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ESPIRITO SANTO 
FARMACOLOGIA EM ONCOLOGIA 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO – FAVENI 
 
 
FARMACOLOGIA EM ONCOLOGIA 
 
Fonte: www.dicasdefarmaceutica.blogs.sapo.pt 
Denominado como o “profissional do medicamento”, o farmacêutico deve ser o 
principal responsável envolvido no combate ao uso irracional de medicamentos, 
realizando atividades clínicas e avaliando os impactos dessas atividades nas ações de 
saúde pública. Esse profissional deve constituir um elo chave entre a prescrição e a 
administração dos medicamentos, sendo que sua interação com os demais 
profissionais da saúde pode contribuir significativamente para a melhoria da 
farmacoterapia. 
A carreira farmacêutica especializada em oncologia é bastante valorizada no 
mercado e permite ao profissional atuar em hospitais filantrópicos, públicos e privados. 
Devido à complexidade dos procedimentos envolvidos nesta carreira, a maioria 
das oportunidades profissionais estão em cidades de médio e grande portes, que 
possuem estrutura hospitalar capaz de receber pacientes acometido pelos mais 
diversos tipos de câncer. 
 
É de suma importância a atenção farmacêutica nesses pacientes, pois alguns 
tipos de câncer são tratados por um longo período. Esse tratamento, isoladamente, já 
demanda muitos medicamentos, e em alguns casos, os pacientes têm doenças 
concomitantes (diabetes, depressão, hipertensão) que fazem com que se utilize ainda 
mais medicamentos, denominada polifarmácia”, comenta Santana. Nesse momento, o 
farmacêutico, com sua formação humanística, pode exercer a prática da atenção 
farmacêutica para diminuir as dificuldades do paciente em relação aos medicamentos. 
As principais práticas da atenção farmacêutica estão relacionadas a colaborar para a 
solução dos Problemas Relacionados com os Medicamentos (PRMs) que surgem 
devido ao mecanismo de ação dos oncológicos (anemias, náuseas e vômitos, 
fraqueza, dores musculares, entre outras). Ele defende que um ponto importante a ser 
ressaltado é a avaliação da prescrição e a sua adequação aos mais variados 
protocolos de tratamento. O farmacêutico é o profissional responsável por essa 
avaliação e intervenção junto à equipe médica. 
Ser especialista em farmácia oncológica exige que o profissional tenha um perfil 
multidisciplinar, com conhecimentos básicos de administração e habilidade para 
coordenação e liderança. É imprescindível possuir competência para implantação da 
farmácia clínica e programas de atenção farmacêutica. É importante ressaltar que todo 
serviço de alta complexidade no tratamento do câncer, cadastrado pelo Sistema Único 
de Saúde (SUS), deve contar com um farmacêutico para a realização de manipulação 
de quimioterápicos. 
A farmacologia clínica (FC) vem ganhando destaque nas últimas décadas no 
Brasil. Discute-se a importância, necessidade e aplicabilidade da FC como atividade 
primordial para ser desenvolvida em conjunto com a equipe de saúde, visando à 
segurança do paciente, efetividade no tratamento proposto e o uso racional dos 
medicamentos. A atenção farmacêutica (AF), além de atender às necessidades 
farmacoterapêuticas do indivíduo, deve ser responsável pela garantia de uma terapia 
segura e efetiva, incluindo mecanismos de controle que facilitem a continuidade da 
assistência, tendo o farmacêutico que zelar por essa atenção. 
 
As ações desenvolvidas pelo farmacêutico diretamente com o paciente em uso 
de medicamentos ou produtos para a saúde são entendidas e reconhecidas como AF, 
seja no âmbito hospitalar público ou privado. Por meio dessa atividade, é possível 
detectar problemas relacionados com medicamentos (PRM), avaliar os seus resultados 
pelo sucesso na efetividade e/ou na adesão do tratamento e identificar possíveis 
Resultados Negativos associados ao Medicamento (RMN). No desenvolvimento da AF, 
o profissional se encarrega de reduzir e prevenir a morbimortalidade relacionada a 
medicamentos, atendendo individualmente as necessidades dos pacientes. 
Nas últimas quatro décadas tem-se verificado, na prática de farmácia, uma 
tendência para o farmacêutico se afastar do seu foco original de fornecimento de 
medicamentos para um foco mais abrangente relacionado com o atendimento ao 
doente. O papel do farmacêutico tem evoluído a partir do fabrico e fornecimento de 
produtos farmacêuticos no sentido de prestar serviços e informações, e finalmente 
prestar cuidados aos doentes. 
Cada vez mais, a tarefa do farmacêutico é garantir que a terapia medicamentosa 
do doente está devidamente indicada e que é a mais eficaz, segura e conveniente para 
o doente. 
Segundo esta nova perspectiva, os farmacêuticos devem possuir os 
conhecimentos e as habilidades necessárias para assumir as suas novas funções e 
responsabilidades e para funcionar como membros de colaboração da equipa de 
saúde. 
Um serviço de cuidados inicial de qualidade, bem estruturado e orientado para o 
doente oncológico, deve ser realizado pelo farmacêutico responsável, imediatamente 
antes ou durante o primeiro ciclo de quimioterapia. Os serviços ao doente devem 
consistir no aconselhamento e supervisão do seu tratamento, sob o ponto de vista 
farmacêutico. 
O conteúdo do aconselhamento ao doente oncológico deve abranger os efeitos 
dos citostáticos e da terapêutica de suporte utilizada, localização dos efeitos, técnicas 
de administração, efeitos adversos relevantes e interações medicamentosas. Também 
 
é importante discutir com o doente como gerir os efeitos adversos e como podem ser 
evitados. Os serviços farmacêuticos devem estar presentes continuadamente durante 
todos os ciclos terapêuticos, e complementar os cuidados médicos. 
 
 
 
Fonte: www.ictq.com.br 
O desenvolvimento de um plano de cuidados é uma componente chave no 
conceito de cuidados farmacêuticos. O plano permite disponibilizar ao doente um 
cuidado contínuo e de alta qualidade por qualquer período de tempo. O plano de 
cuidados consiste, então, em resolver qualquer problema de terapia medicamentosa, 
conseguir com sucesso atingir os objetivos terapêuticos e prevenir qualquer potencial 
problema da terapia medicamentosa. Para cada indivíduo, o farmacêutico desenvolve 
um plano de cuidados juntamente com o doente. 
Os serviços farmacêuticos e a participação no cuidado centrado no doente têm 
sido associados a uma melhoria da saúde e dos resultados económicos, a uma 
 
redução dos efeitos adversos, melhoria da qualidade de vida e redução da morbilidade 
e mortalidade. 
Este assunto descreve os novos papéis, habilidades e atitudes que os 
farmacêuticos precisam de dominar a nível geral e, em particular, a nível oncológico, 
para que possam tornar-se membros das equipas de atendimento multidisciplinar de 
saúde, bem como as vantagens que podem oferecer através da sua contribuição 
profissional. 
O farmacêutico é o responsável pela aquisição e avaliação técnica dos 
medicamentos, materiais, insumos farmacêuticos e produtos para a saúde, 
padronizados de acordo com os protocolos terapêuticos e de suporte, seu recebimento, 
transporte, armazenamento e conservação mantendo sua estabilidade, manipulação e 
a dispensação, geração e descarte de resíduos de produtos e medidas em caso de 
derramamento e extravasamento. Além da avaliação dos fornecedores para garantir a 
qualidade e manutenção preventiva dos equipamentos de acordo com as necessidades 
operacionais e normas estabelecidas pela legislação vigente. 
Antes de iniciar cada ciclo da quimioterapia, o farmacêutico faz uma análise 
técnica da prescrição médica, onde confere os dados do paciente, protocolo, 
medicamentos, diluentes, cálculos de doses, ordem e velocidade de infusão dos 
medicamentos, via de administração e dados do prescritor. Se não houver qualquer 
intervenção, a prescrição é liberada para a equipe de enfermagem. 
É privativo do farmacêutico manipular os medicamentos citotóxicos utilizados na 
quimioterapia,de acordo com a resolução 288/96 do Conselho Federal de Farmácia. 
Na área de manipulação dos medicamentos o controle de qualidade é contínuo e diário 
e o preparo deve ser realizado com técnica asséptica, em ambiente com infraestrutura 
apropriada, segundo as normas locais, padrões internacionais e procedimentos pré-
estabelecidos. O farmacêutico paramentado com todo o equipamento de proteção 
individual (EPI) e de acordo com as técnicas de biossegurança prepara o medicamento 
prescrito na dose de cada paciente e dispensa para a equipe de enfermagem para a 
administração e aplicação. 
 
