidade auxilia a antecipar reações nas mais diferentes
situações. A personalidade de um indivíduo é formada gradualmente de acordo com sua experiência
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de vida, portanto, ela é complexa e nem sempre apresenta motivos lógicos que são passíveis de
serem compreendidos por todos.
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reflitaRe�ita
“O grande desa�o das instituições públicas ou
privadas, nacionais ou internacionais é atualizar as
suas políticas e práticas de forma tão rápida que
consigam atender à sociedade atual, que está
sofrendo profundas e rápidas transformações.
Essas mudanças impactam diariamente em
questões éticas e, consequentemente, nas
legislações, normas, ações e demandas”.
Re�ita sobre o desa�o das instituições em atualizar
seus códigos de ética de acordo com os anseios da
sociedade.
Fonte: Santos (2019, p. 6).
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Abaixo, temos as cinco dimensões da personalidade apresentadas por McShane e Glinow (2014), as
quais um sujeito pode apresentar em relação a sua personalidade, são elas:
Escrupulosidade
Sociabilidade
Neuroticismos
Abertura para a experiência
Extroversão
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Ainda segundo McShane e Glinow (2014, p. 30) “a personalidade é uma característica individual
importante, o que explicapor que diversas empresas tentam estimar os traços de personalidade
dos candidatos e funcionários”. Geralmente as empresas realizam testes de personalidades que
objetivam prever comportamentos futuros desses colaboradores.
Duas outras características podem in�uenciar o comportamento humano, a primeira trata da
autoestima, esta pode ser compreendida como o juízo de valor que uma pessoa faz de si mesma, ou
seja, ela é composta da forma como uma pessoa se avalia, positiva ou negativamente. A autoestima
é formada desde quando o indivíduo é uma criança, e ela recebe fortes in�uências do seu ambiente,
ou seja, primeiramente os pais, depois os professores, amigos e familiares possuem um papel
indispensável na constituição da autoestima dos indivíduos.
A segunda característica que pode in�uenciar o comportamento humano trata-se do caráter; este,
por sua vez, pode ser entendido como a forma que uma pessoa age com outra e/ou determinadas
situações. O caráter tem a ver com a índole das pessoas, ele diz muito também sobre o seu
temperamento e sua honestidade. Uma pessoa considerada mau-caráter aos olhos da sociedade
apresentará um comportamento que não é aceito pelos demais, portanto, necessitará se adequar
aos padrões esperados.
Os sentimentos podem compreender desde o amor que um indivíduo sente por algo ou alguém, até
pelo que ele pode sentir em relação a altura ou fogo por exemplo. Os sentimentos podem ser
compreendidos como primários e secundários, sendo respectivamente, os sentimentos aprendidos
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na infância e os sentimentos aprendidos posteriormente. Dentre os principais sentimentos que
in�uenciam o comportamento humano, destacam-se:
raiva;
hostilidade;
tristeza;
medo;
Frustração;
aversão;
alegria;
afeto;
con�ança;
ciúmes;
amor;
compaixão;
empatia;
surpresa;
esperança.
O último item que acaba por in�uenciar o comportamento humano trata-se do aprendizado, este
basicamente é a capacidade que os indivíduos possuem de aprender determinadas atividades e
tarefas. Um indivíduo com alta disponibilidade de aprendizagem apresentará uma tendência de se
desenvolver mais que outros que não possuem essa mesma disponibilidade (CAMPOS, 2017).
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saiba maisSaiba mais
A natureza da aprendizagem humana e o interesse em
compreender como o homem constrói conhecimento já era
objeto de estudo na Antiga Grécia: na formulação socrática
de que o homem deveria, antes de tudo, conhecer a si
mesmo e na convicção de Platão, de que os conhecimentos
do homem foram adquiridos de uma vida anterior. No
artigo “A aprendizagem humana: cada pessoa com seu
estilo” os autores apresentam os diferentes estilos de
aprendizagem, bem como, também são apresentados os
conceitos de inteligências múltiplas, estilos cognitivos além
de explicarem as particularidades do modo de aprender de
cada um.
