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ABSORÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE DROGAS Biodisponibilidade: a extensão e velocidade de absorção de um fármaco, a partir de uma forma farmacêutica, derivados a partir de uma curva de concentração (circulação sistêmica) em função do tempo. Ou seja, mesmo com um mesmo fármaco, se diferir sua forma, consequentemente entre as formas haverão perfis farmacocinéticos diferentes. Sem efeitos < ( 0 < F > 1 ) > Efeitos colaterais AUC : Área sobre a curva (intravascular ou extravascular) Para calcular a biodisponibilidade, calculamos a área do gráfico abaixo da linha, quanto maior a área, maior a exposição da droga DISTRIBUIÇÃO Ao chegar no plasma o fármaco é distribuído para outros compartimentos, de acordo com a polaridade. O volume de distribuição aparente (volume de liquido do corpo no qual o fármaco está aparentemente dissolvido), calculada por Vd: dose/Co. Os fármacos se ligam a proteínas plasmáticas o A maioria dos fármacos (em [c] terapêuticas) encontram-se na forma ligada; o A fração livre da substância (não-ligada) é a forma farmacologicamente ativa; o A albumina: é a proteína plasmática mais importante para a ligação de fármacos; o b-globulina e α-glicoproteína ácida (aumentadas em doenças inflamatórias) ligam-se às substâncias básicas. BIOTRANSFORMAÇÃO DO FÁRMACO Eliminação de fármacos Perda irreversível de substâncias Pode ser por metabolismo e excreção VIAS DE SECREÇÃO Os rins são as vias de principal secreção, mas existem outras vias. Dependendo do tempo de meia vida do fármaco definimos sua posologia para que o paciente entre na faixa terapêutica. Em cinética de 1ª ordem, quanto mais substância eu tenho no corpo mais eu elimino. Rins, sistema hepato-biliar, pulmões. Algumas substâncias podem ser eliminadas pelo leite e suor. Características químicas Substâncias hidrofílicas: facilmente eliminada pelos rins; praticamente não requerem metabolização Substâncias lipofílicas: não são suficientemente eliminadas pelos rins; são portanto, metabolizadas à produtos mais polares, que são então excretados na urina. Metabolismo ou Biotransformação? 1. Metabolismo: utilizado para substâncias endógenas 2. Biotransformação: utilizado para fármacos, conversão enzimática de uma entidade química em outra; os fármacos são geralmente transformados em metabólitos de polaridade crescente, até que possam ser excretados pelos rins. Locais de biotransformação Acontece principalmente no fígado (sistema citocromo P450), porém também ocorre no intestino (ex., tiramina), cérebro (ex., aminas simpatomiméticas), rins, pulmões (ex., prostanóides), plasma (ex., hidrólise do suxametônio pela colinesterase plasmática) Estereosseletividade o Muitos fármacos consistem na mistura de esteroisômeros cujos componentes diferem na sua atividade farmacodinâmica e no seu metabolismo; o Diversas interações farmacológicas envolvem a inibição estereoespecífica do metabolismo de uma substância; o Em alguns casos, a toxicidade de uma substância parece estar ligada principalmente a um dos estereoisômeros o Afetada por fatores internos: Sexo; idade; peso / estado nutricional / hidratação; atividade física; microbiota intestinal; gestação; presença de outros agentes químicos; composição genética . o Afetada por fatores inerentes a administração do fármaco: via de administração; local de administração; volume / composição do veículo; número de doses; duração do tratamento; frequência da medicação. o Afetada por fatores ambientais: luz e outras radiações; som; estação do ano; hora do dia; presença de animais; substâncias químicas; REAÇÕES DE BIOTRANSFORMAÇÃO Reações de Fase 1 (funcionalização) Os fármacos apolares são geralmente inativados ou ativados pela formação de grupos polares. Então nessa fase, muda-se algum grupo funcional da molécula, aumentando sua polarização, para ser mais facilmente eliminada. o grupo relativamente reativo (ex., OH-) é introduzido: funcionalização Em muitos casos, preparam as moléculas para as reações de Fase II; Ocorrem reações catabólicas: oxidação, redução (menos comum) e hidrólise o Droga se liga ao Citocromo CYP450, que a oxida o Oxidação Desalogenação Desalquilação Desaminação Dessufurilação Formação de N-oxido Hidroxilação Oxidação alcóolica Oxidação aldeídica o Hidrólise Desamidação Desesterificação REAÇÕES DE CYP o A origem do nome da família de enzimas, surgiu em 1961, e deve-se ao fato do CO ligar-se ao Fe2+ (reduzido), formando um composto rosado (P = pigmento) que tem picos de absorção a 450 nm (faixa de 447-472 nm); o A purificação das enzimas P450 e a clonagem do cDNA formam a base do