Estabelecer uma boa relação farmacêutico-paciente é fundamental para garantir 
a adesão do paciente e o sucesso do tratamento respeitando suas limitações, hábitos e 
motivação para cumprir o plano terapêutico, as terapias de suporte e complementares. 
O farmacêutico deve aconselhar e monitorar a terapia farmacológica, aconselhando o 
paciente com todas as informações necessárias quanto ao modo correto de usar e 
armazenar os medicamentos, alertando sobre os prováveis efeitos colaterais e 
interações com outros medicamentos, suplementos e alimentos, efeitos na gravidez e 
amamentação para seguir corretamente as orientações médicas, buscando encontrar e 
resolver de maneira sistematizada e documentada todos os problemas relacionados 
com os medicamentos que apareçam no transcorrer do tratamento. Sendo assim o 
paciente pode vir a ter uma maior sobrevida e melhor qualidade de vida. 
Cuidados Farmacêuticos e Papel do Farmacêutico 
 
Fonte: www.tecnicasemfarmacia.blogspot.com.br 
Os cuidados farmacêuticos compreendem atitudes, valores éticos, 
comportamentos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de 
 
doenças e na promoção e recuperação da saúde (Bisson, 2007). Têm como objetivos 
principais a saúde e o bem-estar dos doentes. Estes dois objetivos são prioridades 
para que a atenção farmacêutica seja diretamente voltada para o doente. 
Apesar de várias alusões anteriores a esta prática farmacêutica, o termo 
“Pharmaceutical Care” foi utilizado pela primeira vez na literatura científica, em 1990, 
por Hepler e Strand, tendo sido traduzido para cuidados farmacêuticos ou atenção 
farmacêutica. Nesse artigo, foi sugerido que "Atenção Farmacêutica é a provisão 
responsável do tratamento farmacológico com o objetivo de alcançar resultados 
satisfatórios na saúde, melhorando a qualidade de vida do doente". Em 1994, na 
reunião de peritos da Organização Mundial de Saúde (OMS), realizada em Tóquio, o 
conceito de cuidados farmacêuticos foi discutido, aceito e ampliado, tendo sido definido 
o papel chave do farmacêutico: "estender o carácter de beneficiário dos Cuidados 
Farmacêuticos ao público, no seu conjunto e reconhecer, deste modo, o farmacêutico 
como dispensador da atenção sanitária que pode participar, ativamente, na prevenção 
das doenças e da promoção da saúde, em conjunto com outros membros da equipa 
sanitária" (OMS, 1994). 
O cuidado farmacêutico não envolve apenas a terapia medicamentosa, mas 
também envolve decisões sobre o uso adequado de medicamentos para cada doente 
como por exemplo a seleção da dose e via de administração, bem como envolve a 
monitorização terapêutica e o aconselhamento do doente. 
A missão principal do farmacêutico é prover a atenção farmacêutica, que é a 
provisão responsável de cuidados relacionados com os medicamentos, com o 
propósito de conseguir resultados concretos em resposta à terapêutica prescrita, que 
melhorem a qualidade de vida dos doentes (Bisson, 2007). 
 Os cuidados farmacêuticos têm portanto como finalidade melhorar a qualidade 
de vida dos doentes, que pode ser traduzida pela cura da doença, pela eliminação ou 
redução de uma sintomatologia, pelo controlo ou diminuição do progresso de uma 
doença ou pela prevenção de uma doença ou de uma sintomatologia (Rovers e Currie, 
2007). 
 
Para isso, é necessário identificar, resolver e/ou prevenir potenciais e atuais 
problemas relacionados com os medicamentos (Tulip et al., 2001). 
Um problema relacionado com os medicamentos (PRM) é “um problema de 
saúde relacionado ou suspeito de estar relacionado com a farmacoterapia e que 
interfere nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário” (cit in Bisson, 
2007). 
Os PRMs mais comuns resultam de situações diversas, como por exemplo, 
indicações de medicamentos sem tratamento, seleção inadequada do medicamento, 
dosagem subterapêutica, sobre dosagem, reações adversas a medicamentos (RAM) e 
interações medicamentosas (Rovers e Currie, 2007). 
Neste sentido, os farmacêuticos devem reconhecer a necessidade de melhorar a 
segurança e a efetividade da farmacoterapia. São profissionais de saúde que podem 
melhorar a qualidade da terapia medicamentosa através de estruturas organizadas que 
garantam o acompanhamento do uso racional de medicamentos e avaliando 
regularmente a sua performance. 
 
Fonte: www.ufjf.br 
 
A atividade do farmacêutico permite, assim, contribuir para aumentar a adesão 
do doente aos regimes farmacoterapêuticos, diminuir os custos nos sistemas de saúde 
ao monitorizar as RAM e as interações medicamentosas, e melhorar a qualidade de 
vida dos doentes (Liekweg et al., 2003). 
Para que sejam atingidos os objetivos propostos é muito importante a existência 
de uma relação doente-farmacêutico baseada na confiança, comunicação aberta, 
cooperação e numa mútua decisão; é necessário que haja um plano de consentimento 
por parte do doente para a realização do processo de acompanhamento 
farmacoterapêutico e educação. Todas as informações obtidas são providas de sigilo e 
o farmacêutico deve proporcionar uma tranquilidade relativa ao doente para que ele dê 
todo o tipo de dados que possam ser importantes durante o tratamento farmacológico 
(Rovers e Currie, 2007). 
Muitas vezes, o farmacêutico tem diversas tarefas burocráticas que o afastam do 
doente. Tal situação verifica-se principalmente em ambiente hospitalar, onde o 
farmacêutico exerce cargos de gerência e é responsável por diversas atividades. 
Nestas circunstâncias, deve-se contratar outros farmacêuticos para trabalharem na 
área da atenção farmacêutica, com conhecimentos e habilidades necessários para 
fornecer essa atenção/cuidado (Wiedenmayer et al., 2006). 
O farmacêutico deve olhar para o doente como foco da sua atividade 
profissional. Para isso, este profissional de saúde deve ter conhecimentos de doenças, 
de farmacoterapia, de terapia não-medicamentosa, de análises clínicas, e deve possuir 
habilidades no que concerne à monitorização de doentes, na avaliação física, na 
informação sobre medicamentos e no planeamento terapêutico (Cipolle et al., 2004). 
O principal alvo dos cuidados farmacêuticos é o doente. Os cuidados 
farmacêuticos são prestados pelos farmacêuticos em doentes internados, ambulatórios, 
tratados na residência e atendidos na farmácia de comunitária. 
 
O Doente Oncológico 
A doença oncológica, vulgarmente conhecida como Cancro, é caracterizada por 
uma proliferação anormal de células. No organismo as células crescem, dividem-se em 
novas células e morrem através de um processo ordenado. No entanto, existem 
situações em que algumas células se dividem de maneira desorganizada, não morrem 
e se continuam a formar mesmo quando não são precisas. Com o passar do tempo 
estas células acumulam-se e formam uma massa não funcional de células doentes à 
qual se dá o nome de Tumor ou Neoplasia. 
Os tumores podem ser benignos ou malignos, mas apenas os malignos são 
designados de cancro por terem a capacidade de invadir os tecidos circundantes e de 
se espalharem pelo organismo através dos sistemas circulatório e linfático, dando 
origem a metástases. 
O cancro não pode ser tratado como uma doença generalizada, existem vários 
tipos de tumores malignos e cada um tem de ser tratado como uma doença individual. 
A maioria dos cancros tem o nomeda zona do corpo onde estão as células que 
lhe deram origem, aqui fica um exemplo: se as células que deram origem são células 
do estômago então a doença chama-se “Cancro do estômago”. Contudo, há que ter em 
consideração que se estas células do estômago se espalharem para outra região do 
corpo, por exemplo a mama, têm de ser tratadas como cancro de estômago e não 
como cancro da mama, porque a sua origem primária está no tumor inicial que lhe deu 
origem que é o cancro do estômago. 
Estas doenças podem afetar pessoas de todas as faixas etárias, mas o risco, 
para a maioria dos tipos de cancro que se conhece, aumenta com a idade. 
Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde os cancros que causaram 
mais mortes mundiais nos últimos anos são: pulmão, fígado, estomago, colo-retal, 
mama e esófago. 
O câncer é uma neoplasia maligna resultante do crescimento de um tecido novo 
dentro de nós, mas que é invasor dos tecidos à nossa volta (Simões et al., 2007). Este 
crescimento pode ser o resultado de uma maior proliferação (divisão) celular, ou de 
 
uma maior resistência das células à morte (nestas circunstâncias, a morte designa-se 
por apoptose), ou de ambos (maior proliferação e menor apoptose). 
Os tecidos que constituem o cancro não são muito diferentes dos tecidos 
normais, apenas diferem numa percentagem mínima de genes que leva ao crescimento 
de um tecido novo que não respeita as fronteiras do órgão. Este fenómeno acontece 
devido a uma desregulação: as células dividem-se mas não morrem, o que leva a que 
o tecido não pare de crescer e, por sua vez, não se diferencie (Simões et al., 2007). 
A interação de agressões ambientais e uma certa susceptibilidade genética 
conduz a alterações genéticas que se vão acumulando nas gerações sucessivas de 
células neoplásicas, ou seja, passam das células-mães para as células-filhas, havendo 
assim maior capacidade de proliferar e sobreviver, levando à situação do cancro 
(Pollock et al., 2006). 
Contudo, o facto dos cancros serem causados por alterações genéticas não 
significa que sejam hereditários. A maioria dos cancros (mais de 90%) não é 
hereditário, isto é, as alterações genéticas que causam diretamente o cancro não são 
herdados a partir das células germinativas dos pais (óvulo e espermatozoide), mas 
ocorrem nas células somáticas das pessoas durante a vida (Simões et al., 2007). 
 
