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Gênero e Feminismos - conceitos e perspectivas

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Caderno Espaço Feminino | Uberlândia, MG | v.32 | n.1 | seer.ufu.br/index.php/neguem | jan./jun. 2019 | ISSN 1981-3082 405 
 Gênero e Feminismos: conceitos e perspectivas 
 
Gender and Feminist: Concepts and Perspectives 
 
 
Marcella Barbosa Miranda Teixeira1 
Fernanda Tarabal Lopes2 
Admardo Bonifácio Gomes Júnior3 
 
 
RESUMO 
Este artigo tem por objetivo apresentar as diferentes abordagens 
epistemológicas nos estudos sobre gênero e sobre os movimentos 
feministas, com o intuito de mostrar as diferentes visões acerca das 
perspectivas utilizadas. Isso se dá pelo fato de existir uma pluralidade de 
formas e categorias dadas aos conceitos de gênero e feminismos. 
PALAVRAS-CHAVE: Feminismos. Gênero. Mulheres. 
 
ABSTRACT 
This theorical article has the purpose to presente the differents 
epistemological approaches in the gender studies and in the feminist 
movements, with the intention of showing the differents visions about the 
used perspectives. There are a lot of forms and categories about concepts of 
gender and feminisms.. 
KEYWORDS: Feminist. Gender. Women. 
 
 
* * * 
Introdução 
 
A discussão histórica produzida sobre a categoria Gênero tem 
implicado em diversas perspectivas, abordagens e impasses entre as 
pesquisadoras e as feministas. O que se vê são posicionamentos distintos, 
mostrando a dinamicidade e complexidade dessa área de estudo. Nesse 
 
1 Mestre no Programa de Pós-graduação em Administração do CEFET/MG, Brasil. E-mail: 
marcellabmt@ufop.edu.br 
2 Docente no Programa de Pós-graduação em Administração do CEFET/MG, Brasil. E-mail: 
fernanda.tarabal@ufrgs.br 
3 Docente no Programa de Pós-graduação em Administração do CEFET/MG, Brasil. E-mail: 
admardo.jr@gmail.com 
 
 
DOI: http://dx.doi.org/10.14393/CEF-v32n1-2019-18 
 
 
 
Caderno Espaço Feminino | Uberlândia, MG | v.32 | n.1 | seer.ufu.br/index.php/neguem | jan./jun. 2019 | ISSN 1981-3082 406 
sentido, há a necessidade de um maior diálogo sobre essa temática, 
permitindo um olhar crítico sobre as teorias criadas (BITENCOURT, 2013). 
 Considerando este cenário, este artigo tem como ponto de partida o 
entendimento de que o campo de estudos sobre gênero e feminismos 
necessita de uma revisão sobre as suas principais abordagens teóricas 
utilizadas, que esclareçam seus conceitos, semelhanças e diferenças. É 
importante, então, apresentar a conjuntura de todo o cenário do campo 
acadêmico, no que diz respeito à discussão de gênero e feminismos (COSTA; 
LIMA, 2015). 
 Dessa forma, pelo fato de haver tensões e debates claros nessas 
temáticas, o que buscamos com esse artigo é apresentar as diferentes 
abordagens epistemológicas nos estudos sobre gênero e feminismos, com o 
intuito de mostrar as visões acerca das diferentes perspectivas utilizadas. 
Para tanto, serão apresentadas as duas formas de utilização do conceito de 
gênero, bem como um histórico das ondas dos feminismos e suas principais 
abordagens. 
A justificativa desta pesquisa está pautada na importância de se 
compreender as diversas perspectivas e abordagens relacionadas ao gênero e 
aos feminismos. Essa inquietação surgiu pela dificuldade da primeira autora 
deste artigo em abordar esses complexos e diversos conceitos em seu 
referencial teórico para a dissertação do mestrado, contribuindo então para 
um melhor entendimento e uma melhor organização na apresentação dessa 
temática para as futuras pesquisadoras. 
Este artigo se divide em quatro capítulos. Primeiramente, esta 
introdução versando sobre o objetivo e justificativa deste estudo. Seguido 
pelos capítulos que abordam os conceitos de gênero e feminismo. Após, 
apresenta-se as considerações finais deste estudo e, por último, as 
referências utilizadas. 
 
 
Gênero: Uma Categoria em Debate 
 
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 Conforme afirma Costa e Lima (2015), a discussão de gênero é uma 
arena de constantes tensões e de diversos e distintos pensamentos e, por 
esse motivo, abrange questões sociais, culturais e históricas e está em 
constante processo de redefinição, ou seja, é mutável, em virtude das 
interações entre indivíduos (GROSSI, 2000). Amorim (2011) indaga que o 
gênero tem a finalidade de determinar tudo o que é definido socialmente, e 
por esse fato, está em constante processo de ressignificação pelas interações 
entre homens e mulheres, ou seja, é um “termo em construção” (CALÁS; 
SMIRCICH, 1999, p.275). Assim, Haraway (1995, p. 221) afirma que “gênero 
é um conceito desenvolvido para contestar a naturalização da diferença 
sexual em múltiplos terrenos de luta”. 
 Com essas constantes mudanças e ressignificações de gênero, 
apresentam-se, então, duas diferentes formas que o conceito de gênero é e foi 
utilizado: a primeira forma é que a palavra gênero descreve a personalidade 
e o comportamento e o termo sexo, usado em oposição ao gênero, referencia o 
corpo, para diferenciar o que é socialmente construído (gênero) do que é 
biologicamente definido (sexo), ou seja, o sistema binário sexo/gênero, 
defendido pelas feministas da década de 1960; a segunda forma é a 
utilização da palavra gênero para referenciar qualquer construção social 
sobre a diferença entre o feminino e o masculino, inclusive considera o sexo 
como uma construção social, conceito defendido pelas feministas pós-
estruturalistas (NICHOLSON, 2000). 
 A primeira forma é o conceito ancorado na distinção binária de gênero 
e sexo desenvolvido por várias correntes dos movimentos feministas 
contemporâneos a partir dos anos de 1960 (SANTOS, 2010; PRAUN, 2011). 
Então se tem que “a construção dos relacionamentos e a definição dos papéis 
entre os gêneros ocorrem por meio da cultura, da criação social de ideias, 
normas e comportamentos esperados, tanto para os homens quanto para as 
mulheres” (LIMA, 2009, p.11). Isto é, o gênero como um produto cultural e o 
sexo como uma caracterização biológica (SOUZA, 2016). 
 