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http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v30n92/08.pdf
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O comportamento humano possui forte in�uência do local onde está inserido, em se tratando do
ambiente organizacional, temos que ele é fortemente in�uenciado por pessoas, estrutura,
tecnologia e o próprio ambiente, estes por sua vez são apresentados na Figura 2.3:
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A estrutura pode ser compreendida como a de�nição do “relacionamento formal e a utilização das
pessoas nas organizações. A existência de cargos diferentes é um requisito para o cumprimento de
todas as atividades de uma organização” (NEWSTROM, 2011, p. 5). A tecnologia pode ser
considerada como a fornecedora de recursos com os quais as pessoas trabalham, ela tem uma
in�uência signi�cativa nas relações de trabalho.
O ambiente deve ser considerado separadamente em interno e externo, devemos considerar que,
por mais simples que seja, uma organização não atua de forma isolada das demais, ela, portanto,
possui relacionamento com outras organizações. Toda organização “faz parte de um sistema mais
amplo que contém outros elementos, como o governo, as famílias e outras organizações. Diversos
tipos de mudança no ambiente criam demandas para as organizações” (NEWSTROM, 2011, p. 6).
Em relação às pessoas, temos que elas são as responsáveis por compor o ambiente interno de uma
organização, isso pode se revelar através da análise dos grupos formais e informais que compõem a
totalidade de uma organização. Segundo Newstrom (2011, p. 4) “as pessoas são seres vivos,
pensantes e sensíveis que trabalham nas organizações para alcançar seus objetivos. Devemos nos
lembrar de que as organizações existem para servir as pessoas, em vez de as pessoas existirem para
servir as organizações”.
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praticarVamos Praticar
Leia o excerto a seguir:
“[...] a existência de cargos diferentes é um requisito para o cumprimento de todas as atividades
de uma organização. Há gerentes e funcionários, contadores e montadores. Essas pessoas
devem relacionar-se de alguma forma estruturada”.
NEWSTROM, J. W. Comportamento organizacional: o comportamento humano no trabalho. Porto Alegre:
AMGH, 2011. p. 5.
O trecho citado diz respeito a uma das forças essenciais que afetam o comportamento organizacional,
assinale a alternativa correta que representa esta força.
a) Tecnologia.
b) Ambiente.
c) Pessoas.
d) Estrutura.
e) Remuneração.
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A ética é um assunto amplamente debatido em toda a sociedade, constantemente esse tema é
trazido à tona em discussões acadêmicas, pro�ssionais e em alguns casos até pela mídia. Debater
sobre ética é um grande desa�o a todos, pois ao discutir esse tema, temos que é exigido um grande
aprofundamento em diversas áreas do conhecimento (ARRUDA; WHITAKER; RAMOS, 2003). Desde a
época de Platão o debate sobre postura ética já era evidente:
Consciência Ética naConsciência Ética na
SociedadeSociedade
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Na escola de Platão, pela primeira vez, a “Ética” surge ao lado da “Lógica” e da “Física”
como disciplinas. É o momento em que esses conteúdos passam a ser pensados
“disciplinadamente”, isto é, passam a ser sistematizados no âmbito do pensamento e,
dessa forma, o próprio pensar é também sistematizado. Como Heidegger a�rma, “As
disciplinas surgem ao tempo que permitem a transformação do pensar em ‘Filoso�a’, a
Filoso�a em epistéme (Ciência) e a Ciência mesma em um assunto de escola e de atividade
escolar” (LEITE, 2011, p. 25).
Segundo Martins e Bencke (2018, p. 3):
[...] conciliar ética pro�ssional, com a moral e os valores pessoais, exige do contabilista e
do discente, conhecimento das legislações, competência para exercer a pro�ssão,
consciência ética, e a capacidade de re�etir e agir de maneira correta.
Portanto, ao se estudar a consciência ética na sociedade, deve-se levar em consideração algumas
dúvidas pertinentes, dentre elas temos:
O que é ética?
O que é moral?
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A de�nição do que viria a ser ética pode variar entre os autores, segundo Silva et al. (2010, p. 3) “A
palavra ética deriva do grego ethos, que signi�ca costume e índole. Semelhante ao sentido da
reflitaRe�ita
“A ética é re�exo da época, da sociedade, do avanço
tecnológico, das relações e ações individuais, en�m,do desenvolvimento de toda a sociedade. Não é
possível pensar em aspectos éticos, sem re�etir
sobre sustentabilidade, desenvolvimento e sobre as
estruturas internas das organizações”.