Fonte: www.indice.eu 
 
O fator influência ambiental é muito mais importante que a susceptibilidade 
genética. O homem tem evoluído sempre no sentido da adaptação às novas 
agressões. Há portanto uma certa adaptação do nosso organismo às agressões 
ambientais, contudo esta adaptação é imperfeita. Por exemplo, nas pessoas que 
fumam, o epitélio respiratório que é um epitélio muito delgado é substituído ao fim de 
um certo tempo por um epitélio pavimentoso – metaplasia (substituição de um tecido 
por outro). Esta substituição é uma forma de se conseguir suportar as agressões do 
fuma, sem terem que morrer por causa disso. Contudo, em certas pessoas, devido a 
esta substituição ocorrem erros, e isso é que pode causar o cancro do pulmão. De um 
modo geral, pode afirmar-se que, em Portugal, como nos restantes países da União 
Europeia e da América do Norte, o risco que se tem de desenvolver um cancro durante 
a vida é de cerca de 50%, e de morrer de cancro é de cerca de 25% (Simões et al., 
2007). 
Diagnóstico 
O câncer é uma doença multifatorial que compromete diferentes órgãos, o que 
leva a que os sintomas e sinais sejam muito variáveis (Pollock et al., 2006). 
É através de um conjunto de dados clínicos de imagem (radiologia, ecografia, 
tomografia axial computorizada, ressonância magnética e cintilografia) e laboratoriais 
(exames analíticos, citogenética, técnicas modulares, marcadores tumorais e exame 
anatomopatológico) que se diagnostica o cancro (Simões et al., 2007). 
No entanto, somente através do exame anatomopatológico (autópsias, biopsias 
e citologias) é que se faz o diagnóstico definitivo do cancro. Este exame informa com 
precisão a presença do tumor, a natureza e a extensão do mesmo. Além disso, permite 
guiar a terapêutica, avaliar o prognóstico e possibilitar o seguimento do doente e 
detecção de recidivas (Simões et al., 2007). 
 
Tratamento 
A detecção precoce e o diagnóstico correto são condições fundamentais para o 
tratamento mais adequado das neoplasias malignas. Deve ponderar-se os efeitos 
adversos e os benefícios esperados, esclarecer precocemente o prognóstico, 
considerar as preferências e obter o consentimento informado expresso do doente. 
A cura do câncer requer a eliminação de todas as células cancerosas. Contudo, 
clinicamente a cura significa a ausência permanente de sinais e sintomas da doença, 
pois os doentes podem ainda ter células malignas viáveis, mas não clinicamente 
detectáveis que levam ao eventual reaparecimento do cancro. Por isso, é que muitos 
oncologistas preferem falar de controlo da doença em vez de cura da doença (Simões 
et al., 2007). 
O tratamento das neoplasias malignas varia de acordo com o tipo de neoplasia e 
com o estádio em que o cancro é diagnosticado. Incluem a cirurgia, a terapêutica com 
radiações, a quimioterapia com agentes citotóxicos, agentes bioterápicos e agentes 
endócrinos, a terapêutica genética e a transplantação de medula óssea (Pollock et al., 
2006). 
As terapêuticas mais usadas para os tumores malignos localizados são a 
cirurgia e a radioterapia, e para os não localizados é a quimioterapia com citostáticos. 
Infelizmente, os agentes citotóxicos causam lesões no ADN das células malignas e, 
muitas das vezes também, em células normais que estão em divisão. É normal usar-se 
associação de agentes quimioterápicos, com mecanismos de ação e toxicidades 
diferentes para aumentar a morte das células malignas, reduzir os efeitos adversos 
relacionados com as doses e diminuir a probabilidade de resistência ao efeito da 
quimioterapia (Pollock et al., 2006). 
 
Farmacologia dos Agentes Quimioterápicos 
 
Fonte: www.stopcancerportugal.com 
O conhecimento da cinética da população celular de células e do ciclo destas 
células são fundamentais na ação e no uso clínico de agentes oncológicos (Bisson, 
2007). Alguns fármacos atuam especificamente no ciclo de divisão destas células 
(fármacos ciclo celular específicos), enquanto outros atuam no tumor em várias fases 
do ciclo celular (ciclo celular não-específicos). 
Os citotóxicos atuam com cinética de primeira ordem: uma determinada dose de 
um fármaco elimina uma proporção constante de células doentes. 
Um dos maiores problemas na quimioterapia do cancro é a resistência a 
fármacos oncológicos (Pollock et al., 2006). Os mecanismos de resistência incluem: 
aumento na reparação do ADN (e.g. cisplatina), mudanças em enzimas-alvo (e.g. 
metotrexato, vinca) e diminuição de ativação de pró-fármacos (e.g. mercaptopurina, 
citarabina, fluoracil). 
 
 Agentes alquilantes 
Os agentes alquilantes são fármacos não-ciclo-específicos. Eles formam uma 
molécula reativa que alquila os grupos nucleofilicos das bases do ADN, particularmente 
a posição N-7 da guanina, originando quebra do ADN. 
Incluem as mostardas nitrogenadas (clorambucil, ciclofosfamida, 
mecloretamina), as nitrosoureas (carmustina, lomustina) e as alquilsulfonatos 
(busulfan). Existem ainda outros fármacos que atuam em parte como alquilantes, como 
por exemplo a cisplatina, a dacarbazina e a procarbazina. 
Agentes antimetabólitos 
Os agentes metabólicos são agentes ciclo-específicos na fase S do ciclo celular. 
 Assemelham-se estruturalmente a compostos endógenos e são antagonistas de 
ácido fólico (metotrexato), purinas (mercaptopurina, tioguanina) ou pirimidinas 
(fluorouracil, citarabina). 
Para além do efeito antineoplásico são também imunossupressores. 
 Alcaloides 
Os alcaloides são fármacos ciclo-específicos. Os mais importantes são os 
alcaloides da vinca (vimblastinae vincristina), as podofilotoxinas (etoposido e 
teniposido) e os taxanos (paclitaxel e docetaxel). 
 Antibióticos 
Este grupo de agentes antineoplásicos apresenta uma variada gama de 
estruturas químicas diferentes, entre os quais se encontram a doxorrubicina, a 
daunorrubicina, a bleomicina, a dactinomicina, a mitomicina e a mitramicina. 
 
 Agentes hormonais 
Entre os agentes hormonais citam-se: 
a) Glicocorticoides: a prednisona é muito utilizada em leucemias crónicas, 
linfoma de Hodgkin e outros linfomas; 
 b) Hormonas sexuais: estrogénios, progestagénicos e androgénios; 
c) Antagonistas de hormonas sexuais: tamoxifeno (inibidor da ligação 
estrogénio-receptor da célula cancerosa) e flutamida (antagonista androgênico, 
utilizado no cancro de próstata); 
d) Análogos de hormonas libertadoras de gonadotrofina: leuprolide, goserelina e 
nafarelina são utilizados no cancro de próstata; 
e) Inibidores de aromatase: anastrazol e aminoglutetimida. 
Protocolo de Acompanhamento Pré-Quimioterapia 
Antes da administração de agentes quimioterápicos, deve obter-se um perfil do 
doente (Bisson, 2007). 
É importante haver um acompanhamento físico através da história médica 
passada (e.g. problemas médicos e cirúrgicos, alergias…), dados laboratoriais (e.g. 
hemograma, contagem das plaquetas…) e revisão de sistemas (e.g. função 
cardiovascular, função gastrintestinal, função respiratória, status dental e da cavidade 
oral). É também importante haver um acompanhamento social e psicológico do doente 
(medos, ansiedade, recursos interpessoais). 
Nesta fase, é também fundamental que exista uma educação do doente e da 
família relativamente ao protocolo de tratamento medicamentoso, potenciais efeitos 
colaterais/reações adversas e cuidados pós-tratamento. 
 
Quimioterapia 
 
Fonte: www.dicasdesaude.blog.br 
A quimioterapia é o método que utiliza compostos químicos, chamados 
quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando 
aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou 
quimioterapia antiblástica. 
O primeiro quimioterápico antineoplásico foi desenvolvido a partir do gás 
mostarda, usado nas duas Guerras Mundiais como arma química. Após a exposição de 
soldados a este agente, observou-se que eles desenvolveram hipoplasia medular e 
linfoide, o que levou ao seu uso no tratamento dos linfomas malignos. A partir da 
publicação, em 1946, dos estudos clínicos feitos com o gás mostarda e das 
observações sobre os efeitos do ácido fólico em crianças com leucemias, verificou-se 
avanço crescente da quimioterapia antineoplásica. Atualmente, quimioterápicos mais 
ativos e menos tóxicos encontram-se disponíveis para uso na prática clínica. Os 
avanços verificados nas últimas décadas, na área da quimioterapia antineoplásica, têm 
 
facilitado consideravelmente a aplicação de outros tipos de tratamento de câncer e 
permitido maior número de curas. 
Os agentes utilizados no tratamento do câncer afetam tanto as células normais 
como as neoplásicas, porém eles acarretam maior dano às células malignas do que às 
dos tecidos normais, devido às diferenças quantitativas entre os processos metabólicos 
dessas duas populações celulares. Os citotóxicos não são letais às células neoplásicas 
de modo seletivo. As diferenças existentes entre o crescimento das células malignas e 
os das células normais e as pequenas diferenças bioquímicas verificadas entre elas 
provavelmente se combinam para produzir seus efeitos específicos. 
O ADN, material genético de todas as células, age como modelador na produção 
de formas específicas de ARN transportador, ARN ribossômico e ARN mensageiro e, 
deste modo, determina qual enzima irá ser sintetizada pela célula. As enzimas são 
responsáveis pela maioria das funções celulares, e a interferência nesses processos irá 
afetar a função e a proliferação tanto das células normais como das neoplásicas. A 
maioria das drogas utilizadas na quimioterapia antineoplásica interfere de algum modo 
nesse mecanismo celular, e a melhor compreensão do ciclo celular normal levou à 
definição clara dos mecanismos de ação da maioria das drogas. 
Frequentemente as dosagens de quimioterapia são calculadas em relação à 
área de superfície corporal, expressas em miligramas por metro quadrado e baseadas 
no peso e na altura do doente (Bisson, 2007). Neste sentido, em cada sessão de 
quimioterapia deve medir-se o peso e a altura do doente. Neste cálculo é importante 
ter-se em consideração a presença de edema e ascite. A área de superfície corporal é 
frequentemente calculada por meio de nomogramas. 
A quimioterapia pode ser administrada sistemicamente ou por métodos regionais 
de libertação. A quimioterapia sistémica é realizada por administração oral, 
intravenosa, subcutânea, intramuscular ou intraóssea. Por outro lado, a quimioterapia 
regional é realizada pela libertação do fármaco diretamente nos vasos sanguíneos que 
alimentam o tumor ou na cavidade onde o tumor está localizado (Pollock et al., 2006). 
 