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 Lamas (2000, p. 13) afirma que esse conceito de gênero “permitiu a 
compreensão de que não é a anatomia que posiciona mulheres e homens em 
âmbitos e hierarquias distintos, e sim a simbolização que as sociedades 
fazem dela”. Ou seja, esse conceito de gênero atribui à construção social a 
desigualdade existente entre homens e mulheres (SANTOS, 2010). Assim, 
“gênero serve, portanto, para determinar tudo que é social, cultural e 
historicamente determinado” (GROSSI, 2000, p. 5). 
 Nessa mesma perspectiva, Bruschini, Ardaillon e Unbehaum (1998, p. 
89) conceituam gênero como: 
Princípio que transforma as diferenças biológicas entre os sexos em 
desigualdades sociais, estruturando a sociedade sobre a assimetria das 
relações entre homens e mulheres. Usar “gênero” para todas as 
referências de ordem social ou cultural, e “sexo” para aquelas de ordem 
biológica (BRUSCHINI; ARDAILLON; UNBEHAUM, 1998, p.89). 
 
De acordo com Praun (2011), é importante o reconhecimento da 
diferença no conceito de gênero e sexo, pois representa uma interrupção dos 
conceitos utilizados anteriormente nos trabalhos científicos, já que os 
estudos se limitavam às diferenças biológicas entre homens e mulheres e aos 
estereótipos de masculinidade e feminilidade, além de caracterizar as 
funções femininas como domiciliar e familiar. 
 Porém, “ao aceitarmos que a construção de gênero é histórica e se faz 
incessantemente, estamos entendendo que as relações entre homens e 
mulheres, os discursos e as representações dessas relações estão em 
constante mudança” (LOURO, 1997, p. 35). E com isso, as feministas pós-
estruturalistas passaram a considerar gênero como todas as formas de 
construção social, cultural e linguística com implicações na diferenciação de 
mulheres e homens, incluindo o sexo como uma construção social, com o 
objetivo de compreender gênero para além da dicotomia masculino-feminino,em sua segunda forma (MEYER, 2004). Essa nova percepção de gênero foi 
necessária para desconstruir os sistemas tradicionais ocidentais, com base 
 
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no binarismo, e permitir o pensamento de pluralidades e diversidades 
(MARIANO, 2005). 
 Para Franzoni (2008) essa perspectiva marca uma ruptura teórica, 
com a queda do determinismo biológico, pelo fato de que, nessa visão, o corpo 
é como descoberta das ideias, dos discursos, das representações que 
constituem novas realidades: surge a pluralidade de gêneros, um novo 
sujeito do feminismo, multifacetado. Ou seja, para essa perspectiva, tanto 
corpo quanto gênero são construções sociais, históricas e culturais (SOUZA, 
2016). 
 Esse pensamento pós-estruturalista foi idealizado originalmente por 
Foucault, em seus trabalhos sobre poder e saber e tem autores como 
Nicholson (2000) e Butler (2003). Para a última autora, a noção de gênero 
deve ser reformulada, ressignificada, já que a distinção de sexo e gênero, 
utilizada por outras abordagens feministas, indica uma descontinuidade 
entre corpos sexuados e gênero (BUTLER, 2003). Isso quer dizer que se deve 
descontruir o pensamento binário do homem e da mulher e as concepções de 
masculino e feminino, bem como negar os modelos de análise universais 
(LOURO, 1997; BUTLER, 2003; COSTA; LIMA, 2015). 
 A construção de homens não se aplica exclusivamente ao corpo 
masculino e da mesma forma que a de mulheres não se aplica 
necessariamente ao corpo feminino. Para Nicholson (2000), sexo e gênero 
não podem ser independentes, e por isso, tanto gênero quanto sexo são 
construções sociais, culturais e históricas. Lamas (2010, p. 15-16) reforça a 
visão de Butler acerca do gênero: 
[...] como um fazer que constitui a identidade sexual. Para Butler gênero 
é um processo que articula sexo, desejo e prática sexual, no qual o corpo é 
moldado pela cultura através do discurso. Daí sua [sic] ideia da 
desconstrução do gênero como um processo de subversão cultural. 
 
Dessa forma, Louro (1997, p. 24) entende gênero como um 
“constituinte da identidade dos sujeitos”. Para a autora, devem-se 
 