Fonte: Santos (2019, p. 4).
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palavra latina moris da qual deriva a palavra moral” conforme apresentada na �gura 2.4. Nota-se
que as discussões sobre ética e moral sempre caminham juntas, portanto, são indissociáveis.
É importante destacar que os termos ética e moral podem ser aplicados “a pessoas quer a sistemas
ou teorias morais, o que agrava, ainda mais, o estado de confusão, pois, quando desejamos
classi�car a natureza da ação humana e de sistemas mais alargados em que os sujeitos se inserem”
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(PEDRO, 2014, p. 485), o indivíduo comum acaba fazendo uso indiscriminado sobre cada um desses
termos. Portanto, é na prática diária que as maiores dúvidas sobre o que ética e moral surgem.
Segundo Gallo et al. (2010, p. 8):
O fato é que à medida que uma sociedade, quer seja ela uma organização empresarial,
uma entidade representativa de classe, ou a comunidade em geral, formaliza suas
normas e práticas, baseadas em seus valores e padrões morais, isso representa uma
síntese do consenso do grupo, ou seja, o que os seus integrantes acreditam e valorizam
como certo ou errado, aceito ou não aceito. Assim, espera-se que o indivíduo siga essa
referência ao custo de serem penalizados por condenação legal e/ou moral, muito
embora o atendimento a essas normas seja uma decisão pessoal, em função do seu livre
arbítrio.
Cotidianamente, os conceitos de moral e da ética são utilizados “como sinônimo. Parte da confusão
está associada à origem e signi�cado etimológico da palavra: moral vem do latim mos, e ética do
grego ethos, ambas signi�cam costume” (MARTINS; BENCKE, 2018, p. 4). Os conceitos de ética e
moral demandam também que seja apresentado o signi�cado de valor, ou seja, os três termos
devem ser apresentados em conjunto para que possamos compreender como se forma a
consciência na sociedade.
Quando tratamos de valor, não estamos atribuindo valor pecuniário às coisas, aqui o signi�cado de
valor deve ser compreendido como a relação que o sujeito tem com algo. Segundo Pedro (2014, p.
492):
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Os valores constituem, assim, uma resposta natural às necessidades sentidas pelo sujeito;
daí, a sua importância e contributo para a transformação da realidade; daí, o papel
crucial que a educação pode representar no entrelaçar dos seus objetivos com o ganho de
consciência re�exiva e prática acerca dos valores com vista à realização do sujeito, de
acordo com as suas preferências.
Os valores devem ser entendidos de acordo com o seu caráter relacional, ou seja, eles devem ser
compreendidos sempre de acordo com a ótica de algum sujeito, ou seja, eles sempre dependem de
um sujeito e de um objeto. Segundo Hessen (2001, p. 23), “valor é sempre valor para alguém, ele é a
qualidade de uma coisa, que só pode pertencer-lhe em função de um sujeito dotado de uma certa
consciência capaz de a registar”.