Contudo, independentemente da via de administração, é fundamental que o 
profissional de saúde tome todas as precauções quanto ao seguimento dos protocolos 
estabelecidos nos guias específicos e quanto à eliminação dos detritos. 
A quimioterapia pode ser feita com a aplicação de um ou mais quimioterápicos. 
O uso de drogas isoladas (monoquimioterapia) mostrou-se ineficaz em induzir 
respostas completas ou parciais significativas, na maioria dos tumores, sendo 
atualmente de uso muito restrito. 
A poliquimioterapia é de eficácia comprovada e tem como objetivos atingir 
populações celulares em diferentes fases do ciclo celular, utilizar a ação sinérgica das 
drogas, diminuir o desenvolvimento de resistência às drogas e promover maior 
resposta por dose administrada. 
A quimioterapia pode ser utilizada em combinação com a cirurgia e a 
radioterapia. De acordo com as suas finalidades, a quimioterapia é classificada em: 
• Curativa - quando é usada com o objetivo de se conseguir o controle 
completo do tumor, como nos casos de doença de Hodgkin, leucemias 
agudas, carcinomas de testículo, coriocarcinoma gestacional e outros 
tumores. 
• Adjuvante - quando se segue à cirurgia curativa, tendo o objetivo de 
esterilizar células residuais locais ou circulantes, diminuindo a incidência de 
metástases à distância. Exemplo: quimioterapia adjuvante aplicada em caso 
de câncer de mama operado em estádio II. 
• Neoadjuvante ou prévia - quando indicada para se obter a redução parcial 
do tumor, visando a permitir uma complementação terapêutica com a 
cirurgia e/ou radioterapia. Exemplo: quimioterapia pré-operatória aplicada 
em caso de sarcomas de partes moles e ósseos. 
• Paliativa - não tem finalidade curativa. Usada com a finalidade de 
melhorar a qualidade da sobrevida do paciente. É o caso da quimioterapia 
indicada para carcinoma indiferenciado de células pequenas do pulmão. 
 
Critérios para aplicação da quimioterapia 
 
Fonte:www.medodedentista.com.br 
Para evitar os efeitos tóxicos intoleráveis dos quimioterápicos e que eles 
ponham em risco a vida dos pacientes, são obedecidos critérios para a indicação da 
quimioterapia. 
Esses critérios são variados e dependem das condições clínicas do paciente e 
das drogas selecionadas para o tratamento. 
A seguir, são listados alguns requisitos ideais para a aplicação da quimioterapia: 
Condições gerais do paciente: 
 Menos de 10% de perda do peso corporal desde o início da doença; 
 Ausência de contraindicações clínicas para as drogas selecionadas; 
 Ausência de infecção ou infecção presente, mas sob controle; 
 Capacidade funcional correspondente aos três primeiros níveis, 
segundo os índices propostos por Zubrod e Karnofsky. 
 Contagem das células do sangue e dosagem de hemoglobina. (Os valores 
exigidos para aplicação da quimioterapia em crianças são menores.): 
 
 Leucócitos> 4.000/mm³ 
Neutrófilos > 2.000/mm³ 
Plaquetas > 150.000/mm³ 
Hemoglobina > 10 g/dl 
 Dosagens séricas: 
 Ureia < 50 mg/dl 
Creatinina < 1,5 mg/dl 
Bilirrubina total < 3,0 mg/dl 
Ácido Úrico < 5,0 mg/dl 
Transferasses (transaminases) < 50 Ul/ml 
 Ressalte-se que esses critérios não são rígidos, mas devem ser adaptados às 
características individuais do paciente e do tumor que o acomete. 
Procedimentos recomendados para prevenir e tratar reações Anafiláticas e de 
Hipersensibilidade 
As reações anafiláticas e de hipersensibilidade podem ser o resultado de uma 
superestimação do sistema imune durante e após a administração de agentes 
quimioterápicos (Pollock et al., 2006). 
Neste sentido, existe uma série de procedimentos que se deve pôr em prática 
para prevenir estas reações. 
 Antes de administrar os medicamentos, deve rever-se o histórico de alergias do 
doente e medir a pressão arterial, pulso e frequência respiratória. 
Em doentes com suspeita de reações alérgicas, deve considerar-se a viabilidade 
de administrar pré-medicação profilática, como corticoides, anti-histamínicos e 
antipiréticos (Bisson, 2007). 
É fundamental informar o doente do risco de hipersensibilidade e a necessidade 
de este comunicar sintomas como urticária, coceira, agitação ou sonolência, edema 
facial ou periorbital, tontura e dores abdominais. 
 
Antes de administrar a dose inicial de um agente quimioterápico com alto índice 
de hipersensibilidade, pode ser recomendado a realização de um teste intradermico 
(Bisson, 2007). O teste intradermico consiste em injetar na pele os alérgenos em 
determinados intervalos de tempo. Uma injeção de controlo (sem qualquer alérgeno) 
também é administrada. Se o alérgeno produzir uma pápula, o doente é alérgico àquela 
substância. O teste intradermico é preciso, contudo apresenta um risco de ter uma 
reação grave. 
É importante garantir que estejam disponíveis os equipamentos de segurança 
(e.g. oxigénio, material de intubação) e uma via endovenosa aberta, bem como 
medicamentos de emergência (epinefrina, difenidramina, corticoides, aminofilina, 
dopamina). 
Gerenciamento dos efeitos colaterais induzidos por quimioterápicos 
 
Fonte:www.pharmamedicamentos.blogspot.com.br 
Embora seja um tratamento eficaz para muitos tipos de câncer, a Radioterapia, 
assim como outros tratamentos, pode causar efeitos colaterais. Estes variam de 
 
pessoa para pessoa, conforme o tipo e localização do câncer, a dose de tratamento e 
saúde da pessoa. 
Os efeitos colaterais associados com a terapia de radiação podem ocorrer 
devido as altas doses de radiação usada para matar células cancerosas, doses que 
também podem danificar células saudáveis ao redor da área cancerosa. No entanto, 
importantes melhorias na tecnologia de radiação tornaram os tratamentos mais 
precisos, resultando em menos efeitos colaterais. 
Muitas pessoas que recebem radioterapia apresentam problemas de pele, como 
ressecamento, coceira, bolhas ou descamação. Esses problemas são normalmente 
resolvidos dentro de poucas semanas após o fim do tratamento. Se os danos na pele 
derivados do tratamento de radiação se tornarem muito graves, o médico pode alterar a 
dose ou esquema de tratamentos. 
Outro efeito colateral comum é a fadiga (falta de energia). Fadiga associada com 
o tratamento do câncer é diferente da fadiga por falta de sono, é uma sensação de 
exaustão que não melhora com o repouso. O nível de fadiga pode alterar caso o 
pacientes esteja passando por outros tratamentos, como quimioterapia. 
Para algumas pessoas, a radioterapia provoca poucos ou nenhuns efeitos 
secundários. Já para outros, os efeitos colaterais são mais graves. As reações 
geralmente começam pela segunda ou terceira semana de tratamento e podem durar 
várias semanas após a última aplicação da radiação. Por este motivo o 
acompanhamento médico especializado é muito importante, para prevenir e auxiliar 
sobre estes efeitos durante todo o processo do tratamento. 
Os agentes quimioterápicos podem causar muitos efeitos colaterais e reações 
adversas. As reações adversas podem variar desde efeitos suaves até efeitos que 
põem em risco a vida do doente. A toxicidade e os efeitos colaterais são 
frequentemente causados pelo dano à divisão celular. 
 As células mais vulneráveis à rápida divisão celular são as que se encontram na 
medula óssea, no folículo capilar e no trato gastrintestinal (Pollock et al., 2006). 
 
Neste sentido, é importante que na primeira sessão a tolerância do doente ao 
tratamento seja avaliada antes das sessões posteriores. Sempre que necessário, a 
redução das doses ou a descontinuidade do tratamento devem ser consideradas. 
Como já foi referido anteriormente, o doente e os seus familiares devem ser 
educados sobre os efeitos colaterais potenciais e o seu tratamento em casa. Esta 
situação é extremamente importante na medida em que, o tratamento dos efeitos 
colaterais, o acompanhamento e a intervenção precoce garantem a qualidade de vida 
do doente. Algumas dicas simples podem amenizar os sintomas ao longo do 
tratamento. Confira: 
• No dia da realização da quimioterapia e, geralmente nos dois dias após a 
aplicação, a náusea e a fadiga costumam ser os principais efeitos colaterais. 
Portanto, o paciente deve evitar esforços físicos e procurar fazer pausas 
para descanso. Ele precisa, ainda, hidratar-se ao longo do dia, dando 
preferência a pequenos goles frequentemente. Além disso, a dieta deve ser 
fracionada, dando preferência a alimentos líquidos ou gelados como picolés, 
sorvetes, gelatinas e iogurtes; 
• Passados os primeiros dias após a quimioterapia, é recomendado fazer 
atividades físicas leves, como caminhadas de até 20 minutos, duas vezes 
por dia, além de outros exercícios como dança, alongamento, pilates ou 
ioga, que trabalham a parte da respiração e reforço muscular, melhorando a 
oxigenação e diminuindo a fadiga; 
• É importante manter, sempre que possível, a prática de alguma atividade 
que seja compatível com o tratamento, como artesanatos, literatura, pintura, 
jardinagem, entre outros. Estas ocupações auxiliam no combate ao estresse 
e diminuem a sensação de ócio que a perda da rotina de trabalho muitas 
vezes traz ao paciente, e que pode contribuir para quadros depressivos; 
• A prevenção de infecções deve ser redobrada durante o tratamento. Para 
isso, alguns cuidados são essenciais, como lavar as mãos, usar álcool gel, 
evitar contato com pessoas gripadas ou com diarreia, evitar alimentar-se fora 
 
de casa (caso não seja possível, tomar cuidado para não ingerir alimentos 
crus como frutas e verduras) e manter uma boa higiene oral com escova de 
cerdas macias. Lembrando que durante a quimioterapia as defesas ficam 
bastante diminuídas. Se houver febre, o médico deverá ser contatado 
imediatamente. 
Efeitos gastrintestinais 
 