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considerar as diversas categorias e dimensões que constituem os sujeitos. E 
que essas identidades são plurais, múltiplas e estão sempre em construção e 
são instáveis e passíveis de transformação, e não são algo dado e definitivo e 
nem baseado em generalizações. 
Franzoni (2008) concorda alertando para o fato de que embora todas 
as mulheres possam sofrer a discriminação de gênero, existem outros 
aspectos de suas identidades sociais, por exemplo, classe, cor, etnia, religião, 
orientação social, entre outros. Esses aspectos fazem diferença na maneira 
como os vários grupos de mulheres sofrem a discriminação. Então, tem-se a 
necessidade de se considerar esse conjunto de aspectos para as relações de 
gênero. 
Nesse sentido, Butler (2003) afirma que gênero não se constituiu de 
forma coerente e consistente ao longo dos distintos contextos históricos pelo 
fato de haver interseções com essas diversas categorias e dimensões. Assim, 
é impossível separar gênero dos contextos políticos e culturais. Por esse 
motivo, as relações de gênero são desiguais na maioria das sociedades, pelos 
desequilíbrios existentes nas leis, nas políticas e nas práticas sociais e 
culturais, bem como nas atitudes e nos comportamentos dos sujeitos 
(AMORIM, 2011). 
 Para Butler (2003) gênero não deve ser uma marca para determinar 
os corpos e propõe a ideia de gênero como performance e performatividade, “ 
[...] porque ele é algo que se faz e, não, algo que se tem ou se é” (TEIXEIRA, 
2015, p. 265). Ou seja, gênero é um instrumento que produz identidades, 
como por exemplo, homem e mulher. Souza (2016, p. 28) afirma que gênero é 
“algo que se faz e desfaz por meio de processos altamente regulados por 
normas sociais”. É uma estrutura em que a normalização do feminismo e do 
masculino é realizada. (OLIVEIRA, 2008). 
 Essa ideia de gênero como performance e perfomatividade de Butler 
evidencia que gênero não é um atributo do sujeito, não é fixo e inato, mas 
sim um dispositivo de identidades que são formadas por normas e discursos 
sociais. A performatividade compreende os processos em que os sujeitos são 
 
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construídos como sujeitos, ou seja, é uma produção discursiva. Já a 
performance é a repetição das normas, é o ato limitado, não sendo uma 
escolha do sujeito (BUTLER, 2003; SOUZA, 2016). 
 Além disso, Scott (1995) faz uma crítica às visões tradicionais acerca 
de gênero, sendo uma delas a utilização do termo gênero como significado de 
mulher por alguns estudos feministas da década de 1960. Para a autora, 
mulher fazer parte do gênero, mas não significa gênero. Ao criticar a 
categoria 'mulher' dos estudos, Scott (1995) teve o objetivo de refutar o 
essencialismo biológico, o viés heterossexual dos estudos e entender as 
vivências e experiências como relacionais. Então, ao abordar gênero, deve-se 
também falar sobre os homens, pois o feminino sempre inclui o masculino e 
o masculino sempre inclui o feminino. Nesse sentido, na visão de Scott, as 
outras vertentes feministas da mesma maneira em que tentavam acabar 
com as diferenças sexuais, defendiam as mulheres, e dessa forma, acabavam 
paradoxalmente por reforçar a diferença sexual (SANTOS, 2008; 
FRANZONI, 2008; TEIXEIRA, 2015; SOUZA, 2016). 
 Por meio da abordagem pós-estruturalista, Scott (1995, p.86) constitui 
o gênero em duas proposições e em quatro elementos inter-relacionados 
entre si. São elas: (1) o gênero é constituído de relações sociais com base nas 
diferenças percebidas entre os sexos e (2) o gênero é uma forma primária de 
simbolizar as relações de poder. Para essa primeira divisão (1), a autora cita 
quatro subgrupos que são dependentes entre si: 
 a) representações culturalmente conhecidas e frequentemente 
contraditórias, como: Maria e Eva símbolo da mulher na tradição ocidental, 
interpretadas a partir de explicações culturais; 
 b) conceitos normativos (expressos em doutrinas religiosas, 
educativas, políticas, entre outras) que evidenciam a interpretações dos 
símbolos, tentando limitar as suas possibilidades metafóricas, ou seja, 
categoriza o significado do que é homem e mulher, do masculino e do 
feminino (representação binária); 
 
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 c) aspectos políticos referenciados às instituições e à organização 
social; 
 d) noção de identidade subjetiva, permitindo observar como as 
identidades de gênero são construídas, por meio da formação de conceitos, 
imagens e símbolos. 
 Guimarães (2005) explica que as contribuições de Scott são 
importantes para se perceber a categoria gênero, para analisar as relações 
entre mulheres e homens e também para verificar como elas influenciam na 
dinâmica social e política. Percebe-se como é difícil desconstruir as 
representações e os conceitos normativos, simbólicos, políticos e subjetivos. 
Nesse sentido, Scott (1995, p. 88) acredita que gênero é uma maneira 
primordial de dar sentido às relações de poder, ou seja, “o gênero é um 
campo primário no interior do qual, ou por meio do qual, o poder é 
articulado”. 
 Desse modo, na perspectiva pós-estruturalista, gênero é entendido 
como um dispositivo de poder que constitui algumas identidades, entre elas, 
as de mulher e de homem (TEIXEIRA, 2015). Para Meyer (2004), o gênero 
não deve ser exclusivamente objeto de análise das condições de vida das 
mulheres (crítica também realizada por Scott), mas sim deve levar em 
consideração as relações de poder entre mulheres e homens,bem como as 
formas sociais e culturais que estabelecem os “sujeitos de gênero”. Louro 
(1997) afirma que os gêneros produzem nas e pelas relações de poder. 
 Através da perspectiva do poder, tem-se mais uma crítica atribuída 
pelas feministas pós-estruturalistas ao pensamento binário que considera o 
homem e mulher em uma visão polarizada, relacionando-se dentro de uma 
lógica fixa e imutável de um homem dominante versus uma mulher 
dominada, eliminando qualquer possibilidade de resistência, de luta e do 
exercício de poder pelas mulheres (SCOTT, 1995; LOURO, 1997; BUTLER, 
2003; TEIXEIRA, 2015). 
 Nessa visão, as feministas pós-estruturalistas se espelharam na 
“analítica de poder” de Foucault para negar as concepções tradicionais de 
 
