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Estudo de caso - Brumadinho

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Estudo de caso: Brumadinho
GRUPO 5: IMPACTOS AMBIENTAIS (FATORES ABIÓTICOS)
1. Antes do dano: Recursos hídricos, solo, ar, clima, ciclos biogeoquímicos, etc.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, antes do rompimento da barragem da Vale que despejou uma avalanche de lama à sua frente, a região do Córrego do Feijão era um cenário com vegetação, morros e um reservatório de água.
Controlada pela Vale S.A., a barragem de rejeitos denominada barragem da Mina Córrego do Feijão, era classificada como de "baixo risco" e "alto potencial de danos" pela empresa. Acumulando os rejeitos de uma mina de ferro, ficava no ribeirão Ferro-Carvão, na região de Córrego do Feijão, no município de Brumadinho, estado de Minas Gerais. Antes do desastre, os moradores pescavam e também eram abastecidos pela água do rio, os microrganismos se encarregavam da liberação dos elementos contidos na matéria orgânica para realização do ciclo biogeoquímico. Quando falamos de solo, podemos citar que Brumadinho era uma cidade abastecida pela linha ferroviária, se baseava de agricultura local e turismo. No solo pode-se encontrar os húmus uma matéria orgânica em decomposição, que faz o solo ser fértil, o que gerava um abastecimento local. A região possuía deslumbrante beleza natural, com a altitude elevada, as ocorrências topográficas especiais, de clima frio, com grandes mananciais aquíferos e uma vegetação preservada compõe um ar agradável aos habitantes e visitantes. Apresentava temperatura média anual variando entre 16,7 Cº a 21,1 Cº. O período seco predomina no mês de julho e o chuvoso no mês de janeiro.
Conforme descrito no texto, a região possuia uma extensa área de preservação ambiental que foi devastada com o romprimento da barragem o que pode ser observado na imagem seguinte.
Fonte: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/01/25/antes-e-depois-veja-imagens-do-rompimento-de-barragem-da-vale-em-brumadinho-mg.ghtml
2. Após o dano
O rompimento da barragem destruiu grande parte da vegetação local e causou a morte de diversas espécies de animais, o solo terá sua composição alterada, o que prejudicou o desenvolvimento de algumas espécies vegetais. Além dessa alteração, quando a lama seca, forma uma camada dura e compacta, que também afeta a fertilidade do solo.
Foram despejados aproximadamente 45 milhões de m3 de resíduos, compostos principalmente por óxido de ferro, manganês e sílica. A pluma de resíduos da barragem destruiu diversas vilas, matando 19 pessoas. Além disso, mais de 500 mil pessoas tiveram interrupção do fornecimento de água devido à alta turbidez da água e a impossibilidade de tratamento. A lama alcançou o subafluente Gualaxo do Norte, percorreu cerca de 660 Km do rio Doce e alcançou o mar 17 dias depois, dia 22 de novembro, na voz situada na vila de Regência (ES). Pelo caminho os resíduos outras comunidades, incorporando elementos antes sedimentados pela bacia hidrográfica.
O dano na flora de formação de mata atlântica em transição para o cerrado tendo considerado a área de lama registrada teve perda de habitat afetando blocos da floresta fragmentando-os e dificultando a conectividade das áreas. A área de mata atlântica afetada pelos rejeitos é de 133,25 ha, mas a área total afetada chega há 269,84 há. Com a gravidade dos danos ainda não é possível afirmar se o rejeito será capaz de proporcionar condições para que a vegetação volte a se desenvolver e se torne floresta novamente. Boa parte da área impactada faz parte de um parque ecológico fora as áreas atingidas por menores quantidades de rejeito mais afastadas do epicentro do ocorrido. Quando falamos sobre fauna o ponto se torna ainda mais crítico pois segundo relatório da própria VALE não há dúvida de que o impacto foi a supressão TOTAL de toda a pedofauna (fauna ligada ao solo), que tem relação direta com a fertilidade do solo em questão. Espécies de indivíduos que eram altamente dependentes do uso da água tiveram interferência de forma drástica, tendo algumas espécies como de borboletas podendo ter sido extintas da região.
Considerando ainda a qualidade do ar também ficou prejudica após a tragédia, porém não há ainda estudos detalhados que apontem o quanto o mesmo foi afetado pela tragédia, sabe-se apenas que esse dano existe, impactando não apenas a fauna restante mas também os habitantes das proximidades do acontecido, uma vez que resíduos contaminantes se desprendem da lama seca e ficam suspensos no ar, chegando ao sistema respiratório de todos os indivíduos.
3. Reparação do dano 
As sanções penais e administrativas têm a característica de um castigo que é imposto ao poluidor. Já a reparação do dano reveste-se de um caráter diverso, pois através dela busca-se uma recomposição daquilo que foi destruído, quando possível. Relembre-se de que o direito brasileiro não reconhece os chamados “danos punitivos”. A grande dificuldade, evidentemente, não está nas sanções penais e administrativas, mas na obrigação de reparar o dano. Em que consiste tal obrigação? A prática judicial brasileira ainda não nos oferece uma resposta segura. O Direito Ambiental deve buscar o equilíbrio entre os diferentes aspectos que compõem o sistema de proteção legal do meio ambiente (ANTUNES, 2017, p. 555).