Fonte:www.vencerocancer.org.br 
Náuseas e vômitos 
As náuseas e vômitos apresentam-se em intensidade variada podendo causar 
desde leve desconforto a quadros graves de desequilíbrio hidroeletrolítico, déficit 
nutricional, lesões orofaríngeas, depressão, ansiedade, trazendo um impacto negativo 
na qualidade de vida do doente e afetando drasticamente suas atividades diárias. 
Sua ocorrência está associada a características de cada indivíduo de forma que 
pessoas jovens e do sexo feminino estão mais propensas aos episódios eméticos. O 
 
mesmo acontece na presença de um estado emocional abalado, onde há medo 
relacionado ao tratamento e quando existem doenças prévias como gastrite, 
enxaqueca e labirintite, aumentando a frequência de náuseas e vômitos. Em contra 
partida, o uso regular do álcool confere maior resistência a esses eventos. É, 
sobretudo, o potencial emetogênico dos quimioterápicos o grande responsável pela 
gênese deste importante efeito colateral. 
As principais drogas causadoras de náuseas e vômitos, utilizadas em onco-
hematologia,são: 
Carmustina, ciclofosfamida, cisplatina, citarabina, melfalano, dacarbazina, 
doxorrubicina, etoposide e metotrexato. Outros quimioterápicos como daunoblastina, 
idarrubicina, mitoxantrona, asparaginase, vimblastina, vincristina e hidroxiuréia 
possuem efeito emetogênico de moderada a baixa intensidade. 
As altas dosagens e infusões rápidas das drogas podem acarretar efeitos 
eméticos mais intensos, de forma que o enfermeiro deve estar familiarizado com todas 
as características do tratamento e as nuances de cada indivíduo, para elaboração e 
implementação de uma assistência de qualidade, utilizando-se da administração de 
antieméticos potentes e cuidados relacionados para prevenção e tratamento das 
náuseas e vômitos. 
A náusea pode ser definida como uma sensação de desconforto na região 
epigástrica, na garganta e no abdómen. Muitas vezes, a náusea precede o vómito. O 
vómito é a expulsão forçada do conteúdo estomacal através da boca, normalmente 
acompanhado de manifestações fisiológicas, como salivação excessiva, taquicardia 
antes do vómito, bradicardia durante o mesmo e diminuição da pressão arterial. 
A sua gravidade pode levar ao fim prematuro da terapêutica. Portanto, é 
fundamental proceder-se a uma terapêutica antiemética eficaz (Wiedenmayer et al., 
2006). 
O mecanismo da ação emetogenica dos quimioterápicos ainda não é bem 
conhecido. Contudo, pensa-se que ocorre a estimulação de vários receptores no 
 
sistema nervoso central e trato gastrintestinal, mediados por numerosos 
neurotransmissores, principalmente serotonina (Bisson, 2007). 
 Os antagonistas dos receptores de serotonina tipo 3(5-HT3) têm demonstrado 
grande eficiência em prevenir e controlar a êmese produzida por quimioterápicos, que 
aumentam a libertação de grânulos de 5-HT3 das células. 
A medicação antiemética normalmente usada é a seguinte: 
 Antagonistas de serotonina: granisetrona, ondasentrona 
 Metoclopramida 
 Fenotiazinas: Clorpromazina 
 Corticoides: Dexametasona 
 Butirofenonas: Haloperidol 
 Canabinóides: Dronabinol 
 Anticolinérgicos: Hioscina 
Uma combinação terapêutica pode permitir uma maior efetividade no bloqueio 
dos sítios receptores. Em doentes submetidos à quimioterapia, a associação de 
bloqueadores de neurotransmissores com corticoides tem dado excelentes resultados 
como terapia antiemetogénica. 
O farmacêutico deve passar algumas orientações aos seus doentes como 
terapia acessória antiemetogénica, tais como: 
 Comer alimentos gelados ou em temperatura ambiente; 
 Ingerir líquidos lentamente; 
 Evitar comidas quentes; 
 Enxaguar a boca com água com limão; 
 Evitar comidas doces, gordurosas e salgadas; 
 Evitar comer e beber 1-2 horas antes e depois da quimioterapia; 
 Comer alimentos leves no decorrer do dia da quimioterapia; 
 Distraí-los com música, televisão, leitura ou jogos sempre que possível; 
 Dormir durante períodos de náusea; 
 Praticar boa higiene oral; 
 
 -Providenciar suporte psicológico; 
 Encorajar a prática de exercícios; 
 Acompanhar o doente nas primeiras 24-48 horas após a quimioterapia. 
Constipação 
Por vezes, a constipação surge devido ao efeito neurotóxico de certos agentes 
quimioterápicos (e.g. alcaloides de vinca) que afetam a musculatura do trato 
gastrintestinal provocando uma diminuição da perístase ou paralisação do íleo. Se o 
caso se agravar, o tratamento deve ser suspenso até à volta do trânsito intestinal; após 
a melhoria, o tratamento deve ser retomado ou diminuir a dosagem (Wiedenmayer et 
al., 2006). 
O farmacêutico deve acompanhar e informar os seus doentes: 
 Acompanhar os fatores de risco associados à constipação (hipercalcemia, 
obstrução intestinal); 
 Acompanhar os hábitos dietéticos dos doentes; 
 Informar o doente no sentido de incluir alta quantidade de fibras na dieta; 
 Informar o doente que deve evitar enemas e supositórios na presença de 
leucopenia e trombocitopenia; 
 Encorajar o doente a fazer exercícios. 
Diarreia 
A diarreia é uma complicação grave da terapia do cancro. Por vezes, alguns 
agentes quimioterápicos podem destruir as células epiteliais do trato gastrintestinal (por 
exemplo, os antimetabólitos), ocorrendo uma eventual inadequada absorção e digestão 
de nutrientes e, consequentemente, o aparecimento de diarreia (Bisson, 2007). 
A diarreia não tratada pode levar à fraqueza, desequilíbrio eletrólito e 
desidratação (Wiedenmayer et al., 2006). 
 
Se o caso se agravar, o tratamento deve ser suspenso até o doente não ter mais 
diarreia; após a melhoria, o tratamento deve ser retomado ou diminuir a dosagem. 
O farmacêutico deve passar algumas informações e orientações aos seus 
doentes, tais como: 
 Informar o doente de que os quimioterápicos podem causar diarreia; 
 Aconselhar o doente a evitar alimentos que irritem o trato gastrintestinal 
(e.g. pimenta, comida picante); 
 Aconselhar o doente a incluir na dieta alimentos pobres em fibras e com 
alto teor de proteínas; 
 Aconselhar o doente a beber muitos fluidos; 
 Orientar o doente sobre o uso de medicamentos antidiarreicos se se 
descartar a origem bacteriana da diarreia. 
Estomatites 
Alguns agentes quimioterápicos (por exemplo antimetabólitos, antibióticos 
antitumorais, agentes alquilantes) podem causar muito facilmente dano na divisão 
celular da mucosa oral, resultando na inflamação do tecido oral e perioral, que 
provoca posteriormente ulceração dolorosa e infecção (Pollock et al., 2006). A cavidade 
oral deve, portanto, ser verificada antes de cada tratamento. 
O farmacêutico deve acompanhar e informar os seus doentes: 
 Acompanhar os doentes com risco de contrair estomatite por outras 
causas, como radioterapia na região da cabeça e do pescoço e higiene 
oral deficitária; 
 Instruir sobre a correta higiene oral e encaminhar o doente a um dentista; 
 Aconselhar o doente a manter os lábios sempre lubrificados; 
 Informar o doente que deve evitar o uso de tabaco e outros irritantes da 
mucosa oral; 
 Informar o doente que deve evitar colutórios bucais contendo álcool; 
 
 Orientar o doente sobre o uso de antifúngicos e antivirais tópicos, bem 
como analgésicos tópicos ou sistémicos em caso de dor. 
Anorexia 
A anorexia é uma diminuição ou perda de apetite, que pode ser causada por 
agentes quimioterápicos. Os efeitos da quimioterapia sobre outros sistemas do 
organismo (náusea, vómito, estomatite, diarreia, constipação, alterações do paladar) 
podem também causar secundariamente anorexia (Bisson, 2007). 
É importante salientar que as doses de quimioterápicos são calculadas em 
função do peso do doente, por isso tornam-se necessários a pesagem e o cálculo da 
dose a cada sessão de tratamento, que deve ser reduzida no caso da perda de peso e 
desnutrição grave. 
O farmacêutico deve acompanhar e informar os seus doentes: 
 Obter uma base do peso e da altura do doente; 
 Acompanhar mudanças de peso após cada tratamento; 
 Acompanhar a ingestão nutricional; 
 Providenciar uma terapia antiemética que minimize náuseas e vómitos; 
 Evitar odores desagradáveis perto do doente quando este estiver a fazer 
as refeições; 
 Encorajar o uso de suplementos dietéticos ricos em proteínas e calorias; 
 Considerar o uso de nutrição enteral e parenteral; 
-Utilizar estimulantes do apetite (e.g. acetato de megastrol); 
-Acompanhar os níveis de eletrólitos e repô-los se necessário; 
-Acompanhar os níveis plasmáticos de proteínas e albumina sérica. 
 