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centralidade e de posse do poder, já que para ele, o poder é exercido em 
muitas e variadas direções, constituindo-se por toda a sociedade, e não 
considera que apenas um polo tem o poder e esse é estável (LOURO, 1997). 
Assim, nessa concepção, o poder só é exercido entre os sujeitos que são 
capazes de resistir. Ou seja, para Foucault na relação de poder sempre há a 
resistência (SOUZA, 2014). 
 É nesse entendimento do exercício do poder que são constituídas as 
diferenças e desigualdades, e isso não exclui o fato de as mulheres terem 
sido subordinadas pelos homens, mas também inclui as lutas e resistências 
das mulheres para essa situação. Situação em que se confronta uma 
sociedade hegemônica branca, masculina, heterossexual e cristã, que são os 
sujeitos dotados de poder nas relações sociais, sendo uma categoria 
normativa e opressora (LOURO, 1997; MARIANO, 2005). 
 Percebe-se, então, que a construção do conceito de gênero está 
diretamente associada à luta e conquistas femininas (LOURO, 1997). Esse 
conceito começou a ser entendido pelos movimentos feministas como um 
instrumento explicativo para as desigualdades e discriminações históricas 
entre homens e mulheres (COSTA; LIMA, 2015). 
Assim, devido às desigualdades, ao preconceito e à discriminação 
sofridos pelas mulheres, surgiram os Movimentos Feministas, que buscavam 
a garantia de direitos iguais entre homens e mulheres em todas as esferas 
da sociedade (AMORIM, 2011). De acordo com Narvaz e Koller (2006), o 
movimento surgiu no século XVII como forma de protestar contra a histórica 
opressão e dominação masculina sobre as mulheres. 
 
Os Feminismos: Suas Ondas e Abordagens 
 
Os movimentos feministas, como grupos organizados, surgiram na 
Europa Ocidental e tem o objetivo de confrontar a particular situação de 
subordinação das mulheres pelos homens (GUIMARÃES, 2005). Para Louro 
(1997), o principal objetivo das feministas, no início dos movimentos, foi de 
 
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tornar visíveis aquelas (as mulheres) ocultadas historicamente pela 
segregação social e política, denunciando a ausência das mulheres na 
política, na ciência, nas letras e nas artes. 
Bairros (1995, p.462) reflete o feminismo como “instrumento teórico 
que permite dar conta da construção de gênero como fonte de poder e de 
hierarquia que impacta mais negativamente sobre as mulheres. É a lente 
através da qual as diferentes experiências das mulheres podem ser 
analisadas criticamente”. Dessa forma, segundo Duarte (2003, p. 152), o 
Feminismo é considerado “em um sentido mais amplo, como todo gesto ou 
ação que resulte em protesto contra a opressão e a discriminação da mulher, 
ou que exija a ampliação dos próprios direitos civis e políticos, seja por 
iniciativa individual, seja de grupo” (DUARTE, 2003, p.152). O feminismo, 
então, é um movimento de contestação para a construção de uma justiça 
social para as mulheres. Isso quer dizer que o feminismo clama por 
mudanças nas ordens sociais, com o objetivo de rejeitar todas as formas de 
dominação (CRUZ, 2007). 
 É importante aqui esclarecer conforme citado por Auad (2003, p. 13) 
que há muitas pessoas que associam o feminismo à “imagem de mulheres 
que detestam homens, queimam sutiãs e que, como Napoleão, desejam 
dominar o mundo, detendo todo e qualquer poder”. Esse fato contribuiu para 
uma visão pejorativa do feminismo difundida pelo senso comum, distorcendo 
e limitando sua natureza e seus objetivos (DUARTE, 2003; TEIXEIRA; 
CAPPELLE; OLIVEIRA, 2012). 
Ou seja, é importante esclarecer que para esta pesquisa considera-se o 
feminismo como um movimento formado por mulheres críticas e 
questionadoras, que não desprezam o homem, mas sim o modelo de 
passividade e submissão imposto às mulheres historicamente, combatendo o 
machismo, o sexismo, a desvalorização das mulheres e do feminino. Assim, o 
feminismo é um movimento político formado principalmente por mulheres 
para combater a discriminação de gênero em todos os contextos sociais. 
 
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 Apesar de se usar o termo feminismo no singular, Auad (2003) 
defende que existem vários grupos de feminismos no mundo e no Brasil, 
defendendo ideais, valores e abordagens diferentes, sendo um movimento 
extremamente heterogêneo (COSTA; LIMA, 2015). Por esse motivo, Diniz 
(2012) afirma que o feminismo deveria ser tratado no plural, ou seja, 
feminismos. 
Então, para este estudo, reconhece-se a pluralidade dos movimentos 
feministas, representando as mais diversas mulheres, com todos os perfis, 
características, perspectivas, especificidades e contextos. Esses diferentes 
movimentos foram e são formados pelos diversos momentos e contextos que 
perpassam o processo de construção dos movimentos feministas (CRUZ, 
2007). Para Matos (2008, p. 351) essas diferentes abordagens dos 
movimentos feministas são importantes por deixar um “legado civilizatório 
inegável para as sociedades” nas quais têm se desenvolvido. 
 Calás e Smircich (1999, p. 274) estruturam as diferentes abordagens 
referentes às teorias feministas, destacando que essas abordagens são 
discursos que criticam o status quo, tendo o caráter político, reformista e 
transformador da sociedade. Cada abordagem defende suas perspectivas e 
contextos, entretanto, para as autoras, todas as perspectivas têm em comum 
“o reconhecimento da dominação masculina nos arranjos sociais e o desejo 
de mudanças nessa forma de dominação”. Isso quer dizer que são 
abordagens que se cruzam e têm pontos semelhantes, atribuindo a cada 
perspectiva uma relevante contribuição para as questões de gênero em 
épocas e contextos diferentes. 
A partir dessas diversas abordagens tratou-se da opressão sofrida 
pelas mulheres para a construção e a desconstrução do que é ser mulher na 
sociedade, dos fatores que perpetuam a desigualdade entre os gêneros e 
como reverter este quadro (NARVAZ; KOLLER, 2006). Dessa forma, 
apresenta-se as principais abordagens feministas de acordo com o enfoque 
dado por Tong (1994) e Calas e Smircich (1999) e, de acordo, com as três 
fases marcantes desse movimento, conhecidas como “ondas” do feminismo, 
 
