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Resenha Paolo Grossi

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Trabalho de Conclusão do Minicurso Online – Introdução à História do Direito a partir de 
Paolo Grossi 
 
Obra: Primeira Lição Sobre Direito 
Aluna: Indira Gorgulho Fernandes 
 
 
O livro Primeira Lição Sobre Direito, traduzido por Marcelo Ricardo Fonseca e 
produzido pela editora Forense, no ano 2006, é de autoria do Professor Paolo Grossi, um dos 
juristas de maior prestígio no panorama acadêmico europeu. Sua linha de pensamento é a 
história do direito, com ênfase no direito privado. Ademais, sua linguagem é de fácil 
compreensão e ele aborda as temáticas envolvendo e instigando o leitor à reflexão, mas pode 
apresentar certa dificuldade para aqueles que não estão familiarizados com determinadas 
expressões do direito. Assim sendo, o livro é apropriado para todas as pessoas, em especial os 
acadêmicos de direito. 
A obra inicia-se com a indagação acerca do que é o direito e Grossi expõe de maneira 
inteligível que é uma dimensão misteriosa para o homem comum, pois apesar de confiar nos 
signos sensíveis (comunicação do direito e a produção de seus fins) ainda apresenta grande 
imaterialidade, uma vez que o direito vem-lhe do alto e de longe e mostra-se como poder, 
como um comando autoritário. O professor utiliza-se de duas palavras para pontuar a situação 
do direito perante o homem comum: hostil e estranho. Em seguida, revela com pesar o risco 
provável de separação entre o direito e a sociedade, posto que esta sente aquele distante de si 
e de sua realidade. 
Observa-se a preocupação do autor em desassociar a imagem negativa do direito. Um 
ponto relevante que ele versa sobre como se configurou essa imagem é a formação do Estado 
- a partir do mito da vontade popular. Segundo Grossi, o poder político (Estado), na busca 
pelo controle da manifestação social, encontrou no direito um modo de consolidar sua 
estrutura e alcançar a monopolização da dimensão jurídica. Logo, a fim de que haja um 
resgate do direito à sociedade e a superação de suas deformações modernas, se faz necessária 
a observância do mesmo como produto humano, de caráter objetivo e como ordenamento que 
estabelece ordem ao social. 
No capítulo dois: A Vida do Direito, Paolo Grossi renova o entendimento de que o 
direito não deve ser visto exclusivamente como exercício do poder ou controle social, mas 
sim como resultado da experiência histórica, com vida própria e inserido no tecido social, 
econômico e político. Faz-se então uma evolução histórica do direito, pois este é velho como 
o mundo. Dá início a sua jornada na Idade Antiga, representada pelo direito romano, expondo 
que este penetrou nas civilizações jurídicas ocidentais e contribuiu trazendo a terminologia, os 
conceitos e formulários, além de um rigor que busca a perfeição formal. Prosseguindo, 
adentra no direito medieval e explica que este se originou de um vazio estatal (resultante da 
queda do Império Romano) tendo como consequência um direito pluralista, consuetudinário. 
Em detrimento a nova fase do direito que está emergindo na modernidade tem como marco a 
presença cada vez maior de um novo ator: o Estado, que culminou na forte vinculação política 
ao direito. 
 Grossi ainda discorre sobre a diferença entre common Law e civil Law, destacando 
que no Common Law ainda bate um coração medieval, prevalecendo à continuidade. Em face 
ao Civil Law expressa sua desconfiança em relação ao direito escrito. Para além, podemos 
inferir que dentre as encarnações do direito apresentam-se o costume e a interpretação. Aquele 
é fonte jurídica e consiste na repetição de atos pela coletividade durante uma situação de 
normalidade e na observância e, consequentemente no respeito por esta. O costume é a fonte 
genuína do direito. Já a interpretação revela o caráter da efetividade do direito que se 
materializa nas palavras do juiz. Cabe aos interpretadores dar a tenacidade e vida ao direito, 
de forma que, esteja ao alcance de toda a sociedade. 
Em síntese, pode-se extrair do livro e das reflexões por ele propostas que o direito 
sendo parte da história se manifesta de tempos em tempos, em espaços divergentes e com a 
observância e a organização social o direito é formado. Logo, o mundo está demarcado pela 
pluralidade de ordenamentos jurídicos. Há comunidades que se auto-ordenam em virtude de 
valores, regras e até códigos. Mas todos têm um ponto em comum: para que esses 
ordenamentos sejam válidos, devem respeitar a complexidade social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Poços de Caldas, 27 de abril de 2020

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