 Efeitos hematológicos adversos 
 
Fonte:www.centron.com.br 
Trombocitopenia 
É uma diminuição na contagem de plaquetas, que pode resultar em 
hemorragias. A trombocitopenia pode ser provocada pela ação de agentes 
quimioterápicos sobre a medula óssea (Bisson, 2007). 
Uma monitorização do hemograma, especialmente a contagem de plaquetas é 
extremamente importante antes e depois da quimioterapia. De acordo com o 
coeficiente de plaquetas, pode ser necessáriauma redução da dose. A quimioterapia 
só pode ser iniciada caso a contagem de plaquetas esteja dentro dos valores normais 
de referência (130-400x109/L). Se necessário, poderá administrar-se uma transfusão 
de plaquetas. 
O farmacêutico deve passar algumas informações e orientações aos seus 
doentes, tais como: 
 
 Informar o doente que é importante que este evite a aspirina e produtos 
que a contenham; 
 Aconselhar o doente a utilizar escovas dentais macias e evitar o uso de 
fio dental; 
 Informar o doente que deve evitar usar enemas e supositórios; 
 Informar o doente que ao assoar o nariz, não o deverá fazer com força. 
Leucopenia/neutropenia 
A leucopenia caracteriza-se por uma diminuição na contagem de glóbulos 
brancos e a neutropenia por uma diminuição na contagem de neutrófilos. Podem ser 
provocadas pela ação de agentes quimioterápicos sobre a medula óssea (Bisson, 
2007). 
Neste sentido, é importante que haja uma monitorização da contagem de 
glóbulos brancos e neutrófilos. Dependendo da concentração deles, poderá ser 
necessária uma redução da dosagem. A quimioterapia só deve ser iniciada sob limites 
normais (4,3- 10,8x109/L de leucócitos, e deste valor 45-75% de neutrófilos). 
O farmacêutico deve passar algumas informações e orientações aos seus 
doentes, tais como: 
-Orientar o doente e familiares sobre a correta lavagem das mãos e higiene 
pessoal; 
-Transmitir ao doente a necessidade de evitar contato com fontes potenciais de 
infecção e que no surgimento de infecções é fundamental um acompanhamento 
médico; 
-Orientar o doente sobre o uso de antibióticos, se necessário. 
 
Anemia 
A anemia caracteriza-se por uma diminuição na contagem de glóbulos 
vermelhos (cuja função principal é transportar oxigénio para os tecidos), que pode ser 
provocada pela ação de agentes quimioterápicos sobre a medula óssea (Bisson, 2007). 
É importante monitorizar-se a contagem de glóbulos vermelhos, especialmente 
hemoglobina e hematócrito, antes e após a quimioterapia. Se necessário, procede-se à 
transfusão de hemoderivados. Por vezes é também necessário monitorizar-se os sinais 
vitais e administrar oxigénio. 
O farmacêutico deve instruir no doente a capacidade de reconhecer sinais e 
sintomas de hemorragias que poderão acontecer. 
 Reações cutâneas 
 
Fonte:www.fotosantesedepois.com 
 
Alopecia 
A alopecia é um efeito colateral transitório e indolor, que afeta negativamente 
clientes do sexo feminino em especial, por prejudicar a autoimagem e diminuir a 
autoestima. É uma toxicidade dermatológica sistêmica causada pela quimioterapia e 
consiste na queda de cabelo e, por vezes, perda dos pelos do corpo em graus variados 
Grande parte dos quimioterápicos pode causar a alopecia, principalmente quando se 
utilizam agentes alquilantes no tratamento. 
Para melhorar a autoestima pode ser estimulado o uso de perucas, lenços, 
chapéus e boné, respeitando-se o gosto de cada pessoa. A intervenção do Serviço de 
Psicologia é imprescindível, no trabalho de questões que envolvem perdas e o 
enfrentamento de uma nova forma de vida, que não fora planejada e desejada. O 
contato com outras pessoas em tratamento pode ser estimulado e geralmente traz 
benefícios na troca de experiências e apoio mútuo. O envolvimento da família também 
é importante para superação das dificuldades, nas fases difíceis inerentes ao 
tratamento muitas vezes, extenuante. 
A alopecia caracteriza-se pela perda temporária de cabelos, sendo um efeito dos 
quimioterápicos sobre o folículo piloso (Pollock et al., 2006). 
O farmacêutico deve passar algumas informações e orientações aos seus 
doentes, tais como: 
-Explicar ao doente a perda de cabelo e informá-lo que é temporária, 
acompanhando o impacto da perda de cabelo sobre o doente e o seu estilo de vida; 
-Informar o doente que não deve usar secadores de cabelo; 
-Informar o doente que não deve usar substâncias químicas no couro cabeludo 
(e.g. tinturas, permanentes, sprays); 
-Avisar o doente que os cabelos novos podem vir com textura e cor diferentes. 
 
Eritema/urticária 
O eritema e a urticária podem ser generalizados ou localizados, em resposta ao 
agente quimioterápico (Bisson, 2007). 
Muitas reações podem ser indicativas de uma reação de hipersensibilidade a um 
agente quimioterápico, podendo, neste sentido, ser necessária a descontinuidade do 
tratamento. 
A utilização de uma grande veia para a administração dos fármacos é 
recomendada. O farmacêutico deve passar algumas informações e orientações aos 
seus doentes, tais como: 
 Acompanhar a integridade da pele antes da quimioterapia; 
 Acompanhar a ocorrência, padrão, gravidade e duração da reação; 
 Orientar o doente sobre o uso de anti-histamínicos e corticoides, se 
necessário. 
 Hiperpigmentação 
Os agentes quimioterápicos podem causar Hiperpigmentação (generalizada ou 
localizada) nas pontas dos dedos, pele sobre as articulações e pontos de pressão, 
articulações interfalangeanas e metacárpicas, nas membranas mucosas, e ao longo 
das veias utilizadas para a administração de quimioterápicos (Pollock et al., 2006). 
O farmacêutico deve acompanhar e informar os seus doentes: 
 Informar o doente sobre a possibilidade da ocorrência da 
 Hiperpigmentação; 
 Determinar quais os fármacos que estão a causar Hiperpigmentação; 
 Verificar a integridade da pele e das unhas antes do doente iniciar o 
tratamento. 
 
 
 Reação tardia à radiação 
Pode ocorrer uma reação tardia sobre áreas da pele, quando são administrados 
quimioterápico (e.g. antibióticos antitumorais, tetraciclinas, metotrexato) ao mesmo 
tempo ou após radiação (Pollock et al., 2006). A reação pode incluir eritema, 
descamação por perda de líquido, formação de vesículas. A pele pode ficar 
permanentemente despigmentada. 
O farmacêutico deve acompanhar e informar os seus doentes: 
 Informar o doente sobre a possibilidade de ocorrer uma reação tardia à 
radiação; 
 Acompanhar diariamente a integridade da pele em doentes que estejam a 
fazer sessões de radioterapia; 
 Aconselhar o doente a aplicar loções suaves na pele para evitar 
ressecamento ou lesões; 
 Aconselhar o doente a evitar produtos que contenham perfumes; 
 Informar o doente que deve evitar o uso de fitas ou adesivos sobre a pele; 
 Informar o doente que deve evitar temperaturas extremas; 
 Indicar o acompanhamento de dermatologista. 
Fotossensibilidade 
Uma reação de pele eritematosa pode ser causada pela exposição de luz 
ultravioleta após o tratamento com certos quimioterápicos (Bisson, 2006). 
O farmacêutico deve passar algumas informações e orientações aos seus 
doentes, tais como: 
- Aconselhar o uso de filtro solar acima do fator 15; 
- Informar o doente que deve evitar exposições prolongadas ao sol; 
 - Informar o doente que deve proteger o corpo mesmo na sombra. 
 