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levando-se em consideração os contextos político e social de cada onda (a 
quarta onda dos movimentos feministas será apresentada na próxima 
seção). 
 A primeira onda dos movimentos feministas, conhecida como 
sufragista, foi o movimento liberal. Esse movimento se originou com o 
capitalismo na Revolução Industrial nos séculos XVII e XVIII na França e 
Inglaterra (LIMA, 2009). As feministas liberais acreditavam que as 
mulheres sempre estiveram em desvantagem em relação aos homens, por 
motivos históricos e econômicos, e por isso, não tinham as mesmas 
oportunidades. Foi influenciado pelos ideais políticos de igualdade, liberdade 
e fraternidade, oriundos da revolução francesa,e marcado pela crescente 
demanda por mão-de-obra proveniente da revolução industrial, permitindo 
que as mulheres passassem a integrar o mercado de trabalho da época 
(CALÁS; SMIRCICH, 1999; NARVAZ; KOLLER, 2006). 
 Porém, nessa época, as mulheres não votavam e eram proibidas de ter 
propriedades em seu nome, deixando-as totalmente dependentes dos 
homens. Além disso, a participação feminina no trabalho era somente em 
cargos de subordinação, em postos de trabalho precários e com menor 
remuneração. Nessa linha teórica considerada reformista, as mulheres 
buscavam a equidade de gênero, principalmente relacionada aos direitos 
civis, políticos e econômicos, reivindicando a inserção das mulheres na 
sociedade e o acesso à educação (CALÁS; SMIRCICH, 1999; NARVAZ; 
KOLLER, 2006; LIMA, 2009). 
Tong (1994) afirma que o movimento feminista liberal adotou a 
concepção de uma classe homogênea de mulheres, ou seja, que a situação de 
todas as mulheres era igual, e que a diferença de gênero entre homens e 
mulheres era proveniente somente das desigualdades econômicas entre eles, 
o que não era percebido na realidade. A atribuição de uma categoria 
homogênea de mulheres foi o principal limitador dessa teoria, passando a 
representar apenas os interesses das mulheres brancas, de classe média e de 
países desenvolvidos. Além disso, após o alcance das metas dessas 
 
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feministas, que foi o direito ao voto pelas mulheres em vários países do 
ocidente, houve uma acomodação do movimento (LOURO, 1997). 
A segunda onda dos movimentos feministas iniciou-se no século XX e 
foi caracterizada pela crescente inserção feminina no mercado de trabalho. 
Para Louro (1997), essa segunda onda foi marcada não apenas pelas 
preocupações sociais e políticas, mas também pelas construções teóricas 
acerca do conceito de gênero e dos estudos das mulheres. Teve seu início com 
o livro de Simone de Beauvoir, publicado em 1949, chamado O Segundo 
Sexo. 
Essa obra mostrou que as reivindicações pelos direitos das mulheres 
estavam apenas começando e tinha a concepção da ruptura com o 
determinismo biológico, já que, para a escritora, “ninguém nasce mulher, 
torna-se mulher” (BEAUVOIR, 1980, p. 09). A autora traça um grande 
panorama histórico da dominação masculina, explicando como o papel das 
mulheres foi/é considerado secundário, além de defender as premissas de 
que as opções dos indivíduos não podem depender da sexualidade deles 
(CORRÊA, 2004; CAPPELLE; MELO; SOUZA, 2013). 
 A obra de Beauvoir provocou grande impacto na sociedade pelo 
empreendimento em pesquisar sobre as mulheres e “influenciou sobremodo 
o pensamento feminista e tem contribuído para transformar não somente a 
visão de milhares de mulheres sobre a vida em sociedade, como também 
suas condutas” (SAFFIOTI, 1999, p.163). Dessa forma, o debate promovido 
pela autora foi muito importante por inspirar outras abordagens feministas, 
como a radical, a psicanalítica, a marxista e a socialista. Essas abordagens 
serão apresentadas a seguir. 
A teoria feminista radical originou-se na década de 1960 e propõe a 
livre distinção de gênero ou de sexo para uma sociedade ideal, surgindo com 
a insatisfação do sexismo dos movimentos da época, pelos direitos civis e 
contra a Guerra do Vietnã. Nessa corrente, as feministas rejeitam todas as 
formas de dominação masculina e acreditam que o patriarcalismo é a origem 
da opressão feminina. Esse movimento é centrado nas mulheres e aspira 
 
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uma nova ordem social, sem a subordinação das mulheres pelos homens 
(CALÁS; SMIRCICH, 1999). 
 A principal contribuição desse movimento foi a criação de ideais de 
mundos alternativos ao patriarcado, focando nos valores femininos de um 
modo geral. O movimento feminista radical conseguiu agregar 
representatividade: além das mulheres brancas e heterossexuais, mulheres 
de outras etnias e as lésbicas. Porém, como limitação, tem-se a utopia da 
total diferenciação de gênero com políticas separatistas, como a criação de 
organizações unicamente femininas e os espaços só de mulheres (TONG, 
1994). 
 A escola feminista psicanalítica é uma abordagem que liga a mente 
dos sujeitos com as suas experiências de desenvolvimento. Tem origem na 
teoria freudiana e nas teorias sobre relação-objeto. Essa corrente considera 
que a ideia de que o masculino é melhor que o feminino está enraizada desde 
as experiências na infância e está impregnada no inconsciente da sociedade. 
Nessa abordagem, o homem e a mulher são diferentes porque possuem o 
desenvolvimento psicossexual (pessoal e social) distintos. Para uma 
sociedade livre da dominação masculina, essa vertente defende a ideia da 
mudança dos arranjos familiares, da maneira de como os pais são vistos 
pelos filhos (CALÁS; SMIRCICH, 1999; LIMA, 2009). 
 O feminismo marxista se baseia na crítica marxista de uma sociedade 
capitalista e do liberalismo político, sendo os gêneros como categorias sociais 
definidas pelas relações de dominação e opressão. Essa vertente se 
apropriou da ideologia da luta de classes proposta por Marx e Engels, 
considerando o gênero e classe como categorias sociais, caracterizadas pela 
opressão do sistema capitalista, isso quer dizer que as mulheres também são 
consideradas como uma classe oprimida por esse sistema. As feministas 
marxistas defendem que as desigualdades de gênero continuarão caso não 
haja mudanças estruturais na sociedade (CALÁS; SMIRCICH, 1999; LIMA, 
2009). 
 