Na �gura 2.5, constam algumas características do valor, este que por ser ambivalente e estar
imbuído de caráter relacional, deve ser entendido como dotado das características a seguir:
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Ideais: “no sentido em que os valores pertencem ao mundo do pensamento que os pensa,
à imagem dos objetos do pensamento lógico e matemático; não no sentido em que são
absolutos ou transcendentais” (PEDRO, 2014, p. 494);
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Irrealidade: os valores não são palpáveis, ou seja, eles não são materiais, os valores não
possuem existência objetiva;
Apreciáveis: os valores são apreciáveis, estimáveis e admiráveis;
Inexauríveis: os valores não se esgotam, como exemplo, temos a bondade, ela não acaba
após ser manifestada, ou seja, algo bom sempre será bom;
Atemporais: os valores não possuem relação temporal, sempre que um valor for
considerado, ele deverá estar além do devir temporal;
Obrigatoriedade: os valores são categóricos, dado que “não são neutros, é completamente
impossível sermos-lhes indiferentes. Daí, que sintamos obrigação moral (dever ser) de
sobre eles nos pronunciarmos e tomarmos uma posição” (PEDRO, 2014, p. 495);
Qualidade: os valores são dotados de uma qualidade que são reconhecidas pelos sujeitos;
Apetecibilidade: “esta característica veri�ca-se, na medida em que os valores não são
indiferentes ao sujeito, mas exercem sobre si uma força atrativa que reside, mais
precisamente, na sua dimensão ideal e signi�cativa” (PEDRO, 2014, p. 495);
Bipolaridade: cada valor positivo possui um valor negativo, como exemplo, temos o amor X
ódio, a guerra X paz, a calma X agitação;
Objetividade: “os valores são objetivos como as �guras matemáticas, na medida em que
mesmo que tenhamos uma ideia pouco clara da sua representação, conseguimos intuí-la
como sendo algo objetivo” (PEDRO, 2014, p. 495);
Hierarquia: nem todos os valores são iguais, há uma certa hierarquia reconhecida pelos
sujeitos, onde eles são rankeados. Eles, portanto, vão “variando a sua ordenação, ou lugar,
na escala vertical (há valores que são mais elevados do que outros), segundo o grau de
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importância ou de preferência (critério) que o sujeito decidir atribuir-lhes” (PEDRO, 2014, p.
495);
Heterogeneidade: os valores por mais que estejam ordenados, possuem características
especí�cas que os diferenciam;
Sistema lógico: os valores possuem uma consistência “coerente no tipo de relações que
estabelece entre os diferentes valores” (PEDRO, 2014, p. 495).
Necessário notar que todas essas características aqui apresentadas possuem relação entre si, o que
faz todas elas necessárias para a melhor compreensão de como os valores devem ser entendidos na
sociedade.
A formação da consciência ética na sociedade passa pelo entendimento do que de fato seja ética,
moral e também de todas as características que os valores apresentam. Segundo Silva et al. (2010, p.
4) “a consciência ética possui um aspecto particular de observação que vai desde seu conceito, até
os con�itos com as práticas sociais e pro�ssionais”.
praticar
V P ti
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p
Vamos Praticar
Os valores devem ser entendidos de acordo com o seu caráter relacional, ou seja, eles devem ser
compreendidos sempre de acordo com a ótica de algum sujeito e sempre dependem da relação entre um
sujeito e um objeto. Em relação às características que os valores possuem, assinale a alternativa correta que
apresenta a descrição da bipolaridade.
a) Os valores não são palpáveis, ou seja, eles não são materiais, os valores não possuem existência
objetiva.
b) Os valores possuem uma consistência “coerente no tipo de relações que estabelecem entre os
diferentes valores”.
c) Os valores, por mais que estejam ordenados, possuem características especí�cas que os
diferenciam.
d) Cada valor positivo possui um valor negativo e outro positivo.
e) Os valores não são indiferentes ao sujeito, mas exercem sobre si uma força atrativa que reside,
mais precisamente, na sua dimensão ideal e signi�cativa.
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A ética e a pro�ssão podem ser entendidas como dimensões de ordem prática, que somente se
manifestam através de uma ação concreta que por sua vez é transformadorado mundo e da
realidade. A compreensão da relação da ética e da pro�ssão deve ser feita considerando a época
histórica, a visão de mundo que impera entre os sujeitos e também a relação estabelecida entre
política, economia, cultura na sociedade.
Ética e Pro�ssãoÉtica e Pro�ssão
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Segundo Gonçalves (2007, p. 5):
Entender o mundo do trabalho em suas múltiplas facetas, bem como perceber-se parte
dessa totalidade, contribuindo, participando, autorizando e recusando diferentes práticas
sociais é a exigência feita ao trabalhador cidadão, tanto em sua vida pro�ssional, quando
na própria constituição de sua identidade.  
O debate sobre uma postura ética é evidente em toda a sociedade, cada vez mais os indivíduos são
cobrados por adotarem comportamentos éticos em seu dia a dia, portanto, a necessidade de se
apresentar um comportamento ético na pro�ssão também é necessário. Em 1992, o Ministério da
Educação (MEC) formaliza em portaria própria a necessidade de diversos cursos de graduação e
inserir as discussões sobre ética em suas grades curriculares, portanto, a educação superior passaria
a discutir este assunto como uma disciplina curricular.