Fadiga 
A fadiga pode ser definida como uma redução temporária na energia física e 
emocional, que pode ser sentida na doença e no tratamento (quimioterapia, 
radioterapia, cirurgia). 
O farmacêutico deve acompanhar e informar os seus doentes: 
 Avaliar o doente para os fatores de risco que causam fadiga; 
 Acompanhar o uso de outros medicamentos que causam fadiga (e.g. 
narcóticos, sedativos, álcool); 
 Avaliar os padrões da fadiga (horário, incidência, gravidade, fatores que 
aliviam ou agravam o quadro); 
 Encorajar o doente a descansar frequentemente durante o dia; 
 Encorajar o doente a praticar exercícios de três a quatro vezes por 
semana; 
 Encorajar o doente a manter uma dieta balanceada e energética. 
Cistite hemorrágica 
O contato da acroleína, um metabolito da ciclofosfamida, e da ifosfamida com a 
mucosa urinária pode provocar irritação e infecção, levando a um quadro de cistite 
hemorrágica (Bisson, 2007). 
É aconselhável a administração de mesma em conjunto com a ciclofosfamida e 
ifosfamida para combater os efeitos tóxicos destes, evitando assim acistite 
hemorrágica (Bisson, 2007). 
 O farmacêutico deve passar algumas informações e orientações aos seus 
doentes, tais como: 
-Informar o doente sobre o potencial hemorrágico de ifosfamida e ciclofosfamida; 
- Educar o doente sobre sinais e sintomas (hematúria, disúria); 
-Aconselhar o doente a ingerir grande quantidade de líquidos; 
 
-Instruir o doente a esvaziar a bexiga a cada 1-2 horas durante o dia, ao se 
deitar e durante a noite. 
Disfunções sexuais e reprodutivas 
A patologia, o tratamento e os efeitos colaterais da terapia podem causar uma 
alteração no funcionamento sexual e um impacto na capacidade reprodutiva (Bisson, 
2007). 
O farmacêutico deve acompanhar e informar os seus doentes: 
-Avaliar os fatores de risco relacionados com a doença, como cancro 
geniturinário (ovário, cérvix, testículo, pénis); 
-Acompanhar os fatores de risco relacionados com tratamentos cirúrgicos 
(histerectomia, ooforectomia, ressecção abdominoperineal, cistectomia, prostatectomia, 
orquidectomia, penectomia); 
-Avaliar os fatores de risco relacionados com a radioterapia; 
-Avaliar o uso de outros medicamentos que alterem as funções sexuais; 
-Sugerir ao doente que colha material para banco de esperma/óvulos antes de 
iniciar o tratamento. 
Dose de citostáticos em caso de compromisso de função renal 
Os citotóxicos são medicamentos de margem terapêutica estreita. Em caso de 
compromisso de função renal, pode verificar-se um aumento da toxicidade de 
citostáticos e metabolitos ativos por acumulação. Neste sentido, pode ser necessário 
proceder-se a uma redução de dose para substâncias que são eliminadas em grande 
extensão por via renal. É, portanto, preciso ter-se em consideração a taxa de filtração 
glomerular como parâmetro da função renal e o conhecimento farmacocinético e 
farmacológico sobre os citostáticos utilizados. 
 
Dose de citostáticos em caso de compromisso de função hepática 
A diminuição da função hepática pode influenciar significativamente a eliminação 
hepática de citostáticos. O decréscimo da eliminação do metabolito leva a uma redução 
do processo de biotransformação dependente e independente do citocromo P450, 
enquanto que a redução da eliminação biliar diminui a excreção pelo trato biliar. Alguns 
citostáticos acumulam-se com o decréscimo da eliminação hepática. Neste sentido, é 
importante que o farmacêutico modifique a dose, após avaliação de dados clínicos 
laboratoriais. 
Princípios da Quimioterapia Combinada 
O tratamento do câncer geralmente inclui a aplicação de mais de um dos 
métodos terapêuticos. 
Existem vários tipos de tratamento comumente praticados nestas doenças, 
nomeadamente cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonoterapia, imunoterapia e 
outras terapêuticas complementares, que podem ser usados isoladamente ou em 
associação. 
 A combinação destes métodos visa a obter índices maiores de cura, com 
perdas anatômicas menores e maior preservação da estética e da função dos órgãos 
comprometidos, e menor toxicidade. 
A radioterapia e a quimioterapia podem ser utilizadas antes ou depois do 
tratamento cirúrgico, respectivamente com o objetivo de reduzir o volume tumoral e, 
consequentemente, oferecer melhores condições de ressecção (terapia neoadjuvante), 
ou com o objetivo de complementar o tratamento cirúrgico, controlando a doença 
microscópica (terapia adjuvante). 
A terapêutica combinada não inclui, necessariamente, a cirurgia. Pode-se 
combinar quimioterapia neoadjuvante e radioterapia. Já a quimioterapia utilizada em 
caso de recidiva de tumores previamente irradiados geralmente fica prejudicada, pois o 
suprimento sanguíneo é reduzido, em função da fibrose provocada pelas radiações, a 
 
qual não permite que os quimioterápicos atinjam as células tumorais em doses 
suficientes. 
A hormonioterapia raramente pode ser utilizada como um método isolado de 
tratamento. Na maioria das vezes, ela é associada a outras modalidades terapêuticas. 
Normalmente, a combinação entre agentes quimioterápicos aumenta a 
eliminação de células cancerosas e previne a formação de clones resistentes. Em 
alguns casos, o efeito sinérgico é atingido (Pollock et al., 2006). 
Na seleção dos agentes quimioterápicos é importante seguir os seguintes 
princípios (Bisson, 2007): 
a) Cada fármaco deve ser ativo quando utilizado isoladamente para determinado 
tipo de cancro; 
b) Os fármacos devem ter mecanismo de ação diferente; 
c) A resistência cruzada deve ser mínima; 
d) Os fármacos devem ter efeitos tóxicos diferentes. 
Dor oncológica 
 
Fonte: www.viverhoje.org 
 
A dor pode ser definida como “uma experiência sensorial e emocional 
desagradável associada a dano tecidual real ou potencial ou descrita em termos de tal 
dano” (cit in Pollock et al., 2006). 
De todos os sintomas que um paciente com diagnóstico de câncer apresenta, a 
dor é o mais temido, constituindo o fator mais determinante de sofrimento relacionado a 
doença mesmo quando comparado à expectativa da morte. Apesar disso pouca 
atenção tem sido dada ao tratamento da dor oncológica quando comparada aos 
avanços tecnológicos no controle do câncer. 
A dor acomete 60 a 80 % dos pacientes com câncer sendo 25 a 30% na ocasião 
do diagnóstico e 70 a 90% dos pacientes com doença avançada classificam a dor 
como moderada a grave. Diante desses fatos a Organização Mundial de Saúde (OMS) 
declarou a dor associada ao câncer uma Emergência Médica Mundial publicando em 
1986 um guia de tratamento que pode proporcionar alívio da dor em 90% dos 
pacientes. A OMS estima que o número de pacientes com câncer irá dobrar até o ano 
de 2030. 
O problema da dor no câncer foi reconhecido e identificado como uma das 
principais preocupações da OMS. A dor é um sintoma complexo e angustiante, com um 
grande impacto na qualidade de vida do doente. 
A dor no câncer é o resultado de várias causas, incluindo envolvimento direto do 
tumor, compressão ou infiltração de nervo ou comprometimento de partes moles 
(Bisson, 2007). 
Na avaliação inicial da dor deve incluir-se informações detalhadas, incluindo 
avaliação da intensidade e do carácter da dor, exame físico com ênfase no exame 
neurológico, avaliação psicossocial e investigação diagnostica apropriada para 
determinar a causa da dor. 
Para a avaliação e o controlo da dor, foi desenvolvida uma abordagem clínica de 
rotina pela Agency for Health Care Policy and Research (AHCPR) sobre a dor no 
câncer e está resumida pelo mnemónico “ABCDE” (Pollock et al., 2006): 
A – Ask. Avaliar a dor de forma sistemática; perguntar sobre a dor regularmente. 
 
B – Believe. Acreditar no doente e na família sobre os seus relatos sobre a dor e 
o que a alivia. 
C – Choose. Escolher as opções de controlo da dor apropriadas para o doente, a 
família e o cenário. 
D – Deliver. Promover intervenções de uma maneira lógica, coordenada e 
oportuna. 
E – Empower. Fortalecer os doentes e as suas famílias; permitir que eles 
controlem os eventos na maior parte possível. 
 
Fonte: www.hong.com.br 
A avaliação começa com o dimensionamento da intensidade da dor. O uso de 
uma escala de classificação da dor, que vai desde 0 (ausência da dor) a 10 (dor pior), 
ajuda na comunicação e na avaliação de mudanças na dor ao longo do tempo. A dor 
deve ser avaliada e documentada em intervalos regulares após o início do tratamento e 
a cada novo relato de dor (Pollock et al., 2006). 
Os doentes devem ser instruídos a relatar mudanças de características ou 
qualquer nova dor para que a reavaliação apropriada e mudanças no tratamento 
possam ser iniciadas. A avaliação da dor é um processo contínuo que exige atenção 
 
constante às mudanças. Uma dor nova pode significar problemas tratáveis, como 
infecção patológica. Por outro lado, uma mudança na dor em geral pode significar um 
avanço na doença. 
Assim, a dor, como uma experiência multidimensional, deve receber um 
tratamento multimodular que, nodoente com dor oncológica, incluiu analgésicos, 
radioterapia, tratamento psiquiátrico e/ou psicólogo, fisioterapia e neurocirurgia ablativa 
(Bisson, 2007). 
O tratamento farmacológico é fundamental e quando devidamente utilizado, 
controla a dor da grande maioria dos doentes oncológicos. Os analgésicos podem ser 
divididos em três grupos: analgésicos não-opioides, opioides e medicamentos 
coadjuvantes (Pollock et al., 2006). 
Os analgésicos não-opioides incluem os anti-inflamatórios não-esteroides, a 
aspirina e o paracetamol. São úteis para dor leve a moderada e também são utilizados 
em combinação com opioides para dor de demorada a intensa. 
Os analgésicos opioides (e.g. codeína, hidromorfina, oxicodona) reduzem a dor 
primária por meio de mecanismos centrais ao se ligarem com os receptores µ, δ e κ. A 
seleção e a dosagem de um ofioideo requerem equilíbrio entre o alívio da dor, 
proporcionando um mínimo de efeitos colaterais para realmente se atingir não apenas 
o alívio da dor, mas também a melhor qualidade de vida possível. 
Os medicamentos adjuvantes (e.g. antidepressivos, corticosteroides, 
neurolépticos, anti-histamínicos, ansiolíticos) são usados para potenciar a eficácia 
analgésica, tratar sintomas concomitantes e fornecer analgesia independente para 
tipos específicos de dor. 
Os esquemas de analgesia devem ser sempre individualizados e reavaliados em 
intervalos curtos de tempo para a sua maior adequação. 
Na seleção do medicamento analgésico é importante ter em conta o “efeito teto” 
(ceiling affect) do medicamento. Aumentar as doses além deste “teto” produz um 
aumento dos efeitos secundários, sem maior resposta analgésica. É preferível usar 
 