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 A partir das abordagens feministas marxista, radical e psicanalítica, 
surge a teoria feminista socialista com o objetivo de defender uma sociedade 
em que masculinidade e feminilidade são socialmente irrelevantes e que a 
segregação de gênero terminaria com a extinção do capitalismo e do 
patriarcado. Essa abordagem se originou devido ao fato de que o movimento 
feminista marxista considerava a opressão da classe operária mais 
importante que a opressão às mulheres. Além disso, criticou os movimentos 
radical e psicanalítico por serem generalistas e não levarem em 
consideração os contextos históricos e culturais (CALÁS; SMIRCICH, 1999). 
 Para as feministas socialistas, o gênero é formado socialmente por 
meio das junções entre sexo, raça, ideologia e opressão dos sistemas 
capitalista e patriarcal (CALÁS; SMIRCICH, 1999). Tong (1994) afirma que 
essa vertente tenta desenvolver teorias para explicar a relação entre 
capitalismo e patriarcalismo e que o grande ponto limitador dessa vertente é 
o seu caráter utópico, já que não há um sistema social com a capacidade de 
destruir os sistemas de opressão e acabar com a luta de classes. 
 Além das primeira e segunda ondas, tem-se a terceira onda dos 
movimentos feministas que surgiu na década de 1990 com o objetivo de 
descontruir e discutir as lacunas deixadas pela segunda onda. Tem a 
proposta da análise das diferenças, da diversidade e da produção discursiva 
da subjetividade. É nessa onda que se observa uma maior relação entre a 
academia e a luta das mulheres: nas universidades, em centros de estudos 
sobre a mulher, de gênero e femininos. O principal desafio nessa terceira 
geração do feminismo é pensar ao mesmo tempo na igualdade e na diferença 
para a construção das subjetividades masculina e feminina (NARVAZ; 
KOLLER, 2006) e romper com os pensamentos e regras universais (CRUZ, 
2007). 
Essa onda é conhecida como pós-feminismo e tem o objetivo de romper 
o significado de gênero como categoria fixa e imutável (MACEDO, 2006). 
Nessa vertente, troca-se as ideias unitárias de mulher e de identidade 
genérica feminina para tratar de conceitos acerca da identidade social e que 
 
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o gênero seria mais uma questão relevante (RODRIGUES, 2005). Considera-
se, nessa onda, que o gênero é formado pela personalidade e comportamento 
e, também, pela forma como o corpo (sexo) aparece (MEYER, 2004). Essa 
perspectiva de gênero é problematizada por Butler (2003), desconstruindo a 
dualidade gênero e sexo, já que para a autora sexo é também discursivo, 
assim como o gênero, conforme já abordado no capítulo anterior. Essa onda 
também possui abordagens feministas que serão apresentadas a seguir. 
A teoria pós-estruturalista/pós-moderna, advinda da terceira onda do 
feminismo, possui várias correntes distintas: feminismo francês, teoria 
anglo-americana e o feminismo pós-moderno. Essa abordagem questiona o 
conhecimento positivista (razão). Aborda que sexo e gênero são práticas 
discursivas que formam subjetividades específicas através do poder e da 
resistência na materialidade dos corpos. Esse movimento se dedicou ao 
estudo das diferenças, da diversidade e da produção discursiva da 
subjetividade com foco entre linguagem e conhecimento (CALÁS; 
SMIRCICH, 1999; TONG; 1994). Narvaz e Koller (2006) alegam que nessa 
época houve a passagem da luta política do movimento para a academia, na 
qual foram criados centros de pesquisa sobre gênero e feminismo nas 
universidades. 
A teoria terceiro-mundista/pós-colonial critica a generalização das 
questões de gênero realizada pelas feministas do primeiro mundo das outras 
abordagens consideradas como teorias de gênero branca, de classe média e 
heterossexual, ou seja, seu caráter totalitário, não levando em consideração 
os outros contextos sociais e econômicos de todas as mulheres, bem como as 
relações de dominação do primeiro mundo com os outros países colonizados 
(CALÁS; SMIRCICH, 1999). 
 Todas essas teorias feministas permitem compreender as diferentes 
formas de construção social e individual das mulheres, refletindo sobre as 
relações de gênero. Dessa forma, cada linha de pensamento se direciona a 
perspectivas, aspectos e contextos específicos e o surgimento de novas 
abordagens é “para responder as limitações de outra e, embora pareçam 
 