Como maneira de reparação do dano causado à vegetação a empresa Vale tomou algumas medidas, tais como:
· Obras de abastecimento e saneamento – Esta é a prioridade para garantir o abastecimento de água potável nas regiões afetadas pelos resíduos do rompimento, uma vez que foi proibido o cosumo da água do rio Paroapeba contaminado por metais pesados. Sendo instalados 250 filtros de alta performance para tratar a água de poços subterrâneos, abastecendo cerca de 10 mil pessoas em 22 municípios. Esta obra esta em 60% de seu andamento e para não faltar água a empresa disponibiliza caminhões pipa e entrega de água mineral em 16 municípios onde também foi implantado caixas d’água com tubulações e bombas hidráulicas para garantir esse abastecimento.
· MARCO ZERO (Plano Piloto): Um plano com o objetivo de recuperar as calhas do ribeirão ferro-carvão e restaurar a vegetação nativa, alem de ajudar na recuperação do Rio Paraopeba.
4. Dados sobre a importância dos fatores abióticos para a manutenção do ecossistema local, saúde e qualidade de vida
A natureza é composta por um constante e complexo processo de trocas. É assim que a vida se mantém, em um fluxo em que cada ser está interligado a outros, formando uma grande cadeia. É justamente esta a importância da cadeia alimentar: através dela os seres obtêm os nutrientes de que necessitam para o seu desenvolvimento e sobrevivência, a partir do consumo alimentar de outros seres. Pensando no todo, a manutenção do meio é  igualmente importante para sustentar as formas de vida e assim possibilitar que esta  cadeia ocorra mantenha o equilíbrio que garante a vida no planeta.
Logo, prover meios para que o meio ambiente seja preservado é  de suma importância, seguem abaixo dados de alguns movimentos de preservação e manutenção aplicados atualmente:
No Brasil, 43% da população possui seu esgoto coletado e tratando e 12% utilizam-se de solução individual, ou seja, 55% possuem tratamento considerado adequado, 18% têm seu esgoto coletado e não tratado, o que pode ser considerado como um atendimento precário, e 27% não possuem coleta nem tratamento, isto é, sem atendimento por serviço de coleta sanitário.
De acordo com a Abrelpe, Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, O Brasil produz cerca de 76 milhões de toneladas de lixo ao ano, 30% tem potencial de reciclagem, mas apenas 3% são de fato reaproveitados.
As emissões de gases de efeito estufa no Brasil ficaram praticamente estáveis no ano passado, com flutuação de apenas 0,3% em relação a 2017
Observando os dados podemos concluir que, à nível Brasil o que está sendo feito para manutenção dos fatores abióticos do ecossistema ainda está muito abaixo do esperado. Uma vez que a contaminação do solo e das cintas hídricas, por exemplo,podem trazer consequências seríssimas à saúde como doenças crônicas, que levam ao comprometimento do bom funcionamento do organismo e até a morte por intoxicação.
REFERENCIAS
Site de notícias G1: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/01/25/antes-e-depois-veja-imagens-do-rompimento-de-barragem-da-vale-em-brumadinho-mg.ghtml
Jornal Folha de São Paulo: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/02/veja-como-era-a-regiao-atingida-pela-lama-em-mg-antes-da-tragedia.shtml
Revista Digital “Balanço da Reparação – VALE”: http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/servicos-para-comunidade/minas-gerais/atualizacoes_brumadinho/Paginas/balanco-reparacao.aspx#dflip-_button_pdf/1/
Portal Saneamento básico: https://www.saneamentobasico.com.br/apenas-3-lixo-reciclado/amp/#aoh=15984917256696&amp_ct=1598491737591&referrer=https%3A%2F%2Fwww.google.com&amp_tf=Fonte%3A%20%251%24s
Jornal Digital Estado de Minas: https://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2019/11/05/interna_nacional,1098544/emissoes-de-gases-de-efeito-estufa-do-brasil-ficam-estaveis-em-2018.shtml
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
SENAC Minas Gerais: http://www.descubraminas.com.br/Turismo/DestinoPagina.aspx?cod_destino=170&cod_pgi=2605
Portal Toda Matéria: https://www.todamateria.com.br/ciclos-biogeoquimicos/
Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rompimento_de_barragem_em_Brumadinho
Portal “Por Aqui”: https://poraqui.com/aldeia/a-solidariedade-permanente-que-pode-e-deve-ser-praticada/
Potal Mundo educação: https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/desastre-ambiental-brumadinho.htm
Relatório de “Caracterização Preliminar dos Impactos Ambientais Decorrentes do Rompimento da Barragem B1 da Mina Córrego do Feijão em Brumadinho (MG)”. Apresentado pela Vale no DOCCPI 189/2019: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/wp-content/uploads/sites/41/2019/11/RELAT%C3%93RIO-CPI-BRUMADINHO.pdf
Relatório WWF enviado à CPI no DOCCPI 196/2019 e Reportagem da Revista Piauí de 2/2/2019: https://piaui.folha.uol.com.br/o-movimento-da-lama/.

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