doses mais baixas de um medicamento mais potente do que doses elevadas de 
medicamentos de potência analgésica menor (Pollock et al., 2006). 
 A grande maioria dos efeitos adversos da medicação analgésica pode ser 
antecipada e, portanto, devidamente evitada, por exemplo com o emprego de 
antiácidos, laxantes, etc. 
Para um eficiente controle da dor oncológica é necessário que uma equipe 
multidisciplinar de Saúde com oncologistas, clínicos da dor, cirurgiões, psiquiatras, 
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros tenham familiaridade com uma 
gama de opções terapêuticas tais como terapias antineoplásicas, medicamentos, 
técnicas anestésicas, procedimentos cirúrgicos, procedimentos intervencionistas, 
técnicas psicológicas e técnicas de reabilitação. 
O sucesso do controle da dor é alcançado quando avaliações repetidas 
permitem a escolha da terapêutica mais apropriada para cada paciente, alcançando um 
efeito favorável entre o alívio da dor e efeitos adversos. 
Para maioria dos pacientes o controle da dor envolve a administração de 
analgésicos específicos. 
É conceito universal que a farmacoterapia analgésica é o principal tratamento 
para o controle da dor oncológica. Os procedimentos intervencionistas devem ser 
considerados para pacientes que não obtiveram alívio satisfatório da dor. 
Em 1986, a OMS publicou guia para tratamento da dor oncológica 
desenvolvendo a Escada Analgésica da OMS. Estudos de validação dessa escada 
sugerem que mais de 80% dos pacientes com dor oncológica têm sua dor controlada 
por esse método, porém, ela tem sido criticada por especialistas por sua pobre 
evidência, devido a poucos estudos randomizados. Apesar disso, a escada é utilizada 
como padrão no mundo inteiro. É opinião universal que a analgesia farmacológica é o 
principal pilar no tratamento da dor oncológica. 
 
Cuidados Paliativos 
 
Fonte:www.ufsj.edu.br 
Inicialmente, os cuidados paliativos foram pensados apenas para o tratamento 
oncológico, mas hoje englobam qualquer doença que ameace a vida por ser 
progressiva ou até mesmo incurável. 
Importante! É preciso desmistificar a ideia que, cuidados paliativos só devem ser 
empregados quando não há mais possibilidade de tratamento e o paciente estiver em 
condição de terminalidade. Seu principal conceito é promover a qualidade de vida dos 
pacientes e seus familiares por meio de prevenção e alívio do sofrimento. 
Seus princípios são: 
 Promover o alívio da dor e de outros sintomas. 
 Afirmar a vida e considerar a morte como um processo natural. 
 Não acelerar nem adiar a morte. 
 Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente. 
 Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão 
ativamente quanto possível, até o momento da sua morte. 
 
 Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença 
do paciente e a enfrentar o luto. 
 Promover a abordagem multiprofissional para focar nas necessidades dos 
pacientes e de seus familiares, incluindo acompanhamento no luto. 
 Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso de vida. 
 Ser iniciado o mais precocemente possível, juntamente com outras 
medidas de prolongamento da vida, como a quimioterapia e a radioterapia, e 
incluir todas as investigações necessárias para melhor compreender e 
controlar situações clínicas estressantes. 
Segundo a OMS, o cuidado paliativo pode ser definido como o cuidado global 
ativo dos doentes cuja doença não responde a um tratamento curativo específico. O 
controlo específico de sintomas, em especial da dor, e de problemas psicológicos, 
sociais e espirituais é extremamente importante (Urie et al., 2000). 
O objetivo principal do cuidado paliativo é melhorar a qualidade de vida dos 
doentes e dos seus familiares. Este conceito de qualidade de vida é amplo e envolve 
as atividades de vários profissionais de saúde que atuam de forma integrada. 
São várias as formas de tornar essa situação o mais confortável possível ao 
paciente e aos seus entes queridos. A humanização no tratamento está justamente na 
maneira como a equipe avalia e aplica o plano terapêutico nos campos emocional, 
físico, social e até mesmo espiritual, afinal, todas essas áreas devem estar em 
harmonia para que o paciente se sinta bem. 
Os cuidados paliativos são oferecidos em hospitais ou em casa. Para cada etapa 
da doença e do tratamento, a equipe irá avaliar o melhor local para a assistência 
acontecer. O suporte deve ser fornecido à família, para que todos possam se sentir 
melhor e mais confortáveis com a nova situação estabelecida. 
É muito importante que os sintomas do paciente sejam avaliados rotineiramente, 
além de possibilitar que ele tenha o mínimo de impacto possível em seu dia a dia e 
preparar a família para o acompanhamento dessa nova rotina. 
 
Esses cuidados acontecem de maneira integrada, e toda a equipe médica e 
multiprofissional exerce funções de extrema importância. Médico, enfermeiro, 
assistente social, farmacêutico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, 
nutricionista, educador físico e assistente espiritual devem trabalhar juntos na busca de 
melhorias no dia a dia do paciente e de sua família. 
Como o controle de sintomas, alvo principal da terapêutica paliativa, requer o 
uso de medicamentos, o profissional farmacêutico e as ferramentas de Atenção 
Farmacêutica tornam-se de grande valia para o doente e para a equipa multidisciplinar 
de Cuidados Paliativos (Urie et al., 2000). 
Diferentes programas de cuidados paliativos são desenvolvidos, de acordo com 
os problemas e recursos locais: assistência domiciliar, atenção hospitalar, serviço de 
consultoria, hospital-dia, “hospice”, apoio ao luto, cuidados para o fim da vida, e 
aconselhamento familiar sobre os cuidados paliativos (Pollock et al., 2006). 
Fase Terminal 
 
Fonte:www.portaldodog.com.br 
 
Nos últimos dias e horas de vida os principais objetivos da assistência são: 
manter o doente agonizante com o máximo conforto possível, preparar a família do 
doente, intervir para aliviar sintomas e respeitar o processo da morte (sem tentar 
encurtá-lo ou prolongá-lo). 
Os profissionais farmacêuticos devem fazer avaliações regulares e frequentespara medicamentos desnecessários a fim de evitar o seu uso. Opioides, sedativos e 
antieméticos são os fármacos mais utilizados durante as últimas horas. A inquietação 
ou agitação deve ser prevenida e tratada (em geral, com Haloperidol). As vias mais 
fáceis de administração de fármacos são a via subcutânea e a via intravenosa. A 
alimentação enteral e parenteral deve ser interrompida e fluidos parenterais evitados: a 
hidratação pode aumentar a tosse, a congestão pulmonar, o edema periférico, os 
vómitos e a dificuldade para urinar. Estes aspectos devem ser explicados com clareza 
à família. O temor da morte pode ser reduzido administrando Hioscina e ajustando o 
posicionamento do doente (Pollock et al., 2006). 
Embora muita gente lute e vença o câncer, para muitos outros se considera uma 
doença terminal, isto é, o paciente morrerá como consequência do câncer. Saber como 
apoiar a um doente terminal é difícil, e o tipo de apoio que precisa um doente terminal 
varia segundo o paciente. 
Podemos nós profissionais juntamente com amigos e familiares, perante a fase 
terminal do paciente oncológico contribuir apoiando esses pacientes com medidas 
simples e que fazem muito a diferenças. Algumas medidas são: 
 Ofereça-se para escutar e ouvir o que o paciente tem a dizer. Evite ser 
crítico, e prepare-se para escutar uma variedade de emoções, incluindo a ira 
e a frustração. 
 Pergunte ao paciente o que ele precisa ou o que lhe faria sentir mais 
confortável. Talvez seja música, livros especiais ou a visita de uma 
determinada pessoa. Procure cumprir com os pedidos do paciente. Se o 
pedido não for possível de ser conseguido, pergunte ao paciente se há 
alguma coisa que possa substituir seu pedido. 
 
 Faça coisas para ajudar a família mais próxima. Talvez o cônjuge poderia 
se beneficiar de ter comida preparada e assim estar mais tempo com o 
doente no hospital. O cuidado das crianças poderia ser necessário. Reduzir 
o estresse dos entes queridos do paciente também pode reduzir o estresse 
da vítima do câncer. 
 Ofereça-se para gravar mensagens para o paciente. Alguns pacientes 
talvez desejem deixar uma mensagem em vídeo para as crianças pequenas, 
seus netos que ainda não nasceram ou os outros, o que poderia ser nada 
mais do que um legado de quem é. 
 Esteja presente. Se o seu amigo ou ente querido tem medo de morrer, 
esteja a seu lado. Se não pode estar presente, tente que outros estejam com 
essa pessoa, lute para que não se sinta e nem esteja sozinha. A presença 
de outra pessoa pode ser muito reconfortante para um paciente com câncer 
em fase terminal. 
 Leve às visitas as coisas que o paciente gosta. Se o paciente gosta de 
flores, leve flores frescas para uma visita. Se o paciente quer um 
determinado biscoito, leve isso se for permitido. Se o paciente gosta de ler, 
mas já não pode, leve um livro em CD para que o escute. 
 O contato físico pode ajudar muito ao paciente, pegue na sua mão ou 
abrace-o, irá reconfortá-lo. 
 
 
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