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independentes e diferenciadas, suas fronteiras não são muito nítidas” 
(CALÁS; SMIRCICH, 1999, p. 275). 
Cabe destacar a crítica de Butler (2003) de que algumas abordagens 
teóricas feministas, com o objetivo de consolidar a representatividade das 
reivindicações e questionamentos, atribuíram um caráter universal à 
opressão sofrida pelas mulheres, ou seja, classificando as situações de todas 
as mulheres como homogêneas. Para a autora, o gênero não se dá de 
maneira coerente nas diversas situações e contextos históricos existentes na 
sociedade e deve-se repensar as restrições que as teorias feministas 
carregam na tentativa de representar as mulheres. Juntamente com Butler 
(2003), as feministas negras, latino-americanas, de países de Terceiro 
Mundo, de países ex-colônias e as lésbicas reprovaram essa tentativa de 
construção de um sujeito feminino universal por muitas feministas 
(MARIANO, 2005). 
Dessa forma, a partir da publicação da obra de Hazel Cardy White 
Woman: Listen! Black Feminism and the Boundaries of Sisterhood, no início 
dos anos 80, expandiu-se o conceito de interseccionalidade e os estudos sobre 
raça, gênero e classe, constituindo um campo acadêmico especifico: o 
pensamento feminista negro (RODRIGUES, 2013). De acordo com Rodrigues 
(2013, p. 07) a interseccionalidade é uma: 
Ferramenta teórico-metodológica fundamental para ativistas e teóricas 
feministas comprometidas com análises que desvelem os processos de 
interação entre relações de poder e categorias como classe, gênero e raça 
em contextos individuais, práticas coletivas e arranjos 
culturais/institucionais. 
 
O movimento feminista interseccional surgiu com o objetivo de acabar 
com as formas de opressão interna dos movimentos, ou seja, acabar com a 
invisibilidade da categoria raça nos movimentos feministas, rompendo com 
as limitações do feminismo branco e sua característica de singularidade da 
luta feminista e da categoria gênero no movimento negro, criticando o 
 
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sexismo existente (RODRIGUES, 2013). Para a autora, as mulheres negras 
foram posicionadas em uma situação muito desfavorável, sendo importante 
trazer a categoria analítica raça e suas especificidades para à luta das 
mulheres. 
 Nesse sentido, é importante considerar que as experiências de 
dominação dos homens têm certas peculiaridades dos contextos históricos, 
sociais e culturais em que as mulheres estão inseridas, para compreender a 
opressão por gênero (DINIZ, 2012). Portanto, são “[...] vários feminismos, 
que envolvem múltiplos interesses e que precisam tratar também da própria 
diversidade entre as mulheres, seja racial, étnica, seja de condição 
socioeconômica, de orientação sexual, de geração e de cultura”, ou seja, tal 
diversidade do feminismo deve levar em consideração as diversas realidades 
da condição das mulheres na esfera social (TEIXEIRA; CAPPELLE; 
OLIVEIRA, 2012, p. 77). Afinal, não há “A” mulher ou “O” homem, e sim 
diversos e diferentes mulheres e homens, conforme indaga Louro (1997). 
 É importante, também, apresentar como surgiu e se desenvolveu os 
movimentos feministas brasileiros. 
 
1 Os Movimentos Feministas no Brasil 
 
Os movimentos feministas no Brasil surgiram para desafiar a ordem 
conservadora que não considerava as mulheres como sujeitos de direitos, 
deixando-as fora da vida pública (PINTO, 2003). Dessa forma, esses 
movimentos contribuíram para a diminuição das desigualdades de gênero 
na sociedade brasileira, rompendo com a tradição cultural na qual as 
mulheres tinham somente papel nas atividades domésticas e na reprodução 
e os homens monopolizavam o espaço público (BELTRÃO; ALVES, 2009). 
 Deve-se considerar que os movimentos brasileiros não ocorreram de 
maneira isolada e homogênea, sofrendo influências do contexto mundial 
(COSTA, 2005; TEIXEIRA; CAPPELLE; OLIVEIRA, 2012). Porém, é 
importante destacar as especificidades da América Latina e do Brasil 
 
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enquanto sociedades colonizadas, escravocratas e dominadas pela Europa 
para impulsionar o capitalismo mercantil (BITTENCOURT, 2015). 
 Nesse sentido, Pinto (2003) destaca que uma das características dos 
movimentos feministas brasileiros é sua fragmentação, com várias 
manifestações e muitos objetivos. Além disso, caracteriza o movimento 
feminista no Brasil, em seu início, como um movimento não popular, já que 
desde suas primeiras manifestações reuniu mulheres intelectuais (minorias) 
que se expressavam por meio de publicações, palestras, romances e peças de 
teatro. 
 Muzart (2003) afirma que as escritoras brasileiras com publicações de 
textos feministas em jornais e periódicos tiveram um importante papel de 
despertar a consciência feminina no Brasil, lutando pelos direitos à 
educação, à profissão, ao voto e até ao divórcio. Dessa mesma maneira, Pinto 
(2003) evidencia o feminismo na academia, com a participação significativa 
de professoras universitárias nos movimentos feministas na década de 1970, 
que passaram a produzir conhecimento acerca das temáticas relacionadas às 
mulheres, com projetos de pesquisa, dissertações e teses. 
 Para Pinto (2003), a popularização do movimento feminista brasileiro 
ocorreu ao longo de sua história pelo surgimento de novas formas de 
organização social pelo processo de urbanização, como aparecimento das 
classes operárias. Nesse sentido, Corrêa (2001) afirma que os movimentos 
feministas brasileiros tiveram seu auge na década de 1970e articulou com 
outros grupos sociais, como os movimentos populares – pleiteando por 
melhores condições de vida -, os movimentos políticos – luta contra o 
racismo, direito à terra dos índios e contra a ditadura - e os movimentos dos 
homossexuais. Essa articulação se explica pelo contexto político em que o 
Brasil se encontrava: sob uma forte ditadura e marcado por profundas 
desigualdades sociais. Dessa forma, as propostas das brasileiras não eram 
específicas da condição das mulheres, unindo-se com outros movimentos 
(GUIMARÃES, 2005). 
 