sistema atual de classificação, que se baseia na semelhança na sequência de aminoácidos; o As CYPs estão no retículo endoplasmático liso (por isso são também denominadas “enzimas microssomais”) em associação com a NADPH-P450 redutase numa proporção de 10/1; o A NADPH-P450 redutase serve como fonte de elétrons para a reação oxidativa cíclica. o As reações oxidativas requerem a presença de: Fármaco; heme proteína CYP; NADPH; O2; NADPH- P450 redutase; Fosfatidilcolina. o Na enzima CYP3A4 é muito comum no metabolismo de muitas drogas e sua presença no trato gastrointestinal é responsável pela baixa disponibilidade oral de muitas delas. o Frequentemente, duas ou mais enzimas podem catalisar o mesmo tipo de reação, indicando redundância e eficiente biotransformação do substrato (droga). Reações de Fase 2 (coadjuvantes - reversíveis) É necessária a presença de grupos funcionais apropriados (ex., OH, SH, NH2) na molécula que irá sofrer a reação de fase II; Incluem: metilação, acilação; formação de ácido mercaptúria, conjugação com ácido glicurônico (aumenta a polaridade), conjugação com aminácidos, conjugação com sulfatos Metabolismo de 1ª passagem o A primeira passagem do fármaco é pelo fígado e/ou parede intestinal, onde é metabolizado com alta eficiência. Com isso, baixas quantidades chegam à circulação sistêmica, ou seja, a biodisponibilidade é baixa. Então dependendo do fármaco, administramos por outras vias para obter uma dose terapêutica. o Inconveniente: se tiver que ser por essa via de administração devemos aumentar a dose para gerar algum efeito terapêutico Metabólitos farmacologicamente ativos Pró-fármacos: são fármacos que necessitam de biotransformação para tornarem-se ativos, visto que a molécula inicial tem pouca ou nenhuma atividade farmacológica; Assim, a biotransformação pode formar um metabólito: mais ativo; menos ativo ou inativo; com atividade semelhante ou diferente. EXCREÇÃO DE FÁRMACOS Clearence Total: soma de todo as as vias de eliminação 1. EXCREÇÃO RENAL a. Eliminação do corpo da substância quimicamente inalterada ou biotransformada b. Na excreção renal, 3 processos são fundamentais: Filtração glomerular; Secreção tubular ativa; Difusão passiva através do epitélio tubular. c. A filtração glomerular é de 20%, ocorre difusão de moléculas com PM >2000, então a albumina é praticamente toda retida devido ao alto peso molecular (68000) i. maioria das substâncias (exceto heparina) atravessa a barreira livremente; ii. concentração de fármacos ligados à albumina no filtrado será bem menor do que a concentração plasmática total d. Secreção Tubular i. Processo ativo ou passivo; ii. Constitui o mecanismo mais efetivo para a eliminação renal dos fármacos; iii. 80 % dos fármacos que chegam ao rim são apresentados aos carreadores: 1. Para substâncias ácidas (OAT – transportadores de ânions orgânicos); 2. Para substâncias básicas (OCT – transportadores de cátions orgânicos) e. Difusão através do túbulo renal i. O fármaco que se encontra na luz tubular pode voltar ao sangue por difusão passiva; ii. Substâncias com alta lipossolubilidade(apolar) (elevada permeabilidade tubular) são excretadas lentamente; iii. As substâncias altamente polares (baixa permeabilidade tubular) irão permanecer no túbulo e a concentração aumentará até ficar cerca de 100 vezes mais alta na urina do que no plasma. f. Influência do PH na excreção renal i. Alcalinizar o meio quando a urina for ácida 2. EXCREÇÃO BILIAR E CIRCULAÇÃO ENTERO-HEPÁTICA a. As células hepáticas transferem diversas substâncias (incluindo fármacos) do plasma para a bile através de sistemas de transporte que se assemelham aos do túbulo renal e que envolvem a glicoproteína P (transportadora). b. Vários conjugados de substâncias hidrofílicas (particularmente glicuronídios) concentram- se na bile e são transportados até o intestino, onde o glicuronídio é habitualmente hidrolisado, liberando mais uma vez a substância ativa, a qual pode ser reabsorvida; c. O efeito desse processo consiste em criar um “reservatório” de substância recirculante, que pode atingir cerca de 20% da quantidade total da substância no corpo, além de prolongar a sua ação. d. Substâncias que sofrem circulação êntero- hepática: morfina; vencurônio (inalterado); rifampicina (inalterada e desacetilada, forma esta que não é reabsorvida); 3- EXCREÇÃO PELAS GLÂNDULAS MAMÁRIAS a. Difusão passiva: Importante pelos potenciais efeitos do fármaco no lactente. b. O leite é ácido (em relação ao plasma), por isso nessas glândulas, drogas de Ph básico irão se acumular c. Ligação a proteínas ou lipídeos do leite
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