Com a ação do MEC, estabeleceu-se no Brasil a necessidade de estudar ética ao longo da graduação,
portanto, os pro�ssionais formados a partir de então poderiam discutir tais temas ainda ao longo da
sua formação superior. É importante considerar que a demanda pelo estudo da ética não faz parte
de nenhum modismo passageiro, pois, há uma clara cobrança por toda a sociedade que as mais
diferentes pro�ssões possam exercer suas pro�ssões pautadas pela ética e transparência.
A partir do momento em que a ética passa a integrar o currículo da maioria dos cursos superiores
no Brasil, nota-se que a sociedade apresenta uma sutil mudança em seu mindset. Sendo assim, nota-
se que os novos pro�ssionais sejam capazes de fazer um juízo crítico da realidade que os cerca, bem
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como, possam avaliar situações, consultar normas estabelecidas, interiorizar ou recusar padrões de
comportamento que entrem em choque com o que a sociedade espera de seu comportamento
(GONÇALVES, 2007).
Na Figura 2.6 são apresentados três comportamentos esperados pela sociedade de pro�ssionais
que pautem suas atividades e relações humanas pela ética.
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Quando visamos de�nir um padrão ético para ser aplicado no dia a dia de pro�ssionais, isso não se
trata de listar um de regras e de�nições. Toda a sociedade deve considerar que a ética no ambiente
empresarial dependerá sobretudo do “projeto e do desejo da organização [...] o executivo precisa
desejá-la, precisa acreditar na possibilidade de que dela derivam princípios e valores que
contribuam para a saúde inclusive �nanceira da empresa e da comunidade” (GONÇALVES, 2007, p.
68).
praticarVamos Praticar
A compreensão da relação da ética e da pro�ssão deve ser feita considerando a época histórica, a visão de
mundo que impera entre os sujeitos e também a relação estabelecida entre política, economia, cultura na
sociedade. Em relação ao comportamento ético que é esperado pela sociedade, temos a solução
democrática, assinale a alternativa que caracteriza este comportamento.
a) Incentiva a busca do conhecimento como forma de proporcionar um ambiente ético nas
empresas e sociedade.
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b) Adoção da violência como forma de resolução de con�itos.
c) Busca por alternativas ponderadas nos processos decisórios.
d) Aumento da participação da população e busca por uma sociedade que leve em consideração os
direitos humanos.
e) Aumento do uso da coerção em toda a sociedade.
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O atual avanço da sociedade pede que as organizações ofereçam um ambiente adequado não só
para o desenvolvimento das atividades empresariais, mas também, para que os indivíduos possam
se desenvolver. Portanto, ao buscar compreender as pessoas, devemos partir do pressuposto de
que são seres em constante interação com o meio onde estão inseridos, essa identidade e os
signi�cados que lhe são conferidos acabam sendo in�uenciados pelo aspecto cultural.
Cultura e ÉticaCultura e Ética
EmpresarialEmpresarial
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A cultura, por sua vez, acaba por in�uenciar muito o desenvolvimento da ética na sociedade, sendo
assim, o estudo da ética passa pela compreensão de todo o aspecto cultural que cerca o indivíduo. A
alta competitividade, que começa desde quando criança e avança com o passar do tempo, acaba
impregnando a cultura escolar, social e também a cultura empresarial.
Um ambiente de competitividade naturalmente impõe a necessidade que se tenham vencedores e
perdedores, segundo La Taille (2009, p. 172) “O ‘vencedor’ não é apenas quem se dá bem na vida,
mas quem se dá melhor que os outros. E quem são os ‘perdedores’? Ora, são justamente esses
outros e, evidentemente, aqueles que estão excluídos do mundo do trabalho”. Essa competição, por
sua vez, acaba por hierarquizar as pessoas dando maior ou menor importância às suas conquistas.