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 Destacam-se, então, as três grandes ondas do feminismo brasileiro. A 
primeira onda, como em outros países, teve foco na luta por direitos políticos 
das mulheres, conhecido como movimento sufragista, requisitando o direito 
ao voto e o direito de serem votadas. Essa vertente é chamada por Pinto 
(2003, p. 14) como a onda “bem-comportada” do feminismo brasileiro, pelo 
fato de que as reivindicações eram apenas para a “incorporação da mulher 
como sujeito portador de direitos políticos”, sem alterar a posição que os 
homens ocupavam na sociedade, sendo considerado um movimento 
conservador. 
 Ou seja, as feministas não confrontavam o poder, mas sim, buscavam 
apoio nele. Para atingir esse objetivo, as feministas criaram a Federação 
Brasileira para o Progresso Feminino (FBPF), sendo um grupo homogêneo 
formado por mulheres da alta elite brasileira (PINTO, 2003, p. 14). Essa 
primeira onda se manteve até 1932, ano em que as mulheres brasileiras 
conquistaram o direito ao voto. 
 A segunda onda é conhecida como feminismo difuso, defendido 
principalmente por mulheres cultas, como professoras, escritoras e 
jornalistas. Essa onda surge como consequência da resistência das mulheres 
ao autoritarismo e à repressão dos regimes militares dominantes na época. 
As feministas se preocupavam com a educação das mulheres e abordavam 
sobre a dominação masculina e o interesse dos homens em manter as 
mulheres na vida privada, longe da vida pública, bem como com a 
redemocratização da política brasileira (PINTO, 2003). 
 A terceira onda do feminismo teve seu contexto marcado pela 
redemocrarização da política brasileira e manifestou-se no movimento 
anarquista e depois no Partido Comunista. Foi representado por mulheres 
militantes de esquerda, trabalhadoras e intelectuais, que defendiam a 
libertação das mulheres à opressão masculina de maneira radical. Essa 
onda articulava sobre a questão da exploração do trabalho, sobre a 
dominação dos homens sobre as mulheres e sobre a dupla jornada das 
mulheres, associada ao trabalho e aos papéis tradicionais de esposas e mães. 
 
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E acreditava que a luta pelos direitos políticos beneficiaria poucas mulheres, 
trazendo as discussões para o mundo do trabalho, na qual o homem (patrão) 
era como o opressor identificado no capitalismo, lutando por grandes 
transformações (PINTO, 2003). 
 Pinto (2003, p. 91) reflete sobre o feminismo após a virada do século: 
“o feminismo acabou?”. A pergunta é consistente pelo fato de que não há 
mais o mesmo feminismo da década de 1970 nem no Brasil e nem na 
Europa, marcado por grupos de reflexões e fortes manifestações. Porém, 
para a autora, com o início do milênio houve novas formas de pensamento e 
de posturas do movimento: houve a dissociação do pensamento feminista e o 
movimento, e também a profissionalização do movimento com o surgimento 
de ONGs especializadas para as questões das mulheres. 
 Nesse mesmo pensamento de que o movimento feminista não acabou, 
Matos e Paradis (2014) defendem a existência de uma nova onda do 
feminismo no Brasil e na América Latina. Para as autoras, a recente 
representatividade política, a implantação de políticas públicas e o constante 
fortalecimento das demandas cívicas das mulheres para com os Estados 
representa essa quarta onda do movimento. 
Dessa forma, as feministas estão cada vez mais participando e 
ocupando os espaços sociais e fortalecendo a construção de ações concretas 
no Estado pela luta dos direitos das mulheres. Essa nova onda do feminismo 
de Matos e Paradis (2014) vai ao encontro do que Costa (2005) defende, 
segundo a autora o movimento feminista mudou, não é mais o movimento 
sufragista e emancipatório como em seu início e na década de 1970, mas sim 
vem enfrentando novas demandas e novos enfrentamentos na luta por 
políticas adequadas para as mulheres. 
 Pinto (2003) afirma que o movimento feminista no Brasil deve ser 
entendido como uma luta pela autonomia nos espaços políticos e pela 
condição de dominação vivida pelas mulheres, na qual existem diferentes 
mulheres confrontando distintos problemas. A autora concorda com Butler 
(2003) no sentido de que houve movimentações feministas com diferentes 
 
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formatos, objetivos e ideologias, além de diversos graus de radicalidade no 
Brasil, ou seja, há uma multiplicidade de manifestações feministas para 
representar todas as mulheres, caracterizado como um movimento difuso. 
 Apesar de todos os movimentos feministas, de todas as iniciativas, 
lutas e conquistas, ainda permanece a realidade discriminatória na vida das 
mulheres. O fato é que há evidências de uma maior participação das 
mulheres na sociedade, porém há também a reafirmação de velhos 
estereótipos relacionados às atribuições das mulheres e dos homens no 
mundo do trabalho (RAMOS; PINTO, 2018). 
 
Considerações Finais 
 
Este artigo teve como objetivo apresentar as diferentes abordagens 
epistemológicas nos estudos sobre gênero e feminismos, com o intuito de 
mostrar as visões acerca das diferentes perspectivas utilizadas. Permitiu-se 
aprender de quais formas a categoria gênero vem sendo discutida no campo 
acadêmico, bem como apresentou-se as diversas abordagens dos movimentos 
feministas e suas principais ondas. 
Destacamos aqui a complexidade desses conceitos e categorias, por 
possuírem um amplo espaço de disseminação nas diversas áreas do 
conhecimento e por serem discutidos em diferentes perspectivas teóricas, 
conforme apresentado nesta pesquisa. Esse fato ocorre porque a discussão 
sobre gênero e as diferentes abordagens feministas permeiam diversas 
questões nas relações sociais, como: desigualdades sociais, organização do 
trabalho, sistemas de poder, instituições normativas, simbólicas e culturais, 
entre outros fatores (COSTA; LIMA, 2015). 
A expectativa deste artigo é que este esforço auxilie futuros 
pesquisadores no seu posicionamento frente à temática de gênero e 
feminismos. 
 
 
 
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Recebido em janeiro de 2017. 
Aprovado em fevereiro de 2017.

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