Em ambientes onde impera a �gura dos “vencedores” e “perdedores” temos que a individualidade
impera sobre a coletividade. Sendo assim, as decisões acabam sendo tomadas de forma a garantir
que “vencedores” continuem prevalecendo, o que pode provocar injustiças e con�itos. Santos (2019)
aponta que para compreender a ética empresarial é necessário compreender as suas cinco
dimensões, estas por sua vez são o resultado do conjunto de experiências corporativas, das
vivências dos indivíduos e das pesquisas realizadas pela academia. As dimensões da ética
empresarial podem ser observadas também no processo de desenvolvimento, implantação e
validação das políticas institucionais.
As cinco principais dimensões da ética corporativa podem ser classi�cadas segundo o quadro 2.1:
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Quadro 2.1 -  Classi�cação das dimensões da ética corporativa
Fonte: Santos (2019, p. 6).
A constante necessidade de revisão de legislações, códigos e processos, que países e grandes
organizações realizam, preocupa e faz com que as empresas tenham de revisar também seus
processos. Hoje, muitas empresas criam seus próprios códigos de ética e conduta para seus
colaboradores, com isso, elas esperam padronizar comportamentos e reações nas mais diferentes
situações. Na �gura 2.7, constam alguns dos principais questionamentos éticos que exigem das
empresas uma tomada de decisão e um posicionamento.
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A necessidade de as empresas acompanharem as tendências sociais faz com que elas estejam
sempre atentas aos questionamentos éticos que surgem através da sua atividade.
Figura 2.7 - Principais questionamentos éticos das empresas atualmente
Fonte: Santos (2019, p. 7).
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praticarVamos Praticar
A sociedade está em constante evolução, e a ética é resultante dessa sociedade, portanto, é comum
surgirem novas demandas e devemos nos adaptar a elas. Uma falta de postura ou de ação da empresa
pode levar até a uma crise ou desgaste na imagem do produto ou da instituição.
SANTOS, F. A. Ética empresarial. São Paulo: Atlas, 2019.
Em relação às dimensões da ética corporativa,assinale a alternativa que representa a classi�cação
operacional e de desenvolvimento.
a) Aprendizado Contínuo e Sustentabilidade.
b) Aprendizado Contínuo e Respeito à Multicultura.
c) Respeito à multicultura e Sustentabilidade.
d) Inovação, Governança Corporativa e Aprendizado contínuo.
e) Inovação, Sustentabilidade e Respeito à multicultura.
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indicações
Material
Complementar
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FILME
Margin Call: o dia antes do fim
Ano: 2011
Comentário: o �lme retrata uma empresa dos Estados Unidos, que
possui muitos títulos de uma dívida considerada sem valor algum, ao
identi�car que a empresa está prestes à falência, um de seus
colaboradores entrega um pen drive com todas as informações
importantes sobre os negócios que a empresa realiza. A obra
cinematográ�ca é inspirada em fatos reais acontecidos durante a crise
americana conhecida com a “crise dos subprimes”. Ao assistir o �lme,
note como os personagens agem, observando os con�itos éticos e
morais existentes em suas decisões.
T R A I L E R
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LIVRO
Ética profissional
Antônio Lopes de Sá
Editora: Atlas
ISBN: 8522455341
Comentário: a obra permite ao leitor conhecer um pouco mais sobre as
especi�cidades da vida pro�ssional, bem como apresenta a consciência
ética que é esperada de todos os pro�ssionais. O livro apesar de
direcionado para os alunos e acadêmicos de ciências contábeis,
apresenta um rico conteúdo sobre os preceitos éticos que podem ser
replicados em todas as áreas.
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conclusão
Conclusão
A compreensão do comportamento humano não é uma das tarefas mais fáceis para todos que se
debruçam a estudar sobre a ética, a moral e os valores na sociedade. Conforme apresentado nesta
unidade, foi possível observar que as mudanças que têm ocorrido acabaram por in�uenciar como as
pessoas agem, e consequentemente, como as empresas atuam. Compreender como a ética e a
moral são empregadas no ambiente organizacional, bem como entender como a cultura in�uencia
na postura ética dos pro�ssionais, compuseram os principais objetivos deste capítulo. Analisar como
os indivíduos compreendem a ética é uma condição necessária para entender como ela é aplicada
na sociedade e também no ambiente empresarial.
f ê i
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referências
Referências
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